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A pesar de no tener atractivo histórico y cultural, la Major League Soccer (MLS) alcanzó entre el
año 2014 y el 2017 el promedio de 21.125 espectadores. El Campeonato Brasileño de Fútbol en el
mismo período tuvo un promedio de público de 17.069. Las explicaciones de estos datos pueden
ser, entre otros factores, las características existentes en los respectivos formatos de los
principales eventos de fútbol existentes en esos países, además de las influencias de políticas,
estructura, sistemas y visión de gestión de sus responsables. Así, el principal objetivo de este
estudio es presentar uno de los factores que puede justificar la diferencia de los números
relacionados con el promedio de público entre la MLS y el Campeonato Brasileño de Fútbol. La
metodología utilizada fue la investigación cualitativa a través de análisis documental, utilizando
informaciones disponibles en los reglamentos de los campeonatos, respectivamente MLS Roster
Rules and Regulations 2018 y Reglamento Específico de la Competición Campeonato Brasileiro de
la Serie A 2018. La recolección de datos se dio en 2018 Para el tratamiento de los datos y
aplicación de estadística descriptiva, se utilizó el programa Microsoft Office Excel 2013. Se
realizaron análisis en los documentos en cuanto al Sistema de Disputa; Criterio de Participación de
los equipos; Reglas en cuanto al sistema financiero de los equipos, específicamente: distribución
de ingresos, reglas de contratación de jugadores, normas sobre el pase de los atletas y techo
salarial. Los resultados identificados proporcionan algunas conclusiones. A pesar de toda historia
construida por el fútbol brasileño, ha venido perdiendo gran visibilidad en el escenario mundial,
principalmente cuando referimos al Campeonato Brasileño de Fútbol y la organización
responsable de él. Para cambiar ese escenario debemos invertir principalmente en la formación de
nuestros futuros gestores, donde ya hay una carencia relacionada a la formación de gestores del
deporte en Brasil y también una falta de visión en no reconocer la importancia de la gestión del
deporte en el fútbol, dificultando así reciclaje administrativo de los clubes, federaciones y
confederación.
PALABRAS CLAVE: Ligas; Gestión; Fútbol.
...
Although not having a historical and cultural appeal, Major League Soccer (MLS) reached between
2014 and 2017 the average of 21,125 spectators. The Brazilian Football Championship in the same
period had an average audience of 17,069. The explanations of these data can be, among other
factors, the characteristics existing in the respective formats of the main football events in these
countries, besides the influences of policies, structure, systems and management vision of those
responsible. Thus, the main objective of this study is to present one of the factors that can justify
the difference of the numbers related to the average public between MLS and the Brazilian Soccer
Championship. The methodology used was the qualitative research through documentary
analysis, using information available in the regulations of the championships, respectively MLS
Roster Rules and Regulations 2018 and Specific Regulation of the Brazilian Championship Series A
2018. The data collection took place in 2018 For the treatment of the data and application of
descriptive statistics, we used the program Microsoft Office Excel 2013. Analyzes were made in the
documents regarding the Dispute System; Criterion of Participation of the teams; Rules regarding
the Financial System of the Teams, specifically: revenue distribution, rules for hiring players, rules
on athletes' pass and salary ceiling. The results identified provide some conclusions. Despite all
history built by Brazilian football, it has lost great visibility on the world stage, especially when we
refer to the Brazilian Football Championship and the organization responsible for it. To change
this scenario we must invest mainly in training our future managers, where there is a lack related
to the training of managers of the sport in Brazil and also a lack of vision in not recognizing the
importance of sport management in football, administrative recycling of clubs, federations and
confederation.
KEYWORDS: Leagues; Football; Management.
1. Introdução
Os Estados Unidos podem ser considerados o berço da (gestão do) esporte profissional
(Masteralexis, Barr, & Hums, 2011). Seu modelo ou ‘sistema’ esportivo difere de outros
existentes no mundo. Em relação às ligas, a Major League Baseball (MLB), National Basketball
Association (NBA), National Football League (NFL), National Hockey League (NHL) e Major
League Soccer (MLS), dentre outras, são exemplos mundiais de entretenimento esportivo. As
ligas esportivas profissionais norte-americanas são reconhecidas pelos seus níveis competitivos
e esportivos , sendo que as médias de espectadores dessa ligas são significativamente maiores
se comparados com boa parte de acontecimentos semelhantes espalhados por outros países
do mundo (Masteralexis, 2015; Smolianov & Zakus, 2008). Com exceção da MLS e outras, as
ligas esportivas norte-americanas são conhecidas como “Big-Four” (MLB, NBA, NFL, NHL), pois
possuem as maiores receitas financeiras do planeta em termos de eventos/ligas esportivas
(Mattar, 2014). Desta forma, é nos levado a crer que o sucesso esportivo e econômico das ligas
norte-americanas é desfecho de um modelo de gestão orientado para negócios e
entretenimento. Além disso, as ligas norte-americanas possuem um nível de profissionalização
em todas as suas estruturas, envolvendo desde os jogadores e até determinados parâmetros
que regulam suas atuações enquanto organizações esportivas, como por exemplo, a
sustentabilidade e competitividade de suas existências enquanto evento esportivo (Mattar,
2014).
De forma específica, as ligas norte-americanas são empresas franqueadoras que tem como
função primordial criar e garantir que sejam cumpridas regras e normas que aumentem o
interesse dos fãs, equipes, jogos e demais interessados. Dentre suas funções, estão decisões de
localização das franquias, a viabilidade de locais, a quantidade de locais que pode ter equipes
instaladas, quem pode administrar uma franquia, os direitos territoriais - que evitam a disputa
de duas franquias pelo menos mercado -, e como serão distribuídos os recursos entre as
equipes (Masteralexis, 2015). Não menos importante e ainda sob a responsabilidade das ligas,
estão à negociação dos direitos de transmissão com os canais de mídia e o ajuste salarial dos
atletas, sendo também intermédio dos conflitos entre empregados e empregadores (Mattar,
2014).
Sobre uma liga norte-americana Major League Soccer, alguns números chamam atenção. A
principal liga masculina de futebol nos Estados Unidos foi criada em 1996, respondendo uma
determinação da FIFA no processo que resultou na organização da Copa do Mundo FIFA de
1994 nos EUA. É uma liga que possui em sua estrutura uma gestão centralizada, onde os
jogadores não pertencem aos clubes e sim a liga (MLS Brasil, 2016). Por outro lado, a MLS é
composta por franquias (times) pertencentes a ela, os quais são geridos por investidores. Em
sua primeira temporada, o campeonato contou com dez equipes e com alguns estádios que
foram construídos para o Mundial de 1994. Após a exaltação inicial da MLS, a liga passou por
um período conturbado, onde presenciou a diminuição da média de público nos estádios e a
10.000
5.000
0
2014 2015 2016 2017
Ano
Figura 1: Médias de Publico nos Estádios da MLS e Campeonato Brasileiro entre 2014 e 2017 (fonte: Transfermarkt
GmbH & Co. KG, 2017).
As explicações desses dados podem ser, dentre outros fatores, as características existentes nos
respectivos formatos dos principais eventos de futebol existentes nesses países, além das
2. Revisão de Literatura
Segundo Pitts (2001), uma área de estudo é composta por: um corpo de conhecimento de
literatura relativa a teoria e a prática; pelos profissionais que formam profissionais; pela
formação profissional; por aqueles que desenvolvem pesquisa e os que atuam na prática; por
organizações profissionais dedicadas ao avanço da área; pela credibilidade que ela conquista
perante a sociedade. Todos os itens citados são de extrema importância, mas para esse artigo
destaca-se a questão da formação profissional. No contexto norte-americano, em 1985 já
existiam 40 cursos em nível de graduação e 32 de pós-graduação. Atualmente no s Estados
Unidos estima-se que existam aproximadamente 415 cursos de graduação, 172 mestrados e 27
programas de doutorado específicos em Gestão do Esporte (COSMA, 2016). No Brasil, o
contexto para formação do gestor do esporte é bem diferente, com a existências de muitos
cursos de tecnólogos, ausência de cursos de bacharelado, alguns cursos de pós-graduação lato
sensu (especialização) e inexistência de cursos de pós-graduação stricto sensu específicos em
gestão do esporte (Mazzei, Amaya, & Bastos, 2013). Essa falta de programas de formação de
gestores pode estar contribuindo muito para uma má gestão do esporte no Brasil (Rocha &
Bastos, 2011).
Como já citado anteriormente, a Major League Soccer surgiu em 1996, devido à uma
determinação da FIFA em razão da realização da Copa do Mundo de 1994. Por sua vez, o
Campeonato Brasileiro de Futebol teve seus primeiros passos em 1959, nomeado por Taça
Brasil. O Campeonato Brasileiro já recebeu vários nomes, tais como Torneio Roberto Gomes
Pedrosa, Taça de Prata, Campeonato Nacional de Clubes, Copa Brasil, Taça de Ouro, Copa
União e até Copa João Havelange (Wikipédia, 2018). Apesar de ser mais antigo, o Campeonato
Brasileiro de Futebol teve uma regressão com relação ao seu público presente em estádios ao
longo de sua história. Sabe pela mídia e por documentos de vídeo que antigamente (e em
diferentes jogos), o público nos estádios ultrapassavam a lotação máxima permitida. Esses
números, sofreram uma grande redução e é claro que os fatores são diversificados. Os fatores
vão da gestão que rege o futebol brasileiro, até pela falta de estrutura, visão e também da
gestão do nossos clubes de futebol (Bartholo, Soares, Salvador, & Di Blasi, 2010; Chaves,
Mazzei, & Cesar, 2016; Proni & Libanio, 2016).
Por outro lado, independente do apelo cultural, paixão e até problemas que envolvem o
ambiente social no Brasil, é fato que os números de público presente da Major League Soccer
são maiores se comparados com o Campeonato Brasileiro de Futebol. São muitos os fatores,
mas essa diferença de público muito se deve ao profissionalismo da gestão esportiva na
América do Norte (Mattar, 2014).
Além dos diversos fatores citados e que podem sinalizar algumas explicações da diferenças
encontradas nas médias de públicos da MLS e Campeonato Brasileiro de Futebol nos últimos 4
anos, em relação às ligas esportivas profissionais, são priorizados pelos norte-americanos uma
série de princípios esportivos, como por exemplo, o equilíbrio competitivo, o atendimento às
necessidades do consumidor esportivo, a valorização de marcas, a celebração de ídolos e
resultados históricos, dentre muitos outros que vão de encontro à uma lógica voltada para a
gestão, ao espetáculo e ao entretenimento esportivo (Masteralexis, 2015; Mattar, 2014;
Smolianov & Zakus, 2008).
Identificar novas ou melhores práticas de gestão, adaptar à realidade e contexto onde se atua é
um princípio bem comum na área da Administração. Esse princípio, que pode ser interpretado
também como “aprender com quem faz bem”, a partir de adaptações necessárias,
proporcionando incremento gerencial e consequentemente desempenho, é conhecido como
benchmarking que poderia ser traduzido como “marca de referência” (Certo & Peter, 2005;
Porter, 1989). É um princípio bem interessante e muito útil no contexto do esporte e
respectivamente à gestão das diversas atividades que envolvem a prática esportiva (Quatman
& Chelladurai, 2008).
Existem alguns avanços iniciais, mas lentos, da Gestão do Esporte no Brasil (Rocha & Bastos,
2011). No que tange as políticas do esporte, o ritmo foi lento, ao ponto de comprometer os
objetivos traçados para os Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro (Mazzei,
Meira, Bastos, Böhme, & De Bosscher, 2015). Por outro lado, quanto ao futebol e o
profissionalismo do gestor esportivo, ainda temos muito a que melhorar (Mattar, 2014; Mazzei
& Rocco Júnior, 2017). A necessidade de bons gestores é fundamental para que o esporte no
Brasil, principalmente o futebol evolua e acompanhe o (maior) nível de outros centros, seja no
contexto esportivo (Europa), seja no contexto do espetáculo (Estados Unidos) (Marques &
Costa, 2016; Proni & Libanio, 2016).
Este artigo tentará trazer mais informações sobre um contexto esportivo distante, mas que ao
mesmo tempo, já há anos, é a principal potência esportiva mundial (Smolianov & Zakus, 2008).
Obviamente que o esporte e gestão do mesmo nos Estados Unidos não surgiram ao acaso e
com rapidez, envolve um processo que se iniciou por volta do começo do século XX e um
desenvolvimento mais acentuado nos anos 1960 (Masteralexis et al., 2011; Rocha & Bastos,
2011). De qualquer forma, muito do que há na América do Norte é simples, e vai de encontro
com os princípios fundamentais do esporte, ou seja, igualdade nas oportunidades que devem
estar presentes em uma disputa competitiva (Rubio, 2010). E como já citado, aprender e
adaptar o que existe quando tais modelos são considerados excelência em termos de gestão
do esporte é tão fundamental quanto reconhecer a necessidade da gestão no contexto do
esporte atual em nosso mundo globalizado.
3. Método
A metodologia utilizada para alcançar o objetivo desse trabalho é a pesquisa qualitativa através
de análise documental, a qual é realizada a partir de informações existentes em documentos
oficiais delineados a partir da temática abordada e colocado no objetivo. Tais dados fornecerão
instrumentos analíticos para elaboração de comparações e respectivos resultados almejados
por este artigo (VERGARA, 2010).
Campeonato Brasileiro da Série A 2018, disponibilizados de forma pública nos sites oficiais da
Major League Soccer (https://www.mlssoccer.com/) e do Campeonato Brasileiro de Futebol
(https://www.cbf.com.br/).
A coleta de dados se deu em 2018. Para o tratamento dos dados e aplicação de estatística
descritiva, foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2013. Como os dados foram obtidos
através de fontes secundárias (documentos de acesso público), não houve necessidade de
autorização de comitê de ética para a realização deste estudo.
Para este artigo foram realizadas análises nos documentos quanto ao Sistema de Disputa;
Critério de Participação das equipes; Regras quanto ao sistema Financeiro das Equipes,
especificamente: distribuição de receitas, regras de contratação de jogadores, normas sobre o
passe dos atletas e teto salarial
4. Resultados
Tabela 1. Diferenciação do regulamento das ligas.
5. Discussão
A partir da análise dos resultados, o estudo indica que a MLS apresenta em termos esportivos
o as ligas norte-americanas buscam, que seria uma prioridade para equilíbrio competitivo entre
as equipes. Não por acaso, o modelo das ligas norte-americanas é considerado o mais
‘socialista’ se comparado à outros campeonatos existentes no mundo (Smolianov & Zakus,
2008). Esta afirmação fica evidente na revisão literária, na qual Mattar (2014) enfatiza que a
prioridade dos gestores norte americanos é o equilíbrio competitivo, pois assim o “produto” se
torna mais atrativo para o público. Ou seja, quanto mais equilíbrio entre os concorrentes, mais
imprevisível o resultado, mais atrativo se torna o jogo e, consequentemente, os estádios tende
a receber mais pessoas em suas instalações.
Partindo desses resultados pressupõe-se que a MLS possui uma estratégia e o planejamento
orientado para a busca do equilíbrio dentre suas equipes para despertar e manter o desejo de
consumo das pessoas para a aquisição do “produto” futebol nos Estados Unidos da América,
enquanto que o Campeonato Brasileiro de futebol, e consequentemente seu organizador, a
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), não. E ainda há o agravante do fato de que o futebol
nos EUA não ter apelo histórico-cultural se comparado ao contexto do futebol no Brasil.
Muito desse cenário é responsabilidade dos nossos gestores e de seus perfis. No Brasil, ainda
permanece de forma majoritária a figura do cartola na gestão dos grandes clubes, federações e
confederação da modalidade futebol (Azevêdo & Spessoto, 2009). Muitos deles possuem boas
intenções, passionais, mas acabam por serem despreparados para os cargos diretivos ou
gerenciais, encontram um cenário complicado e acabam tomando decisões que prejudicam a
organização em que trabalham.
Bons dirigentes poderiam delegar à bons gestores do esporte o papel de planejamento dos
clubes e também dos campeonatos. A MLS é uma organização, uma empresa, e dentre os seus
objetivos está envolvido o número de espectadores nos estádio e arenas da liga. Obviamente
que por trás dos resultados de público, estão gestores responsáveis pelo desempenho desses
números, como pode ser observado em algumas referências de origem americana
(Masteralexis, 2015; Pitts & Stotlar, 2002; Rein, Kotler, & Shields, 2008). No Brasil, a
organizadora do Campeonato Brasileiro de Futebol é a Confederação Brasileira de Futebol
(CBF), sendo que esta organização dá diferentes indícios de que o seu principal “produto” é a
seleção brasileira de futebol, e na idade adulta. Ao mesmo tempo, não se reconhece na CBF e
até mesmo nos clubes de futebol no Brasil a figura do gestor, responsável pelo desempenhos e
números conquistados ao final da temporada (Marques & Costa, 2016; Mattar, 2014).
Além disso, uma das estratégias que visam maximizar o princípio de que a força do todo é
maior do que de cada equipe isoladamente na MLS é a distribuição dos recursos, de forma
quase que igualitária entre as franquias. Essa estratégia segue a conduta de que se deve evitar
disparidades econômicas entre as franquias, Essa regra varia de liga para liga, porém de
maneira geral funciona da seguinte forma: todas as receitas ditar “nacionais”, receitas
provenientes de propriedades comerciais coletivas que vão diretamente para a liga, tais como
direitos de transmissões pela mídia, patrocínios globais do campeonato, e produtos oficiais e
licenciados, são repartidos a partir de um critério igualitário entre todas as equipes
participantes. Já as receitas “locais”, aquelas obtidas individualmente pelas franquias, como
ingressos, patrocínios individuais, naming rigths, camarotes, estacionamento, alimentação,
entre outras, não são repartidas igualitariamente, ou são repartidas em proporção bem menor
quando comparadas as receitas nacionais
Outro processo interessante na MLS e que de certa forma visa o equilíbrio competitivo é o
processo de seleção invertido (reverse-order draft), estratégia em que as equipes de piores
campanhas na temporada anterior tem o direito de escolher primeiro os melhores prospectos
provindos da universidade ou até de outras ligas melhores (Mattar, 2014). No caso do futebol,
além do draft, a MLS estabelece, por meio de uma negociação coletiva, limites mínimos e
máximos de salários individuais e coletivos (Mattar, 2014). Essa regra é relevante, pois evita
enormes disparidades de políticas salariais entre as franquias, o que reduz a possibilidade de
um clube se tornar mais atraente que os demais, como acontece no Brasil. Esse mecanismo
evita também que os clubes cometam irresponsabilidades financeiras que ultrapassam a sua
capacidade para o pagamento de salários à jogadores.
A MLS, além de seguir essas ações, permitiu, a partir da Lei Beckham, que “jogadores estrelas”,
ou designados fizessem parte do elenco das franquias. Esses jogadores são especiais em
relação ao teto salarial do clube, apenas eles podem receber salários que ultrapassem o teto
definido para as equipes (MLS, 2012).
uma regra que já existe, mas que tem de ser cumprida com realidade, a de responsabilidade
fiscal dos clubes (Iandoli, 2017).
6. Conclusões e Recomendações
Apesar de toda história construída pelo futebol brasileiro, ele vem perdendo grande
visibilidade no cenário mundial, principalmente quando nós referimos ao Campeonato
Brasileiro de Futebol e a organização responsável por ele, a Confederação Brasileira de Futebol.
Para mudar esse cenário devemos investir, principalmente, na formação dos nossos futuros
gestores, onde de acordo com Rocha & Bastos (2011), há uma carência relacionada à formação
de gestores do esporte no Brasil e também uma falta de visão em não reconhecer a
importância da gestão do esporte no futebol, dificultando assim a reciclagem administrativa
dos clubes, federações e confederação.
O presente estudo apresenta algumas limitações, primeiro por basear sua análise apenas dados
documentais. Entretanto, essa limitação trouxe algumas informações interessantes sobre a
gestão do futebol no Brasil, como por exemplo a falta de transparência e dificuldade de acesso
a dados, principalmente com a documentação do Campeonato Brasileiro, a qual não especifica
com relação à algumas ações da Confederação junto ao seu produto. Maior acesso à dados e
informações remeteria a uma maior organização e transparência da Confederação Brasileira de
Futebol. Segundo, o estudo apenas identificou as diferenças de regulamentos, não analisando
as informações encontradas em profundidade. Importante ressaltar que futuros estudos
podem realizar análises com mais robustez e profundidade entre a MLS (ou outras ligas
internacionais de futebol) com o Campeonato Brasileiro. Ao mesmo tempo, podem ser
realizadas entrevistas com especialistas no referente tema, para assim identificar e analisar em
profundidade as diferenças existentes aspectos da gestão do futebol, em contextos diferentes
do brasileiro. Por fim, estudos futuros também podem aprofundar as análises realizadas ano
após ano de cada campeonato, fazendo relações com alterações nos regulamentos dos
mesmos se possível.
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