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RESUMO: Este estudo tem como objetivo historiar a vida esportiva de Paulo Benedito
dos Santos Braga, o “Quarentinha”, apontar as características que fazem desse ex-
atleta um ícone, identificar os fatores que o tornaram uma referência no esporte e
analisar a sua importância para o futebol paraense. Posteriormente, questionando-se as
suas reais contribuições para o futebol no Estado do Pará. Foi realizado um estudo de
caso, com levantamento bibliográfico e documental, além de uma entrevista com o
mesmo, em sua residência no bairro do Telégrafo, em Belém do Pará. Destacamos as
suas maiores conquistas no futebol, principalmente o recorde de títulos paraenses,
onde conquistou doze, além das vitórias em jogos internacionais. E também a votação
no ano 2000 que o elegeu o atleta do século XX do futebol paraense. Os resultados
demonstram que Quarentinha iniciou sua trajetória no futebol, em campos de várzea,
sendo comuns na época. Devido ele ter atuado durante 18 anos pelo Paysandu Sport
Club, tornou-se um ícone do futebol regional. Mas também percebemos que a mídia foi
um fator determinante para a construção icônica de Quarentinha, principalmente
através das emissoras de rádio Marajoara, Rádio Clube do Pará e, jornais como: Folha
do Norte, A Província do Pará e O Liberal. Portanto, devido à influência que a idolatria
possui é importante compreender a carreira de jogadores de futebol, principalmente
através de uma análise científica, onde o meio acadêmico é um ambiente propício para
essa discussão.
Palavras-chave: Quarentinha; Ícone; Futebol.
INTRODUÇÃO
seus filhos para estudar na Europa, tendo como um dos principais destinos a Inglaterra
(CAPINUSSÚ e REIS, 2004, p. 26).
Charles Miller, filho de pai inglês e de mãe brasileira, é um desses que foram
estudar na Inglaterra. Lá, ele aprendeu o futebol, esporte tão em moda nesse país. A
origem do futebol no Brasil é marcada pela história desse jovem, e no Pará essa
historia é semelhante. No final do século XIX, os ingleses eram donos da maioria das
empresas instaladas na capital paraense, principalmente da extração e comercialização
do látex. Esse período ficou conhecido como Belle époque (FRANCO JÚNIOR, 2007, p.
60; GAUDÊNCIO, 2007, p. 18).
Posteriormente, com o desenvolvimento do futebol no Estado do Pará e com a
expansão para outras classes sociais, começa a surgir jogadores que se destacam em
seus clubes tornando-se ícones de suas equipes. Em meados da década de 50, surge
no futebol paraense o atleta Paulo Benedito dos Santos Braga, popularmente
conhecido como “Quarentinha”.
Quarentinha ficou eternizado na memória dos torcedores do Paysandu Sport
Club, da crônica esportiva e na história do esporte paraense, pelos seus feitos dentro e
fora de campo. Por isso, se tornou um ícone do futebol no estado. Através disso, é
considerado o maior atleta do século XX no futebol paraense.
Segundo Giglio (2007, p. 129), o ícone desempenha um papel importante na
aproximação do clube com o torcedor. É ele quem faz o elo, quem aproxima a massa
do espetáculo. Entre as formas que podem assumir essa aproximação, uma delas é a
idolatria.
Por esses e outros motivos que demonstraremos ao longo desse trabalho, temos
como objetivo geral historiar a vida esportiva de Paulo Benedito dos Santos Braga, o
Quarentinha. Dentro deste objetivo, procuraremos apontar as características que fazem
do jogador um ícone, identificar os fatores que levaram Quarentinha a ser um ícone,
além de analisar a sua importância para o futebol paraense.
É possível observar dentro do campo acadêmico diversos trabalhos que tem o
futebol como tema principal. Porém, não é visto com frequência produções científicas
que abordam a carreira de jogadores de futebol.
Isso, no país considerado como o “país do futebol” e no Pará, não é diferente.
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1 METODOLOGIA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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O futebol como esporte que conhecemos hoje, com as regras, surgiu em 1863,
quando representantes de clubes e universidades inglesas se reuniram com o propósito
de unificar as regras do jogo. Nesta reunião, entre os pontos principais, foi aprovada a
proibição do uso das mãos. (CAPINUSSÚ e REIS, 2004, p. 23). Porém, existem
registros de jogos semelhantes a este esporte, como o tsu-khu (cuju), na China, o
Kemari, no Japão, e o Calcio, na Itália (SOUZA, 2013, p. 8; CAPINUSSÚ e REIS, 2004,
p. 25).
No Brasil, o futebol surgiu através do paulista Charles Miller, que ao voltar da
Inglaterra trouxe em sua bagagem uniforme, chuteiras, bolas, uma bomba de ar, um
livro de regras e o desejo de desenvolver o esporte (FRANCO JÚNIOR, 2007, p. 60).
Em 1894, ele organizou as primeiras partidas que contavam com a participação de
ingleses e dos seus filhos (CAPINUSSÚ e REIS, 2004, p. 27). Em 1898, fundou o São
Paulo Athletic Club, surgindo posteriormente o Esporte Clube Internacional, que era
formado por jogadores alemães, italianos e ingleses, o Esporte Clube Germânia,
integrado somente por alemães e, em 1900, surge o Clube Atlético Paulistano
(CAPINUSSÚ e REIS, 2004, p. 27)
Franco Júnior (2007, p. 61) destaca, no entanto, que antes da chegada de
Charles Miller ao Brasil, já havia a prática do futebol, principalmente, por jesuítas
(faziam o ballon anglais), por colégios do estado de São Paulo e por marinheiros. O
mesmo autor aponta também que em 1878 ocorreu no Rio de Janeiro um jogo em
frente à residência da Princesa Isabel (FRANCO JÚNIOR, 2007, p. 62).
O futebol no Pará surgiu no século XIX, no período da Belle Époque, mais
precisamente no ano de 1896 (GAUDÊNCIO apud NETO, 2012, p. 8; COSTA apud
NETO, 2012, p. 8). Muitos espaços de Belém eram utilizados para a realização de
partidas, como a Praça Batista Campos e a Praça Floriano Peixoto (NETO, 2012, p. 8).
Porém, foi no começo do século XX que o futebol ganhou mais destaque no Estado,
com o surgimento de clubes, como Remo e Paysandu, a realização do primeiro
Campeonato Paraense, em 1906, que não foi concluído por conta de brigas internas, e
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também com a criação das entidades reguladoras, como a Parah Foot-Ball Association
(GAUDÊNCIO, 2007, p. 24; COSTA apud MONTEIRO, 2009, p. 50).
Giglio (2007, p. 141) destaca que a imagem do ícone pode durar mais do que o
próprio tempo de carreira do jogador, pois nenhum atleta consegue ficar no auge
durante toda a sua trajetória, mas sempre será lembrado por um clube desde que
possua uma identidade junto ao clube e à torcida.
Franco Júnior (2007, p. 262) aponta que jogadores de futebol provocam forte
mimetismo, pois deles se copiam as formas de falar, vestir, comportamentos e nomes,
se tornando um fenômeno anterior e exterior ao futebol.
Para Couto (2014, p. 60), ser jogador de futebol pode significar uma forma
individual de ascensão social, mas também é uma forma de construir uma identidade.
Ainda para o mesmo autor, a popularização deste esporte tornou o futebol um produto
das massas, promovendo ícones como Friedenreich, Domingos da Guia, Didi, Leônidas
da Silva, Romário, Garrincha e Pelé (COUTO, 2014, p. 111).
Helal e Murad apud Giglio (2007, p. 54), destacam que a presença dos ícones
faz parte do ritual futebolístico, fazendo com que os torcedores tenham uma identidade
com os mesmos.
Portanto, pode-se dizer que são poucos os jogadores que gozam do
status de ídolo, de representar a seleção brasileira e até mesmo de jogar
pelos clubes considerados grandes. Os que não compõem esse seleto
grupo, convivem com baixos salários e com uma realidade de vida muito
diferente daqueles que integram esses times. Em razão desse caminho
tortuoso, chegar a uma condição de destaque dentro do mundo do
futebol é muito difícil. (GIGLIO, 2007, p. 120).
Para Toledo apud Morato et al. (2011, p. 4), o processo de formação do ícone é
muito fortalecido pela mídia, o que estabelece grande parte da relação dos
personagens que são os alicerces do fenômeno. Uma coisa importante a se destacar é
que a difusão da imagem do ícone, devido aos avanços tecnológicos, se tornou algo
cada vez mais presente nos torcedores, por mais que o mesmo não atue mais no clube
do coração.
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Giglio (2007, p. 139) destaca que a mídia possui o papel de aproximar os ícones
de seus torcedores, sendo a responsável por quebrar a barreira que os separam.
“A mídia joga um papel fundamental na criação de ídolos. É interessante
não só para os meios futebolísticos, como para a indústria do esporte,
que a criação, a manutenção e a reprodução de ícones esportivos
continuem sendo práticas renovadas [...]” (COUTO, 2014, p. 52).
Paulo Benedito dos Santos Braga, mais conhecido no mundo do futebol como
Quarentinha, nasceu no dia 18 de novembro de 1934, em Belém do Pará, no bairro do
Telégrafo, filho de Francisco Namor Braga e de Alzira Santos Braga. Na juventude,
queria ser engenheiro, mas apenas concluiu o curso de Humanidade no Colégio Abrão
Levy (COSTA, 2014, p. 248).
Por dezoito anos, de 1955 a 1973, vestiu a camisa do Paysandu Sport Club.
Foram 750 jogos, com 86 gols marcados, sendo o décimo primeiro artilheiro da história
do Paysandu, além de ter conquistado doze títulos do Campeonato Paraense de
Futebol, sendo o jogador que mais conquistou títulos estaduais na história do futebol
paraense (COSTA, 2014, p. 250).
Em 2000, em uma votação que contou com a participação de 21 cronistas
esportivos, foi eleito o Atleta do Século XX do futebol paraense, além de ter sido eleito
em 2010 o maior craque da história do Paysandu (COSTA, 2014 p. 250). Também foi
agraciado com uma estátua no Estádio da Curuzu, no dia em que completou 80 anos
de idade (CRUZ, 2014).
Quarentinha ganhou esse apelido nas peladas de rua, e isso perdura até hoje.
Sobre o apelido, ele diz que não sabe como se deu:
Posso adiantar é que nas nossas peladas de rua, começaram com isso
e até hoje sou conhecido como Quarentinha, do Paysandu. Nunca me
incomodei. Também não procurei saber se era em alusão ao velho
Quarenta, que foi um craque daqueles que enche a vista de qualquer um
com o futebol que praticava (RELATO PARA COSTA, 2014, p. 249).
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Em 1955, foi levado para o Paysandu Sport Club, por José Jesuíno Delgado,
conhecido como Carnaval, que era massagista do clube. No primeiro treino, deixou uma
boa impressão, tanto que o Paysandu logo providenciou sua transferência junto ao
Clube do Remo. Estreou pelo time profissional do Paysandu no dia 29 de junho de
1955, em um amistoso contra a Tuna Luso Brasileira, no Estádio da Curuzu, que foi
vencida pelos adversários por 3 a 0. No ano seguinte, conquistou seus primeiros títulos:
campeão paraense de aspirantes e de profissionais, além de ter sido eleito a revelação
do campeonato. Naquele campeonato, Quarentinha deixou de ser um atacante e
passou a jogar como meia-esquerda, onde jogou até o final da sua carreira (COSTA,
2014, p. 248).
“Na verdade, esse jovem craque não disputou a maioria das pelejas do
campeonato de 56. Mas as suas exibições na série ‘melhor de três’
valeram por todo o certame. Lançado a última hora por Arnaldo Moraes,
esse jogador superou a todos que atuaram no serviço de ligação durante
a competição de 56. Calmo, jogando sempre de primeira, 40 foi um dos
artífices da conquista do título máximo pelo Paissandú. É um jogador
que além de auxiliar a defesa, acompanha de perto o ataque, ficando
portanto, às vezes, à vontade para atirar em goal, como aconteceu nas
duas pelejas contra o Clube do Remo. Pertence ao Paissandú” (FOLHA
VESPERTINA, 1956).
Campeonato Paraense. O título estadual veio após três jogos contra o Remo, sendo
que os dois primeiros terminaram empatados em 2 a 2 e 1 a 1 e o terceiro jogo foi
vencido pelo Paysandu por 1 a 0 (COSTA, 2013, p. 119). No mesmo ano, ele foi
escolhido o “Mais Popular Jogador Paraense”, em um concurso promovido pela Rádio
Marajoara (A PROVÍNCIA DO PARÁ, 1962).
No ano seguinte, o sexto título estadual veio de uma forma mais fácil, com o
Paysandu fazendo uma boa campanha, tendo apenas como maior derrota uma goleada
sofrida de 7 a 1 para a Tuna. Quarentinha atuava no time como meia-armador. Além
disso, ele também conquistou o título estadual de aspirantes. Porém, em 1964,
Quarentinha passou por uma cirurgia que o afastou dos gramados durante toda a
temporada, e não conquistou títulos, tendo perdido o Campeonato Paraense para o
Remo (COSTA, 2014, p. 65).
Ainda em 1964, interessou ao Náutico, de Pernambuco, que enviou
representantes para formalizar uma proposta por Quarentinha. O interesse foi manchete
no jornal Folha Vespertina, na edição do dia 1° de abril daquele ano. A transferência
não se concretizou, reforçando ainda mais a importância deste jogador para o
Paysandu.
plantel muito bem qualificado, que tinha Castilho, Edson Piola, Milton
Dias, Ércio, Vila, Milton Marabá, Pau Preto, Carlinhos, Abel, João
Tavares [...]. Então, era um plantel que muita gente não acreditava,
diziam que o Paysandu não iria superar o bicampeão mundial de clubes
em plena Curuzu. O fato gerou repercussão nacional e até mundial. Foi
um feito até pelo que o Peñarol representava naquela ocasião. Então, foi
um assunto que badalava o Brasil todo, até Armando Nogueira
(jornalista esportivo, falecido em 2010) fez comentários sobre a vitória,
fez um escrito sobre ela. Foi uma repercussão, um feito importante para
o Paysandu. Foi um jogo importante para mim, porque ele também faz
parte dos maiores feitos do Paysandu.
Em 1968, Quarentinha não foi campeão paraense, pois o Paysandu levou um gol
do Remo nos minutos finais, deixando o jogo empatado em 2 a 2, que deu ao Remo o
título de campeão. O Paysandu precisava vencer o jogo para forçar uma nova partida.
O gol foi irregular, pois o atacante que o fez, Amoroso, estava há uma distância de
menos de nove metros, pois, segundo as regras da época, deveria ser anulado. O juiz
da partida, José Cavalheiro de Moraes, não viu o lance, pois estava de costas, mas o
bandeirinha Theodorico Rodrigues viu e não falou para o árbitro (COSTA, 2014, p. 16).
Naquele mesmo ano, Quarentinha esteve em campo na vitória por 1 a 0 sobre a
seleção da Romênia, no Estádio da Curuzu. A seleção romena era uma das mais fortes
da Europa na época e havia se classificado para a Copa do Mundo de 1970, no México
(COSTA, 2002, p. 80).
Em 1969, conquistou pela décima vez o Campeonato Paraense, sendo um dos
principais responsáveis por assistências que originaram 126 gols durante todo o
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campeonato. No ano seguinte, não foi campeão estadual, mas participou de nove de
treze jogos que o Paysandu ficou sem perder para o maior rival. (COSTA, 2013, p. 156)
Em 1971, conquistou o seu décimo primeiro título paraense, em uma virada de 3
a 2 sobre o Remo no Estádio da Curuzu, onde o Paysandu chegou a perder por 2 a 0.
No mesmo ano, jogou mais uma partida contra o Remo, em dezembro, em um amistoso
que terminou 0 a 0. Foram os dois últimos clássicos de sua carreira. Além disso, foi
homenageado com um diploma de "honra ao mérito" concedido pela Câmara Municipal
de Belém. (COSTA, 2013, p. 163).
Em 1972, penúltimo ano de sua carreira, Quarentinha jogou apenas três partidas
do Campeonato Paraense, todas em maio, saindo do banco de reservas e contra
clubes menores. Conquistou o Estadual em um turno extra contra Remo e Tuna, já que
ambos haviam empatado no campeonato. Foi o seu décimo segundo título estadual, o
último de sua carreira (COSTA, 2002, p. 86).
Sua aposentadoria dos gramados ocorreu no dia 8 de abril de 1973, quando o
Paysandu empatou em 0 a 0 com a Tuna, em um amistoso ocorrido no Estádio Evandro
Almeida, do Clube do Remo. Quarentinha jogou os 45 minutos iniciais e, em seguida,
recebeu homenagens e deu volta olímpica com torcedores e familiares, além de tirar
fotos com os companheiros de Paysandu e adversários (COSTA, 2014, p. 247).
Após encerrar a carreira, continuou trabalhando no Serviço de Identificação Civil
da Polícia Militar, sendo remanejado em seguida para o Serviço de Identificação da
SEGUP, onde se aposentou em 1986 (COSTA, 2014, p. 250). Em 1987, foi eleito o
maior atleta da história do futebol paraense, em uma promoção feita pelo radialista e
jornalista Carlos Ferreira, pela Rádio Marajoara (A PROVÍNCIA DO PARÁ, 1987). A sua
casa, que fica no bairro do Telégrafo, foi o único bem conseguido com o futebol
(COSTA, 2014, p. 250).
O ator social relata que, mesmo depois de encerrada a sua carreira, ainda é
reconhecido nas ruas e o que construiu com o futebol, além de falar sobre a
homenagem recebida em 2014, quando completou 80 anos de idade:
Quarentinha - [...] Desde que eu parei de jogar, ainda sou reconhecido
pelos torcedores, que tiram foto comigo, etc. Pela mesma porta da
Curuzu que eu entrei em 55, saí em 73. Recebi uma estátua na qual não
representa o cidadão Quarenta, mas sim uma nação. Assim como eu,
poderia ser qualquer outro. Quando você tem uma responsabilidade
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3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT: This study aims to describe the sporting life of Paulo Benedito dos Santos
Braga, the "Quarentinha", to point out the characteristics that make this former athlete
an icon, to identify the factors that have made him a reference in the sport and to
analyze its importance for the Paraense soccer. Subsequently, questioning his real
contributions to soccer in the State of Pará. A case study was carried out, with a
bibliographical and documentary survey, as well as an interview with him, at his
residence in the Telegrafo neighborhood in Belém do Pará We highlight his greatest
achievements in soccer, especially the record of Paraense titles, where he won twelve,
in addition, the victories in international games. And also the vote in the year 2000 that
elected him the twentieth-century athlete of Paraense soccer. The results demonstrate
that Quarentinha began its trajectory in soccer, in fields of varzea, being common at the
time. Because he played for 18 years at the Paysandu Sport Club, he became an icon of
regional football. But we also noticed that the media was a determining factor for the
construction of Quarentinha, mainly through the radio stations Marajoara, Rádio Clube
do Pará and, newspapers such as: Folha do Norte, A Província do Pará and O Liberal.
Therefore, due to the influence that idolatry has, it is important to understand the career
of soccer players, mainly through a scientific analysis, where the academic means is an
environment conductive to this discussion.
Keywords: Quarentinha; Icon; Soccer
REFERÊNCIAS
FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007, p. 61-262.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999, p.
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