Você está na página 1de 26

AUXÍLIO-RECLUSÃO

Direitos dos Presos e de seus Familiares


Com Análise das Inconstitucionalidades da Baixa Renda

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 1 03/06/2014 10:57:31


1ª edição — 2007
2ª edição — 2014

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 2 03/06/2014 10:57:31


Hélio Gustavo Alves
Advogado, Mestre e Doutor em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP, recebeu o
Diploma de Mérito Acadêmico do Centro de Estudos de Direito Europeu por reconhecimento do
Conselho de Mestres, em Sintra, Portugal, no ano de 2007. Presidente de Honra do Conselho
Federal do Instituto dos Advogados Previdenciários — IAPE. Presidente da Comissão de Assuntos
Previdenciários da OAB-SC — Subsecção Blumenau. Membro da Comissão de Previdência Social
do Conselho Federal da OAB. Coordenador do curso de Pós-graduação lato sensu em Direito
Previdenciário da HGA Educação Continuada. Professor Universitário de Pós-graduação em
diversas Universidades e autor de Direito Previdenciário.

AUXÍLIO-RECLUSÃO
Direitos dos presos e de seus familiares
com análise das inconstitucionalidades da baixa renda
2ª edição

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 3 03/06/2014 10:57:32


EDITORA LTDA.
 Todos os direitos reservados

Rua Jaguaribe, 571


CEP 01224-001
São Paulo, SP — Brasil
Fone (11) 2167-1101
www.ltr.com.br

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: R. P. TIEZZI X


Projeto de Capa: FABIO GIGLIO
Impressão: ORGRAFIC GRÁFICA

Maio, 2014

Versão impressa - LTr 5088.5 - ISBN 978-85-361-2996-9


Versão digital - LTr 7807.9 - ISBN 978-85-361-3021-7

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Alves, Hélio Gustavo
Auxílio-reclusão : direitos dos presos e de seus familiares : com análise
das inconstitucionalidades da baixa renda / Hélio Gustavo Alves. — 2. ed. —
São Paulo : LTr, 2014.

Bibliografia

1. Benefícios (Direito previdenciário) 2. Prisioneiros — Estatuto jurídico


3. Seguridade social — Legislação — Brasil I. Título.

14-04046 CDU-34:368.415.6:343.8(81)
Índice para catálogo sistemático:
1. Brasil : Benefícios previdenciários : Auxílio-reclusão : Direito
previdenciário 34:368.415.6:343.8(81)

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 4 03/06/2014 10:57:32


Dedicatória
A Deus, pela luz que me concedeu nos momentos mais
difíceis. Esse Deus, a quem eu peço de joelhos todas as noites
que me use como seu Instrumento, a fim de fazer
com que eu contribua de forma positiva para sociedade poder viver
num mundo social mais justo e perfeito.
Aos meus pais, eternos mestres, que sempre ensinaram
e ensinam a lutar pelos meus objetivos de forma ética, humilde,
porém com a força de um guerreiro.
À Família IAPEANA, obtida através do Instituto
dos Advogados Previdenciários — IAPE, que me incentivou a lutar
pelo Direito Previdenciário.
Aos meus alunos, força motivadora para eu dedicar-me a cada dia à
academia, que diretamente colaboram para reedição desta obra.

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 5 03/06/2014 10:57:32


5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 6 03/06/2014 10:57:32
Agradecimentos
Aos amigos e professores que fazem parte direta e
indiretamente de minha vida acadêmica, municiando de
energia e informações inestimáveis, cooperando decisivamente
para a viabilização desta pesquisa científica.

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 7 03/06/2014 10:57:32


5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 8 03/06/2014 10:57:32
Sumário

Prefácio — Wladimir Novaes Martinez ........................................................15

Apresentação — Cesar Luiz Pasold ...............................................................17

Introdução .........................................................................................................21

Capítulo I — Contribuintes do Regime


Geral da Previdência Social

1. Dos segurados obrigatórios........................................................................23


1.1. Obrigatórios................................................................................................23
1.1.2. Empregado ..........................................................................................24
1.1.3. Empregado doméstico.......................................................................24
1.1.4. Contribuinte individual..................................................................25
1.1.5. Trabalhador avulso.........................................................................25
1.1.6. Segurado especial..............................................................................25
1.2. Facultativos................................................................................................26
1.3. Da filiação e inscrição..............................................................................26
1.4. Do segurado obrigatório..........................................................................26
1.5. Do segurado facultativo..........................................................................27
1.6. Das pessoas jurídicas .................................................................................27

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 9 03/06/2014 10:57:32


Capítulo II — Princípios Constitucionais da
Garantia do Auxílio-Reclusão

2.1. Princípios constitucionais .......................................................................29


2.2. Princípios da seguridade social ..............................................................30
2.2.1. Princípio da universalidade da cobertura do atendimento ...30
2.2.2. Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais.....................................31
2.2.3. Princípio da seletividade e distributividade na prestação
dos benefícios e serviços ................................................................32
2.2.4. Princípio da irredutibilidade do valor do benefício................32
2.2.5. Princípio da equidade na forma de participação no custeio...33
2.2.6. Princípio da diversidade da base de financiamento .................35

Capítulo III — O Auxílio-Reclusão

3.1. Antecedente histórico do auxílio-reclusão ........................................36


3.2. Natureza jurídica ......................................................................................41
3.3. O risco reclusão ........................................................................................42
3.4. Conceito doutrinário ...............................................................................45

Capítulo IV — Prisão e suas Espécies

4.1. Conceito de prisão .....................................................................................47


4.2. Prisão provisória .......................................................................................48
4.2.1. Prisão preventiva .............................................................................49
4.2.2. Prisão temporária ............................................................................50
4.2.3. Prisão por pronúncia ......................................................................51
4.2.4. Prisão em flagrante .........................................................................52
4.2.5. Prisão resultante de sentença penal condenatória ...............53
4.3. Prisão penal ................................................................................................54

10

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 10 03/06/2014 10:57:32


4.4. Prisão administrativa ..............................................................................54
4.5. Prisão civil ..................................................................................................56
4.6. Regimes prisionais ......................................................................................58
4.7. Reclusão e detenção .................................................................................60

Capítulo V — Regra Matriz do Auxílio-Reclusão

5.1. Introdução da regra matriz.....................................................................61


5.1.1. Descrição da hipótese de incidência previdenciária.................61
5.1.2. A integração da proteção previdenciária...................................63
5.2. Hipótese de incidência/antecedente ......................................................64
5.3. Critério material ......................................................................................67
5.4. Critério espacial ........................................................................................68
5.5. Critério temporal ......................................................................................68
5.6. Critério pessoal .........................................................................................71
5.7. Critério quantitativo ...............................................................................71

Capítulo VI — Qualidade de Segurado

6.1. Carência ......................................................................................................73


6.2. Qualidade de segurado .............................................................................73
6.3. Da manutenção da qualidade de segurado ..........................................74
6.4. Da perda da qualidade de segurado ......................................................75
6.5. Do restabelecimento da qualidade de segurado ................................76
6.6. Da perda da qualidade de dependente ..................................................76

Capítulo VII — Dos Dependentes do Auxílio-Reclusão

7.1. À luz da LOPS .............................................................................................78


7.2. À luz da Lei n. 8.213/91 .............................................................................82

11

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 11 03/06/2014 10:57:33


7.3. À luz da Lei n. 9.032/95 .............................................................................83
7.4. À luz do Decreto n. 3.048/99 ....................................................................85
7.5. À luz da Constituição Federal de 1988 ................................................87
7.6. À dependência econômica constitucional............................................89

Capítulo VIII — Data de Início do Benefício

8.1. Evolução histórica da Data do Início do Benefício — DIB..............94


8.2. Data do Início do Benefício — DIB para o menor que protocolou
o benefício a posteriori..............................................................................95

Capítulo IX — Baixa Renda

9.1. Breve histórico............................................................................................98


9.2. Emenda Constitucional n. 20/98.............................................................99
9.3. A Constitucionalidade da Emenda Constitucional n. 20/98............99
9.4. Conceito de baixa renda..........................................................................101
9.5. Entendimentos sobre qual renda a ser considerada para conces-
são do auxílio-reclusão: do segurado ou dependentes....................102
9.6. Renda baixa x garantia fundamental à luz da proteção dos prin-
cípios doutrinários previdenciários....................................................105
9.6.1. Princípio da igualdade...................................................................106
9.6.2. Princípio da seletividade e distributividade.............................108
9.6.3. Regra da contrapartida x princípio da reciprocidade............113

Capítulo X — Acumulação de Benefícios

10.1. Introdução...............................................................................................116
10.2. Fontes do direito previdenciário .......................................................117
10.3. Constitucionalidade da proibição da acumulação de aposenta-
doria com auxílio-reclusão.................................................................118
10.4. Hipótese de acumulação de aposentadoria com auxílio-reclusão .119

12

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 12 03/06/2014 10:57:33


Capítulo XI — Cessação e Suspensão do Auxílio-Reclusão

11.1. Introdução ..............................................................................................124


11.2. Auxílio-reclusão e fuga ........................................................................125
11.3. Morte do preso na prisão .....................................................................129
11.4. Restabelecimento do benefício ...........................................................130

Conclusões .......................................................................................................131

Bibliografia ......................................................................................................133

13

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 13 03/06/2014 10:57:33


5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 14 03/06/2014 10:57:33
Prefácio

A bibliografia brasileira de Direito Previdenciário adquiriu maioridade


há algum tempo. Possivelmente em nenhum país existem tantos livros sobre
Previdência Social como no Brasil.
E bons livros, entre os quais monografias, ensaios, cursos, comentários
à legislação e obras especializadas em matéria de custeio e de benefícios.
Alguns deles tratando enfaticamente de uma das muitas prestações do RGPS
de pagamento continuado.
Este “Auxílio-Reclusão”, agora em segunda edição, de Hélio Gustavo
Alves é um exemplo marcante. Abordou tudo o que diz respeito ao direito
previdenciário dos presos e dos seus familiares. Praticamente esgotou o
tema com objetividade.
A simples leitura do seu sumário ressalta a importância jurídica, técnica
e prática do seu desenvolvimento, justificando ser consultado o texto inte-
gral. No Capítulo I o autor elabora uma introdução dos principais aspectos
da Previdência Social necessários para a compreensão desse benefício, o
único que os dependentes recebem enquanto o segurado está vivo e, in casu,
preso, detido ou recluso.
Logo em seguida, o que é bastante relevante, tece considerações sobre
as garantias constitucionais desse benefício (Capítulo II). A prestação é
examinada com profundidade no Capítulo III, bem como os diversos tipos
de prisões.
Principalmente, enfoca a celebérrima questão da baixa renda mensal
daqueles que não geram o direito a esse benefício (Capítulo IX).
Costumo ressaltar também que ele foi o primeiro que lembrou que o
evadido caracteriza o requisito da pensão por morte para os dependentes. Teo-
ricamente, um segurado foragido da prisão não tem como sustentar a família.

15

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 15 03/06/2014 10:57:33


Hélio Gustavo Alves não se esqueceu de dar ênfase à regra matriz do
auxílio-reclusão, segundo os seus vários critérios.
Ele está, mais uma vez, de parabéns e a LTr Editora que, em boa hora,
nos ofereceu esta magnífica contribuição doutrinária, tratando de um tema
difícil e pouco estudado no Direito Previdenciário.

Wladimir Novaes Martinez


Professor e autor de mais de 100 obras previdenciárias.

16

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 16 03/06/2014 10:57:33


Apresentação

O autor, Hélio Gustavo Alves, possui um significativo Curriculum


Vitae, preenchido com efetivo exercício da Advocacia e importantes títulos
e militância acadêmica.
Da titulação acadêmica, ressalta-se inicialmente o Mestrado em Direito
Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC/
SP, concluído em 2006. A sua Dissertação teve como título Auxílio-Reclusão
no Regime Geral de Previdência Social. É Doutor em Direito, também pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil. A Tese, defendida e
aprovada em 2012, foi intitulada “Relação Jurídica da Habilitação e Reabi-
litação Profissional no Direito Positivo: Responsabilidade do Empregador
ou da Previdência Social?”. Registre-se que recebeu o Diploma de Mérito
Acadêmico do Centro de Estudos de Direito Europeu por reconhecimento
do Conselho de Mestres, em Sintra, Portugal, no ano de 2007.
No Magistério, destaca-se como Professor da Escola Superior da Advo-
cacia em São Paulo e Professor de Pós-graduação em Direito Previdenciário
em Instituições Universitárias brasileiras.
Na Advocacia, milita em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro,
Campinas e Portugal, e é Sócio-Fundador da Alves Advogados Associados
(fundação ocorrida em outubro de 2005).
É o Presidente de Honra do Conselho Federal do Instituto dos
Advogados Previdenciários — IAPE. Presidente da Comissão de Assuntos
Previdenciários da OAB-Blumenau-SC. Membro da Comissão de Seguri-
dade Social da OAB-SC. Ex-presidente da Comissão de Seguridade Social
da Ordem dos Advogados do Brasil-SP e ex-Vice-Presidente da Comissão
de Seguridade Social da Ordem dos Advogados do Brasil-SP, além de ser
Diretor da HGA Educação Continuada.

17

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 17 03/06/2014 10:57:33


Como pode o Leitor perceber, o Autor soma a atividade prática da
Advocacia com a Pesquisa e o Ensino Jurídico, adicionadas à participação
em instituições relevantes na área jurídica. Essa dinâmica exercida com se-
riedade e competência certamente qualifica-o para a continuada produção
de artigos e obras sobre assuntos do Direito, especialmente os relacionados
com a Previdência Social lato sensu e seus desdobramentos multitemáticos.
No fundo, a sua produção preocupa-se e ocupa-se com o Direito Social, na
dimensão do discurso e em sua conexão com a efetivação na realidade da
vida em Sociedade.
Na presente obra, o Prof. Dr. Hélio Gustavo Alves cumpre, mais uma
vez com efetiva qualidade, a sua função social como Intelectual, Cientista e
Advogado, expondo assunto de muita relevância, e o fazendo sob perspec-
tivas descritivas, analíticas e construtivas.
Este livro possui um título que é explicativo da abrangência de seu
conteúdo, assim: AUXÍLIO-RECLUSÃO — Direitos dos presos e de seus fami-
liares — com análise das inconstitucionalidades da baixa renda.
A sua estrutura capitular, em adequada lógica indutiva, contempla 11
capítulos, nos quais, sempre que pertinente, é utilizada abordagem histórica,
além das acima mencionadas perspectivas.
Os Capítulos I e II cuidam de fundamentos do conteúdo. O primeiro,
contemplando o tema “Contribuintes do Regime Geral da Previdência”,
trabalha com categorias epistemológicas basilares ao Direito Previdenciário
Brasileiro, desde os segurados obrigatórios aos facultativos. O segundo capí-
tulo trata dos “Princípios Constitucionais da Garantia do Auxílio-Reclusão”,
iniciando por considerações sobre Princípios Constitucionais, e expondo
didaticamente seis Princípios da Seguridade Social, desde o “Princípio da
universalidade da cobertura do atendimento” até o “Princípio da diversidade
da base de financiamento”, passando pelo “Princípio da irredutibilidade do
valor do benefício”.
Dos Capítulos III ao XI, encontramos lições objetivas, em conexões
teórico-práticas, a respeito dos seguintes temas: “Auxílio-Reclusão”; “Pri-
são e suas Espécies”; “Regra Matriz do Auxílio-Reclusão”; “Qualidade de
Segurado”; “Dos Dependentes do Auxílio-Reclusão”; “Data de início do
benefício”; “Baixa Renda”; “Acumulação de Benefícios”; e “Cessação e
Suspensão do Auxílio-Benefício”.
Nas Conclusões está expressa a essência do Livro em 12 tópicos que
resumem os aspectos nodais do conteúdo da Obra.

18

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 18 03/06/2014 10:57:33


Merecem destaque especial, a localização histórica do surgimento do
Auxílio-Reclusão (em 1933, pelo Decreto n. 22.872) e, sobretudo, o firme
alerta do Autor, no último tópico, sobre as consequências de uma eventual
extinção ou redução do Auxílio-Reclusão.
Enfim, permito-me ponderar — e procuro fazê-lo sempre que surge a
oportunidade — que a Pesquisa Jurídica sobre um tema de Direito, não se
basta a si própria.
Ela necessita, muito e em todo o tempo, de visão multidisciplinar, seja
intrínseca, seja extrínseca — as duas ou no mínimo a primeira delas — para
realizar estudos de seus temas e categorias.
Pois, ao final da leitura e ao exame da Bibliografia que sustenta o Livro
em tela, percebe-se que o Prof. Dr. Hélio, muito adequadamente, valeu-se
de conhecimentos selecionados de: Filosofia do Direito, Direito Constitu-
cional, Direito Previdenciário, Direito Tributário, Direito Penal, e Direito
Processual Penal.
Parabéns ao Autor e à Editora por tornarem públicas as úteis Lições
contidas nesta Obra!
Ilha de Santa Catarina, março de 2014.

Cesar Luiz Pasold


Advogado (OAB/SC-943). Professor Universitário. Doutor em Direito do Estado pela
USP e Pós-Doutor em Direito das Relações Sociais pela UFPR.

19

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 19 03/06/2014 10:57:33


5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 20 03/06/2014 10:57:33
Introdução

O objetivo primordial deste trabalho é demonstrar a importância da


existência da prestação previdenciária auxílio-reclusão para a manutenção
e proteção da família e dependentes.
Foi abordada a questão histórica do benefício para uma maior com-
preensão de sua função social, passando pela evolução legislativa até a sua
atual regulamentação normativa.
Faz-se necessário o estudo devido à atualização legislativa pertinente
ao auxílio-reclusão que, aos poucos, foi diminuindo e limitando a proteção
da família e dependentes.
A obra demonstra que um dos retrocessos ocorre no auxílio-reclusão,
diante de inconstitucionalidades que serão apresentadas.
Sustentaremos que é cabível o benefício auxílio-reclusão para o preso
que é aposentado que exerça uma atividade profissional.
Foram levantadas as espécies de prisões e de regimes desmistificando
quando é cabível o auxílio-reclusão, como e por que suspende-se e/ou cessa
o benefício.
Desde o início do trabalho até a conclusão, foi demonstrado que o auxí-
lio-reclusão é um benefício que garante a proteção da família e dependentes,
além da fundamental importância para o equilíbrio à economia do País, ou
seja, proporciona aos recebedores uma qualidade de vida digna, servindo a
renda mensal para sustentação às bases alimentar e educacional e à saúde.
Enfim, o auxílio-reclusão é necessário para que os dependentes não
fiquem desamparados em situação de miserabilidade, fato que fere todos
os princípios ligados à dignidade da pessoa humana. Por esses motivos é
que cabe a pesquisa deste tema, a fim de demonstrar que esse benefício não
pode ser reduzido ou retirado do rol de prestações previdenciárias.

21

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 21 03/06/2014 10:57:33


5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 22 03/06/2014 10:57:33
Capítulo I

Contribuintes do Regime
Geral da Previdência Social

1. Dos segurados obrigatórios

Os segurados da previdência social se dividem em duas categorias,


obrigatórios e facultativos, conforme segue abaixo:
A) Obrigatórios, que se dividem em:

— Empregado — Empregado doméstico

— Contribuinte individual — Trabalhador avulso

— Segurado especial

B) Facultativos (único)

A seguir passaremos a dissertar sobre suas peculiaridades.

1.1. Obrigatórios

Os segurados obrigatórios exercem atividade laboral com ou sem


vínculo empregatício, remunerado, de forma efetiva ou eventual, podendo
ser rural ou urbano, abrangida pelo Regime Geral da Previdência Social,

23

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 23 03/06/2014 10:57:33


com exceção do estagiário, que tem regulamentação própria à luz do art. 12,
§ 2º, da Lei n. 11.788/2008(1).

1.1.2. Empregado

É a pessoa física que presta serviço lícito contínuo, de caráter pessoal,


mediante remuneração e subordinação do empregador, podendo ser a ati-
vidade urbana ou rural.

1.1.3. Empregado doméstico

Esta atividade tem as mesmas características das do empregado, porém,


por seu caráter restrito a serviços residenciais, não pode ser exercida num
ambiente comercial, por exemplo:
— Empregado + Trabalho em residência = Empregado doméstica
(regido pelas Leis ns. 5.859/72 e 10.208/01 e art. 7º, parágrafo único,
da Carta Magna);
— Empregado + Trabalho em empresa/comércio = Empregado
(Regido pela CLT);
— Empregado + Trabalho em residência/comércio = Empregado
(Regido pela CLT).
Portanto, o que distingue o empregado e o doméstico não é o ambiente,
mas a finalidade do serviço prestado, pois pode haver finalidade lucrativa
dentro de uma residência, como por exemplo: o(a) empregador(a) vende
bolos para fora que a empregada os faz.
Vale ressaltar que o motorista particular, caseiro, enfermeiro particular,
o piloto ou comandante de aeronave particular, o vigia particular, o jardi-
neiro, o governanto, o mordomo são considerados domésticos.
Para ficar mais claro, podemos usar o exemplo de um dentista:

(1) Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acor-
dada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio
não obrigatório.
(...)
§ 2º Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de Pre-
vidência Social.

24

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 24 03/06/2014 10:57:33


— se o empregado trabalha somente no consultório, não é
doméstico, e sim empregada regida pela CLT;
— se trabalha em seu consultório dentário, que fica dentro de sua
residência, e limpa os dois ambientes, é empregado celetista;
— porém, se trabalha somente na residência do dentista, aí sim é
considerado empregado doméstico.

1.1.4. Contribuinte individual

São considerados contribuintes individuais, por não terem vínculo


empregatício, sendo, portanto, responsáveis pela própria contribuição; po-
rém, com o advento da Lei n. 10.666/03, a empresa fica obrigada a arrecadar
e realizar o pagamento do contribuinte até o dia 20 do mês seguinte ao da
competência. São equiparados a esta categoria o empregado, o trabalhador
autônomo e o equiparado a trabalhador autônomo.

1.1.5. Trabalhador avulso

É aquele que presta serviço a diversas empresas, sem vínculo empre-


gatício, podendo ser a atividade urbana e rural, ser sindicalizado ou não;
porém há a obrigatoriedade da intermediação do Órgão Gestor de Mão de
Obra — OGMO ou sindicato, em sua contratação.

1.1.6. Segurado especial

Este segurado difere dos demais pelo seu modo de contribuição, em


que sua base de cálculo é a comercialização.
É importante ressaltar que o segurado especial, mesmo que não con-
tribua, terá direito aos benefícios previdenciários, desde que comprove o
tempo de serviço em atividade rural.
As atividades consideradas especiais são: o produtor, o parceiro, o
meeiro, o arrendatário rural e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes. Contribuirão para a seguridade social mediante a

25

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 25 03/06/2014 10:57:33


aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção
e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

1.2. Facultativos

É considerado contribuinte facultativo por maior de 16 anos de idade,


que não exerça uma atividade remunerada e que não esteja enquadrada
como segurado obrigatório da previdência social e que decida contribuir
com a previdência ou manter a qualidade de segurado.
Não pode figurar como segurado facultativo o participante de regime
próprio de previdência.

1.3. Da filiação e inscrição

A filiação é o vínculo jurídico da pessoa no Regime Geral da Previdência


Social, nascendo direitos e obrigações de ambos.
Para os segurados obrigatórios, no exercício de atividade remunerada,
a filiação ocorre de forma automática, não existindo qualquer ato para sua
formalização.
A inscrição é o ato realizado pelo segurado, momento em que são ca-
dastrados dados pessoais e outros exigidos no Regime Geral da Previdência
Social.

1.4. Do segurado obrigatório

— Trabalhador empregado: existindo o contrato de trabalho e/


ou, o vínculo empregatício provado em ação trabalhista, realizado
pelo empregador;

— Trabalhador avulso: conter o registro no gestor de mão de obra,


realizado pelo órgão gestor de mão de obra ou sindicato;

— Trabalhador doméstico: ter a prova da relação de emprego. A


inscrição pode ser realizada pelo próprio, devendo levar ao INSS
o NIT, PIS ou PASEP;

26

5088.5 Auxílio-Reclusão.indd 26 03/06/2014 10:57:33

Você também pode gostar