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STARCROSSED DATING AGENCY 1

GEORGETTE ST. CLAIR


LANÇAMENTO
EM BREVE
Talia Fisher gosta de falar para seus amigos que seu
chefe sexy, Lukan, é uma verdadeira besta, mas não tem
ideia de que tem razão. Ela descobre a verdade uma noite
quando entra em seu escritório para enfrentá-lo... E se
encontra sendo transportada a outro planeta. Um planeta
cheio de alienígenas sexys que apreciam suas curvas e estão
praticamente subindo uns sobre os outros para reclamá-la,
mas Lukan tem outras ideias.
Agora que Talia está aqui, ele reafirmará sua
reivindicação na beleza curvilínea que esteve perseguindo-o
em seus sonhos. Infelizmente, isso significa que Talia deve
deixar seus amigos e familiares para sempre, e não há
maneira nenhuma que ela esteja de acordo com isso.
O novo RBF de Talia (melhor amigo robô) tem falhas que
podem iniciar acidentalmente uma guerra entre rebanhos
rivais. Acrescentem uma invasão de cyborgs e um rival
ciumento que não se deterá para ganhar. Lukan e Talia
enfrentarão um desafio que está fora deste mundo.
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CAPÍTULO I.
— É impossível te agradar, Lukan. — Alexandra Van Der
Willig, respondeu enquanto ele impacientemente empurrava as
fotografias de volta para ela por cima da mesa de mogno. Havia
uma série de imagens, com meia dúzia de mulheres bonitas
sorrindo sedutoramente para a câmera. — Você está rejeitando-as,
mas ainda não conhece nenhuma delas.

Ela jogou para trás seu longo cabelo loiro brilhante e piscou
seus cílios para ele. Arrumava o cabelo e escolhia seus trajes de
trabalho mais sexys sempre que vinha ao escritório, hoje, usava
uma regata de renda e seu perfume mais sensual.

Estava secretamente feliz de ver que ele não gostava das


potenciais companheiras que tinha sugerido. Talvez ainda
houvesse uma possibilidade de que a escolhesse. Não havia razão
para não o fazer. Todo este assunto de querer encontrar a sua
“verdadeira companheira”, como se seu coração soubesse quando
a conhecesse... Que desperdício.

Alexandra era perfeita para ele, era perfeita para qualquer


homem, na verdade. Linda com seu nariz minúsculo,
cirurgicamente melhorado, era uma pessoa elegante e
encantadora. Claro, alguém tão especial como ela nunca se
conformaria, com nada menos do que merecia, um homem que
não só fosse rico, mas milionário, e não só bonito, mas o cara que
atraía todos os olhares de cada mulher que colocasse os olhos
nele.

Um homem como Lukan.

Lukan, com sua presença dominante, seus largos ombros e


olhos azul gelo. Seu cabelo escuro, grosso e sedoso, mandíbula
forte, os lábios cheios e sensuais. Andava com passo firme, com
suprema confiança. Movia-se como o predador que era e estava
sempre preparada para que a atacasse e a devorasse. Esse era o
tipo de homem que Alexandra merecia.

Infelizmente, Lukan, um de seus dois parceiros comerciais no


Million Dollar Matches, não se deu conta disso ainda. Já tinha se
insinuado várias vezes, mas sempre a rejeitava inflexivelmente. Ela
sorria com os dentes cerrados e fingia vacilar graciosamente, mas
não aceitaria a derrota.

— Por que não discutimos esta noite no jantar? Se vier para


minha casa, poderia cozinhar algo.

Poderia pedir de seu restaurante favorito e fingir que havia


cozinhado. — Gostaria que você me dissesse o que está
procurando. — Ela se inclinou para frente, mostrando seu decote
e piscou seus cílios novamente, mais rápido desta vez, para que a
notasse.

— Há algo de errado? — ele perguntou, arqueando uma


sobrancelha. — Está piscando muito forte. Está tendo... O que se
chama na Terra de convulsão?

Ela se sentou com um pulo, seu sorriso endureceu até que


era quase uma careta.
— Oh não. Estou bem. Muito obrigada por perguntar, no
entanto. Você é sempre tão atencioso. Qualquer mulher teria sorte
em ser sua.

Por dentro, estava fervendo. Será que esse idiota atrevido


sabia da quantidade de homens que ela estava rechaçando
enquanto esperava por ele? Homens que eram quase tão ricos e
quase tão atrativos quanto ele.

Espere até que consiga enganá-lo para casar-se com ela, pois
descobriria uma maneira e uma vez que estivessem casados,
estaria preso. Os Wor-Lan se casavam para toda a vida e ela
poderia comportar-se como quisesse. Faria com que rastejasse por
sexo, os Wor-Lan possuíam impulsos sexuais notoriamente altos.
Dormiria com quem quisesse. E, de acordo com as regras deles,
seria obrigado a tratá-la como uma rainha, não importava o que
acontecesse. Os homens Wor-Lan eram tão devotos a suas
mulheres como ferozes para seus inimigos.

Olhou ao redor de seu enorme escritório, que, apesar de suas


tentativas em se misturar, sentia-se estranha como ele. As
tortuosas esculturas de prata foram baseadas nas árvores de seu
planeta, as tapeçarias de seda pintadas de vermelho e negro,
penduradas nas paredes, os ornamentos de madeira escuros e de
grão vermelho de seu escritório, esculpidos de árvores que não
cresciam na Terra. Era horripilante e inquietante. Ela o faria
redecorar completamente depois de se casarem.

Suas sobrancelhas se uniram em uma careta. Ele sacudiu a


cabeça e agitou sua mão em demissão.
— Nenhuma destas mulheres é aceitável. Não estou
interessado que procure mais, além deste ponto, já disse a você.
Por favor, continue se concentrando em encontrar coincidências
aceitáveis para nossos clientes. Sua taxa de êxito continua baixa,
e isso me preocupa.

Bom, não era sua culpa que muitos dos membros da manada
fossem tão estúpidos e teimosos como ele. Ela só aceitava mulheres
da mais alta qualidade, e se eram muito tolos para apreciá-las, isso
era problema deles, não seu.

E vão a merda com sua manada, todos eles. Ela estava


decidida a conseguir o seu prêmio.

— Oh, mas Lukan, não posso deixar você desistir do amor —


ronronou. — Tenho certeza de que a mulher certa está por aí. É
possível que seja alguém a quem conhece desde o começo. Alguém
que você nunca deu uma oportunidade.

Para sua surpresa, deu um breve aceno com a cabeça e


encolheu os ombros. Encostou-se a sua cadeira de couro, olhando
pela janela para o horizonte de Manhattan.

Sentiu uma onda de emoção, finalmente estavam chegando a


algum lugar! Ele estava a ponto de reconhecer que ela era para ele?

Respirou fundo, subindo seu peito tanto quanto possível,


arqueou as costas e começou a piscar seus cílios, mas logo se
obrigou a parar.

— Então — disse com um sorriso — Acredito que...


A porta se abriu e Talia Fisher, a assistente pessoal de Lukan,
entrou. Alexandra tinha escolhido Talia para assegurar-se de que
Lukan não se distrairia ou, o que não podia permitir, se sentisse
atraído, e também para proporcionar um forte contraste com sua
aparência atraente e sofisticada.Talia era baixa e gorda, com
cabelos e olhos castanhos, ria muito alto e nem sequer tentava
esconder a quão gorda era com roupas largas. Hoje seu apertado
vestido azul mostrava cada dobrinha em sua cintura. Permitia que
todos a vissem comendo todo o tempo. E embora ela fosse tão pobre
como um camundongo de igreja, sempre estava alegre, o que de
alguma forma incomodava ainda mais.

Olhando pelo lado positivo, era óbvio que Lukan não gostava.
Sempre parecia incômodado quando Talia estava ao seu redor.
Talvez fosse por conta de algumas das coisas que Alexandra disse
a respeito dela. Infelizmente, Talia tinha um horrível sentido de
tempo.

— Olá, senhor Anders — disse. — Tenho o...

Alexandra pulou em seus pés com um grito de raiva.

— Maldição! — gritou. — Como se atreve a entrar aqui sem


bater? — Justo quando finalmente tinha progredido com Lukan!

Talia a olhou com os olhos arregalados.

— Nossa, Sra. Van Der Willig, sinto muito, mas...

— Eu não dou a mínima para o que você sente, gorda, vaca


estúpida! Está despedida! Fora, agora mesmo, e não volte! Estou
cansada de olhar para você!
Ao invés de se encolher como deveria, Talia se endireitou e
olhou para Alexandra diretamente nos olhos.

— Não acredito que seja apropriado ou profissional que me


diga adjetivos insultantes deste tipo.

Como Talia se atrevia a tratá-la com tanta falta de respeito?

Alexandra respirou profundamente, pronta para lhe dizer o


que realmente pensava dela, mas Lukan ficou de pé em um salto,
com os olhos ardendo de ira. Ele era impressionante com seus dois
metros e treze de altura, inclusive em seu terno de negócios, de cor
carvão e uma camisa branca engomada, dava para ver seus
músculos tensos enquanto fechava e abria os punhos. Com sorte
mostraria a essa vaca gorda a porta.

— Talia veio aqui porque lhe pedi que me trouxesse os


arquivos sobre as últimas perspectivas — disse. — Não fale com
ela, nem com ninguém mais que trabalhe para esta agência, dessa
maneira outra vez. E agora se desculpe imediatamente.

A boca de Alexandra se abriu.

— Não pedirei desculpas! Ela é uma empregada! — Irritou-se


com os olhos ardendo de raiva. — Falarei com ela da forma que
quiser. E você, de todas as pessoas, deve entender a importância
de assegurar que seus subordinados mostrem respeito, dado...

Viu como a olhava e se deteve imediatamente. Estava tão


furiosa que quase falou algo sobre Lukan sendo o Reginar de sua
manada o porta-voz de sua gente para o líder.
— Eu entendo que como líder deve comportar-se de uma
maneira respeitosa, se quer ser tratado com respeito. Ela não será
despedida, e agora se desculpará, ou nossa sociedade terminará.

Alexandra balbuciou furiosamente. Realmente faria isso? Ela


era seu único contato na Terra. Sua gente precisava encontrar
fêmeas humanas para acasalarem desesperadamente. Era sua
única oportunidade de repovoar seu mundo depois das mortíferas
Guerras Populacionais que haviam devastado Ilyria trinta anos
atrás.

Já tinha uma agência de namoro bem estabelecida quando


ele se aproximou. Como encontraria mulheres por sua conta?
Destacava-se, com sua altura e seus músculos, e sempre existia o
risco de se expor espontaneamente.

Se ele fosse embora, ficaria Treffon, o outro sócio comercial


de Ilyria?

Que seja. Não podia arriscar-se, Lukan lhe pagava muito


dinheiro só para apresentar as mulheres, e lhe pagava uma maldita
fortuna cada vez que formava um casal bem-sucedido. Estava
fazendo muito dinheiro assim... E de qualquer maneira, Lukan era
dela, maldita seja! Ela não o deixaria ir.

Ela forçou um sorriso.

— Talia. Sinto muito por dizer essas coisas. Não deveria ter te
chamado de vaca gorda. Estou sob muita pressão agora, fazendo
deste negócio o melhor que posso, e me comportei de maneira
inapropriada.
— Claro — disse Talia com calma. — Espero que não volte a
acontecer.

Ela só podia estar de brincadeira comigo. Ela deveria estar


beijando meus pés com gratidão agora mesmo! Alexandra disfarçou
sua raiva, e quando olhou para Lukan o viu levantar uma
sobrancelha.

— É obvio que não — disse, colocando poder em seu sorriso.

— Você pode nos dar licença agora — pediu Lukan, com um


tom frio e Alexandra se sentiu aliviada. Algo a respeito de Talia
estando tão perto de Lukan a deixava nervosa, sem motivo algum.
Lukan não poderia preferir Talia. De maneira nenhuma.

— Escutou? Saia. Por favor — adicionou, sorrindo


amplamente.

— Estou falando com você — disse Lukan a Alexandra


devolvendo-lhe as fotografias.

Alexandra pareceu surpresa por um longo momento, e


finalmente, quando ele pigarreou com impaciência e franziu a
testa, ela deu a volta e saiu, com a cabeça erguida.

Antes de sair, lançou um rápido olhar para eles. Lukan estava


sentado atrás de sua mesa, sem encontrar os olhos de Talia.

Quando Alexandra fechou a porta atrás dela, sentiu uma


pontada de preocupação. Lukan não poderia, de modo algum, estar
interessado em Talia, não é? Há um ano, quando apresentara Talia
como sua assistente, havia dito a Alexandra que ela era muito
atraente, mas na época acreditava que ele estava apenas sendo
educado, agora não tinha tanta certeza mais do que pensar. Não
deixaria nada ao azar. Ela estava satisfeita ao ver a surpresa de
Lukan na época, pois ele acreditara em todas as mentiras que ela
disse. Não que Talia tivesse alguma chance, é obvio.

Alexandra riu enquanto caminhava pelo corredor, o que lhe


rendeu um olhar surpreso de Rosamund, a amiga igualmente
gordinha de Talia. A fotógrafa e desenhista, Rosamund esfregava o
braço como se acabasse de ser ferida, e se afastou rapidamente do
estúdio onde tirava suas fotos.

— O que diabos está olhando, senhorita Pig? — perguntou


Alexandra, e se alegrou ao ver Rosamund estremecer e retroceder.
Seu pálido rosto ficou vermelho.

— Nada, senhora Van Der Willig. — Murmurou Rosamund,


olhando aterrorizada para ela.

Alexandra sorriu para si mesma. Eu ainda tenho o poder,


pensou, e se dirigiu a seu escritório.
CAPÍTULO II.
Talia suspirou aliviada quando Alexandra saiu da sala.
Preciso deste trabalho, preciso deste trabalho, repetiu uma e outra
vez em sua cabeça.

Entretanto, havia limites. Sua falecida mãe, que era sua


maior incentivadora, a tinha criado para enfrentar aos poderosos.
Poderia receber três vezes mais do que um assistente pessoal
recém-formado normalmente receberia de pagamento, mas não
trabalharia em nenhuma empresa com um chefe que a
menosprezasse. Se chegasse a isso, ela pararia de fumar e
trabalharia em dois ou três empregos em outro lugar.

Já tinha feito isso antes. Merda, dormir era superestimado.


Seu pai estava incapacitado por seu acidente no trabalho, e
precisava de medicação e fisioterapia. Teria tudo o que necessitava,
mesmo que tivesse que trabalhar cem horas por semana.

Ela olhou para Lukan. É claro que trabalhar aqui e suportar


a merda de Alexandra tinham suas vantagens. Ela olhou para o
cabelo negro brilhante dele, a suave curva de seus lábios, a forte
coluna de sua garganta. Seu caro traje não ocultava a força bruta
de seu corpo. Era suficiente para que segurasse um gemido de
desejo. Trabalhava para os olhos mais sexys em toda a Manhattan.

Inclusive ele era também um resmungão. Como agora mesmo.


O senhor gostosão, olhava fixamente para sua mesa e analisava os
arquivos como se lhe tivesse entregado fotografias de lixo podre ao
invés de belas mulheres.

— Como vai hoje, senhor Anders? — ela perguntou.

Ele levantou o olhar e pegou um pequeno vidro que estava


sobre sua mesa. Tirou uma das estranhas cápsulas azuis da
embalagem, como fazia muitas vezes ao dia, e a engoliu.

— Estaria muito melhor se Alexandra usasse menos perfume


— disse, e Talia conteve um sorriso.

Lukan pressionou um botão em sua mesa e o ventilador de


teto começou a girar. Pressionou um par de botões mais e algo
começou a cantarolar, assim o cheiro do perfume de Alexandra se
evaporou.

Lukan tinha alguns dispositivos estranhos na mão,


dispositivos que nunca tinha visto antes. Tinha mencionado uma
vez que era dono de uma empresa que estava desenvolvendo uma
nova tecnologia de consumo, mas que estava há anos de publicá-
la no mercado. Ela não sabia o porquê, pois, tudo o que tinha visto
parecia funcionar perfeitamente.

Olhou ao redor da sala, tão arrumada e exoticamente


decorada, e cheirou o ar.

— Isso foi rápido — disse com surpresa. — O aroma se foi


completamente. Geralmente, esse perfume dura horas. — Deus
sabia que ela e Rosamund vinham respirando esse cheiro há
tempos, até cobriam seus narizes com guardanapos depois que
Alexandra atravessava a sala.
— Desenhei o difusor de aromas especificamente para ela —
declarou Lukan.

Talia jogou a cabeça para trás e riu.

— Oh, bom Deus — disse, secando as lágrimas de alegria. —


Às vezes juro que realmente tem senso de humor.

— Você estaria errada. — Assegurou-lhe com seriedade, mas


estava certa de ver um pequeno sorriso escapando de seus lábios.

Várias vezes Talia se perguntou como seria vê-lo realmente


sorrir. Um sorriso grande e feliz estendendo-se por seu rosto.
Imaginou que o faria parecer ainda mais impressionante. Talia
gostava de fazer as pessoas sorrirem, e Lukan sempre parecia tão
tenso e preocupado. O que seria necessário para que ele sorrisse?

Este não era seu único pensamento em relação a Lukan.


Todos os tipos de pensamentos inapropriados passavam em sua
mente quando pensava em seu severo chefe. Como seria nu? Como
seria sentir esses suaves e sensuais lábios? Como seria estar nua
debaixo dele? Ou ser jogada sobre aquela grande mesa do
escritório, com ele por trás e com as mãos firmemente apertadas
aos quadris enquanto ele a empurrava... Ela sentiu que suas
bochechas queimavam diante destes pensamentos. Graças a Deus
não podia ler mentes.

Ou poderia? Ela o olhou.

— Não pode ler mentes, não é? — perguntou um pouco


nervosa. Lukan sempre parecia um pouco... Diferente... De outro
mundo, para ela. Mais que humano.
Ele a olhou, seu rosto inexpressivo.

— Não — disse finalmente. Ele não perguntou por que fez


uma pergunta como essa, ou riria dela, como a maioria das
pessoas.

Sua carranca se aprofundou quando ele a olhou. Suas


narinas se alargaram e ele lambeu os lábios como se saboreasse o
ar agora que o persistente odor do perfume de Alexandra tinha
desaparecido. O coração de Talia vibrou no peito.

— O que te faz feliz? — ela perguntou. Isso era incomum para


ela. Eles normalmente não falavam de assuntos pessoais. Lukan
Anders era tudo sobre negócios.

— Eu? — Ele olhou-a com espanto.

— Não há mais ninguém aqui.

Suas sobrancelhas se elevaram ainda mais quando ele a


olhou. Fez uma pausa, encolheu os ombros e disse.

— Não sei, não penso nisso quando estou no trabalho. — Uma


falta de resposta se alguma vez tinha escutado uma.

— Deveria. Quando estiver em seu leito de morte, não vai dizer


que gostaria de ter passado mais tempo no escritório...

— Isso é... Uma ideia interessante. Trouxe-me as pastas de


arquivos? Há algo mais?

— Bom, o novo site é muito eficaz. Estamos recebendo o dobro


de registros de novos clientes.
— Prepare um relatório e me envie isso. — Olhou para sua
mesa, franzindo a testa para os jornais. Ela foi claramente
dispensada. Não devia doer tanto, mas doía. Cada vez.

Talia mordeu o lábio, deu meia volta e saiu do escritório. Se


tivesse olhado para trás um pouquinho, teria visto algo
assombroso. Teria visto Lukan olhando-a com um desejo infinito,
seu olhar vagando por seu corpo completamente e persistindo
avidamente em cada curva. Ela o teria visto acariciando-a com os
olhos, e teria visto a feroz carranca derreter-se em um olhar de
fome crua.

Mas ela não olhou para trás. Deixou que a porta se fechasse
e rapidamente se afastou, com os ombros encurvados contra a dor
contínua de sua rejeição.
CAPÍTULO III.
— Ele é impossível de agradar — Talia reclamou para
Rosamund em uma festa com os clientes no Anders Tower
Penthouse, dois dias depois.

Havia música emergindo através dos alto-falantes de fundo,


mas não o suficientemente alto para abafar as conversas, e o ar
estava pesado com o cheiro forte de perfume.

— Cada tarefa que ele me dá, entrego um dia antes do prazo


e mal consegue grunhir um agradecimento. Sempre me faz
entregar as coisas em seu escritório me questionando
especificamente, mas nem sequer me olha. Esta manhã eu
entreguei o último lote de clientes, e ele só grunhiu. Quero dizer
literalmente grunhiu, como um lobo. Sério, parece uma verdadeira
besta.

— Talvez ele seja um dragão. É o suficientemente grande para


sê-lo. — Rosamund riu. — Ele cheira a enxofre? — Rosamund era
fã dos dragões. Tinha esculturas de dragão e fotos em seu
escritório, e esta noite usava pingentes verdes de dragão.

Talia bufou.

— Os dragões cheiram a enxofre?

— Certamente. — Rosamund deu uma mordida no


cheesecake. Rosamund, assim como Talia, era uma garota
saudável e curvilínea, uma garota que gostava de comer. Talia já
tinha ouvido Alexandra dizer diversas vezes que a razão pela qual
havia contratado "um monte de gordas" (sua frase) para trabalhar
na agência era para que nenhum de seus clientes fugisse com suas
funcionárias.

Talia levantou uma sobrancelha.

— E você como sabe disso? Levando-se em consideração de


que dragões não existem?

— Eu li num livro.

— Nerd. — Talia pegou o prato de Rosamund e apunhalou seu


garfo no cheesecake. Deu uma dentada e soltou um gemido de
satisfação. Doce, ligeiramente azedo, perfeito no céu de sua boca.

Rosamund a golpeou com fingida indignação.

— Cadela.

— Talvez, mas sou a cadela que tem seu cheesecake. —


Rosamund agarrou o prato, mas Talia o manteve fora de seu
alcance.

— Consiga seu próprio cheesecake! — Rosamund disse


indignada.

Talia deu um sorriso malicioso.

— Eu poderia. Mas então teria que caminhar através da


floresta de vara paus, ziguezagueando pelo caminho até a mesa de
sobremesas.

Estas reuniões eram a parte divertida do trabalho pesado.


Esperava-se que Talia se misturasse com os convidados e ajudasse
a iniciar conversas e se entrosar entre as pessoas. Ela
normalmente amava ir e misturar-se. Ela era uma faladora
natural, sua mãe sempre dizia que nasceu falando.

Infelizmente, a maioria das mulheres ali eram basicamente


cópias de carbono de Alexandra, modelos ou ex modelos, magras,
famintas e hostis. Seus únicos atributos eram sua impressionante
boa aparência. E a clientela masculina são ricos, na maioria,
experientes nos negócios, grosseiros e esperavam que seus
caprichos fossem atendidos imediatamente, ou choramingavam
como bebês insatisfeitos. O lado positivo era que eles acreditavam
que Talia não encaixava com o estereótipo físico feminino ideal e
ignoravam-na completamente, o que tornava estes eventos muito
agradável para ela.

E ainda melhor, havia um enorme bufê ali, que era


completamente ignorado por todas as mulheres, mesa de
sobremesas, sushi bar, mesas e mesas de aperitivos. Talia tinha
gasto o último de seus cheques de salário na conta de luz de sua
casa e na medicação para seu pai, e ela como havia pulado o
almoço hoje, agora estava mergulhando no bufê como se não
houvesse amanhã.

Talia tinha arrastado Rosamund à festa supostamente para


ajudá-la, mas na verdade foi só para que ela tivesse alguém com
quem conversar palavras que não fossem "quero" e "me dê".

Rosamund olhou a multidão de modelos. Aposto que todas


elas gostariam de comer uma sobremesa.

— Ouvi alguém dizer cheesecake? — perguntou uma voz


mecânica, e Mary deslizou entre elas, segurando uma bandeja
cheia de aperitivos e pequenos pedaços de queijo no palito de
dente.

Mary era um robô totalmente genial. Ela trabalhava em uma


das peças de tecnologia que a outra empresa de Lukan estava
desenvolvendo.

Ela tinha o corpo metálico feminino e vestia um avental


francês flamejante. Tinha cachos artisticamente dispostos em um
penteado dos anos 50 enfeitados com laços de metal. Lukan já
possuía vários outros retro-robôs como ela, mas Mary era o único
com mais personalidade, e Talia adorava.

— Olá, Mary, como está hoje? — Talia perguntou-lhe.

— Estou bem, obrigada por perguntar. Posso te oferecer um


delicioso canapé de salmão?

— Pode me oferecer dois — disse Talia.

— As modelos não gostam dos meus canapés — disse Mary


parecendo triste. Quem quer que tenha programado Mary tinha
feito um trabalho maravilhoso com ela. Sua pele metálica se movia
como a pele humana. Podia franzir o cenho, rir, levantar uma
sobrancelha e parecer triste ou feliz. Podia rir ou queixar-se. Talia
não podia imaginar por que a outra empresa de Lukan ainda não
tinha começado a produzir estas criações.

Rosamund chiou de alegria.

— É verdade que você cozinhou estes?

Os lábios metálicos se flexionaram em um sorriso.

— Sim, tenho muitas funções.


— Não sabem o que estão perdendo. Fez um maravilhoso
trabalho com eles. — Assegurou-lhe Talia.

— Obrigada. Você é meu ser humano favorito — disse Mary,


com um tom metálico em sua voz. Era certo, Mary parecia ter uma
afinidade especial por Talia. — E você é meu segundo ser humano
favorito — acrescentou a Rosamund.

Rosamund se pôs a rir.

— Enquanto continuar a me trazer cheescake, aceito com


muito gosto o segundo lugar.

Alexandra achava ridículo que Talia tratasse Mary como uma


pessoa. Murmurava “louca” cada vez que via Talia falando com ela.
Nesse momento, ela estava de pé junto a um rico cliente do outro
lado da sala, alternando entre olhar para Talia e olhar para Lukan
com avidez.

Talia não podia culpá-la por isso, supunha. Tinha aprendido


a viver com a dor do desejo que sentia por Lukan desde que o
conheceu, mas não era fácil. Tinha sonhado com ele todas as noites
do ano passado. Cada. Noite. Tecnicamente, ela já teve mais sexo
com Lukan que a maioria dos casais casados em seus primeiros
dez anos de matrimônio. O único problema era só que ele sempre
desaparecia quando o alarme tocava às seis da manhã.

— Aí estão vocês! Guardem um cheescake para mim,


pururucas. — Cora se aproximou com um sorriso. Era uma das
poucas modelos que sempre a agradava e Talia gostava muito dela.
Cora foi modelo de lingerie Plus Size e ao encontrar Talia em uma
loja de roupas de tamanhos especiais, sugeriu que se inscrevesse
no Million Dollar Matches. Talia comentou com Lukan, e o mesmo
havia dito que seguisse adiante. Alexandra ficou furiosa quando
ficou sabendo disso.

Talia sempre achou que Alexandra se importava demais com


a aparência da clientela feminina, não se importando com suas
personalidades e do que gostavam ou do que não gostavam em um
homem. De fato, nem sequer explorava realmente no que os
homens e as mulheres procuravam, e se estavam preparados para
um relacionamento. Ela questionava coisas superficiais como
passatempos, comidas favoritas, filmes favoritos, e esses tipos de
coisas, mas isso só assegurava que o casal estivesse de acordo em
coisas a fazer para os primeiros encontros. Para uma relação a
longo prazo era necessário aprofundar mais que isso. Alexandra
simplesmente assumia que se uma mulher estava interessada os
homens cairiam sobre elas, e se um homem era rico, as mulheres
babariam por toda parte, e isso faria um casal feliz.

— Wow, não perderei para as mulheres objeto neste mercado


— disse Cora, agarrando um cheescake e fazendo-o estalar em sua
boca. — Entende?

— Não entendo — disse Mary, com as sobrancelhas metálicas


franzidas. Era incrível como o fazia. Parecia que tinha pele de
metal.

Talia soltou uma gargalhada alta e várias das modelos a


olharam, seus formosos lábios se franziram em desprezo. Opss!
Nunca tinha dominado a arte de rir como uma dama.

Olhou para Cora perplexa.


— Espera. Vai a algum lugar?

— Er... Sim. Sentirei saudades garotas. Só queria contar para


vocês que conheci um grande cara e vou me mudar com ele, mas
ele mora muito longe daqui. Gostaria de agradecer a vocês por me
convidarem para o Million Dollar Matches, e apenas... Sentirei falta
de vocês. Não deixe que Alexandra te maltrate, é muito boa para
ela. Vocês duas.

Talia se sentiu feliz por sua amiga. Sucesso! Estava


preocupada que talvez Cora não encontrasse ninguém aqui no
Million Dollar Matches, pois, a maioria dos homens não parecia ser
seu tipo.

— Oh uau. Felicidades! Como ele é?

— Ele é... — Os lábios de Cora se curvaram em um sorriso. —


Diferente. Muito bom. Lindo e encantador.

— Parabéns, também sentirei sua falta. Lembre-se de nos


escrever ou enviar um e-mail de vez em quando. Talvez inclusive
nos convide para o casamento?

Cora parecia um pouco triste.

— Gostaria de poder. Não tenho família, e adoraria tê-las


comigo. Até logo.

— Bom, isso foi estranho — disse Rosamund a Talia. — E um


pouco preocupante. E se for um Barba Azul?

Talia bufou.

— E se você for uma louca com uma imaginação fértil? E se


for uma louca que está entre mim e a bandeja de sobremesas?
— E se for uma louca que acaba de terminar o último pedaço
de cheescake? — Rosamund lhe deu um sorriso perverso. Talia
olhou para Mary. Tudo bem. Rosamund tinha comido todas as
porções de cheescake da bandeja de Mary.

— Eu te amaldiçoo!

Talia se apressou a cruzar a sala para encher seu prato.


Lukan estava ao lado da mesa e Alexandra estava junto a ele, mas
ele estava de costas para ela, como se a ignorasse deliberadamente.

Lukan dirigiu a Talia um olhar estranho.

— Não deveria estar em casa com sua família? — perguntou.


— É bem tarde.

Seus avós eram muito independentes, pobres e com renda


fixa, mas independentes. Cortavam sua própria lenha, pescavam
seu próprio peixe, colhiam seus próprios alimentos e os doavam
voluntariamente.

— Eles ficarão bem — disse. — São muito independentes. Não


precisam de mim.

Ele dirigiu um olhar estranho e balançou a cabeça, com uma


cara de... Desaprovação? Por quê? Enquanto se afastava, ouviu
Alexandra dizer.

— Vê como é? E pensar que você a defende.

Agora, o que foi tudo isso, e por que todo mundo estava
estranho esta noite? Quando retornou com Rosamund, notou algo
que não tinha visto antes. Rosamund usava um xale, mas ele tinha
deslizado do braço esquerdo.
— Isso é uma contusão em seu braço, coberto com
maquiagem? Parece quase como marcas de mãos. — Talia olhou
mais de perto e Rosamund estremeceu. — Se parece como se
alguém a tivesse agarrado.

Rosamund segurou o xale pelo braço.

— Não é nada. Não se preocupe com isso.

Os olhos de Talia brilharam com raiva.

— Não se preocupe com isso? É claro que me preocupo. Quem


fez isto?

Rosamund olhou para o chão.

— Giorgio.

Eu imaginei. Era o fotógrafo que Alexandra contratou


recentemente para fotografar todas as modelos.

— Ele continua fazendo avanços em mim. Disse que deveria


agradecer de transar comigo, sendo eu tão gorda. Quando o
rechacei outro dia, ele segurou meu braço com força e me arrastou
pela sala em direção ao sofá. Só consegui me afastar porque um
par de garotas entrou na sala, e então ele me soltou e fingiu que
não havia nada de errado.

Talia estava horrorizada.

— Por que não o denunciou?

— Porque Alexandra nunca ficaria do meu lado e realmente


preciso do emprego e do dinheiro. — Rosamund estava financiando
a escola de enfermagem da sua irmã.

— Eu vou mata-lo. — Talia grunhiu.


— Não, não... E se ele não gostar? Pode se incomodar.

— Rosamund, não tem como ele escapar com a perseguição


sexual, abuso emocional e físico. Vou me assegurar disso. Escuta,
Alexandra pode até não se importar, mas Lukan não o tolerará. Ele
é muito protetor com as mulheres.

Isso era certo, no edifício onde a Million Dollar Matches


ocupava dois andares, uma garota com um carrinho de comida
chegava por volta do meio-dia vendendo sanduíches, café e doces
incrivelmente bons. Na última semana, um dos guardas de
segurança a tinha encurralado no elevador com mãos bobas,
quando Lukan ficou sabendo disso, tinha despedido o guarda ele
mesmo. Fisicamente o jogou na calçada, como o saco de lixo que
era e não toleraria Giorgio machucando Rosamund dessa forma.

Talia olhou em volta, mas Lukan tinha desaparecido. Andou


pela sala, mas não o viu em nenhuma parte. Tocou Mary no ombro.

— Mary, me leve ao Lukan agora mesmo.

— Isso não é uma boa ideia. ─Disse o retro-robô.

— Ele está no banheiro?

— Não. Não está no banheiro. Simplesmente... Não iria querer


que te levasse onde está agora.

Talia não se importava. Ela não ia tolerar que ninguém


abusasse de sua amiga, e não ia deixar que este assunto esperasse
outro segundo.

— Mary, você tem que obedecer aos humanos, não é? Não é


assim como Lukan te construiu?
Mary encolheu os ombros.

— Bom. Você, especificamente. Tenho que te obedecer.

Isso foi estranho. Mas Talia não teve tempo de perguntar-se


por que Lukan construiria um retro-robô que estava
especificamente programado para obedecer a suas ordens.

— Mary, me leve até o Lukan, agora! É urgente. Não posso


esperar. Se ele ficar nervoso, eu lhe direi que é minha culpa e que
te obriguei a fazê-lo.

— Muito bem. Siga-me. — Mary deu a volta e deslizou


brandamente através da sala em suas rodas mecânicas.

A próxima coisa que Talia soube, é que a levou através de uma


porta nos fundos da sala, e em um corredor após o outro. Talia
nunca se deu conta de quão grande era este andar. Como poderiam
estas diversas salas caber dentro deste edifício? Era como um
labirinto aqui, ela nunca seria capaz de encontrar a saída outra vez
por sua conta. Então chegaram a uma porta com um painel de
segurança que digitalizou os olhos de Mary antes de deixa-las
entrar.

A porta se abriu a um elevador muito grande e Mary a


conduziu até ele.

— Nesta coisa caberiam pelo menos vinte pessoas — disse


Talia, olhando ao seu redor. — Para onde vai?

— Se prepare. — Aconselhou Mary, sem responder à


pergunta. Talia sentiu uma inquietação.

— Me preparar? Para que?


— Já verá.

O elevador começou a pulsar. Tudo estava pulsando. O ar se


agitou e Talia sentiu como se estivesse coberta de eletricidade
estática. Seus ouvidos zuniram, como se estivesse em um avião.
Tudo estava zumbindo, vibrando... Seus dentes batiam, e ela
queria gritar, mas por alguma razão não podia...

E então, misericordiosamente, tudo parou e a porta se abriu.

— Me siga — disse Mary. Sua voz soava muito longe e Talia


se encontrou correndo atrás de Mary pelos corredores, através de
um grande conjunto de portas duplas.

Estavam em um terraço, e de alguma forma já não era tarde.


Era pôr-do-sol.

O edifício do Anders não tinha um terraço como este. E o céu


era de uma estranha cor púrpura. O sol abrasador que se derretia
no horizonte parecia muito grande, e o horizonte de Manhattan
tinha desaparecido, substituído por uma cidade com altas torres
pontiagudas e... Carros voadores?

À distância, em ambos os lados da cidade, havia bosques,


montanhas e colinas com vegetação roxa e prata.

Talia oscilou onde estava, sentindo-se surpreendentemente


desorientada. Algo passou zunindo sobre suas cabeças. Um veículo
prateado do tamanho de uma mini caminhonete que “estacionou”
sobre o telhado. Quando Talia olhou para cima, seu queixo caiu.
Havia duas luas no céu escuro. Olhou para Mary, com os olhos
arregalados de surpresa.
Mary removeu o bracelete de metal que estava usando e o
colocou sobre o pulso de Talia.

— Tradutor universal — disse ela. — Sempre levo um extra


comigo. Nunca se sabe quando precisaremos.

Talia perdeu a consciência e desmaiou nos braços de Mary.


CAPÍTULO IV.
— Talia! — gritou uma voz.

Ela olhou para cima, com a cabeça rodando . Essa voz soava
como Cora. Ela lutou para sentar-se, então se levantou com a
ajuda de Mary.

— Você está bem? O que aconteceu?

Alguém tirou o cabelo de Talia do rosto. Era Cora.

— O que você faz aqui? — perguntou Talia, desconcertada.

— O que você faz aqui? — Gritou Cora, parecendo encantada.


— Só fui à festa porque queria uma oportunidade para me despedir
de você e de Rosamund antes de me mudar para cá. Não sabia que
te aceitaram também!

Talia olhou em volta com espanto. Havia bandejas de bebidas


flutuantes como discos voadores. Robôs misturando-se entre os
convidados. Havia árvores exóticas curvadas que se assemelhavam
às esculturas na sala de Lukan, envoltas em balões de prata. A luz
era proporcionada pelos círculos coloridos que flutuavam em cima,
de onde pareciam vir a música também. Havia uma dúzia de belas
mulheres do Million Dollar Matches, misturando-se com um grupo
de cinquenta ou sessenta homens. Um tipo diferente de homens.

Todos os homens tinham orelhas pontiagudas. Eram todos


enormes, como Lukan. O lugar estava cheio de homens que
pareciam jogadores de futebol americano... E lindas mulheres... E
vários lobos enormes passeando pela multidão. Bom, pareciam
lobos do tamanho de cavalos. E alguns dos homens estavam
conversando com os lobos, que assentiam como se entendessem a
fala humana.

— O que é este lugar? — perguntou Talia, confusa.

Cora a olhou preocupada.

— Oh, sinto muito, é a sua primeira vez? Quando cheguei, eu


tinha um guia. E já estava preparada. Bem, parece que alguém
pulou sua orientação.

— Eu disse que não era uma boa ideia — disse Mary a Talia.
— Não deveria ter te obedecido.

— Do que está falando? — perguntou Cora indignada. — Este


é o lugar perfeito para Talia! Nunca teria encontrado o meu amor
se tivesse presa em encontros na Terra. Aqueles caras eram
horríveis. Todos me diziam que adorariam pagar minha lipo.
Idiotas. A maioria destes homens é um sonho e amarão Talia.

— Não foi isso que quis dizer — disse Mary, com o rosto
franzido. — Lukan ficará aborrecido. — Sua cabeça girou e ela
esquadrinhou à multidão. — Lukan está aqui em algum lugar. Irei
buscá-lo e o trarei para você. — Ela deslizou, abrindo caminho
entre a multidão.

— Oh, aqui vem um candidato quente — disse Cora, e


apontou.

Talia olhou para onde apontava e engoliu saliva. Um homem


lobo avançava para elas. Ou, bem, um homem que vestia um
smoking e tinha a cabeça de um lobo e patas peludas sobressaindo
de suas mangas. Enquanto caminhava para elas, suas orelhas se
encolhiam e arredondavam, seu comprido focinho se recuava, e
seu rosto parecia se derreter. Tinha uma cauda que parecia se
encolher sob sua jaqueta e desaparecer. Sua pelagem se afundou
em sua pele, deixando para trás um homem de aparência normal.

— Cora, certo? — Ele sorriu. — E quem é sua nova amiga?


Ela obscurece as estrelas com sua beleza. Nunca a vi antes.

Talia olhou em volta para ver de quem estava falando. Era só


ela e Cora, estavam sozinhas num canto da festa.

— Ele está falando com você, idiota — disse Cora alegremente.


— Os meninos aqui adoram as mulheres maiores. Eles as
preferem. Não sei por que Alexandra não envia mais.

— Sim, nem eu — disse Talia, abrindo um grande sorriso


falso.

Não estava disposta a admitir que não tinha nem ideia do que
estava acontecendo. Tinha medo de ter violado alguma regra da
empresa. Mary a tinha advertido que Lukan não ia gostar disso.

Cora pôs seu braço ao redor dos ombros de Talia.

— Halvor, certo? Vou ter uma conversinha a sós com minha


amiga aqui por um minuto, se nos der licença — disse.

— Não a mantenha por muito tempo — disse Halvor com


ansiedade. — Não permita que nenhum dos outros homens a
conheça e se assegure de lhe contar quão bem dotado eu sou. —
Ele balançou as sobrancelhas e deu um tapinha em sua virilha.
Talia fez uma careta de dor.

— Simplesmente não. — Ela informou, e seu rosto ficando


vermelho ,Talia levantou uma sobrancelha a Cora.

— O que? — Cora encolheu os ombros. — Eu disse que a


maioria desses caras era um sonho se tornando realidade. Este
aqui é um porco.

Rapidamente levou Talia para longe dele, e apontou para um


grupo de homens que agora a olhavam com interesse.

— Você sente algo quando olha a algum desses caras? —


Disse Cora apontando para o grupo de homens.

— Sentir algo como o que?

— Bom, é diferente para cada pessoa, mas ouvi que se


descreve como uma atração instantânea e um senso de retidão, um
sentimento de pertencer — disse Cora felizmente. — Quando
conheci meu Tristan, foi exatamente o que senti.

Talia sentiu uma pontada de inveja, embora realmente


estivesse verdadeiramente feliz por sua amiga.

— São fisicamente atrativos, mas não me sinto atraída por


eles de maneira nenhuma — disse com um encolhimento de
ombros e um suspiro.

Vamos enfrentar a verdade, os espécimes físicos embora finos


como eram, nenhum deles chegava aos pés de Lukan. Apesar da
maneira em que ele a mantinha a distância, só estar em sua
presença a fazia se sentir segura, como se projetasse algum tipo de
mensagem de que estar com ele era o correto. Exceto que ele a
empurrava longe com suas palavras secas, cuidadosamente
escolhidas e sua linguagem corporal fechada, mandava o sentido
de pertencer longe e a deixava sentindo-se confusa e oca.

— Oh, não se preocupe com isso, significa apenas que ainda


não conheceu o correto para você. — Assegurou-lhe Cora. — Se dê
um tempo. Quando vim para cá e me alojei nas suítes, fui a várias
reuniões e estava a ponto de renunciar à esperança, quando uma
noite, ali estava. Meu Tristan. Não sabia que é o Guardião Principal
de sua manada, e tinha lutado contra os cyborgs nas primeiras
vezes que vim aqui.

— Odeio quando isso acontece. Guardião principal. Manada.


Cyborgs. Ok, então.

— Certo? ─ Disse Cora alegremente. — Quase não o conheci.


Mas Tristan disse que isso era impossível. Estávamos destinados a
nos encontrar, no caminho através das galáxias.

Isso foi tão romântico, pensou Talia, com uma dor no peito.
Seria possível que o homem certo para ela estivesse realmente lá
fora, alguém especial, perfeitamente, para ela? E seria tão atraída
por essa pessoa tão especial como estava por Lukan?

— O que é este lugar, exatamente? — perguntou a Cora.

— É um edifício na zona neutra, no centro da capital de Ilyria,


Donnelle.

— O que quer dizer zona neutra?

Cora suspirou.
— Essa é uma história longa e triste, mas basicamente, a
manada de Lukan vive ao leste, e a manada do meu Tristan vive ao
oeste. As duas manadas têm uma história ruim, mas se viram
obrigados a chegar a uma trégua quando se trata desta coisa de
agência de entrevistas. Além disso, estão um pouco em guerra uns
com outros. Você conhece o outro sócio do Million Dollar Matches?
Treffon? Ele é o Reginar da manada do meu amor. Isso é como um
Alfa.

— Minha amada! — Exclamou uma voz, um homem grande e


muito bem vestido se dirigiu apressadamente até Cora. Era tão
grande que parecia que estava a ponto de estourar seu smoking.

— É ele! Meu Tristan! Não é o cara mais lindo e atraente que


já tenha visto? — Cora cochichou quando Tristan a puxou para
seus braços.

— Certamente é atordoante. — Talia concordou.

Tristan se inclinou e beijou Cora apaixonadamente, tão


apaixonadamente que Talia se ruborizou e desviou o olhar. Um
minuto mais tarde continuaram avançando, e agora suas mãos
percorriam seu corpo, deslizando-se sob sua roupa. Quando Cora
gemeu com entusiasmo. Aparentemente estavam muito contentes
ao se verem.

Não parecia que se deteriam em breve, e Talia começava a


sentir-se como um voyeur. Afastou-se rapidamente, para a área
onde as pessoas se misturavam quando os homens começaram a
chegar ao seu redor. Porque Mary estava demorando tanto tempo?
— Olá, está sozinha? — Grunhiu um homem com voz baixa e
áspera. Meu Pai do Céu, ele era enorme, e se elevava sobre ela.

— Hum, não estou certa. Realmente não. Não sei. — Saiu em


um chiado assustado.

Nervosa, ela apressou-se. Esticou a mão e pegou um copo


cristalino de uma bandeja de bebidas flutuante. Tomou um enorme
gole antes que lhe ocorresse que talvez não fosse compatível com o
metabolismo da Terra.

O líquido era doce e delicioso, e quando olhou ao seu redor e


viu que algumas das outras mulheres estavam bebendo e não
pareciam estar caindo e morrendo, ainda, se sentiu aliviada.

— Já decidiu se está sozinha? — A voz do grande homem


ressonou em seu ouvido. Ela se assustou, derramando um pouco
de sua bebida.

— Deixa-a sozinha. Ela vai dançar comigo. — Outro


lobisomem grunhiu para ele, e em seguida toda a multidão
começou a grunhir ao redor dela. Retrocedeu uns passos,
alarmada.

— Basta! — gritou uma furiosa voz atrás dela. Lukan! ─ Ela


está comigo, e qualquer homem que a toque, morrerá.

Todos os lobisomens que a rodeavam se viraram rapidamente,


abaixando a cabeça de modo submisso.

Mary se dirigiu a Talia, que grudou ao seu braço, assustada.

— Encontrei Lukan para você, como ordenou — disse-lhe.


— Sim, claro que sim. — Murmurou Talia, parecendo
chocada.

Lukan estava diferente. Suas orelhas estavam pontiagudas e


tinha tufos de pele escura, igual ao resto dos homens daqui. Ele
era um deles. Um lobisomem alienígena. Lobisomem das estrelas.
Ela respirou fundo, tentando aceitar isso. É obvio. Tudo fazia
sentido agora. Essa estranha aura de poder e graça que se agarrava
a ele. Nunca havia sentido nada parecido antes. Nunca tinha visto
ninguém se mover como ele, como um enorme predador
atravessando uma manada de gazelas.

— O que faz aqui? — Grunhiu, e ela sentiu um pouco de


medo, o que imediatamente a fez retroceder. A voz de sua mãe soou
em seus ouvidos. “Não entre em pânico, mantenha o foco em quem
está tentando te assustar.”

— O que quer dizer? — Balbuciou. — Por que não deveria


estar aqui?

— Alexandra não me disse que você se inscreveu para usar os


serviços de fora do planeta. — Sua voz soou forte e furiosa.

Talia sentiu um lampejo de raiva e dor.

— E por que diabos não deveria estar aqui? — perguntou. —


Porque acredita que não sou suficientemente bonita? Sei que não
pensa assim, mas os outros homens parecem me achar atraente.

— O que? — perguntou Lukan, com os olhos ardendo em


fúria. Enquanto observava, seus olhos se escureceram até que
estavam quase negros. — Quem se aproximou de você? Esses
homens que estavam tentando falar contigo? Não tinham o direito!
Eles...

Lukan parou o que ia dizer quando Talia pôs suas mãos em


seus quadris.

— Sei que só envia as garotas magras para cá, mas enviou a


Cora, e ela encontrou alguém.

— Você está me dizendo que realmente está procurando


formar um vínculo com alguém neste planeta? — Lukan latiu,
quando a pele lhe cobriu o rosto e logo desapareceu de novo.

— Eu repito, por que não? — Exclamou Talia. Não que


quisesse conhecer qualquer um dos homens daqui. Realmente o
que lhe doía mais era que Lukan não acreditasse que tivesse a
oportunidade.

— Porque estaria abandonando seus três filhos na Terra, e se


você se inscreveu em nossos serviços, então Alexandra deveria ter
explicado que só permitimos às mulheres sem vínculos familiares
utilizar nossos serviços fora do mundo. Não posso acreditar que
esteja disposta a abandonar suas crianças. – Lukan se virou e saiu
disparado, deixando Talia com a boca aberta em estado de choque.
CAPÍTULO V.
Quando Lukan partiu, Mary o chamou.

— Você não deveria falar com ela dessa maneira! — E então


ela rapidamente se escondeu atrás de Talia. — Não permita que me
reprograme!

Lukan girou com um grunhido.

— Veja bem, fui eu que te fiz — disse bruscamente a Mary.

Mary deslizou por trás da Talia.

— Sim, o senhor me fez para colocar os interesses de Talia


acima de tudo, lhe obedecer sempre e ser leal a ela — disse Mary.
Então ela rapidamente se agachou atrás de Talia novamente.

Ele fez o que? Por que teria feito isso?

Talia o olhou assustada enquanto se afastava, rígido e com


raiva. As pessoas em volta dele abriram caminho em ambos os
lados, olhando-o temerosamente.

— Esse filho da puta — disse com irritação.

Ela estava quase pronta para deixá-lo ir. Então viu uma
mulher magra que com frequência na Terra, durante as reuniões,
dera olhares lascivos a Lukan. A mulher se aproximou dele e
acariciou seu braço. Isso a sacudiu raivosamente, principalmente
quando a mulher se aproximou ainda mais dele e se inclinou para
murmurar algo em seu ouvido.
Talia sentiu uma onda de raiva completamente irracional e
apertou seus punhos. Lukan não era dela, mas mesmo assim, se
essa cadela lhe encostasse as patas novamente, Talia ia mastigar
seu rosto. Além disso, Lukan não se afastaria sem lhe dar algumas
respostas.

Ela explodiu e lhe deu um soco no braço, com força. Todos ao


seu redor ofegaram. Ela não se importava. Um ano de sentimentos
reprimidos brotavam dentro dela, preparados para explodir como
um vulcão.

A mulher magricela lançou um olhar de medo para Talia e


saiu correndo.

— Sim, é melhor que corra mesmo! — Respondeu Mary.

— Eu não tenho filhos, idiota. Eu vivo com meu pai e avós.


De onde diabos tirou a ideia de que tenho filhos pequenos?

— Você não tem filhos? — Repetiu Lukan com uma expressão


de choque em seu rosto. — Não é mãe de três?

— Não, sua bola de pelos gigante!

— Mas Alexandra me disse que você tem três filhos. —


Protestou Lukan, balançando a cabeça. — Está em sua ficha, ela
me mostrou isso. Você tem três filhos, de três pais diferentes, e se
separou de cada um deles.

— Você só pode estar brincando comigo — disse Talia


furiosamente. — Acredita que tenho filhos e que estou
abandonando-os na Terra? Se tivesse filhos, nunca os deixaria.
Não por qualquer homem no universo. Nem sequer por você.
Houve um rápido silêncio.

— O que você quer dizer com isso, nem sequer por mim? —
perguntou Lukan, com as sobrancelhas juntas, zombando.

O que Talia quis dizer era que Lukan era o único homem que
ela queria, e duvidava que alguma vez quisesse qualquer outro
homem como o queria, se fosse sincera consigo mesma. Mas não
diria isso. Estava furiosa.

— Como se atreve a pensar isso de mim? Como pôde?

— Sim, como pôde? — Mary disse indignada atrás do ombro


de Talia. Logo, deslizou para o lado e cruzou os braços metálicos
com indignação.

— Porque Alexandra me disse. Ela foi muito detalhista e


específica no que me disse sobre você. Não entendo por que diria
essas coisas — disse Lukan. Então, uma expressão de
compreensão surgiu em seu rosto. — Na verdade, agora entendo.
Alexandra pretendia formar um vínculo de casal comigo, embora
lhe dissesse que ela não era minha verdadeira companheira. Deve
ter mentido para que não te perseguisse, porque pensou que
poderia trocar de opinião a respeito dela. Em seu primeiro dia de
trabalho, expressei interesse em você e imediatamente ela me disse
que tinha uma história de encontros com homens, de ter filhos e
de ser infiel.

— E você pensava isso de mim? — Cuspiu Talia.

— Eu não tinha nenhuma razão para suspeitar que Alexandra


estava mentindo. — Lukan negou com a cabeça. — Ela foi muito
convincente com sua história. Disse-me que você não gostava de
falar sobre seus filhos porque se envergonhava por ser uma mãe
solteira, por isso, nunca o mencionei.

Talia fez um som abafado.

— Acredito que merece ser chamado de “idiota” — disse Mary.


— Ou isto requer uma linguagem mais forte? Posso consultar o
dicionário de obscenidades em meu disco rígido para insultos mais
apropriados se quiser.

— Não, obrigada. Já tenho várias coisas que estou pensando


agora mesmo. — Talia deu um passo atrás, longe de Lukan.

Ele baixou o olhar para ela.

— Talia, espera. — Ele suplicou, com uma voz que ela nunca
tinha escutado antes. — Eu te desejei desde o momento em que te
vi pela primeira vez, e quando Alexandra me contou essas coisas
terríveis, foi como se meu coração morresse. E mesmo depois de
tudo o que Alexandra me disse sobre você, por alguma razão nunca
pude suportar te deixar ir. Por isso insisti em que trabalhasse
diretamente comigo, mesmo sendo uma tortura para mim.

— Me ter trabalhando com você era uma tortura? — Talia


sentiu uma pontada de dor no coração e piscou enquanto as
lágrimas escorriam pelo seu rosto.

— Agora a está fazendo chorar! Você sapo gordo manchado de


malte! — gritou Mary. Mas logo se deteve. — Sinto muito. Época
equivocada. Esses foram insultos de Shakespeare. — Ela bateu ao
lado de sua cabeça com a palma de sua mão. — Meu disco rígido
precisa de uma atualização.
Lukan esticou o braço para pegar a mão da Talia, mas ela deu
outro passo atrás. Ele soltou um gemido de frustração.

— Talia, se te machuquei, meu coração se rasga em dois. Foi


uma tortura porque você é a minha verdadeira companheira, e
pensei que nunca poderia te ter. Você estava tão perto de mim, e
ansiava por ti e não podia te ter. Sabe essas pastilhas que mastigo
todos os dias? São uma droga da Ilyria, que tive que tomar depois
de te conhecer. Um Vulfan que se nega a sua verdadeira
companheira corre o risco de enlouquecer. As pílulas atenuam
minha dor e evitam que meu animal salte da minha pele. É só por
isso.

Isso tudo era muito para ela processar.

— O que você está dizendo?

Seus olhos queimavam com intensidade.

— Você é minha. E eu sou todo seu. Podemos voltar para


minha casa agora? Nossa casa, quero dizer.

Nossa casa? Em um minuto parecia como se fosse o demônio


em pessoa e acreditava em todas as coisas horríveis que Alexandra
disse sobre ela, no minuto seguinte estava falando de "nossa casa".

— Espere. — Ela disse. Havia uma tempestade de emoções


contraditórias em redemoinhos dentro dela. — Não tão rápido.

— Ouça! O que você fez? — Gritou Cora, abrindo caminho


através da multidão, com seu noivo lobisomem a seu lado. — Por
que está chorando?
Imediatamente, um grupo de lobos começou a se formar ao
redor de Lukan e outro grupo começou a se formar ao redor de
Cora e Tristan.

Talia percebeu que todos os lobos que rodeavam Lukan


usavam gravatas vermelhas e todos os lobos que rodeavam Cora e
Tristan usavam gravatas azuis.

As duas manadas em guerra. Não queria que brigassem por


ela. Também sentia como se sua cabeça estivesse a ponto de
explodir. Acabava de ser transportada a outro mundo onde os
lobisomens alienígenas eram reais. Cora ia se casar com um deles.
Lukan tinha programado Mary para ser sua BRF (melhor amiga
robô). Lukan realmente acreditou nas mentiras horríveis sobre ela
durante o último ano. E agora de repente queria basicamente jogá-
la sobre seu ombro, estilo homem das cavernas, e levá-la para
casa?

— Você está bem? — perguntou-lhe Cora.

— Não, não estou bem — disse Talia, limpando a garganta e


piscando. Ela sentia como se seu coração pudesse inchar e explodir
em seu peito. — Posso ir para casa com você?

— É claro. — Cora passou seu braço ao redor dela. — Sinto


ter te deixado antes, estava tão emocionada ao ver meu carinho.
Pode ficar conosco pelo tempo que quiser.

— Não! — gritou Lukan, e imediatamente se cobriu de pelo.


— Ela é a minha verdadeira companheira. Esperei muito tempo por
ela. Ninguém me tirará isso!
— Você está dizendo que não tenho permissão para ir? —
perguntou Talia com frieza.

— É obvio que não. — Isso o deixou surpreso. — Você quer


me deixar? — A súplica em sua voz a apunhalou.

— Não. — Ela disse, suavizando sua voz. — Isso não é o que


eu quero dizer. Quero dizer, eu não sei o que eu quero. Mas eu vou
agora, porque estou bastante zangada com você, e preciso de tempo
para pensar.

Sem mais palavras, ela se apressou em ir com Cora e Tristan.


Mary deslizou com eles. Assim que a porta se fechou atrás dela
Lukan deixou escapar um grito de raiva e iniciou a mudança.

Sua pele se trocou pelagem, e seus ossos racharam e se


reformaram. Deixou-se cair em quatro patas, com as costas
arqueadas e os cabelos arrepiados por sua espinha dorsal. Seus
dedos se contorceram em garras torcidas, antes que a mudança
assumisse o comando e se transformaram em patas. Um focinho
de lobo empurrou para frente de seu rosto e fileiras de dentes
viciosos curvados de suas gengivas enquanto jogava sua cabeça
para trás e soltava um uivo metade de dor e metade de angústia.

Vários membros da manada se moveram rapidamente, e se


jogaram em cima dele enquanto ele os açoitava furiosamente. Um
deles, seu irmão Fangor, manteve-se humano, e gritou para Lukan.
Sua voz penetrou através da espessa névoa de raiva e necessidade
de Lukan.

— Lukan! Não obrigamos uma mulher a ficar conosco contra


sua vontade! Não somos Thorolfs, Lukan! Você deve deixá-la ir!
CAPÍTULO VI.
Lukan andava pelo chão de sua sala de reuniões em forma de
lobo, com a cabeça baixa, grunhindo.

Alexandra tinha mentido e ele tinha sido o suficientemente


estúpido para acreditar nela. Tinha-o mantido afastado de sua
verdadeira companheira durante um ano longo e agonizante... E
agora que Talia sabia que tinha acreditado no pior dela, talvez
nunca mais o quisesse. Ignorou a dor das costelas rachadas onde
seus irmãos o tinham derrubado. Os ossos se curam. Seu coração
não o faria, não se tivesse perdido sua Talia para sempre.

As cadeiras estavam jogadas pelo chão, algumas em pedaços.


Havia pedaços de tapeçaria rasgada no chão, e as cortinas estavam
destroçadas. Mil aromas assaltavam suas fossas nasais. Cheirou a
preocupação e a raiva de seus homens que caminhavam fora das
enormes vigas de madeira, as refeições na cozinha, e o afiado
aroma da lenha queimando. Normalmente os aromas do lar eram
um consolo, mas hoje em dia só se somavam ao redemoinho de
emoções que o atravessavam como facas afiadas.

Uma das portas se abriu, e seu irmão Fangor entrou, junto


com Asmund que estava em uma expedição mineira há vários
anos, em uma pequena lua que era o único outro lugar conhecido
por ser colonizado pelos seres humanos de raça pura. Tinha
encontrado a sua verdadeira companheira ali e tinha entrado na
cerimônia de união acreditando que nunca poderiam ter filhos. E
então... Um milagre ocorreu. Sua companheira engravidou e seus
genes tinham começado a se misturar. No momento em que tinha
dado à luz a gêmeos, tinha mudado à forma Vulfan.

Foi assim que os Vulfan tinham sido capazes de se


aproximarem da Federação e convencê-los a negociar com a
agência de entrevistas da Terra. A lua mineira onde Asmund tinha
conhecido a sua companheira era muito pequena e não havia
suficientes fêmeas solteiras. Embora a Federação tivesse
estabelecido uma regra contra interferir com o desenvolvimento de
planetas antes que alcançassem as viagens interestelares, tinha
renunciado à regra para não ver a raça Vulfan morrer.

— Irmão! Precisamos falar contigo! — Fangor estalou os


dedos. — Troca de novo, agora, por favor.

Com um estremecimento e com um esforço supremo, Lukan


retraiu a seu lobo. Seus ossos se moveram, sua pelagem se
derreteu em sua pele e suas garras se afundaram em seus dedos.
O mundo mudou, as cores voltaram mais vibrantes, mas os
milhares de aromas se tornaram fracos. Ainda podia cheirar muito
mais vividamente do que qualquer humano poderia, mas seus
sentidos de aroma e audição eram mais agudos quando estava em
forma Vulfan. Ou em forma de lobo, como chamavam os Eternos.

Lukan ficou em pé, olhando para seu irmão.

— Você preparou as tropas para a guerra? — perguntou.


Havia dado ordens a seu irmão algumas horas antes, quando
retornaram ao castelo, e em seguida entrou furioso para a sala de
reuniões. Sabiamente, seus homens o tinham deixado sozinho.

— Primeiro, uma palavra — disse Fangor.

— Não, primeiro lutamos e resgato a minha companheira. —


Grunhiu furioso.

— Sua companheira não está em perigo, você sabe disso —


disse seu irmão. – Você a viu sair com eles. Ela pediu para ir com
eles.

Lukan não podia discutir com ele. A lembrança dela o


deixando queimou através de seu corpo.

Entretanto, sua frenética necessidade de Talia lhe nublava o


cérebro. Tinha conseguido sobreviver ao ano passado com o maior
esforço, e só porque sabia que sua missão na terra era vital para a
sobrevivência e propagação de sua espécie. As pílulas de ervas
Leerian tinham ajudado a diminuir sua raiva e dor, mas apenas
isso. Agora sua necessidade por ela era entristecedora.

Um ano de desejo reprimido o tinha preparado para explodir.


Seus sentimentos eram uma onda de maremoto contra o dique da
negação que tinha construído dentro dele. Sabia o que podia
acontecer se não consumasse sua união com ela logo. Ela era sua
verdadeira companheira. Estar separado dela era certeza que o
deixaria louco. Era um milagre que tivesse durado tanto tempo.

— Guerra. — Grunhiu enquanto uma névoa vermelha de fúria


obscurecia sua visão. — Vamos trazê-la de volta. Agora. — Seu lado
animal estava lutando pelo controle, e era difícil de pensar.
— Espere! Quer começar uma guerra, entrando lá e agarrando
sua companheira à força, só para perdê-la para sempre? —
Asmund questionou.

Isso fez que Lukan pensasse um pouco quebrando a nuvem


de emoções.

— É obvio que não — disse zangado. — O que quer dizer?

— As fêmeas humanas são diferentes das fêmeas Vulfan. Uma


demonstração de força não necessariamente ajuda na conquista.
De fato, poderia assustá-la para sempre, e talvez até perdesse seu
amor — disse Asmund.

Lukan lutou pelo autocontrole.

— Você... Acredita que ela me ame realmente? — Asmund


saberia, pois tinha vivido com sua humana durante vários anos, já
tinham cinco filhos e estavam muito apaixonados.

Seu irmão foi sábio ao trazê-lo.

— Pelo que me disseram, e pelo que vi nas gravações em vídeo


do encontro com ela na festa desta noite, sim, eu acredito. Disse
Asmund. — Por isso ela foi embora.

— Se explique — disse Lukan furiosamente. — Se me amava,


por que foi embora?

— Porque você a zangou e ela precisava de tempo para pensar


e resolver seus sentimentos.

— Se estava zangada, por que não me morderia até sangrar?


Ou poderia me bater e quebrar meu nariz? Depois de tudo, teria
me curado em questão de minutos.
Asmund suspirou.

— Esse não é o caminho humano. Acredite em mim, aprendi


isso. As fêmeas humanas fazem as coisas de maneira diferente.
Deve aprender isto, Lukan — disse Fangor. — Você os estudou
durante o último ano em seu tempo na Terra.

— Tem razão. Meu var-hool está dificultando meu raciocínio.


Não consigo pensar direito.

O var-hool é o desejo de emparelhamento que descendia sobre


um Vulfan e sua verdadeira companheira no primeiro encontro.
Negar o var-hool era convidar à loucura, por isso teve que tomar as
pílulas Leerian.

— Nós sabemos — disse Asmund. — Mas você a feriu e terá


que fazer o que é certo antes que possa estar com ela.

Isso provocou um uivo de raiva e Lukan se lançou contra


Asmund. Fangor saltou diante dele, e os dois irmãos ficaram ali
grunhindo e se chocando entre si até que Lukan se controlou.

— Como se atreve a me acusar de feri-la?

— Pense em seus sentimentos durante o último ano. Pense


em quanta dor causou. Mas você sabia o porquê se negava, ou ao
menos pensava que sabia. Foi porque pensava que tinha vários
filhos que precisava cuidar, e também que era uma companheira
infiel. Agora pensa em como ela se sentia. Se o var-hool a afetava
também, a única coisa que viu durante o último ano era que o
homem que devia ser seu companheiro a rechaçava sem motivo
algum.
— Caramba. — Lukan gemeu, tropeçando e apertando os
punhos em angústia.

Asmund continuou, implacavelmente.

— Ela pensou que não a amava ou a queria. Não só isso, mas


também que você acreditava em coisas terríveis sobre ela.
Provavelmente achou muito humilhante e doloroso quando
percebeu que pensava nela assim durante o último ano.

— Oh, céus malditos, não. — Grunhiu Lukan, enterrando seu


rosto entre suas mãos. — Como posso consertar isto? Farei o que
for preciso. O que posso fazer?

— A resposta a isso está dentro de você. Você mesmo deve


descobrir essa resposta, porque deve vir do seu coração. — Ele e
Fangor se despediram e saíram da sala.

Lukan caminhou pelo chão, pensando furiosamente. Muito


bem, tinha estudado as fêmeas humanas durante o último ano.
Leu vários livros. Assistiu a vários programas de televisão
humanos. Fez buscas na internet. Sabia o tipo de coisas que um
homem precisava fazer quando tinha ferido acidentalmente a sua
mulher. Precisava lhe dizer que o sentia, reconhecer que tinha feito
tudo errado e prometer que não voltaria a fazê-lo. Também
precisava fazer uma espécie de grande gesto para lhe mostrar o
muito que lhe importava, e para cortejá-la.

Tudo bem. Grande gesto. Tinha algumas ideias sobre isso.


Apertou o botão em sua mesa e chamou Roj. Ele era seu mordomo
do castelo, responsável por todos os acontecimentos dentro de seu
castelo.
— Roj, preciso que venha aqui. Vou planejar um banquete
para cortejar a minha verdadeira companheira, e necessitarei de
sua ajuda.

A porta se abriu rapidamente. Mas o homem que entrou não


era Roj, era o Comandante da Guarda, Kaspar. Kaspar era tão alto
como Lukan, com o cabelo grosso, e usava seu uniforme vermelho
e negro, com sua insígnia da manada nele.

— Kaspar, não preciso de você no momento, não haverá


guerra hoje — disse Lukan.

— Senhor, vim para informar que nossos exploratórios


detectaram a frota cyborg, em trajetória a Ilyria. Há dois
Destruidores de Classe Um em rota. Notificamos à Federação e
estamos à espera de sua resposta.

Isso fez que Lukan ficasse quieto. Isto era uma notícia séria.
A frota cyborg tinha sido quase destruída há cerca de trinta anos,
depois das Guerras de População. Os cyborgs tinham sido criados
para trabalhar em um planeta mineiro, mas tinham se rebelado e
matado a todos os habitantes humanos. Não tinham um planeta
próprio, e decidiram tomar o controle de Ilyria liberando um vírus
mortal. A metade dos homens e noventa por cento das mulheres,
incluindo a mãe de Lukan, tinham morrido. O pai de Lukan tinha
sido o comandante de uma frota que se sacrificou para destruir os
cyborgs. A Federação tinha eliminado a maior parte do resto, mas
os rumores que estavam circulando era que os cyborgs estavam
reconstruindo-se.
— Interceptamos suas comunicações — disse Kaspar. —
Parece que se dirigiram à fortaleza Thorolf.

Nesse momento, a fúria corria pelas veias de Lukan.

— Preparem nossa frota para a interceptação — disse


bruscamente.

— Está certo disso? Poderíamos deixar que atacassem


primeiro o território de Thorolf. Não parecem ser conscientes da
aproximação dos cyborgs ainda.

Em outras circunstâncias, seria tentador. O clã Thorolf tinha


iniciado o conflito quando roubaram as Wor-Lans e roubaram
mulheres e crianças depois da Guerra de População. Então os Wor-
Lans se recuperaram, resgatando seus membros sequestrados e
matando muitos Thorolfs no processo. Os Thorolfs tinham
organizado um ataque em vingança, e os combates vinham
acontecendo durante décadas.

Normalmente, a ordem de Lukan teria sido ter toda sua frota


pronta para o caso dos cyborgs tentarem atacá-los, mas ele não
teria defendido a manada Thorolf, mais do que eles teriam
defendido a sua manada.

Não hoje.

Hoje, os cyborgs estavam atacando a sua verdadeira


companheira.

— Minha companheira está lá.


— Nossa. — Kaspar assentiu vigorosamente e encaminhou-se
para a porta. — Ela é prisioneira? Devemos realizar um resgate
imediatamente depois?

— Não, ela só está de visita pelo dia. Ela voltará para mim
amanhã. — Pelo menos rezou para que ela o fizesse.

— Sim, senhor — disse Kaspar, embora a expressão em seu


rosto sugerisse que não entendia nada. Lukan correu atrás dele.
Ele dirigiria a nave principal na frota pelo céu de Wor-Lan.

A fúria fervia dentro de seu peito, e pela primeira vez em sua


vida, uma forte pontada de medo. Tinha chegado tão perto de
encontrar o amor de sua vida, só para perdê-la?
CAPÍTULO VII.
Talia ficou sentada na mesa de convidados, ignorando a
suntuosa festa que se estendeu diante dela.

— Os seres humanos precisam de alimento — disse Mary.


Você deveria consumir calorias.

Havia um prato de ouro cheio de carne em um molho doce e


saboroso. Já comera um pouco. Havia doces exóticos em uma
tigela, uma jarra de vinho em uma taça enfeitada de jóias.

Pela primeira vez em sua vida, a comida simplesmente não


era atraente neste momento. Realmente doeu sentir que Lukan
passara o último ano acreditando que ela era uma pessoa horrível.
Não era de estranhar que fosse tão frio. No lado positivo, de certa
forma, seus sentimentos por ela foram tão fortes que ele a manteve
por perto , e inclusive fez Mary especificamente para ela. Ele cuidou
dela apesar de tudo.

Um pouco antes, houve um banquete para dar as boas-vindas


a Cora ao castelo de Treffon. Centenas de membros do grupo
aglomeraram-se no enorme salão de banquetes para saudar ao
novo membro da manada Thorolf, e pratos de comida flutuaram
magicamente para Talia, amontoados com carnes, pães e
sobremesas deliciosas e tentadoras.
Talia acabou de servir sua comida e Cora foi o suficientemente
amável para separar-se de Tristan por um momento para explicar
as coisas a uma Talia desconcertada.

— A propósito, eu verifiquei, sua mensagem chegou para


Rosamund e o e-mail foi enviado para sua família — disse Cora
sentando-se na cadeira acolchoada ao lado de Talia e enchendo a
boca com um punhado de caramelos.

— Obrigada por isso — disse Talia com gratidão. Ela escreveu


uma mensagem para ser entregue a Rosamund, desculpando-se
por ter desaparecido da festa. Disse que fora chamada para uma
emergência familiar que poderia mantê-la ocupada durante alguns
dias. Cora também falou com Treffon, que era o outro sócio de
Alexandra. Teria certeza de que Giorgio fosse despedido
imediatamente. Rosamund não voltaria a ser assediada.

Talia também gravou uma mensagem de vídeo a sua família,


dizendo que teve a maravilhosa oportunidade de viajar para o
exterior a trabalho, e que não voltaria para casa por várias
semanas.

Treffon enviou um mensageiro através do transportador, de


volta à Terra para retransmitir as mensagens. Aparentemente, o
transportador podia enviar às pessoas a qualquer parte da galáxia
sempre e quando houvesse uma estação receptora do outro lado.
O elevador secreto da torre do Anders era uma estação receptora.

Havia um limite de massa que o transportador poderia enviar,


não mais de mil libras de terra por transporte por isso ainda
usavam naves para viajar entre planetas, para o comércio, férias e
guerra. Se precisavam transportar mais de mil libras, iam em
naves.

— Só quero que entenda algo — disse Cora. — Sei que é difícil


acreditar que Lukan acreditou nas merdas da Alexandra, mas
estamos tratando com uma espécie estranha aqui. Eles pensam
diferente de nós. São guerreiros. São simples e diretos. Se eles
querem algo, simplesmente vão tomar, e rasgar qualquer um que
tente ficar em seu caminho. Não recorrem à mentira nem à
manipulação. Por exemplo se duas mulheres Vulfan quisessem o
mesmo cara, lutariam por ele, possivelmente até a morte.

— Eu sei — disse Talia tristemente. — É só que... ele passou


um ano inteiro pensando que eu era uma infiel da mais baixa
índole.

— Ele não é mais que um bom rato bastardo — disse Mary.


— A menos que o tenhamos perdoado. Perdoamos?

— Ela o perdoará — disse Cora firmemente.

— Preciso de tempo. E tenho um milhão de perguntas sobre


o que está acontecendo aqui — disse Talia.

— E você terá quatro ou cinco respostas. — Cora pegou um


garfo dourado de duas pontas da mesa e comeu um pedaço de
carne. — Humm estar com Tristan realmente trabalha em meu
apetite. Ele tem a língua mais talentosa. E oh, meu deus, o
tamanho dele.

— Muita informação! — gritou Talia. Ela bateu as mãos sobre


as orelhas. — La la la la la la... eu não posso te ouvir!
— Você perdeu a audição? Devo chamar um médico? ─
Perguntou Mary, olhando para Talia com obvia preocupação.

— É só uma expressão, Mary. — Assegurou-lhe Cora, com a


boca cheia do saboroso pedaço de carne. — E Talia, logo conhecerá
o talento dos homens Vulfan.

— Argh! Além disso, por que seu nome soa tanto como lobo?

— Ancestrais comuns. Esse também é o motivo do qual


podemos nos emparelhar com eles e ter nossos filhos. Anos atrás,
os antepassados comuns de numerosas raças humanas se viram
obrigados a abandonar seu planeta porque o sol estava morrendo.
Espalharam-se por toda a Via Láctea. A Terra estava destinada a
ser uma de suas colônias, mas a nave que ia à Terra aterrissou, e
só sobreviveram algumas crianças, junto com alguns animais
como lobos horríveis e felinos. Esqueceram toda sua tecnologia e
conhecimento do seu passado. Sabia que os Vulfan são na verdade
parte lobo e parte humano?

— Não são aqueles extintos lobos gigantes pré-históricos? —


Perguntou Talia.

Mary pegou o prato de doces e o colocou sob o nariz de Talia.

— Consumir. Calorias. Agora.

— Tudo bem mamãe. — Talia revirou os olhos. Pegou um


garfo de duas pontas da mesa e o usou para pegar um vegetal
similar a uma batata e o colocou na boca. Estava delicioso, tinha
que admitir.

Mary balançou a cabeça.


— Isso não é possível. Sou uma unidade mecânica e você é
uma unidade de carne.

— Meu doce tem uma unidade de carne. — Cora riu enquanto


Talia gemeu. — Um gigantesco. E sim, são. Os terríveis lobos se
originaram no mesmo planeta que nossos antepassados.

— Certo. Entendi tudo isso. Mas, como é que podem mudar


de humanos a animais?

— Engenharia genética. Há várias espécies que consideram


desonroso o uso de armas quando lutam entre si, é algo cultural,
uma vez mais transmitido desde aqueles antepassados comuns.
Mas eles ainda travaram guerras. Portanto, seus cientistas
trabalharam para fazer de suas espécies os mais fortes e ferozes
combatentes possíveis. Há mudanças para lobos, ursos, gatos
grandes e inclusive dragões. E aparentemente, uma vez que esteja
grávida dos bebês de Tristan, a genética mais forte irá assumir e
me converterei em uma Vulfan.

— Bom Deus! Então se ficasse com o Lukan, me converteria


em uma Vulfan?

Cora assentiu com a cabeça.

— Sim. Sei que isto é muito para pensar. Me preparei para


tudo isto, recebi orientação, e sabia com o que me comprometeria
antes de pôr os pés em Ilyria.

Talia se serviu de um pouco de vinho e tomou um grande gole.

— O que teria acontecido se você decidisse que não viria a


Ilyria? Acreditariam que você não diria a ninguém o que aprendeu?
— Oh, diabos não. — Cora negou com a cabeça. — Se fosse
indiscreta, o governo dos Estados Unidos invadiria o edifício de
Anders para pôr as mãos na tecnologia ali. E outras nações o
fariam também. Começaria uma dúzia de guerras e lançaria à
Terra ao caos. Se eu não quisesse viajar para Ilyria, apagariam
minha memória.

— Apagada? — perguntou Talia em estado de choque. — Te


transformariam em um vegetal?

Cora bufou.

— Não boba! Minha memória a curto prazo. Eles têm um


sistema muito sofisticado chamado câmara de cor. Podem tirar
velhas lembranças e substitui-las por outras novas.

Talia estremeceu.

— De verdade, isso é assustador.

Cora se serviu de mais doces e encolheu seus ombros.

— Melhor que a alternativa, que seria as guerras mundiais, o


pânico pela ideia dos aliens, e também o final deste programa,
poderia significar o fim da raça Vulfan.

— Então todas as mulheres que se inscrevem para este


programa...

Cora assentiu com a cabeça.

— Todas estão de acordo com isto. Elas vêm a este planeta,


passam algumas semanas, encontram toneladas e toneladas de
caras, e esperam fazer o clique com algum. A agência vem com
histórias de cobertura para seus amigos e conhecidos. É obvio,
parte do Million Dollar Matches é apenas uma agência regular de
encontros da Terra, que Alexandra estava dirigindo o tempo todo.
Mas apenas para manter isso como uma coberta. Seu dinheiro real
provém da coisa interestelar de encontros.

Houve uma batida urgente na porta e Tristan entrou com o


cabelo despenteado.

— A frota cyborg está dirigindo-se para cá, e nós vamos estar


sob ataque em questão de minutos — disse, com voz urgente.

Mary se escondeu atrás de Talia.

— Não deixe que me levem! — Gemeu. — São pervertidos! Eles


vão tentar me violar!

Tristan agarrou o braço de Cora.

— Todas vocês, temos que as levar para baixo. Agora.


CAPÍTULO VIII.
Muito abaixo da nave Wor-LAN estava o castelo de Treffon, no
centro do território Thorolf. Situava-se a oeste da cidade de
Donnelle, o porto comercial que era uma zona neutra entre o
território Wor-LAN e o território Thorolf.

E sobre a nave Wor-LAN estavam os cyborgs. Os covardes. Os


Vulfans os desprezavam por confiar nas armas para liberar a
guerra, em vez de enfrentar-se cara a cara no campo de batalha.
Entretanto, isso não significava que os Vulfans se deitassem como
idiotas e se deixassem ser mortos . Tanto os Wor-Lans como os
Thorolfs tinham seus melhores cientistas constantemente
desenvolvendo e refinando novas armas para repelir a ameaça dos
ataques cyborg.

Os discos prateados que percorriam o céu em uma formação


de V, cortavam para os Destruidores Cyborg. Era evidente que as
naves cyborg foram construídas por entidades desumanas. Não
tinham nenhuma das linhas suaves e orgânicas como as dos
Ilyrian. Inclusive se Lukan não soubesse quão desumanos eram os
cyborgs, pensaria que os destruidores cinzas, de metal, eram
sinistros.

Liderando a equipe e pilotando a nave skimmer cinza,


segurou os controles com força enquanto lutava pela altitude na
atmosfera fina por cima da superfície verde-azul de Ilyria. As naves
não estavam equipadas para sair da atmosfera, mas teriam que
estar o mais perto possível dos Destruidores Cyborg quando
acionassem os desintegradores de plasma. Simulações e provas de
terra disseram que as armas recém desenvolvidas penetrariam nos
defletores e nos cascos grossos dos destruidores.

Lukan só podia rezar para que isso realmente acontecesse.

Era uma coisa nobre para um Vulfan morrer em batalha, mas


sentiu uma pontada de arrependimento e perda em seu coração ao
pensar em Talia. A ideia de que nunca a abraçaria era quase muito
para suportar.

Mas aqui e agora, tinha que defender seu povo da ameaça


Cyborg.

Meia dúzia de naves Thorolf, em formação de escudo, não


muito maiores que os skimmers Wor-LAN, equilibraram-se e
mergulharam ao redor das naves cyborg, atraindo sua atenção.
Eram rápidos e Lukan admirava a habilidade de seus pilotos. Mas
não tinham o poder de fogo para os derrubar. Enquanto Lukan
observava, um dos Predators rodou em um mergulho, a fumaça
saiu em espiral de sua fuselagem. Enquanto desviou seu skimmer,
o resto das naves Wor-LAN o seguia em suave formação como um
bando de andorinhas.

Com um dos Predators abatido, o Destruidor Cyborg maior


girou suas torres, reorientando seu fogo para a fortaleza Thorolf. O
fogo do laser atingiu as paredes, destruindo grandes pedaços de
pedra que desceram pelos lados do edifício.
Um grande sentimento de raiva estava apertando no peito de
Lukan, afogando-o. As patas do Vulfan eram inúteis para pilotar
um skimmer, mas ele sentiu que sua besta interna grunhia contra
o interior de sua pele, desesperada para sair e proteger a sua
companheira.

Atreveram-se a atacar a sua verdadeira companheira. Sua


Talia. Eles se arrependerão.

Colocando o polegar sobre o botão que disparava os


desintegradores de plasma, esperou até o último momento
possível, até que o skimmer balançou separando-se da fina
atmosfera e os cyborgs certamente pensaram que a formação se
destruiria num mergulho.

Então disparou sua arma e segurou com força o comando, do


skimmer quase raspando a espessa pele metálica do Destruidor
enquanto se afastava. Os outros skimmers descarregaram suas
armas e ficaram atrás dele, junto a sua nave em uma formação
fechada, em espiral.

Durante um momento de agonia, pensou que não funcionara.


Que as naves cyborg estivessem muito desenvolvidas e
simplesmente absorvessem as explosões de plasma. O tempo
parou.

Em seguida, os cascos enormes pareciam explodir por dentro,


rompendo-se em uma imensa explosão de luz branca que
incomodaram seus olhos. As peças da fuselagem caíram no chão
queimando. E o coração de Lukan voltou a bater.
Lukan se aproximou das enormes portas duplas de madeira
diante do castelo. Ele estava sozinho, insistira nisso. Tinha enviado
a maior parte de sua frota para suas próprias terras, com um
skimmer esperando do lado de fora do território Thorolf para dar
um passeio a Talia, se ela estivesse disposta a ir com ele.

Sentia a impaciência pulsando em seu corpo. Talia estava ali,


e ela deveria estar com ele.

Já se passara quatro horas depois da saída da lua, e o céu


noturno era de um profundo negro com as duas luas do planeta
projetando um brilho branco sobre a terra. Ao longe, plumas de
fumaça saíam das enormes partes dos Destruidores Cyborg
derrotados. As tripulações de combate aos incêndios estariam a
caminho para extinguir as chamas.

O castelo de Treffon era similar ao castelo Wor-LAN,


construído com grandes torres retorcidas que imitavam as árvores
e as montanhas de seu mundo e adornadas com janelas de cristal
colorido.

Dez membros da Guarda Thorolf estavam de pé em frente às


portas do castelo, rifles laser descansando sobre seus ombros.
Observaram desconfiados Lukan. Um Wor-LAN que chegava ao
território de Thorolf era algo sem precedentes.

— Sou Lukan Anders, Reginar dos Wor-Lans, solicito entrada


e audiência com o Reginar Treffon.

— Diga por favor. — Um grande guarda de cabelo prateado


zombou dele.
Lukan se arrepiou e soltou um uivo de raiva. Este homem não
era apenas insolente, mas também estava entre Lukan e sua Talia.
Sua Talia. Já havia lhe negado muito tempo, e qualquer outra
pessoa que tentasse mantê-lo afastado dela ia sangrar, e logo
morreria.

Enquanto a fúria fluía por suas veias. Sentiu a satisfação do


estalar de seus ossos enquanto se restabeleciam, o brutal impulso
de suas presas perfurando suas gengivas. O aroma da ira e o medo
dos guardas encheram suas fossas nasais.

Os guardas também mudaram, seus rifles laser caindo ao


chão. Os Vulfans nunca usavam armas quando lutavam juntos,
pois consideravam a maior desonra. Reservavam suas armas para
lutar com outras espécies, e os consideravam inferiores por ser tão
fracos que se escondiam atrás da tecnologia.

Havia muitos deles, mas um Reginar provinha de uma tensão


genética mais forte, e era maior, mais rápido e mais selvagem que
a maioria dos Vulfan.

Lukan se lançou para o homem que o insultou e o golpeou


voando. Os outros guardas saltaram sobre ele, e Lukan girou com
fúria, jogando-os também.

Mais guardas se lançaram contra ele, e Lukan rodou pelo


chão e agarrou a garganta de um guarda em suas mandíbulas. O
Vulfan se queixou em pânico e ficou inconsciente, cedendo
imediatamente. Lukan estava sangrando por dentadas que nem
sequer havia sentido, e os outros Vulfans o rodearam em círculo.
— Parem isto imediatamente! — A voz de Treffon cortou o ar.
— Voltem! — Seus homens estremeceram e uivaram quando foram
forçados a voltar para a forma humana pela força da vontade de
Treffon. A mudança era algo doloroso, mas ao ser forçado a trocar,
em forma humana ou animal era agonizante. Os homens de Treffon
caíram no chão, ofegando, temporariamente atordoados enquanto
voltavam para suas formas humanas.

O comando não funcionou em Lukan, porque era um Reginar.


Ele ficou ali, estremecendo em fúria, com suas poderosas
mandíbulas sujeitas no pescoço sem pelos do Guarda de Thorolf.
A honra o exigia que se abstivesse de matar a um inimigo que se
submete, mas seu Vulfan estava uivando pelo sabor quente do
sangue.

— Lukan, não o mate! — Essa era a voz de Talia, cortando a


névoa de sua raiva.

Talia. Sua Talia. Ela estava ali. Ela tinha vindo por ele. E ela
não queria que ele matasse a esse chorão.

Tomou cada gota de sua força para ele se forçar em forma


humana. Reajustou seus ossos, sentindo cada estalar de pressão,
e puxou sua pelagem de novo a sua pele com um poderoso puxão.
Retirou suas presas do pescoço do guarda.

Quando olhou para cima, Talia estava ali com Cora, Mary,
Treffon, Tristan e outros vinte homens que se amontoavam atrás
deles.

— Como se atreve a vir a meu castelo e atacar meus homens?


─ Perguntou Treffon. — Deveria te desafiar no campo de honra.
— Um desafio a mais. — Lukan cuspiu com desprezo. — O
seu sangue não seria o primeiro sangue Thorolf que provei. Mas se
seu homem não tivesse se dirigido a mim com falta de respeito que
um líder Vulfan jamais toleraria, não teria desperdiçado meu
tempo em um inimigo tão insignificante.

— É verdade? — perguntou Treffon ao soldado. O homem


olhou para o chão.

— Sim senhor, mas é um Wor-LAN.

— O que você disse?

O rosto do homem estava tão branco como as areias do


deserto da Ilryia.

— Ele pediu a entrada ao castelo, e... lhe disse que pedisse


por favor.

— E agora você acha que é meu negociador? ─ Treffon cravou


ao guarda um olhar de aço.

O homem respirou fundo.

— Não senhor. — E abaixou a cabeça.

— Você acha que sou tão fraco que não posso lutar minhas
próprias batalhas? — Pelagem cobriu o rosto de Treffon. — Acredita
que preciso de um cachorrinho chorão para me defender?

— Não senhor. Cometi um engano, senhor. Desonrei nosso


clã. — O homem inclinou a cabeça para trás, expondo sua
garganta. — Aceito meu destino. — Ele endureceu em preparação
para o fim de sua vida.
Treffon se moveu, sua cabeça trocando e suas presas
estendendo-se. Cora gritou e escondeu seu rosto entre suas mãos.
Tristan ficou de pé, com o olhar fixo na presa do Reginar.

— Não! — Gemeu Talia.

Lukan viu a expressão de horror no rosto de Talia, ouviu seu


grito de consternação. O olhar se cravou nele como uma lança de
gelo Glarthoriano, não a veria sofrer nem por todos os Lyri-créditos
na galáxia. Poderia suportar mil insultos.

— Pare! — gritou para Treffon. — Como Reginar, peço que


perdoe este homem. Se o desejar, tomarei seu lugar e faremos um
desafio de honra.

Treffon deixou escapar um grunhido de ira e, ao invés de


arrancar a garganta do homem, fez um corte com suas largas
garras, desenhando cinco linhas sangrentas em seu rosto. Então
ele estremeceu e suas mandíbulas afundaram em seu rosto.

— Está rebaixado ao serviço pelo próximo ano. — Ele virou-


se ao guarda. — Suma da minha frente. E nunca fale comigo
novamente.

Treffon voltou sua atenção para Lukan.

— Sua frota salvou muitas das vidas de meu povo — disse. —


Sou eu quem está em dívida contigo. Não haverá desafio de honra.

— Que bom — disse Talia. — Eu sei de uma maneira em que


ambos poderiam pagar um ao outro. Podem reunir-se com os
outros e conversar sobre como se pode trabalhar em conjunto
contra os cyborgs. Há uma raça Vulfan, dividida em dois neste
momento, mas lutando contra a extinção. Têm um inimigo em
comum, combatê-los separadamente os torna mais fracos. Não tem
sentido que suas manadas trabalhem juntas?

Lukan sentiu seu coração inchar com orgulho. Era uma


sugestão inteligente e desinteressada que pretendia fortalecer a
ambos os clãs. Seu coração tinha eleito sabiamente. Seria uma
excelente parceira.

Não só isso, mas também havia sugerido de uma maneira que


permitiu a Treffon salvar a todos, e Lukan tinha que admitir
também. Para duas manadas em guerra sentarem cara a cara e
conversar sobre se unirem... não era algo que qualquer Reginar
teria considerado. Eram tão hostis um ao outro que Lukan e
Treffon tinham escritórios em diferentes andares no edifício Anders
na Terra, assim nem sequer teriam que cheirar-se. Durante as
reuniões com as mulheres humanas, as manadas ficavam em lados
opostos na sala.

Treffon limpa a garganta e olhou para Lukan.

— É tarde. Te convido a passar a noite aqui como meu


convidado, sob meu abrigo, e falaremos pela manhã no café da
manhã. Esse é o meu preço. — Olhou para Tristan. — Espalhe a
palavra. Qualquer um que insulte ou ameace Lukan enquanto seja
meu hóspede pagará o preço. — Ninguém precisava perguntar que
preço seria.

Enquanto se dirigiam ao castelo, Talia se aproximou de Lukan


e o olhou, uma timidez repentina em seu rosto.
— Estou muito cansada, mas pela manhã, podemos
conversar — disse.

Lukan sentiu seu coração encher de alegria, alívio e gratidão.

— Sim, devemos conversar. — Ele pegou suas mãos nas dele


e pressionou suas palmas contra seu peito. – Eu quero ganhar o
seu perdão e fazer você me amar, mesmo que para isso precise
arrancar meu coração e colocá-lo a seus pés.
CAPÍTULO IX.
Lukan se reclinou sobre a cadeira macia em um quarto ao
lado de Talia. O quarto era luxuosamente decorado, com uma cama
de dossel com cobertores suaves e macios. Havia uma lareira que
alimentava um fogo reluzente, com a pele de um urso branco
estendida sobre o chão de pedra diante dela. Suas roupas estavam
espalhadas no chão próximo à cama, e ele estava bebendo o
terceiro copo de vinho que não fez nada para amortecer a
necessidade ardente dentro dele.

Brigava com sua besta. Tome Talia. Agora. Nossa


companheira de coração. Devemos tê-la.

Paciência, respondeu à sua besta, forçando-o debaixo de sua


pele. Ela estará conosco quando sair o sol. Ela vale a espera.

Sua besta respondeu com um uivo de fúria, um doloroso


rangido em seus ossos, e uma sugestão de que Lukan faria algo
que era anatomicamente impossível. Não teria como sua cabeça
caber nesse buraco.

Ele a ansiava com cada fibra de seu ser. A queria tanto que
certamente estava alucinando, porque sentia seu cheiro. Pensou
que a ouvia caminhar para ele. Mas certamente começou sua
descida à loucura. Ansiou por ela durante muito tempo, e o var-
hool tinha envenenado seu cérebro.
Não podia estar ali assim, vestida com uma camisola de seda,
descalça e com cheiro mais doce de flores, com Mary flutuando a
seu lado, franzindo o cenho.

— Vá, agora estou alucinando! — Gemeu.

— O quê? ─ Perguntou Talia. Lukan ficou em pé em um pulo.

— Talia! Realmente é você? Finalmente veio me ver?

Ela o olhou como se fosse louco.

— Claro que sou eu. Quem você pensou que era?

Escondeu o rosto entre suas mãos.

— Uma alucinação brincando com minha mente.

Mary sacudiu a cabeça.

— Você é muito estúpido.

Lukan soltou um grunhido baixo. Agora não era o momento


de meter-se com ele. Não enquanto se segurava à prudência por
um fio. Não quando seu corpo inteiro pulsava e doía porque
estavam lhe negando o que precisava mais que o oxigênio.

— Não esqueça, que sou o estúpido que pode tirar seu disco
rígido e reprogramar. — Ameaçou.

— Mas não o fará, porque incomodaria a Talia.

Maldito robô! A programou muito inteligente. Além disso,


estava sorrindo. Por que lhe deu a capacidade de sorrir? Ela tinha
razão, ele era estúpido.

Talia cruzou o quarto e o olhou com preocupação.


— Você está pálido. Está suando. — Ela pôs a mão em seu
rosto, e ele gemeu de desejo. Sua mão era fresca e reconfortante.

— É o var-hool? — perguntou. — Cora acaba de me falar


disso. É por isso que vim aqui. Disse que poderia lhe fazer adoecer,
ou poderia lhe deixar louco.

— Sim. — Grunhiu.

— E, entretanto, estava disposto a esperar. E não me obrigar.

— Eu nunca o faria. — Sua voz saiu entre suspiros. — Lhe


esperaria... até que me quisesse... ou que morresse...

Ela caiu em seu colo e ele gemeu de prazer. Sua Talia.


Pressionando-se contra ele, com apenas um pedaço de tecido entre
a doçura de seu sexo e seu pau palpitante.

Talia olhou para Mary.

— Você já pode ir — disse ela.

— Tem certeza? É importante para mim estudar os costumes


humanos se for a...

— Fora! — Talia e Lukan gritaram exatamente ao mesmo


tempo. Mary deu a volta e deslizou para fora.

— Ok, isso foi desnecessário. — Ela murmurou.

Mas se Talia e Lukan pudessem ver a expressão em seu rosto,


teriam visto que ela sorria satisfeita.
CAPÍTULO X.
Mas Talia e Lukan estavam muito concentrados um no outro.

Enquanto olhava para seu belo rosto de guerreiro feroz, o


coração de Talia doía ao pensar no que ele estava passando por ela.
Nem sequer falara sobre o var-hool e não tentou pressioná-la de
maneira nenhuma.

Seus lábios estavam entreabertos, sua respiração superficial


e ela podia sentir o cume duro de sua ereção pressionando contra
sua boceta úmida através da fina e molhada seda de sua camisola.
Entretanto, ele não se moveu para beijá-la, ou rodar seus quadris
para pressionar-se mais firmemente contra ela. Ele tremia se
contendo, cada músculo tenso. Sentia seu coração acelerado
contra as palmas de suas mãos e suas pupilas se dilataram
enquanto a olhava.

Ela se inclinou e murmurou em seu ouvido, deixando seu


fôlego quente fazer cócegas na pele.

— Então. — Ela disse. — Eu vou lhe dizer o que eu quero.


Quero uma turnê no seu quarto. Agora mesmo, eu gostaria de
explorar esse tapete de pele diante da lareira. E em seguida a sua
cama. E logo talvez esta cadeira, ou sua mesa.

Lukan gemeu e a rodeou com seus braços, atraindo-a para


um beijo duro e apaixonado. Ele enrolou sua língua contra a dela,
mordendo o lábio quando precisou retroceder para recuperar o
fôlego.

Podia sentir seu pulso batendo na pele lisa entre suas coxas.
Suas grandes mãos percorreram seu corpo, pressionando contra
sua coluna para que se arqueasse para ele, logo correu a curva
vestida de seda de sua cintura para empurrá-la mais contra ele.

Ela ofegou contra sua boca e estremeceu.

Lukan se afastou só uma fração, seus lábios ainda o


suficientemente perto para que ela pudesse sentir seu fôlego em
sua pele.

— Meu coração — disse-lhe, sua voz grave com a excitação.


— Vou saborear cada centímetro do seu doce e delicioso corpo, vou
marcar a sua carne com meus lábios, da cabeça aos pés, até que
me diga que é minha. — Agarrou o frágil tecido de sua camisola e
a arrancou de seu corpo, permitindo que os frágeis restos da seda
caíssem entre seus dedos e levantou-a com facilidade em seus
fortes braços. Ela envolveu suas pernas ao redor de seus quadris,
retorcendo-se ligeiramente em seu agarre e gemendo diante da
fricção de sua carne quente contra sua grossa e longa ereção.

Ele se ajoelhou no tapete, Talia ainda pressionada contra seu


peito, suas pernas envoltas ao redor dele. Segurou a parte de trás
da cabeça na palma de sua mão e a beijou, deitando de costas
contra o tapete, seu corpo grande um peso agradável. Seu pau se
esticou contra as escorregadias pétalas de sua boceta, e se retorceu
contra ele.
— Por favor. — Ela ofegou, passando as mãos por suas costas
larga e musculosa para agarrar sua bunda. — Por favor, Lukan,
quero você dentro de mim.

Ele gemeu, escondendo seu rosto ao lado de sua garganta, e


ela tremeu com antecipação enquanto a ampla cabeça de seu pau
provocava sua entrada.

Mas então ele parou sacudindo a cabeça.

— Não, coração. Quero lhe saborear. Quero beijar e lamber


cada polegada deliciosa do seu corpo até que grite meu nome. —
Seus olhos eram como escuras piscinas hipnóticas e ficou sem
palavras enquanto ele a beijava suavemente. Em seguida ele
deixou um rastro de beijos suaves em sua garganta. Pegou seu seio
cheio em sua grande palma, permitindo que o mamilo rosado se
prendesse entre seus dedos para levá-los aos lábios e chupar,
enviando um fio eletrizante de sensações diretamente a seu núcleo.
Sua boceta se apertou, e ela podia sentir seus sucos pegajosos em
suas coxas enquanto se movia inquieta debaixo dele.

Ele repetiu o mesmo tratamento ao outro seio e se moveu


mais abaixo, lambendo e chupando a suave pele de sua barriga e
seu umbigo. A sensação causou cócegas e a fez rir, mas a risada
se converteu em um gemido enquanto seus dedos deslizavam pelo
interior de sua coxa e nos cachos úmidos que cobriam seu monte
em um triângulo.

Ele separou suas dobras com dedos hábeis, abaixou a cabeça


e deu uma longa e lenta lambida em sua carne rosada brilhante.
Talia gemeu e segurou forte em seu cabelo negro.
Ele envolveu seus lábios ao redor de seu clitóris e chupou. As
costas de Talia se arquearam violentamente com a sensação e ela
gritou, retorcendo suas mãos em seu cabelo. Ele não se queixou,
apesar de estar machucando-o, só continuou percorrendo
ansiosamente seu clitóris enquanto trabalhava primeiro um e logo
dois dedos em seu canal molhado.

— Oh. Meu. Deus. — Ela ofegou — Não pare. Por favor, não
pare.

Mas ele o fez. Olhou para ela, com os dedos trabalhando


dentro e fora com um sorriso lento e preguiçoso.

— Você tem um sabor tão doce e embriagador como o melhor


vinho. Sinto-me bêbado de você.

— Por favor. — Ela implorou, quase incapaz de formar


palavras. Tirou as mãos da cabeça dele e se segurou à espessa e
suave pele do tapete.

— Eu vou fazer com que veja estrelas — disse Lukan, sem


parar o suave bombeamento de seus dedos dentro dela. — Quero
ouvir você gritar o meu nome.

Ele voltou a chupar seu clitóris, empurrando-a mais e mais


para algum pico de felicidade impossível. A sensação girou em
espiral dentro dela, cada músculo de seu corpo se esticou quando
o orgasmo explodiu através de cada músculo tenso deixando-a
fraca e ofegante.

— Lukan... — Não tinha forças para gritar seu nome. Sua


carne ainda latejava pelo contato de seus lábios e língua. Ela
devolveu a ele aquele sorriso preguiçoso enquanto a levava em seus
braços e a empurrava contra seu peito.

— É um começo. Ele disse enquanto seus batimentos


voltavam ao normal.

Nenhum dos dois se moveu quando Treffon parou em frente


à porta para discutir a ameaça dos cyborg com Lukan. Quando
levantava a mão para bater, deteve-se e cheirou o ar. Estava
brilhando com o sexo.

— Talvez não seja hora de ser tão pontual. — Murmurou para


si, e se virou com um sorriso.
CAPÍTULO XI.
— Logo lhe levarei para casa — disse Lukan a Talia. — Vamos
compensar todo o tempo que perdemos por conta das mentiras de
Alexandra. Lhe mostrarei quão linda é Ilyria, poderá se apaixonar
por seu novo lar. E lhe darei tudo o que seu coração deseje. Mas
há um assunto importante que preciso atender, e como meu
Reginar-A, quero que seja parte disto.

Reginar-A era o título oficial da companheira do Reginar. Ele


já levara Talia e Mary para o edifício onde chegou pela primeira vez
a Ilyria, a torre na zona neutra.

— E como guardiã pessoal e cuidadora de Talia, é claro que


estou incluída na reunião — disse Mary.

Lukan lhe lançou um olhar de aborrecimento.

— Não. Você só está aqui porque não tive tempo de lhe deixar
na propriedade da manada.

— Eu sou o MAR da Talia — disse Mary com orgulho. — Isso


representa a Melhor Amiga Robô. Ela me disse disso, e Talia não
mente, portanto, é verdade.

Talia riu em silêncio, fazendo Lukan sorrir também. Se Talia


estava feliz, ele estava satisfeito.

Era por volta do meio-dia, e Talia estava agradavelmente


esgotada. Tomou banho e comeu um enorme café da manhã
enquanto Lukan se encontrava com Treffon. Vestiu um vestido que
Mary costurou para ela durante a noite, um vestido vermelho de
seda com decote redondo que aparentemente era a última moda
em Ilyrian. Cora lhe emprestou um par de sapatos vermelhos de
salto baixo que eram feitos de algum tecido que se moldava
perfeitamente a seus pés, e em seguida subiram na nave skimmer
de Lukan e voaram até este edifício no centro da capital Donnelle.

Lukan usava calças e uma jaqueta preta bordada com o


símbolo de seu clã. Ele parecia forte e elegante, e um
estremecimento de desejo e antecipação corria por sua coluna
vertebral cada vez que ela o olhava. Não podia acreditar quão
sortuda era e como teria sido fácil ter perdido a oportunidade de
encontrar o seu verdadeiro amor se não fosse por aquela confusão
na festa e a inabalável lealdade de Mary.

Lukan a guiou até a sala de reuniões, onde uma dúzia de


pessoas já se reuniam, alguns sentados em cadeiras acolchoadas
dispostas em grupos ao redor da sala e outros se moviam.

Um deles, Talia viu com consternação, era Alexandra.


Alexandra estava sentada em uma pequena mesa redonda, junto a
um homem de pele azul brilhante, olhos totalmente negros, sem
branco, e antenas. Usava um uniforme prateado com uma insígnia
retratando o aglomerado das galáxias da Via Láctea. Alexandra
olhou para Talia, andando de mãos dadas com Lukan, e seu rosto
ficou branco de fúria.

Lukan pressionou a mão de Talia em silêncio e ela desviou o


olhar do rosto lívido de Alexandra e lhe sorriu. Não precisava
acalmar-se. Não tinha nada a temer da luxuosa casamenteira
profissional suas mentiras foram expostas, e os dias de morder sua
língua ao redor da cadela enquanto distribuía observações
sarcásticas no trabalho acabaram. Ela acariciou seu polegar sobre
a mão de Lukan em um silencioso agradecimento. Ela olhou para
trás bem a tempo de ver Alexandra dar as costas com uma careta.

Havia um grupo de homens Vulfan do clã de Lukan. Talia


podia identifica-los por seus trajes e as insígnias que levavam.

— Esses são meus irmãos Fangor e Salvi. — Lukan indicou


os dois enormes homens que se parecem com ele. — E esse homem
com a Alexandra.. — disse seu nome como se parecesse errado —
É Patrivar, um representante da Federação Galáctica. Fiscalizam
todos os assuntos interplanetários. Sua principal preocupação é a
proteção ao comércio. Eles tendem a não se envolver localmente.

Ele se aproximou de Alexandra e fechou a mão com força


sobre a mesa com tanta força que se rompeu, Alexandra pulou e
gritou assustada. Ela se aproximou defensivamente de Patrivar. Os
irmãos de Lukan se olharam com inquietação.

— Você mentiu para mim. — Grunhiu Lukan a Alexandra,


com os olhos cheios de fúria. Inclusive em forma humana, sua fúria
o fez selvagem, indomável, enquanto defendia sua companheira.
Seus bíceps se flexionaram sob o escuro tecido de sua jaqueta, e
ele olhou em cada centímetro de seus dois metros e treze de altura.

— Eu não menti — disse Alexandra zangada.

— Me perdoe, esta reunião não começou da maneira


adequada. — Interrompeu Patrivar com um tom defensivo e
ofensivo.
Lukan bufou em desprezo.

— Eu sou o Reginar Lukan Anders da manada Wor-LAN, esta


reunião é agora chamada à ordem, e a terráquea Alexandra Van
Der Willig é a cadela mentirosa sentada em frente a mim. Ela me
disse que Talia Fisher tinha três filhos de três pais diferentes e que
tinha enganado a cada um deles. — Lukan a fulminou com o olhar.
— Essa é a verdade?

— Você não pode falar comigo assim. — Choramingou


Alexandra. — Estou sob o amparo da Federação Galáctica.

— Peço permissão para dar uma bofetada em uma mulher-


cão — disse Mary a Talia.

— Você quer dizer dar uma bofetada em uma cadela?


Provavelmente é melhor não o fazer — disse Talia olhando para
Alexandra com desprezo. As coisas que disse sobre ela, o
sofrimento desnecessário que causou a Lukan e Talia durante o
ano passado... — Embora eu pudesse, em qualquer momento.

— Que demônios acontece com essa máquina? — perguntou


Alexandra, olhando nervosamente a Mary.

— Nada — disse Lukan. — Eu a programei para satisfazer as


vontades de Talia. Agora, responda minha pergunta. Era verdade
quando dizia que Talia tinha três filhos?

— Você tem que responder. — Informou-lhe Patrivar. — Ele é


seu parceiro de negócios, portanto, se espera que seja verdadeira
em todos as relações com ele. Esta reunião determinará se a
sociedade deve ser dissolvida ou renegociada.
Alexandra olhou para o chão.

— Não exatamente. — Murmurou, incapaz de olhar nos olhos


de Lukan.

— Não exatamente? Talia não tem filhos. Admita que mentiu.


Agora. Diga.

— Tudo bem! Eu menti! Menti pelo seu bem, e deve me


agradecer por isso — disse Alexandra, com o rosto vermelho de
humilhação. — Sabia que essa puta gorda lhe teria em suas
garras...

Em um suave e fluido movimento, Lukan trocou em


aproximadamente dois segundos. Equilibrou-se sobre a mesa com
suas mandíbulas estalando a garganta de Alexandra. Ela gritou,
caiu para trás de sua cadeira e aterrissou no chão com um ruído
surdo. Patrivar saltou surpreso.

Lukan se sacudiu e trocou de novo em forma humana. Seu


pelo se afundou em sua carne e seu focinho se retirou, moldando-
se em rasgos faciais humanos. Estava nu agora, de pé nos trapos
da roupa que usava.

Enquanto a multidão zumbia e se afastava do furioso Vulfan,


Talia não pôde evitar notar as linhas fortes e elegantes do corpo de
Lukan, a forma com que seus músculos se moviam sob sua pele.
Seu olhar deslizou por seu amplo peito para suas fortes coxas e ela
ruborizou e olhou para outro lado antes de que fosse surpreendida
comendo-lhe com os olhos em público.

Patrivar estendeu sua mão e ajudou Alexandra a se levantar.


— Olha o que você me fez! — gritou.

— Se alguma vez insultar a minha companheira novamente,


ignorarei a regra da nossa manada para não machucar mulheres e
lhe abrirei a garganta. — Grunhiu Lukan.

— Mas estou aqui sob a proteção da Federação. —


Choramingou Alexandra, se escondendo atrás de Patrivar. — Isso
seria uma declaração de guerra.

— Qualquer líder Vulfan que deixasse sua companheira ser


insultada dessa maneira estaria traindo a sua gente e mostrando
debilidade. Tal líder seria derrubado rapidamente — disse Lukan
friamente.

— Na verdade, tem razão — disse Patrivar. — Você está


cansada de saber que seu contrato requer que respeite os costumes
das pessoas com as que está fazendo negócios. Insultar a
companheira do Reginar é uma grave violação desse costume.

Alexandra olhou fixamente para Lukan, seus olhos brilhavam


com lágrimas. Ela estendeu as mãos para ele em um último
recurso. Ele retrocedeu um passo.

— Eu seria uma noiva muito melhor que... essa mulher.


Deveria me escolher.

— Eu não gostei de você desde o momento em que comecei a


negociar com você — disse Lukan. — Tudo, a partir daquele cheiro
horrível que você chama de perfume, jogado em você para mascarar
seu cheiro asqueroso, sua personalidade desagradável, suas
horríveis roupas. Eu quis Talia no momento em que pus os olhos
sobre ela, e você causou aos dois um ano de sofrimento
desnecessário. Cada dia que poderia estar com ela, eu tenho contra
você. Estou terminando nossa relação comercial porque já não
posso trabalhar contigo.

— Nós temos um problema com isso — disse Fangor, irmão


de Lukan, infelizmente. – Precisamos de um contato na Terra para
nos ajudar a conseguir noivas. Ela é responsável por oito casais
bem-sucedidos até agora, embora é claro que esperávamos muitos
mais. Mas ela é nosso único contato. A Federação poderia demorar
anos para aprovar um novo contato com a Terra.

Alexandra lançou um sorriso triunfante a Lukan.

— Precisa de mim — disse. — E eu não trabalharei com você


a menos que rompa com Talia. — Seus olhos brilharam com
malícia. — Então, se quiser que sua raça continue, deve me
escolher. Você não a reivindicou ainda, ela não tem qualquer marca
em seu pescoço. Não é tarde demais. A sobrevivência de sua
espécie depende disso.

Talia respirou fundo com consternação e Mary se lançou para


a Alexandra. Talia agarrou seu braço.

— Não — disse ela.

Lukan zombou de Alexandra.

— Nada neste mundo faria com que desistisse de Talia por


qualquer outra mulher, e menos ainda por você. — Seus lábios se
curvaram com desprezo. – Sabemos que você está fazendo uma
fortuna conosco, e sei que não vai renunciar a isso, além disso,
Cora se inscrever no programa foi ideia de Talia, por isso você só
pode receber o crédito por sete partidos bem-sucedidos no último
ano. — Ele olhou-a com desprezo.

— Entretanto, não temos outra opção — disse Fangor. —


Tomarei seu lugar na agência para que não tenha que suportar sua
presença. Vou viajar à Terra nos dias que estava acostumado a
viajar, me informará sobre o funcionamento da agência. E se ela
voltar a mentir a qualquer membro de nossa manada,
terminaremos nosso acerto com ela e encontraremos um novo
sócio, não importa quanto tempo tenhamos que esperar. — Fangor
dirigiu um olhar de desprezo a Alexandra. – Terá que assinar um
novo contrato com o Patrivar agora, aceitando esta mudança, ou
terminamos contigo.

Os lábios de Alexandra se comprimiram em uma linha fina e


furiosa e ela assentiu bruscamente.

Lukan tirou Talia da sala, seguido por Mary e seus


companheiros de manada.

— Eu gostaria de falar com você sobre o boato de que está


considerando uma trégua com a manada do Thorolf — disse Salvi,
franzindo a testa.

— Não é um boato. É um fato.

— Inaceitável. — Salvi rangeu os dentes. — Nunca faremos a


paz com esses bastardos. Ser forçado a entrar nessa associação
asquerosa de negócios com eles é suficiente humilhação.

Lukan se virou para encarar seu irmão, seus olhos brilhavam


de ira. Empurrou Talia suavemente, mas firmemente atrás dele,
protegendo-a com seu corpo.
— Eu sou o Reginar, não você. Não volte a desafiar minha
vontade.

Seu irmão imediatamente baixou o olhar e inclinou a cabeça


para a esquerda, descobrindo seu pescoço.

— Sabemos que é o Reginar. Mas eu gostaria de discutir isso


com você. — Salvi tinha o olhar baixo e franziu a testa.

— Veremos — disse Lukan com frieza. — Neste momento,


minha prioridade é mostrar a minha verdadeira companheira seu
novo lar.
CAPÍTULO XII.
Lukan se vestiu enquanto voltavam para o território Wor-LAN.
Ao que parece, sempre guardava roupas extras em sua nave
skimmer, se por acaso fizesse a troca em algum momento. O que é
uma lástima, pois aquelas roupas eram sem dúvida devidamente
ajustadas para sua estrutura muscular, mas a visão dele nu era
simplesmente impressionante.

— Existe algum tipo de festa acontecendo? — perguntou


Talia, confusa, enquanto o skimmer flutuava sobre o castelo de
Lukan. A luz do sol brilhava sobre as torres retorcidas e nas
cúpulas do imenso e extenso edifício. À direita, em um enorme
bosque, havia dezenas de mesas de banquete, e havia um grande
palco vazio. Centenas de pessoas se reuniam, moendo-se ao redor.

— Não que eu saiba — disse Lukan. — Ainda não anunciei


oficialmente que encontrei a minha verdadeira companheira. —
Piscou para Talia. — É você, por certo.

— É melhor que seja! — Disse Mary do banco traseiro.

Lukan olhou para Talia. Não precisava ser capaz de ler sua
mente para saber que ele estava em silêncio pedindo sua permissão
para voltar a conectar o robô que programou para ser a
companheira de Talia. Seu coração se aqueceu ao pensar que ele
criou Mary há um ano só para fazê-la feliz, mesmo pensando que
nunca poderiam estar juntos.
— Não. — Ela disse, abafando uma risada. — Não faça.

— O que minha verdadeira companheira desejar. — Lukan, o


temível guerreiro, tentou parecer mal-humorado, mas o sorriso
saindo do canto de seus lábios o entregou.

O skimmer aterrissou perto do grande campo, e eles saíram.


Talia olhou em sua volta, ao céu violáceo, a enorme lua que era
visível à luz do dia com outra lua menor diante, às estranhas
árvores com cachos chapeados pendurados nos ramos.

Ela respirou o ar docemente perfumado enquanto caminhava


de mãos dadas com Lukan. Ao longe, viu pequenos e chapeados
patins que deslizavam pelo ar como libélulas sobre a cidade de
Donnelle.

Ela estava em outro planeta. Com Lukan, seu amante álien


lobisomem. Parecia um sonho, uma fantasia que tinha evocado do
fundo de sua imaginação.

— Eu adoro te ver sorrir assim — disse Lukan. — Era a única


coisa que iluminava os meus dias enquanto pensava que nunca
poderia ser minha. O meu coração doía cada vez que te via. Seu
aroma no ar era uma tortura. — Ele a puxou para si e levantou o
olhar para seu lindo rosto. Suas pupilas se dilatavam como uma
tinta que se estendia na água, e ele baixou a cabeça, seus lábios
flutuando sobre os seus.

Um Vulfan alto e magro com o cabelo prateado correu em


direção a eles, sem fôlego.

— Senhor! A banda estava descansando — disse, apontando


para um grupo de homens que agora estavam subindo ao palco. —
Não sabíamos quando voltaria. O banquete de desculpas está a seu
gosto?

— Ah! — Lukan bateu a palma da mão na testa. — O banquete


de desculpas, é claro!

Ele olhou calorosamente para Talia.

— Pouco antes do ataque ao território Thorolf, disse ao Roj


que planejasse um banquete para você. Era suposto ser um grande
gesto. Quando você machuca os sentimentos de sua companheira,
supõe-se que deva fazer um grande gesto para se desculpar. Eu li
sobre isso quando estudei sobre as mulheres da Terra.

— Tudo isso é para mim? — Disse Talia, de repente, com os


olhos marejados. Ela fingiu espirrar enquanto as lágrimas lhe
enchiam os olhos. — Oh meu Deus, minha alergia deve ter voltado.
Está tudo lindo. Obrigada, Lukan. — Não podia dizer com palavras
quão emocionada estava. Por fora, Lukan era um guerreiro feroz
que inspirava medo e temor em todo mundo. Mas por dentro, só
para ela, era um grande doce.

Caminharam para uma das mesas. Talia estava com o


coração partido em ver quão poucas mulheres havia ali. Lukan
havia lhe contado mais sobre as guerras entre a população e os
terríveis efeitos do vírus.

Havia algumas mulheres e crianças, entretanto, e ela


realmente reconheceu três mulheres da agência de modelos. Todas
estavam grávidas. Ela sabia que as outras mulheres que Alexandra
trouxe para a agência tinham tido o click com a manada de Thorolf.
Todas ficaram atrás, olhando-a com curiosidade, admiração
e um pouco de medo. Era porque estava com Lukan?
Aparentemente ser a Reginar-A era um assunto muito importante.

Um menino pequeno com cabelo castanho encaracolado se


afastou de sua mãe, aproximou-se dela e segurou seu braço.

Todo mundo congelou e a olhou fixamente para ver o que


faria.

Ela se ajoelhou e tirou um cacho do seu rosto.

— Você é muito adorável. Meu nome é Talia. Qual é seu nome?

Todos sorriram com alívio.

O menino respirou fundo, com os olhos enormes e redondos


enquanto a olhava fixamente.

— Meu nome é Loris e posso me transformar também, aprendi


na última semana, você quer ver?

— Eu adoraria.

— Dói um pouco. Mas eu sou muito valente e quando crescer,


serei um guerreiro para defender a sua honra.

Oh, meu Deus, por favor me dê um milhão destes, pensou


enquanto ele se sacudia e começava a trocar. Era um pouco
diferente das mudanças de Lukan. No menino era um processo
lento, com manchas de pelo aparecendo em seus braços, seu
focinho avançando e retrocedendo enquanto grunhia e se esticava
com o esforço.

No final, ele se transformou em um adorável pequeno


filhotinho de lobisomem. Ela acariciou seu pelo e arranhou atrás
das orelhas antes que sua mãe, uma mulher loira com cabelos
compridos e de aspeto nervoso, o pegasse.

— Desculpe, espero que não tenha a incomodado.

— Me incomodar? — Talia riu. — Ele é um anjo! Nunca vi


nada tão lindo! — Ela acariciou mais uma vez sua cabeça e em
seguida ela e Lukan foram se sentar.

Uma das mulheres do Million Dollar Matches, Heather,


sentou-se junto à Talia, com seu companheiro Balbiran a seu lado.
Estava imensamente grávida, e Balbiran acariciava sua barriga
com adoração.

— Estou tão feliz que esteja aqui! — Disse Heather. — É ótimo


estar com outra garota da Terra. Ou melhor, é ótimo estar com
outra garota, na verdade. Posso te levar às compras e te mostrar
as melhores lojas. Talvez você possa vir para o meu chá de bebê,
que faremos em duas semanas.

— Eu adoraria — disse Talia.

O banquete foi ótimo, em sua maior parte. As bandejas


flutuavam, deslizando lentamente pela mesa, parando diante de
cada convidado e lhes dando tempo para encher seus pratos com
comida.

Logo depois de servirem as entradas, Lukan se levantou para


conversar com seus companheiros de manada, que inclinaram a
cabeça respeitosamente, e o felicitaram com entusiasmo. Talia se
sentia muito bem ao ver quão felizes todos estavam por ela estar
ali.
Em um momento, o irmão de Lukan, Salvi, o parou e
conversaram brevemente. Lukan franziu a testa, sacudiu a cabeça
e em seguida voltou para Talia.

— O que foi aquilo? — ela perguntou.

— Ele está muito irritado com a possibilidade de nos unirmos


à manada Thorolf. Ele está argumentando que foi somente um
ataque, e como vencemos aos cyborgs, provavelmente nunca nos
incomodarão de novo. Então ele acredita que não há razão para
que façamos a paz.

Talia balançou a cabeça.

— Pelo que me falaram a respeito do quanto os cyborgs são


brutais, eu não gostaria de apostar a vida de todos nisso. E com as
duas populações dizimadas, realmente pode se dar ao luxo de
manter as hostilidades?

Lukan sorriu.

— Você é tão sábia como linda.

— Vamos — disse Talia alegremente. — Depois de um ano em


que você quase não falava comigo, você me deve muitos elogios.

Ele sorriu maliciosamente.

— Você é mais deliciosa que os caramelos mais doces.

Talia ruborizou.

— Shhh! — Sussurrou, olhando freneticamente ao redor da


mesa para ver se alguém tinha ouvido.
— Por que? Não tenho vergonha que todos saibam o sabor
requintado e delicioso que tem a minha verdadeira companheira.
Seus seios são gostosos como um bolo de lamaranga.

E, apesar dos protestos de Talia, Lukan passou o resto do


jantar discutindo exatamente quão saborosa era, até que
finalmente empurrou seu prato, depois de se servir pela sexta vez.

— Satisfeita — disse ela.

— Está satisfeita? — Ele parecia profundamente magoado.

— Satisfeita em comer. — Ela acariciou seu joelho, ele gemeu


e se moveu em sua cadeira.

— Minhas calças agora estão apertadas, então é melhor que


pare de fazer isso no momento, a menos que queira que todos os
nossos convidados vejam como você se sente quando te faço ofegar
meu nome. — Sua voz era um gemido estrangulado de frustração.
— Se me excitar mais, levarei você aqui mesmo sobre esta mesa, te
garanto. Melhor voltarmos para nosso quarto.

— Pensei que nunca me pediria isso.

Parecia demorar uma eternidade em sair dali. O corpo inteiro


de Talia latejava de desejo enquanto as malvadas e sexy palavras
de Lukan passavam por sua mente uma e outra vez.

Finalmente chegaram ao quarto. O quarto de Lukan era


imenso, com uma cama repleta com travesseiros e lençóis de seda.

Mary fez um leve murmúrio quando a pediram para sair, mas


se animou quando Talia a pediu para costurar mais roupas para
ela, e se dirigiu à sala de artesanatos.
Lukan segurou a mão de Talia na sua.

— Antes de que te pegue e te foda toda a noite, queria te pedir


um favor. Amanhã à noite, haverá uma festa. Million Dollar
Matches está trazendo um novo grupo de mulheres que
participaram do nosso processo de seleção. Estamos
desesperadamente tentando aumentar nossa taxa de sucesso.
Quero que você se misture, observe e converse com as mulheres e
os homens. Poderia nos ajudar a descobrir por que formamos tão
poucos casais.

— Ok. É uma boa ideia. Eu já tenho algumas pistas, mas


primeiro quero falar com as pessoas para ter uma ideia do que está
acontecendo.

— Alexandra estará presente. — Ele a segurou e a puxou para


ele, com fortes braços envolvidos ao redor dela. Sentiu sua grossa
e longa ereção pressionando em seu ventre suave. — Mas eu estarei
ali também, e se ela te der sequer um olhar sujo... — Sua
declaração terminou em um grunhido e seus lábios se curvaram
para trás.

Talia bufou.

— Não tenho medo da Alexandra — disse olhando-o. — Você


disse que será durante toda a noite?

— E na parte da manhã.

— Tudo bem. O que você está esperando?

Com um som baixo no peito, puxou-a contra ele. Seus lábios


eram como uma marca contra a sua, e ela gemeu
desesperadamente, retorcendo-se de necessidade enquanto sugava
sua boca. Ela se agarrou a ele enquanto ele se afastava, dirigindo
seu olhar sobre seu corpo como uma carícia. Em seguida a pegou
em seus braços e a jogou no centro da cama como se não pesasse
nada. Ela começou a rir quando pulou no colchão, mas seu humor
brincalhão se transformou em uma combustão lenta quando viu o
olhar de desejo escuro e possessivo em seus olhos.

Ele caminhou para a cama, tirando a roupa. Quando chegou


ao pé do colchão, baixou as calças e as chutou de lado. Seu pau
grosso se levantou orgulhoso e rígido contra seu ventre, e Talia
salivou.

Lukan se arrastou para ela na cama, cada movimento suave


e de predador. Talia sentou e o alcançou, desejando envolver sua
mão ao redor de seu pau e lamber a cabeça enorme como um
pirulito. Já estava reunindo ali uma reluzente gota de pré-sémen.

Mas Lukan segurou seu pulso em sua mão grande, detendo


seus dedos que já estavam muito próximos de sua meta.

— Esta noite — disse com a voz rouca de desejo, — preciso


estar dentro de você. Preciso estar o mais perto de ti quanto posso.
Haverá muitas noites juntos para que me use como quer, valerá a
pena toda a vida.

O protesto de Talia morreu em seus lábios quando ele separou


suas coxas e se colocou entre elas, seu pau encharcado entre suas
dobras sensíveis. Ele era grande, realmente grande, e ela se
perguntou de repente se ela poderia tomar tudo. Não era virgem,
mas nunca esteve com um homem tão grande como Lukan, com
um pau tão longo e grosso. Mas quando ele a beijou e passou a
mão sobre seu seio, ela lembrou o quanto queria isso, o quanto
queria a ele.

Ela abriu as pernas ainda mais, lhe dando acesso e Lukan se


separou dela o suficiente para deixar espaço para sua mão descer
entre seus corpos. Apoiou-se no outro braço, os músculos se
retesaram, enquanto ele tocava as pontas de seus dedos ao redor
de seus clitóris em um espiral apertado. Ela ofegou e gemeu, e ele
pressionou sua boca contra a sua e engoliu o som.

— Você está bem? — Murmurou. — É disto que precisa?

Ela gemeu contra seu ombro e acelerou seu passo, movendo


o sensível nó até que o desejo percorreu seu corpo como um
relâmpago.

— Me diga o que você quer que eu faça. Onde quer que te


toque. Diga que me quer dentro de você, Talia.

— Por favor... — Sua voz soou drogada e desesperada. — Por


favor, Lukan, te quero dentro de mim. Agora!

Com um grunhido de satisfação, ele segurou a cabeça do seu


pau em sua entrada e com uma infinita e deliciosa lentidão,
começou a empurrar dentro dela. Ele enfiou seu pau polegada a
polegada pelo escorregadio canal, e ela ofegou pela sensação dele
enchendo-a completamente.

— É disso que precisa, doce Talia? — Ela gemeu enquanto


segurava em suas costas, as pontas dos dedos cavando em sua
suave carne.
— Sim, Lukan... Oh Deus, sim! — gritou enquanto ele
começava a se mover dentro dela, empurrando para dentro e para
fora com movimentos suaves e seguros que a empurravam cada
vez mais perto do orgasmo.

Ela se contorcia debaixo dele, sem fôlego, gemendo de


necessidade cada vez que ele empurrava dentro dela. O contato de
sua pélvis contra a dela fez com que seu clitóris formigasse, e o
golpe do seu pau contra seu ponto G resultava em gemidos toda
vez que se retirava.

Quando a respiração se tornou mais rápida ele enganchou


suas pernas por trás de seus joelhos para empurrar-se ainda mais
plenamente dentro dela e abaixou a cabeça para pegar seu mamilo
com os dentes. Quando ela ofegou com um profundo desejo, ele
mordeu levemente, tirando um gemido indefeso dela.

Sua rápida resposta o fez estremecer em resposta, e acelerou


sua batida, entrando e saindo cada vez mais forte até que ambos
estavam desorientados de desejo.

— Lukan... — Ofegou desesperadamente.

Ele gemeu, um som áspero, selvagem, e agarrou seus quadris


para golpear dentro dela, enviando-a para seu clímax enquanto
encontrava sua própria liberação.

Desta vez, quando ela gozou, Talia gritou seu nome.


CAPÍTULO XIII.
— Mal posso esperar para ver a cidade — disse Talia na
manhã seguinte enquanto ela, Lukan, Mary, Heather e Balbiran se
dirigiam para o skimmer que os levaria a Donnelle. Ela queria
comprar para Cora um presente para seu casamento, que
aconteceria em três dias.

Era um belo dia e o coração de Lukan estava leve. Não


conseguia se lembrar de sentir seu coração tão leve desde... nunca.

Uma brisa fresca e suave soprou através da pista de


aterrissagem onde o skimmer pousou. Talia usava outro vestido
feito por Mary. Era simples e branco, envolvendo seu corpo,
acariciando-a de uma maneira deliciosa. Adorava esse vestido, e
essa noite depois da festa de reunião e saudação, iria arranca-lo.

— Isso é uma coisa comum às fêmeas humanas? — Lukan


falou a Balbiran com um olhar divertido quando as mulheres
subiram no skimmer. — O amor por viajar a lugares com comércio
e a compra de muitos artigos.

— Eu ouvi isso! — gritou Talia. — E me incomodaria se não


fosse verdade!

— Lukan! Pare! — gritou uma voz zangada.

Salvi. É claro.

Lukan se virou para olhar seu irmão com um suspiro. Salvi


estava acompanhado por outros cinco membros do clã Wor-LAN.
— Voltarei em um instante — disse a Talia e aos outros, e em
seguida se aproximou para falar com seu irmão.

— Fiquei sabendo que você vai à cidade comprar um presente


para a companheira do nosso maior inimigo — disse Salvi, com um
olhar duro e zangado.

— É verdade. - Disse Lukan, assentindo com a cabeça. —


Exceto que possivelmente em breve não serão nossos inimigos.

Os homens ao lado de Salvi o olharam friamente.

— Ouvi que você irá ao seu casamento na próxima semana.

— Sim, Talia me pediu para acompanhá-la e farei para


agradar a minha verdadeira companheira. — Lukan encontrou o
olhar de seu irmão com firmeza. Normalmente, Salvi teria tomado
isso como um sinal para baixar seu olhar em sinal de respeito. Hoje
não.

Salvi sacudiu a cabeça.

— Isso é um insulto ao nosso clã. O clã Thorolf roubou nossas


mulheres e crianças. Mataram vários guerreiros do nosso grupo
quando resgatamos nossas famílias.

— O pai de Thorolf o fez. E o matamos, e a muitos deles, por


vingança. E agora organizamos batalhas um contra o outro e
debilitamos um ao outro, ao invés de nos unir para lutar contra
nosso inimigo comum. Se acredita que os cyborgs simplesmente se
renderão, é um tolo. Eles estão se reorganizando para o retorno.

— Eu prefiro a morte a nos unirmos aos inimigos para salvá-


los! — gritou Salvi. Os homens que estavam reunidos atrás dele
assentiram, resmungando entre si, sem coragem de olhar
diretamente nos olhos de Lukan.

Lukan bufou.

— Na verdade, nós salvamos o clã Thorolf. E se você estiver


preparado para morrer estupidamente, eu não deixarei que você
tome essa decisão pelo resto de nosso povo.

— Não estou sozinho em minha opinião — disse Salvi. Estava


tão nervoso que suas garras se curvaram de suas mãos e o pelo
cobriu seu rosto.

— Volte a mudar. — Grunhiu Lukan e o olhou fixamente.


Salvi soltou um grito de dor, e seu pelo e suas garras se afundaram
em sua carne.

— Qualquer um que não esteja de acordo com minha opinião


é livre para sair, se unir a outro clã ou formar seu próprio clã —
disse Lukan. — Não voltaremos a ter esta conversa e se tentar
discutir isso novamente, vou tomar isso como um desafio formal.
— Olhou fixamente para Salvi, mantendo-o paralisado no lugar
com o poder de sua concentração. A cor de Salvi sumiu da sua
face, lutando para romper o domínio sobre si, com o suor
escorrendo por seu rosto.

Finalmente, assentiu com a cabeça e exclamou.

— Não voltaremos a ter esta conversa.

Relaxou sua mente e libertou Salvi, que se virou e saiu


tropeçando com os outros membros do clã Wor-LAN lhe seguindo.
Tinha a sensação de que eles estariam deixando seu clã logo, sendo
algo totalmente aceitável, Salvi não entendia que a coragem e o
sacrifício tomavam muitas formas diferentes, e que às vezes,
perdoar era muito mais nobre do que lutar e morrer.

A festa para apresentações e encontros aconteceu no mesmo


terraço onde Talia chegou pela primeira vez.

Como imaginavam, não tinham que se preocupar com


Alexandra. Ela estava no fundo, ao lado da sala onde o clã de
Thorolf se concentrou, ignorando intencionalmente Lukan e Talia.
Usava um vestido com decote tão baixo que se via o umbigo, seu
cabelo estava penteado para trás e paquerava com vários homens
do clã Thorolf. Ela ria ruidosamente de tudo o que diziam, os tocava
e se apoiava contra eles. Os homens pareciam estar desfrutando.

— Bom senhor, espero que um deles a morda. — Murmurou


Talia a Lukan antes de misturar-se com a multidão.

Separou as mulheres uma a uma, tarefa nada fácil com todos


os homens agrupados ao seu redor. Falou longamente com elas e
também falou com os homens que estavam de visita. Em seguida
se sentou e observou as interações entre os homens e as mulheres,
tomando notas cuidadosas.

Ao final, quando voltaram para casa eles sentaram-se no


escritório para discutirem os acontecimentos da noite. Mary
pairava no fundo, sempre presente.
— O problema está no processo de seleção — disse Talia.
Alexandra construiu um negócio bem-sucedido na Terra apelando
a um tipo particular de clientela. Reuniu mulheres que eram
bonitas segundo os padrões da Terra com homens muito ricos,
ambos sabendo o que estavam recebendo. Mas ela não pensou nas
mudanças de estratégia enquanto examinava a mulheres para
Ilyria, e foi um enorme fracasso. Somente informou a estas
mulheres o fato de que em seus clãs os homens são extremamente
ricos e que estariam vivendo no luxo, não lhes explicou
suficientemente quão importante é a família para o clã, e como só
deveriam vir aqui se estivessem prontas para ter muitos filhos, não
apenas um ou dois e que se encaixar no clã é essencial.
Honestamente? Noventa por cento das mulheres na festa desta
noite não deveriam estar ali. — Ela levantou uma folha de papel.
— Fiz uma lista. Elas estavam aqui por todas as razões
equivocadas, e se decidirem ficar aqui, serão miseráveis.

Lukan balançou a cabeça consternado.

— E... — Continuou ela — Dei uma olhada no contrato


assinado por elas. É mesmo necessário que estas mulheres
abandonem a Terra para sempre e nunca retornem? Isso vai
reduzir ainda mais a capacidade para recrutar mulheres de
qualidade. Entendo que você só seleciona mulheres que não têm
filhos ou que não são próximas de sua família, mas, mesmo assim,
muitas mulheres não estão dispostas a deixar para trás, seus
amigos, sua cultura, tudo que sabem. Se ao menos pudessem
visitar a Terra de vez em quando, seria muito melhor.
— Elas não podem — disse Lukan. — A lei da Federação é
absoluta nisso. Há uma série de planetas de baixa tecnologia que
os membros da Federação estão completamente proibidos. Não
interferimos até que alcancem certo nível de avanço tecnológico.
Tentou-se no passado e nunca terminou bem, foi pânico em massa,
medo à invasão alienígena e guerras iniciadas.

— Ainda assim, é bastante extremo. Fico feliz de não ter que


assinar esse tipo de contrato.

O coração de Lukan caiu. — Mas você assinará — disse. —


Não existem exceções. Achei que você sabia disso.

Era como se a temperatura na sala tivesse caído vinte graus.


Talia ficou quieta, e permaneceu em silencio durante um longo
momento. Lukan sentiu que tudo dentro dele se mantinha imóvel
e frio, como se seu coração nem sequer estivesse batendo. Não
podia ser. Eles não poderiam ter chegado tão longe, experimentado
tanta dor para estarem juntos, só para se separarem de novo. Era
muito cruel.

— Diga alguma coisa. — Ele suplicou.

Talia tirou o olhar da lista de papel e o olhou fixamente.

— Lukan. Você sabe que meu pai e meus avós vivem na terra.
E Rosamund é uma de minhas melhores amigas, e na verdade, eu
tenho vários bons amigos que não deixaria para trás. Eles
perceberiam se eu desaparecesse.

Lukan tragou saliva.


— Posso providenciar que sua família se mude para uma
mansão na Terra. Seriam acomodados no luxo pelo resto de suas
vidas. Poderia... você poderia enviar-lhes mensagens, fingindo viver
no exterior... — Mas ele sabia no momento em que conversavam
que não seria suficiente para ela. Sentiu que o medo se apoderava
dele. Nunca antes sentiu medo. Isto não poderia ser. Não podia
perder sua Talia.

Mas é claro que ela não deixaria a sua família para trás. Talia
era uma amante leal e uma mulher perfeita. Muito correta para
abandonar a sua família para ter esperança de mantê-la a seu lado
pelo resto de suas vidas. Seu coração se retorceu em seu peito
enquanto olhava seus belos olhos, repentinamente brilhantes de
lágrimas. Agora... agora que tinha provado o que seria ter Talia
como sua companheira, não acreditava que pudesse suportar
perdê-la. Seu coração se romperia. E pior ainda, ela estaria
sofrendo também. Sua estupidez a feriu. Queria uivar.

Por que não tinha pensado nisto antes? Era o seu estúpido
var-hool, sua esmagadora necessidade e desejo por ela, nublando
sua mente.

— Lukan. — Lágrimas encheram seus olhos e correram por


suas bochechas. — Não. Eu não posso abandonar a minha família
mais do que você poderia abandonar o seu clã. Nunca lhe pediria
isso, nem te deixaria fazer isso, embora isto me quebre o coração.
— Ela se abraçou, movendo-se em sua cadeira, seu rosto uma
máscara de dor.

Lukan pensou que ia morrer.


Qualquer coisa, menos isto. Preferia perder um membro.
Enfrentar um clã de vorazes, nu, com as mãos atadas nas costas e
submerso. Nadar através da lava.

— Mas a lei da Federação diz que se não concordar com isto,


terá que retornar à Terra, e sua memória será apagada. Não se
lembrará de mim. – Negou com um movimento de sua cabeça. Isto
não poderia ser. Talia era parte dele agora. A vida sem ela seria
horrível, e vazia.

Ela levantou seu rosto manchado de lágrimas e encontrou seu


olhar.

— Existe alguma maneira de contornar os requisitos da


Federação?

Infelizmente, ele negou com a cabeça.

— Eles são extremamente radicais. Demoramos anos para


convencê-los a trabalhar com Alexandra e devido a isso que
toleramos seu terrível comportamento. Eu vou apelar, mas é muito
pouco provável que me escutem.

Era impossível.

Ela puxou uma respiração aguda.

— Me envie de volta logo após o casamento de Cora. Não posso


passar mais um segundo ao seu lado, estou apaixonada por você,
e quanto mais tempo passarmos juntos, mais miserável ficarei. —
Ela ficou de pé, e as lágrimas corriam por suas bochechas. —
Apesar de que não me lembrarei de você uma vez que minha
memória seja apagada.
Lukan se aproximou e ela se afastou. Sentia como se seu
coração fosse apunhalado.

— Talia!

— Tenho permissão de lhe dar uma bofetada? — perguntou


Mary.

Lukan se virou para ela com os punhos apertados.

— Vou te derrubar, seu monte de ferro destorcido. — Ele


murmurou.

─ Não, não o fará. — Mary disse, esquivando-se atrás de Talia.

— Mary, procure um quarto vazio em algum lugar — disse


Talia. — Ficarei lá até que seja hora de ir.

Lukan esperou que saíssem do escritório para jogar a cabeça


para trás e soltar um uivo de pura angústia. Em uma fúria cega,
começou a destruir tudo o que via, peça por peça. As cadeiras. A
mesa. As pinturas. Reduzido a estilhaços quando ele destruiu tudo
até que seus punhos sangraram, em seguida, ele quebrou um
pouco mais.
CAPÍTULO XIV.
Vinte e três mulheres estavam sentadas na sala de espera fora
da câmara (quarto especial para as mulheres convidadas), todas
indignadas. Foram levadas acreditando que se casariam, para uma
vida de extraordinária riqueza e ócio, e não estavam contentes de
ser enviadas para casa, embora todas seriam muito bem pagas por
ter vindo a Ilyria.

Talia ficou na câmara ao lado do quarto de Lukan. Ela tinha


insistido em estar ali. Ela aceitou se inscrever para o Million Dollar
Matches, para ajudar a fazer um melhor trabalho em selecionar
possíveis clientes femininos, mas só o faria se estivesse segura de
que o processo não prejudicaria às mulheres de maneira nenhuma.

A cama da câmara se elevava ao lado de uma coluna que tinha


uma forma agradável como uma escultura abstrata, exatamente
como o senso estético dos Vulfan, em fazer belos objetos
funcionais. Parecia uma alta coluna de cristal, com bordados na
parte superior. Uma bonita mulher dormia na cama. Uma
empregada de túnica branca conversava com ela. Descreveu, em
detalhes, como tudo aconteceria. Deram a ela uma versão para
contar a seus amigos. Ela diria para sua família que tinha deixado
o país em uma viagem ao redor do mundo. Ela decidiu ficar neste
mundo estranho e escreveria correios eletrônicos aos seus amigos
juntamente com fotos falsas descrevendo como conheceu o homem
de seus sonhos enquanto viajava, e não voltaria para casa. Desde
que voltou para casa, a câmara havia implantado lembranças de
suas viagens maravilhosas, e também inventaram uma desculpa
do por quê agora havia cem mil dólares depositados em sua conta
bancária. Ela se esqueceria da agência de entrevistas, e seguiria
com sua vida, grandemente mais rica.

Talia observou de perto a mulher na cama. Ela permanecia


ali com os olhos fechados e um sorriso em seu rosto. Claramente
não estava sofrendo absolutamente.

Lukan se aproximou de Talia.

— Está vendo? — Disse em voz baixa. — Não lhes fazemos


mal. Nunca faríamos mal a uma mulher.

— Sim. Eu vejo.

Ele segurou sua mão, e ela o olhou, lutando contra o desejo


de agarrá-lo e puxá-lo para ela. Ela mal tinha dormido na noite
anterior, e só conseguiu se alimentar hoje. Ela estava miserável.

— Tenho o que acredito ser uma boa notícia. A Federação


Galáctica entrou em contato conosco querendo comprar a
tecnologia que utilizamos para destruir as naves cyborg. Ninguém
mais foi capaz de desenvolver tecnologia como a nossa. — Ele
olhou-a nos olhos. — Nós dissemos-lhes que como pagamento,
somente entregaremos a tecnologia se nos permitem flexibilizar as
regras de nossas companheiras nas viagens de volta à Terra.

Talia ofegou. Ela sentiu a escura nuvem de miséria


começando a subir, só um pouco.

— Você acha que existe essa possibilidade?


Ele assentiu.

— Eu acho que sim. A frota cyborg está voltando mais ativa,


e houve um recente ataque contra uma nave de carga do qual todo
o carregamento a bordo se perdeu. A Federação está desesperada
então discutimos fornecer proteção. As mulheres que voltarem à
Terra estariam de acordo em usar um monitor especial que se
parece uma joia. Vigiaríamos as mulheres em todos os momentos,
e se em algum momento ela tentasse tirar a joia, ou falasse sobre
Ilyria e suas experiências fora do mundo, ela cairia imediatamente
inconsciente e sua memória seria completamente apagada. Como
totalmente. Teria amnésia completa, para sempre, nem sequer
lembraria seu próprio nome.

Talia considerou isso.

— Entendi. Eu poderia aceitar uma solução como essa.


Enquanto as mulheres fossem advertidas antecipadamente sobre
o que aconteceria, acredito que é uma solução que poderia
funcionar.

— Esperamos que respondam à nossa solicitação em breve —


disse Lukan. — Eles tentaram negociar, mas me mantive firme.
Falei com o clã Thorolf, e eles concordaram comigo nisto. Parece
que estamos mais perto de alcançar uma trégua completa com eles.
Graças a você — acrescentou e beijou sua mão.

Talia sentiu onda de excitação que a invadia e segurou um


gemido.

— Você gosta quando faço isso? — Disse Lukan.


— Talvez. — Talia sorriu e se aproximou um pouco mais de
Lukan.

— Eu sei que você gosta, você quer que eu prove?

— Aqui? — As bochechas de Talia se aqueceram de vergonha


e ela olhou a seu redor.

— Onde quiser.

— Talvez em seu quarto seja mais apropriado.

— Nosso quarto. — Corrigiu ele, acariciando seu braço e


tirando um gemido de prazer que ela não conseguiu segurar. — E
então eu vou levá-la para conhecer a nossa propriedade.

Antes que Talia pudesse responder, a porta da sala se abriu


e Alexandra entrou.

— Você vai enviar todas essas mulheres sem me consultar?


— Ela gritou. — Como se atreve?

— Não preciso consultá-la. — Grunhiu Lukan.

— Eu não permitirei isto! — Ela bateu o pé furiosamente. —


Você está fazendo isto por maldade. Passei semanas e semanas
entrevistando estas mulheres e as preparando para vir aqui, e está
rejeitando-as sem sequer lhes dar uma oportunidade? Supõe-se
que podem ficar aqui por um mês! Se não deixar que elas fiquem
aqui durante esse mês inteiro, então exijo que me paguem a
comissão completa por cada uma, como se fossem êxitos.

— Absolutamente não — disse Lukan. — E vou lhe avisar para


não testar a minha paciência, nem sequer fique perto de mim. Eu
não esqueci a dor desnecessária que você causou tanto a mim
como a minha verdadeira companheira por um ano com suas
mentiras.

— Você poderia facilmente me pagar por cada uma destas


referências, e nem sequer notar a perda financeira — disse
Alexandra zangada.

— Isso é certo — disse Lukan com desprezo. — Entretanto,


eu não vou pagar por duas razões. Em primeiro lugar, eu não pago
pelo trabalho que não se fez como deve ser. Não importa se
tivermos todo o dinheiro do mundo, não lhe pagarei nada por um
trabalho mal feito. E em segundo lugar, eu lhe desprezo, e não lhe
enriqueceria de maneira nenhuma. — Ele pôs seu braço nos
ombros da Talia. — Agora, me deixe com a minha verdadeira
companheira. O ar fica sujo com sua presença.

— É isso. — Sussurrou Alexandra. — Não tolerarei isto. Estou


terminando nossa sociedade. Não terá mais noivas da Terra.
Espero que a manada de Thorolf declare a guerra por sua
insolência e destrua você.

Lukan encolheu os ombros.

— Muito bem, aqui termina nossa sociedade. É melhor assim.

Alexandra o olhou, a confusão substituindo a ira em seu


bonito rosto.

— Sua gente se extinguirá. É isso o que quer?

— A Federação Galáctica se encontra em extrema necessidade


de tecnologia que só nós temos. Estão mais agradáveis às nossas
demandas. Posso começar minha própria agência de entrevistas na
Terra.

Alexandra deixou escapar um ofego de consternação. Talia


suspeitava que Lukan estava em parte se gabando, mas Alexandra
não sabia.

Ela ficou ali olhando-o consternada. Por fim disse, com a voz
tremente.

— Você vai se arrepender disto. — E saiu da habitação.


CAPÍTULO XV.
— Ooh, mal posso esperar para ver isto — disse Talia com
entusiasmo, correndo para um colorido campo atrás do castelo de
Lukan. — Parece que milhões de joias brilham sob a luz do sol. —
Lukan tinha seu braço ao redor de seus ombros e Mary estava
flutuando junto a eles.

— Estes jardins são de flores plantadas por minha avó. Era o


lugar favorito da minha mãe quando criança.

Talia olhou a seu redor assustada. Havia árvores com


coloridas explosões de flores em seus ramos. Havia flores rosadas
em forma de sino que se inclinavam para eles enquanto passavam
exalando perfume. Havia flores brancas que brilhavam como
diamantes e campos de flores tão altos como caules de milho. Havia
inclusive flores que zumbiam como pássaros.

— O que é isso? — ela perguntou apontando.

— Esse é o jardim das estátuas. E há o que poderíamos


chamar de gazebo no meio dele.

Lukan a conduziu através do jardim das estátuas. Havia


estátuas Vulfans, tanto em forma humana como em forma animal.
Havia estátuas de outros animais de seu mundo também.
Pequenos robôs se moviam discretamente pelo jardim, fertilizando,
colhendo flores mortas e varrendo as folhas caídas.
— Tinha me esquecido destas estátuas — disse Lukan. — Não
lembrava delas em muito tempo.

Quando ela estava com ele, ele via a beleza do seu mundo
através de seus olhos. Sua mente não só se centrava na estratégia
militar, morte, guerra e planejamento da batalha.

— Se eu pudesse ficar aqui, gostaria de vir aqui todos os dias.


— Então seus olhos brilharam.

— Deixe-me mostrar algo mais.

— Mal posso esperar. — Ela disse.

Ele a levou para o mirante. Havia uma cama no centro, com


lençóis brancos. Um robô masculino estava junto à entrada da
pracinha, aparentemente desligado. Estava com os olhos vidrados
olhando para o nada. Parecia a versão masculina de Mary, que
usava um uniforme de valete metálico.

Quando se aproximaram, ele se mexeu animadamente. Seus


olhos se iluminaram, e logo deslizou em direção a eles.

— Bem-vindos — disse. — Eu estive esperando para atendê-


los — disse olhando para Lukan. — Há muitos anos que não o vejo.
— Em seguida olhou para Talia. — Vejo que tem uma verdadeira
companheira agora. Seu pai estaria muito feliz com sua escolha.

— Nossa — disse Talia. — Há quanto tempo está esperando


aqui?

O robô parecia pensar por um minuto.

— Estive em modo stand-by durante dez anos.

Lukan fez uma careta.


— Após a morte da minha mãe pela enfermidade da guerra,
meu pai não podia suportar vir aqui sem ela. Então ele morreu
pouco depois. Eu não vim aqui por muito tempo também. Mas
agora, de algum jeito, com você a meu lado...posso olhar as flores
e me lembrar dos momentos felizes que tive aqui e me esquecer dos
tristes.

— Fico muito feliz de escutar isso. — O sorriso de Talia era


como o sol brilhando sobre eles. Lukan a conduziu para a cama, e
Mary e o robô começaram a segui-los. — Fora! — Lukan grunhiu
para eles. — Quero privacidade!

O robô parecia um pouco abatido enquanto voltava.

— Não se sinta muito mal — disse Mary, deslizando junto a


ele. — Lukan tem um temperamento terrível.

— Esperem! — gritou Talia.

O robô vacilou, derrapando sobre o chão, e olhou para Lukan


para saber o que ele queria.

— Faça o que diz a minha companheira — disse Lukan. Sua


ordem é minha ordem.

— Eu gostaria que vocês nos preparassem um piquenique, e


retornem em duas horas.

O robô se iluminou, e acenou para ela.

— Eu sou Farex, e estou à sua disposição — disse dando a


volta.

— Os dois terão relações sexuais enquanto vamos, e não


querem que vejamos. — explicou-lhe Mary enquanto saíam.
— Mary! TMI! — Gritou Talia atrás deles.

Ela e Farex deslizaram através das flores.

— Só duas horas? — Grunhiu Lukan.

— Daqui a duas horas, espero ter trabalhado bastante para


abrir o apetite — disse Talia.

— Você é sábia além das palavras — disse, assentindo.

Talia se sentou na cama e olhou para Mary e Farex enquanto


desapareciam atrás de um grupo de enormes arbustos de flores.
Lukan se sentou a seu lado, acariciando seu braço.

— Que coisa curiosa, ele parece ter sentimentos. Não vi esse


nível de sensibilidade em nenhum de seus outros robôs, além de
Mary.

— Foi um modelo especial que meu pai desenvolveu como um


presente para minha mãe. Desenvolvi Mary com base nesse
modelo. Não há outros robôs como eles.

— Bom. Se tem sentimentos, então não deve deixá-lo sentado


aqui fora — disse Talia.

Lukan sorriu.

— Você é tão compassiva. Eu adoro isso em você. Prometo que


o levaremos de volta para casa conosco.

— Isso seria bom. É muito triste pensar nele aqui sozinho.

— Nunca quero que se sinta triste. O que poderia fazer para


que esqueça isso? — Disse Lukan já beijando seu pescoço.
— Hummm... Você disse que teria muito tempo para fazer o
que quisesse...

Ela passou os dedos por seu peito e pelos músculos de seu


estômago, antes de acariciar o cume duro que levantava de suas
calças.

— E como de certo que aparentemente possa ficar, diria que


é hora de cumprir essa promessa.

Lukan soltou um grunhido de desejo enquanto ela o


empurrava de novo sobre os antigos lençóis brancos, jogando a
perna sobre seus quadris para que ela estivesse montada nele.
Seus cílios escuros tremularam e seus olhos se fecharam. Seus
lábios se separaram enquanto curtia a sensação quente
pressionando-se contra seu pau grosso. Inclusive através do tecido
de sua roupa ela podia senti-lo tremendo de desejo.

Ela rodou sua pélvis, e suas mãos voaram a seus quadris,


dedos acariciando a carne suave quando sua respiração se fez
áspera e instável.

Talia tirou a camisa e puxou as calças enquanto ele a


segurava para beijá-la e rolava sobre ela para poder explorar seus
seios através de seu vestido, molhando-o com golpes de sua língua.
Mas Talia não seria distraída de seu objetivo.

Ela saiu de seu alcance, outra vez, e o empurrou tentando


que ele se recostasse nos travesseiros.

— Me deixe fazer isso, por favor. Eu preciso.


O pau de Lukan estremeceu com suas palavras e ele
respondeu com sua voz rouca.

— Tudo o que a minha senhora quiser.

Talia tomou seu tempo, beijando seu pescoço e mordendo a


curva de sua clavícula com seus dentes. Ela lambeu seu mamilo,
cantarolando contra o sensível nó e fazendo com que Lukan
gemesse e segurasse a parte de trás da cabeça com a palma da
mão.

Ela desceu mais abaixo por seu corpo, explorando os


músculos de seu peito e ventre com seus lábios, língua, seus
dedos. Ela respirou fundo e deixou escapar a respiração ao chegar
a sua ereção e quando Lukan soltava um gemido rouco e cravava
sua mão livre no colchão ela lhe lançou um pequeno e secreto
sorriso de vitória.

Talia passou a língua pela cabeça do seu pau, lambendo a


gota de pré-semen que vazava na fenda. Era salgado, doce e
delicioso. Então ela chupou a ponta, girando sua língua ao redor
antes de afundar-se, tomando todo o comprimento em sua boca,
polegada a polegada.

Lukan gemeu.

— Ah... me sinto tão bem... sua boca... — Ele ofegou, tentando


recuperar o fôlego enquanto Talia passava sua boca por seu eixo.
— Tão quente e molhada...

Ele é muito bem-dotado e Talia se perguntou se seria capaz


de tomar toda sua longitude na boca sem sufocar-se, mas ela
tomou seu tempo, deslizando seus lábios gradualmente por seu
eixo até que a cabeça do seu pau estava tocando a parte de trás de
sua garganta e seu nariz se encostou nos cachos de seus pelos.

Lukan gemeu de novo, e ela segurou seus quadris para que


ele não empurrasse por reflexo. Podia perceber pelo tom de sua voz,
áspera e necessitada, que seu controle estava por um fio. Ela
respirou pelo nariz por um momento, acostumando-se ao seu
tamanho e grossura. Sentiu um tremor percorrer o corpo de Lukan.

— Por favor... — Ele implorou.

Ela começou a se mover, retirando-se lentamente,


trabalhando sua língua contra a parte inferior de seu eixo. Quando
chegou à cabeça, chupou ansiosamente, lambendo o constante
fornecimento de pré-semen.

Os dedos de Lukan se fecharam em seu cabelo enquanto ela


subia e descia por seu eixo, mais brandamente desta vez, e com
mais confiança. Ela começou a se mover mais rápido, encontrando
um ritmo que fez com que Lukan gritasse de prazer jogando sua
cabeça contra o travesseiro.

Ela desceu uma de suas mãos para acariciar suas bolas

— Para. — Lukan implorou. — Não faça isso. Eu...

Ela sabia que ele estava perto de gozar, queria que gozasse
em sua boca para engolir.

— Ahhhh. — A voz rouca de Lukan fez com que sua boceta se


apertasse e ela gemeu ao redor de seu pau. — Não pare!

E então ele gozou, o pulso poderoso de seu pênis enchendo


sua boca com o líquido agridoce enquanto ela engolia ao redor dele.
Ela o lambeu, cada golpe de sua língua contra seu pênis ainda
meio ereto, tirando outro gemido dele. Em seguida ela virou o corpo
e se aconchegou em seu peito, ouvindo as batidas do seu coração
e sentindo o suor do seu corpo em seu rosto.

Depois de um tempo se acalmando, ele se moveu e a olhou.

— Você mandou os robôs voltarem em duas horas — disse,


rolando sobre ela, com a mão roçando por debaixo do seu vestido
e subindo por sua coxa até seu núcleo. Ela já estava molhada para
ele. — Tenho a intenção de fazer uso de cada minuto.
CAPÍTULO XVI.
Foram vários dias de negociação com a Federação. Talia
esperava ansiosamente. Desejava, até o âmago de seu ser, que lhe
autorizassem a ficar com Lukan e também a visitar sua família.
Rezou para que não fosse obrigada a escolher entre o homem que
amava e a família que não podia deixar para atrás.

Já tinha perdido a todos na Terra. Amava ao Lukan e a todos


os novos amigos que estava fazendo, mas isso não atenuava a dor
da falta que sentia em ouvir as piadas de seu pai, ou fazer bolo com
sua avó, ou escutar seu avô contar o mesmo relato sobre a captura
de uma pesca de vinte libras.

Ela e Lukan foram à cerimônia de união de casais como


tinham combinado. Cora e Tristan pareciam radiantemente felizes,
e Cora sussurrou a Talia que suspeitava que poderia ter alguma
notícia feliz de que já estivesse grávida de um cachorrinho ou dois
em dez meses, tempo de uma gestação dos Vulfan.

Lukan convidou Fangor e vinte de seus companheiros de


manada, todos os quais trouxeram presentes para o mais novo
casal emparelhado de Thorolf. Treffon fez um grande espetáculo
em agradecimento a Lukan, e falou com os milhares de membros
da manada sobre o começo de uma nova era de cooperação entre
eles e a manada Wor-LAN.
Logo após a cerimônia, Lukan recebeu uma chamada urgente
de Kaspar, convocando-o até seu edifício na zona neutra. Patrivar,
o representante da Federação que vivia em Ilyria, estava ali
esperando por ele, para dar notícias sobre as interceptações
ocorridas entre as naves cyborg.

Lukan se ofereceu para levar Treffon com ele, mas Kaspar lhe
disse que Patrivar tinha solicitado especificamente que só ele
assistisse.

Lukan beijou sua testa.

— Eu te explicarei tudo agora que estamos trabalhando


juntos — disse-lhe. — Vou deixar você e Mary em casa, e irei ao
seu encontro imediatamente. Se os cyborgs estão intensificando
sua atividade, então a Federação terá que aceitar minhas
demandas. Espero voltar com boas notícias.

Talia sentiu um brilho de felicidade enquanto subiam em sua


nave, instalando-se na seção de passageiros atrás do
compartimento do piloto.

Depois de alguns minutos, Mary se sentou e olhou com


preocupação pela janela.

— Estamos no caminho errado — disse a Talia.

Lukan endireitou-se e olhou pela janela com preocupação.

— Tem razão — disse. Apertou o interruptor de comunicação


e disse ao piloto. — Estamos no caminho errado! — Não houve
resposta.

Voltou a falar.
— Estamos voando pelo caminho errado. Se você valoriza sua
vida, será melhor que me responda.

Ainda houve silêncio. Lukan se levantou e tentou abrir a porta


do compartimento do piloto. Estava bloqueada. Deixou escapar um
grunhido de frustração e chutou a porta várias vezes, mas a porta
se manteve firme.

Talia olhou para Lukan assustada.

— Acredito que estamos sendo sequestrados. Poderiam ser os


cyborgs?

— Os cyborgs não! — gritou Mary — Eles me violarão porque


sou muito bonita!

— Lukan não permitirá que nos façam mal — disse Talia,


olhando-o para tranquilizar-se. Ele assentiu com a cabeça
franzindo a testa em frustração. Em seguida se transformou um
lobo e agarrou a porta.

— De qualquer forma, se os cyborgs tentarem te incomodar,


não poderia fritar seus circuitos? — perguntou Talia a Mary.

— Sim. Me esqueci disso. — Mary disse, assentindo e soando


mais confiante.

— Eu não quero parecer muito pessoal, mas você foi


construída para que possa... ter relações sexuais?

— É possível. Disse Mary, olhando para outro lado. — Não


exatamente como você, mas recentemente tenho descoberto que se
abrir meu módulo integrador e aceitar uma sonda exploratória,
posso sentir uma explosão de satisfação do tipo que os humanos
chamariam de orgasmo.

— Você descobriu isso recentemente? — Talia levantou uma


sobrancelha. — É isso que você tem feito com Farex? É por isso
que passa tanto tempo com ele?

— Estou passando o tempo com ele para lhe ensinar como


servir adequadamente e a proteger às fêmeas humanas da Terra.
— Mas Mary desviou o olhar de Talia.

─ Mary, suas bochechas estão ficando avermelhadas. — Era


verdade, suas bochechas chapeadas tinham adquirido um
resplendor avermelhado como o metal quente.

— Meus circuitos estão superaquecendo pelo medo. Disse


Mary, zangada.

— Não, não estão, você está corando.

Lukan se deu por vencido ao tentar abrir a porta e voltou a


forma humana.

— Mary, envie uma mensagem de emergência. — Ordenou-


lhe e olhou para Talia. — Ela tem um comunicador incorporado.

Mary negou com a cabeça.

— Já tentei, mas estou sendo bloqueada. Estão bloqueando


meu sinal de algum jeito.

Talia notou que a voz de Mary estava enfraquecendo. Tudo


estava desaparecendo e o ar cheirava adocicado. Algo estava sendo
bombeado no ar.
— Talia? — A voz de Mary estava a um milhão de milhas de
distância. E então já não estava.

Alexandra parou na câmara e olhou para baixo na forma


adormecida de Lukan com um cruel sorriso de triunfo em seus
lábios.

Talia estava deitada em um banco próximo, atada e


amordaçada.

Salvi estava de guarda, não que fosse necessário. Um dos


assistentes à câmara se uniu com Salvi. Depois que Salvi enganou
Lukan fingindo ser seu general, o levaram para a câmara e
apagaram completamente suas lembranças recentes.

Lukan não resistiria, porque acreditaria que Alexandra era


sua verdadeira companheira. Também renunciaria a seu posto
como Reginar, e daria essa posição ao Salvi.

Salvi trabalharia com Alexandra para trazer novas mulheres


como companheiras dos membros da manada. Em troca,
Alexandra teria Lukan e ainda se vingaria dessa ladra de homens,
Talia.

A partir de agora, Alexandra controlaria o processo da


câmara. Poderia apagar completamente as mentes das mulheres
quando chegassem, e pôr novas lembranças para assegurar-se de
que queiram se aparelhar com os Vulfans. Receberia comissões
sobre cada mulher. Não mais fracassos. Não mais mulheres
estúpidas gemendo sobre como não queriam ter muitos bebês. A
quem importava o que elas queriam? Iria obriga-las a aceitar o que
os Vulfans queriam. Ela as converteria nas companheiras
perfeitas.

Mary também estava por perto, presa contra a parede,


amaldiçoando e gritando, com uma mordaça de metal sobre a boca.

Lukan gemeu e se sentou, com a expressão confusa.


Completamente nu e delicioso. Que belo corpo desse homem.

Alexandra não podia esperar para ter relações sexuais. Assim


que a mordesse no pescoço, estariam oficialmente aparelhados, e
não haveria nada nem ninguém na manada que pudesse fazer algo
a respeito. Seriam obrigados a aceitá-la, segundo a lei da manada.

Salvi segurou a arma enquanto olhava para Lukan esperando


por qualquer sinal de resistência, mas Lukan parecia desorientado
e confuso.

O que aconteceu...? Onde estava o...?

A cabeça de Lukan parecia cheia de nuvens. Ele identificou


que estava na câmara deitado em uma cama... Como tinha chegado
até aqui?

Seu irmão estava ali. Seu irmão, que seria um governante


superior para a manada Wor-LAN. Lukan tinha prometido lhe
entregar a manada esta manhã. Salvi seria um bom líder.

— Se apresse. — Resmungou Salvi a Alexandra. — Esperarei


lá fora. Use isto se houver algum problema. — Apontou para uma
pistola de raios que jazia em um balcão próximo e em seguida se
afastou do quarto.

Salvi. O que ele disse? Fazer o que? Por que ele parecia tão
zangado? Lukan olhou para Alexandra em busca de respostas.

Ela estava tirando as roupas ansiosamente com um sorriso


enorme nos seus lábios. A bela mulher da Terra que era sua
verdadeira companheira.

Sua cabeça doía ao pensar. Por que?

Por que doía seu coração? Era como uma dor latejante... uma
ausência. Se sentia frio, como se tivessem cortado todo calor e vida.
Como se o sol nunca voltasse a brilhar sobre ele.

— Meu amor, por que estamos aqui? — Ele murmurou.

As palavras estavam erradas em sua boca. Mas por quê?


Tinha conhecido Alexandra na Terra, e instantaneamente se
apaixonou por ela. Fazia amor com ela cada oportunidade que
tinha, e adorava o chão que ela pisava. Imagens dele dirigindo seu
pênis nela inundaram sua mente. Suas pernas envoltas ao redor
de sua cintura. Ele gemendo de prazer, gritando seu nome.

Então, por que a visão dela em lingerie o incomoda tanto? Por


que estava enojado pelo aroma dela?

Ele se sentou.

— Algo está errado comigo. Não posso pensar com clareza. —


Levantou-se em um salto. Se sentia como se tivesse drogado.

— Você foi atacado e ferido por nossos inimigos — disse


Alexandra. Agora ela estava nua, com a roupa jogada no chão. Ele
desviou o olhar. Não queria vê-la nua. Ele estava doente. Havia algo
errado nele. Ela era sua verdadeira companheira, entretanto,
queria fugir da sala ao vê-la.

— Por que estamos na câmara? — perguntou enquanto ela se


apressava para ele e lhe acariciava o braço. Ele se desvencilhou
dela.

— O ataque parecia ter prejudicado sua memória, então lhe


trouxemos aqui para restaurá-la.

Ela se apertou contra ele, esfregando seus mamilos em seu


peito. Ela esfregou seu sexo depilado contra ele. Ele pulou para
trás como se tivesse sido queimado.

Suas sobrancelhas se uniram.

— Carinho, meu amor, o que acontece? — Havia uma ponta


de raiva e frustração em sua voz.

Ele sacudiu sua cabeça.

— Algo não está certo.

Um forte gemido o distraiu. Ele virou-se e viu uma cena muito


estranha: uma deliciosa mulher de cabelo castanho amarrada a
um banco. Não só estava contida, mas também amordaçada. Ela
estava lutando, gemendo, olhando-o suplicante.

Ele não a reconheceu, mas sentiu uma estranha agitação


dentro dele atraindo-o para ela.

Isso não faz sentido. Alexandra o enchia de repulsa. Tudo


dentro dele o chamava para estar perto desta mulher presa no
banco. Mas também recordava, tão claro como o dia, a primeira vez
que viu Alexandra, o atingira como um raio. Finalmente tinha
conhecido a sua verdadeira companheira. O var-hool o tinha
consumido e faziam amor durante dias inteiros.

— Essa mulher é uma espiã, e quase nos matou. — Alexandra


disse acariciando seu braço. Ele estremeceu, mas se obrigou a
deixar que ela o tocasse.

— É uma espiã. — Ele repetiu.

A mulher se sacudiu no banco, lutando grosseiramente. Ele


escutou outro estranho ruído e procurou a fonte. Um robô metálico
estava preso à parede, também amordaçado e se debatendo?
Furiosamente contra a parede, lutando para liberar-se.

Alexandra franziu a testa.

— Ela fez algo em sua mente, meu amor. Ela disparou com
uma espécie de pistola de raios que revolveu sua mente. — Ela se
inclinou e beijou seu ombro. Lukan tinha o desejo irresistível de
lavar a pele que havia tocado com seus lábios. — O que acontece?
— Gemeu Alexandra. — Ainda me ama, não é? Você se lembra
quando me disse que sou sua companheira de coração? Ela tentou
te colocar contra mim, mas somos muito fortes para permitir que
uma espiã para os cyborgs destrua nosso amor.

— Os cyborgs? — Ele olhou para a mulher que jazia no banco.

— Sim, essa gorda e repugnante besta é uma espiã para os


cyborgs. — Ela disse.

— Ela não é gorda nem é repugnante. Ela é linda — disse


Lukan, e logo se deteve. Havia uma expressão de dor e irritação no
rosto de Alexandra. Havia dito a Alexandra que era sua verdadeira
companheira. Não deveria admirar a nenhuma outra mulher
assim, e nunca deveria falar assim com sua verdadeira
companheira. — Sinto muito. Não sei o que está acontecendo
comigo. — Lukan esfregou o rosto com as mãos como se pudesse
eliminar sua confusão.

— Você vai acabar com ela, como me prometeu. Vai se


transformar e matá-la enquanto assisto. — Os olhos de Alexandra
brilhavam com sede de sangue. — E então me reclamará. Deve
deixar sua marca em mim, para que todos saibam que sou sua. Só
então estarei segura.

— Sim. — Lukan rosnou enojado pelo pensamento. — Preciso


te reclamar. — Repetiu, tentando convencer a si mesmo. Tinha
prometido a Alexandra durante o café da manhã que hoje seria o
dia.

Unir-se com a Alexandra. Cada célula de seu corpo se


apoderou de repulsão ante o pensamento, muito forte. Isso só
poderia acontecer se já tivesse conhecido a sua verdadeira
companheira.

Mas a mulher no banquinho era o inimigo. Agora se lembrava


que ela tinha matado vários de sua manada. Entrou em sua mente,
havia o colocado contra sua verdadeira companheira.

— O que você está esperando? — perguntou Alexandra. —


Faça! Agora. Mate-a!
A mulher do banquinho estava puxando suas restrições com
uma expressão furiosa. Por que estava amordaçada? Por que a
fêmea estava amordaçada?

Uma onda de dor como nunca havia sentido antes caiu sobre
ele. Nunca poderia ferir a mulher no banquinho. E se alguém
tentasse lhe fazer qualquer dano, ele o mataria.

Devidamente, deu-se conta de que podia ouvir os sons de luta


do lado de fora da porta. Gritos. O barulho de armas laser. A porta
se abriu de repente, Salvi e Cesaro, outro dos companheiros de
Lukan, entraram correndo. Tinham armas de laser, os covardes!
Lutando com uma arma, contra outro Vulfan? Lukan se encolheu
de raiva diante da visão.

Ele percebeu que vários de seus homens estavam atacando a


Salvi. Não tinham armas. Fangor e Kaspar estavam com eles. O
rosto de Salvi ficou branco de medo. Se virou e disparou contra
Kaspar, e o braço do Kaspar estalou em chamas.

Kaspar soltou um uivo de agonia, enquanto Fangor e seus


Vulfans moviam para Salvi, se transformando em sua forma
animal, o derrubando. Salvi sumiu sob uma pilha de grunhidos e
seus gritos de agonia romperam o ar.

Um robô masculino, de metal, correu através da porta.

— É um truque! — gritou assinalando a Alexandra. — Ela


limpou sua mente e alterou sua memória... Alexandra pegou uma
pistola, apontou ao robô e disparou. Ele congelou em seu lugar. O
robô feminino lutou mais forte e fez um terrível lamento detrás de
sua mordaça.
Lukan se levantou e golpeou a arma da mão de Alexandra.
Ela caiu no chão com um grito, encolhida.

— Você não é minha companheira! — gritou enquanto a raiva


fluía por seu corpo. Nem sequer sabia de onde tinham vindo as
palavras, mas sabia que eram certas. E agora tinha outras
lembranças, dele e daquela bela mulher que estava amarrada.
Quais lembranças eram reais?

— Diga! Você não é a minha verdadeira companheira! —


gritou novamente e suas palavras terminaram em um grunhido
enquanto os pelos cobriam seu corpo. Estava a ponto de
transformar-se em animal. Estava tão furioso que provavelmente
mataria a Alexandra quando o fizesse.

— Não. Eu não sou... não sou sua verdadeira companheira.


— Isso saiu em um lamento furioso.

Ele correu para o banco e rapidamente começou a desatar a


mulher cujo nome não lembrava. A mulher que amava.
CAPÍTULO XVII.
— Jura que me perdoa? — Lukan perguntou a Talia pela
décima vez.

— É claro que te perdoo. Ela limpou sua memória. — Talia


segurou a mão dele para o tranquilizar e se apoiou nele.

Isso fortaleceu seu amor por ele. O amor de Lukan por ela era
tão poderoso que nem sequer a máquina da câmara podia destrui-
lo.

Alexandra agora permanecia atada em uma cama na câmara,


e uma carga era preparada na máquina. Os cúmplices de Salvi
foram assassinados. A traição era uma ofensa punível com a morte
em Ilyria.

Mary conseguiu pedir ajuda uma vez que entraram na


câmara. Aparentemente, ela e Farex tinham criado uma função
interna especial de mensagem para conversarem entre si quando
estivessem separados. Assim que Farex recebeu a mensagem de
Mary, tinha procurado por Kaspar e Fangor.

Kaspar usava um braço mecânico agora, enquanto esperava


que um novo braço de carne crescesse substituindo o membro que
Salvi tinha destruído em seu último ato de covardia.

Felizmente, Salvi foi derrotado e tinham sido capazes de


restaurar as lembranças de Lukan. Talia estremeceu ao pensar na
vida sem Lukan... sem que ele se lembrasse dela.
Ela se levantou e se aproximou para olhar para Alexandra.
Lukan se uniu a ela.

— Se tivesse destruído a mente de Lukan, eu juro que teria te


matado, patética e malvada bruxa. — Estalou Talia.

— Como isso aconteceu? — Gemeu Alexandra. — Como? Os


implantes de memória nunca falham!

Lukan bufou.

─ Não há máquina de memória que possa superar o vínculo


entre verdadeiros companheiros uma vez que se encontram. E a
máquina não pode fazer que um Vulfan queira a outra mulher uma
vez que conheceu à mulher a que está destinado a amar.

— Então, você vai me matar? — perguntou Alexandra


aterrorizada.

— Eu vou apagar a sua memória, por completo. Disse Lukan


friamente. — E em seguida, será posta em uma prisão da
Federação, para o resto de sua vida. E agora, vou reclamar a minha
verdadeira companheira.

— Primeiro devemos checar Farex. Disse Talia, ignorando os


gritos de raiva e protesto de Alexandra.

Farex estava na oficina de reparação de robôs em Donnelle,


com Mary ao seu lado. Felizmente, aparentemente Alexandra não
foi capaz de destruir seu disco rígido central, por isso sobreviveria
com sua personalidade e lembranças intactas. Tinha disparado em
sua cabeça, mas os discos rígidos dos robôs estavam localizados
em seu abdômen.
Um pouco mais tarde, depois de visitar Farex na oficina de
reparação, retornaram para o quarto de Lukan.

— Nunca me deixe novamente — disse Talia enquanto se


dirigiam para o quarto.

— Quando você for à Terra, irei contigo. E nossa cerimônia se


celebrará por trinta ciclos solares. — Ele mordiscou seu pescoço.
— Mas espero que já tenha meus filhotes até então.

Ele a colocou de pé e a virou para que suas costas estivesse


pressionada contra seu peito e seu estômago. Passou a palma da
mão por sua barriga e sussurrou em seu ouvido.

— Quero muitos filhotes. Todos valentes e bonitos como sua


mãe. Você é a minha vida, Talia.

Talia se sentiu emocionada ao pensar em ter seus bebês.


Virou e o abraçou pelo pescoço, ficando nas pontas dos pés para
pressionar seus lábios contra os dele.

Lukan a beijou de volta com desenfreada paixão, abriu seus


lábios com a língua passando as mãos por seu corpo. Ele a puxou
contra ele para que pudesse sentir sua ereção.

Quando finalmente ela se separou, lhe sorriu e disse.

— Então é melhor começarmos a praticar.

Só demoraram segundos para jogar suas roupas e se


arrastarem sobre a cama. Nenhum dos dois queria esperar. Talia
estava gotejando, ofegando de desejo para sentir Lukan dentro
dela, e seu pênis estava tão duro como aço acetinado.
Eles rolaram e caíram juntos, tocando e saboreando, seus
membros deslizando um contra o outro, os lábios e as mãos
explorando. Sua pele esquentou, os batimentos do coração em um
ritmo sincronizado, as respirações se misturavam.

— Eu te amo. — Sussurrou Lukan entre beijos rápidos. —


Quero te marcar e te fazer minha para sempre. Por favor, diga que
posso. Você é o meu coração. Não tenho nada se não tiver você.

Talia virou sobre seu estômago, lhe mostrando as costas.


Tirou o cabelo do pescoço, expondo a pele sem manchas.

— Me marque. Já sou sua. Sempre fui.

Lukan grunhiu, um som baixo, possessivo. Colocou os dedos


debaixo dos quadris de Talia e a puxou para trás e para cima para
que ela estivesse de joelhos, seu sexo rosado exposto a seu olhar
faminto.

— Você é linda. — Ele disse, retrocedendo e baixando a cabeça


para poder lhe dar uma longa e lenta lambida. Ela estremeceu de
desejo e se apertou contra ele, pulsando.

— Lukan. — Ela implorou.

Ele zombou dela por um longo tempo, passando sua língua


por seus clitóris, em seguida entrando em sua boceta em um beijo
francês incrivelmente íntimo. Talia deixou cair a cabeça, fechando
os olhos para poder concentrar-se na sensação que se formava.
Suas coxas tremeram e ela afundou seus dedos na colcha,
gemendo felizmente enquanto tremia à beira do orgasmo.
Quase lá... Seu coração batia erraticamente em seu peito e
cada músculo tenso na expectativa quase dolorosa do prazer de
gozar. Quase...

Ela gemeu de frustração e xingou quando Lukan se afastou,


não deixando nada mais que o ar frio contra sua boceta quente.
Ele deu uma risada baixa, mas não a deixou frustrada por muito
tempo. Ele se encaixou detrás dela, seu grande corpo quente contra
suas costas, seu pênis empurrando sua entrada enquanto ele a
puxava contra si.

Talia se esticou e estremeceu enquanto ele empurrava dentro


dela até o punho em um só impulso suave. Ele segurou seu peito,
beliscando o mamilo entre o polegar e o indicador, rodando o bico
tenso enquanto balançava seus quadris, empurrando dentro e fora
de seu ambicioso corpo.

Instantaneamente, o orgasmo se apoderou dela, saturando


cada músculo e torcendo um selvagem gemido de liberação. Sua
força a deixou como uma boneca de pano, muito sobrecarregada
para fazer algo. Ela gozou uma e outra vez, cada onda de prazer
escaldante só para ser alcançado por outro, e sua boceta pegajosa
em espasmos ao redor de seu pênis grosso, marcando-a, enquanto
a fodia.

— Por favor... — Ela conseguiu ofegar. — Faça Lukan. Me


marque. Me faça tua.

Lukan acariciou o lado de sua garganta, lambendo a pele


antes de tomá-la entre os dentes. Talia gemeu em antecipação e
em seguida gritou com uma mistura de prazer e da dor aguda e
cortante enquanto ele afundou os dentes em sua garganta.

Ela estremeceu ao redor dele, e seus dedos se cravaram em


seu peito duro quando ele gozou, seu grito de liberação amortecido
em sua garganta, pela marca de reivindicação que gravava em sua
pele.
EPÍLOGO
Talia Anders, Reginar-A do clã Wor-LAN, diretora executiva
da Star Crossed Matchmakers, sentou-se com um sorriso de
satisfação.

Os últimos relatórios estavam chegando no último mês.


Desde que tinham inaugurado a nova agência de encontros, já
tinham unido quatorze casais bem-sucedidos. Oito deles com a
manada de Thorolf, seis com os Wor-Lans. Enviavam menos
mulheres, mas as examinava muito mais cuidadosamente. Suas
projeções mostraram que poderiam emparelhar várias centenas de
casais ao ano a partir de agora.

Estava preparando para dizer à Rosamund sobre Ilyria,


porque queria convidá-la a provar os serviços de emparelhamento
da Star Crossed. Apenas deteve-se porque a irmã de Rosamund
ainda estava na escola de enfermagem, e não sabia se Rosamund
estaria disposta para transportar-se a outro planeta a maior parte
do tempo e deixar Madison para trás. Entretanto, Madison estava
se preparando para graduar-se logo... talvez seria capaz de
convencer Madison a dar a Ilyria uma oportunidade também.

Um prato de biscoitos caseiros pairava em cima de sua mesa,


cortesia de Mary e Farex, que ficaram inseparáveis. Enquanto Talia
mastigava um biscoito de chocolate, a tela de seu monitor se
iluminou.
Ela saudou com a mão o rosto que apareceu na tela.

— Olá, vovô! Quais as novidades?

— Olá querida, nada novo. — Ele tinha um olhar orgulhoso.


— Só fui pescar.

Ela riu. Conhecia seu avô. Estava morrendo para que lhe
perguntasse, assim, ela perguntou.

— E como foi?

— Apenas apanhei um pescado de 30 libras, isso é tudo. —


Seu avô se distanciou da câmera para mostrar um enorme peixe
de cor púrpura.

Sua avó estava em pé junto a ele, sorrindo com indulgência.

— Na próxima reunião do clube de pescadores será um de


cinquenta libras — disse.

Ela e Lukan tinham decidido que fazia sentido mover a sua


família na terra para Ilyria. Tinham conversado com sua família.
Se não tivessem concordado, Lukan seria obrigado a apagar essa
conversa de suas lembranças, mas felizmente, tinham concordado.
Ela passaria a maior parte de seu tempo em Ilyria, e queriam estar
ali com ela. Queriam ajudar a criar a seus filhotes.

Não só isso, mas também com a tecnologia avançada de Ilyria,


seu pai poderia caminhar de novo sem o uso de suas muletas, e
sua dor tinha desaparecido.

Sua família estava no lugar certo. Tornaram-se amigos da


manada, sua avó inaugurou um clube de jardinagem e seu pai e
avô se uniram ao clube de pesca da manada Wor-LAN.
— Vai jantar em casa esta noite? — perguntou seu avô.

— Com certeza. Você vai fritar esse pescado?

— Esta beleza? — Seu avô parecia surpreso pela sugestão. —


De maneira nenhuma.

— Estou cozinhando um bife do jeito que você gosta. —


Sussurrou sua avó.

— Então não chegarei tarde — disse Talia. — Melhor me


deixarem voltar a trabalhar para poder chegar a tempo.

Mas não foi o que aconteceu, entretanto. Assim que ela


desligou, Lukan entrou no escritório. Como sempre acontecia cada
vez que o via, ela perdeu o fôlego. Mesmo vestido com as roupas
conservadoras da Terra, ele não era nada comum. Caminhava com
a graça de um predador. Nunca se cansaria de olhá-lo. Seu
tamanho e força dominava qualquer lugar em que estivesse. Seu
cabelo negro e brilhante caía em ondas que emolduravam suas
maçãs do rosto. E seus olhos... só tinha olhos para ela.

Aproximou-se da mesa, agachou-se e beijou o pescoço de


Talia.

— Este novo grupo de mulheres que você escolheu são


excelentes.

Talia o olhou e sorriu.

— Olá, senhor Anders, sabia que na Terra é contra a lei que


os patrões assediem sexualmente seus empregados?

Lukan sorriu. Ele beijou o outro lado de seu pescoço, logo o


mordiscou, e ela gemeu de prazer.
— Então é bom que não esteja na Terra — disse.

— Sim, isso é algo bom. Faz isso de novo.

Ele o fez.

Talia suspirou satisfeita.

— Sabe quantas vezes fantasiei com isso durante esse terrível


ano enquanto pensei que você não gostava de mim?

— Tenho a intenção de passar o resto da minha vida


cumprindo todas as suas fantasias.

Deu um passo atrás para poder dar a volta ao redor de sua


cadeira, e estendeu sua mão para ajudá-la a levantar-se.

Ela fez um carinho em sua barriga redonda. Estava apenas


na metade de sua gravidez e já estava enorme, em outros cinco
meses estaria dando à luz a dois filhotinhos grandes e saudáveis.

— Não pode me achar atraente neste estado. Disse com ironia.


— Mary diz que me pareço com a lua menor de Ilyria.

Lukan bufou irritado.

— Não me importa o que diga, um dia vou reprogramar essa


ameaça metálica para ser vista e não ouvida.

Mas Talia sabia que não falava a sério. Ela adorava Mary,
embora ela não estivesse tão presente mais, agora que namorava
com Farex.

Ele a olhou, sua expressão séria agora, e colocou sua mão


sobre a sua em sua barriga.
— Te adoro — disse-lhe. — Você é o meu amor, minha
Reginar-A, e carrega os meus filhos dentro do seu corpo. Isso te faz
mais linda para mim do que nunca. E vou te provar isso agora.

Ele a pegou sem esforço em seus braços e a levou para o sofá.


Teria que ser bastante criativo para amá-la em seu estado atual.
Não tinha nenhuma dúvida de que estava à altura da tarefa.

FIM...
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