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E. E.

PROFESSOR FREDERICO DE BARROS BROTERO


Diretoria Regional Guarulhos Sul

TEXTO: MÁQUINAS SIMPLES

Desde os tempos remotos, o ser humano tem a necessidade de criar mecanismos


que facilitem o seu trabalho. O homem primitivo por exemplo, utilizava pedaços de
madeira e ossos para alcançar frutos na copa de árvores, pedaços de pedra para abrir
sementes e outros. Conforme foi aumentando a sua necessidade, o ser humano procurou
melhorar suas condições de trabalho, principalmente no que se refere à redução de seu
esforço físico. Para isso utilizou, inicialmente, meios auxiliares que lhe permitissem realizar
trabalhos de modo mais fácil e com o menor gasto possível de sua força muscular. Esses
primeiros meios foram a alavanca, a roda e o plano inclinado, que por sua simplicidade,
ficaram conhecidos como máquinas simples.
As máquinas simples são consideradas fundamentais porque seus princípios estão
presentes em todas as máquinas existentes hoje.

ALAVANCA

Alavanca é um sólido alongado e rígido que pode girar ao


redor de um ponto de apoio, também conhecido como
fulcro ou fulcro eixo de rotação. A alavanca é constituída
por três elementos:

PA – Ponto de apoio: o ponto ao redor do qual a alavanca pode girar;


FR – Força resistente: peso do objeto que se pretende movimentar;
FP – Força potente: exercida com o objetivo de mover o objeto.

As alavancas podem sem de três tipos:

Alavanca interfixa: quando o ponto de apoio está situado entre os pontos de aplicação de
força e o objeto a ser movimentado, como mostra a figura a seguir. São exemplos desse
tipo de alavanca: o alicate, a tesoura e a gangorra.
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Alavanca inter-resistente: a força resistente está entre o ponto de apoio e a força potente.
Os exemplos desse tipo de alavanca são: o quebra nozes, abridores de garrafa e carrinho
de mão. Observe a ilustração:

Alavanca interpotente: nesse tipo de alavanca, a força potente está entre o ponto de apoio e a força
resistente. São exemplos desse tipo de alavanca: a pinça e o cortador de unha. Observe a ilustração:

PLANO INCLINADO

Plano inclinado é toda superfície reta que tenha


alguma inclinação. Por exemplo, uma ladeira é um
plano inclinado.
Observe a subida. Se, por um lado, um plano
inclinado permite o acesso a áreas mais altas com
menor esforço, por outro, ele torna o caminho
mais longo. Podemos dizer que quanto menor o
ângulo do plano inclinado, maior a distância a ser
percorrida, porém menor a força a ser aplicada.
Um exemplo de plano inclinado é a rampa. Ela facilita o
trabalho de levar um corpo de um nível para outro, mais elevado. No entanto, a distância percorrida
é maior.
Dadas duas trajetórias abaixo, em qual delas é “mais fácil” carregar o bloco?
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Obviamente na trajetória inclinada, pois no primeiro caso, teremos que realizar


uma força maior que o peso do nosso corpo. Já o segundo caso, a força aplicada é reduzida,
ao custo de um aumento na distância pela qual o objeto tem de ser deslocado.
Por meio de planos inclinados, podemos levantar qualquer corpo usando força
menor que o peso desse corpo, porém, o trabalho realizado não se altera. O trabalho é o
mesmo se elevarmos o corpo verticalmente ou através do plano inclinado.
Imagine como seria possível ir do litoral a alguma cidade serrana se não fosse com
o uso dos planos inclinados! Teríamos todos de ser alpinistas.
Percebeu como os planos inclinados são importantes? Eles, como todas as máquinas
simples, facilitam o trabalho.
Dos planos inclinados derivam-se algumas outras máquinas como a cunha e o
parafuso.
Cunha - A cunha é um objeto que possui dois planos postos em um ângulo agudo, e serve
para cortar vários materiais, entre eles a madeira. O machado, a faca e cinzéis são um tipo
de cunha;
Parafuso - Se observarmos um parafuso, perceberemos que ele possui um plano inclinado,
que é a rosca. Ela ajuda a encaixar o parafuso em algo sem se usar muita força.
O plano inclinado talvez tenha sido criado na Grécia antiga para resolver
problemas existentes naquela sociedade primitiva. Sem dúvida um dos principais
precursores da engenharia foi o sábio e filósofo Arquimedes.
Uma das áreas que Arquimedes mais se dedicou na vida foi o estudo das máquinas
simples e por incrível que parece hoje, ainda se utilizam as ferramentas criadas por ele para
desenvolver trabalhos altamente pesados.
Graças a Arquimedes hoje existem sistemas considerados como base no
funcionamento de qualquer máquina existente. Tal sistema constitui:
1. Plano inclinado
2. Polias ou roldanas
3. Alavanca
As máquinas desenvolvidas por Arquimedes hoje podem ser consideradas de alta
tecnologia para a época e graças a sua contribuição, a física conseguiu se desenvolver.
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RODAS E EIXOS

A roda é uma das seis máquinas simples com


vastas aplicações no transporte e em máquinas.
Pode-se definir roda como um objeto sólido
redondo ou um anel circular com raios,
projetado para girar em torno de um eixo menor
no centro.
Um mecanismo de roda e eixo pode criar os
seguintes efeitos:
1. Reduzir o atrito (resistência que encontra um objeto quando se move ou gira contra
outro objeto);
2. Controlar a direção do movimento;
3. Aumentar a força giratória.
A ideia de utilizar a roda para ajudar a mover objetos pesados remonta mais de
5.000 anos. Não se sabe onde foi inventada, provavelmente foi na Mesopotâmia (hoje o
Iraque). O carrinho de mão é utilizado na China desde o ano 200 d.C., mas só chegou à
Europa 900 anos depois.
O eixo é uma haste ou um bastão fixado no centro de uma roda. Em algumas
máquinas de roda com eixo, a roda é substituída por uma manivela ou outra peça que gire
como uma roda. O volante de um carro é uma máquina de roda com eixo. Outro exemplo
é uma maçaneta. A maçaneta é uma roda que gira um eixo interno, o qual move o trinco.

POLIAS OU ROLDANAS

Polias ou roldanas são dispositivos mecânicos usados para tornar mais cômodo ou
reduzir a força necessária para deslocar objetos com um grande peso. Esse tipo de máquina
simples é composta por uma ou mais rodas, que giram em torno de um eixo central e possui
um sulco por onde passa uma corda ou fio flexível.
As polias ou roldanas podem ser fixa ou móvel.
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Roldana ou polia fixa: está presa a uma estrutura rígida, gira


apenas ao redor de um eixo. Ela facilita a realização de um
trabalho, mas não reduz o esforço. Esse tipo de roldana é
utilizada para sustentar ou elevar uma carga ao nível necessário.
Exemplo: mastros para hasteamento de bandeiras em pátios de
colégio, prédios públicos, fóruns, estádios de futebol, hotéis e
outros.

Roldana ou polia móvel: é um disco móvel que gira em torno


de um eixo perpendicular ao seu plano, o que permite
aumentar os efeitos de força em ação, tornando assim, menor
o esforço. As roldanas móveis diminuem a intensidade do
esforço necessário para sustentar um corpo, quase que pela
metade. Quanto maior a quantidade de polias/roldanas, menor
o esforço. Nesse tipo de roldana, no eixo se fixa uma peça
denominada alça ou gancho. Exemplo do uso de
polias/roldanas móveis: guindastes, varal de teto, aparelhos de
musculação, equipamento para erguer o motor do carro em
oficinas mecânicas etc.

ENGRENAGENS

As engrenagens são rodas com dentes ao redor. Esses dentes se encaixam aos
dentes semelhantes de uma ou mais engrenagens vizinhas, imprimindo movimentos,
transferindo de uma para outra. Elas também derivam de uma roda e servem para
transmitir força e movimento. São utilizadas em algumas máquinas mais complexas como
motores elétricos para fazer girar engrenagens que transmitem movimento para abrir e
fechar portões, subir e descer elevadores etc. Existem engrenagens com adaptações, são
rodas com correias de borracha e as rodas dentadas com corrente de metal, como as que
existem nas bicicletas.

Imagem de engrenagem comum e engrenagem de bicicleta.

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