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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROPRIEDADE


INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA A
INOVAÇÃO

PAULO CALIFA MAFRA NOVAES

SOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA INDICAÇÃO DE ALERGÊNICOS


EM RÓTULOS DE EMBALAGENS ALIMENTÍCIAS

JUAZEIRO – BA
2023
PAULO CALIFA MAFRA NOVAES

SOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA INDICAÇÃO DE ALERGÊNICOS


EM RÓTULOS DE EMBALAGENS ALIMENTÍCIAS

Dissertação apresentada à Universidade


Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF, Campus Juazeiro, como
requisito para obtenção do título de
Mestre em Propriedade Intelectual e
Transferência de Tecnologia para a
Inovação.

Orientador: Prof. Dr. Arão Cardoso Viana

Coorientador: Prof. Dr. Francisco Kelsen


de Oliveira (IFSertãoPE)

JUAZEIRO – BA
2023
Novaes, Paulo Califa Mafra
N936s Solução Tecnológica para Indicação de Alergênicos em Rótulos de Embalagens
Alimentícias / Paulo Califa Mafra Novaes. - Juazeiro - BA, 2023.
xi, 105 f.: il.; 29 cm.

Dissertação (Programa de Pós-graduação em Propriedade Intelectual e Transferência


de Tecnologia para a Inovação - PROFNIT) - Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Campus Juazeiro, 2023.

Orientador: Prof. Dr. Arão Cardoso Viana.

1. Software - Desenvolvimento. 2. Alergia alimentar. 3. Rotulagem de alergênicos. 4.


Propriedade Intelectual. I. Título. II. Viana, Arão Cardoso. III. Universidade Federal do Vale
do São Francisco.

CDD 005.1

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF


Bibliotecário: Márcio Pataro. CRB - 5 / 1369.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROPRIEDADE
INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA A
INOVAÇÃO

FOLHA DE APROVAÇÃO

PAULO CALIFA MAFRA NOVAES

SOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA INDICAÇÃO DE ALERGÊNICOS EM


RÓTULOS DE EMBALAGENS ALIMENTÍCIAS

Dissertação apresentada como requisito


parcial para obtenção do título de Mestre
em Propriedade Intelectual e
Transferência de Tecnologia para a
Inovação, pela Universidade Federal do
Vale do São Francisco.

Aprovada em: 16 de fevereiro de 2023

Banca Examinadora
Assinado digitalmente por Arao Cardoso Viana:97495344504

Arao Cardoso ND: CN=Arao Cardoso Viana:97495344504, OU="IFSERTAOPE - Instituto


Federal de Educacao, Ciencia e Tecnologia do Sertao Pernambucano", O=
ICPEdu, C=BR
Razão: Eu estou aprovando este documento

Viana:97495344504 Localização:
Data: 2023.02.23 13:29:11-03'00'
________________________________________
Foxit PDF Reader Versão: 12.1.0

Prof. Dr. Arão Cardoso Viana (Orientador)


(PROFNIT – UNIVASF)
Assinado digitalmente por Francisco Kelsen de Oliveira:98837702353

Francisco Kelsen de ND: CN=Francisco Kelsen de Oliveira:98837702353, OU="IFSERTAOPE - Instituto Federal de


Educacao, Ciencia e Tecnologia do Sertao Pernambucano", O=ICPEdu, C=BR
Razão: Eu sou o autor deste documento

Oliveira:98837702353 Localização: Petrolina-PE


________________________________________
Data: 2023.02.25 04:03:51-03'00'
Foxit PDF Reader Versão: 12.0.2

Prof. Dr. Francisco Kelsen de Oliveira (Coorientador)


(IFSertãoPE)

________________________________________
Prof. Dr. Julio Cesar dos Santos
(PROFNIT – Ponto Focal UFRB)
Laecio Araujo Costa:00099352583
I am approving this document
Petrolina-PE
________________________________________
2023.02.23 14:03:04-03'00'

Prof. Dr. Laecio Araujo Costa


(Membro do Campo Prático – IFSertãoPE)
À Daniele e Olívia, meus
grandes amores e razão do
meu viver, fontes inesgotáveis
de inspiração...
AGRADECIMENTOS

Ao Criador, por tudo.


À minha esposa, Daniele Miranda dos Santos Mafra, por estar ao meu lado
em todos os momentos e por sempre me incentivar e me dar forças para realizar
meus objetivos.
À minha mãe, Heloisa Helena Mafra, e meus avós, Professores José Petrúcio
e Valcira Rodrigues, pelo amor, exemplo, incentivo e apoio incondicionais.
Aos meus orientadores e amigos, Professores Arão e Kelsen, pela
experiência compartilhada, pelos ensinamentos transmitidos, por mostrarem o
caminho a ser seguido e por toda atenção a mim concedida ao longo deste trabalho.
Aos Professores Júlio César, Laécio Araújo, Maria Hosana e Josilene
Almeida, membros da banca, por terem aceitado gentilmente contribuir com esta
pesquisa e por todo o conhecimento partilhado e sugestões valiosas feitas neste
trabalho.
Aos demais docentes do programa, pelo conhecimento transmitido ao longo
da formação acadêmica.
Aos colegas de classe, em especial ao amigo “pernambuquês” Sérgio Bento
(in memoriam), que partiu precocemente, mas que foi um companheiro de todas as
horas ao longo desta jornada, sempre disponível quando eu mais precisei.
Às colegas Sarah Tarsila e Cátia Valéria, coordenadoras dos NITs do
IFSertãoPE e Univasf, respectivamente, por todo o apoio relacionado aos trâmites
junto ao INPI.
Aos servidores da Univasf, pela preocupação sempre demonstrada em
atender aos interesses dos discentes.
À FORTEC e ao Ponto Focal Univasf, por proporcionar essa oportunidade e
experiência através do PROFNIT.
Muito obrigado!
NOVAES, P. C. M. Solução Tecnológica para Indicação de Alergênicos em
Rótulos de Embalagens Alimentícias. Mestrado em Propriedade Intelectual e
Transferência de Tecnologia para Inovação. Juazeiro – BA. Universidade Federal do
Vale do São Francisco (UNIVASF), 2023.

RESUMO

Alergia e intolerância alimentar são problemas de saúde que afetam a vida das
pessoas. A rotulagem eficaz dos alimentos permite que o consumidor faça as
melhores escolhas. Entretanto, a rotulagem é composta por diversas mensagens, o
que pode confundir e desviar a atenção dos consumidores das informações mais
relevantes, entre as quais destacam-se a presença de alergênicos. Este trabalho
propôs uma solução tecnológica simples e acessível, através do desenvolvimento de
aplicativo para smartphones. Para alcançar este objetivo, adotou-se o paradigma
metodológico Design Science Research (DSR). As etapas metodológicas
executadas a partir da DSR foram o Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL), a
análise de competidores, a implementação do aplicativo e a validação da
ferramenta. O MSL identificou documentos científicos que embasaram esta
pesquisa. A análise de competidores, realizada mediante busca de anterioridade e
prospecção tecnológica, permitiu identificar e testar tecnologias similares existentes.
Na implementação do aplicativo, identificaram-se os requisitos para prototipagem da
solução tecnológica, o que permitiu o desenvolvimento da aplicação denominada
“AlerGuia”. Para avaliação e validação do produto desenvolvido, foram adaptadas as
heurísitas de Nielsen para verificação da usabilidade do aplicativo. Foi
confeccionado formulário eletrônico com as proposições submetidas para avaliação
de 7 (sete) voluntários das áreas de TI e alimentos/nutrição juntamente com o vídeo
de demonstração do aplicativo em funcionamento. A validação demonstrou potencial
inovador do “AlerGuia” e revelou que os usuários desconheciam produto similar no
mercado. A documentação para registro do produto no INPI foi entregue aos NITs do
IFSertãoPE e Univasf. Por fim, esta pesquisa gerou artigo científico a partir da
análise dos dados coletados na prospecção tecnológica.

Palavras-chave: Alergia alimentar; Prospecção tecnológica; Rotulagem de


alergênicos.
NOVAES, P. C. M. Technological Solution for Indicating Allergens on Food
Packaging Labels. Master in Intellectual Property and Technology Transfer for
Innovation. Juazeiro – BA. Federal University of Vale do São Francisco (UNIVASF),
2023.

ABSTRACT

Allergy and food intolerance are health problems that affect people's lives. Adequate
food labeling allows consumers to make the best choices. However, labeling is made
up of several messages, which can confuse and divert consumers' attention from the
most relevant information, among which the presence of allergens stands out. This
work proposed a simple and accessible technological solution, through the
development of an application for smartphones. To achieve this objective, the Design
Science Research (DSR) methodological paradigm was adopted. The
methodological steps performed by the DSR were the Systematic Mapping of the
Literature (MSL), competitor analysis, application implementation and tool validation.
MSL identified scientific documents that supported this research. Competitor analysis
carried out through anteriority and technological prospecting made it possible to
identify and test existing similar technologies. In the implementation phase of the
application, the requirements for prototyping the technological solution were
identified, which allowed the development of the application that was called
“AlerGuia”. For the evaluation and validation of the developed product, Nielsen's
heuristics were adapted and used to verify the usability of the application. An
electronic form was made and the propositions were submitted for evaluation by 7
(seven) volunteers from the TI and food/nutrition areas, along with a video
demonstration of the application in operation. The validation showed the innovative
potencial of “AlerGuia” and revealed that users were unaware of a similar product on
the market. The documentation for registering the product with the INPI was
delivered to the NITs of IFSertãoPE and Univasf. Finally, this research generated a
scientific article based on the analysis of the data collected in the technological
prospection.

Key-Words: Food allergy; Technological prospection; Allergen labeling.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Etapas para execução da DSR. 33


Figura 2 Processo para MSL. 36
Figura 3 Protótipo do “AlerGuia”. 42
Figura 4 Exemplo de proposição adotando o padrão Likert. 48
Figura 5 Matriz de validação/amarração. 49
Figura 6 Aplicativos móveis localizados. 61
Figura 7 Arquitetura do “AlerGuia”. 68
Figura 8 Diagrama do “AlerGuia”. 69
Figura 9 Gráfico das respostas à primeira proposição do questionário. 71
Figura 10 Gráfico das respostas à segunda proposição do questionário. 71
Figura 11 Gráfico das respostas à terceira proposição do questionário. 72
Figura 12 Gráfico das respostas à quarta proposição do questionário. 72
Figura 13 Gráfico das respostas à quinta proposição do questionário. 73
Figura 14 Gráfico das respostas à sexta proposição do questionário. 73
Figura 15 Gráfico das respostas à sétima proposição do questionário. 74
Figura 16 Gráfico das respostas à oitava proposição do questionário. 74
Figura 17 Gráfico das respostas à nona proposição do questionário. 75
Figura 18 Gráfico das respostas à décima proposição do questionário. 75
Figura 19 Gráfico com percentual das respostas do questionário. 76
Figura 20 Fluxograma das etapas de criação do “AlerGuia”. 95
Figura 21 Tela de abertura do “AlerGuia”. 95
Figura 22 Tela inicial do “AlerGuia”. 96
Figura 23 Menu lateral do “AlerGuia”. 96
Figura 24 Tela da função leitura de código de barras. 97
Figura 25 Tela contate-nos. 97
Figura 26 Tela da função digitar código de barras. 98
Figura 27 Tela da função mapa. 98
Figura 28 Tela da função relacionar produtos. 99
Figura 29 Tela com informações sobre o “AlerGuia”. 99
Figura 30 Menu ajuda. 100
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Critérios de inclusão e exclusão de artigos científicos. 38


Tabela 2 Funções para comparação de aplicativos. 41
Tabela 3 Produtos selecionados para testes nos competidores. 42
Tabela 4 Relação de heurísitas e quesitos para avaliação e validação do “AlerGuia”. 47
Tabela 5 Resultados do MSL. 50
Tabela 6 Artigos selecionados no MSL. 51
Tabela 7 Resultados da prospecção tecnológica. 61
Tabela 8 Lista de aplicativos localizados. 62
Tabela 9 Aplicativos selecionados para segunda fase da análise de competidores. 64
Tabela 10 Resultado dos testes de funcionalidades com competidores. 66
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

API – Application Program Interface


ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CDC – Código de Defesa do Consumidor
CAFe – Comunidade Acadêmica Federada
CGI – Comitê Gestor da Internet
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
DSR – Design Science Research
FORTEC – Associação Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de
Tecnologia
HTTP – Hypertext Transfer Protocol
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFSertãoPE – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão
Pernambucano
INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial
JSON – JavaScript Object Notation
MBA – Mecanismo de Busca Acadêmica
MSL – Mapeamento Sistemático da Literatura
NIT – Núcleo de Inovação Tecnológica
NoSQL – Not Only SQL
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PROFNIT – Programa de Pós-graduação em Propriedade Intelectual e
Transferência de Tecnologia para a Inovação
SPB – Software Público Brasileiro
TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação
Univasf – Universidade Federal do Vale do São Francisco
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO 11
2 INTRODUÇÃO 14
3 JUSTIFICATIVA 17
3.1 Lacuna preenchida pelo TCC 17
3.2 Aderência ao PROFNIT 17
3.3 Impacto 18
3.4 Aplicabilidade 18
3.5 Inovação 19
3.6 Complexidade 19
4 OBJETIVOS 21
4.1 Objetivo Geral 21
4.2 Objetivos Específicos 21
5 REFERENCIAL TEÓRICO 22
5.1 Alergia e intolerância alimentar 22
5.2 Rotulagem de alimentos 23
5.3 Aplicação da tecnologia da informação em diversos setores 25
5.4 Inovações tecnológicas na indústria alimentícia 26
5.5 Busca de anterioridade e prospecção tecnológica 27
5.6 Maturidade tecnológica 28
6 MATERIAL E MÉTODOS 30
6.1 Etapas metodológicas 30
6.2 Metodologia 31
6.2.1 Mapeameto sistemático da literatura (MSL) 35
6.2.2 Análise de competidores 39
6.2.3 Implementação do aplicativo “AlerGuia” 42
6.2.4 Validação da solução tecnológica 44
6.3 Matriz de validação/amarração 49
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 50
7.1 Mapeamento sistemático da literatura (MSL) 50
7.2 Análise de competidores 60
7.3 Implementação da solução tecnológica proposta 67
7.4 Avaliação e validação do aplicativo 70
8 PRODUTOS DESENVOLVIDOS 79
9 CONCLUSÃO 80
10 PERSPECTIVAS FUTURAS 81
REFERÊNCIAS 82
APÊNDICE A – Matriz FOFA (SWOT) 90
APÊNCIDE B – Modelo De Negócio CANVAS 92
APÊNDICE C – Produto Tecnológico (software) 94
APÊNDICE D – Formulário para avaliação e validação do “AlerGuia” 101
APÊNDICE E – Vídeo para avaliação e validação do “AlerGuia” 106
ANEXO A – Ofício CONEP 108
ANEXO B – Processo para registro do “AlerGuia” 110
ANEXO C – Consulta à ANVISA e ao GS1 112
ANEXO D – Comprovantes de submissão de artigo 114
11

1 APRESENTAÇÃO

O interesse nos temas alergia e intolerância alimentar e a possibilidade de


desenvolver uma ferramenta tecnológica inovadora motivaram a execução deste
trabalho.
Convivemos com pessoas próximas, amigos ou familiares, que têm algum
problema de alergia e/ou intolerância alimentar e precisam de opções variadas de
produtos que satisfaçam suas necessidades nutricionais sem causar desconforto e
mal-estar à saúde física e mental.
Entretanto, usualmente observamos excesso de informações nos rótulos das
embalagens de produtos alimentícios que podem causar confusão nos
consumidores. Escolher produtos livres de alergênicos é uma tarefa relativamente
demorada para os consumidores, diante da falta de clareza, precisão e
ostensividade das informações acerca da presença de componentes alergênicos nos
rótulos das embalagens.
Apesar de haver uma normatização da ANVISA (2015) que trata
especificamente acerca dos critérios para rotulagem de alergênicos, na prática são
muitas informações e dados presentes nos rótulos que acabam dificultando a
localização das informações cruciais destinadas aos consumidores alérgicos: o rol
de alergênicos constantes nos produtos.
Com base nisso, este trabalho pretendeu responder à seguinte questão de
pesquisa: Como substâncias alergênicas poderiam ser identificadas de forma rápida
e com precisão pelos consumidores em rótulos de embalagens alimentícias?
A partir dessas premissas e pelo fato de o PROFNIT ser um mestrado
profissional nas áreas de inovação e transferência de tecnologia, houve uma
simbiose entre o problema enfrentado neste trabalho e o objetivo alcançado através
da pesquisa: a criação de solução tecnológica inovadora, por meio da
implementação de software do tipo aplicativo para smartphones voltado aos
consumidores que possuem dificuldades para escolher e identificar produtos
alimentícios livres de componentes alergênicos.
Como resultado final deste trabalho, foi desenvolvido o produto tecnológico
proposto denominado “AlerGuia”. A função primordial da tecnologia é facilitar a
identificação de alergênicos no momento da escolha do produto e sugerir itens
alternativos que satisfaçam as necessidades do consumidor.
12

Ao possibilitar aos consumidores mais simplicidade e eficiência na aquisição


de produtos sem alergênicos, espera-se que a solução tecnológica desenvolvida
gere benefícios imediatos ao público consumidor que sofre com algum tipo de
alergia e/ou intolerância alimentar.
Ademais, o aplicativo foi devidamente avaliado e validado por voluntários e,
por fim, toda a documentação para registro do software foi entregue aos NITs do
IFSertãoPE e Univasf que ficaram responsáveis pela formalização do registro, os
quais serão cotitulares do aplicativo “AlerGuia”, conforme determina o PROFNIT.
Este estudo está fundamentado em trabalhos que tratam da importância de
informações claras, precisas e simplificadas nos rótulos de produtos alimentícios
destinados aos consumidores alérgicos e/ou intolerantes.
Para melhor situar o leitor, a organização do presente trabalho está dividida
em dez capítulos. A apresentação é o primeiro deles.
No capítulo 2, há uma breve introdução que aborda o estudo e apresenta o
assunto ao leitor.
O capítulo 3 é destinado às justificativas. Lá, serão resumidamente explicados
os seguintes itens: lacuna preenchida pela dissertação, aderência ao PROFNIT,
impacto, aplicabilidade, inovação e complexidade.
No capítulo 4 são expostos o objetivo geral e os objetivos específicos que
delinearam o escopo da pesquisa.
O referencial teórico é tratado no capítulo 5. É feita uma breve
contextualização acerca dos problemas da alergia e intolerância alimentar, da
rotulagem de alimentos, da aplicação da tecnologia da informação em diversos
setores sociais e econômicos, exemplos de inovações tecnológicas na indústria
alimentícia e uma rápida explanação sobre os procedimentos de busca de
anterioridade e prospecção tecnológica e como a análise de maturidade tecnológica
é essencial para a criação de novas tecnologias.
No capítulo 6, destinado aos aspectos metodológicos, será pormenorizada
toda a metodologia e as características da pesquisa, as etapas metodológicas e a
descrição dos instrumentos utilizados para coletar e avaliar os dados. O método
base utilizado nesta pesquisa foi o paradigma do Design Science Research (DSR). A
partir do uso do DSR, foram alinhadas as seguintes fases executadas neste
trabalho: mapeamento sistemático da literatura (MSL), análise de competidores,
implementação do aplicativo proposto, avaliação e validação com voluntários.
13

O capítulo 7, por sua vez, expõe e discute os resultados. São discorridos de


forma pormenorizada todos os resultados oriundos das fases metodológicas
desenvolvidas nesta investigação. No âmbito do mapeamento sistemático da
literatura, são apresentadas as etapas do MSL, as strings de buscas utilizadas, os
mecanismos de busca acadêmica (MBA) consultados, o momento temporal da
busca por materiais, as perguntas estabelecidas no protocolo do MSL, os artigos
localizados e uma análise resumida dos documentos científicos selecionados,
conforme prevê a última fase do MSL. Foram descritas as principais contribuições
dos trabalhos selecionados na fase de mapeamento sistemático da literatura que
lastrearam esta pesquisa.
Na análise de competidores foram expostos os concorrentes localizados e os
testes executados para identificação das funcionalidades e comparação com o
“AlerGuia”. Quanto às etapas de desenvolvimento do aplicativo proposto e validação
com participantes voluntários, foram explicados os resultados obtidos em ambas as
etapas. Na implementação do aplicativo, foram especificadas as informações
técnicas utilizadas para o desenvolvimento da aplicação e demonstrado a arquitetura
e o diagrama confeccionados acerca do funcionamento do software. Na etapa de
avaliação e validação do aplicativo, foram trazidos os dados obtidos a partir da
adaptação da metodologia proposta por Nielsen para verificação do critério da
usabilidade do aplicativo.
O capítulo 8 relaciona os produtos desenvolvidos e entregues ao final desta
pesquisa.
Por fim, os capítulos 9 e 10 são destinados, respectivamente, à conclusão e
às perspectivas futuras com base em tudo que foi coletado, analisado, desenvolvido
e estudado neste trabalho. Lá, destacam-se, uma síntese da discussão geral acerca
do trabalho, as contribuições alcançadas nesta pesquisa, as limitações identificadas
no decorrer da investigação e as possibilidades de trabalhos futuros.
14

2 INTRODUÇÃO

Conforme Agustinho e Garcia (2018), o desenvolvimento e o progresso


econômico tem vinculação direta com a inovação tecnológica. Para corroborar essa
afirmação, atualmente as tecnologias da informação são bastante utilizadas em
atividades essenciais diárias como compras, educação, saúde, serviços financeiros,
trabalho, transportes, entre outras.
A tecnologia e a inovação, portanto, também podem e devem ser inseridas na
indústria alimentícia e de nutrição (FERREIRA; GIRALDELI, 2018). Aliás, já existem
diversos serviços prestados por meio do uso das tecnologias da informação para
esses setores. Exemplo disso é a oferta de produtos alimentícios por meio de
aplicativos de delivery.
Na seara alimentícia, um problema que merece a devida atenção é o da
alergia e intolerância alimentar. Trata-se de importante problema de saúde que afeta
o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas (POMIECINSKI et al., 2017).
A rotulagem dos alimentos é uma excelente ferramenta que ajuda os
consumidores a escolher e identificar os produtos mais indicados àqueles que
possuem algum tipo de alergia e/ou intolerância alimentar (BOSCARDIN et al.,
2020). Porém, apesar da extrema importância, nem sempre os rótulos cumprem seu
objetivo de identificar de forma simples a composição do produto, o que dificulta a
informação e comunicação com os consumidores (BATISTA et al., 2018).
Pensando nisso, este trabalho realizou prospecção tecnológica e análise de
competidores, em bases de registros e lojas virtuais de softwares e aplicativos para
smartphones. Foram localizados e testados produtos tecnológicos destinados aos
consumidores que sofrem com algum tipo de alergia e/ou intolerância alimentar.
Essa análise prévia de potenciais concorrentes permitiu verificar o estado da técnica
e gerou o objeto de estudo deste trabalho: o desenvolvimento da solução
tecnológica – aplicativo para smartphone – “AlerGuia”.
Para alcançar o objetivo proposto, adotou-se o método de pesquisa
denominado Design Science Research (DSR), que possibilitou a idealização de
artefato útil para solucionar o problema enfrentado nesta pesquisa. A adoção do
método DSR possibilitou que a pesquisa fosse executada em quatro fases:
mapeamento sistemático da literatura, análise de competidores, desenvolvimento do
produto tecnológico e validação do aplicativo proposto.
15

A pesquisa bibliográfica, realizada através de mapeamento sistemático da


literatura, identificou documentos científicos que lastrearam a pesquisa e averiguou
eventuais propostas similares no meio acadêmico. Para obter os resultados
expostos nesta pesquisa, foi de suma importância a realização do mapeamento
sistemático da literatura que serviu de lastro teórico para fundamentar a escrita
deste trabalho e o desenvolvimento do produto tecnológico criado.
A análise de competidores teve por finalidade identificar soluções similares
existentes no mercado e testá-las. Para isso, realizou-se busca de anterioridade e
prospecção tecnológica em bases de registros de softwares e nas lojas virtuais
oficiais de aplicativos Android e iOS. Logo após, verificou-se se os competidores são
eficazes nas suas funcionalidades para compará-los com o “AlerGuia”. As funções
implementadas e testadas entre os competidores e o “AlerGuia” foram as seguintes:
escaneamento de códigos de barras para elencar os alergênicos presentes em
determinada embalagem, sugestão de produtos sem alergênicos e informações
sobre o alergênico presente.
Essa fase permitiu analisar o caráter inovador do produto objeto desta
pesquisa e demonstrar a viabilidade para o desenvolvimento de uma solução
tecnológica inovadora capaz de auxiliar os consumidores alérgicos na identificação
de alergênicos constantes nos rótulos de embalagens alimentícias e sugerir opções
alternativas de produtos que satisfaçam as necessidades de pessoas com algum
tipo de alergia e/ou intolerância alimentar.
Após a análise da situação do mercado por meio da busca de anterioridade,
prospecção tecnológica e análise de competidores, a fase seguinte foi destinada à
análise dos requisitos e prototipagem da solução tecnológica. A partir daí, foi
possível desenvolver o aplicativo e submetê-lo à avaliação e validação com
participantes voluntários não identificados. A validação foi realizada para verificar o
critério da usabilidade do aplicativo e analisar as funções implementadas. Para
tanto, foram adaptadas as heurístas de Nielsen. A avaliação heurística proposta por
Nielsen auxilia o pesquisador a executar avaliações de usabilidade em artefatos
tecnológicos a partir de algumas diretrizes e com um mínimo de 5 (cinco) usuários
(NIELSEN, 1994).
A não identificação dos usuários na validação baseou-se em determinação da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). De acordo com o OFÍCIO
CIRCULAR Nº 17/2022/CONEP/SECNS/MS (ANEXO A), “não serão registradas
16

nem avaliadas pelo Sistema CEP/Conep: pesquisa de opinião pública com


participantes não identificados”. O ofício complementa definindo que também se
considera pesquisa de opinão pública:

“consulta verbal ou escrita de caráter pontual, realizada por meio de


metodologia específica, através da qual o participante, é convidado
a expressar sua preferência, avaliação ou o sentido que atribui a
temas, atuação de pessoas e organizações, ou a produtos e
serviços; sem possibilidade de identificação do participante”.

Assim, na etapa de validação foram convidados participantes para avaliar e


validar a solução desenvolvida, além de opinar sobre as funções implementadas e o
caráter inovador do “AlerGuia”, de acordo com as diretrizes submetidas para
avaliação dos usuários. Foram convidados um total de 7 (sete) especialistas
voluntários das áreas de tecnologia da informação, processamento de alimentos e
nutrição.
Com a validação, identificou-se o potencial inovador da solução tecnológica
desenvolvida e se ela cumpriu o que se propôs com eficácia.
Por fim, e para atender ao PROFNIT que exige o registro do ativo de
propriedade intelectual criado durante o mestrado, o software desenvolvido e a
documentação referente ao registro do “AlerGuia” (ANEXO B) foram entregues aos
Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) do IFSertãoPE e da Univasf, que se
encarregarão de solicitar o registro perante o INPI e serão cotitulares do produto,
conforme determinam as regras do PROFNIT.
Ressalte-se que o registro do software (aplicativo “AlerGuia”) no INPI, além de
cumprir as exigências acadêmicas e acarretar maior proteção jurídica, agregará
valor ao produto desenvolvido.
Espera-se que a solução tecnológica proposta seja uma ferramenta eficaz
apta a auxiliar os consumidores alérgicos e/ou intolerantes e facilitar a escolha de
produtos alimentícios livres de alergênicos. Por fim, almeja-se que a avaliação e
validação do aplicativo com participantes voluntários e o registro do software no INPI
desperte a atenção de eventuais interessados no mercado com vistas à futura
transferência da tecnologia desenvolvida.
17

3 JUSTIFICATIVA

3.1 Lacuna preenchida pelo TCC

A prospecção tecnológica nas bases de registros de softwares não identificou


produtos registrados similares ao aplicativo desenvolvido neste trabalho. As bases
de registros consultadas foram INPI e SPB.
A análise de competidores também foi realizada para identificar aplicativos
semelhantes que eventualmente existam no mercado. Para isso, consultou-se as
lojas virtuais de aplicativos Play Store, destinada aos aplicativos Android, e Apple
Store, destinada aos aplicativos iOS. Os produtos similares localizados foram
devidamente testados e comparados com a solução tecnológica proposta nesta
pesquisa.
Também foi realizado mapeamento sistemático da literatura em diversas
bases acadêmicas para busca de artigos científicos, para embasamento da pesquisa
e localização de trabalhos que tratem do problema estudado.
Essas etapas serviram para localizar oportunidades de mercado e identificar
lacunas tecnológicas relacionadas ao tema alergia e intolerância alimentar.
Diante disso, uma ferramenta tecnológica para auxiliar consumidores no ato
de escolher melhor produtos que não contenham substâncias alergênicas nocivas à
saúde foi desenvolvida, testada, avaliada e validada por participantes voluntários
desta pesquisa que consideraram a ferramenta simples de usar e eficaz quanto aos
resultados. Também foram comparados os aplicativos semelhantes existentes no
mercado e suas respectivas funcionalidades com o “AlerGuia”.
Assim, foi identificada demanda que motivou a tecnologia desenvolvida, cujo
propósito é contribuir para melhorar a qualidade de vida dos consumidores que
possuam algum tipo de alergia e/ou intolerância alimentar.

3.2 Aderência ao PROFNIT

O presente trabalho possui aderência às diretrizes do PROFNIT, pois o


assunto abordado é atual e multidisciplinar. Além disso, o resultado do trabalho foi o
desenvolvimento de software do tipo aplicativo para smartphones de caráter
inovador.
18

Por fim, o ativo de propriedade intelectual gerado nesta pesquisa foi entregue
aos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) e da Universidade
Federal do Vale do São Francisco (Univasf) para registro no INPI e proteção jurídica,
o que agrega valor ao produto tecnológico implementado e o torna mais atrativo na
divulgação para fins de eventual transferência da tecnologia desenvolvida.

3.3 Impacto

O impacto esperado com o desenvolvimento e entrega do aplicativo proposto


é fornecer uma opção aos consumidores que torne mais simples e eficaz a
identificação, localização e escolha de produtos alimentares sem componentes
alergênicos.
A validação demonstrou que o produto tem potencial de mercado e aceitação
para os usuários convidados. Também foi possível aferir o nível de conhecimento
dos usuários sobre potenciais concorrentes no mercado. Além disso, os voluntários
puderam sugerir novas funções a serem futuramente implementadas.
Essa demanda nasceu da constatação de que nem sempre pessoas com
alergia e/ou intolerância alimentar conseguem identificar ostensivamente nos rótulos
a composição exata do produto.
Assim, essa pesquisa teve como foco a solução prática do problema
identificado, cujo resultado poderá impactar na área econômica e social, na medida
em que uma nova ferramenta tecnológica será lançada no mercado de alimentos
para promover a interação entre consumidores e fornecedores.

3.4 Aplicabilidade

Quanto à aplicabilidade, trata-se de solução tecnológica de fácil aplicabilidade


e empregabilidade, tendo em vista que o produto desenvolvido é um aplicativo para
smartphones Android.
Para ratificar essa fácil aplicabilidade e empregabilidade da ferramenta
proposta, dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017)
demonstram que os dispositivos móveis, do tipo smartphone, estão presentes em
19

93,2% dos lares brasileiros. Além disso, a pesquisa também revelou que em 2017, o
acesso à internet através de dispositivos móveis evoluiu para 97%, sendo que em
2016 era de 94,6%.
A relação custo-benefício dos smartphones também justifica a facilidade de
aplicação da solução tecnológica proposta. Atualmente, dispositivos móveis do tipo
smartphone possui uma variedade de opções e valores, sendo acessível a boa parte
da população. Some-se isso ao fato de que esses dispositivos possuem facilidade
de manuseio, diversidade de aplicações de assimilação simples, familiaridade
cotidiana e imensa mobilidade.
Portanto, os objetivos buscados com a aplicação são de fácil realização.

3.5 Inovação

Quanto à inovação, a análise de competidores revelou que, apesar de


existirem aplicações semelhantes no mercado, há funcionalidades distintas entre os
concorrentes localizados e a solução desenvolvida no âmbito desta pesquisa. As
distinções estão detalhadamente expostas na discussão dos resultados deste
trabalho.
Com base nisso, é possível afirmar que o aplicativo proposto tem caráter
inovador, na medida em que os testes realizados com os concorrentes revelaram
funções distintas entre si.
Ademais, a avaliação e validação realizada demonstrou que aplicações
similares não são conhecidas pelos participantes da avaliação. Isso significa que os
concorrentes existentes no mercado não possuem presença na localidade de
realização desta pesquisa. Essa constatação pode tornar o “AlerGuia” atrativo ao
mercado consumidor local, bem como aos eventuais interessados em firmar
parcerias para exploração comercial do aplicativo.

3.6 Complexidade

Quanto à complexidade, a solução tecnológica proposta é de média


complexidade, pois para o desenvolvimento do produto foi necessário a combinação
de conhecimentos nas áreas de tecnologia da informação para o desenvolvimento
do software/aplicativo e de conhecimento na área nutricional que serviu para orientar
20

a montagem do banco de dados que facilitará a análise dos rótulos das embalagens
e identificação de elementos alergênicos.
Por fim, o acesso às informações nutricionais fornecidas por fabricantes e
vendedores de tais produtos também são essenciais ao desenvolvimento da
ferramenta, de modo que para o povoamento de um banco de dados mais amplo e
completo, far-se-á necessário a formalização de parcerias com fabricantes e
fornecedores de produtos ou com associações ou entidades que detenham um
cadastro ou repositório dos produtos alimentícios que são o foco do “AlerGuia”.
Foi estabelecido contato inicial com a ANVISA e o portal GS1 (ANEXO C)
para avaliar a possibilidade de acessar o banco de dados de alimentos cadastrados
nas respecitvas bases das plataformas informadas com a finalidade de ampliar e
facilitar o povoamento do banco de dados do “AlerGuia”.
21

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Propor uma solução tecnológica que auxilie consumidores na identificação de


substâncias alergênicas em rótulos e embalagens alimentícias e na escolha de
produtos similares.

4.2 Objetivos Específicos

- Realizar revisão de publicações científicas acerca da presença de


alergênicos em produtos alimentícios;
- Analisar competidores existentes no mercado através de busca de
anterioridade, prospecção tecnológica, testes de funcionalidades e comparação
entre aplicativos;
- Implementar, mediante prototipagem e desenvolvimento, a solução
tecnológica capaz de facilitar a identificação de alergênicos presentes em produtos
alimentícios e sugerir produtos sem determinado alergênico;
- Validar o aplicativo com voluntários não identificados, através da adaptação
das heurísiticas propostas por Nielsen para análise do critério da usabilidade da
solução tecnológica criada;
- Realizar procedimentos de proteção do produto desenvolvido na presente
pesquisa.
22

5 REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 Alergia e intolerância alimentar

A alergia e a intolerância alimentar são um problema de saúde que afeta boa


parte da população (POMIECINSKI et al., 2017). Enquanto a alergia alimentar
caracteriza-se por uma resposta imunológica exagerada e anormal do organismo
após o contato físico e/ou a ingestão de alimentos que contêm algum composto
alérgeno (PINTO; MELLO, 2019), a intolerância alimentar pode ser definida como
uma deficiência metabólica do organismo relacionada às enzimas digestivas que
gera uma resposta anormal a determinado alimento, porém não envolve o
mecanismo imune como ocorre com a alergia alimentar (BERZUINO et al., 2017).
Ambas as condições provocam efeitos variados no organismo. Entre os
variados sintomas, destacam-se reações cutâneas, gastrointestinais, nas vias
aéreas e cardiovasculares (FRAGA et al., 2021). As reações adversas manifestam-
se sempre que o alimento é ingerido e podem ocasionar situações graves à vida e
até mesmo à morte (SARINHO; LINS, 2017).
Os principais alergênicos presentes nos rótulos de embalagens alimentícias
são leite e derivados, ovos, trigo, glúten, amendoim e frutos do mar. Tais itens são
considerados os principais responsáveis pelos processos alérgicos em humanos
(BERZUINO et al., 2017). Alimentos alergênicos são aqueles que contêm um
composto conhecido como alérgeno e que é o responsável por causar as reações
alérgicas em determinadas pessoas (REIS et al., 2020).
Estima-se que cerca de 8% das crianças menores de 3 anos de idade e 3%
dos adultos são acometidos por algum tipo de alergia alimentar (POMIECINSKI et
al., 2017).
Não restam dúvidas: os dados informados deixam claro que a alergia e a
intolerância alimentar são um sério problema da saúde pública em constante
crescimento ao redor do mundo (NASCIMENTO et al., 2019). Como consequência,
esse problema mundial de saúde acarreta impacto bastante negativo na qualidade
de vida da população e, por isso, merece a devida atenção em todos os aspectos
envolvidos (POMIECINSKI et al., 2017).
23

5.2 Rotulagem de alimentos

A Resolução (RDC) n. 259, de 20 de setembro de 2002, da Agência Nacional


de Vigilância Sanitária (ANVISA), traz várias definições e conceitos importantes no
estudo do tema abordado neste trabalho. De acordo com o referido ato normativo,
considera-se rotulagem toda inscrição, legenda, imagem ou qualquer matéria
descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada ou colada na
embalagem do produto alimentício (ANVISA, 2002). É através da rotulagem que
consumidores têm o contato inicial com o alimento que pretendem adquirir e
consumir.
Também são fornecidos os conceitos de embalagem e ingredientes.
Embalagem é o recipiente ou pacote que conserva e facilita o transporte e manuseio
dos alimentos, enquanto ingredientes é toda substância utilizada na fabricação do
alimento e que se encontra presente no produto final, incluindo aditivos alimentares
(ANVISA, 2002).
Esses conceitos justificam a natureza imprescindível da rotulagem de
alimentos como mecanismo de proteção aos interesses dos consumidores, afinal a
rotulagem é o elo na comunicação entre fabricantes e consumidores acerca da
presença de alergênicos, permitindo o gerenciamento do risco de manifestações
clínicas adversas, além de ser ferramenta que auxilia a promoção de saúde e
segurança alimentar e o exercício da autonomia decisória do consumidor
(BOSCARDIN et al., 2020).
A normatização da ANVISA sobre esse tema foi motivada pela importância da
rotulagem dos alimentos para a proteção da saúde e melhoria da qualidade de vida
dos indivíduos com alergias e/ou intolerância alimentares e também porque existem
diversos problemas na transmissão das informações presentes nos rótulos
(RODRIGUES et al., 2021).
Os principais problemas encontrados nos rótulos que prejudicam a
identificação da presença de alergênicos nos alimentos são o emprego de
terminologias técnicas/científicas na lista de ingredientes, a declaração de muitos
ingredientes com termos genéricos, a ausência de declaração de alguns
ingredientes e a legibilidade inadequada das informações relativas à composição
dos alimentos (BATISTA et al., 2018).
24

Esses problemas descritos demonstram que há excesso de mensagens em


rótulos e embalagens alimentícias, tais como publicidade e dados comerciais do
fabricante, o que dificulta a interpretação das informações essenciais contidas nos
rótulos acerca da presença e/ou ausência de determinados alérgenos. Em vez de
informar, o excesso de informação pode causar confusão nos consumidores que
pretendem adquirir determinado produto livre de alergênicos, mas que nem sempre
possuem as informações acerca da presença de componentes alérgicos de forma
clara, precisa e ostensiva nas embalagens (CUNHA et al., 2018).
Em suma, se trabalhados de forma efetiva e consciente, com conteúdo menos
técnico e linguagem clara, legível, precisa e compreensível à população em geral, os
rótulos se tornarão um excelente mecanismo de promoção da saúde (PEREIRA et
al., 2017).
Assim, a ANVISA decidiu regulamentar o tema para garantir que os
consumidores tenham acesso a informações claras, compreensíveis e facilmente
identificadas sobre a presença dos principais alimentos que causam alergias
alimentares na rotulagem dos alimentos embalados.
Com base nisso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) editou
e publicou Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 26, de 2 de julho de 2015,
que trata dos requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que
causam alergia alimentar (ANVISA, 2015). A resolução mencionada está em
consonância com a Constituição Federal de 1988 que erigiu a saúde como direito
fundamental a ser garantido pelo Estado brasileiro (BRASIL, 1988).
Ainda no plano jurídico e conforme bem apontado por CHADDAD (2014),
também é direito fundamental do consumidor o acesso às informações adequadas e
claras sobre os diferentes produtos, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, bem como sobre os riscos que possam
apresentar à saúde. Além disso, o Código de Defesa do Consumidor (CDC, 1990)
assegura outros direitos básicos ao consumidor, como a proteção da vida, saúde e
segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos
considerados perigosos ou nocivos.
Em síntese, a rotulagem adequada das informações presentes em produtos
alimentícios é capaz de promover e garantir o direito fundamental à saúde na
medida em que pessoas alérgicas saberão exatamente o que adquirir e consumir.
25

5.3 Aplicação da tecnologia da informação em diversos setores

Os avanços das tecnologias em dispositivos móveis trouxeram mudanças na


sociedade. Conforme Grande (2016), há uma imensa variedade de aplicativos
desenvolvidos para smartphones utilizados em diferentes áreas e são vários os
exemplos de uso das tecnologias da informação nos diversos contextos econômicos
e sociais.
Na educação, por exemplo, pode ser citado o uso de tecnologias
educacionais conectadas à internet para continuidade das atividades de ensino e
aprendizagem suspensas presencialmente durante a pandemia do novo coronavírus
(SILVEIRA; RIBEIRO, 2022).
Ainda no campo educacional, existem aplicativos destinados ao aprendizado
de crianças com transtorno do espectro autista, capazes de promover uma
experiência satisfatória e agradável (LUCIAN; STUMPF, 2019). Em síntese,
aplicativos móveis apresentam potencialidade para transformar processos
pedagógicos, principalmente aqueles considerados como nativos digitais
(COUTINHO; ALMEIDA; JATOBÁ, 2021).
Na saúde, o uso de dispositivos móveis também merece destaque. Há
estudos específicos acerca do desenvolvimento de aplicativos móveis voltados às
atividades relacionadas à terapia intensiva, saúde do adulto e idoso e ainda
sistematização da assistência de enfermagem. Especificamente quanto à
enfermagem, o uso da tecnologia móvel está avançando cientificamente e
apropriando-se desse recurso para produzir aplicativos destinados a fortalecer a
prática assistencial, a educação e a gestão em saúde (LIMA; BARBOSA, 2019).
Existem também aplicativos destinados ao acompanhamento de gestantes e
perpuéras, que são bastante populares e têm se mostrado uma ferramenta
tecnológica segura e de acesso fácil e rápido. Entre suas funções, essa aplicação
possibilita atendimento virtual, o que minimiza a exposição e o tempo de espera em
clínicas e consultórios (SILVA et al., 2022).
Outros softwares voltados para dispositivos móveis que podem ser citados
como ferramentas úteis na área da saúde incluem aplicativos de monitoramento do
ciclo menstrual e da gravidez (PALETTA et al., 2020) e aplicativos destinados à
amamentação (GUIMARÃES et al., 2018).
26

5.4 Inovações tecnológicas na indústria alimentícia

As mudanças experimentadas pela sociedade contemporânea também se


refletem na indústria da alimentação. É cada vez mais comum que serviços voltados
ao setor de alimentos sejam prestados por meio de tecnologias da informação. Na
última década, por exemplo, o consumo de alimentos fora de casa aumentou e,
diante desse fato, a utilização de tecnologias para intermediar o processo de
aquisição de alimentos revelou-se uma solução bastante aceita e buscada pelos
consumidores (STECCA et al., 2020).
Na indústria alimentícia, também é constante a realização de pesquisas e
testes de novos produtos e processos, alimentos e ingredientes, cujo propósito é a
promoção de benefícios à saúde dos consumidores. Essas inovações contribuem
para o desenvolvimento da indústria alimentícia, ajudam a prevenir doenças e
melhoram a qualidade de vida da população (SILVA; ABUD, 2021).
Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) aponta que metade
das pessoas que se conectam à internet o fazem por meio exclusivo de
smartphones (CGI, 2018).
Também há dados coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que informam que os dispositivos móveis, do tipo smartphone, está presente
em 93,2% dos lares brasileiros. Em 2017, o acesso à internet através de dispositivos
móveis evoluiu para 97%, sendo que em 2016 era de 94,6%. Além disso, o acesso à
internet por meio de computadores diminuiu de 63,7% para 56,6% (IBGE, 2017).
Um dos fatores que ajudam a entender essa mudança é a relação custo-
benefício dos smartphones quando comparados com computadores convencionais.
A diversidade de opções de ferramentas da tecnologia da informação e consequente
redução no custo desses aparelhos, possibilitou um aumento significativo no número
de usuários que possuem e acessam tais equipamentos (DOMINGUES et al., 2018).
Some-se isso ao fato de que esses dispositivos possuem facilidade de manuseio,
familiaridade cotidiana e imensa mobilidade.
Esses dados dão suporte à ideia de que as ferramentas da tecnologia da
informação podem facilitar a escolha de produtos alimentícios por quem sofre com
algum tipo de alergia e/ou intolerância alimentar.
A utilização de softwares e aplicativos por consumidores tendem a despertar
27

maior interesse nas pessoas, haja vista que estão cada vez mais envolvidas e
adaptadas ao uso de tecnologias em diferentes ambientes e serviços. Por isso
optou-se por investigar, através de pesquisa prospectiva, quantos e quais softwares
e/ou aplicativos para telefones celulares voltados à solução de problemas
relacionados com a alergia e intolerância alimentar foram desenvolvidos e estão
devidamente registrados.
Com base nas informações constantes nos parágrafos anteriores e diante da
constante expansão no uso de tecnologias da informação e comunicação
(DOMINGUES et al., 2018), o desenvolvimento e utilização de ferramentas
tecnológicas pode ser uma solução alvissareira ao problema abordado neste
trabalho.
Ao possibilitar uma solução simples, eficaz e eficiente na identificação de
potenciais elementos alergênicos em rótulos de produtos alimentícios, um software
desenvolvido para ser usado como aplicativo de telefone celular poderá ser
amplamente utilizado por consumidores com o objetivo de solucionar o problema do
excesso de informação presente nos rótulos de embalagens de alimentos ao
informar de forma rápida e ostensiva a presença ou não de alergênicos em
determinado produto. Essa ferramenta pode se tornar uma via de auxílio para os
consumidores que possuem alergia e/ou intolerância alimentar e têm dificuldade
para escolher o melhor produto que satisfaça suas necessidades alimentícias.

5.5 Busca de anterioridade e prospecção tecnológica

A busca de anterioridade tem por finalidade levantar informações e evidências


sobre o estágio da pesquisa voltada ao desenvolvimento de determinada invenção.
Essa atividade possibilita ao pesquisador/inventor descobrir se determinada
invenção já foi desenvolvida e apropriada, além de informar se a tecnologia já é
comercializada e utilizada, possibilitando a identificação de tecnologias que sejam
parecidas com a que se pretende desenvolver (RIBEIRO, 2018).
Para realizar uma busca de anterioridade eficaz, faz-se necessário uma
revisão minuciosa sobre o estado da técnica e da arte de determinado produto ou
processo, através da pesquisa sucinta de patentes e/ou softwares correlacionados
com a invenção, bem como trabalhos científicos sobre o tema. Essa etapa evita
perda de tempo e recursos financeiros, os quais poderão ser melhor destinados ao
28

desenvolvimento tecnológico em si. Por isso é aconselhável que a busca de


anterioridade ocorra antes e durante o desenvolvimento da proposta, afinal novas
informações são disponibilizadas frequentemente no meio acadêmico, tecnológico e
científico (RIBEIRO, 2018).
A busca da anterioridade é imprescindível e antecede outra etapa
fundamental ao desenvolvimento tecnológico: a prospecção tecnológica. Nesse
outro estágio da pesquisa, serão avaliadas tecnologias já existentes, disponíveis e
acessíveis, o respectivo nível de maturidade tecnológica da tecnologia e como ela se
insere na sociedade, além de identificar lacunas a serem preenchidas, possibilitando
variações competitivas de novas tecnologias (RIBEIRO, 2018). Tendo em vista que
a maioria das invenções estão relacionadas à solução de um problema, é muito
importante avaliar se a solução proposta oferece alguma vantagem sobre as
abordagens conhecidas, principalmente em caso de exploração comercial.
As fontes de informações científicas, tecnológicas e de mercado utilizadas
para as buscas de anterioridade e prospecção tecnológica são diversas.
Compreendem bases de dados complexas e até mesmo fontes acessíveis ao
público em geral, como folhetos, jornais e revistas. Entretando, as fontes de
informação mais buscadas e usadas pela comunidade são publicações científicas e
técnicas, sites especializados e bases de dados. Alguns exemplos importantes de
fontes desses tipos são as plataformas acadêmicas abrangentes de artigos
científicos como o Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), as bases de dados de patentes e softwares, entre diversas
outras opções de fontes disponíveis à comunidade.

5.6 Maturidade tecnológica

Determinar o nível de maturidade tecnológica facilita o processo de


investigação e possibilita uma gestão do risco no desenvolvimento da tecnologia. A
escala TRL, cuja tradução da sigla para o português significa Níveis de Maturidade
Tecnológica, é um instrumento de avaliação que permite às pessoas envolvidas no
processo de desenvolvimento tecnológico estabelecer os níveis de maturidade de
determinada tecnologia (RIBEIRO, 2019).
Como ensina Ribeiro (2019), a tecnologia é avaliada através de subdivisões
no processo de desenvolvimento tecnológico. Esses níveis vão da TRL 1 até a TRL
29

9. As TRLs de 1 a 3 estão envolvidas com a pesquisa básica ou prova de conceito. A


fase de ideias compreende a TRL 1, a pesquisa exploratória está compreendida na
TRL 2 e na TRL 3 é realizada pesquisa sistemática com base em um mínimo de
resultados favoráveis (RIBEIRO, 2019).
As TRLs 4 e 5 estão relacionadas com o desenvolvimento tecnológico. Na
TRL4 são validados componentes da tecnologia em ambiente de laboratório e na
TRL5 ocorre a validação dos componentes da tecnologia em ambiente relevante. Na
TRL 6 ocorre a fase de demonstração da tecnologia. Nesse estágio, destaca-se a
avaliação do protótipo ou modelo em ambiente relevante (RIBEIRO, 2019).
Na TRL 7 a tecnologia é avaliada em ambiente operacional próximo do real.
Após esses testes, a TRL 8 demonstra que a tecnologia está de acordo com as
condições especificadas. Por fim, o último estágio do nível de maturidade
tecnológica compreende a TRL 9, quando a tecnologia está finalizada e em
operação, pronta para ser comercializada (RIBEIRO, 2019).
Assim, de acordo com as definições acima explicadas acerca do nível de
maturidade tecnológica, pode-se afirmar que o produto gerado nesta pesquisa
encontra-se no nível de TRL 9, pois o aplicativo foi finalizado e está pronto para
comercialização e operação no mercado.
30

6 MATERIAL E MÉTODOS

6.1 Etapas metodológicas

Etapa metodológica 1: mapeamento sistemático da literatura para fins de


revisão bibliográfica realizada nas seguintes bases de dados: ACM DL, IEEE Xplore,
Periódicos CAPES, SciELO, Science Direct e Web of Science. Nessa etapa
identificaram-se as publicações científicas que fundamentaram a escrita deste
trabalho.

Etapa metodológica 2: busca de anterioridade, prospecção tecnológica e


análise de competidores nas bases de dados de registros de softwares (INPI e SPB)
e lojas virtuais (Play Store e Apple Store), que são repositórios de aplicativos para
smartphones. Essa etapa foi essencial para localizar produtos tecnológicos
destinados ao problema da identificação de alergênicos em produtos alimentícios.
Além disso, esta etapa também possibilitou a análise dos competidores existentes
no mercado por meio de testes de funções dos concorrentes e para o levantamento
dos requisitos necessários à solução proposta no âmbito desta pesquisa. Assim, foi
possível identificar se a ferramenta desenvolvida é inovadora e distinta das demais.

Etapa metodológica 3: para implementação do software utilizou-se a


metodologia ágil Scrum para o planejamento e acompanhamento das atividades
desenvolvidas no projeto. Foram definidas reuniões semanais (weekly) por meio de
vídeo-chamadas via plataforma Google Meets para alinhamento das atividades. Os
requisitos técnicos para implementação da solução tecnológica proposta (linguagem
de programação, framework e base dados) são especificados no tópico 6.2.3
(Implementação do aplicativo “AlerGuia”).

Etapa metodológica 4: avaliar e validar o aplicativo com participantes


voluntários mediante adaptação da metodologia proposta por Nielsen (1994) para
análise da usabilidade do aplicativo “AlerGuia”.

Etapa metodológica 5: registrar o “AlerGuia” mediante parceria entre os NITs


do IFSertãoPE e a Univasf.
31

6.2 Metodologia

Conforme ensinamentos de Appolinário (2011), esta pesquisa foi de finalidade


aplicada, haja vista que reuniu conhecimento teórico relacionado com o problema da
alergia e intolerância alimentar para subsidiar o desenvolvimento da solução
tecnológica implementada.
Quanto a abordagem, é qualitativa e quantitativa, pois foram coletados e
tratados dados e informações que viabilizaram a construção e validação do
“AlerGuia”. Para se alcançar os objetivos documentados neste trabalho, a pesquisa
foi do tipo exploratória e descritiva, conforme pormenorizado nas etapas
metodológias adiante (APPOLINÁRIO, 2011).
Para desenvolver o produto proposto neste trabalho – aplicativo “AlerGuia” –
utilizou-se o Design Science Research (DSR) como método base da pesquisa. O
DSR envolve investigar, construir, avaliar e validar artefatos para resolução de
problemas práticos.
Este paradigma de pesquisa pragmática demanda a criação de artefatos
inovadores capazes de resolver problemas do mundo real (HEVNER, 2007).
É cada vez mais frequente a aplicação da DSR como paradigma de pesquisa
de projetos ligados às tecnologias de informação e comunicação (TICs), caso deste
trabalho.
Dresch, Lacerda e Júnior (2015) afirmam que a metodologia DSR tem se
destacado como uma alternativa aos estudos que envolvem o desenvolvimento de
artefatos que demandam uma abordagem interdisciplinar e colaborativa.
Através da DSR, o pesquisador tem a possibilidade de conhecer melhor o
problema da pesquisa e propor soluções úteis às necessidades dos usuários.
A DSR, portanto, é profícua na busca por soluções que melhorem os sistemas
existentes e/ou gerem novos artefatos que afetem positivamente a atuação humana
em seu meio social ou organizacional (HEVNER, 2007).
Hevner (2007) afirma que a relevância e o rigor científico são fatores
fundamentais no desenvolvimento de pesquisas utilizando o paradigma da DSR. O
primeiro garante soluções práticas a partir dos resultados da pesquisa, enquanto o
segundo torna a pesquisa confiável, permitindo o controle e a ratificação pela
comunidade acadêmica e a geração de conhecimento em áreas específicas da
ciência.
32

A validade da pesquisa se sustenta na comprovação que o artefato


desenvolvido tem condições de atender aos objetivos da pesquisa. Ademais, a
pesquisa deve responder questões em prol da ciência e a avaliação dos artefatos
deve evidenciar que estes resolvem problemas reais (HEVNER, 2007).
Dresch, Lacerda e Júnior (2015) apontam que a definição do problema, assim
como em qualquer outro tipo de pesquisa e metodologia adotada, é essencial na
DSR.
A partir da definição do problema a ser estudado, faz-se um revisão
sistemática da literatura para determinar a teoria que embasará a solução do
problema. A revisão da literatura ajuda a compreender e identificar outros artefatos
que ofereçam soluções ao problema estudado (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR,
2015).
Em seguida é definido o artefato. A partir daí, inicia-se o processo de
desenvolvimento do produto, o que abrange as possíveis soluções para solucionar o
problema e os requisitos que tornem o artefato funcional (DRESCH; LACERDA;
JÚNIOR, 2015).
Na etapa de desenvolvimento, são analisadas a viabilidade, a utilidade, a
representação e a prototipagem do artefato. A viabilidade garante a implementação
da proposta. A utilidade demonstra ao usuário os benefícios do produto. A
representação relaciona-se com a exteriorização do artefato, ou seja, qual o formato
mais adequado e interessante a ser implementado. Por fim, a prototipagem serve
como guia para a futura concepção do artefato (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR,
2015).
Para facilitar a visualização e a operacionalização da DSR, Dresch, Lacerda e
Júnior (2015) apontam 12 (doze) etapas a serem observadas na condução de
pesquisa executada pelo paradigma da DSR. A figura 1 abaixo ilustra essas etapas.
33

Figura 1 – Etapas para execução da DSR.

Fonte: Adaptado de Dresch, Lacerda e Júnior (2015).

Conforme abordam Dresch, Lacerda e Júnior (2015), a primeira etapa


consiste em identificar o problema e na segunda etapa há a conscientização do
problema. Nesse momento, o pesquisador busca informações para compreender o
contexto, considera as funcionalidades do artefato e os requisitos para o seu
funcionamento.
A terceira etapa é focada na revisão sistemática da literatura. Através do uso
de bases de conhecimento, analisam-se estudos similares e conhecimentos
existentes para reunir informações que auxiliem na resolução do problema e na
criação do artefato proposto (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR, 2015).
A etapa seguinte visa identificar artefatos existentes. Essa etapa, juntamente
com a revisão da literatura, possibilita ao pesquisador relacionar artefatos e
problemas similares ao escopo da pesquisa. Nesse momento, é possível que se
34

encontrem produtos que atendam as necessidades que o pesquisador pretende


prover. Caso ocorra a identificação de concorrentes com propostas similares, a
pesquisa prossegue a fim de se comprovar que o novo artefato proposto traga
soluções melhores do que os já existentes (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR, 2015).
Na etapa de proposição de artefatos para resolução do problema o
pesquisador propõe o artefato dentro de um contexto e considera a viabilidade para
a construção do artefato (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR, 2015).
No projeto do artefato são analisadas suas características internas, o
funcionamento, restrições e relacionamento com o ambiente externo.
Logo após, inicia-se o desenvolvimento do artefato que deve considerar
melhorias, novas soluções, gerar conhecimento aplicável que resolva problemas.
Na avaliação do artefato comparam-se os requisitos explicitados na
conscientização do problema e os resultados apresentados na avaliação, além de
verificar se houve falhas. A avaliação pode ser executada de duas formas: em
ambiente experimental ou em contexto real, com usuários participantes (DRESCH;
LACERDA; JÚNIOR, 2015).
Na explicitação das aprendizagens e na conclusão, a pesquisa gerará
conhecimento prático e teórico. Por fim, na generalização para uma classe de
problemas e comunicação dos resultados, o conhecimento gerado deve ser
compartilhado para aplicação em situações similares e em outros contextos
(DRESCH; LACERDA; JÚNIOR, 2015).
A comunicação dos resultados é importante porque possibilita o interesse de
terceiros na área de atuação e no tema desenvolvido. A comunicação dos resultados
pode ser feita de diversas formas, como a publicação de trabalhos acadêmicos,
publicação de artigos em revistas especializadas, seminários, congressos e outros
eventos (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR, 2015).
Destarte, a partir dos protocolos explanados sobre a DSR e da sua utilização
como paradigma metodológico neste trabalho, esta pesquisa foi desenvolvida
observando-se as seguintes fases: mapeamento sistemático da literatura, análise de
competidores, implementação do aplicativo proposto e validação com usuários em
contexto real.
35

6.2.1 Mapeameto sistemático da literatura (MSL)

Inicialmente, foi realizada pesquisa bibliográfica para busca de referencial


teórico acerca do tema estudado. Conforme Wazlawick (2010), a pesquisa
bibliográfica é de fundamental importância para a coleta de informações sobre a
área estudada. Essa atividade é realizada através da análise de artigos, teses, livros
e outros tipos de publicações científicas disponibilizadas.
Lakatos e Marconi (2003) complementam que a finalidade da pesquisa
bibliográfica é permitir que o pesquisador tenha contato direto com as informações
documentadas sobre determinado assunto.
Por causa da constante expansão e evolução das pesquisas científicas, há
um elevado número de resultados encontrados e publicações disponibilizadas nos
diversos mecanismos de buscas acadêmicas (PETERSEN et al., 2008). Assim, é
importante sintetizar o conhecimento disponibilizado para apresentar um panorama
geral da área objeto de estudo.
Para sistematizar e analisar o material científico coletado foi utilizado o
método de pesquisa bibliográfica sistemática denominada Mapeamento Sistemático
da Literatura (MSL). Conforme Petersen et al. (2008), esse método é aplicado
quando há pouca evidência científica ou quando o tema abordado é bastante amplo,
o que possibilita uma visão panorâmica da área estudada e a quantificação dos
resultados. Assim, por meio do mapeamento sistemático da literatura, consegue-se
identificar tendências de pesquisa ou lacunas que podem ser mais bem estudadas.
Com base nos estudos de Petersen et al. (2008), as etapas principais para
executar um mapeamento sistemático da literatura eficaz são: a definição das
perguntas de pesquisa (no inglês, Research Question), a busca de trabalhos
relevantes, a seleção dos trabalhos, a extração e o mapeamento dos dados
coletados nesses trabalhos.
O fluxograma abaixo esquematiza o processo sistemático.
36

Figura 2 – Processo para MSL.

Fonte: Adaptado de Petersen et al. (2008).

As perguntas de pesquisa conduzem a busca para obtenção de dados


relevantes, cujo resultado é o escopo da pesquisa executada.
Em seguida, realiza-se a mineração de estudos por meio de estratégias de
busca, que podem ser a escolha de palavras-chaves, a formação de combinações
(strings) de palavras utilizando operadores booleanos e a leitura dos títulos e
resumos dos artigos encontrados. Essa etapa possibilita visualizar o total de artigos
encontrados e os que serão selecionados por meio de critérios de inclusão e
exclusão, descartando-se os trabalhos não relevantes para responder à(s)
pergunta(s) de pesquisa.
A partir da escolha e leitura dos artigos relevantes, é possível extrair os dados
relevantes por meio do mapeamento dos trabalhos e identificar as tendências ou
lacunas da área pesquisada. Por fim, discute-se os principais dados dos trabalhos
relacionados, etapa final do mapeamento sistemático da literatura.
Para garantir o caráter sistemático desta pesquisa e o rigor científico, foram
cumpridos os protocolos acima indicados no fluxograma do processo sistemático.
Assegurar o cumprimento dos protocolos traz confiabilidade ao trabalho e permite
que os leitores corroborem os dados coletados e expostos.
Portanto, foram devidamente definidas as perguntas de pesquisa, os
mecanismos de buscas acadêmicas escolhidos, as estratégias de busca, as
palavras-chave e respectivas combinações (strings), os critérios para seleção de
artigos, triagem e extração dos dados (PETERSEN et al., 2008).
As perguntas de pesquisa que motivaram esta investigação científica através
do mapeamento sistemático da literatura foram as seguintes:
37

1. A rotulagem dos alimentos informa a presença de alergênicos aos


consumidores de forma eficaz?
2. Existem soluções tecnológicas, softwares ou aplicativos para smartphones,
destinadas a informar a presença de alergênicos constantes na rotulagem dos
alimentos?
3. Há na literatura científica propostas de soluções tecnológicas com a finalidade
de facilitar a identificação de alergênicos nos rótulos alimentícios?

Definidas as perguntas de pesquisa, para realizar o mapeamento sistemático


da literatura foram selecionados os seguintes mecanismos de buscas acadêmicas:
ACM DL, IEEE Xplore, Periódicos CAPES, SciELO, Science Direct e Web of Science
(Clarivate).
Selecionadas as bases de dados, foram definidas as estratégias de busca,
que incluem a escolha das palavras-chave e respectivas combinações (strings).
Desse modo, foram escolhidas as seguintes palavras-chave e keywords:
“alergênico”, “alergia alimentar”, “rotulagem”, “smartphone”, “software”, “allergenic”,
“food allergy” e “labelling”.
Para garantir homogeneidade a esta pesquisa, consideraram-se apenas
artigos científicos publicados nos últimos 10 (dez) anos, em português ou inglês, de
acesso aberto (texto completo gratuito) e que apresentavam no seu título, no resumo
e/ou nas palavras-chave os termos informados no parágrafo anterior.
Na busca dos artigos relacionados com a temática deste estudo, utilizaram-se
os operadores booleanos “AND” entre as palavras-chave e “OR” para termos
equivalentes.
Considerando a quantidade de palavras-chave escolhidas, várias foram as
possibilidades de combinações (strings). Os strings foram testados para se chegar
aos melhores e variados resultados, pois houve muita repetição de artigos e houve
combinações que não retornaram nenhum resultado.
Assim, os strings resultantes a partir da pesquisa feita de forma manual estão
listados a seguir:

1. (“alergênico” AND “alergia alimentar”);


2. (“alergênico” AND “rotulagem” AND “smartphone” OR “software”);
3. (“alergênico” AND “smartphone” OR “software”);
38

4. (“alergia alimentar” AND “smartphone” OR “software”);


5. (“allergenic” AND “food allergy”);
6. (“allergenic” AND “food allergy” AND “labelling”);
7. (“allergenic” AND “food allergy” AND “labelling” AND “smartphone” OR
“software”)
8. (“allergenic” AND “food allergy” AND “software”);
9. (“food allergy” AND “labelling” AND “smartphone” OR “software”);
10. (“food allergy” AND “software”);
11. (“food allergy” AND “smartphone”).

Após a busca dos documentos, para análise dos trabalhos encontrados nas
bases de dados e exclusão de artigos duplicados, foi utilizado o gerenciador de
referências gratuito Mendeley. Em seguida, os artigos que restaram foram
conferidos manualmente para verificar e validar as palavras-chave utilizadas e
identificar através dos resumos se haviam trabalhos condizentes com o escopo
desta pesquisa aptos a responder às perguntas de pesquisa (RQs) definidas.
Na etapa seguinte, conforme demonstra a tabela 1 abaixo, definiu-se os
critérios de inclusão e exclusão utilizados para classificar os artigos encontrados nos
mecanismos de busca acadêmicas utilizados.

Tabela 1 – Critérios de inclusão e exclusão de artigos científicos.


Critério ID Descrição
Inclusão CI1 Estudos cuja temática principal seja a alergia alimentar e respectivos
alergênicos.
CI2 Trabalhos com foco na avaliação das informações presente na rotulagem dos
alimentos.
CI3 Pesquisas com soluções tecnológicas destinadas à alergia alimentar.
Exclusão CE1 Artigos de acesso restrito.
CE2 Artigos duplicados.
CE3 Artigos em idiomas diversos do português e inglês.
CE4 Artigos que não tratam de alergia alimentar e respectivos alergênicos.
Fonte: Adaptado de Loiola e Oliveira (2021).

Na triagem através dos critérios de inclusão e exclusão, optou-se por aplicar


inicialmente os critérios de exclusão, o que resultou em diminuição significativa no
número de artigos encontrados na busca inicial.
Assim, após aplicação dos critérios de exclusão, foi realizada a etapa de
confirmação dos artigos filtrados por meio da leitura completa dos documentos. Para
isso, foi elaborada planilha para registro dos trabalhos encontrados em cada base e
39

classificá-los pelo ano de publicação, autores, título e endereço para acesso, o que
permitiu a catalogação dos artigos selecionados para leitura integral. Nessa fase,
foram aplicados os critérios de inclusão para selecionar apenas os artigos que
corroborasse essa pesquisa e fornecessem respostas às perguntas de pesquisa.
Por fim, ocorreu a extração dos dados dos artigos selecionados e a
finalização do processo de mapeamento sistemático da literatura.
Os resultados da pesquisa bibliográfica e extração dos dados foram
pormenorizados no capítulo 7 deste trabalho (Resultados e Discussão),
especificamente no tópico 7.1 (Mapeamento Sistemático da Literatura).

6.2.2 Análise de competidores

O escopo deste trabalho foi o desenvolvimento do produto tecnológico


proposto, um aplicativo para smartphone. Para realizar a análise de competidores,
esta pesquisa adaptou e utilizou os ensinamentos e técnicas de Ian Sommerville
(2011) relacionados com a especificação de software ou engenharia de requisitos.
Para o referido autor, a fase de especificação de software é marcada pelo
processo de compreensão e definição de serviços que serão requisitados pelo
sistema proposto, bem como pela identificação de possíveis restrições referentes ao
funcionamento e desenvolvimento do software (SOMMERVILLE, 2011).
Inicialmente, realizou-se a elicitação e análise de requisitos, etapa que teve
por objetivo a observação de eventuais sistemas existentes, potenciais usuários e e
análise de tarefas para implementação (SOMMERVILLE, 2011). Nesse momento,
também foi idealizado o protótipo do aplicativo, o que ajudou a entender melhor a
aplicação e identificar as funcionalidades.
Portanto, a metodologia adotada para a análise de competidores focou em
verificar soluções tecnológicas similares disponíveis no mercado e em analisar o
critério de usabilidade e as funções dos concorrentes.
O critério de usabilidade foi escolhido com base nos ensinamentos de Nielsen
(1994) que o definiu levando em consideração a facilidade dos usuários em
aprender a operar um sistema, a eficiência dessas aplicações a partir do momento
em que os usuários tenham aprendido e entendido suas funcionalidades, bem como
o fato de ser uma ferramenta agradável aos usuários que o utilizarão. Em síntese, a
usabilidade é a capacidade de utilizar um produto de forma efetiva, eficiente e que
40

gere satisfação em um contexto de uso específico.


Na análise de competidores o foco foi a identificação dos concorrentes para
avaliar e comparar as funções de cada um com as funcionalidades propostas no
“AlerGuia”.
Na primeira fase da análise de competidores, foi realizada pesquisa
exploratória e descritiva (GIL, 2008) para localizar, identificar e descrever aplicativos
disponíveis similares nacionais e internacionais. Essa fase inicial, denominada
pesquisa de mercado, foi feita de duas formas: verificação das bases de dados de
registros de software e pesquisa nas lojas virtuais de aplicativos nos repositórios
Play Store (Android) e Apple Store (iOS).
Levando em consideração que o “AlerGuia” é um aplicativo voltado para
ajudar consumidores que possuam alergia alimentar e/ou intolerância a algum tipo
de alergênico presente nos alimentos, os termos utilizados na busca de
anterioridade e prospecção tecnológica da análise de competidores foram:
“alergênico”; “allergenic”; “alergia alimentar”; “food allergy”.
Além da pesquisa nas bases de dados de registros de software do INPI e
SPB e nas lojas virtuais de aplicativos Android e iOS, foram realizadas buscas em
bases de dados acadêmicas na intenção de encontrar artigos científicos que
descrevessem o processo de desenvolvimento e evidências de eficácia de
aplicativos similares aos encontrados na primeira fase da análise de competidores.
Essa busca nas bases acadêmicas foi realizada durante o mapeamento
sistemático da literatura que foi umas das etapas metodológicas executadas neste
trabalho. Para a busca de publicações científicas, além das palavras-chave
utilizadas, também foram utilizados os nomes de cada aplicativo encontrado.
Na segunda fase da análise de competidores buscou-se verificar as
qualidades e limitações dos concorrentes, através de testes em cada aplicativo
localizado. Os aplicativos encontrados na primeira fase da análise de competidores
foram baixados no smartphone pessoal do pesquisador que desenvolveu este
trabalho.
Para análise dos concorrentes, considerou-se apenas o conteúdo central dos
aplicativos, ou seja, apenas as principais funcionalidades foram testadas. Elementos
gráficos, como cores, fontes etc., não foram objeto de análise nesta pesquisa.
Deste modo, foi possível identificar as funções dos concorrentes, as
necessidades de melhorias e os pontos positivos presentes no “AlerGuia” e não
41

detectados na concorrência, o que motivou a discussão de novas funcionalidades


para a aplicação proposta.
Para a segunda fase da análise de competidores foi confeccionada uma
tabela com a categorização de determinadas funções para avaliação em cada
aplicativo selecionado. Essa tabela facilitou a identificação das funcionalidades
presentes nos competidores e possibilitou a comparação com as funções propostas
no “AlerGuia”.

Tabela 2 – Funções para comparação de aplicativos.


Características App X App Y App Z
Permite inclusão de produtos no BD de forma colaborativa
Escaneia código de barras
Digitaliza número do código de barras
Localiza pontos de venda
Apresenta detalhes e informações sobre alergênicos
Dicas para alérgicos
Contato de profissional da saúde
Oferece sugestão de produto sem alergênico
Instruções básicas em caso de ingestão de alergênico
Efetividade na identificação dos produtos da Tabela 3
Aplicativo atualizado no ano corrente
Menu ajuda
Sistema operacional
Tipo de licença
Registro no INPI
Solicita dados pessoais para cadastro e uso da aplicação
Necessita instalação
Necessita realizar cadastro
Fácil navegação
Problemas de funcionalidade
Baixo tempo de resposta
Ampla base de dados
Fonte: Próprio autor (2022).

Também foram selecionados 8 (oito) produtos de marcas conhecidas e


amplamente comercializadas para realizar os testes de funcionalidades. Os produtos
e marcas selecionados constam na tabela 3.
Os produtos escolhidos são notoriamente comercializados em várias regiões
do país. Essa escolha trouxe imparcialidade à pesquisa ao não limitar os testes
apenas a produtos comercializados no Vale do São Francisco, especificamente em
Petrolina/PE e Juazeiro/BA.
42

Tabela 3 – Produtos selecionados para testes nos competidores.


Item Produto Denominação de venda Marca Código
1 Composto lácteo Ninho Forti+ Nestlê 7891000284933
2 Fórmula Infantil Nan Supreme 1 com HMOs Nestlê 7613034438364
3 Iogurte parcialmente desnatado Iogurte de morango Isis 7898034920806
4 Pão de forma integral Artesano Plusvita 7896002303477
5 Leite em pó Integral instantâneo Itambé 7896051130093
6 Composto lácteo NINHO FASES 3+ Nestlê 7891000282809
7 Pão de forma integral Grãos e castanhas Plusvita 7896002368162
8 Pão de forma integral Pão integral Visconti 7891962051345
Fonte: Próprio autor (2022).

6.2.3 Implementação do aplicativo “AlerGuia”

A implementação do “AlerGuia” teve início através de elicitação e análise de


requisitos, conforme ensina Sommerville (2011).
Nessa fase, discutiu-se os requisitos do sistema, as tarefas e as
funcionalidades, através da observação de sistemas já existentes detectados na
análise de competidores.
Também foi nesse momento que foi pensado o protótipo, conforme figura 3
abaixo. O protótipo permitiu entender e visualizar a solução tecnológica proposta.

Figura 3 – Protótipo do “AlerGuia”.

Fonte: Próprio autor (2022).


43

Para auxiliar na programação e desenvolvimento do aplicativo, foi necessário


o auxílio de ex-aluno do IFSertãoPE que participou da implementação do “AlerGuia”
como bolsista informal. Os custos com os trabalhos do programador foi proveniente
dos recursos próprios do pesquisador deste trabalho.
Utilizou-se da metodologia ágil Scrum para conduzir o planejamento e
acompanhamento das atividades semanais desenvolvidas no projeto. Assim, foram
definidas reuniões semanais (weekly) por meio de vídeo-chamadas via plataforma
Google Meets para alinhamento das atividades.
Conforme Dias et al. (2021), Scrum é um método ágil utilizado no
gerenciamento de projetos capaz de aumentar a produtividade das equipes e
permitir o crescimento da visibilidade dos projetos.
A linguagem de programação utilizada foi a JavaScript alinhada ao framework
React Native. Trata-se de linguagem de programação popular e de fácil acesso ao
suporte. A documentação referente à linguagem é sempre atualizada pelas
comunidades de desenvolvedores de softwares, além de ser uma linguagem
multiplataforma, manutenível e com curva de aprendizagem baixa, isto é, rápido
aprendizado e aplicação da tecnologia (OLIVEIRA; SANTOS; LEITE, 2017).
Foi escolhido o tipo nativo para o aplicativo “AlerGuia” pois, conforme Stark et
al. (2010), aplicativos do tipo nativo tem como vantagem o acesso a todos os
componentes de hardware do dispositivo móvel hospedeiro, ao contrário dos
aplicativos web, que são websites otimizados com o propósito de serem usados em
smartphones.
Para provê os serviços de banco de dados, optou-se por utilizar a plataforma
de aplicação Web Firebase. A plataforma Firebase é um banco de dados NoSQL
que trabalha com abordagem baseada na nuvem, sincronizando os dados de todos
os clientes em tempo real e possui funcionalidades offline (MORONEY, 2017). A
abordagem baseada na nuvem, ou cloud computing, é um modelo de acesso
conveniente e onipresente através de redes, servidores, armazenamento, aplicativos
e serviços, que são recursos computacionais possíveis de serem configurados de
acordo com a necessidade dos usuários (SIMMON, 2018).
O Firebase armazena os dados no formato JavaScript Object Notation (JSON)
e fornece todo apoio na construção de aplicativos Android de alta qualidade, de
forma rápida e eficiente, sem a necessidade de outras linguagens de programação
para estabelecer a conexão com o banco de dados. Consumindo o serviço da API
44

Firebase é possível transferir dados de forma fácil, segura e em tempo real


(KHAWAS; SHAH, 2018).
Para povoamento do banco de dados, foram selecionados alguns itens que
contém maior presença de alergênicos, tais como compostos lácteos e pães.
Para ampliar o banco de dados de forma otimizada, foi feito contato formal
com o portal GS1 e a Anvisa para verificar se essas organizações possuem banco
de dados amplo com informações de produtos alimentícios para compartilhamento e
povoamento do banco de dados do “AlerGuia”.
O contato foi feito através da seção “Fale Conosco” no portal GS1 e pela
plataforma “Fala BR – Gov.br” para contato com a Anvisa. O anexo “C” comprova o
contato com as referidas instituições.
Entretanto, apesar de obter retorno das organizações mencionadas, para
acessar o banco de dados do GS1 é necessário cadastro e pagamento de valor por
cada item a ser acessado. A Anvisa não dispõe de um repositório com dados de
produtos alimentícios que possam ser aproveitados no banco de dados do
“AlerGuia”.
Assim, o banco de dados do “AlerGuia”, nesse momento inicial, foi povoado
de forma manual, através de coleta das informações diretamente das gôndodas de
mercados e farmácias e em sites eletrônicos de venda na internet. Por causa disso,
o banco de dados do “AlerGuia” é bastante limitado, devido as dificuldades de se
levantar manualmente as informações de diversos produtos alimentícios e pela
escassez de tempo para encerrar esta pesquisa e finalizar o mestrado.
Por fim, para fins de registro do software/aplicativo “AlerGuia”, foi formalizada
parceria institucional entre os NITs do IFSertãoPE e a UNIVASF para tramitação do
registro perante o INPI.

6.2.4 Validação da solução tecnológica

A validação do aplicativo “AlerGuia” foi realizada a partir da adaptação das


diretrizes propostas pelo renomado cientista da computação Jakob Nielsen, o pai da
usabilidade.
Conforme o renomado autor, a usabilidade está relacionada com o grau de
facilidade para aprendizagem de um sistema, o nível de eficiência e o quão
agradável é a utilização do sistema pelos usuários (NIELSEN, 1994). A usabilidade
45

permite aferir a qualidade de uma aplicação através da interação de usuários com o


sistema.
Para avaliação da usabilidade, Nielsen (1997) aponta 5 (cinco) parâmetros a
serem observados: learnability (sistema de fácil aprendizagem), efficiency (eficiência
na utilização do sistema), memorability (sistema fácil de se lembrar), errors (baixa
ocorrência de erros no sistema) e satisfaction (o sistema deve ser agradável e
garantir a satisfação subjetiva quando utilizado).
Com base nesses parâmetros, Nielsen propôs as 10 (dez) heurísticas ou
princípios para avalição da usabilidade de interfaces. As heurísticas de Nielsen são
regras genéricas que possibilitam situações de experiência em uma interface com o
intuito de promover boas experiências de uso (NIELSEN, 1994).
Embora possam ser aplicados em qualquer momento do produto, tais
princípios são usualmente aplicados em duas fases: durante o desenvolvimento,
momento no qual a avaliação pode ser aplicada para criação de uma interface
funcional, e após o desenvolvimento, quando a execução de uma nova
funcionalidade serão avaliadas por especialistas para testar o produto e identificar a
correspondência das funções desenvolvidas com o que fora proposto no projeto e
identificar eventuais erros na interface (NIELSEN, 1994).
As heurísticas propostas por Nielsen (1994) são:

1. Visibilidade do status do sistema: mantém os usuários informados


sobre o que está acontecendo;
2. Compatibilidade entre o sistema e o mundo real: conceitos e
símbolos familiares aos usuários;
3. Controle e liberdade para o usuário: permite aos usuários refazerem
ações de forma simplificada;
4. Consistência e padronização: aplicação previsível e de fácil
aprendizagem;
5. Prevenção de erros: interface que minimiza a ocorrência de problemas;
6. Reconhecimento em vez de memorização: ações e opções facilmente
identificáveis e reconhecíveis visualmente;
7. Eficiência e flexibilidade de uso: acessível a usuários inexperientes e
experientes;
8. Estética e design minimalista: aplicação sem informações irrelevantes
46

ou desnecessárias;
9. Ajuda os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar de erros:
indicação expressa e em linguagem simples de eventuais erros ocorridos;
10. Ajuda e documentação: disponibilidade de informações de ajuda aos
usuários.

Assim, testes de usabilidade avaliam a qualidade da interação entre o usuário


e o sistema e determinam os impactos dessa interação, o que abrange identificar
problemas funcionais e na interface que acarretam desconforto aos usuários
(MACHADO; FERREIRA; VERGARA, 2014).
Machado, Ferreira e Vergara (2014) salientam que o ambiente para
realização do teste de usabilidade pode ser real ou próximo do real, através de
simulação de cenário. O avaliador elabora um roteiro ou tarefa para que os
participantes voluntários da pesquisa possam seguir.
Conforme Machado, Ferreira e Vergara (2014), as etapas a serem seguidas
para realização do teste de usabilidade são as seguintes: planejamento, organização
dos materiais, local de observação, seleção dos usuários, análise dos resultados e
correção da interface.
No planejamento define-se a tarefa ou roteiro para execução do teste. Na
organização dos materiais é necessário o protótipo para demonstração da aplicação
proposta. O local de observação é o ambiente de realização, avaliação e observação
do teste. A seleção de usuários compreende o convite e a escolha dos participantes,
os quais são informados sobre o objetivo do teste e a finalidade do produto proposto.
Na análise dos resultados são discutidas as contribuições expostas pelos usuários
participantes por meio de questionários. Por fim, na correção da interface são feitas
as melhorias e ajustes na aplicação de acordo com as sugestões feitas pelos
usuários, o que pode acarretar em nova versão da interface (MACHADO;
FERREIRA; VERGARA, 2014).
Nesta pesquisa, essas etapas foram seguidas, conforme descreve-se a
seguir.
Para realizar a avaliação, foram convidados participantes voluntários não
identificados, a fim de se cumprir o disposto no OFÍCIO CIRCULAR Nº
17/2022/CONEP/SECNS/MS que informa não ser necessário o registro e avaliação
pelo Sistema CEP/Conep de pesquisa que tenha por objetivo avaliar a opinião
47

pública sobre produtos e serviços com participantes não identificados. O anexo “A”
contém o referido ofício com as orientações que foram seguidas para a metodologia
da validação.
Foram convidados voluntários das áreas de Tecnologia da Informação (TI),
processamento de alimentos e nutrição.
Foi elaborado vídeo demonstrando o funcionamento do “AlerGuia” que está
depositado em https://www.youtube.com/watch?v=FqDsCqGbFvE.
Também foi confeccionado um formulário eletrônico (google forms) com
adaptação das dez herísticas de Nielsen para o contexto da avaliação do aplicativo
para smartphones “AlerGuia”. Foram submetidos aos avaliadores 10 (dez)
questionamentos de caráter objetivo e 2 (duas) perguntas de caráter subjetivo para
melhor avaliar as impressões dos participantes e sugestões futuras de melhorias no
aplicativo. Essa opção está em sintonia com o método base adotado neste trabalho
– Design Science Research – que possibilita o intercâmbio de experiências e
colaboração mútua no desenvolvimento de artefatos tecnológicos em prol dos
usuários.
Com o objetivo de realizar a validação da solução tecnológica proposta neste
trabalho, os dez princípios propostos por Nielsen foram adaptados para avaliação do
aplicativo “AlerGuia”. A tabela 4 abaixo relaciona as herísticas de Nielsen com as
proposições formuladas e submetidas aos avaliadores.

Tabela 4 – Relação de heurísitas e quesitos para avaliação e validação do “AlerGuia”.


ID Heurísticas de Nielsen Proposições para avaliação do “AlerGuia”
1 Visibilidade do status do sistema O aplicativo transmite ao usuário informação visual
sobre o que está acontecendo
2 Compatibilidade entre o sistema e o O aplicativo possui conceitos e símbolos familiares ao
mundo real usuário
3 Controle e liberdade para o usuário O aplicativo permite ao usuário refazer ações de forma
simplificada
4 Consistência e padronização O aplicativo possui linguagem de comunicação padrão
e de fácil compreensão
5 Prevenção de erros A interface do aplicativo minimiza a ocorrência de
problemas
6 Reconhecimento em vez de O aplicativo tem ações, funções ou opções facilmente
memorização identificáveis ou reconhecíveis visualmente
7 Eficiência e flexibilidade de uso O aplicativo atende a usuários inexperientes e
experientes
8 Estética e design minimalista O aplicativo possui interface simples, sem informações
irrelevantes ou desnecessárias
9 Ajuda os usuários a reconhecer, O aplicativo indica eventuais erros de forma expressa e
diagnosticar e recuperar de erros em linguagem simples
10 Ajuda e documentação O aplicativo dispõe de informações de ajuda ao usuário
Fonte: Próprio autor (2022).
48

Para análise e discussão dos resultados provenientes do questionário, foi


utilizado o padrão de escala Likert, que varia de ‘discordo totalmente’ (grau 1) a
‘concordo totalmente’ (grau 5), conforme exemplo presente na figura 4.

Figura 4 – Exemplo de proposição adotando o padrão Likert.

Fonte: Próprio autor (2022).

A mensuração utilizando a escala Likert é bastante aceita entre


pesquisadores acadêmicos e profissionais de mercado. A escala Likert permite
mensurar de forma quantitativa o artefato desejado. Nesse tipo de escala não
existem “questões”, mas “proposições”, ou seja, afirmações sobre as quais os
avaliadores manifestam seu grau de concordância ou discordância (SANCHES;
MEIRELES; SORDI, 2011).
Trata-se de instrumento de avaliação versátil e confiável que torna a pesquisa
rápida e fácil para extração de dados e discussão dos resultados.
49

6.3 Matriz de validação/amarração

Abaixo está a matriz de validação/amarração que relaciona os objetivos


específicos propostos, as metodologias utilizadas para execução dos objetivos e os
produtos originados neste trabalho a partir de cada etapa metodológica.

Figura 5 – Matriz de validação/amarração.

Fonte: Próprio autor (2022).


50

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1 Mapeamento sistemático da literatura (MSL)

A pesquisa bibliográfica nos mecanismos de buscas acadêmicas foi realizada


no mês de novembro de 2022.
Nenhum estudo foi encontrado em periódico descrevendo a eficácia, o
processo de desenvolvimento ou o código-fonte dos aplicativos pesquisados na fase
de análise de competidores. Também não foram localizadas propostas similares nos
artigos minerados.
Após as buscas com as combinações de palavras, foi confeccionada a tabela
abaixo que relaciona os strings usados por base de dados que retornaram os artigos
para extração de dados e mapeamento sistemático.

Tabela 5 – Resultados do MSL.


Base Strings Resultados
ACM DL (“allergenic” AND “food allergy”) 1
IEEE Xplore (“food allergy” AND “software”) 3
Periódicos (“alergênico” AND “alergia alimentar”); (“allergenic” AND “food 81
CAPES allergy” AND “labelling”); (“allergenic” AND “food
allergy” AND “software”)
SciELO (“allergenic” AND “food allergy”) 3
Science (“alergênico” AND “rotulagem” AND “smartphone” OR “software”); 98
Direct (“alergênico” AND “smartphone” OR “software”); (“alergia alimentar”
AND “smartphone” OR “software”); (“allergenic” AND “food allergy”
AND “labelling” AND “smartphone” OR “software”); (“food allergy”
AND “labelling” AND “smartphone” OR “software”); (“food allergy”
AND “smartphone”)
Web of (“allergenic” AND “food allergy” AND “labelling”); (“allergenic” AND 18
Science “food
allergy” AND “software”)
Fonte: Próprio autor (2022).

Após obtenção dos resultados, foram aplicados os critérios de exclusão (CE)


e inclusão (CI), conforme se especificou na tabela 1 (p. 38).
Na base de dados IEEE Xplore os 3 (três) artigos encontrados foram
excluídos por causa do critério CE1 (artigos de acesso restrito).
Na base SciELO, foi excluído 1 (um) artigo com base no critério CE4 (artigos
que não tratam de alergia alimentar e respectivos alergênicos).
A plataforma Science Direct resultou na maioria dos artigos encontrados.
Entretanto, 65 (sessenta e cinco) trabalhos foram excluídos em virtude do critério
CE4, 14 (quatorze) devido ao critério CE3 (artigos em idiomas diversos do português
51

e inglês) e 16 (dezesseis) por causa do critério CE2 (artigos duplicados). Os artigos


excluídos pelo critério CE4 tratavam de processos alérgicos e mecanismos de
identificação de alergias e alergênicos não relacionados com a alergia alimentar ou
processos alérgicos em animais.
O plataforma Periódicos CAPES e a base Web of Science foram acessadas
através Comunidade Acadêmica Federada (CAFe). No Periódicos CAPES, dos 81
(oitenta e um) artigos localizados, 72 (setenta e dois) foram excluídos pelo critério
CE4. Na base Web of Science, entre os 18 (dezoito) artigos localizados, 16
(dezesseis) foram eliminados com base no critério CE4.
Por fim, um total de 15 (quinze) artigos apareceram de forma repetida entre
as bases Periódicos CAPES, SciELO, Science Direct e Web of Science.. Nesse
caso, o critério de exclusão CE2 eliminou os artigos repetidos.
Após filtragem dos artigos mediante aplicação dos critérios de exclusão,
foram aplicados os critérios de inclusão para finalmente selecionar os artigos para
extração dos dados.
A tabela 6 abaixo relaciona os artigos selecionados, por base pesquisada,
após filtragem e aplicação de todos os critérios de inclusão e exclusão. Em seguida,
serão apontadas as principais discussões nos trabalhos que forneceram
embasamento científico a esta pesquisa. Ressalte-se que os artigos duplicados
foram retirados.

Tabela 6 – Artigos selecionados no MSL.


Ano Autor Título CI Base
2012 Henricksen; Design of software to support families with food-allergic and food- CI3 ACM DL
Viller. intolerant children.
2015 Choi; Ju; Food allergy knowledge, perception of food allergy labeling, and CI1 e CI2 Periódicos
Chang. level of dietary practice: A comparison between children with and CAPES
without food allergy experience.
2015 Reese et Allergen and allergy risk assessment, allergen management, and CI1 e CI2 Periódicos
al. gaps in the European Food Information Regulation (FIR): Are CAPES
allergic consumers adequately protected by current statutory food
safety and labelling regulations?
2016 Deretti. A publicidade como ferramenta de consumo: uma reflexão sobre CI2 Periódicos
as novas regras da anvisa à respeito dos alimentos e bebidas que CAPES
contém ingredientes alergênicos.
2016 Houben et Prioritisation of allergenic foods with respect to public health CI2 Web of
al. relevance: Report from an ILSI Europe Food Allergy Task Force Science
Expert Group.
2017 Battisti et Allergens labeling on French processed foods – an Oqali study. CI2 Periódicos
al. CAPES
2017 Sarinho; Formas graves de alergia alimentar CI1 Science
Lins. Direct
2018 Blom et al. Accidental food allergy reactions: Products and undeclared CI1 e CI2 Periódicos
ingredients. CAPES
52

2018 Lopez. Food Allergen Labeling: A Latin American Approach. CI2 Periódicos
CAPES
2018 Santos de Inadequação da rotulagem de alimentos alergênicos: risco para CI2 Periódicos
Miranda; indivíduos com hipersensibilidade alimentar. CAPES
Gama.
2018 Santana. Rotulagem para alergênicos: uma avaliação dos rótulos de CI2 SciELO
chocolates frente à nova legislação brasileira.
2018 Soogali; Food allergies and perceptions towards food allergen labelling in CI1 e CI2 Periódicos
Soon. Mauritius. CAPES
2019 Bianchi et Sesame seed labelling and health protection of allergic CI2 Web of
al. consumers: A laboratory survey in Northern Italy. Science
2019 DunnGalvin Evidence-based approaches to the application of precautionary CI2 Periódicos
et al. allergen labelling: Report from two iFAAM workshops. CAPES
2020 Cunha et Food allergen labeling: compliance with the mandatory legislation CI2 SciELO
al. in Brazil.
2021 Fiocchi et Food labeling issues for severe food allergic patients. CI1 e CI2 Science
al. Direct
2021 Fuentes; Digitally enabling sustainable food shopping: App glitches, CI3 Science
Cegrell; practice conflicts, and digital failure. Direct
Vesterinen.
Fonte: Próprio autor (2022).

A seguir, descrevem-se de forma breve e pela ordem cronológica os 17


(dezessete) artigos identificados na pesquisa bibliográfica. Na discussão dos
trabalhos selecionados procurou-se identificar os dados e discussões que ajudaram
a responder as perguntas de pesquisa formuladas na etapa de mapeamento
sistemático da literatura.
Henricksen e Viller (2012) realizaram estudo sobre a utilização de softwares
para auxiliar famílias a lidar com as alergias e intolerâncias alimentares infantis.
Realizaram questionário com pais e entrevistas com profissionais da saúde para
compreender os desafios enfrentados pelas famílias com crianças alérgicas e/ou
intolerantes aos alimentos e entender os níveis atuais de utilização de tecnologias
pelas famílias. Os dados coletados na pesquisa possibilitou aos autores o
desenvolvimento de um software que implementou um diário alimentar para auxiliar
no cuidado de crianças com reações alimentares adversas.
A pesquisa desenvolvida por Choi, Ju e Chang (2014) comparou o nível de
conhecimento e a percepção sobre rotulagem dos alimentos, alergias alimentares e
práticas alimentares de estudantes uma escola elementar na Coreia do Sul. A partir
dos dados coletados na pesquisa, os autores concluíram que os estudantes com
experiência no tema alergia alimentar mostraram um nível de percepção superior
sobre rotulagem das alergias alimentares do que aqueles sem experiência. O estudo
também sugeriu que os alimentos alergênicos deveriam ser devidamente
designados para assegurar um serviço alimentar seguro e os administradores
53

escolares deveriam defender e providenciar um sistema de rotulagem capaz de


informar e proteger os estudantes.
Reese et al. (2015) trataram do Regulamento de Informação Alimentar (FIR)
da União Europeia (UE), que impõe a obrigação de rotular os 13 alergênicos mais
comuns em alimentos. A rotulagem não regulamentada sobre a presença
involuntária de alergênicos fez com que se adotasse uma utilização generalizada da
rotulagem de alergênicos de precaução. A rotulagem de precaução dificulta a
escolha de alimentos seguros, quando não inviabiliza a escolha, porque não é
possível estimar a verdadeira extensão da presença de alergênicos num produto
sem a devida informação técnica. Os autores ponderam que não são apenas os
consumidores alérgicos que se beneficiariam de uma regulamentação adequada da
rotulagem dos alimentos, mas também a indústria alimentar, os profissionais da
saúde e os profissionais responsáveis por regulamentar os alimentos e aplicar a lei.
Deretti (2016) estudou a publicidade como ferramenta para o consumo e a
influência que ela exerce sobre as pessoas. É direito do consumidor ser informado
das características dos produtos e serviços, conforme determina o princípio da
transparência. Quanto aos alimentos, a publicidade tem forte influência, pois a
alimentação é uma necessidade fisiológica, psicológica, econômica e social. A
autora enfatizou que a pesquisa desenvolvida visou analisar a transparência das
informações nos alimentos que tratem sobre ingredientes alergênicos, de modo a
viabilizar a transparência para as pessoas que possuem alergias alimentares.
Houben et al. (2016) afirmam que os gestores precisam decidir se um
alimento ou ingrediente alergênico é de tal importância para a saúde pública que
necessita de uma atuação e gestão ativa. É necessário dimensionar o quanto os
alergênicos representam de perigo à sociedade. Critérios objetivos aumentam a
transparência e a confiança, de modo que o estudo propôs uma categorização e
priorização dos alimentos alergênicos de acordo com a sua importância para a
saúde pública. Por fim, os autores conceberam ferramenta social a partir dos
princípios genéricos de análise de riscos utilizados na segurança alimentar para que
os reguladores possam usá-la para decidir se um alimento ou alergênico é ou não
de importância suficiente para a saúde pública que justifique sua regulamentação e
a rotulagem obrigatória.
Os estudos elaborados por Battisti et al. (2017) observaram a rotulagem dos
alergênicos. O estudo foi feito a partir da regulamentação do Observatório Francês
54

da Qualidade Alimentar (Oqali), que tem por objetivo recolher todos os dados
nutricionais fornecidos nos rótulos dos alimentos processados (informação
nutricional e composição), e acompanhar as alterações da rotulagem nutricional ao
longo do tempo. Na pesquisa foram recolhidos 17.309 produtos, entre 2008 e 2012,
de 26 categorias de alimentos. Os ingredientes alergênicos foram identificados a
partir de listas de ingredientes e declarações de precaução. 73% dos 17.309
produtos estudados continham pelo menos um alergênico na lista de ingredientes e
39% tinham uma declaração de precaução para um ou mais alergênicos. O leite
(53%), o glúten (41%) e o ovo (22%) foram os alergênicos mais utilizados nas listas
de ingredientes. Para a declaração de precaução, os frutos secos (20%), ovos
(14%), amendoim (13%), soja (12%), e leite (11%) eram os alergênicos mais comuns
na lista de ingredientes. O estudo permitiu analisar a rotulagem dos alergênicos e a
sua utilização como ingredientes ao longo do tempo e também identificou um
aumento na presença de alergênicos nos alimentos processados.
Sarinho e Lins (2017) abordaram a gravidade da alergia alimentar para a
saúde. A gravidade das reações depende de fatores associados, como idade, uso
de medicamentos no início da reação, histórico prévio de anafilaxia, exercício e
doenças intercorrentes. Os autores concluem o estudo recomendando que pacientes
com diagnóstico de alergia alimentar grave mantenham uma dieta de exclusão,
procure acompanhamento médico especializado regularmente e, quando houver
indícios de anafilaxia, enfatizam a necessidade de portar adrenalina para uso
imediato.
Blom et al. (2018) realizaram estudo com foco nas reações alérgicas
acidentais, pois, de acordo com os autores, esses acontecimentos são frequentes e
podem ser graves e fatais. Foram analisados produtos alimentares culpados e os
níveis de alergênicos inesperados em reações acidentais. Durante 1 ano, 73
doentes relataram reações alérgicas acidentais e o culpado dentre os produtos
alimentares. As amostras de alimentos recebidas foram analisadas para uma vasta
gama de alergênicos suspeitos de não conterem ingredientes e o risco foi
quantificado. Os resultados foram os seguintes: diversos produtos alimentares foram
responsáveis pelas reações alérgicas inesperadas. 37% dos produtos analisados
tinham 1 a 4 alérgenos culpados identificados que não deveriam estar presentes de
acordo com a declaração de ingredientes (rotulagem). As concentrações variavam
de 1 a 5000 mg de proteína do alimento alergênico por quilograma de produto
55

alimentar e eram maiores para amendoim, leite e sésamo. As proteínas do leite


representavam o maior risco estimado de reações alérgicas. Para os casos em que
foram detectados alergênicos culpados, a ingestão excedeu a dose de referência ou
estava presente um alergênico culpado com uma dose de referência ainda
desconhecida. Os autores afirmaram que a negligência dos doentes em relação a
declarações de rotulagem de alergênicos e a omissão da utilização de uma
declaração de rotulagem de alergênicos pelos fabricantes parecem contribuir para
reações acidentais. Por fim, a pesquisa concluiu que há uma variedade de produtos
alimentares causando reações acidentais em pessoas alérgicas.
Lopez (2018) afirma que a alergia alimentar é uma preocupação de saúde
pública. Com base nisso, desenvolveu estudo com o objetivo de analisar o contexto
da América Latina quanto aos regulamentos e declarações de alergênicos. Segundo
a autora, embora a maioria dos países regule a declaração de alergênicos em
alimentos pré-embalados com base na lista recomendada pelo Codex Alimentarius,
alguns países acrescentaram outros alergênicos nesta lista por causa dos dados de
prevalência e incidência regional. A situação na América Latina relativamente a
estes regulamentos é diversa. A autora informa que os dados sobre a prevalência de
hipersensibilidade alimentar são muito limitados na região. Além disso, descreve os
países da região que estabeleceram regulamentos: Brasil, Colômbia, Costa Rica,
Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Chile, México, e Venezuela. No caso
da Argentina, houve aprovação de um regulamento para a rotulagem de alergênicos
alimentares em Novembro de 2016. A autora analisa que todos os países seguem a
lista do Codex que inclui o látex e exclui os sulfitos, com exceção do Brasil. Além
disso, a Argentina é o único país que inclui exceções. Com relação às metodologias
para a detecção de alergênicos nos alimentos, a autora afirma que esta questão é
um problema grave tanto para a indústria alimentar como para os laboratórios de
controle. Na Argentina existe uma iniciativa para enfrentar esse problema através da
Plataforma de Alergênicos Alimentares (PFA), organização sem fins lucrativos que
integra profissionais de saúde, pacientes, representantes da indústria alimentar,
governo e cientistas. A autora conclui que as ações da PFA tornaram possível o
contato entre diferentes grupos científicos de outros países da América Latina a fim
de expandir esta iniciativa, promover e reforçar as capacidades públicas e privadas
na região com relação ao problema da regulamentação, declaração e rotulagem de
alimentos.
56

Santos de Miranda e Gama (2018) analisaram a adequação da rotulagem de


alimentos alergênicos conforme a regulamentação trazida pela Resolução n. 26, de
02 de julho de 2015 da ANVISA. As autoras verificaram a concordância das
declarações de alérgenos em 221 rótulos de alimentos industrializados
comercializados em três redes distintas de supermercados. Para detalhamento das
inadequações, as autoras adotaram os seguintes critérios: localização incorreta da
declaração no rótulo, declaração incompleta e/ou formatação inadequada e
declaração inexistente. A pesquisa revelou que do total de rótulos avaliados, 31,7%
foram identificados como inadequados. Dentre as inadequações, 48,6% foram
classificados como “Declaração inexistente”. Foram observadas também
inadequações nos dez grupos de alimentos avaliados. As autoras concluem que as
normas regulamentadoras nacionais de rotulagem trouxeram inovações na
perspectiva de defesa do consumidor alérgico, embora ainda haja irregularidades no
seu cumprimento.
Santana (2018) avaliou rótulos de chocolates comercializados à luz da
legislação brasileira. Chocolates são alimentos fontes de alergênicos. A depender da
composição, o chocolate pode ter um grande número de ingredientes alergênicos, o
que potencializa os riscos aos consumidores alérgicos. Para executar o estudo, a
autora separou os chocolates em oito categorias e avaliou 139 rótulos. A declaração
de presença de alergênico não foi encontrada em 11% dos rótulos, mesmo com a
presença de componentes alergênicos com obrigatoriedade de declaração. A autora
conclui que a legislação deveria ser suficiente para promover um alinhamento na
comunicação entre a indústria e o consumidor, porém ainda não há uma adesão
completa entre as regras de rotulagem de alimentos e as declarações de alergênicos
por parte dos fabricantes.
Soogali e Soon (2018) realizaram estudo para determinar a prevalência de
alergias alimentares e as percepções dos consumidores quanto à rotulagem de
alergênicos alimentares nas ilhas Maurícias, diante da escassez de estudos
científicos que tratem das alergias alimentares na África Subsaariana. Os autores
realizaram inquérito em quatro supermercados. Elaborou-se um questionário
baseado em estudos anteriores que foi administrado através de uma abordagem de
entrevista pessoal com os participantes para elevar a taxa de conclusão. Os
entrevistados mostraram-se satisfeitos com o tamanho das letras e com as
informações fornecidas nos rótulos dos alimentos. Também concordaram que
57

poderia ser problemático identificar alimentos adequados para indivíduos que sofrem
de alergias ou intolerâncias alimentares. Termos genéricos presentes nos rótulos
dos alimentos e a localização dos avisos de alergias eram motivo de preocupação.
Mais de 80% dos participantes da pesquisa consideraram que os alergênicos na lista
de ingredientes deveriam ser realçados (por exemplo, fonte em negrito) e que
deveria ser utilizada uma linguagem simples em inglês ou francês para descrever
ingredientes alergênicos. Os autores concluíram que os resultados do estudo
forneceram informações práticas sobre questões relacionadas com a rotulagem de
alergênicos alimentares, de modo a possibilitar decisões por parte dos responsáveis
pela cadeia de abastecimento alimentar.
Bianchi et al. (2019) investigaram a presença de sésamo em produtos
alimentares que não contenham qualquer menção ao sésamo no rótulo dos
ingredientes. O sésamo tem considerável potencial para causar alergia alimentar e,
conforme a legislação europeia, sua presença nos alimentos deve ser declarada no
rótulo. Para realizar a pesquisa, foram coletados produtos no comércio. Das 32
amostras de alimentos que não mencionaram sementes de sésamo no rótulo de
ingredientes, uma (3,1%) amostra testou positivo para a presença de sésamo. Nas
amostras que continham a declaração no rótulo de precaução “pode conter vestígios
de sésamo”, uma (3,1%) amostra de pão ralado testou positivo. Os pesquisadores
concluíram que até a data do estudo, estão disponíveis poucos trabalhos que
investiguem a conformidade com os requisitos de rotulagem de alergênicos
alimentares, de modo que a pesquisa forneceu dados para a avaliação preliminar do
risco do sésamo para consumidores alérgicos.
DunnGalvin et al. (2019) trataram da exigência de declaração de ingredientes
alergênicos nas informações dos rótulos. Entretanto, identificou-se que a rotulagem
da presença não intencional de alergênicos é menos definida. A rotulagem de
alergênicos de precaução, denominada PAL, foi introduzida pela indústria alimentar
para ajudar a gerir e comunicar o risco de reação da presença não intencional de
alergênicos nos alimentos. A forma atual da rotulagem de alergênicos de precaução
é contraproducente para consumidores com alergias alimentares, pois não existe
uma padronização para a aplicação da rotulagem de alergênicos de precaução
(PAL). Nos alimentos que contém indicação da rotulagem de alergênicos de
precaução é comum na prática não haver indicação do alergênico, enquanto alguns
produtos sem rotulagem de alergênicos de precaução contêm quantidades de
58

alergênicos alimentares comuns capazes de induzir uma reação alérgica. Os autores


realizaram workshops com o objetivo de desenvolver uma proposta para tornar a
rotulagem de alergênicos de precaução (PAL) eficaz para os consumidores. A
pesquisa forneceu uma base para o desenvolvimento de uma rotulagem mais
informativa e transparente para melhorar a gestão e o bem-estar dos consumidores
alérgicos aos alimentos.
A pesquisa executada por Cunha et al. (2020) objetivou verificar se os rótulos
dos alimentos comercializados no Brasil cumpriam com o que determina a
Resolução do Conselho Colegiado n. 26 de 2 de Julho de 2015 – ANVISA. Esse ato
normativo estabelece requisitos para a rotulagem obrigatória dos principais
alimentos que causam alergias alimentares, através da implementação do uso de
alertas. A conformidade dos rótulos dos alimentos foi investigada de acordo com os
requisitos de rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias. Os
resultados da pesquisa mostraram que 12,13% dos alimentos analisados não
continham o alerta de alergias e 31% das amostras utilizaram a rotulagem de
alergênicos de precaução, devido a uma possível contaminação cruzada por um
alimento alergênico. Os avanços da rotulagem dos alimentos beneficiam pessoas
que sofrem de alergias alimentares, contudo, ainda há muito para se fazer e garantir
que a legislação seja devidamente cumprida, para melhorar a qualidade de vida das
pessoas alérgicas e fornecer segurança na aquisição dos produtos.
Fiocchi et al. (2021) destacam que a alergia alimentar é tema de grande
importância e responsabilidade e afeta cerca de 220 milhões de pessoas no mundo.
Para ajudar as pessoas a identificar alimentos alergênicos e evitar reações
anafiláticas, 66 países nos 5 continentes exigem, mediante legislação, que os
ingredientes alergênicos sejam devidamente declarados. Entretanto, os autores
informam que a lista obrigatória de alergênicos não é uniforme e varia entre os
países. A adoção generalizada da rotulagem de alergênicos de precaução (PAL)
resultou numa proliferação de PALs não regulamentados com diferentes
declarações informativas. É urgente a necessidade de consenso científico sobre a
definição de alergia alimentar e a identificação dos alergênicos. O objetivo do estudo
foi traçar um quadro da situação global em termos de PAL e destacar abordagens
que possam ajudar a resolver o problema da regulamentação da rotulagem de
alergênicos. Por fim, os autores indicam a necessidade de novos estudos com
abordagens mais abrangentes para desenvolver melhorias quanto à identificação de
59

alergênicos que beneficiem a qualidade de vida dos consumidores.


Finalmente, o estudo desenvolvido por Fuentes, Cegrell e Vesterinen (2021)
abordou as novas plataformas alimentares digitais que são lançadas com a
promessa de promover um consumo alimentar mais sustentável. Entretanto, os
autores apontam que apesar de algum sucesso, os esforços para reajustar
digitalmente as práticas alimentares dos consumidores falham. O trabalho mostrou
que a incapacidade destas aplicações em promover uma nova forma de adquirir
alimentos se deve a falhas – falhas de aplicação de diferentes tipos – mas também a
conflitos práticos. Entre os conflitos destacam-se o desajuste de práticas e a
competição de práticas, o que dificulta a promoção de uma nova prática sustentável
de abastecimento alimentar.
A análise dos artigos selecionados no mapeamento sistemático da literatura
possibilitou responder com precisão a pergunta de pesquisa (RQ1): “a rotulagem dos
alimentos informa a presença de alergênicos aos consumidores de forma eficaz?”
Os estudos de Choi, Ju e Chang (2014), Reese et al. (2015), Blom et al.
(2018), Lopez (2018), Santos de Miranda e Gama (2018), Soogali e Soon (2018) e
Fiocchi et al. (2021) destacam que, infelizmente, o problema da rotulagem adequada
das informações alergênicas nos alimentos foi verificado em vários países.
Todos os artigos que tratavam do assunto foram categóricos em apontar os
problemas encontrados nas rotulagens de alimentos no que diz respeito à
quantidade e qualidade das informações essenciais relacionadas com a presença de
alergênicos alimentares. Portanto, é possível afirmar que os rótulos das embalagens
alimentícias não conseguem transmitir com precisão, simplicidade e eficiência as
informações necessárias para os consumidores escolher com segurança produtos
alimentares não prejudiciais à saúde. Além disso, os estudos demonstraram que
também é comum a ausência de informações sobre determinados alergênicos.
Com relação à pergunta de pesquisa (RQ2), “existem soluções tecnológicas,
softwares ou aplicativos para smartphones, destinadas a informar a presença de
alergênicos constantes na rotulagem dos alimentos?”, não foi possível localizar
documentos científicos relatando o desenvolvimento de ferramenta tecnológica com
essas funcionalidades.
O estudo desenvolvido por Henricksen e Viller (2012) concentrou os esforços
no desenvolvimento de uma aplicação que funcionasse como diário alimentar para
crianças com alergia, cuja função seria facilitar o controle dessa condição pelos pais.
60

Fuentes, Cegrell e Vesterinen (2021) realizaram pesquisa para avaliar as


novas plataformas alimentares digitais que são lançadas no mercado com
freqüência, mas não abordaram plataformas destinadas à identificação de
alergênicos nos rótulos alimentícios por meio do uso de smartphones.
Por fim, quanto à pergunta de pesquisa (RQ3) – Há na literatura científica
propostas de soluções tecnológicas com a finalidade de facilitar a identificação de
alergênicos nos rótulos alimentícios? – nenhum artigo selecionado trouxe proposta
similar à que foi desenvolvida nesta pesquisa.
Também não se localizou estudo em periódico científico descrevendo a
eficácia, o processo de desenvolvimento ou o código-fonte dos aplicativos
pesquisados e testados na fase de análise de competidores, assim como não se
identificou propostas de aplicações similares ao “AlerGuia”.
O mapeamento sistemático da literatura revelou que as funções idealizadas,
implementadas e propostas através da ferramenta “AlerGuia” tem caráter científico
inovador, na medida em que não se localizaram artigos científicos que tratassem de
ferramenta similar.
Toda a discussão realizada no âmbito da pesquisa bibliográfica motivou a
elaboração de artigo científico com a revisão sistemática executada neste trabalho.
O documento está sendo elaborado. Após finalizado, será submetido para
publicação.

7.2 Análise de competidores

A primeira fase da análise de competidores foi realizada no mês de outubro


de 2022 e teve como foco a busca por aplicativos concorrentes. Os resultados
encontrados por base de dados e palavra-chave utilizada constam na tabela 7
abaixo.
A prospecção tecnológica de registros de softwares foi realizada nas bases de
dados do INPI (2022) e no catálogo do Software Público Brasileiro (SPB, 2022). A
busca de aplicativos similares foi feita nas lojas virtuais Apple Store (iOS) e Play
Store (Android).
61

Tabela 7 – Resultados da prospecção tecnológica.


Palavra-chave INPI SPB Apple Store (iOS) Play Store (Android)
“Alergênico” 0 0 0 10
“Allergenic” 0 0 0 0
“Alergia alimentar” 0 0 12 105
“Food allergy” 0 0 0 15
Fonte: Próprio autor (2022).

Nas bases de registro de softwares não se localizou nenhum resultado.


Diante da ausência de filtros nas lojas virtuais para melhor análise e maiores
detalhes acerca dos aplicativos localizados, foi necessário abrir cada resultado
encontrado para identificar as aplicações similares ao “AlerGuia” através das
informações constantes sobre os aplicativos.
Assim, a quantidade de aplicativos similares encontrados consta na figura 6
abaixo.

Figura 6 – Aplicativos móveis localizados.

Fonte: Próprio autor (2022).

Foram localizados 17 aplicativos similares ao “AlerGuia” na Play Store e 3 na


Apple Store, conforme lista a tabela 8. Os aplicativos iOS localizados são os
mesmos da versão Android, ou seja, são duplicados, mas também foram submetidos
aos testes.
62

Tabela 8 – Lista de aplicativos localizados.


Aplicativo Ícone Android iOS País

Alérgicos: Contém SIM NÃO BRA

Loomos SIM SIM BRA

NuRotulo SIM SIM BRA

Allergy Scan – Ingredients OCR SIM NÃO EUA

Food Check: Product Scanner SIM NÃO ALE

Food Scanner – Food Nutrition SIM NÃO EUA

Glúten Free Scanner SIM NÃO ING

Infood – Ingredients food scan SIM NÃO BUL

Mealeez SIM NÃO ESC

My food allergies scanner SIM NÃO FRA

Naše potraviny SIM NÃO SVK

Naturally free from foods SIM NÃO EUA

Open food facts SIM SIM FRA

ScanFood – Scan tes produits SIM NÃO FRA

Scanner de alimentos SIM NÃO BUL

Scan Eat – Scanner alimentaire SIM NÃO FRA

Soose – Allergy, Vegan, Glute SIM NÃO HOL

Fonte: Próprio autor (2022).

Dos 17 (dezessete) aplicativos localizados relacionados ao tema e que são


similares ao “AlerGuia”, apenas 3 (três) foram selecionados para execução da
segunda fase da análise de competidores que compreendeu os testes nos
aplicativos para identificar as funcionalidades e comparar com o “AlerGuia”, além de
verificar as qualidades e limitações dos concorrentes e diferenciá-los da solução
tecnológica desenvolvida neste trabalho.
63

Os 3 (três) aplicativos selecionados para testes e comparações de


funcionalidades são brasileiros, de modo que os 14 (quatorze) restante não
selecionados são estrangeiros.
Os critérios que motivaram a exclusão dos aplicativos internacionais foram o
idioma e a base de dados de produtos cadastrados.
Conforme demonstrado na tabela 8 acima, há aplicativos de diversas
nacionalidades. Além do idioma, o fato de os produtos comercializados no Brasil
serem diferentes dos comercializados nos demais países também foi levado em
consideração. Apesar de muitas marcas comercializadas serem internacionais, com
presença em praticamente todos os países, a forma como cada país regula e
registra os produtos são diferentes entre si.
Produtos cadastrados no Brasil recebem uma estrutura numérica chamada
GTIN (Número Global do Item Comercial). Essa sequência de números é específica
e diferente em cada país. O GTIN é composto por uma série de 13 dígitos (EAN-13)
e o prefixo conferido ao Brasil é 789, de modo que todos os produtos registrados em
território nacional terão seu código de barras iniciado por esse prefixo (PROTESTE,
2019).
Além disso, cada país tem autonomia para criar outras regras de cadastro e
identificação de produtos e, no caso brasileiro, as regras para identificação de
alergênicos foram estabelecidas pela ANVISA (2002).
Desta forma, seria improdutivo testar aplicativos estrangeiros, cujo banco de
dados foi povoado com base nas informações exigidas pelas autoridades
administrativas de cada país e cujo prefixo GTIN é diferente do conferido ao Brasil.
Testar os aplicativos internacionais não traria resultados esperados e proveitosos a
esta pesquisa e demandaria bastante tempo.
Os 3 (três) aplicativos nacionais selecionados para a etapa de testes de
funcionalidades foram “o Alérgicos: Contém”, “Loomos” e “NuRótulo”. A tabela 9,
abaixo, traz informações acerca dos aplicativos selecionados.
64

Tabela 9 – Aplicativos selecionados para segunda fase da análise de competidores.


Aplicativo Ícone País Avaliação Downloads Atualização Área
Alérgicos:
BRA 2,2 >5.000 01/10/2018 Saúde e fitness
Contém
4 (Play Store) e
Loomos BRA >5.000 14/11/2021 Saúde e fitness
4,9 (Apple Store)
4,1 (Play Store)
NuRotulo BRA >1.000 01/08/2022 Saúde e fitness
e 5 (Apple Store)
Fonte: Próprio autor (2022).

Foi feito o download dos aplicativos na Play Store e na Apple Store. Os


dispositivos utilizados para testes foi um Samsung Galaxy S 20 FE (Android) e um
iPhone 7 (iOS).
Após a instalação de cada aplicativo, na segunda fase da análise de
competidores os aplicativos selecionados foram analisados de acordo com as suas
funcionalidades. Entretanto, os aplicativos “Alérgicos: Contém” e “Loomos”
apresentaram erros para iniciar a execução da aplicação e impossibilidade de
executar o download e instalar no smartphone Android. Foram feitas várias
tentativas para instalar e executar os aplicativos no dispositivo Android, mas em
nenhuma delas foi possível realizar os testes.
Portanto, no sistema Android, somente o aplicativo concorrente “NuRótulo” foi
testado na segunda fase da análise de competidores. No sistema iOS, foram
testados os concorrentes “Loomos” e “NuRótulo”.
Não houve diferenças nas funcionalidades do aplicativo “NuRótulo” utilizando
os sistemas operacionais Android e iOS.
Houve alguns erros e travamentos durante a execução do concorrente
“NuRótulo”, mas foi possível testar suas funcionalidades. As características e
funções são descritas a seguir.
O aplicativo “NuRótulo” exige cadastro prévio para uso. As funções digitar
código de barras e escanear com câmera funcionaram. Os itens 1 a 4 constantes na
tabela 3 (p. 42) não foram detectados pelo “NuRótulo”. Os itens 5 a 8 foram
detectados no banco de dados do “NuRótulo”.
Além da função principal de escaneamento para identificação dos
alergênicos, o “NuRótulo” também possui a função de buscar produto e redirecionar
para página de venda, função de varejo com lojas cadastradas, mas não se localizou
estabelecimentos em Petrolina/PE e Juazeiro/BA cadastrados no aplicativo.
65

Também existe uma função de restaurantes, entretanto também não há


estabelecimentos em Petrolina/PE e Juazeiro/BA cadastrados no aplicativo. Há uma
função que relaciona alguns profissionais da saúde cadastrados, além de funções
básicas como informações de contatos, redes sociais, página na internet e termos
de uso.
Também tem um menu “Meu Perfil” que possibilita o cadastro de informações
pessoais de alergias.
O banco de dados do “NuRótulo” é resultado de uma parceria com o site GS1
Brasil, que é uma associação sem fins lucrativos de desenvolvimento de padrões
para comunicação empresarial. O mais conhecido desses padrões é o códigos de
barras, padrão impresso em produtos que podem ser lidos por meio de scanners e
smartphones.
Não se identificou no NuRótulo as seguintes funções constantes no
“AlerGuia”: menu ajuda, indicação e sugestão de produto similar sem alergênico e o
item abaixo do produto escaneado que apresenta informações técnicas sucintas
sobre o alergênico presente no produto. No Apêndice C deste trabalho constam as
telas do “AlerGuia” com indicação das funcionalidades para melhor entendimento do
que fora descrito neste parágrafo.
O concorrente “Loomos” foi testado apenas no disposito iOS. Os testes com o
“Loomos” revelou que a aplicação só possui uma função de realçar os ingredientes
constantes no rótulo do produto. Basta apontar a câmera do smartphone para a lista
de ingredientes que o aplicativo realça os possíveis ingredientes nocivos,
destacando as substâncias encontradas.
Não foi encontrada as funções de ler ou digitar o código de barras. O
“Loomos” também tem uma função para que o usuário informe suas alergias. Não
foram encontradas outras funções no “Loomos”. Os testes com esse concorrente
revelaram que se trata de produto distinto do “AlerGuia”, conforme verificado nas
respectivas funções.
A tabela 10 abaixo especifica as funções constantes em cada aplicativo e os
resultados dos testes realizados com os produtos utilizados.
66

Tabela 10 – Resultado dos testes de funcionalidades com competidores.

Características / Funcionalidades Alérgicos: Loomos NuRótulo


Contém
Permite inclusão de produtos no BD de forma colaborativa erro não não
Escaneia código de barras erro não sim
Digitaliza número do código de barras erro não sim
Localiza pontos de venda erro não sim
Apresenta detalhes e informações sobre alergênicos erro não não
Dicas para alérgicos erro não não
Contato de profissional da saúde erro não sim
Oferece sugestão de produto sem alergênico erro não não
Instruções básicas em caso de ingestão de alergênico erro não não
Efetividade na identificação dos produtos da tabela 3 erro não 50%
Aplicativo atualizado no ano corrente não não sim
Menu ajuda erro não não
Sistema operacional Android Android + Ios Android + Ios
Tipo de licença Gratuito Gratuito Gratuito
Registro no INPI não não não
Solicita dados pessoais para cadastro e uso da aplicação erro não sim
Necessita instalação sim sim sim
Necessita realizar cadastro erro não sim
Fácil navegação erro sim sim
Problemas de funcionalidade sim (não executa) sim (travou) sim (travou)
Baixo tempo de resposta erro sim sim
Ampla base de dados erro não GS1
Fonte: Próprio autor (2022).

A análise de competidores revelou que, embora tenham sido encontrados e


testados aplicativos similares concorrentes, o “AlerGuia” tem caráter inovador na
medida em que identificou-se que há algumas funções no “AlerGuia” que não foram
localizados nos concorrentes “NuRótulo” e “Loomos”.
Além disso, os testes realizados no “NuRótulo” revelou que o banco de dados
do concorrente ainda não contempla todos os produtos que foram testados
pessoalmente. Apesar de, no momento, o banco de dados do “AlerGuia” apresentar
limitações, é possível ampliá-lo por meio de parcerias.
Pensando em futuras parcerias, fez-se contato com o site GS1 para saber
como é possível acessar o banco de dados deles para povoamento do banco de
dados do “AlerGuia”. É necessário realizar cadastro e pagar uma taxa para acessar
os produtos. O banco de dados do GS1 não é completo, como demonstrou os testes
no “NuRótulo”, os quais não localizaram todos os produtos testados.
Também foi feito contato com a ANVISA para questionamento acerca da
existência de um repositório ou banco de dados nacional com as informações dos
produtos alimentícios cadastrados. Entretanto, não há um repositório na ANVISA
67

com todas essas informações. É possível consultar alguns produtos, mas as


informações são limitadas.
A comprovação das consultas ao portal GS1 e à ANVISA constam no anexo
“C” deste trabalho.
Ademais, os testes com o “NuRótulo” revelaram ausência de
estabelecimentos comerciais de Petrolina/PE e Juazeiro/BA cadastrados no
concorrente. A impossibilidade de rastrear produtos comercializados na região e
estabelecimentos cadastrados são indícios de que o “NuRótulo” não é efetivamente
utilizado na região onde se desenvolveu esta pesquisa.
Apesar desses indícios não serem suficientes para afirmar que o “NuRótulo”
não é conhecido e utilizado na região, a ausência de competidor na região que seja
amplamente conhecido, divulgado e utilizado pode proporcionar ao “AlerGuia”
vantagem competitiva no mercado local.
Por fim, os aplicativos “Loomos” e “NuRótulo” não estão registrados no INPI
como ativos de propriedade intelectual. A marca “NuRótulo” foi registrada, mas não
o aplicativo em si (software). Por sua vez, o “AlerGuia” encontra-se nos trâmites
finais para registro do software no INPI.
Esse é mais um diferencial do “AlerGuia” em comparação com os
concorrentes, afinal registrar softwares e aplicativos em bases de dados oficiais é
um procedimento que eleva a proteção jurídica da criação e é indicador de
desenvolvimento tecnológico, que pode ocasionar benefícios econômicos na
exploração dessas invenções e eventuais transferência de tecnologia (LIMA; LIMA;
GUIMARÃES, 2019).
Após o registro do aplicativo “AlerGuia”, também será possível desenvolver
uma marca visual para registrar em conjunto com a marca nominativa “AlerGuia”.
Essa possibilidade de registro de marcas do produto desenvolvido poderá elevar o
valor de mercado da ferramenta desenvolvida.
No anexo “B” consta a capa do processo aberto para inícios dos trâmites de
registro perante o INPI.

7.3 Implementação da solução tecnológica proposta

O aplicativo “AlerGuia” foi desenvolvido utilizando a linguagem de


programação JavaScript e o framework React Native. Para utilização dos requisitos
68

de hardware do dispositivo hospedeiro, optou-se por uma aplicação do tipo nativo.


O banco de dados do “AlerGuia” foi construído com a utilização da plataforma
de aplicação Web Firebase, que é um banco de dados NoSQL que trabalha com
abordagem baseada na nuvem. Para povoar o banco de dados, alguns itens foram
catalogados pessoalmente e selecionados aqueles que contém maior presença de
alergênicos, tais como compostos lácteos e pães. No apêndice “C” constam as telas
do aplicativo desenvolvido.
Também foi feito contato com bases de dados de informações nutricionais de
produtos alimentícios para otimizar e ampliar o povoamento do banco de dados do
“AlerGuia”. As bases consultadas foram os do GS1 e da Anvisa. O anexo “C”
comprova o contato com o portal GS1 e a Anvisa. O GS1 retornou o contato e
informou ser necessário cadastro e pagamento de taxa por item acessado. A Anvisa
informou que não dispõe de repositório com os dados de produtos que possam ser
aproveitados no banco de dados do “AlerGuia”.
Portanto, o banco de dados do “AlerGuia”, foi povoado de forma manual,
através de coleta das informações diretamente das gôndodas de mercados e
farmácias e em sites eletrônicos de venda na internet. Em virtude disso, o banco de
dados é limitado por causa da dificuldades de se levantar e inserir manualmente as
informações de diversos produtos alimentícios. A figura 7 abaixo revela a arquitetura
do “AlerGuia”.

Figura 7 – Arquitetura do “AlerGuia”.

Fonte: Próprio autor (2022).

Conforme demonstrado pela arquitetura acima, o usuário final utiliza o


smartphone para escanear o código de barras do produto a partir do “AlerGuia”. O
69

“AlerGuia” captura o número do código de barras e o envia através de uma request


sob protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol) a partir de uma conexão
autenticada e privada com os serviços de banco de dados e armazenamento do
servidor Firebase. O servidor envia uma response sob protocolo HTTP contendo as
imagens, dados de alergias e demais dados do produto, tais como nome e
descrição, baseando-se no código de barras recebido.
Para lustrar as sequências de ações executadas pelo aplicativo, foi
confeccionado diagrama de caso de uso. Os casos de uso ilustrados definem uma
sequência de ações executadas pelo “AlerGuia” que geram um resultado de valor
observável pelo ator usuário.

Figura 8 – Diagrama do “AlerGuia”.

Fonte: Próprio autor (2022).

O usuário pode executar as seguintes funcionalidades:

1. Pesquisar produtos, função que inclui os comportamentos de escanear


e/ou digitar o código de barras do produto;
70

2. Obter ajuda quanto aos objetivos e funções do “AlerGuia” a partir de


consultas às informações disponibilizadas no próprio aplicativo;
3. Localizar lojas cadastradas no “AlerGuia”;
4. Entrar em contato com os administradores do aplicativo.

Enquanto isso, o ator administrador cadastra produtos e lojas no aplicativo


“AlerGuia”.
Por fim, para fins de registro do software/aplicativo “AlerGuia”, foi formalizada
parceria institucional entre os NITs do IFSertãoPE e a UNIVASF para tramitação do
registro perante o INPI.

7.4 Avaliação e validação do aplicativo

A avaliação e validação do “AlerGuia” foi realizada no período de 13 de


janeiro de 2023 a 19 de janeiro de 2023.
A validação consistiu em convidar os voluntários participantes a assistir ao
vídeo de demonstração de funcionamento do “AlerGuia”, disponível no endereço
https://www.youtube.com/watch?v=FqDsCqGbFvE e, ao final do vídeo, responder ao
questionário que adaptou as herísticas de Nielsen, conforme a tabela 4 constante na
página 47.
Entre os voluntários convidados que aceitaram participar da pesquisa, 04
(quatro) eram da área de Tecnologia da Informação (TI), 02 (dois) de Tecnologia em
Alimentos e 01 (um) com formação em Nutrição.
Dos 07 (sete) participantes, 05 (cinco) informaram o nível de escolaridade
especialização e 02 (dois) informaram possuir mestrado. Quanto à instituição de
ensino, houve voluntários do IFSertãoPE, Univasf e UFBA.
Com os dados obtidos a partir da escala Likert, optou-se por avaliar quais
foram as respostas dadas com mais frequência pelos voluntários.
Assim, a discussão dos resultados focou no grau de satisfação dos
voluntários com a apresentação do aplicativo “AlerGuia”, considerando suas
funcionalidades e o nível de usabilidade demonstrado pelo produto desenvolvido.
Essa opção tornou mais simples, rápida e eficaz a análise e interpretação dos
resultados.
Com relação a proposição “o aplicativo transmite ao usuário informação visual
71

sobre o que está acontecendo”, dois voluntários disseram concordar (grau 4) e cinco
voluntários afirmaram concordar totalmente (grau 5). O gráfico abaixo traz as
respostas de cada voluntário.

Figura 9 – Gráfico das respostas à primeira proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Na proposição “o aplicativo possui conceitos e símbolos familiares ao


usuário” houve um voluntário que disse concordar (grau 4) e seis voluntários
disseram concordar totalmente (grau 5), conforme demonstra o gráfico abaixo.

Figura 10 – Gráfico das respostas à segunda proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

A terceira proposição, “o aplicativo permite ao usuário refazer ações de


forma simplificada”, obteve a mesma quantidade de respostas que a proposição
anterior, ou seja, um voluntário disse concordar (grau 4) e seis voluntários disseram
72

concordar totalmente (grau 5).

Figura 11 – Gráfico das respostas à terceira proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Quanto à proposição “o aplicativo possui linguagem de comunicação padrão


e de fácil compreensão”, também houve um voluntário que disse concordar (grau 4)
e seis participantes que disseram concordar totalmente (grau 5).

Figura 12 – Gráfico das respostas à quarta proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Na quinta proposição, “a interface do aplicativo minimiza a ocorrência de


problemas”, os resultados foram os seguintes: um participante se disse
indiferente, ou seja, nem concordou nem discordou (grau 3), dois voluntários
disseram concordar (grau 4) e os outros quatro participantes manifestaram total
73

concordância (grau 5) com o quesito.

Figura 13 – Gráfico das respostas à quinta proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Com relação a proposição “o aplicativo tem ações, funções ou opções


facilmente identificáveis ou reconhecíveis visualmente”, foram obtidas as mesmas
quantidades de respostas dadas na proposição anterior, ou seja, um voluntário não
concordou nem discordou (grau 3), dois voluntários concordaram (grau 4) e os
outros quatro participantes concordaram totalmente (grau 5). O gráfico abaixo
revela as respostas dos participantes.

Figura 14 – Gráfico das respostas à sexta proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Na sétima proposição, “o aplicativo atende a usuários inexperientes e


experientes”, um participante disse que nem concordou nem discordou (grau 3) e
74

os outros seis voluntários disseram concordar totalmente (grau 5).

Figura 15 – Gráfico das respostas à sétima proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Na oitava proposição, “o aplicativo possui interface simples, sem


informações irrelevantes ou desnecessárias”, os resultados foram os seguintes:
um participante se disse indiferente, ou seja, nem concordou nem discordou (grau
3), dois voluntários disseram concordar (grau 4) e os outros quatro parti cipantes
manifestaram total concordância (grau 5) com o quesito.

Figura 16 – Gráfico das respostas à oitava proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Na penúltima proposição, “o aplicativo indica eventuais erros de forma


expressa e em linguagem simples”, foram obtidas as mesmas quantidades de
respostas dadas na proposição anterior, ou seja, um voluntário não concordou nem
75

discordou (grau 3), dois voluntários concordaram (grau 4) e os outros quatro


participantes concordaram totalmente (grau 5).

Figura 17 – Gráfico das respostas à nona proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Por fim, na décima e última proposição, “o aplicativo dispõe de informações


de ajuda ao usuário”, um voluntário disse concordar (grau 4) e os outros seis
participantes disseram concordar totalmente (grau 5).

Figura 18 – Gráfico das respostas à décima proposição do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

O “AlerGuia” teve uma avaliação muito positiva, pois os graus de satisfação


que mais foram observados nas proposições respondidas foram “concordo
totalmente” e “concordo”. No gráfico abaixo consta o percentual das respostas
coletadas no formulário.
76

Figura 19 – Gráfico com percentual das respostas do questionário.

Fonte: Próprio autor (2022).

Em todas as proposições analisadas, a resposta mais escolhida pelos


voluntários foi “concordo totalmente”. No total, houve 51 (cinquenta e uma)
respostas dadas com o maior grau de satisfação (concordo totalmente).
Em segundo lugar, a resposta que mais apareceu no formulário foi
“concordo”. Foram 14 (quatorze) respostas dadas com o grau de satisfação
“concordo” (grau 4).
A resposta “Nem concordo, nem discordo” (grau 3) teve apenas 05 (cinco)
aparições ao longo do formulário.
Por fim, não se registraram respostas de discordância (graus 1 e 2) no
formulário. Nenhum participante disse “discordar totalmente” ou apenas “discordar”
sobre as proposições apresentadas.
A análise das respostas com maior frequência no formulário revelou um alto
grau de concordância e aceitação das funcionalidades e da usabilidade do
“AlerGuia”. Essa avaliação realizada com os voluntários revela bons indícios de que
o produto desenvolvido atende aos critérios de usabilidade propostos por Nielsen
(1994).
Além das 10 (dez) proposições objetivas, adaptadas das heurísitcas de
Nielsen (1994), foram submetidos dois questionários subjetivos aos voluntários. A
primeira pergunta subjetiva, que deveria ser respondidada de forma obrigatória, foi a
seguinte:
77

“Conhece algum aplicativo semelhante no mercado? Em caso afirmativo, qual?”

Apenas um voluntário disse conhecer produtos similares no mercado.


Foram informados os aplicativos “Alérgicos: contém” e “Allergo – Alergia
alimentar”. O aplicativo “Alérgicos: contém” foi um dos concorrentes analisados no
tópico 7.2 (Análise de competidores) deste trabalho. Conforme discussão feita no
referido tópico, o concorrente citado não pôde ser testado porque simplesmente não
funciona. Ele travou na tela inicial do smartphone em todas as tentativas feitas.
O outro aplicativo informado, “Allergo – Alergia alimentar”, não foi
identificado na fase de análise de competidores através dos parâmetros utilizados
naquela etapa da pesquisa. Entretanto, para conhecer o concorrente citado, foi
feito o download na loja de aplicativos para testes.
Trata-se de aplicativo que não é atualizado desde 14 de outubro de 2016.
Ao instalá-lo no dispositivo deste pesquisador, apareceu uma mensagem de que o
aplicativo foi desenvolvido para uma versão antiga do Android, de modo que
poderia não funcionar corretamente em sistemas operacionais Android recentes.
Apesar dessa mensagem, foi possível executar o aplicativo “Allergo – Alergia
alimentar”.
Não se identificou funções similares entre o “AlerGuia” e o concorrente
“Allergo – Alergia alimentar”. Nem a função básica de escaneamento de código de
barras foi identificada. O concorrente funciona mais como um diário, onde os
usuários informam que tipos de alimentos podem comer, receitas e alguns
produtos que podem ou não usar.
O outra pergunta subjetiva, que foi submetida de forma facultativa aos
participantes, foi a seguinte:

“Há alguma sugestão de melhoria ou funcionalidade para implementar no


"AlerGuia"?”

Essa pergunta está em sintonia com a metodologia base adotada neste


trabalho, Design Science Research, pois através da colaboração dos participantes
voluntários, foi possível identificar novas funcionalidades e melhorias sugeridas para
tornar o “AlerGuia” mais atrativo aos futuros usuários.
Assim, um dos voluntários sugeriu a melhoria do visual do aplicativo (estética)
78

e uma melhor descrição das funções.


Outra sugestão foi melhorar a função que relaciona produtos similares através
da criação de um ícone que apresente melhor essa função como “Clique aqui para
ver produtos similares sem alergênicos”.
Quanto a interface, também foi sugerido o uso de bibliotecas de User
Interface (IU) para melhor adequação visual da aplicação e trazer um visual mais
interessante e que chame a atenção dos futuros usuários.
Outro voluntário sugeriu que a tela inicial já seja a de leitura do código de
barras e que o aplicativo também fosse desenvolvido para sistemas iOS.
Por fim, também deixaram como sugestão a possibilidade de que os futuros
usuários possam alimentar o banco de dados, no caso de algum produto não ser
localizado pelo aplicativo e uma função que traga informações relacionadas com as
consequências no caso de ingestão de alergênicos e o que fazer quando houver
ingestão por consumidores alérgicos.
79

8 PRODUTOS DESENVOLVIDOS

Esta pesquisa resultou nos seguintes produtos entregues ao PROFNIT:


Artigo científico submetido na Revista Ciência da Informação do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT relatando os resultados
do estudo prospectivo acerca do panorama nacional e internacional dos produtos
tecnológicos relacionados com o problema da alergia e intolerância alimentar.
Conforme exige o PROFNIT, o artigo cietífico foi submetido na revista acima
mencionada que possui Qualis B1, sendo que o mínimo exigido é Qualis B3.
Ressalte-se que a revista escolhida é da área de Administração, conforme
determinam as regras do PROFNIT. O artigo científico produzido e submetido
aguarda a avaliação pelos pares. O comprovante da submissão está no anexo “D”.
Portanto, a submissão atende os requisitos do PROFNIT.
O segundo produto entregue foi o software/aplicativo proposto devidamente
criado e em tramitação para ser registrado no INPI, conforme acordo de cooperação
celebrado entre os NITs do IFSertãoPE e UNIVASF. O anexo “B” comprova a
tramitação do processo aberto no IFSertãoPE para registro do “AlerGuia” no INPI.
Além dos produtos científicos e tecnológicos (artigo e software), foram
elaborados, como produtos entregáveis ao PROFNIT, a Matriz FOFA (SWOT) e o
Modelo de Negócio CANVAS, a fim de cumprir as determinações do PROFNIT.
Ambos encontram-se neste trabalho como apêndice “A” e apêndice “B”,
respectivamente.
80

9 CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objeto principal o desenvolvimento de solução


tecnológica (software) do tipo aplicativo para smartphone cuja finalidade é facilitar a
identificação dos alergênicos informados nos rótulos dos produtos alimentícios.
Apesar da limitação temporal do mestrado, o aplicativo foi desenvolvido conforme
proposto.
Foi realizada a avaliação e validação da solução tecnológica desenvolvida
com participantes voluntários. Conforme demonstrado no trabalho, o “AlerGuia” teve
uma avaliação muito positiva no questionário submetido aos participantes, apesar de
ser uma ferramenta que pode ser bastante melhorada e explorada, conforme as
sugestões feitas pelos voluntários durante a validação.
Para alcançar o objetivo proposto nesta pesquisa, foi essencial a adoção do
paradigma metodológico Design Science Research (DSR). Através do DSR,
identificou-se o estado da arte referente ao tema estudado e o estado da técnica por
meio da identificação de produtos tecnológicos similares encontrados.
Esta pesquisa revelou que “AlerGuia” tem caráter inovador, na medida em
que a revisão bibliográfica não localizou proposta similar e a análise de
competidores revelou que os únicos concorrentes localizados não são registrados.
Além disso, há funções no “AlerGuia” que não foram implementadas nos
concorrentes identificados e testados.
Por fim, espera-se que o produto desenvolvido neste trabalho traga benefícios
aos consumidores ao tornar a identificação de alergênicos mais simples, funcional,
ágil e eficiente. Após o lançamento do produto no mercado, espera-se que seja bem
aceito pelos consumidores, o que poderá ensejar a formação de parcerias e
eventual transferência da tecnologia.
81

10 PERSPECTIVAS FUTURAS

Após a finalização do trâmite de registro do “AlerGuia”, poderá ser realizada a


divulgação do produto nas lojas virtuais de aplicativos e através das redes sociais
das instituições proprietárias do “AlerGuia”, o que permitirá o acesso pelos
consumidores e demais interessados em conhecer melhor a aplicação desenvolvida.
Também poderão ser implementadas as melhorias sugeridas pelos
participantes voluntários da avaliação e validação do “AlerGuia”. Dentre as melhorias
a serem implementadas, destacam-se a criação de um perfil para os usuários
informarem suas alergias e o sistema sugerir produtos com base no perfil
cadastrado, parcerias e cadastro de estabelecimentos destinados à comercialização
de produtos voltados ao público consumidor alérgico, a possibilidade de os usuários
sugerirem o cadastro de produtos não presentes no banco de dados, entre outras
funcionalidades.
Conforme ficou demonstrado nos quesitos respondidos pelos participantes da
validação, há uma boa oportunidade de aceitação no mercado local, pois a maioria
dos participantes disseram não conhecer aplicação similar.
Para alcançar uma maior adesão ao “AlerGuia”, uma possibilidade é a
formalização de parcerias com fornecedores de produtos alimentícios destinados
aos consumidores alérgicos. Atrelar o “AlerGuia” a estabelecimentos e marcas já
conhecidas é o passo inicial para obter maior visibilidade. Melhorias e novas
funcionalidades poderão ser inseridas no aplicativo para adequá-lo a realidade local.
Outra oportunidade que as parcerias podem proporcionar está relacionada
com a ampliação do banco de dados do “AlerGuia”.
Por fim, a realização de oficinas presenciais com voluntários, fornecedores e
interessados em conhecer melhor a solução tecnológica criada é uma boa
oportunidade para fazer uma nova avaliação e validação do produto, mais ampla e
com acesso direto ao “AlerGuia”, tornando-o mais atrativo e conhecido do público-
alvo.
82

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90

APÊNDICE A – Matriz FOFA (SWOT)


91

AJUDA ATRAPALHA
FRAQUEZAS:
FORÇAS: 1. Falta de experiência na gestão e
1. Facilidade para aprimorar e atualizar. manutenção do produto.
INTERNA
2. Usabilidade simples e eficiente, 2. Limitação inicial do banco de dados.
(Organização)
conforme validação com usuários. 3. Necessidade de apoio de profissional
3. Custos de manutenção. especializado em desenvolvimento para
monitorar e atualizar o aplicativo.
OPORTUNIDADES:
AMEAÇAS:
1. Ausência de concorrentes conhecidos
1. Baixa adesão ao produto pelos
pelos avaliadores na validação do aplicativo.
EXTERNA consumidores e fornecedores.
2. Possibilidade de transferência da
(Ambiente) 2. Aplicativo concorrente conquistar os
tecnologia.
consumidores e o mercado.
3. Parcerias para ampliar banco de dados e
funcionalidades do aplicativo.
92

APÊNDICE B – Modelo de Negócio CANVAS


93

Parcerias Chave: Atividades Chave: Propostas de Valor: Relacionamento: Segmentos de


- NITs do IFSertãoPE e - Identificação de - Oferecer uma - Redes sociais. Clientes:
Univasf. alergênicos. ferramenta tecnológica - Site próprio. - Consumidores
- Nutricionistas. - Oferta de produtos que facilite a - NITs. alérgicos.
- Fabricantes e alimentícios identificação de
vendedores de destinados ao alergênicos nas
produtos alimentícios. público alérgico e/ou embalagens dos
intolerante. produtos alimentícios.
Recursos Chave: - Proporcionar uma Canais:
- Capital próprio. plataforma de oferta de - Loja de
produtos alimentícios aplicativos.
específicos destinados
ao público alérgico e/ou
intolerante capaz de
agregar os interesses
dos usuários do
aplicativo (vendedores e
consumidores).
- Listar fornecedores de
produtos voltados ao
público consumidor
alérgico.
Estrutura de Custos: Fontes de Receita:
- Desenvolvedor/programador (custo variável). - Publicidade virtual.
- Banco de dados (custo permanente). - Taxa de intermediação das negociações realizadas pela
plataforma.
94

APÊNDICE C – Produto tecnológico (software)


95

“AlerGuia”

O “AlerGuia” é um software do tipo aplicativo para smartphones desenvolvido


utilizando o framework React Native e linguagem de programação JavaScript.
Inicialmente, o aplicativo foi desenvolvido para ser acessado de dispositivos
móveis (smartphones) Android e não demanda muitos requisitos de hardware.
Abaixo constam um fluxograma que ilustra as etapas para criação da solução
tecnológica e as imagens das telas do “AlerGuia” em pleno funcionamento.

Figura 20 – Fluxograma das etapas de criação do AlerGuia.

Fonte: Autoria própria.

Figura 21 – Tela de abertura do “AlerGuia”.

Fonte: Autoria própria.


96

Figura 22 – Tela inicial do “AlerGuia”.

Fonte: Autoria própria.

Figura 23 – Menu lateral do “AlerGuia”.

Fonte: Autoria própria.


97

Figura 24 – Tela da função leitura de código de barras.

Fonte: Autoria própria.

Figura 25 – Tela contate-nos.

Fonte: Autoria própria.

Fonte: Autoria própria.


98

Figura 26 – Tela da função digitar código de barras.

Fonte: Autoria própria.

Figura 27 – Tela da função mapa.

Fonte: Autoria própria.


99

Figura 28 – Tela da função relacionar produtos.

Fonte: Autoria própria.

Figura 29 – Tela com informações sobre o “AlerGuia”.

Fonte: Autoria própria.


100

Figura 30 – Menu ajuda.

Fonte: Autoria própria.


101

APÊNDICE D – Formulário para avaliação e validação do “AlerGuia”


102
103
104
105
106

APÊNDICE E – Vídeo para avaliação e validação do “AlerGuia”


107

Abaixo está a imagem retirada do vídeo postado no YouTube elaborado para


que os avaliadores voluntários pudessem conhecer o aplicativo “AlerGuia” e
responder ao questionário de avaliação e validação da aplicação. O endereço de
acesso ao vídeo é https://www.youtube.com/watch?v=FqDsCqGbFvE.
108

ANEXO A – Ofício CONEP


109
110

ANEXO B – Processo para registro do “AlerGuia”


111

A imagem acima é da capa do processo aberto no IFSertãoPE para fins de


registro do aplicativo “AlerGuia” no INPI. Tendo em vista que o processo é composto
por vários documentos, alguns de caráter pessoal dos interessados, optou-se por
inserir apenas a imagem da capa do processo que comprova que o procedimento
para registro no INPI está em andamento sob a responsabilidade dos NITs do
IFSertãoPe e da UNIVASF.
112

ANEXO C – Consulta à ANVISA e ao GS1


113

As imagens acima são das consultas feitas à ANVISA e ao GS1 acerca da


existência de um banco de dados para acesso e povoamento do banco de dados do
“AlerGuia”.
114

ANEXO D – Comprovantes de submissão de artigo


115

Abaixo estão os comprovantes de submissao do artigo produzido durante a


execução deste trabalho.
O artigo, intitulado “Estudo prospectivo de artigos, patentes e softwares
voltados à alergia e intolerância alimentar” foi submetido no periódico Ciência da
Informação, que possui Qualis B1 na área de Administração, conforme consta na
plataforma Sucupira.

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