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Dissertação de Mestrado
São Cristóvão/SE-Brasil
Fevereiro de 2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E
ENGENHARIA DE MATERIAIS (P²CEM)
São Cristóvão/SE-Brasil
Fevereiro de 2023
i
Dedico primeiramente a Deus, à minha família
em especial à minha esposa (Maria Valdirene),
à minha mãe (Ivanete dos Santos) e ao meu
filho (Enzo Gabriel) por serem à minha fonte
de inspiração e dedicação em todos esses anos.
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sua bondade eterna e pela oportunidade de cursar o mestrado e completar
cada etapa e cada desafio no curso.
Ao meu orientador Dr. Eduardo Kirinus Tentardini pela dedicação, pelo feedback
através do whatsApp e seriedade de como trata o curso e cada um dos orientandos sempre
estando à disposição para sanar todas as dúvidas, enfim por ser um facilitador da aprendizagem.
Gostaria de agradecer à minha mãe (Ivanete dos Santos Oliveira) que sempre me deu
apoio em todos os momentos da minha vida e que sempre me ensinou o dom da honestidade.
Agradeço à minha esposa Maria Valdirene por todo apoio e paciência durante todos
esses anos. Ao meu filho Enzo Gabriel que apesar de não entender nada é fruto de inspiração e
motivação para que eu possa continuar buscando novos desafios.
Ao grupo de pesquisa de Engenharia de Superfície, em especial ao Iago por ter me
ajudado na aprendizagem e tratamento das curvas de XPS e nos debates ao longo do curso.
A todos do DCEM e P2CEM, em especial aos professores Sandro Griza, Marcelo Ueki
e Wilton Walter Batista, os quais contribuíram para o meu crescimento ao longo do curso e nas
disciplinas de pesquisa.
Aos amigos Renan Celestino, Héricles, Mário e Vagner dos Anjos pelo companheirismo
e por me sanar dúvidas quando solicitadas.
A CAPES, pelo suporte através da bolsa de mestrado.
Enfim, a todos que contribuíram para realização deste trabalho o meu muito obrigado!
iii
Resumo da Dissertação apresentada ao P2CEM/UFS como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais (M.Sc.).
Fevereiro/ 2023
iv
Abstract of Dissertation presented to P²CEM/UFS as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Master in Materials Science and Engineering (M.Sc).
February/2023
Thin films of ZrxSi1-XN were obtained using the reactive magnetron sputtering
technique in order to evaluate the influence of substrate temperature on structure, morphology
and hardness. Two samples with silicon content of 1.6 and 8.0 at. % were chosen and deposited
on a substrate heated to 700ºC. Thin films were characterized by RBS, GIXRD, SEM-FEG and
nanohardness. From the GIXRD analyses, it was possible to observe that the face-centered
cubic (CFC) phase of ZrN is maintained at high deposition temperature for both samples with
a preferential growth orientation in the (200) direction for the sample with 1.6 at.% Si and a
mixed growth orientation for the sample with 8.0 at.% Si in the (100) and (200) directions. XPS
analyzes confirm that silicon is present in the structure in the form of Si3N4, regardless of the
silicon content adopted and the deposition temperature, in addition to the presence of free
silicon (Si°) for sample with 8.0 at. % of silicon deposited at 700ºC. The presence of Si° ratified
the decomposition of Si3N4 into Si and N2 due to the temperature of the substrate for high silicon
contents. From the micrographs obtained by SEM-FEG, it was possible to verify the formation
of a morphology with columnar grains present only for the sample with 1.6 at. % of Si, in
addition to a denser microstructure. The highest hardness values were verified for the
ZrSiN_1.6_700 sample. The increase in temperature did not promote significant gains for the
sample with 8.0 at. % of silicon, with all values within the error margin.
v
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................11
2 REVISÃO DA LITERATURA ..... .....................................................................................13
2.1 Filmes finos .................................................................................................................... 13
2.2 Sputtering ...................................................................................................................... 14
2.2 Magnetron Sputtering..................................................................................................16
2.2.2Magnetron Sputtering reativo (RMS).......................................................................17
2. Nitreto de zircônio (ZrN).....................................................................................................18
2.3.1 Filmes Finos de nitreto de zircônio e silício (Zr-Si-N)............................................. 19
2.3.2 Influência da temperatura do substrato (TS) em filmes de ZrSiN.......................20
2.4 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO .........................................................................23
2.4.1 Difração de raios X (DRX)... ..................................................................................23
2.4.2 Espectroscopia por Retroespalhamento de Rutherford (RBS) .. ........................25
2.4.3 Microscopia Eletrônica de Varredura com Emissão de Campo (MEV-FEG).. 28
2.4.4 Nanodureza..............................................................................................................28
2.4.5 Espectroscopia de Fotoelétrons Induzidos por Raios X (XPS) .......................... 29
3 METODOLOGIA ................................................................................................................29
3.1 Equipamento de deposição ............................. ..............................................................29
3.1.1 Parâmetros de deposição .... ...................................................................................31
3.1.2 Condicionamento da Câmara de Deposição . .......................................................31
3.1.3 Preparação das amostras .. .....................................................................................32
3.1.3 Técnicas de Caracterização . ..................................................................................32
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .. ....................................................................................34
4.1 Análise de RBS . .............................................................................................................34
4.2 ANÁLISE MEV-FEG E XPS DAS AMOSTRAS DE ZrSiN_1.6 DEPOSITADAS A
TA E 700...............................................................................................................................34
4.2.1 Análise MEV-FEG......................................................................................................36
4.2.2 Espectroscopia de raios x (XPS) ............................................................................... 37
4.3 ANÁLISE MEV-FEG E XPS DAS AMOSTRAS DE ZrSiN_8.0 DEPOSITADAS A
TA E 700ºC...............................................................................................................................41
4.3.1 Análise MEV-FEG...................................................................................................41
4.3.2 Espectroscopia de raios x (XPS) ..........................................................................45
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS ......................................................................................46
vi
6 CONCLUSÕES....................................................................................................................47
6.1 Perspectivas de Estudos Futuros..................................................................................48
REFERÊNCIAS......................................................................................................................50
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 3. Esquema de colisão entre a partícula incidente e a superfície do alvo (Barbosa, 2011).
.................................................................................................................................................. 16
Figura 8. Esquema de análise de um filme fino por GAXRD (Carvalho, 2016) .................... 25
Figura 9. Ilustração experimental de uma análise por feixe de íons, adaptado (Chu, 1978)... 26
Figura 11. Esquema de interação de elétrons numa análise MEV-FEG (Zhou et al., 2006) .. 28
Figura 12. (a) Indentador preparado para penetrar a amostra; (b) aplicação de uma carga e (c)
amostra indentada (Oliver, 1992). ............................................................................................ 30
Figura 14. Percentual atômico das espécies de Zr, Si, N das amostras depositadas. .............. 34
Figura 15. Resultados de GIXRD para as amostras com 1,6 e 8,0 at.% de silício..................35
viii
Figura 16. MEV-FEG das seções transversais das amostras (a) ZrSiN_1.6_TA e (b)
ZrSiN_1.6_700. ........................................................................................................................ 40
Figura 17. Espectro Si 2p para a amostra de ZrSiN-1.6 a temperatura ambiente e a 700 ºC......38
Figura 19. Espectro N 1S para a amostra ZrSiN_1.6 a temperatura ambiente e a 700 ºC. ..... 41
Figura 20. MEV-FEG das seções transversais das amostras (a) ZrSiN_8.0_TA e ( b)
ZrSiN_8.0_700..........................................................................................................................42
Figura 21. Espectro Si 2p para a amostra de ZrSiN_8.0 a temperatura ambiente e a 700 ºC. 43
Figura 22. Espectro Zr 3d para a amostra de ZrSiN_8.0 a temperatura ambiente e a 700 ºC. 44
Figura 23. Espectro N 1S para a amostra de ZrSiN_8.0 a temperatura ambiente e a 700 ºC..45
Figura 24. Valores de dureza das amostras com 1.6 at.% e 8.0 at.% de silício com variação da
temperatura................................................................................................................................46
ix
LISTA DE TABELAS
x
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E
ENGENHARIA DE MATERIAIS (P²CEM)
1 INTRODUÇÃO
Filmes finos de nitreto de zircônio (ZrN) têm sido bastante utilizado na indústria
mecânica, uma vez que estes revestimentos possuem alta dureza, inércia química e boa
resistência ao desgaste (Freitas, 2016), no entanto, este material ainda apresenta algumas
limitações como o crescimento colunar da microestrutura e a baixa temperatura de oxidação,
entre 400 e 500 °C (Millosev et al., 1997), o que limita que o mesmo possa ser utilizado em
determinadas situações.
Com o objetivo de aprimorar as principais propriedades deste filme, uma alternativa
utilizada nos últimos anos é depositar o ZrN com a adição de um terceiro elemento químico na
estrutura, como o silício (Si), formando o ZrSiN, o qual tem apresentado melhores propriedades
mecânicas e de resistência à oxidação quando comparado ao ZrN puro (Veprek; Veprek-
Heijman, 2008).
Entretanto, a adição de Si tem que ser feita de maneira controlada, uma vez que existem
estudos que mostram que para teores acima de 2 at.% de Si tem início a formação de uma
camada amorfa de Si3N4 nos contornos do grão. Esta camada se torna mais intensa à medida
que mais silício é adicionado na estrutura. Este fato reflete em perdas de propriedades como
dureza e oxidação (Chen et al., 2017).
Um recente trabalho (Dias et al.,2022) mostra que o Si, não importando em qual
quantidade é adicionado ao ZrN, está sempre presente como nitreto de silício (Si3N4), não
formando uma solução sólida substitucional ou intersticial com o ZrN, conclusão esta
frequentemente relatada em trabalhos anteriores (Choi et al.,2014; Pilloud et al.,2004).
Este estudo realizado por Dias promove uma nova perspectiva de entendimento de como
o Si está presente na matriz de ZrN e de como a estrutura e propriedades destes filmes finos
podem ser modificadas em função da alteração dos parâmetros durante a deposição do filme
fino.
Uma das técnicas de deposição mais utilizadas na atualidade e que permite o controle
dos principais parâmetros de deposição é a magnetron sputtering. Neste processo, os átomos
são ejetados de um alvo por impactos de íons e são transportados até um substrato onde se
condensam e formam o filme fino (Fonseca, 2019).
Dentre os principais parâmetros de deposição, a temperatura do substrato é um dos mais
relevantes na modificação da estrutura dos filmes finos. A utilização de altas temperaturas do
11
substrato durante a deposição permite modificar as fases cristalinas preferenciais e alterar os
compostos formados, permitindo a obtenção de estruturas e propriedades superiores àquelas
formadas sem o uso de aquecimento externo ao substrato (Sandu et al.,( 2008); Zhou et
al.,(2003).
Existe uma escassez de trabalhos na literatura que estudaram especificamente o efeito
do aquecimento do substrato durante a deposição na estrutura dos filmes finos de ZrN+Si3N4,
podendo a temperatura do substrato promover diferentes modificações no filme fino em função
da quantidade de silício presente nestes.
O presente trabalho tem como foco investigar a influência da alta temperatura do
substrato na estrutura de filmes de ZrN+Si3N4 estudando a morfologia, estrutura, compostos
formados e dureza destes. Para tanto, filmes finos de ZrN+Si3N4 foram depositados por
magnetron sputtering reativo (RMS) com concentrações de 1,6 e 8,0 at.% de silício e
temperatura do substrato a 700ºC. Os filmes finos depositados foram caracterizados por
Espectroscopia de retroespalhamento Rutherford (RBS), difração de raios X de ângulo rasante
(GIXRD), microscopia eletrônica de varredura (MEV-FEG), espectroscopia fotoeletrônica por
raios X (XPS) e ensaios de nanodureza.
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
Filmes finos são definidos como uma fina camada entre nanômetros e micrômetros que
é depositado sobre um substrato, com o objetivo de melhorar as propriedades superficiais dos
sólidos. Os filmes finos podem fornecer diferentes propriedades ópticas, químicas, elétricas,
mecânicas, tribológicas magnéticas e térmicas para a superfície do substrato. Isto faz com que
a deposição de filmes finos tenha muitas aplicações em diversas áreas da ciência, tecnologia e
até na produção de itens decorativos (Smith, 1995; Jacobsen, 2007).
Devido a estas características a indústria metal mecânica vem cada vez mais utilizando
este revestimento com o objetivo de aumentar a vida útil das principais ferramentas de trabalho,
diminuindo as paradas de produção não planejadas que elevam o preço do produto final.
A Figura 1 mostra uma micrografia de um filme fino de ZrN depositado sobre substrato
de silício.
Filme fino
Substrato
Figura 1. Micrografia da seção transversal de um filme fino de ZrN sobre Si (Roman, 2011).
Diversas técnicas são utilizadas para a deposição de filmes finos, dentre elas podemos
destacar a Deposição Física a Vapor (PVD).
Através desta técnica os átomos do alvo são arrancados fisicamente de uma fonte, por
temperatura (evaporação) ou por impacto de íons, e como vapor se deslocam até o substrato
onde se condensam na forma de um filme fino (Aguzzoli, 2008).
13
É importante ressaltar que para o processo de formação de um filme fino completo é
necessário obedecer algumas etapas, sem as quais não seria possível a formação do
revestimento, são elas: nucleação, crescimento e coalescência. A Figura 2 ilustra o processo de
formação de um filme fino.
2.2 Sputtering
15
Figura 3. Esquema de colisão entre a partícula incidente e a superfície do alvo (Barbosa, 2011).
Nesta técnica, ímãs são utilizados para gerar um campo magnético perpendicular à
tensão aplicada ao alvo, o qual confina os elétrons do plasma próximos ao alvo atuando como
uma armadilha.
Dessa forma os elétrons acompanham o campo magnético efetuando um movimento em
espiral, causando um aumento significativo na probabilidade de ocorrer uma colisão entre os
elétrons e os átomos do gás e, consequentemente, uma elevação no grau de ionização tornando
o plasma mais denso (Moura, 2010).
16
A formação deste plasma denso próximo ao cátodo com uma pressão mais baixa,
ocasiona um aumento do livre caminho médio, de modo que os íons podem ser acelerados a
partir do plasma para o cátodo sem perda de energia devido a colisões.
Com a diminuição da pressão e o aumento da temperatura do substrato, a estrutura do
filme resultante será mais compacta, além disso, o aumento da temperatura aumentará também
a mobilidade dos átomos, produzindo filmes com densidade elevada e melhores propriedades
físico-químicas (Filho, 2011). Na figura 4 é mostrado o esquema de deposição com Magnetron
Sputtering.
Neste processo são utilizados gases reativos dentro da câmara, como nitrogênio e
oxigênio.
Estes gases quando inseridos à câmara de deposição se dissociam após colidirem com
elétrons secundários presentes na câmara. A partir disso, esses átomos são ionizados e
acelerados contra a superfície do alvo. À medida que estes íons alcançam a superfície, os
mesmos reagem com os componentes do alvo, alterando assim a composição química
superficial, também conhecido como envenenamento do alvo.
Essa alteração no processo de deposição causa uma redução no valor do rendimento do
material composto pelo alvo, devido a maior dificuldade de ejeção de uma molécula quando
comparada à ejeção de um átomo (Freitas, 2016).
17
A Figura 5 mostra uma ilustração deste processo.
20
Em outro trabalho Chen et al.,(2017) depositaram filmes de ZrSiN com teores de silício
variando de 1 a 20 at.%. Eles observaram um valor máximo de dureza em torno de 23 GPa para
concentrações próxima a 2 at.% de Si. Após isso eles observaram um queda brusca nesses
valores que se tornou mais intensa para amostras depositadas acima de 5 at.% de Silício.
Sandu et al., (2006) ressalta que essa camada amorfa é caracterizada por ser frágil e por
isso contribui para a diminuição da dureza dos filmes estudados.
22
chegarem ao substrato. Esta alta energia influencia na mobilidade deles para posições de
vacâncias, melhorando a uniformidade da microestrutura e consequentemente as propriedades
dos revestimentos.( Roman et al., 2011).
Desta maneira, pode-se inferir que a alta temperatura do substrato pode influenciar no
comportamento das propriedades dos filmes estudados,na estrutura, na morfologia, na forma
como as ligações do Zr, Si e N se comportam.
DRX é uma das técnicas mais utilizadas para identificar as fases cristalinas presentes
em materiais, além de possibilitar análises do tamanho de grão, orientação preferencial e
defeitos na estrutura das fases.
Os raios X são gerados quando uma partícula de alta energia cinética é rapidamente
desacelerada em um sólido. O método mais utilizado para produzir raios X é fazendo com que
um elétron gerado no cátodo de um tubo catódico, colida com um alvo metálico (ânodo).
Quando esse elétron colide no material, arranca outro elétron da camada K que é
liberado na forma de um fotoelétron, deixando uma vacância nessa camada. Para ocupar o
espaço deixado por esse elétron, outro elétron de uma camada mais externa passa à camada K,
liberando energia na forma de um fóton de raios X.
A Figura 7 apresenta uma esquematização do fenômeno de difração dos raios X. O
processo ocorre através da incidência de uma onda eletromagnética com ângulo θ (feixe
incidente), sobre dois planos paralelos A e B, separados por uma distância interplanar (dhkl). Ao
interagir com o feixe de raios X, de comprimento de onda (λ), os átomos P e Q geram o
espalhamento do mesmo .
24
Figura 8. Esquema de análise de um filme fino por GIXRD (Carvalho, 2016).
25
Figura 9. Ilustração experimental de uma análise por feixe de íons, adaptado (Chu, 1978).
O espalhamento pode ser considerado elástico, devido à energia do íon incidente ser
muito maior que a energia de ligação dos átomos no alvo.
A figura 10 ilustra o processo de perda de energia que ocorre através da transferência
de momento do íon incidente para o núcleo do alvo durante a colisão.
26
pela análise qualitativa. Esse fator cinemático depende da razão entre as energias após o
espalhamento (E) e da energia inicial (E0) do espalhamento, onde:
𝐸
𝐾= (II)
𝐸0
O fator cinemático K depende da massa do íon, do átomo alvo, e do ângulo de
espalhamento. Pode ser determinado através da conservação de energia e do momento na
colisão elástica entre duas partículas conforme definido na equação 3.
(III)
Onde:
M1-Massa do íon incidente;
M2- Massa do elemento alvo;
θ - Ângulo da trajetória da partícula antes e depois do espalhamento.
A partir disto se constrói um gráfico formado a partir da energia característica de cada
elemento verificado na análise em função da sua intensidade. O tratamento dos gráficos obtidos
é realizado através de um software de simulação chamado Rump.
O processo de simulação é realizado pelo método de tentativa e erro, onde são
adicionados valores para as concentrações dos elementos identificados, assim como valores
estimados para a espessura dos filmes finos analisados (Carvalho, 2016).
Trata-se de uma técnica através da qual se obtém imagens da amostra por meio da coleta
de elétrons secundários ejetados em função da colisão de um feixe de elétrons incidentes sobre
a superfície da amostra. O feixe de elétrons incidente é emitido por efeito de tunelamento
através da aplicação de um elevado campo elétrico a um cristal de tungstênio com uma ponta
muito fina com cerca de 100 nm de diâmetro (Zhou et al., 2006).
A fonte de emissão por efeito de campo tem como princípio básico de funcionamento a
criação de campos elétricos intensos e pontiagudos. Permite a ampliação da superfície em
dezenas de milhares de vezes com uma pequena voltagem de aceleração de elétrons, reduzindo
efeitos de acúmulo de cargas na superfície de materiais isolantes e a profundidade de penetração
do feixe em algumas dezenas de nanômetros (Sena, 2004). Na figura 11 mostra-se um esquema
27
com esta técnica.
Figura 11. Esquema de interação de elétrons numa análise MEV-FEG (Zhou et al., 2006)
Como se pode observar quando o feixe de elétrons incide na amostra diversos sinais são
produzidos como elétrons Auger, elétrons secundários, emissão de raios-X característicos, entre
outros. Normalmente, o sinal que fornece uma imagem de maior resolução é a dos elétrons
secundários. Assim que penetra na amostra as partículas resultantes da interação do feixe
eletrônico retornam à superfície e são detectadas por um detectador.
Goldstein et al., (1992) ressalta que o MEV-FEG deve ser operado com vácuo na região
de 10-10 Torr a fim de se obter elétrons estáveis. Este fato permite a realização de trabalho com
tensão de operação mais baixa e com melhor resolução do que o MEV convencional.
2.4.4 Nanodureza
Figura 12. (a) Indentador preparado para penetrar a amostra; (b) aplicação de uma carga e (c) amostra indentada
(Oliver, 1992).
O ensaio de nanodureza vem sendo cada vez mais aplicado em filmes finos, entretanto
alguns cuidados devem ser tomados, dentre eles a profundidade de penetração deve ser no
máximo a 20% da espessura do material com o objetivo de evitar a influência do substrato nos
resultados das análises.
29
valores maiores ou menores. Estes deslocamentos químicos trazem informações sobre o
ambiente químico em que o átomo emissor do fotoelétron se encontra.
Essa diferença de energia de ligação se deve à redistribuição eletrônica dos elétrons de
valência, que afetam também a energia de ligação de átomos em níveis eletrônicos mais
internos. A energia dos picos XPS e de seus deslocamentos químicos são geralmente
comparados com valores padrões existentes na literatura.
3 METODOLOGIA
Os filmes finos de ZrN e ZrSiN foram depositados através da técnica de RMS utilizando
o equipamento de deposição da empresa AJA, modelo Orion 5-HV Sputtering Systems. Foram
utilizados simultaneamente alvos de zircônio com pureza de 99,80% e silício com pureza de
99,99% conectados a uma fonte de potência DC e RF, respectivamente.
O equipamento conta com um sistema de injeção de gases capaz de controlar os fluxos
de passagem de argônio e nitrogênio. Com esse conjunto de mecanismos é possível realizar as
deposições dos filmes ZrN e a co-deposição de filmes ZrSiN. As amostras foram instaladas em
um porta-amostras giratório localizado a 100 mm dos alvos.
Na Figura 13 é apresentado de forma esquemática o sistema de deposição utilizado neste
trabalho.
Figura 13. Equipamento de deposição utilizado no processo a) Câmara principal e b) Câmara auxiliar e c) Painel
de controle.
30
3.1.1 Parâmetros de deposição
31
3.1.3 Preparação das amostras
32
Os ensaios de nanodureza foram realizados em um nanodurômetro Fisherscope HV 100
pertencente ao Grupo de Estudos de Propriedades de Superfícies e Interfaces (GEPSI), na
Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, com indentador Berkovich,
carga de 10 mN (Norma ISO 14577).
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para esta etapa, o trabalho será realizado da seguinte forma. Inicialmente, será feito as
análises de RBS e GIXRD simultaneamente de todas às amostras, a seguir o trabalho será divido
em dois tópicos. O primeiro correspondente as análises de MEV-FEG e XPS das amostras com
1,6 at.% de silício e a segunda parte referente as análises de MEV-FEG e XPS das amostras
com 8,0 at.% de silício. Por último, será feito as análises de nanodureza das duas amostras
simultaneamente.
Os filmes finos foram caracterizados por RBS e duas amostras de Zr-Si-N foram
selecionadas para este trabalho, uma com 1,6 at.% de Si (amostra ZrSiN_1.6_TA) e outra com
8,0 at.% de Si (amostra ZrSiN_8.0_TA).
Primeiro, foram realizadas várias deposições para se determinar os parâmetros para a
obtenção do ZrN estequiométrico, em seguida foram realizadas mais deposições com variação
dos teores de silício, sendo utilizados para obtenção do ZrSiN. Após isso, foram escolhidas duas
amostras (ZrSiN_1.6_TA e ZrSiN_8.0 TA), uma vez que, conforme os resultados de RBS
atendem aos objetivos iniciais do trabalho. Os resultados da concentração dos principais
elementos químicos das amostras estão mostrados na Figura 14.
Figura 14. Percentual atômico das espécies de Zr, Si, N das amostras depositadas.
34
Conforme se observa o RBS ratifica a presença do Zr, Si e N presentes nos filmes, isto
significa que foram realizadas as deposições e codeposições de todos os filmes consoante
planejado.
Além destes elementos foram identificados outros elementos em menor percentual
como o oxigênio e o háfnio. Ambos os elementos são considerados contaminantes inevitáveis
para as deposições por RMS. Entretanto, estes contaminantes estão presentes em baixas
concentrações com teores menores que 3 at.% no interior dos revestimentos.
Neto et al.,(2008) e Freitas (2016) ressaltam que estas concentrações não interferem na
estrutura dos filmes e por isso serão desconsideradas para fins de análise.
4.2 ANÁLISE GIXRD DAS AMOSTRAS DE ZRSIN COM 1,6 E 8,0 TEOR DE SILÍCIO
DEPOSITADAS A TA E 700ºC
Figura 15. Resultados de GIXRD para as amostras com 1,6 e 8,0 at.% de silício.
35
Através dos resultados se observa que em alta temperatura as amostras de
ZrSiN_1.6_700 e ZrSiN_8.0_700 apresenta picos de difração correspondentes aos planos
cristalinos (111), (200), (220) e (311) característico da fase cristalina B1-NaCl (PDF 35-073)
do ZrN.
Observa-se que para a amostra ZrSiN_1.6_700 a intensidade relativa dos picos aumenta
quando a temperatura é 700ºC com uma mudança de orientação preferencial de crescimento do
plano (111) para o plano (200).
A mudança de orientação para o plano (200) segundo a literatura é benéfica para as
principais propriedades do filme, visto que ao contrário do plano (111), o plano (200) é
caracterizado por possuir uma microestrutura mais compacta e densa que reúne as melhores
propriedades mecânicas dos filmes (Mae et al., 2001; Roman, 2011; Freitas, 2016).
A amostra de ZrSiN_8.0_700, apresenta uma orientação preferencial de crescimento
mista em que os picos (111) e (200) possuem simultaneamente intensidades bem próximas. Tal
fato pode estar relacionado a presença de algum tipo de defeito na estrutura.
Assim, nas condições de deposição testada a temperatura do substrato influi diretamente
nas condições de crescimento do filme e portanto, na estrutura. Zhou et al., (2002) também
observaram uma mudança na orientação de crescimento de filmes de ZrSiN semelhante em
função da variação da temperatura do substrato independente do teor de silício adotado.
Em relação a amostra de ZrSiN_8.0_TA, observa-se que inicialmente esta amostra é
amorfa. Entretanto, à medida que a amostra foi depositada a 700ºC, a amostra se cristaliza.
Este efeito ocorreu provavelmente porque com o aumento da temperatura do substrato
mais energia foi fornecida a estrutura de maneira que esta energia promovesse um relaxamento
nas tensões internas permitindo assim que o ZrN se reorganizasse e se cristalizasse
gradualmente.
A este respeito, Mussil et al., (2012) destaca que com o aumento da temperatura do
substrato toda a estrutura amorfa gradualmente se converte em nanocristais e depois em
estrutura cristalina quando essa temperatura se eleva a patamares maiores. A consequência
disso é uma reorganização na microestrutura que reflete na cristalinidade do filme conforme se
percebe através do GIXRD.
36
4.3 ANÁLISE MEV-FEG E XPS DAS AMOSTRAS DE ZRSIN_1.6 DEPOSITADAS A
TA E 700ºC
Figura 16. MEV-FEG das seções transversais das amostras (a) ZrSiN_1.6_TA e (b) ZrSiN_1.6_700
37
Tal efeito pode estar relacionado a aceleração do processo de crescimento competitivo
dos grãos devido a maior energia adquirida pelos átomos quando chegam ao substrato
possibilitando que os mesmos cresçam além da superfície.
A respeito disso Thorton (1973) ressalta que o aumento da temperatura do substrato
permite uma maior movimentação dos átomos na superfície, devido a isso o crescimento do
filme fino é resultado da alta difusão superficial durante o processo de deposição. Segundo o
pesquisador o efeito da alta temperatura faz com que as colunas se tornem mais refinadas
permitindo formar revestimentos denso e com colunas alongadas até a superfície.
Assim, é possível inferir que a morfologia depende não apenas do conteúdo de silício
adicionado, mas também da temperatura como mostrado na figura 16a e 16b.
A partir das Figuras é possível concluir que a morfologia variou de uma estrutura colunar
com superfície lisa para uma morfologia com estrutura colunar e superfície rugosa.
38
Figura 17. Espectro Si 2p para a amostra de ZrSiN_1.6 a temperatura ambiente e a 700ºC.
Figura 18. Espectro Zr 3d para a amostra ZrSiN_1.6 a temperatura ambiente e a 700 ºC.
40
A Figura 19 ilustra o espectro N 1S das amostras ZrSiN_1.6 _TA e ZrSiN_1.6_700.
Figura 19. Espectro N 1S para a amostra ZrSiN_1.6 a temperatura ambiente e a 700 ºC.
41
5 ANÁLISE MEV-FEG E XPS DAS AMOSTRAS DE ZRSIN_8.0 DEPOSITADAS A TA
E 700ºC
Figura 20. MEV-FEG das seções transversais das amostras (a) ZrSiN_8.0_TA e ( b) ZrSiN_8.0_700.
Como se observa a amostra com 8.0 at.% de silício a temperatura ambiente não
apresenta indícios de uma microestrutura colunar, tal fato está relacionado a maior quantidade
de silício presente na amostra. Conforme já relatado na literatura, quando se tem teores de silício
elevado em geral superior a 4% de silício, ocorre a formação de estrutura nanocomposta com
cristais de ZrN de tamanho nano (largura: 5–8 nm) incorporado em uma matriz Si3N4 amorfa
tendo como consequência uma diminuição do tamanho do cristalito seguido de uma
recristalização, a consequência é a eliminação da estrutura colunar (Cui et al., 2014; Choi et al.,
2014; Tang et al., 2019; Freitas, 2016).
Inicialmente, a morfologia se caracteriza por ser lisa e uniforme. Entretanto, à medida
que a amostra foi depositada a temperatura de 700°C sua morfologia se caracteriza pela
projeção de aglomerados que vão além da superfície.
A alteração superficial observada pode estar relacionada à decomposição do Si3N4 em
silício e nitrogênio devido a temperatura com uma possível difusão do nitrogênio para a
superfície o que resultaria no aspecto rugoso da amostra.
Entretanto, não existe referência na literatura para o sistema ZrSiN nesta temperatura
capaz de validar tais resultados e, portanto, tal associação necessita de comprovação através de
uma análise mais profunda tal como o XPS.
42
5.2 Espectroscopia fotoeletrônica por raios X (XPS)
Figura 21. Espectro Si 2p para a amostra de ZrSiN_8.0 a temperatura ambiente e a 700 ºC.
43
e se difundiu até a superfície aumentando a sua rugosidade.
Além disso, o silício decomposto, por apresentar um raio atômico de 1,46 Å é bem
maior que o do nitrogênio que tem 0,75Å (Platonenko et al., 2019), é pouco provável que sofra
esse processo de difusão o que deixa improvável que o mesmo esteja participando da formação
dos aglomerados visto na superfície do filme nas análises MEV-FEG (Figura 20b).
Observando esta figura é conclusivo que o silício estar sempre presente como nitreto de
silício (Si3N4) mesmo para altos teores em conformidades com as análises de Dias et al., (2022).
A Figura 22 ilustra o espectro Zr 3d das amostras ZrSiN_8.0 _TA e ZrSiN_8.0_700.
Figura 22. Espectro Zr 3d para a amostra de ZrSiN_8.0 a temperatura ambiente e a 700 ºC.
44
ressaltado anteriormente tal fato está relacionado a reatividade entre os átomos de zircônio e
oxigênio.
Este espectro mostra que o aumento da temperatura do substrato não foi capaz de
promover mudanças significativas na estrutura com a formação de novos compostos
apresentando um resultando bastante semelhante ao observado na amostra de 1,6 at.%
depositada na mesma temperatura.
A Figura 23 ilustra o espectro N 1S das amostras ZrSiN_8.0 _TA e ZrSiN_8.0_700.
Figura 23. Espectro N 1S para a amostra de ZrSiN_8.0 a temperatura ambiente e a 700 ºC.
O ajuste dos componentes da região N 1S aponta para dois componentes em energias
de ligação iguais a 396,03 e 399,23 eV associados ao ZrN e Si3N4, respectivamente, em
concordância com valores reportados na literatura (Jin et al., 2013; Vanegas et al., 2019).
Com o aumento da temperatura não é possível observar grandes diferenças nas análises
de XPS da região N 1S entre as amostras ZrSiN_8.0_TA e ZrSiN_8.0_700 tanto em relação a
energia de ligação quanto a formação de novas espécies. A não ser uma pequena elevação na
intensidade do pico do Si3N4 a 700ºC.
Em geral as análises de XPS para a amostra 8.0 at.% de silício ratifica que a alta
temperatura é capaz de provocar modificações na estrutura dos filmes para alto teores de silício
45
influenciando no processo de cristalização e decomposição de elementos fundamentais para as
propriedades dos filmes.
6 PROPRIEDADES MECÂNICAS
Os ensaios de nanodureza das amostras de ZrSiN com 1,6 e 8.0 at.% de Si com variação
da temperatura do substrato foram obtidos de acordo com a norma ISO 14577 e são mostrados
na Figura 24.
Figura 24. Valores de dureza das amostras com 1.6 at.% e 8.0 at.% de silício com variação da temperatura.
47
7 CONCLUSÕES
48
7.1 Perspectivas de Estudos Futuros
49
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