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IMPÉRIO ROMANO: Era um grande governo. E foi perdendo força de forma paulatina.
A ÚNICA INSTITUIÇÃO QUE FICOU FOI A IGREJA QUE COMEÇOU A SUBSTITUIR O PAPEL DO IMPÉRIO ROMANO.
NO SÉC 14: A própria igreja chega à conclusão que não consegue mais ir contra os governos que estavam se formando.
Ela dominava totalmente: o individuo nascia e era batizado. Casava na igreja, quando morria era sepultado no cemitério
da igreja. Na cabeça das pessoas a ideia de salvação era importante.
A IGREJA TINHA A CONFISSÃO: Então a igreja sabia de tudo que acontecia e perdoava as pessoas e controlava as
mesmas.
Quando um rei resolvia contestar o PAPA, o papa mandava um interdito. Mandava fechar as igrejas, então não haveria
mais o caminho para o ceu e com isso as pessoas se revoltavam contra o rei. Existia o domínio eclesiástico. Toda aquela
ideia de ESTADO era de formação natural.
O HOMEM ERA SOBERANO DE ACORDO COM O PODER QUE ELE TINHA: Mas segundo Locke eles não dormiam porque
tinham medo.
Os homens chegaram a conclusão que eles tinham que se associar e criar uma entidade para criar a sua soberania
pessoal.
LOCKE: O homem pela razão chegou ao estado e não por medo. Uma vez que os homens constituírem um poder o
Estado não podia reaver mais.
QUANDO A IGREJA PERCEBEU QUE ELA NÃO TINHA CONDIÇÃO DE ENFRENTAR OS REIS: Ela lançou a ideia de uma
soberania popular.
SANTO AGOSTINHO: Foi uma figura muito importante. Todo poder vem do povo.
JOAO PAULO que criou a igreja católica! Ele cria uma religião nova.
TEXTO: IMPÉRIOS NA HISTÓRIA
No brasil aprovou na integra o tratado e aprovou uma comissão para adaptar o decreto legislativo as condições do
Brasil. Até hoje não conseguiram fazer isso.
Se o militar cometer um ato que está tipificado no art. 5º do Tribunal Penal Internacional, e pedirem a entrega dele, o
Brasil não poderá entrega-lo por não extraditar seus brasileiros natos. O militar tem que ser julgado aqui.
JURISDIÇÃO UNIVERSAL: Tratado que foi assinado por todo mundo contra o desaparecimento forçado de pessoas.
EX: O Pinochet, foi acusado de desaparecer com pessoas e entre elas estavam os Espanhóis. Ele saiu do chile e foi para a
Inglaterra, chegando lá havia um Juiz espanhol que pediu a extradição dele, porque o chile ratificou o tratado de
extradição com a Inglaterra. Com isso o governo inglês não quis entrega-lo. E a câmara dos Lordes mandou ele para o
chile e lá ele foi julgado e condenado pelos crimes.
Com isso, a Espanha criou uma Lei, dizendo que os tribunais espanhóis podem e tem competência para julgar qualquer
crime que tenham violação de direitos humanos mesmo que o espanhol não esteja envolvido no caso.
Com isso, a audiência espanhola suspendeu essa Lei. Assim, como a Bélgica.
No século terceiro, Roma começou a entrar em decadência. Eles não tinham mais condições de enfrentar os
imperadores.
Começaram a fazer acordos com as tribos germânicas, federando esses povos. Querendo ser admitidos como federados.
E deram o golpe final e derrubaram o império.
POTÊNCIA: Todos os impérios se caracterizam por serem continentes. Tem uma agricultura para exportar e manter o
povo alimentado, tem recursos naturais.
RUSSIA
AULA 18/04/2023
1 – RESUMO
O presente texto discute a iniciativa do atual governo da República Popular da China de revigorar a antiga Rota da Seda .
Trata-se de política de alto alcance não somente comercial, mas, sobretudo político-estratégico, pois, uma vez
concretizado, permitirá à China expandir sua influência econômica e política em todos os continentes e, de fato, criar
um sistema comercial internacional sinocêntrico.
2 – INTRODUÇÃO
Pretende-se, no presente texto, discutir a iniciativa da República Popular da China, lançada em 2013, de revigorar a
milenar Rota da Seda, por meio de projetos de comércio e de transporte de amplitude global, medida que, pelos custos
projetados, não tem, nessa matéria, paralelos na história mundial. O governo chinês quer, com isso, reconstruir,
ampliar, implantar e financiar projetos de infraestrutura, com o objetivo de estabelecer novas vias comerciais terrestres
e marítimas, complementares às rotas de comércio eurasianas tradicionais, que desde o século II a.C., época em que se
iniciaram os registros históricos sobre o assunto, partiam do portão oeste da antiga cidade chinesa de Changan. Ao
entronizar-se a Dinastia Ming, casa imperial que governou a China de 1368- 1644, o nome dessa cidade foi mudado para
X’ian e assim permanece até hoje.
A Rota da Seda tradicional jamais constituiu uma via única. Em sua configuração terrestre, era formada por um sistema
composto por uma série de caminhos, estradas e trilhas, que tomavam a direção da Ásia Central, da Índia e da Europa,
especialmente às regiões mediterrâneas. Eram rotas terrestres e marítimas, conectadas, que contribuíram
enormemente para o desenvolvimento das grandes civilizações da Antiguidade.
A denominação Rota da Seda é do século XIX. Foi cunhada, em 1877, pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen,
sinólogo que realizou, no século dezenove, várias viagens de estudo à China. Em uma dessas incursões, percorreu, por
cinco anos, o sistema de rotas comerciais que ele denominaria Seidenstrasse, Rota da Seda. Entretanto, como diz
Laurence Bergreen, autor de uma excelente biografia de Marco Polo, a expressão é “uma imagem evocativa, mas
artificial. Apesar de o nome sugerir romance, aventura [...], aqueles que percorriam a Rota atrás de riquezas, conquista
ou salvação passavam por uma experiência árdua, cheia de privações e perigos”
É importante destacar que pela Rota da Seda transitavam não apenas mercadorias e pessoas, mas também ideias. O
budismo foi levado à China e à Coreia por mercadores e monges indianos que transitavam pelos caminhos da Rota.
Ao longo de milênios de transações comerciais através da Rota, a seda foi o produto mais caro e mais cobiçado pelos
mercadores, pelos reis e por todos que podiam usar produtos de luxo.
Segundo a tradição, foi uma princesa chinesa Lei-Tzu, no século XVII, a. C. a descobridora da seda. Ela tomava seu chá
embaixo de uma amoreira e se deu conta de que uma lagarta se alimentava de folhas da árvore. Nos dias seguintes, ela
ficou a observá-la, tecendo fios que brilhavam ao sol.8 Um casulo desprendeu-se da árvore e caiu na xícara de chá da
princesa. Ela puxou os fios que se soltaram e começou a tecê-los.
Segundo a tradição, foi uma princesa chinesa Lei-Tzu, no século XVII, a. C. a descobridora da seda. Ela tomava seu chá
embaixo de uma amoreira e se deu conta de que uma lagarta se alimentava de folhas da árvore. Nos dias seguintes, ela
ficou a observá-la, tecendo fios que brilhavam ao sol.8 Um casulo desprendeu-se da árvore e caiu na xícara de chá da
princesa. Ela puxou os fios que se soltaram e começou a tecê-los.
Lei-Tzu, na mitologia chinesa, é a deusa da seda.9 O processo de manufatura da seda foi, durante três mil anos, segredo
de Estado na China, cuja pena, para quem o divulgasse, era a morte. Contudo, não foi possível mantê-lo por mais
tempo. Coreanos, japoneses e indianos apoderam-se da técnica de produção.
Posteriormente, por volta do ano 500 d. C., o Império Bizantino passou a fabricar o artigo e, com as Cruzadas, a
sericultura chegou à Europa Ocidental. A partir do século XII, Gênova, Florença, Veneza e Luca, tornaram-se
exportadores do produto.
Primitivamente, a seda chegou à Europa pela Rota e por iniciativa de mercadores romanos, que a compravam de
negociantes partos, povo que, por um largo período, dominou o comércio na Rota da Seda e, como tal, revendiam
produtos chineses.
Os gregos e romanos chamavam os chineses de seres (sedosos), povo fabricante de seda. Segundo consta, os romanos
tomaram conhecimento do produto, em uma das batalhas das guerras romano-partas.
A Rota da Seda, no continente chinês, além dos rigores do clima – a rota norte passava pelo deserto de Gobi, na
fronteira da China com a Mongólia –, transitar por ela, em determinados momentos, constituía-se em aventura de alto
risco.
O primeiro imperador Ming fechou a China e cortou todas as possíveis relações com o Ocidente. O comércio na Rota da
Seda, principalmente a Rota Norte, praticamente desapareceu. As duas dinastias anteriores aos Mings, Song e Yuan,
desenvolveram a marinha chinesa e a dotaram de barcos e de equipamentos superiores aos que, mais de um século
depois, portugueses e espanhóis não possuíam. Desde os tempos da dinastia Song (960-1279), a China liderava o mundo
em tecnologia náutica.
“Na época das viagens de Zheng, a era europeia da exploração ainda não começara. A frota chinesa – escreve Kissinger
em sua excelente obra sobre a China – “possuía o que teria parecido uma vantagem tecnológica intransponível: em
tamanho, sofisticação e número de embarcações, fazia parecer de brinquedo a armada espanhola ainda por nascer (dali
a 150 anos)”.
“Na época das viagens de Zheng, a era europeia da exploração ainda não começara. A frota chinesa – escreve Kissinger
em sua excelente obra sobre a China – “possuía o que teria parecido uma vantagem tecnológica intransponível: em
tamanho, sofisticação e número de embarcações, fazia parecer de brinquedo a armada espanhola ainda por nascer (dali
a 150 anos)”.
Nesse período, a China se fechou para o mundo, ao tentar manter uma postura autárquica. Assim, além dos
fundamentalistas isolacionistas, havia os chamados chineses pró-soviéticos, que se encastelaram no Partido Comunista
Chinês, desde os primeiros tempos de fundação do Partido, em 1921, e foram banidos do Partido, em expurgo
comandado por Mao Tse-Tung, no VII Congresso do Partido, em julho de 1945. O terceiro grupo ideológico, que está
hoje no poder, é o dos modernizadores ecléticos, norteado por princípios segundo os quais a China, pragmaticamente,
deve buscar no exterior tudo que redundar em benefício para o desenvolvimento do país sem, entretanto, abandonar
os fundamentos básicos de seu sistema político e as tradições nacionais.
O Grande Compromisso uniu o Exército, os conservadores e os jovens burocratas, sob o controle do Partido. Ao
mesmo tempo, iniciou o processo de despolitização das Forças Armadas e estabeleceu formas de manter a
constante modernização de suas forças. 6 Xi Jinping é hoje o líder dessa corrente, segue as linhas mestras
traçadas por Xiaoping. O pai de Xi Jinping, Xi Zhongxun, foi importante membro do Partido Comunista Chinês,
participou da Revolução como comandante de guerrilha no norte do país, foi chefe de Serviço de Propaganda
do Partido e vice-presidente do Congresso Nacional do Povo.
Nessa altura, Xi Jinping tinha apenas 10 anos. Posteriormente, ingressou no Partido, passou por todas as
correias de acesso à liderança partidária. Formou-se em Engenharia Química. No 18º Congresso do Partido
Comunista Chinês, em 2012, ele foi eleito Secretário Geral do Partido e Presidente da China. Como herdeiro das
ideias de Xiaoping, as ações do atual governante chinês, internamente, são orientadas pelos princípios
estabelecidos no Grande Compromisso e, em suas ações externas, além das questões ligadas à segurança do
país e à sua projeção político-diplomática, ele busca criar condições para manter o vertiginoso desenvolvimento
econômico, que se processa desde a abertura da economia. Por outro lado, ao que tudo indica, Xi Jimping quer
realizar o projeto dos modernizadores ecléticos de transformar a China numa nação rica e poderosa no correr
do atual século. Xi Jinping conseguiu unir o Partido em torno de sua pessoa. A prova disso foi sua reeleição pelo
Congresso Nacional do Povo e a possibilidade de perpetuar-se no poder, em razão de mudanças na estrutura
constitucional do país. Em reunião realizada em 11 de março de 2018, 2.958 deputados aprovaram, com apenas
um voto contra e três em branco, 21 emendas à Constituição que vigora no pais, desde 1982. Entre as
mudanças destacase a que passou a permitir a eleição do presidente e de seu vice para mais de dois mandatos.
Até então o presidente podia governar apenas por dois períodos de cinco anos. Neste ponto, Xi Jinping se afasta
de uma dos principais reformas de Deng Xiaoping, ou seja, evitar a cristalização de lideranças centralizadoras e o
culto à personalidade como acontecera com Mao Tse-Tung.
A justificativa apresentada por seus seguidores para aprovar a emenda foi no sentido de propiciar ao presidente
manter, junto com o cargo, a presidência do Comitê Militar e a Secretaria geral do PCC, para os quais a
Constituição não fixa mandato.
O projeto da Nova Rota da Seda é coerente com a linha que vem sendo seguida pelos modernizadores ecléticos
desde a abertura da economia por Xiaoping. Em 14 e 15 de maio de 2017 o presidente Xi Jinping presidiu, em
Pequim, o “Foro Internacional sobre a Nova Rota da Seda”, mega evento com a presença de três dezenas de
chefes de Estado e de governo, – poucos ocidentais. Entre os presentes estavam Vladimir Putin, Recep Erdogan,
Rodrigo Duterte e Mauricio Macri, além de representantes de mais de 100 países. Alemanha, Reino Unido e
França enviaram funcionários de segundo escalão. A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI),
Christine Lagarde participou também do evento. O governo indiano se opõe à Nova Rota da Seda, em razão de o
projeto estabelecer uma via econômica especial entre a China e o Paquistão, na qual serão realizados vários
empreendimentos de infraestrutura atravessando o território da Caxemira sob a jurisdição do Paquistão.
A Nova Rota da Seda, uma vez executado o projeto em toda a sua extensão, poderá custar cinco trilhões de dólares,
conforme projeção divulgada pela mídia internacional. Assim, em 2049, estariam plenamente executadas todas as obras
de infraestrutura e realizados os programas de proteção ambiental e de integração cultural ao longo da nova Rota. Se
assim for, abrangerá 62% da população mundial – 4,4 bilhões de pessoas –, corresponderá a 36% do PIB global e, da
mesma forma, propiciará à China fortalecer sua liderança no mercado mundial, uma vez que poderá ampliar o comércio
com mais de 70 países, que estarão ligados por novas rotas terrestres e marítimas: Silk Road Economic Belt e Maritime
Silk Road, respectivamente. Essas novas vias comerciais, partindo da China na direção do restante da Ásia, poderão
também atingir o Continente Africano e a Europa, bem como chegar à América Latina e ao Caribe. Desde que foi
lançado, em 2013, o projeto da Nova Rota já teria, até o momento (junho de 2018), investido perto de 1 trilhão de
dólares.
Entre os projetos de infraestrutura estão a construção de milhares de quilômetros de linhas férreas, a pavimentação de
estradas nas regiões áridas e desérticas, a modernização de portos para atender as rotas marítimas, como o Porto de
Pireu, na Grécia, o maior do país, que está sendo modernizado e controlado pela empresa chinesa COSCO (China Ocean
Shipping Company)
Em 09 de dezembro de 2014, o primeiro comboio da mais extensa linha ferroviária do mundo, que liga de Yiwu à
Madrid, e é parte da Rota da Seda terrestre, chegou ao Terminal ferroviário Madrid-Abroñigal.
4 – PALAVRAS FINAIS
Diante da grandeza e extensão do projeto, surgem vozes acusando Xi Jinping de usá-lo para criar um sistema mundial de
comércio sinocêntrico e, com isso, avançar na ampliação do poder chinês na Eurásia, no Pacífico e na África, estratégia
para levar seu país à categoria de superpotência e suplantar os Estados Unidos na segunda metade do atual século.
A União Europeia vê o projeto sob duas perspectivas. Por um lado, diante das dificuldades de investimentos próprios
para retomar o desenvolvimento e sanar problemas econômicos oriundos da crise do capitalismo global de 2008, as
inversões chinesas decorrentes do projeto seriam bem-vindas; por outro lado, em visita à China, em 8 de janeiro de
2018, o presidente da França Emamanuel Macron, em palestra para acadêmicos e empresários em Xian, no milenar
palácio que foi residência da dinastia Tang por 220 anos, afirmou que a Nova Rota não pode ser “de mão única” e que as
rotas antigas “nunca foram somente chinesas”.
Ainda sobre restrições dos europeus, vale lembrar a reclamação de que as obras de infraestrutura da Nova Rota estão
sendo construídas quase que exclusivamente por empresas chinesas.
De fato, seu projeto segue a linha traçada por Deng Xiaoping de transformar a China em um poderoso e próspero país .
No comunicado conjunto final, divulgado ao encerramento do mega evento sobre a Nova Rota da Seda, realizado em
Pequim, em maio de 2017, os participantes expressaram seu compromisso com o livre comércio e deixaram claro que se
opõem a toda e qualquer forma de protecionismo.
2 – INTRODUÇÃO
Os atuais transtornos que recaem sobre a União Europeia derivam, dentre outros elementos, da recorrente ação, em
seu âmbito, dos movimentos euroceticistas, que, alicerçados no nacionalismo tradicional e nos partidos europeus de
ultradireita, xenófobos e populistas, alimentam a crise e o dissenso no interior do bloco e projetam cenários adversos
sobre o futuro da integração econômica e política dos 27 Estados que a compõem.
Problemas econômicos e financeiros, a tragédia dos fluxos migratórios na direção de Estados-membros da UE, questões
de segurança decorrentes, principalmente, do terrorismo internacional, agregam-se para agravar esse quadro.
No correr do presente texto, pretendo, como acima mencionado, analisar a atual crise que ameaça a União Europeia e,
ao cabo, apresentar uma conclusão que terá como centralidade arguir se a UE conseguirá sustentar seus atuais
fundamentos, avançar na integração política, e, com isso, projetar a força de sua economia, o poder, a tradição e a
grandeza de suas ciência e cultura para além das fronteiras do bloco, em um mundo que passa por profundas e velozes
transformações.
Para que se possa propor adequada reflexão sobre o tema, julgo conveniente, de início, tentar responder às seguintes
perguntas: o que é a ideia de Europa? O que foi e hoje é a Europa? Em seguida, discutir o processo que redundou na
formação da União Europeia, a sua estrutura institucional, bem como a sua natureza jurídica.
2 – A IDEIA DE EUROPA E A CONSTRUÇÃO DO EUROMUNDO
Para responder às indagações acima devo tentar explicar a partir dos prismas mítico e histórico, o que é a Europa e o
que é ser europeu, não em seu sentido meramente geográfico, mas histórico-cultural, político-ideológico e institucional.
A primeira indicação sobre as origens da Europa é mitológica. Neste sentido, como registra Bauman, Zeus, suprema
divindade da mitologia grega, caiu de amores pela belíssima princesa Europa, nome semítico que significa pôr do sol.
Metamorfoseado de touro, Zeus a raptou e a levou para a ilha de Creta. O pai de Europa, Agenor, rei de Tiro, cidade da
Fenícia, ordenou que seus filhos partissem à procura da princesa. O príncipe Cadmo, irmão de Europa, após navegar até
Rhodes, desembarcou na Trácia e percorreu as terras que, mais tarde, receberiam o nome de sua irmã. Nessa empresa
ele teria levado o alfabeto fenício à Grécia. Em sua desesperada procura, Cadmo foi a Delfos, pedir ajuda ao Oráculo. Ao
perguntar sobre o sumiço da irmã, evasiva, para não perder o respeito e o prestígio dos consulentes, a Pitonisa deu-lhe
um conselho prático: “Você não vai encontrá-la. É melhor arranjar uma vaca, segui-la e forçá-la a ir em frente, sem
descansar. No lugar em que ela cair exausta, construa uma cidade. Foi assim, segundo a mitologia, que Tebas foi
fundada”
Outra explicação sobre a formação da Europa e dos europeus, desta feita bíblica, diz que, após o Dilúvio, Noé,
cumprindo ordens de Jeová, distribuiu o mundo entre os seus três filhos, cabendo as terras que hoje compreendem a
Europa, a Jafé, cujo nome em hebraico significa beleza. Conforme se pode ler no Gênesis, capitulo 9, versículo 7, Deus
abençoou a Noé e a seus filhos, dizendo-lhes: “quanto a vocês, sejam fecundos e se multipliquem, povoem e dominem a
terra”. Em outra versão, menos elaborada, a construção da Europa foi realizada pelos navegadores fenícios que, com
seus navios oceânicos, partindo de sua pequena faixa de costa mediterrânea, de Tiro, Biblos e Sídon, em direção ao
oeste, guerreando, comerciando e dominando, teriam tomado posse dos territórios que formariam futuramente a
Europa, ou seja, a extremidade ocidental do continente asiático. Nesse sentido, é importante assinalar que foi Heródoto
(484-425 a. C) o primeiro a nomear a Europa como espaço geográfico.9
De outra forma, passando ao campo historiográfico, vê-se que a Europa é uma realidade consubstanciada por várias
heranças antigas. Sem os gregos não existiria a Europa, tal como a conhecemos hoje. Além do vasto legado cultural, há
consenso histórico na tese.
Assim, na construção civilizacional da Europa foram determinantes, além da influência política, filosófica e cultural da
Grécia, a herança romana e, sobretudo, a contribuição do cristianismo e das tribos germânicas que invadiram o Império
Romano e o liquidaram no século V da Era Cristã
Na história da construção da Europa o cristianismo constitui um fator central e determinante. Com o colapso do Império
Romano, a Igreja se impôs pela organização e pelo poder de sua mensagem e ação missionária, como motor da
reconstrução da Europa Ocidental, unificando elementos religiosos e culturais judaicos, gregos, romanos e bárbaros,
para formar a respublica christiana, expressão da unidade religiosa do Ocidente europeu, a chamada cristandade latina.
No fim da Idade Média e nos primeiros tempos da Idade Moderna, séculos XV e XVI, importantes acontecimentos
convergiram para o continuado processo de construção civilizacional da Europa. Com a publicação póstuma, em 1532,
de O Príncipe, obra escrita por Maquiavel (1469-1527), em 1513, funda-se a Ciência Política moderna.
O anseio pelo conhecimento e a propensão atávica europeia à aventura e à expansão propiciaram o aperfeiçoamento
de instrumentos náuticos e de técnicas de navegação oceânica, fatos que permitiram aos portugueses e espanhóis
empreenderem as grandes viagens e descobertas marítimas, ao mesmo tempo em que emergia o Capitalismo Mercantil
e a Ciência Moderna.
Após as guerras religiosas, decorrentes da Reforma, consolidam-se os grandes Estados nacionais no século XVII. Com a
Paz de Westfália (1648), que encerrou a Guerra dos Trinta Anos surgiram, simultaneamente, o moderno sistema
europeu de Estados, a aceitação do conceito de soberania nos termos elaborados pelos publicistas franceses,
especialmente Jean Bodin, e o desenvolvimento do Direito Internacional moderno.
A partir dai constrói-se o Euromundo, o sistema internacional eurocêntrico, que, mais tarde, após o Congresso de Viena
de 1815, seria, até 1914, ordenado pelo sistema de equilíbrio de poderes.
O Planeta, como diz Bauman, para os espíritos europeus inquietos, ambiciosos e intrépidos “era o playground da
Europa”
Paul Valery, em 1922, assim definia o espírito europeu: “Onde quer que o espírito europeu domine, vê-se aparecer o
máximo de necessidades, o máximo de trabalho, o máximo de capital, o máximo de rendimento, o máximo de ambição,
o máximo de poder, o máximo de modificação da natureza exterior, o máximo de relações de trocas. Este conjunto de
máximos é a Europa ou a imagem da Europa”
Esse espírito levou os europeus ao autoconvencimento de sua superioridade étnica, política e cultural sobre todos os
outros povos. Assim, em nome de uma falsa missão civilizatória, praticaram massacres e outros crimes contra as
populações coloniais. Dessa forma, pode-se afirmar que foi a propensão imperial à conquista que levou a Europa
Ocidental às guerras civis que a exauriram e a obrigaram a, finalmente, buscar a realização da unidade política.
Porém, eu achei professor que as ideias apresentadas pelo Autor, nesse capítulo, são um pouco polêmicas. Eu digo isso
porque ele traz a estimulação da migração por causa das desigualdades de renda entre os países e ele diz também, que
levantar barreiras para essa circulação global das pessoas não é o desejável.
E aí, ele argumenta que os nacionais tendem melhor aceitar a imigração quando os trabalhadores estrangeiros não
estabelecem residência permanente e não usufruem dos benefícios da cidadania daquele país.
E aí, com isso ele se refere à defesa da redução de direitos econômicos do trabalhador imigrante.
Então, professor me veio um questionamento: se os trabalhadores imigrantes de países pobres trabalham em
atividades úteis aos países ricos que recebem eles, e que na maioria das vezes essas atividades são rejeitados
pelos nacionais, como justificar o acesso a um padrão menor de direitos econômicos que os impingem a uma
condição de cidadão de segunda classe diante de um trabalhador nacional?
4.1 d – CONCILIAR AS PREOCUPAÇÕES DOS NATIVOS E OS ANSEIOS DOS IMIGRANTES
De acordo com o autor, ele afirma que os nativos aceitariam de forma melhor os imigrantes, se esses tivessem acesso a
poucos direitos em relação a cidadania naquele país. Direitos esse como, seguridade social, aposentadoria, direito ao
voto, a escolas gratuitas, entre outros.
No sentido contrário, caso esses imigrantes chegassem ao pais e tivesse acesso de cara a todos esses benefícios, seria
muito mais difícil para os nativos aceitarem essa imigração no seu país.
Então, o autor traz uma possibilidade de solução, que seriam os atuais vistos de permanência que já existe em muitos
países, onde as pessoas possuem a permissão de morar e trabalhar, mas não possui acesso a todos os direitos cívicos
daquele país. +
Professor, eu fiquei com uma dúvida no texto, o que seria MIGRAÇÃO CIRCULAR?
4.2 – CAPITAL: AS CADEIAS GLOBAIS DE VALORES
A cadeia global de valores é uma forma de organização da produção em que diferentes etapas dessa produção são
realizadas em diferentes países.
As cadeias globais de valores se tornaram possível graças ao desenvolvimento das tecnologias de comunicação e de
informação e também graças a globalização que hoje tornou possível que uma pessoa tenha o controle sobre um
processo de produção realizado a milhas de quilômetros de distância dos olhos dela.
O autor fala também em relação ao desenvolvimento dos países pobres e dos países ricos. Ele diz que antigamente o
país tico não queria saber de investir as suas tecnologias e invocações nos países pobres. Pelo contrário, ele queria
investir mais no seu próprio pais para cada vez mais substituir a sua mão de obra humana, por robôs.
E hoje em dia, esse cenário mudou. Os países ricos querem trazer as inovações tecnológicas para os países que ainda
não alcançaram essa globalização eles são estimulados cada vez mais a introduzirem essa inovação dentro dos países
mais pobres.
Por fim, segundo BAWDOWN o autor traz a definição de 3 eras da globalização: são transporte, mercadoria, a
comunicação e pessoas.
Segundo ele, quando o transporte de mercadorias era perigoso e caro, a produção e o consumo dessas mercadorias
teriam que coincidir geograficamente, ou seja, as comunidades consumiam aquilo que produziam.
Veio então, a revolução industrial que fez com que caísse os custos de transporte de mercadorias e com isso tornou
possível envio de mercadorias por via marítimas para diversos lugares diferentes gerando então a PRIMEIRA
GLOBALIZAÇÃO.
Portanto, segundo BALDWIN, agora o controle e a coordenação da produção são feitos aqui, mas a produção concreta
das mercadorias é feita ali. O desmembramento da produção só se tornou possível graças aos avanços das tecnologias
de informação.
A PRODUÇÃO DE TORNOU DESLOCALIZADA. OU SEJA, TERCEIRIZADA.
Por fim, o autor afirma que a migração irá continuar enquanto a mão de obra física tiver que se deslocar para o local de
realização daquela tarefa.