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O QUE VOCÊ PODE

APRENDER COM
O HOMEM MAIS
RICO DA BABILÔNIA

1
SOBRE O LIVRO
“O homem mais rico da Babilônia” é um livro escrito por George S.
Clason. Tido por muitos como o livro de finanças pessoais mais famoso
e antigo, a sua publicação data de 1926. Até hoje, acumula mais de dois
milhões de exemplares vendidos no mundo todo, tendo com isso se
tornado um clássico na área de finanças pessoais por trazer lições sobre
como economizar e investir dinheiro.

O livro consiste numa coletânea de parábolas, gênero literário muito


popular na região do Oriente Médio caracterizado por ser uma pequena
narrativa que usa alegorias para transmitir uma lição moral. Seguindo
essa lógica, o livro transmite práticas de sucesso financeiro dos antigos
babilônicos que datam de mais de 5 mil anos atrás, e que, apesar de
tudo, permanecem bastante atuais e úteis.

No total, são 11 parábolas, cada uma com uma lição importante a ser
aprendida. Dentre as principais, os seus leitores aprendem a buscar
conhecimento e informação em vez de apenas lucro; não desperdiçar
recursos durante tempos de bonança; manter a pontualidade no
pagamento de dívidas; cultivar as próprias aptidões, tornando-se cada
vez mais consciente e habilidoso; e, mais importante de tudo, assegurar
uma renda para o futuro.

Com tudo isso, o livro é um prato cheio e leitura obrigatória para


aqueles que almejam alcançar a riqueza ou ter minimamente uma
relação saudável com o dinheiro. E, ao longo da leitura deste e-Book,
você aprenderá, de forma resumida, as principais lições que este livro
tem a passar para você.

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1 O HOMEM QUE
DESEJA OURO
No primeiro capítulo do livro, somos apresentados a três importantes personagens:
Bansir, o fabricante de carruagem; Kobbi, o músico, e seu melhor amigo; e Arkad, o
homem mais rico da Babilônia.
Na cena inicial que se desenrola nesse capítulo, vemos Bansir sentado próximo à sua
oficina, olhando tanto para ela quanto para a sua humilde casa com certa tristeza
no coração. De tempos em tempos, sua esposa aparecia do lado de fora da casa,
o que lhe lembrava da necessidade do seu cansativo trabalho para encher as suas
dispensas e a manutenção do lar. Ainda assim, Bansir permanecia pensando num
sonho que tivera à noite, no qual diferentemente da sua situação atual ele era um
homem muito rico.
Nesse meio tempo, Kobbi, o músico, e também seu amigo de infância, apareceu
interrompendo sua meditação. O amigo pediu-lhe humildemente duas moedas
emprestadas, pensando que o repouso contemplativo de Bansir significava que ele
tinha dinheiro suficiente para estar descansando àquela hora do dia. Nada poderia
ser menos verdade. Bansir, que não tinha moeda alguma e que, na verdade, deveria
estar trabalhando, pensava, indignado, a respeito do porquê havia tanta riqueza
na Babilônia, naquela época a cidade mais próspera do mundo todo, e ainda assim
tanto ele quanto Kobbi, dois esforçados trabalhadores, encontravam-se em situação
de pobreza.
Juntos, então, os dois passam a pensar a respeito questão, buscando algum tipo
de solução. Por que trabalhavam tanto e ainda não prosperavam? E por que outros
que trabalhavam na mesma intensidade e (em muitos casos, até mesmo menos)
alcançavam a prosperidade? Eram as perguntas que faziam um ao outro enquanto
contemplavam homens abastados e pobres circulando pelas ruas da Babilônia. No
auge dos seus questionamentos, Kobbi trouxe à lembrança a figura de Arkad, um
amigo de infância do dois que vira mais cedo, e que, apesar de ter uma trajetória de
vida tão semelhante à deles, ainda assim era o homem mais rico de toda a Babilônia.
Sem demora, Bansir, com um brilho diferente nos olhos, sugere ao amigo Kobbi que
ambos procurem pelo antigo amigo Arkad, a fim de obterem conselhos do amigo
que alcançara riqueza e fama.

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Lições:
No capítulo de abertura do livro, vemos uma espécie de despertamento tanto por
parte de Bansir quanto de Kobbi a respeito da situação em que viviam. Sem deixar
que a situação os abata, um senso de inconformismo é gerado, o que os leva a
buscar conhecimento para solucionar o problema da pobreza.
Apesar dessa história se passar muito tempo atrás, essa situação, com algumas
poucas diferenças aqui e outras ali, se repete na vida de milhares de brasileiros. A
pobreza nem sempre é uma questão de falta de trabalho e o excesso de trabalho
nem sempre garante riquezas. Quer você ganhe pouco, quer você ganhe muito, o
que vai gerar riqueza é como você cuida do seu dinheiro. Como disse Kobbi ao seu
amigo Bansir: “a riqueza de um homem não se acha na bolsa que ele carrega.”
Está na sabedoria com que ele cuida do seu dinheiro.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:

1. A reclamação sem a ação e o desejo de mudar não servem para nada;


2. Não importa o quão bem você trabalhe: se você não souber cuidar bem
do seu dinheiro, você nunca enriquecerá;
3. A riqueza não se resume somente à quantidade de dinheiro que você
possui na sua conta bancária, mas também à sabedoria que você emprega
na gestão desses mesmos recursos.

Reflexão:
Pense honestamente se você se sente satisfeito com a sua situação financeira.
Dito isso, você se sente incomodado com essa situação? E, se sim, você está
fazendo algo para mudar essa situação, ou está simplesmente murmurando?

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2 O HOMEM MAIS
RICO DA BABILÔNIA
No segundo capítulo do livro acompanhamos Bansir e Kobbi em busca de Arkad, o
homem mais rico da Babilônia. Como você bem já sabe, esse foi o primeiro passo
dado pelos dois amigos para a saída da zona de conforto.
O poderoso homem, apesar da alta posição na sociedade, os recebe humilde e
alegremente, em consideração aos tempos de infância. Sem mais delongas, Bansir
e Kobbi perguntam-lhe o segredo da riqueza. O que, afinal, distinguira os tão
discrepantes destinos de Arkad, Bansir e Kobbi? Por que, embora ambos tenham
vindo da mesma realidade, estudado juntos e tido as mesmas oportunidades, Arkad
se tornara rico, enquanto Bansir e Kobbi continuavam pobres?
A resposta, em suma, por mais clichê que possa soar, foi um simples: “eu busquei
conhecimento a respeito das leis que governam a construção e a acumulação da
riqueza.” Curiosos, então, Bansir e Kobbi pedem-no que ele os ensine a respeito das
tais leis. Arkad concorda e se põe a contar a sua história.
Um dia, Arkad, o escriba, foi procurado por Algamish, o emprestador de dinheiro.
Algamish precisava dos serviços de Arkad para fazer uma cópia de um antigo
documento. O homem deu-lhe o prazo de dois dias. No segundo dia, quando veio
buscar a cópia do documento, Arkad não havia terminado ainda. Algamish ficou
irado. Arkad se desculpou por não cumprir o prazo e, não se sabe de onde tirou
tanta coragem, ousou pedir não só mais prazo ao poderoso homem, mas que ele
também compartilhasse o segredo que o fizera rico, caso dessa vez ele conseguisse
entregar o serviço a tempo.
Algamish, pela ajuda dos deuses, aceitou o acordo. Arkad então trabalhou com
ainda maior empenho para dessa vez não falhar com aquele que havia lhe dado
uma segunda chance. Quando, enfim, Algamish veio em busca do documento,
Arkad o entregou com prontidão. E foi assim, Arkad prosseguiu contando a Bansir
e a Kobbi, que Algamish veio a compartilhar os segredos da riqueza que estou para
compartilhar com vocês:

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Primeiro segredo:
guarde um décimo de tudo aquilo que ganhar

Em seu primeiro conselho, Algamish é muito enfático ao dizer que apenas achou o
caminho da riqueza a partir do momento em que decidiu que conservaria consigo
uma parte de tudo aquilo que ganhasse.
A ideia por trás desse conselho, e que permanece até hoje atualíssima, é a de que
você precisa se pagar primeiro. Todos nós precisamos honrar nossos compromissos
com os outros. Mas, com frequência, esquecemos do principal: o compromisso com
o nosso futuro e bem-estar. “Tolo! Você paga a todos e esquece a si mesmo?”, diz
Algamish. Por isso, não esqueça: de tudo aquilo que você ganhar, tire aquilo que é
seu, que é do seu futuro primeiro.

Segundo segredo:
não pegue conselhos de investimentos com quem não entende do assunto

O segundo conselho de Algamish é dado a Arkad um ano depois, quando ele


retorna à cidade e pergunta ao rapaz se ele colocou o primeiro conselho na prática.
Entusiasmado, Arkad conta-lhe a respeito de todo o progresso que havia feito e de
como conseguira poupar determinada quantia de moedas ao longo daquele ano.
E não parou por aí: Arkad, extremamente feliz, contou que não só poupara como
também investira todas as suas economias emprestando a um ceramista que queria
investir em joias. Algamish gargalha e conta a Arkad a respeito de como ele havia
perdido as suas economias. E com razão: como pode alguém que trabalha com
cerâmica investir, sem conhecimento, no mercado de joias preciosas?
Assim como nessa história, a lição que fica para você é: jamais coloque seu dinheiro
em um negócio ou investimento que você não entende, nem nas mãos daqueles
que também não entendem aquilo que fazem com o dinheiro.

Terceiro segredo:
cada moeda poupada deve ser reinvestida até que você forme o seu exército
dourado

No segundo ano, quando Algamish o procura, Arkad conta-lhe orgulhosamente


que não só poupara novamente parte do seu dinheiro, mas que também investira
corretamente, ao emprestar seu dinheiro para um ferreiro comprar cobre e fazer
escudos e espadas.
Algamish, impressionado, parabeniza-o, em seguida perguntando o que Arkad havia
feito com os lucros recebidos pelo seu investimento. Alegre e satisfeito, Arkad lhe
conta que se banqueteou e festejou.
Sem demora, Algamish lhe reprova mais uma vez, ensinando-lhe que de todo
rendimento recebido parte também deve ser reinvestida, a fim de que as riquezas

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se multipliquem naturalmente. Esta lição, portanto, nos ensina que aquele que
reinveste o fruto do seu investimento de maneira sábia jamais deixará de enriquecer.
Ao fim de tudo, vendo que Arkad aprendera todas as lições passadas, Algamish,
cujos filhos não tinham aprendido as leis da riqueza, o convida para gerir toda a
sua fortuna. E foi trabalhando para o velho Algamish que Arkad fez a sua fortuna,
tornando-se o homem mais rico da Babilônia.

Lições:
Ao longo do capítulo, muitos ensinamentos se destacam. Em meio aos esforços
de Arkad, seus erros e consequentes acertos, bem como a sua recompensa final,
outras mensagens são passadas. As três leis são somente os principais.
Dentre esses outros ensinamentos, ainda dois outros que merecem destaque.
O primeiro deles é que a sorte é diferente da preparação. Muitos apontavam
que Arkad havia sido sortudo em trabalhar para Algamish, fazendo assim sua
fortuna, porém nada poderia ser menos verdadeiro. A sorte é daqueles que estão
preparados, é o que aprendemos nesse capítulo, e toda a trajetória de Arkad é um
exemplo disso. Em segundo lugar, é necessário também enfatizar que “a riqueza
cresce aonde quer que o homem empregue seus esforços”. Ao longo da história
vemos Arkad o tempo inteiro se empenhando não só em aprender, como também
em como colocar na prática os ensinamentos que o levariam a riqueza. Ao fim, foi
o seu esforço que o fez chegar no patamar que ele chegou.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Pague-se primeiro;
2. Jamais invista no que não entende;
3. Reinvista os seus rendimentos;
4. A sorte sorri somente aos que estão preparados;
5. A riqueza é construída na base do esforço.

Reflexão:
Pense a respeito de qual ou quais dessas leis você precisa aplicar para dar mais
um passo em direção à riqueza. Ao fazer isso, bole um plano preparando-se para
colocar isso na prática.

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SETE SOLUÇÕES
PARA A FALTA DE
DINHEIRO
Neste capítulo seguimos mergulhando em mais uma das histórias do passado de
Arkad. Agora já no posto de homem mais rico da Babilônia, Arkad conta uma história
situada muito tempo atrás, na época em que a expansão do império babilônico e as
muitas construções suntuosas da cidade diminuíram substancialmente.
Sargon, o rei babilônico daquele período, notou que muitas pessoas começaram a
empobrecer durante esse período e perguntou-se o que poderia fazer para que as
pessoas do seu reino continuassem a enriquecer mesmo nesses tempos de
vacas magras.
Visando resolver tal problema, o rei contrata alguém que, a serviço da coroa, seria
responsável por ensinar a 100 homens técnicas de gestão de dinheiro, a fim de que
eles logo depois disseminassem esse conhecimento. Arkad é então chamado para
uma espécie de palestra, na qual ele passa todo o seu conhecimento a respeito do
assunto na forma de soluções: as sete soluções para a fala de dinheiro.

Solução n° 1: comece a fazer seu dinheiro crescer


Por mais óbvia que seja a implicação dessa solução, Arkad ensina aos seus
discípulos que para cada dez moedas recebidas, você precisa guardar pelo menos
uma. Em tempo, repetindo essa tarefa inicialmente difícil, você terá uma gorda
reserva financeira, capaz de lhe tirar do aperto.

Solução n° 2: controle os seus gastos


Todo orçamento possui excessos, de forma que num momento de dificuldade,
controlar os gastos é uma eficaz maneira de vencer o endividamento e a falta de
dinheiro. Essa solução, atuando em conjunto com a primeira, poderá fazer o seu
dinheiro crescer ainda mais.

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Solução n° 3: multiplique seus rendimentos
Uma vez que você é capaz de guardar parte da sua renda e possui seu orçamento
controlado, é chegada a hora de colocar o seu dinheiro para trabalhar para você. Ou
seja, desse momento em diante você não deve somente depender do seu trabalho;
você deve procurar outras fontes de renda que multipliquem o seu capital, como
investimentos e negócios próprios.

Solução n° 4: proteja o seu tesouro contra perda


Passada a etapa dos investimentos e a diversificação dos seus rendimentos, é
preciso cautela. Mais importante do que ganhar é proteger. Lembre-se: o seu
dinheiro agora trabalha para você e, sem ele, você certamente voltará à estaca zero.

Solução n° 5: faça do seu lar um investimento lucrativo


Entre todas as soluções, a mais debatida é esta. Com os discursões a respeito de
se vale ou não a pena comprar um imóvel, muitas pessoas deixam passar a riqueza
desse ensinamento. Deixando a polêmica de lado, Arkad está ensinando, de acordo
com a realidade de sua época, a respeito da possibilidade que cada um tem de
colocar suas posses para ser um instrumento de monetização. Quer alugando um
imóvel seu (naquela época), quer recebendo aluguéis de fundos imobiliários (na
atualidade), a lição permanece a mesma: faça suas posses trabalharem para você.

Solução n° 6: assegure uma renda para o futuro


Cuidar da sua situação financeira no presente é ótimo, mas não vá se esquecer de si
mesmo no futuro. Aproveite as suas forças do presente para construir reservas para
quando chegar o cansaço e a velhice. Lembre-se: quem não poupa para o futuro
terá de trabalhar para sempre.

Solução n° 7: aumente sua capacidade para ganhar


A última solução é responsável por “turbinar” os ganhos com todas as demais.
Diz respeito ao crescimento profissional. É simples: qualifique-se. Fazendo assim,
você ganhará mais, poupará mais e investirá mais. O resultado disso tudo é o
enriquecimento mais rápido.

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Lições:
Neste capítulo, o conhecimento dado em cada uma das soluções são, cada um,
uma lição a parte. Há milhares de possibilidades e coisas a se pensar a respeito
de cada um desses temas. Porém, se há uma lição implícita que resume todo esse
capítulo é a de que existe solução para o problema da falta de dinheiro. Se esse é
o seu problema, há uma luz no fim do túnel. Para aqueles que estão interessados e
dispostos, essas soluções serão um farol a guiá-los.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Poupe parte do seu dinheiro;
2. Corte gastos e controle seu orçamento;
3. Invista pensando sempre na diversificação;
4. Não coloque seu capital em riscos desnecessários;
5. Faça dos seus bens uma fonte de renda;
6. Pense financeiramente a respeito do seu futuro;
7. Qualifique-se a fim de ganhar mais.

Reflexão:
Pense a respeito de qual ou quais dessas soluções você precisa aplicar para dar
mais um passo em direção à riqueza. Ao fazer isso, bole um plano preparando-se
para colocar isso na prática.

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ENCONTRANDO
A DEUSA DA BOA
SORTE
No capítulo quatro, Arkad encontrava-se no Templo da Sabedoria com alguns dos
seus discípulos discutindo a respeito da sorte. Perguntavam-se o porquê da sorte
sorrir a alguns e a outros não. A fim de responder tal inquietação daqueles que
estavam no recinto, um homem de meia-idade começa a contar-lhes uma história
que acontecera com ele mesmo.
Nessa história, havia um mercador que vendia ovelhas com um grande rebanho.
O senhor que contava a história, nessa situação, estava voltando para a cidade lá
pelas altas horas da noite quando foi abordado pelo mercador. Este desejava muito
vender o seu grande rebanho de ovelhas, pois sua esposa se encontrava doente
e necessitava de cuidados.
Desesperado, ele ofereceu as ovelhas ao senhor que passava por aquelas
redondezas, contando-lhe a sua necessidade. É contado que estava tão escuro
que mal se podia ver o número de ovelhas, porém sabia-se que pela quantidade de
balidos, os sons feitos pelas ovelhas, o rebanho certamente era grande. O senhor,
evidentemente, se sentiu muito interessado pela oportunidade de negócio, ainda
mais pelo fato de que, no seu desespero, o mercado estava vendendo as ovelhas a
preço de banana.
O negócio quase foi fechado. Porém surgiu um problema na negociação. O
mercador contara ao senhor que aquele rebanho continha um total de 900 ovelhas.
Como estava tarde da noite, e o senhor não dispunha de mão de obra para realizar
a contagem, desconfiado, ele acabou recusando a oferta. Parecia boa demais para
ser verdade. Em sua cabeça, precisa contar ovelha por ovelha para se certificar.
Como não podia naquelas circunstâncias, nada de negócio.
O mercador ainda insistiu, oferecendo como alternativa a possibilidade de deixar um
dos seus melhores e mais confiáveis escravos contando as ovelhas com o senhor,
mas ele mesmo assim recusou o negócio. No dia seguinte, ele ficou sabendo que
outro homem aproveitara aquela oportunidade e que havia fechado um
ótimo negócio.

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Lições:
Neste capítulo, além dessa, outras histórias muito semelhantes são contadas. Ainda
assim, o cerne e a lição que fundamenta cada uma delas é a noção de que a sorte
sorri para aqueles que estão preparados. A deusa da boa sorte, como é chamada
a sorte neste capítulo, não é encontrada casualmente. Ela se faz presente somente
em determinados lugares e circunstâncias, e aqueles que a encontram precisam
estar preparados para agarrá-la.
Foi exatamente o que o ocorreu como senhor da história. Ele estava no lugar certo,
na hora certa, e a sorte lhe sorriu, porém ele não agiu, deixando a oportunidade
passar para outro afortunado.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. A sorte não é fruto do acaso;
2. Não há sorte sem ação ou trabalho

Reflexão:
Qual o seu conceito de sorte? Ele se aproxima do conceito de sorte apresentado
nesse capítulo? Essa sua percepção atrapalha você de alguma forma na busca
pelos seus objetivos?

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5 AS CINCO LEIS
DE OURO
No quinto capítulo do livro, a história de um novo personagem nos é apresentada.
Este personagem é Nomasir, e sua história inicia-se com um dilema: riquezas ou
sabedoria? Qual deles você escolheria?
A história de Nomasir é contada por um velho chamado Kalabab, que também
estava presente naquela assembleia de homens que discutiam a respeito dos
segredos da riqueza no Templo da Sabedoria.
Kalabab conta que Nomasir era um jovem que recentemente havia atingido a sua
maioridade. Como presente, seu pai lhe deu dois presentes: um saco cheio de
moedas de ouro e cinco tabuinhas nas quais estavam escritas as cinco leis de ouro
da riqueza. Seu pai ao dar estes presentes pediu-lhe somente uma coisa: “volte
daqui a 10 anos e me conte tudo o que fizestes com esses presentes.”
Nomasir então saiu mundo afora, juntando-se a uma caravana de viajantes. Com o
tempo, foram lhe chegando alguns comentários a respeito de apostas em cavalos e
de um suposto alazão que era o mais veloz de todos. Segundo esses comentários,
todos os que apostavam nesse cavalo ganhavam muito dinheiro. Empolgado,
Nomasir também tenta a sorte apostando nesse cavalo, na esperança de multiplicar
seu capital. Mas o pior aconteceu: o cavalo perdeu e, juntamente com ele, Nomasir
perdeu parte do seu dinheiro.
Mais tarde, Nomasir também foi ludibriado por um suposto amigo que fizera na
caravana. O “amigo” lhe propôs uma sociedade: juntos comprariam a loja de um
falecido que possuía muitas mercadorias valiosas. Era uma chance de fazer fortuna
e, para Nomasir, de recuperar o capital perdido em apostas. Porém esse negócio
também se provou uma furada, uma vez que o sócio de Nomasir fugiu com todo o
dinheiro investido por ambos. Daí em diante, Nomasir não possuía nada além
das tabuinhas.
Finalmente, tendo chegado ao fim do poço, por assim dizer, Nomasir deu atenção
às tabuinhas onde estavam gravadas as leis de ouro da acumulação da riqueza.
Estava decidido a adquirir a sabedoria que lhe faltou quando perdeu todo o seu
dinheiro. Eis as leis:

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Primeira lei: “o ouro vem de bom grado e numa quantidade crescente para todo
homem que separa não menos de um décimo de seus ganhos, a fim de criar um
fundo para o seu futuro e o de sua própria família.”

Segunda lei: “o ouro trabalha diligente e satisfatoriamente para o homem


prudente que, possuindo-o, encontra para ele um emprego lucrativo, multiplicando-o
como os flocos de algodão no campo.”

Terceira lei: “o ouro busca proteção do proprietário cauteloso que o investe de


acordo com os conselhos de homens sábios em seu manuseio.”

Quarta lei: “o ouro foge do homem que o emprega em negócios ou propósitos


com os quais não está familiarizado ou que não contam com a aprovação daqueles
que sabem poupá-lo.”

Quinta lei: “o ouro escapa ao homem que o força a ganhos impossíveis ou que
dá ouvidos aos conselhos enganosos de trapaceiros e fraudadores ou que confia
em sua própria inexperiência e desejos românticos na hora de investi-lo.”

Felizmente, a história de Nomasir termina bem. Nomasir se aplicou a entender e


colocar as leis de ouro na prática. Pouco tempo depois teve a oportunidade de
conhecer um comerciante de escravos e, investindo nesse negócio, em pouco
tempo recuperou o capital perdido e ainda mais. Cumprindo o combinado com o
pai, Nomasir retornou à sua casa dez anos depois e contou toda a sua história, a
começar pelas suas perdas e insensatez e finalmente todo o seu aprendizado e
sucesso. Num último gesto, antes de se despedir do seu pai em definitivo, Nomasir
entrega três sacos de ouro ao seu pai: um devolvendo o empréstimo feito pelo
seu pai e dois pagando pela sabedoria contida nas tabuinhas.

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Lições:
Neste capítulo, as principais lições a serem aprendidas são as próprias leis de ouro.
Na primeira deles, por exemplo, podemos aprender que poupar é a chave para o
crescimento patrimonial. Não importa se você tiver pouco: crie o hábito de poupar,
procurando viver com um pouco menos do que você ganha. Lembre-se: de cada 10
moedas, guarde pelo menos 1. Já falamos disso antes.
Na segunda lei, aprendemos que devemos investir nosso dinheiro para fazê-lo
trabalhar em nosso lugar. Saber investir em negócios lucrativos é uma habilidade
que você deve sempre procurar ter. Ela é chave para o enriquecimento.
Na terceira lei, aprendemos que quando o assunto é enriquecer, não basta apenas
saber investir; é necessário investir com segurança e sabedoria. Para tanto, o mais
indicado é sempre ter primeiro uma reserva de emergência antes de prosseguir com
qualquer outro investimento.
Na quarta e penúltima lei, aprendemos que devemos investir apenas naquilo que
entendemos. O ideal é sempre procurar o conselho de quem já conhece a área do
seu interesse para que você tenha uma rentabilidade segura.
E, por última, você deve fugir de rentabilidades fora do normal. Geralmente, esse
tipo de oferta é utilizada como iscas para pessoas caírem em golpes. Procure
sempre conselhos com pessoas íntegras.
Numa última e talvez mais importante lição, aprendemos ainda, através do gesto
final de Nomasir ao pagar o dobro do valor pelas tabuinhas em relação ao dinheiro
devolvido ao seu pai, que a sabedoria é muito mais valiosa que o dinheiro em si.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Aqueles que não sabem cuidar do próprio dinheiro, por mais dinheiro que
ganhem, jamais serão ricos;
2. A sabedoria vale o dobro da riqueza.

Reflexão:
O que você preferiria no lugar de Nomasir: a riqueza ou a sabedoria? Pense a
respeito das implicações da sua resposta para o atual momento da sua vida.
Você acredita que essa escolha o faria rico a longo prazo?

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6 O EMPRESTADOR
DE DINHEIRO
Neste capítulo conheceremos Rodan, o fabricante de lanças, e uma das
mais interessantes e curiosas histórias desse livro. Na verdade, apenas para
contextualizar, esse capítulo é cheio de pequenas parábolas contadas por um outro
personagem, Mathon, o emprestador de dinheiro, ensinando a Rodan os segredos
da multiplicação do dinheiro. Pelo grande número de histórias, nos ateremos apenas
à principal delas.
O capítulo começa com Rodan ganhando uma quantia de dinheiro jamais vista
em sua vida: 50 moedas de ouro. Atônito, Rodan não sabe o que fazer com esse
dinheiro, porém como um homem sábio e prudente ele procura pela ajuda de
Mathon, o emprestador de dinheiro, sabendo que este evidentemente poderia lhe
dar conselhos de grande valia. Mathon concorda em ajudá-lo e, para tanto, lhe conta
uma sequência de histórias.
Numa delas, Mathon conta que havia um fazendeiro que subitamente passou a ouvir
o que os animais falavam uns para os outros. Ele passa então a atentar em todos os
diálogos dos animais, mas há um em específico que mais lhe chama a atenção:
a conversa entre o burro e o cavalo.
Nesse diálogo, o cavalo se queixa ao burro sobre as dores que sente por ter de
carregar tanto peso diariamente. O burro, muito esperto, aconselha o cavalo a
fingir no dia seguinte que está doente. Entusiasmado, o cavalo se propõe a tentar.
Parecia um plano perfeito. E funcionou, pelo menos para o cavalo. No dia seguinte,
o fazendeiro, vendo o cavalo amuado, resolveu então usar o burro para carregar os
pesos usualmente carregados pelo cavalo. Ao fim do dia, chateado, o burro briga
feio com o cavalo, porque aquele trabalho não era dele, e os dois deixam
de ser amigos.

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Lições:
Neste capítulo, todas as histórias parecem verdadeiras fábulas e, se lidas de maneira
desatenciosa, acabam por passar batidas. No caso da história do burro e do cavalo,
a principal lição que poderemos tirar é a de que não devemos pegar o fardo alheio.
Aplicando isso ao universo das finanças, ter essa lição em mente significa que você
não deve sair emprestando seu dinheiro simplesmente porque alguém correu até
você necessitado, nem se meter num negócio sem julgá-lo com discernimento.
Antes que você vá pensar, essa questão não se trata de mesquinharia ou falta de
generosidade. É preciso tomar muito cuidado para não levar prejuízo em situações
como essas. Quantas pessoas tem o nome sujo por emprestarem o cartão? Quantas
pessoas ficam no prejuízo por emprestarem dinheiro para alguém que claramente
não poderia honrar com seus compromissos? No final das contas, essas
pessoas acabam como o pobre burro, arcando com as consequências de
responsabilidades alheias.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Cuidado para não se complicar tentando ajudar.

Reflexão:
Diante das lições aprendidas nesse capítulo, quais os cuidados você acredita que
precisa ter antes de ajudar pessoas financeiramente?

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7 AS MURALHAS
DA BABILÔNIA
Esse é o menor capítulo de todo o livro e conta a história de um ataque assírio
realizado contra a cidade da Babilônia. Somos introduzidos à história através
do ponto de vista de Banzar, o guerreiro, um soldado que conduzia as tropas
babilônicas em direção à muralha que protegia a cidade.
Na história, ao longo de poucas páginas, são narrados os sentimentos de angústia
e apreensão por parte do exército e dos cidadãos babilônicos da grande muralha
cair, o que significaria a ruína da cidade. Banzar, apesar de tudo, permanece
extremamente confiante de que a muralha, que tantas vezes protegera a cidade,
não falharia de novo. No fim das contas, ele estava certo. Após cinco dias de cerco
e ataques ininterruptos, os assírios desistiram do ataque. A Babilônia permanecera
de pé, graças à sua grande e forte muralha.

Lições:
Neste capítulo, a principal lição diz respeito à proteção do seu patrimônio. Esse é um
tópico que aliás já foi citado e reiterado antes, tanto entre as soluções para a falta
de dinheiro quanto entre as leis de ouro.
Saber investir com segurança é mandatório no mundo dos investimentos, a fim de
que você não venha a se expor ao risco da ruína, ou seja, a perda de todo o seu
patrimônio. Um dos instrumentos de defesa mais importantes a ser usado pelo
investidor é a chamada reserva de emergência, um montante livre de risco guardado
exclusivamente para protegê-lo em situações de emergências.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Antes de investir em qualquer coisa, primeiro proteja o seu patrimônio,
forme uma muralha ao redor dele.

Reflexão:
Diante das lições aprendidas nesse capítulo, quais os cuidados você acredita que
precisa ter antes de ajudar pessoas financeiramente?

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8
O NEGOCIANTE
DE CAMELOS DA
BABILÔNIA
No capítulo oito do livro, conhecemos a história de Dabasir, o negociante de
camelos. Dabasir havia emprestado duas moedas a um certo homem chamado
Tarkad, o qual vivia evitando-o por sua falta de condição de pagar sua dívida.
Na ocasião, Dabasir conseguira encontrá-lo, deixando-o numa situação dessa
vez bem desconfortável.
Mais uma vez, Tarkad não possuía condições de lhe pagar, alegando que o azar o
perseguia e que por isso vivia tendo dificuldades de cumprir com suas promessas.
Dessa vez, Dabasir se propõe a lhe contar a sua própria história, a fim de ensinar a
Tarkad uma lição.
Na sua juventude, Dabasir trabalhava como fazedor de sandálias, ofício que
aprendera do pai. Não ganhava muito, apenas o suficiente para sustentar a própria
família. Mas Dabasir ansiava por coisas que àquela altura não tinha condições de
obter. Até que um dia descobriu que possuía crédito na praça.
Jovem e sem experiência, Dabasir começou a gastar mais do que ganhava. Nas
primeiras vezes, conseguiu pagar suas dívidas, porém com o tempo isso se tornou
cada vez mais recorrente, o que o afundou em dívidas. Sua vida se tornou miserável.
Endividado, ele pedia dinheiro emprestado a todos, se comprometendo cada vez
mais. No fim, sua esposa o deixou, e ele não viu outra alternativa senão se juntar a
um grupo de saqueadores de caravanas.
No primeiro dos seus assaltos, teve sorte. Saqueou uma caravana com um
grande carregamento de ouro. Porém mais uma vez ele esbanjou todo o dinheiro
que conseguira.
Na segunda tentativa, Dabasir e seus comparsas não tiveram tanta sorte. No assalto,
alguns foram mortos e outros capturados para serem vendidos como escravos.
Entre eles, estava Dabasir, o qual foi vendido por duas moedas de prata.
Seu mestre entregou-o para que suas quatro esposas decidissem se queriam fazer
dele um eunuco ou não. Por fim, uma delas, Sira, a primeira esposa, escolheu para
cuidar dos seus camelos.

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Com o tempo, Dabasir foi contando a sua história para Sira. Ele revela para ela
que nem sempre foi escravo, que era um homem de bom nascimento e que se
encontrava ali por mero infortúnio. Nesse momento, Sira profere uma das frases
mais fortes do livro inteiro: “como pode chamar a si mesmo um homem livre,
quando sua própria fraqueza o trouxe à condição em que se acha? Se um
homem tem dentro de si a alma de um escravo, não é nisso que ele se torna, não
obstante seu nascimento, assim como a água procura o seu nível?”
Sira e Dabasir passam a conversar com cada vez mais frequência, e através
desses diálogos a mentalidade de Dabasir pouco a pouco é modificada. Em pouco
tempo, Dabasir passa a desejar a liberdade, sobretudo a do seu comportamento
irresponsável que o levara a estar ali. Num dos últimos desses diálogos, Dabasir
mostra-se desejoso de honrar todas as dívidas que deixou na Babilônia. E foi
justamente esse desejo que motivou Sira a ajudá-lo em sua fuga.
Tendo Dabasir deixado aquele harém, cruzou todo o deserto a pé, uma longínqua
distância até a Babilônia. Apesar de todas as dificuldades, ele sobreviveu. E,
chegando a Babilônia, trabalhou incessantemente até honrar cada uma das
suas dívidas.
Ao finalizar sua história, Tarkad estava com os olhos marejados. Foi nesse preciso
momento que Dabasir disse a Tarkad que “onde há determinação, o caminho pode
ser encontrado”.

Lições:
Neste capítulo, a principal lição a ser aprendida é que, não importam as dificuldades,
não há desculpa que o impeça a honrar com seus compromissos. Como é possível
ver, um abismo chama outro abismo, e quanto mais você posterga na resolução
de um problema, mais problemas você arruma. O ideal é ser honesto e honrar com
cada um dos seus compromissos, haja o que houver.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Jamais deixe de honrar um compromisso;
2. Seja sempre honesto não importa o quanto isso lhe custe.

Reflexão:
Você tem algum compromisso neste momento que parece ser difícil de ser
honrado? Como a história de Dabasir lhe fazer sentir quanto a ele agora?

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AS TABUINHAS
DE ARGILA DA
BABILÔNIA
A história desse capítulo, apesar de envolver a figura do Dabasir, passa-se milhares
de anos depois. Dessa vez, a história envolve as figuras de um arqueólogo chamado
Franklin Caldwell e seu aluno Alfred H. Shrewsbury.
Na história, Franklin encontra cinco tabuinhas de argila em escavações na região do
que antes era a Babilônia e manda-as para que seu aluno Alfred possa interpretar
os escritos gravados nelas. A verdade descoberta é chocante: nessas tabuinhas
estavam gravados todos os planos que Dabasir havia feito para pagar todos
aqueles aos quais devia.
Em cada uma das tabuinhas está registrado parte do plano e princípios que levaram
Dabasir a ter sucesso em sua empreitada.
Na primeira e segunda tabuinhas são registrados três propósitos, juntamente com
planos para cumpri-los:
Propósito n° 1:
garantia de futura prosperidade.

Como solução, um décimo de tudo quanto fosse ganho seria separado e guardado.
Propósito n° 2:
capacidade de sustentar a sua esposa, que, depois de tudo que Dabasir passou,
retornou a viver com ele.

Como solução, sete décimos de tudo quanto ele ganhasse seriam usados em sua
casa, na aquisição de roupas e comida, além de uma pequena parcela destinada
aos prazeres e aos divertimentos. Porém, nada além disso, para que os planos não
fossem comprometidos.
Propósito n° 3:
o plano deveria garantir que seus ganhos tenham condição de saldar todas
as suas dívidas.

Como solução, na ocasião da lua cheia, dois décimos de tudo que ele houvesse
ganhado seriam divididos honrada e razoavelmente entre aqueles que haviam lhe
emprestado dinheiro. Assim, em seu devido tempo, todas as suas dívidas
seriam quitadas.

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Para ajudar na sua organização, Dabasir também registrou todos os seus gastos na
mesma tabuinha.
Na terceira tabuinha, Dabasir registra o total de suas dívidas (119 moedas de prata
e 141 de cobre), além também de registrar como visitou cada um dos credores
propondo-lhes um acordo razoável com o qual pudesse, pouco a pouco, pagar
o que devia a cada um. Ele mostra-se extremamente disposto e motivado a
honrar com seus compromissos em face da benevolência de seus credores e dos
ensinamentos aprendidos com Mathon, o emprestador de dinheiro.
Na quarta tabuinha, Dabasir narra como anda o progresso do pagamento de suas
dívidas. Aos poucos, sua postura vai amolecendo o coração e ganhando a confiança
até mesmo daqueles mais furiosos e mais desconfiados. Enquanto suas dívidas vão
sendo pagas, Dabasir descreve também como as outras áreas de sua vida estão
também se desenvolvendo, como as suas economias e o estado de sua casa e
esposa, propósitos esses que foram mencionados na primeira tabuinha.
Na quinta tabuinha, finalmente, Dabasir registra ter conseguido pagar todas as
suas dívidas aos seus credores. Eufórico, ele menciona um banquete que ele e sua
esposa tiveram e como muitos dos seus antigos credores, que o desprezaram e se
mostraram duros com ele, agora o tinham em alta estima e voltaram a respeitá-lo.

Lições:
Neste capítulo, além de nos relembrarmos da lição aprendida no último capítulo
que também tratava da história de Dabasir (a necessidade de ser honesto e de se
honrar com todos os nossos compromissos), aprendemos que para que possamos
ter hesito nos nossos propósitos, precisamos antes de mais nada de um bom plano,
organização, disciplina e força de vontade. Sem essas quatro coisas, Dabasir jamais
teria êxito em seus projetos.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Antes de qualquer coisa, defina um plano;
2. Definido o plano, persevere nele, com muita disciplina e força de vontade;
3. Assim como Dabasir, não deixe de se premiar pelos seus esforços.

Reflexão:
Analise a sua atual situação e defina seus objetivos.
Feito isso, bole um plano para atingi-los.

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O HOMEM DE
MAIS SORTE
DA BABILÔNIA
No último capítulo do livro, lemos uma que é talvez a história mais tocante e cheia
de significado de todo livro. Esta é a história de Sharru Nada, o mais importante
comerciante da Babilônia. A história desse personagem envolve ainda a figura de
duas outras pessoas: Hadan Gula, o neto de um velho sócio, e Arad Gula, nosso
outro personagem e grande amigo de Sharru.
Na história, Sharru Nada estava viajando numa caravana juntamente com Hadan
Gula. Conversa vai, conversa vem, Sharru começa a notar que Hadan era um rapaz
que desprezava imensamente o trabalho. Sendo de bem-nascido (já que seu avô,
Arad Gula, era um homem rico), Hadan acreditava que o trabalha era somente coisa
para escravos. Diante disso, Sharru resolve contar a história da sua amizade com
Arad, revelando que no passado ele fora um escravo. Hadan ficou pasmo, sem
acreditar, mas ainda assim se propôs a ouvir a história.
Sharru conta que num certo dia seu irmão envolveu-se numa briga e acabou
matando um homem. Seu pai, temeroso pela vida do rapaz, entregou Sharru como
escravo à viúva na esperança de futuramente recomprá-lo. Como não conseguiu
levantar a quantia suficiente para libertá-lo, Sharru foi em seguida vendido para um
mercador de escravos.
Dentro da caravana de escravos, por sorte, Sharru recebeu conselhos muito bem-
intencionados. Diziam-lhe que, uma vez escravo, o melhor a se fazer era trabalhar
com bastante empenho e diligência a fim de conseguir um senhor de escravos
bondoso. Outros, que desprezavam esse tipo de conselho, via de regra acabavam
indo trabalhar carregando pedras nas muralhas, um trabalho
extremamente fatigante.
E foi exatamente o que ocorreu. Dedicado, Sharru acabou indo servir a um padeiro
muito bondoso, enquanto a grande maior parte dos escravos acabaram indo
trabalhar nas muralhas.
Sharru dedicava-se muito a serviço do seu senhor e, com o tempo, se tornou
tão bom no seu trabalho que acabava sempre lhe sobrando tempo no dia a dia.
Diante disso, Sharru teve a ideia de pedir permissão ao seu senhor para que ele
pudesse produzir mais pães e vender ele mesmo no seu tempo vago. Prometera-
lhe solenemente que dividiria metade dos lucros com seu mestre se ele o permitisse

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colocar em prática tal plano. Seu mestre se agradou da ideia e lhe deu permissão.
Todas as tardes Sharru saía pelas ruas da Babilônia e vendia seus pães. E assim, em
pouco tempo, ficou muito conhecido, fazendo com isso uma boa clientela. E no meio
dessa clientela estava Arad Gula (avô de Hadan Gula), um importante mercador de
tapetes, com o qual fez uma grande amizade.
O padeiro, porém, com a renda extra provinda das vendas de Sharru, começou a
apostar e perder muito dinheiro. Em pouco tempo estava pegando empréstimos
atrás de empréstimo e, nesse ritmo, não demorou a falir. Por necessidade, ele
precisou vender Sharru para outro mestre, este, dessa vez, extremamente duro.
Sharru passou a fazer trabalhos braçais cada vez mais pesados e foi impedido de
vender seus pães. Logo sua clientela começou a sentir sua falta, dentre os quais o
mais preocupado era Arad. Quando este descobriu a situação em que Sharru estava
vivendo, resolveu ajudá-lo a comprar a sua própria liberdade, o que fez Sharru ter
uma dívida eterna de amizade com Arad. Depois daí, como amigos, começaram
a trabalhar juntos, em seguida viraram sócios, e assim Sharru se tornou o maior
comerciante da Babilônia.

Lições:
Não poderia haver melhor maneira de fechar este livro. Assim como ocorreu com
Hadan, o leitor aqui é levado a refletir sobre a natureza do trabalho. Hadan que, a
princípio, via com desprezo o trabalho, ao perceber que fora o trabalho que fizera
Sharru, figura que ele respeitava muito, chegar ao patamar que chegou, entendeu o
verdadeiro significado do trabalho naquele momento.

Como lição desse capítulo, aprendemos que o que verdadeiramente modifica e


transforma a vida de uma pessoa é o trabalho. Somente trabalhando com diligência,
afinco e honestidade alguém pode alcançar patamares mais altos.

Portanto, as principais lições desse capítulo são:


1. Trabalhe duro e o melhor que você puder, e as coisas irão bem para você;
2. O trabalho dignifica e transforma qualquer um.

Reflexão:
Como é a sua relação com o trabalho? Você é alguém que trabalha duro ou
acredita que irá enriquecer por sorte, mesmo fazendo corpo mole? Reflita a
respeito da sua concepção de trabalho e como você encara essa parte da sua vida.

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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Chegando ao fim dessa jornada, podemos perceber
que, sem dúvidas, muitas mensagens foram deixadas
pelo autor. Para aqueles que desejam enriquecer,
todos esses conselhos serão de grande valia. Na
verdade, conforme aprendemos na história de
Nomasir, a sabedoria que você adquiriu neste e-book
já é por si só uma grande riqueza. Portanto, agora que
você possui conhecimento, trabalhe duro para colocar
tudo o que você aprendeu aqui na prática e assim
a deusa da boa sorte sem dúvida fará você e seus
projetos prosperarem!

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