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ISSN 2307-390X

Artigo original

COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA, INFORMAÇÃO


CIENTÍFICA E ACESSO ABERTO

Fernanda Maria Melo Alves1 e Martins Fernando Guambe2


1
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil
2
IBM, Madrid CoE, España

RESUMO: O estudo aborda as iniciativas de acesso aberto à informação científica da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa como uma solução rápida das necessidades e dos problemas dos países lusófonos, através da
promoção da literacia científica, comunicacional e informacional, fundamentais para a paz e o desenvolvimento
sustentável, dentro dos valores essenciais, que conectam os membros desta organização. Analisam-se iniciativas
efetuadas pelas comunidades acadêmicas e pelos governos dos países mencionados, que se têm preocupado com
o aumento do volume da informação, o seu acesso e disponibilidade, e, em particular, dos resultados da
investigação científica. Conclui-se que as iniciativas efetuadas ainda são em número reduzido, dadas as
necessidades e problemas existentes e a numerosa população que abrange. No seu conjunto, as políticas e ações
correspondentes demonstram a adesão destas instituições e organizações dos países da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa ao movimento do Acesso Aberto, integrada no movimento global.
Palavras-chave: Acesso Aberto, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Informação científica, Portal,
Repositório.

COMMUNITY OF PORTUGUESE-SPEAKING COUNTRIES, SCIENTIFIC


INFORMATION AND OPEN ACCESS
ABSTRACT: The study addresses the initiatives of open access to scientific information as a quick solution to
the needs and problems of Portuguese Speaking countries, through the promotion of scientific, communication
and information literacy, fundamental for peace and sustainable development, within the essential values, which
connect the members of this organization. Initiatives carried out by academic communities and by the governments
of the mentioned countries are analyzed, which have been concerned with increasing the volume of information,
its access and availability, and, in particular, the results of scientific research. It is concluded that the initiatives
carried out are still few in number, given the existing needs and problems and the large population it covers. As a
whole, the corresponding policies and actions demonstrate the adherence of these institutions and organizations
from Community of Portuguese Speaking Countries to the Open Access movement, integrated into the global
movement.
Keywords: Open Access, Community of Portuguese Speaking Countries, Scientific information, Portal,
Repository.
________________________
Correspondência para: (correspondence to:) fmeloa2@hotmail.com

INTRODUÇÃO cidadãos necessitaram de ser informados


sobre aspetos científicos, para agirem com
À medida que a COVID-19 começou a
mais responsabilidade e identificar as
espalhar-se por todo o mundo, atravessando
informações falsas, e a comunidade
rapidamente fronteiras geográficas, povos
em todo o mundo uniram-se, conscientes de científica e as sociedades reafirmaram a
necessidade urgente da consolidação do
que urgia o compartilhamento rápido de
movimento da Ciência Aberta (Open
informação científica para a tomada de
decisões, com vista ao controlo do surto Science).
atual e impedir qualquer outro no futuro. Os A UNESCO entende o papel da Ciência
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Aberta no cumprimento do direito humano histórica, e que compartilham a busca do


à ciência e no preenchimento de lacunas de desenvolvimento e da democracia, foi
ciência, tecnologia e inovação entre e sonhada ao longo dos tempos, seguindo a
dentro dos próprios países. Em 2019, na sua trajetória e a criação de organizações
Conferência Geral, divulgou-se uma similares, criadas pelos países de língua
Recommendation on Open Science inglesa, francesa, espanhola, árabes e
(UNESCO, 2019), resultante de uma outras. Nas décadas de 80 e de 90, tiveram
consulta global, com o objetivo de construir lugar várias ações, consideradas o
uma visão coerente da ciência aberta e um verdadeiro embrião da organização, que
conjunto compartilhado de princípios e deram impulso para o desenvolvimento da
valores abrangentes, que fosse um criação da Comunidade dos Países de
instrumento global de definição de padrões Língua Portuguesa (CPLP). Entre todos,
para garantir que a Ciência Aberta cumpra destacam-se:
o seu potencial. a. o primeiro encontro dos Chefes
Norteada por estes princípios e de Estado e de Governo dos
preocupações, a Comunidade dos Países de Países de Língua Portuguesa,
Língua Portuguesa (CPLP), organização Angola, Brasil, Cabo Verde,
que estimula a cooperação entre os seus Guiné-Bissau, Moçambique,
membros com o objetivo de promover as Portugal e São Tomé e Príncipe,
práticas democráticas, a boa governação e o iniciativa promovida pelo do
respeito pelos Direitos Humanos, tomou então Embaixador do Brasil em
iniciativas para a busca conjunta de Lisboa, José Aparecido de
reflexões e soluções para o momento atual, Oliveira, que se efetuou em São
difícil de superar para todos, principalmente Luís do Maranhão, em 1989, a
para os países em desenvolvimento. convite do Presidente brasileiro,
José Sarney. Nesta reunião, os
Neste sentido, o estudo dá continuidade a
participantes decidiram criar o
estudos sobre a informação e a
Instituto Internacional da Língua
documentação nos países da CPLP, em
Portuguesa (IILP), para a
especial sobre o acesso aberto à informação
promoção e difusão da língua
científica (GUAMBE e BUENO-DE-LA-
comum; e
FUENTE, 2013); TARDENCILLA
b. a iniciativa de 1994, os sete
MARENCO, GUAMBE e MELO ALVES,
ministros dos Negócios
2015) e procura saber: existem iniciativas
Estrangeiros dos países
da Comunidade dos Países de Língua
referidos, reunidos em Brasília,
Portuguesa para a solução das necessidades
recomendaram a realização de
e dos problemas informativos, através da
uma Cimeira de Chefes de
promoção do acesso aberto da informação
Estado e de Governo, para a
científica, fundamentais para a paz e o
adoção do ato constitutivo da
desenvolvimento sustentável, dentro dos
CPLP, que se efetuaria dois anos
valores que conectam os membros desta
depois.
organização? Serão as mesmas iniciativas
suficientes? A 17 de Julho de 1996, em Lisboa, realizou-
se a Cimeira de Chefes de Estado e de
A COMUNIDADE DOS PAÍSES DE
Governo, que marcou, simultaneamente, a
LÍNGUA PORTUGUESA: visão
criação da CPLP, reunindo os sete países
cronológica
fundadores da organização, Angola, Brasil,
A ideia de criação de uma comunidade, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
formada por países e povos que têm em Portugal e São Tomé e Príncipe. Mais tarde,
comum a Língua Portuguesa e uma herança em 2002, com a conquista de sua
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Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, informação científica e acesso aberto

independência, Timor-Leste tornou-se o c. a materialização de projetos de


oitavo país membro da CPLP, e depois de promoção e difusão da Língua
um minucioso processo de adesão, a Guiné Portuguesa, designadamente através
Equatorial tornou-se o nono membro de do Instituto Internacional de Língua
pleno direito, em 2014. A organização está Portuguesa.
sediada em Lisboa, capital de Portugal. Embora os estatutos tenham sido
Os Estatutos da Comunidade dos Países de atualizados com revisões de São
Língua Portuguesa planteiam no Artigo 5º, Tomé/2001, Brasília/2002, Luanda/2005,
os seguintes princípios orientadores: Bissau/2006 e Lisboa/2007, os princípios
orientadores e os objetivos iniciais mantêm-
a. igualdade soberana dos Estados
se.
membros;
b. não ingerência nos assuntos O Artigo 6º da Constituição define a
internos de cada Estado; composição da organização e refere que
c. respeito pela sua identidade para além dos membros fundadores,
nacional; qualquer Estado, desde que use o Português
d. reciprocidade de tratamento; como língua oficial, poderá tornar-se
e. primado da Paz, da Democracia, membro da CPLP, mediante a adesão sem
do Estado de Direito, dos reservas aos presentes Estatutos.
Direitos Humanos e da Justiça Complementarmente, o Artigo 7º do mesmo
Social; marco legal afirma ainda que podem ser
f. respeito pela sua integridade admitidos Membros Observadores,
territorial; Associados ou Consultivos, à organização,
g. promoção do Desenvolvimento; ato que atribui maior abrangência em
e número de participantes e em espaço
h. promoção da cooperação geográfico e, que favorece a sua
mutuamente vantajosa. consolidação. A Tabela 1 sistematiza a
Neste sentido, a organização estimula a composição dos membros da organização.
cooperação entre os seus membros com o A CPLP é um foro multilateral de
objetivo de promover as práticas cooperação entre os seus Estados-membros
democráticas, a boa governação e o respeito e mantém estreita relação com a sociedade
pelos Direitos Humanos. civil e com os interesses e necessidades
No documento que temos vindo a analisar, comuns em organizações multilaterais,
definem-se os objetivos gerais da como a ONU, a FAO e a OMS.
organização, a saber:
A INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E O
a. a concertação político-diplomática MOVIMENTO DO ACESSO ABERTO
entre os seus membros em matéria Para o desenvolvimento cognitivo do ser
de relações internacionais, humano contribuem os dados, a
nomeadamente para o reforço da sua informação, o conhecimento e a
presença nos fora internacionais; inteligência. No mesmo sentido, a
b. a cooperação em todos os domínios, investigação científica e a sua comunicação
inclusive os da educação, saúde, funcionam como as bases do
ciência e tecnologia, defesa, desenvolvimento humano e o crescimento
agricultura, administração pública, econômico dos países, pelo que quanto mais
comunicações, justiça, segurança se produz em ciência e tecnologia, mais se
pública, cultura, desporto e progride e se contribui para o processo de
comunicação social; e desenvolvimento global (PRICE, 1976).

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TABELA 1: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: constituição


Estados-Membros Observadores Consultivos: Observadores Associados:
instituições países
Angola Academias Geórgia
Brasil Associações Grão-Ducado de Luxemburgo
Cabo Verde Centros de Conciliação e Hungria
Guiné-Bissau Mediação de Conflitos Japão
Guiné Equatorial Centros de Estudos Principado de Andorra
Moçambique Círculos de Reflexão Lusófona Reino Unido
Portugal Comissões Inter Países/Países de República Argentina
São Tomé e Príncipe Língua Oficial Portuguesa República Checa
Timor-Leste Comunidades Médicas e Sindicais República do Chile
Confederações da Publicidade e República Eslovaca
Empresariais da CPLP República Francesa
Conselhos de Cultura República Italiana
Faculdades República da Maurícia
Federações República da Namíbia
Fóruns República do Senegal
Fundações República da Sérvia
Institutos República da Turquia
Instituições religiosas Uruguai
Ligas Organização dos Estados Ibero-
Núcleos de Estudos americanos
ONG
Sociedades
Universidades

Os resultados da investigação científica nova literacia científica, informacional e


estão legitimados após serem analisados e comunicacional dos investigadores para
aceites pelos pares, o que exige sofisticados conseguir efetuar todo o processo de
processos de validação antes da sua investigação científica.
publicação, sendo a comunicação eficiente Garvey e Griffth desenvolveram um
e eficaz parte essencial do sistema de modelo de comunicação cientifica em 1979,
investigação científica (MEADOWS, voltado apenas para o meio impresso, que
1999). sofreu alterações com a incorporação das
Embora o processo da comunicação TIC. Em 1996, Hurd propôs uma adaptação
científica possa ser caracterizado por desse modelo tradicional, adequada para o
etapas, a saber, a investigação, a análise, a meio digital e, em 2008, Costa também o
documentação, a comunicação, a produção, adaptou, conciliando as alternativas
o registo e a disseminação da informação, impressa e eletrônica (COSTA, 2008).
nas últimas quatro décadas, as inovações Com a constante evolução das TIC, que
tecnológicas transformaram, e implicam ajustes a cada nova versão dos
transformam, a forma de tratar, armazenar, softwares e aplicativos, bem como de
acessar e analisar todos os tipos de aspetos relativos à interoperabilidade e
informação, inclusive os científicos preservação digital, várias propostas tentam
(RUSSEL, 2001). As tecnologias de adaptar e atualizar os modelos
informação e comunicação (TIC) têm anteriormente referidos.
proporcionado novos caminhos por meio de
plataformas digitais, projetadas para Entre vários, destaca-se uma proposta
facilitar a divulgação de artigos nas revistas inovadora, o Modelo de comunicação
de acesso aberto, o que obrigada a uma científica na era do e-science: um modelo
gestão deste tipo de plataformas e a uma baseado na colaboração 2. (JUNIOR et al.,

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Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, informação científica e acesso aberto

2015), apresentado no 25º Seminário de para a democratização do conhecimento e


Iniciação Científica, em 2015, na do acesso à informação científica.
Universidade do Estado de Santa Catarina. Entre todas, salientam-se duas incitavas, em
Os autores propõem um sistema eletrônico 1971, o início do Gutenberg Project, por
de gestão e editoração de revistas, entrado Michael Hart e, em 1989, o lançamento da
no processo de revisão por pares e na revista de acesso livre online Psycoloquy
inclusão de aspectos colaborativos e de por Stevan Harnad, ambas orientadas para a
interatividade como marca 2.0 de disponibilidade online e sem limitações dos
periódicos científicos. O modelo dá resultados de investigações científicas,
resposta rápida às expectativas de autores e incluindo artigos científicos, documentos
da comunidade científica, substituindo a de conferência, teses, capítulo de livros, e
avaliação por pares pela avaliação baseada monografias, publicações com e sem
na inteligência coletiva, proposta pela web revisão por pares.
2.0, e pretende viabilizar a construção de
um software específico desse modelo, que Dando um passo mais adiante, a Declaração
facultará a verificação dos resultados de sua da Iniciativa de Budapeste/Budapest Open
aplicação. Access Initiative, (2002) formalizou o
Movimento de Acesso Aberto à
Como o volume da informação em informação, tendo definiu como acesso
diferentes suportes e tipologias tem aberto,
aumentado significativamente nas últimas
décadas, os investigadores têm-se […] a sua disponibilidade gratuita
na internet pública, que permite a
preocupado com o acesso e disponibilidade qualquer utilizador a leitura, baixe,
destes documentos, e em particular os copie, distribua, imprima, pesquise
resultados da investigação científica, na ou link para o texto completo
grande maioria digitais, tema que se aborda desses artigos, rasteá-los para
nos seguintes parágrafos. indexação, passá-los como dados
para o software ou usá-los para
O movimento Open Acess/Acesso Aberto qualquer outro propósito legal,
remonta a várias décadas e tem origem na sem barreiras financeiras, legais
Declaração de Helsinque da World Medical ou técnicas que não sejam
inseparáveis do acesso à Internet.
Association (WMA, 1964), cujo objetivo (OPEN ACCESS DIRECTORY,
era a realização de mudanças em p. 1).
investigações médicas que envolvam seres
A importância deste documento reside em
humanos, nas quais os pacientes que
alguns aspetos inovadores para a época:
participam de um estudo médico têm o
direito de ser informados sobre o resultado a. o uso do termo Open Access/Acesso
do estudo e de compartilhar quaisquer Aberto pela primeira vez para
benefícios resultantes dele. definir o acesso livre a informação;
b. a apresentação do conceito de Open
A adoção do Acesso Aberto a publicações
Access/Acesso Aberto;
científicas surgiu como resposta às
c. a indicação de duas estratégias para
necessidades e expectativas da comunidade
alcançar o Acesso Aberto: o auto
acadêmica, para a superação da crise
arquivamento e as revistas de
orçamentaria enfrentada pelas
Acesso Aberto; e
universidades e instituições de
d. a oferta de apoio para as instituições
investigação, devido ao aumento constante
com interesse em aderir ao
de preços das assinaturas acima da inflação
movimento.
(PÉREZ-OBREGÓN et al., 2022). Por
outro lado, compreender iniciativas para Constata-se que a Declaração de Budapeste
promoção do Acesso Aberto é importante vem fortalecer, a nível mundial, o
Movimento do Acesso Aberto, articulando
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ideias e projetos com o mesmo objetivo. A especificidades institucionais e


este propósito, Rodrigues (2014) reconhece disciplinares, variáveis em função dos
que ela corresponde a um momento contextos dos institutos. Além disso, todo o
seminal, que resulta da consolidação da conjunto de elementos e relações entre eles
consciência da necessidade e da estão sob influência constante de forças
possibilidade de resolver o problema da provenientes da comunidade científica
acessibilidade à literatura científica, bem numa perspectiva ampla científica e do
como da maturação e convergência de acesso aberto. Desde o seu início até ao
diversas outras iniciativas e projetos no presente, o acesso aberto conheceu um
mesmo sentido que vinham já se progresso evidente, tendo em conta os
desenvolvendo anteriormente. múltiplos pontos de vista e os diversos
indicadores de avaliação, do número de
Inúmeras iniciativas se expandiram no
revistas científicas e de repositórios de
mundo acadêmico em todos os países do
acesso aberto.
mundo. A leitura de duas compilações, a da
linha do tempo da evolução detalhada no METODOLOGIA
site Open Access Directory: Para alcançar os objetivos propostos,
http://oad.simmons.edu/oadwiki/Timeline, decidiu-se efetuar uma investigação
e das declarações de apoio a este descritiva, quanto aos objetivos,
movimento, disponíveis em Declarations in bibliográfico-documental, quanto aos
support OA: procedimentos, e qualitativa, quanto à
http://oad.simmons.edu/oadwiki/Declaratio abordagem. Na primeira fase, realizou-se
ns_in_support_of_OA, dão uma visão geral uma revisão bibliográfica e documental
da abrangência e desenvolvimento deste para a fundamentação teórica no estudo,
movimento. através da busca no portal da CAPES e no
Algumas dessas declarações são analisadas Google Scholar, utilizando os termos
e comentadas por Rios, Lucas e Amorim “Comunidade dos Países de Língua
(2019), que ressaltam a importância do Portuguesa”, “informação científica”, e
Movimento de Acesso Aberto em criar “acesso aberto”, em português, inglês e
documentos norteadores, bases para o espanhol.
estabelecimento de políticas e boas práticas, Depois, selecionou-se informação nos sites
que direcionem as instituições a da CPLP e nos repositórios das instituições
disponibilizar acesso aberto a informação dos países membros. Selecionada a
de toda produção científica. literatura repetida, obteve-se a informação
Articulando os novos conceitos e a pertinente, um corpus documental
evolução tecnológica, Leite e Costa (2016) adequado ao tema e à abordagem escolhida.
propõem um modelo genérico de gestão da Em seguida, efetuou-se uma leitura
informação científica para instituições de analítica do conteúdo do corpus
pesquisa, tendo por base os fundamentos da documental, tendo-se sumarizado os dados
comunicação e o acesso aberto, em sua oportunos, que se apresentam com o apoio
versão gráfica e textual. Neste modelo, os de quadros e fulguras, acompanhados da
fluxos de entrada e saída de informação são discussão dos mesmos, que facilitou o
sistematizados por processos de gestão da estabelecimento das conclusões.
informação científica, apresenta conceitos
essenciais e considera o ambiente do RESULTADOS E DISCUSSÃO
instituto de investigação como um sistema Além dos investigadores, docentes e
aberto, onde decorre o fluxo da informação estudantes, também os governos dos países
científica. Também é constituído por lusófonos se têm preocupado com o
elementos flexíveis que representam aumento do volume da informação, o seu
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Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, informação científica e acesso aberto

acesso e disponibilidade, e, em particular, Tabela 2, iniciativas de maior relevância


dos resultados da investigação científica. para a organização da informação e
documentação, a criação e manutenção dos
Neste sentido, algumas das iniciativas dos
portais institucionais de instituições
países referidos foram efetuadas
acadêmicas e investigadoras.
separadamente, como se pode observar, na
TABELA 2: Exemplos de portais científicos nos países da CPLP
País Nome Website Total
Angola 1. Portal Pensador http://1.portalpensador.comciencia.ao/
2
2. Ciência http://ciencia.ao/
Brasil 1. Portal Brasil Ciência https://www.brasilciencia.com.br/
2. SciELO https://scielo.org/
3. Portal de Periódicos da www.capes.gov.br
CAPES http://portal.sbpcnet.org.br/
4. Portal SBPC https://portal.fiocruz.br/
5. Portal Fiocruz https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.b
6. Portal de Periódicos UniBrasil r/ 9
7.Oasisbr https://oasisbr.ibict.br/vufind/
8.Portal de Periódicos https://revistas.marilia.unesp.br/
Electrónicos Faculdade de https://anpof.org/
Filosofia e Ciência
9. Portal de Periódicos da
ANPOF
Cabo Verde 1.Portal do Conhecimento www.portaldoconhecimento.gov.cv 1
Guiné Bissau 1. Portal do INEP https://inep.gw/ 1
Guiné Equatorial 0 NA NA
Moçambique 1.Portal do Ministério da https://www.mctes.gov.mz/pulblicacoes/
Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior http://www.uem.mz 2
2.Universidade Eduardo
Mondlane
Portugal 1. Portal RCAAP https://www.rcaap.pt/
2
2. Portal Science 4 COVID-19 https://www.science4covid19.pt/
São Tomé e Príncipe 0 NA NA
Timor Leste 0 NA NA
TOTAL 16

O número de repositórios é insuficiente institucionais para disponibilizar a


tendo em conta a população dos nove países informação científica, escrita em língua
e a sua produção científica. Por outro lado, portuguesa. Contudo, os três países
a quantidade de repositórios é variável, mencionados possuem, repositórios
tendo explicação em contextos histórico- institucionais, Moçambique 2 (da
sociais diferentes. Brasil e Portugal Universidade Católica de Moçambique,
apresentam maior número de portais e os http://repositorio.ucm.ac.mz/, e da
outros países possuem um número Universidade Eduardo Mondlane,
reduzido, por serem países com http://www.repositorio.uem.mz/), e Timor
independências relativamente recentes. À Leste 1 (da Universidade de Timor Leste,
exceção da Guiné Equatorial, de São Tomé http://repositorio.untl.edu.tl/,) o que
e Príncipe e de Timor Leste, a maioria dos demonstra a adesão destas instituições ao
países da CPLP criaram e mantêm portais movimento do Acesso Aberto. A busca não
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aportou dados e informação relativa à Guiné Museu da República do Rio de Janeiro.


Equatorial. Em relação ao estudo de Desde a sua criação, a CPLP é consciente da
GUAMBE e BUENO-DE-LA-FUENTE importância da documentação e informação
(2013), nota-se uma estagnação e fraco no mundo atual, razão pela qual pratica a
progresso das iniciativas de acesso aberto transparência informativa, incluindo na sua
na maioria dos países africanos estrutura operativa, apresentado na Tabela
especialmente em Cabo Verde, Guiné 3.
Bissau e São Tomé e Príncipe.
TABELA 3: A CPLP e a organização da
A Conferência Luso-Brasileira de Acesso informação e da comunicação
Aberto (CONFOA), é realizada desde 2010 Assessoria de Comunicação e Imagem do
até ao presente. É um evento organizado por Secretariado Executivo
um grupo de investigadores, docentes e Biblioteca e Centro de Documentação
editores desde 2010 e concretizada na I Arquivo Histórico
Conferência Luso-Brasileira de Acesso
Aberto (CONFOA), na Universidade do A organização põe à disposição do público
Minho, em Braga, Portugal, com toda a documentação institucional, a
periodicidade anual e rotativa. Trata-se dum informação relativa às atividades efetuadas,
espaço de divulgação e reflexão, onde publicações próprias, boletim eletrônico,
investigadores, docentes, editores e produzidas em diferentes tipos e suportes, e
estudantes se reúnem, norteados pelos faz uso de diferentes redes sociais.
seguintes linhas orientadoras: 1) Acesso
No entanto, os membros da CPLP,
Aberto e Dados de Investigação Abertos:
organização que tem como um dos seus
sistemas, políticas e práticas; 2) Ciência
princípios orientadores a promoção da
Aberta e outras expressões de
cooperação mutuamente vantajosa,
conhecimento aberto; 3) Gestão de
decidiram organizar-se para atingir
informação de Ciência e Tecnologia. Lira,
melhores resultados na partilha e
Miranda e Truta (2021) estudam parte da
disseminação da informação científica em
trajetória das CONFOA, através dum
língua portuguesa, com vista ao benefício
estudo documental que abrange os 10 anos
comum. Nesse sentido, A Tabela 4
do evento, assinalando os resultados
sistematiza as iniciativas de maior
alcançados e o desenvolvimento da
relevância, seguido da descrição de cada
iniciativa.
uma delas.
Outro projeto interessante é o Arquivo TABELA 4: CPLP e iniciativas sobre informação
Multimédia da Poesia dos Países da CPLP, cientifica e acesso aberto
poesimus.org, que foi apresentado em 2019,
Acordo sobre o Acesso Livre ao
com o objetivo de disponibilizar o acesso 2007 Conhecimento Científico dos Estados-
livre e intuitivo a um arquivo multifacetado membros da CPLP
de poesia e de prosa poética, devidamente Rede de Escolas Nacionais de Saúde
organizado, escrita e falada em língua 2019 Pública da Comunidade dos Países de
portuguesa e nas línguas locais e nacionais Língua Portuguesa (RENSP-CPLP)
3ª Reunião Extraordinária de Ministros
nos países que compõem a CPLP. É um da Saúde da CPLP, sob o lema Covid-
espaço de reconhecimento do trabalho dos 2020
19: construção de uma resiliência
artistas no campo da poesia de diferentes comunitária
origens e foi desenvolvido no âmbito da 2021
Repositório Científico da CPLP/Portal
Cátedra UNESCO Educação, Cidadania e de Acesso Aberto da CPLP
Diversidade Cultural com o apoio do
Departamento de Museologia da ULHT e O Acordo sobre o Acesso Livre ao
seus parceiros institucionais, CPLP, Conhecimento Científico dos Estados-
IBRAM, ULCV, Sphera Mundiong e membros da CPLP foi assinado em 2007,
Rev. cient. UEM: Sér. ciênc. educ. Vol. 3, Nº 1, pp 39-50, 2022

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Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, informação científica e acesso aberto

por ocasião do 2º Fórum de Governança da qual se reuniram, presencial e virtualmente,


Internet, organizado pelo Instituto dirigentes e professores das Escolas
Brasileiro de Informação em Ciência e Nacionais de Saúde Pública, ou instituições
Tecnologia do Ministério da Ciência e nacionais com função equivalente, dos
Tecnologia (IBICT/MCT), com o apoio da países membros. Estrutura-se a partir dos
Fundação Alexandre Gusmão compromissos assumidos do Plano
(FUNAG/MRE). Nele estiveram presentes Estratégico de Cooperação em Saúde
os representantes de Angola, Brasil, Cabo (PECS-CPLP), dentre os quais encontram-
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, se as demandas de formação de quadros
Portugal e do Secretariado Executivo da para o fortalecimento dos sistemas de
CPLP. Os participantes, reconhecendo o saúde.
Compromisso do Minho sobre acesso livre Neste sentido, o PECS-CPLP, em seu Eixo
à informação científica em países Estratégico 1- Formação e
lusófonos, firmado por instituições do Desenvolvimento da Força de Trabalho em
Brasil, Moçambique e Portugal, em 2006, e Saúde (FTS) apresenta como principais
as diretrizes emanadas da IV Reunião dos objetivos:
Ministros da Ciência e Tecnologia da
CPLP, de 2005, acordaram em: a. a promoção e fortalecimento dos
Planos Nacionais de
a. estabelecer diálogo técnico com Desenvolvimento de Recursos
vistas à formação de rede Humanos em Saúde (PNDRHS); e
permanente de instituições b. o fortalecimento da capacidade de
dedicadas à promoção do acesso formação de recursos humanos nos
livre ao conhecimento bem como à Estados Membros para os sistemas
promoção do conteúdo científico e nacionais de saúde. Para o alcance
cultural em língua portuguesa; e destes objetivos, a iniciativa prioriza
b. promover esforços junto aos atividades e projetos estabelecidos,
respectivos governos para apoia a estruturação de Escolas
identificação, no mais curto espaço Nacionais de Saúde Pública em
de tempo possível de pontos focais todos os países e dinamiza a Rede de
nacionais a quem caberá coordenar Escolas Nacionais de Saúde Pública
esforços e intercambiar informações (RENSP-CPLP).
para criar condições técnicas para
assunção de compromisso nesta área A 3ª Reunião Extraordinária de Ministros
entre seus respectivos Governos, no da Saúde, sob o lema Covid-19: construção
âmbito da CPLP. Estes antecedentes de uma resiliência comunitária, efetuada em
constituem uma base sólida para o 2020, em videoconferência. Dessa reunião,
acordo assinado, pelo que, o IBICT os ministros da Saúde resolveram:
e a Universidade do Minho 1) reforçar a coordenação na vigilância
comprometem-se a oferecer, e resposta a emergências, incluindo
assistência técnica para a promoção epidemias e desastres, por via da
de iniciativas nesse campo nos constituição de um Grupo de
países integrantes da CPLP. Trabalho sobre Capacitação em
Em 2019, foi instituída formalmente a Rede Resposta a Emergências em Saúde
de Escolas Nacionais de Saúde Pública da Pública (Emaresp-CPLP);
Comunidade dos Países de Língua 2) reafirmar a vontade política para
Portuguesa (RENSP-CPLP), durante a continuar a partilhar dados relativos
Oficina de Trabalho Fortalecimento da à situação epidemiológica e
Formação em Saúde Pública no Âmbito da indicadores relevantes, bem como
CPLP, realizada em Lisboa, Portugal, na diferentes práticas; e
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3) reconhecer a importância da CONCLUSÃO


imunização como bem público As iniciativas apresentadas embora de teor
global e apoiar iniciativas diferente não são uma enumeração
internacionais de colaboração para exaustiva, tendo sido selecionadas as mais
acelerar o desenvolvimento, a significativas de acordo com os objetivos já
produção e o acesso equitativo a mencionados. Mostram alguns aspetos do
diagnósticos, tratamentos e vacinas percurso de políticas individuais dos países
contra a Covid-19 (CPLP, 2020). lusófonos e da CPLP, no seu conjunto,
Reunimos e apresentamos aqui a como complemento de outras políticas, para
informação disponível sobre o alcançar o acesso aberto à informação
enfrentamento coletivo da Covid-19 na científica.
África por parte das principais organizações O estudo abarca o acesso aberto à
regionais do continente africano: a União informação científica da CPLP, centrado
Africana (UA) e a sua agência nas iniciativas para a solução das
especializada, o Centro de Controle e necessidades e dos problemas dos povos
Prevenção de Doenças (CDC África), os dos países lusófonos, fundamentais para a
seis blocos econômicos regionais e as paz e o desenvolvimento sustentável, dentro
diversas agências de cooperação bilateral e dos valores essenciais, que conectam os
multilateral, a sociedade civil e o setor membros desta organização. Além das
privado (SILVA, CÁ e ROSENBERG, comunidades acadêmicas, também os
2021). governos dos países lusófonos se têm
O Repositório Científico/Portal de Acesso preocupado com o aumento do volume da
Aberto da CPLP, lançado em 2021, informação, o seu acesso e
resultante duma deliberação da VI Reunião disponibilização, e, em particular, dos
de Ministros da Ciência, Tecnologia e resultados da investigação científica.
Ensino Superior da CPLP, realizada a 15 de Neste sentido, destacam-se primeiro
abril de 2014, em Maputo, com o objetivo algumas das iniciativas dos países referidos
geral de promover, fomentar e impulsionar efetuadas separadamente, como a criação de
a edificação do Espaço do Ensino Superior, repositórios e portais institucionais, que são
Ciência e Tecnologia da CPLP. Os de maior relevância para a organização da
responsáveis pelo projeto reconhecem que informação e documentação das instituições
com a construção do Repositório Científico acadêmicas e investigadoras, e, em seguida,
da CPLP, garantem-se condições para sistematizam-se outras iniciativas
estimular o aproveitamento do potencial das resultantes de políticas conjuntas da CPLP.
TIC ao serviço da CPLP, através da
disponibilidade de softwares livres e Conclui-se que são, contudo, em número
acervos bibliográficos do acesso à produção insuficiente, dadas a população que abarca
científica. São Estados-Membros da rede os e as suas numerosas necessidades e
seguintes países: Angola, Brasil, Cabo problemas. Por outro lado, corresponde a
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, estagnação e fraco progresso das iniciativas
Moçambique, Portugal, São Tomé e de acesso aberto na maioria dos países
Príncipe e Timor-Leste. O projeto tem uma africanos especialmente em Cabo Verde,
abrangência comunitária permitindo aos Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe,
Estados-Membros a sua utilização, mesmo quando comparados os resultados obtidos
aos que não dispõem de repositório em estudos anteriores de 2013 e 2015,
científico nacional, bem como o apoio à referidos no texto. No seu conjunto,
construção de repositórios nacionais. O site políticas e ações demonstram a adesão
do portal, RC.CPLP.ORG, estará disponível destas instituições e organizações da CPLP
brevemente. ao movimento do Acesso Aberto, integrada
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Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, informação científica e acesso aberto

no movimento global, que seguem as Aberto da produção científica da África


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