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ANO 1 • EDIÇÃO 11 • JAN/2021

TIRAS NO
ENSINO
por Paulo Ramos
PÁGINA 8

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BRAILLE, INCLUSÃO NA
12
LÍNGUA PORTUGUESA:
ESCRITA E LEITURA
O VOCABULÁRIO
ORTOGRÁFICO COMUM
4
EDUCAÇÃO, A ARMA
(VOC)

CONTRA A POBREZA
16
10 DICAS PARA
6
ANÁLISE DO DISCURSO
DESENVOLVER SUAS
COMPETÊNCIAS NA
É POLÍTICA FACULDADE DE LETRAS
BRAILLE, INCLUSÃO NA
ESCRITA E LEITURA
Maria Eduarda Costa

2
E
m meados do século 19, no intuito de
promover a comunicação independente
das pessoas com deficiências visuais, o
braille foi criado pelo francês Louis Braille. O
A criação do braille
método é uma representação tátil de símbo-
los alfabéticos e numéricos que utiliza seis revolucionou a vida dos
pontos para representar cada letra e número, e deficientes visuais, tornando
até mesmo símbolos musicais, matemáticos esse sistema de escrita
e científicos.
Atualmente, o Dia Mundial do Braille é cele-
essencial para garantir a
brado em 4 de janeiro. A data foi proclamada grande parcela da sociedade o
em 17 de dezembro de 2018 pela Assembleia direito à educação.
Geral da Organização das Nações Unidas
(ONU). O propósito do Dia é dar evidência ao
método que garante o direito de comunicação
das pessoas cegas ou parcialmente cegas.
A criação do braille revolucionou a vida dos
deficientes visuais, tornando esse sistema de
escrita essencial para garantir a grande parcela volvido em 2017, por meio de um acordo entre
da sociedade o direito à educação, à inclusão e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (o
à liberdade de expressão, legitimando as prer- Snel) e o Ministério Público Federal dos Direi-
rogativas definidas na Convenção sobre os Di- tos do Cidadão, o site é um dos resultados da
reitos das Pessoas com Deficiência (2006).
Lei Brasileira de Inclusão.
De acordo com a ONU, para os 39 milhões
A iniciativa tem como principal objetivo pro-
de pessoas cegas e os 253 milhões com algu-
porcionar às pessoas com deficiência visual o
ma deficiência visual, a perda de visão au-
acesso à informação, reunindo leitores e edito-
menta e acentua as desigualdades, dificultan-
ras com o objetivo de promover a igualdade de
do o acesso a cuidados de saúde e impondo
oportunidades. Com isso, essa parcela da po-
barreiras no alcance da educação e do traba-
pulação terá acesso ao conhecimento e à cul-
lho. Nessa perspectiva, o uso do braille permi-
te a comunicação entre as pessoas cegas ou tura, tornando o portal um grande meio de in-
com deficiências visuais com o todo da socie- clusão social e de cidadania.
dade, garantindo competência, independên- De fato, a sociedade evoluiu nos quesitos
cia e igualdade. referentes à inclusão social. Mas ainda esta-
Diante desse cenário, acentuou-se a neces- mos no começo de uma longa jornada em
sidade de fortalecer as políticas de inclusão e busca da igualdade. Por isso, precisamos dis-
o investimento em ações voltadas para a de- seminar informação e ser os próprios fiscali-
mocratização do conhecimento. Assim, nas- zadores de políticas públicas voltadas às pes-
ceu no Brasil o portal “Livro Acessível”. Desen- soas com deficiência.
EDUCAÇÃO, A ARMA
CONTRA A POBREZA
Maria Eduarda Costa

O
Dia Internacional da Educação é ce-
lebrado em 24 de janeiro. A data foi
instaurada com o intuito de reafir- É imprescindível
mar o papel da educação na paz e desenvolvi- lembrar que o direito à
mento da sociedade. Em 2021, a UNESCO esti- educação está consagrado
mou que 258 milhões de crianças e jovens não
frequentam qualquer tipo de ensino; 617 mi-
na Declaração Universal
lhões de crianças e adolescentes não sabem dos Direitos Humanos,
ler ou não têm noções de matemática. exigindo educação gratuita
Revela-se, assim, a importância da data im- e obrigatória para toda
plantada na Assembleia Geral das Nações Uni-
das de 2018. No intuito de acabar com a viola-
a sociedade.
ção do direito básico à educação, esse Dia
incentiva o compartilhamento do conhecimen-
igualdade de gênero e quebrarem o ciclo de po-
to, aposta na criação e utilização de métodos
breza que afeta milhões de crianças, jovens e
inclusivos e no rompimento da educação exclu-
adultos, as nações emergentes devem investir
siva para parcelas específicas da sociedade.
Por isso, em meio à comemoração do quar- em educação e confiar nos benefícios propor-
to Dia Internacional da Educação, destaca-se a cionados pela partilha do conhecimento.
importância do saber para a ascensão dos paí- Em escala global, os debates sobre a demo-
ses em desenvolvimento. Para alcançarem a cratização do saber afirmam que a educação

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desempenha um papel fun-
damental na construção de
sociedades fortes e flexíveis,
contribuindo para a realiza-
ção do desenvolvimento de
um mundo mais sustentável,
atento às novas gerações.
É imprescindível lembrar que o
direito à educação está consagrado
na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, exigindo educação gratuita e
obrigatória para toda a sociedade. Com-
plementando, a convenção sobre os Di-
reitos da Criança, adotada em 1989,
estipula que os países também pre-
cisam tornar o ensino superior
universalmente acessível.
Sem uma educação inclusi-
va, equitativa e de qualidade,
os países não conseguirão
alcançar a desejada igual-
dade de oportunidades e
quebrar o ciclo de pobreza.
Por isso, a educação é um di-
reito humano, um bem inalie-
nável, uma responsabilidade
pública. Toda sociedade em
toda a extensão do mundo tem
o direito de exigir educação de
qualidade ao alcance de todos.
ANÁLISE DO DISCURSO
É POLÍTICA
Sírio Possenti

Q
ue a análise do discurso é política, locam sob o guarda-chuva da “análise do
não há dúvida. É, inclusive, um motivo discurso” e que tratam de questões “culturais”,
de desconfiança de alguns, que não a “cognitivas”, “conversacionais”. Nesses casos
consideram uma especialização no interior da (simplifico um pouco), “discurso” é quase sinô-
linguística, porque apelaria para fatores exter- nimo de “fala”. Há quem prefira chamar esses
nos em suas análises. O curioso é que, por trabalhos de estudos do discurso. Tanto que
exemplo, a “cognição” não sofre a mesma acu- existe uma Associação Latino-americana de
sação. Ora, dizer isso já é fazer política... Pode- Estudos do Discurso – ALED. São trabalhos de
-se encontrar trabalhos de pesquisa que se co- importância, mas pode-se atestar que, cada
vez mais, o conceito de “discurso” implica ques- consequente corpus que ele gera; a desvanta-
tões sociais nas quais estão em jogo as insti- gem é o risco de que se perca de vista uma
tuições, o poder, a ideologia. A “análise do dis- história de longo prazo, o que pode aproximar a
curso” deve também, por razões quase óbvias, análise do jornalismo, isto é, o risco de a análise
ser claramente marcada por uma “análise”, o parecer muito óbvia, ou ser apenas militante —
que pode ocorrer em maior ou em menor di- o que não é ruim, pelo contrário, mas não
mensão (é na análise que a cobra fuma). “Po- é tudo.
de-se ver que” é uma expressão que nunca de- Depois que a questão da memória se tornou
veria ocorrer em um trabalho de analistas do importante na AD, analisar um corpus de “longa
discurso (porque nada é “visível”; tudo deve ser duração” se tornou mais relevante. Ela ajuda a
interpretado). A análise do discurso se interes- corroborar a tese de que os enunciadores não
sa principalmente por “textos” (gêneros) nos são “origem” de seus enunciados, uma questão
quais uma sociedade ou segmentos dela tra- filosófica importante para a AD, mas que repe-
tam de questões pouco pacíficas, pouco con- tem ou retomam, de alguma forma, o que já foi
sensuais; polêmicas, numa palavra. Essa op-
dito. Um exemplo: Em 2018 foi defendida uma
ção permite tanto privilegiar embates sociais
tese que tratava de “flexibilização”. O corpus
quanto dar destaque a disputas de sentido, de
central não era recentíssimo; era basicamente
interpretação, de leitura. E de circulação, já que
o mesmo da década de 1990. Um fato interes-
nem todos os discursos circulam pelos mes-
sante pôde ser verificado: um enunciado que
mos espaços. Há uma “ordem” do discurso,
estava no centro da proposta de reforma da le-
que é uma questão histórica, e a circulação res-
gislação trabalhista de então, qual seja, “prece-
trita é uma de suas características principais.
dência do negociado sobre o legislado”, já ocor-
Quem lê os trabalhos (artigos, coletâneas, li-
rera naquela ocasião, tal qual.
vros, teses etc.) e ouve apresentações em con-
A questão do sentido é crucial na AD: no
gressos logo vê que muito comumente eles
caso, o que significa “flexibilizar”? Não é sim-
tratam de questões que incluem alguma ten-
plesmente tornar mais flexível, menos rígido,
são, alguma polêmica: campanhas e propa-
gandas políticas (incluindo os slogans); corpora porque a menor rigidez é sempre desfavorável
relativos a minorias (gêneros, homofobia, racis- ao trabalhador. Nunca se trata, por exemplo, de
mo, cotas); publicidade (não por ela mesma, aumentar o período de férias, mas de diminuí-
mas por questões como a representação da -lo ou de dividi-lo em partes.
mulher, por exemplo); religiões (nem sempre Uma questão clássica da AD é quem empre-
pela doutrina; mais frequentemente por práti- ga ou não certas palavras (quem é “sequestra-
cas que tocam em questões que afetam mino- do” e quem é “prisioneiro”), quem predica de
rias). Muitas vezes, os trabalhos tratam de uma forma ou de outra (reforma trabalhista é
acontecimentos recentes, no calor da hora “modernização” para uma classe e “precariza-
(Fora Temer, golpe), episódios recortados de ção” para outra). Os exemplos podem ser mul-
eventos (como da Parada Gay ou de um con- tiplicados. Por que Elisa Samúdio sempre foi
junto de manifestações — as de 2013 geraram chamada de ex-“amante” do “goleiro” Bruno?
muitos trabalhos). As vantagens desta decisão Tudo é político, mas algumas coisas são bem
são a própria “quentura” do acontecimento e o mais do que outras.

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TIRAS
NO
ENSINO
Paulo Ramos

8
Paulo Ramos é jornalista e professor do Depar-
tamento e do Programa de Pós-Graduação em
Letras da Universidade Federal de São Paulo. É
autor de Tiras no ensino, publicado pela Pará-
bola Editorial em 2017.

— VOCÊ PUBLICOU PELA PARÁBOLA


EDITORIAL O LIVRO TIRAS NO ENSINO. POR
QUE ESPECIFICAMENTE TIRAS, E NÃO
QUADRINHOS COMO UM TODO?
— A opção por abordar especificamente as ti-
ras foi por serem a forma de produção dos qua-
drinhos mais presente nos materiais didáticos
brasileiros. Por conta disso, acredito que falta-
va uma obra que desse um olhar mais detalha-
do sobre elas do ponto de vista educacional.

— E POR QUE AS TIRAS TÊM ESSE


DESTAQUE TODO?
— Há alguns fatores. O primeiro deles é pela fa-
miliaridade com elas. Elas estão presentes nos
jornais, em todas as redes sociais. É difícil não
esbarrar com alguma. O segundo é a tendência
de a maior parte delas ser humorística. Isso,
aos olhos dos organizadores dos materiais di-
dáticos, tende a tornar mais leve a abordagem
do tema a ser trabalhado com os alunos. Por
fim, há um terceiro elemento, de ordem edito-
rial. Elas são curtas. Isso ajuda muito na diagra-
mação da página de livros didáticos e de pro-
vas. Como os direitos de uso costumam ser
pagos aos autores, quanto menor a história,
menor o custo. Se fosse uma história em qua-

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drinhos mais longa, de várias páginas, o paga- que deveria se dirigir. Geralmente, esses casos
mento seria consideravelmente maior e pode- são descobertos pelos pais, que reclamam di-
ria até inviabilizar sua utilização. retamente com a escola ou, em casos mais ex-
tremados, se dirigem à imprensa, que transfor-
ma o caso em notícia. Algo bastante comum
— A OBRA FICA APENAS NO USO DE TIRAS nesses episódios é o de os envolvidos se es-
NO ENSINO OU APRESENTA ALGO A MAIS? pantarem pelo fato de os quadrinhos conterem
— Há um “algo a mais”, por assim dizer. Antes conteúdo adulto, como se isso fosse uma cul-
de aplicar as tiras ao ensino, é preciso entender pa da história ou de seu autor e não de quem
direito o que exatamente são as tiras e quais as fez a mediação, de quem levou o conteúdo para
suas peculiaridades. O livro procura dar esse o ensino. A tira ou a história não caminhou sozi-
aprofundamento. nha até a escola. Alguém tirou a história de seu
contexto original e a levou até os alunos.

— EM UM DOS CAPÍTULOS, VOCÊ COMENTA


ALGUNS CASOS POLÊMICOS DE USO DE — MAS HAVERIA PROBLEMA DE TEMAS
TIRAS NO ENSINO. OS EXEMPLOS ADULTOS REPRESENTADOS NAS HISTÓRIAS
MOSTRADOS INDICAM QUE NEM SEMPRE EM QUADRINHOS SEREM TRABALHADOS
ELAS SÃO LIDAS ANTES DE SEREM JUNTO AOS ALUNOS, NO SEU ENTENDER?
LEVADAS AOS ALUNOS. QUE PROBLEMAS — Não, desde que se tenha clareza no que se
ISSO TRAZ NA PRÁTICA? pretende com isso. Existem muitos temas na
— O principal problema é levar um conteúdo sociedade contemporânea que precisam ur-
aos alunos sem que ele tenha sido previamen- gentemente ser discutidos com os estudantes.
te analisado. Mas isso é apenas a ponta do ice- A questão é como. Se a opção for pelo uso de
berg. Atitudes como essa escondem a visão de uma história em quadrinhos para pautar a dis-
que as tiras e os quadrinhos como um todo cussão, ela precisa ser previamente seleciona-
tendem a ser direcionados apenas ao leitor in- da e lida pelo docente e contextualizada junto
fantojuvenil. Esse mesmo olhar se espanta ao aluno.
quando, por exemplo, uma história traz algum
conteúdo mais crítico ou de temática adulta.
Trata-se de uma visão estreita do que sejam as — VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO ATUALMENTE
histórias em quadrinhos. UM LIVRO-REPORTAGEM SOBRE CENSURAS
CONTEMPORÂNEAS AOS QUADRINHOS. HÁ
CENSURA AOS QUADRINHOS EM PLENO
— COMO ASSIM? SÉCULO 21?
— Houve vários casos, todos documentados, — Há. Muitas vezes não se trata do conceito
de uso de histórias em quadrinhos com conteú- clássico de censura, ou seja, de um conteúdo
do adulto em provas, livros didáticos ou outros proibido sumariamente após ter sido veicula-
materiais. Primeiro ponto a ser observado: a do, como tantas vezes ocorreu nos anos de
história não foi lida previamente. Segundo: não chumbo da Ditadura. A censura se manifesta
houve um direcionamento dela à faixa etária a contemporaneamente de diferentes formas.

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Isso pode ser feito por meio de intimidações tocensura, que não deixa de ser uma forma
judiciais, por manifestações de ódio e amea- concreta de silenciamento. Muitos quadrinhos
ças em redes sociais, por retirada de conteúdo e charges têm sido objeto dessa censura con-
de determinadas postagens, por retirada de temporaneamente no Brasil. O livro procura do-
obras de exposições ou mesmo de escolas. cumentar cada um desses casos.
São alguns exemplos. O ponto é que, com es-
sas diferentes maneiras de intimidação, conse-
gue-se criar, não só nos alvos preferenciais, — HÁ PREVISÃO DE LANÇAMENTO?
mas em todo o entorno social, um clima de au- — Neste ano [2022]. Se tudo der certo.

Professor associado I do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (Uni-


fesp), campus Guarulhos. Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São
Paulo (2007). Possui pós-doutorado em Linguística (Universidade Estadual de Campinas, 2009-
2011) e em Comunicação (Universidade de São Paulo, 2012-2013). É graduado em Jornalismo
pela Universidade Metodista de São Paulo (1995) e em Letras pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica de São Paulo (2003). Na imprensa, trabalhou na “Folha de S.Paulo” (1994-1995), na TV
Tribuna, afiliada da TV Globo (1996-2001) e na TV Cultura (2001-2003). Foi também consultor
de língua portuguesa da “Folha de S.Paulo” e do portal UOL (2006-2008). Como docente, atuou
na USP-Leste (2004), no cursinho Singular-Anglo (1991-2009) e nos cursos de Jornalismo e
Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo (2004-2009). É autor de “Tiras no
Ensino” (Parábola Editorial, 2017), “Tiras Livres - Um Novo Gênero dos Quadrinhos” (Marca de
Fantasia, 2014), “Revolução do Gibi - A Nova Cara dos Quadrinhos no Brasil” (Devir, 2012), “Fa-
ces do Humor - Uma Aproximação entre Piadas e Tiras” (Zarabatana Books, 2011), “Bienvenido
- Um Passeio pelos Quadrinhos Argentinos” (Zarabatana Books, 2010, premiado com o Troféu
HQMix de melhor livro teórico sobre quadrinhos), “A Leitura dos Quadrinhos” (Contexto, 2009,
também premiado com o Troféu HQMix), co-organizador de “Muito Além dos Quadrinhos - Aná-
lises e Reflexões sobre a Nona Arte” (Devir, 2009), “Quadrinhos na Educação - Da Rejeição à
Prática” (Contexto, 2009), “Quadrinhos e Literatura: Diálogos
Possíveis” (Criativo, 2014) e “Enquadrando o Real: Ensaios so-
bre Quadrinhos (Auto)Biográficos, Históricos e Jornalísticos”
(Criativo, 2016). Também é coautor de “Como Usar as Histó-
rias em Quadrinhos na Sala de Aula” (Contexto, 2010, 4 ed.).
Atua nas linhas de pesquisa: Leituras Críticas de Histórias em
Quadrinhos; Linguagem em Novos Contextos; Linguagem e
Comunicação.

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LÍNGUA
PORTUGUESA:
O VOCABULÁRIO
ORTOGRÁFICO
COMUM (VOC)
Carlos Alberto Faraco

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O
Acordo Ortográfico da Língua Portu- O IILP buscou cumprir essa tarefa, dando
guesa (AO) de 1990 previu a elabora- início, no período em que o Prof. Gilvan Müller
ção de um vocabulário ortográfico de Oliveira foi seu diretor executivo (2010-
comum. Sua elaboração é, portanto, uma con- 2014), ao projeto do VOC. Para isso, desenvol-
sequência natural do AO e deve ter caráter ecu- veu algumas importantes ações:
mênico. Ou seja, um vocabulário ortográfico (1) assinou um acordo de cooperação técni-
não apenas nacional — como até 1990 —, mas ca com o ILTEC (o Instituto de Linguística Teó-
um instrumento geral consolidador da ortogra- rica e Computacional, hoje vinculado à Univer-
fia definida pelo AO e representativo de todos sidade de Coimbra), pelo qual esse Instituto
os países de língua oficial portuguesa. assumiu a planificação e execução técnica do
Foi o Plano de Ação de Brasília para a Pro- VOC, aproveitando sua experiência no desen-
moção, a Difusão e a Projeção da Língua Portu- volvimento de várias ferramentas ortográficas,
guesa, saído da I Conferência Internacional so- em especial o VOP – Vocabulário Ortográfico
bre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Português, adotado como referência oficial na
Mundial, promovida pela CPLP-Comunidade aplicação do AO em Portugal pelo Conselho de
dos Países de Língua Portuguesa em 2010 em Ministros em 2011;
Brasília, que desencadeou a elaboração do (2) fez gestões junto ao governo português e
VOC, atribuindo-a ao IILP-Instituto Internacio- à Academia Brasileira de Letras para obter a ces-
nal da Língua Portuguesa. são das bases do VOP e do VOLP, respectiva-

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mente, para serem integradas ao VOC. Ambas Internacional sobre o Futuro da Língua Portu-
as gestões foram exitosas, o que garantiu um guesa no Sistema Mundial, em 2013, sendo re-
excelente ponto de partida para a elaboração do conhecido oficialmente, já com a incorporação
VOC, que agregou, pela primeira vez na história, posterior do VON de Cabo Verde, na X Confe-
as bases ortográficas portuguesas e brasileiras rência dos Chefes de Estado e de Governo da
num único instrumento de referência. CPLP, realizada em Díli (Timor-Leste) em 23 de
O IILP realizou, então, uma reunião técnica julho de 2014.
internacional em 2011, na cidade da Praia, Com a finalização do VON de São Tomé e
Cabo Verde. Nessa reunião, foram definidos os Príncipe, passamos a dispor de quatro novos
procedimentos metodológicos para a consti- Vocabulários Ortográficos Nacionais ao lado
tuição do VOC; para a incorporação do VOP e dos Vocabulários brasileiro e português, passo
do VOLP; e para a elaboração de Vocabulários essencial para a aplicação do AO nesses paí-
Ortográficos Nacionais dos países que ainda ses e para o preenchimento de uma lacuna
não dispunham de um. lexicográfica considerável.
Ficou também estabelecida a constituição Todo esse precioso acervo foi constituído
de um Corpo Internacional de Consultores com por meio de uma metodologia única e unifor-
especialistas de cada país da CPLP para atuar me, desenvolvida segundo o padrão tecnológi-
junto à Equipe Central do VOC, analisando tec- co mais avançado existente no campo, com
nicamente os critérios propostos por essa parceiros de reconhecida tradição na área e
Equipe para chegar a um consenso interpretati- consensuada em diferentes instâncias, e está
vo e contornar, quando necessário, eventuais posto numa base tecnológica avançada que:
omissões e incongruências do texto do AO.
Esse corpo de consultores discutiu e validou in- (a) permite ampliar as informações dis-
terpretações comuns para a aplicação de algu- poníveis sobre cada item lexical, quais
sejam, o paradigma flexional, a divisão
mas bases do AO, alcançando uma notável
em sílabas, a marcação da sílaba tôni-
convergência de critérios.
ca e relações funcionais com outras
Foram realizadas, em 2013 e 2014, quatro
entradas, especificamente com pala-
consultas a esse corpo de consultores, envol- vras morfologicamente relacionadas;
vendo a acentuação, o uso do hífen, a incorpora-
ção de estrangeirismos e o trato das chamadas (b) favorece seu reaproveitamento
para ferramentas de processamento
sequências consonânticas, importantes pela
da linguagem natural (como os corre-
variação que motivam e pela eliminação das
tores ortográficos) e para a pesquisa
chamadas consoantes mudas, aquelas que
científica;
não são pronunciadas em nenhum dos países.
(c) facilita as consultas dos especialis-
Os trabalhos se desenvolveram a contento,
tas e do público em geral;
tendo recebido apoio financeiro do governo de
Angola e do Instituto Camões. Uma primeira (d) deixa pronta a via para futuras atua-
versão do VOC, incluindo o Vocabulário Nacio- lizações.
nal de quatro dos oito países de língua oficial
portuguesa (Brasil, Moçambique, Portugal e Ti- O VOC é uma base de dados lexicais eletrôni-
mor-Leste) foi apresentada na II Conferência ca de grande escala e aberta. Inclui não apenas

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o vocabulário comum a todas as variedades na- gráficos tradicionalmente problemáticos, como
cionais da língua portuguesa, mas também os as regras de hifenização e a adaptação de pala-
vocabulários próprios de cada uma dessas va- vras importadas de outras línguas. Há, portanto,
riedades. É possível uma consulta geral obtendo toda uma dimensão generalizadora no VOC que
os espaços de que é característica cada forma, pautará sua atualização futura e a gestão con-
bem como uma consulta específica, na medida junta da ortografia do português.
em que cada Vocabulário Nacional mantém sua E, para concluir, é importante dizer que o
integral autonomia no interior do VOC. mais importante do processo de elaboração
O VOC não é, porém, uma mera lista de pala- do VOC é que ele tem servido de parâmetro
vras. Seu principal objetivo é construir uma para outros projetos, atuais e futuros, do IILP,
base de dados lexicais de livre acesso e repre- no sentido de apresentar um modelo multilate-
sentativa do léxico contemporâneo do portu- ral e compartilhado para a gestão da língua
guês. Ele não apenas reproduz as informações portuguesa, seja no campo da planificação do
contidas nos trabalhos lexicográficos existen- corpus, seja no campo da planificação do ensi-
tes, mas também agrega o uso corrente da lín- no/aprendizagem, dividindo custos de desen-
gua em todos os países em que o português é volvimento e otimizando resultados comuns
língua oficial e poderá servir, no futuro, como para todos os países.
base para um grande dicionário geral da língua. Uma língua internacional e pluricêntrica
No momento, o VOC, que já conta com aproxi- como o português exige precisamente esse
madamente 310 mil palavras, pode ser consul- tipo de gestão multilateral e compartilhada que
tado no endereço voc.iilp.cplp.org. supere os apegos nacionalistas e patrimonia-
A sua elaboração tem também outro efeito listas que ainda perturbam a dinâmica socio-
importante, qual seja, a consolidação de crité- política do português como língua internacio-
rios mais objetivos para resolver contextos orto- nal e sua projeção mundial.

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10 DICAS PARA
DESENVOLVER SUAS
COMPETÊNCIAS NA
FACULDADE DE LETRAS
Thiago Zilio Passerini

O
início de um curso envolve uma série Quando recebi o convite para compartilhar
de sentimentos, principalmente quan- minhas experiências, fiz uma autoanálise bas-
do se trata de uma graduação, inde- tante profunda e procurei reviver algumas pas-
pendentemente de já termos cursado outra fa- sagens muito importantes da época da gradua-
culdade ou de essa ser a nossa primeira vez no ção. Nelas encontrei a inspiração necessária
nível superior. para apresentar a você, ingressante no curso
Sejam quais forem os motivos que nos trou- de Letras, 10 dicas para que possa desenvolver
todas as suas competências em seus estudos
xeram, aqui nos encontramos: no primeiro se-
acadêmicos.
mestre do curso de Letras. Partilhei dessa sen-
sação há exatos catorze anos e, de lá para cá,
muita coisa mudou, embora eu já tenha perten- 1. ESTEJA ABERTO AO “NOVO”.
cido a uma geração de estudantes formados Ainda que a frase pareça óbvia, ela é muito váli-
sob uma ótica linguística, algo de grande valia da para o curso de Letras porque, ao longo da
em minha atuação como professor. graduação, uma série de “valores” com os quais

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nos deparamos ao longo de nossa vida escolar
3. COMPLETE A FRASE:
será colocada literalmente em xeque.
ESTUDANTES DE GEOGRAFIA
Se você optou pelo curso por amor à Língua
SERÃO GEÓGRAFOS,
e à Literatura, terá uma oportunidade primoro-
ESTUDANTES DE HISTÓRIA
sa de desenvolver ainda mais esse sentimento.
SERÃO HISTORIADORES,
Isso porque aprofundará seus conhecimentos
em ambas as vertentes. Entretanto, não se es-
ESTUDANTES DE
queça de que a abordagem será bem diferente
LETRAS SERÃO...
Letrados talvez seja a resposta, talvez não. O
da que tivemos na escola e envolverá outros
fato é que, muitas vezes, o caráter “abrangente”
aspectos, muito mais “científicos”.
de nosso curso nos gera uma certa “crise exis-
Tenha em mente que a “gramática” (como
tencial”. Isso ocorre porque, ao término de nos-
todos a conhecemos desde sempre) fará parte
sos estudos, não nos sentimos nem linguistas,
de seu curso, mas que ela não é, nem deve ser,
nem gramáticos, nem filólogos, nem críticos li-
voltado somente para esse aspecto. terários, nem revisores de texto.
Apesar de não contarmos, ainda, com uma
nomenclatura específica que nos dê um título
2. APROVEITE AS AULAS “específico” depois de formados, é preciso com-
DE LINGUÍSTICA. preender — e aceitar — que a amplitude de nos-
Para muitos, esse nome é uma novidade, até por- so curso não é e nem deve ser motivo para qual-
que fomos “educados” em um modelo de forma- quer crise. Seus estudos e suas aptidões farão
ção que apresenta a língua portuguesa sob uma de você aquilo pelo que será conhecido poste-
ótica estritamente gramatical normativista. riormente. Conheça todas as vertentes e, poste-
Aproveite a surpresa para compreender, em riormente, dedique-se ao estudo do que mais
profundidade, todas as nuances possíveis des- lhe despertar interesse. Lembre-se sempre de
sa disciplina, porque ela é de grande importân- que o curso funciona como uma introdução aos
cia para a reformulação de “velhos conceitos”. estudos científicos da língua e da literatura!
Você perceberá a diferença entre o trato pres-
critivo dado pela gramática à língua e a aborda-
4. LEIA E ESCREVA. MUITO.
gem científica dos fenômenos de linguagem
Aqui vai outra dica que parece redundante, mas
feita pela linguística.
não é. Embora não seja novidade, você se de-
Utilize as aulas para reformular suas postu- parará com uma grande quantidade de textos a
ras e atitudes linguísticas principalmente com serem lidos e escritos. Alguns lhe causarão in-
relação às noções de “erro” e “acerto”, bem como teresse, outros nem tanto. Ainda assim, não há
de “língua” e “comunicação”. Tudo isso é de ex- como fugir, sejam mais prazerosos, sejam me-
trema importância para você saber lidar, a todo nos, pareçam mais fáceis ou difíceis.
instante, com as questões da língua e não bus- Tenha em mente que leitura e escrita são
car somente “corrigir o que está fora da norma- práticas sociais que podem e devem ser apri-
-padrão”. O que importa é compreender “cientifi- moradas, principalmente no curso de Letras.
camente” os processos utilizados pelos falantes Para que isso seja possível, somente escreven-
até mesmo naquilo que se diz “errado”. do e lendo muito você conseguirá adquirir des-

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treza e segurança para compreender a produ- nhecimento humano. Revisite os clássicos e
ção de sentidos e a formulação de inúmeros perceba a mudança de sua percepção sobre as
gêneros textuais. obras ao longo da graduação.
Aproveite as disciplinas que tratem dos as- Não se esqueça também de que o mundo
pectos textuais para ler e refletir sobre as práti- literário vai além das obras brasileiras e portu-
cas de leitura e escrita, tendo em vista o fato de
guesas. Considere a variedade de países lusó-
elas serem os pilares de nosso curso e de nos-
fonos e explore outros autores. Ultrapasse as
sa formação.
fronteiras “Brasil e Portugal” e descubra novos
“sabores”.
5. FIQUE ANTENADO.
Se estamos falando, a todo instante, de língua
e linguagem, não é de espantar que precise- 7. SE ESCOLHER ALGUMA
mos estar em contato com as diferentes for- HABILITAÇÃO EM OUTRO
mas de realização de ambas. Por isso, fique IDIOMA E QUISER TER
antenado na maior quantidade possível de gê- COMPETÊNCIA DISCURSIVA
neros textuais. E entenda que o texto não preci-
NELE, ESTUDE-O.
sa ser, necessariamente, escrito.
No caso de ter escolhido alguma habilitação
Além de ampliar seu leque de conhecimen-
em outro idioma, além do português, certifi-
to, inclusive em outras áreas, como história, fi-
que-se de que será possível estudá-lo efetiva-
losofia, sociologia e antropologia, mantenha-se
informado sobre as novas possibilidades tex- mente. Ainda que o conhecimento da segunda
tuais, principalmente os gêneros digitais, de língua não seja obrigatório nos cursos de licen-
grande e crescente importância nas socieda- ciatura, não pense que a Faculdade de Letras
des modernas. será uma escola de idiomas.
Caso desconheça totalmente o segundo
idioma escolhido, procure aprendê-lo, sem es-
6. (RE)DESCUBRA OS SABORES perar que o curso lhe traga fluência, principal-
DO TEXTO LITERÁRIO. mente se esse for o seu objetivo. Se seu inte-
No curso de Letras, além de nos ocuparmos resse for mais instrumental, ainda assim é
das palavras sob uma ótica estritamente científi-
importante adquirir conhecimento na língua, a
ca, temos a oportunidade de estudar uma arte
fim de facilitar seu contato com os textos, que
que as utiliza como matéria-prima. Utilize a oca-
terão níveis de dificuldade variados.
sião para se deliciar com as obras estudadas, ten-
Você terá acesso a inúmeros textos que se
do em vista que dispõe de novas teorias para ana-
lisá-las e, consequentemente, compreendê-las. ocupam de questões relacionadas ao ensino e
Faça as leituras teóricas e confronte-as com à aprendizagem de idiomas. Utilize-os como
os textos literários propriamente ditos. Valha- um meio de encontrar o melhor caminho para
-se da dica anterior e estabeleça um diálogo melhorar e desenvolver suas competências
entre a Literatura e os outros segmentos do co- em língua estrangeira.

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8. SE TIVER EM MENTE O 10. PENSE, DESDE O INÍCIO, EM
MAGISTÉRIO, APROVEITE AS SEU PAPEL SOCIAL COMO
DISCIPLINAS PEDAGÓGICAS. FUTURO FORMADO
Caso o magistério se encontre entre as suas EM LETRAS.
pretensões, leve as disciplinas pedagógicas a Ainda que o cenário possa parecer adverso às li-
sério. Isso porque, como professor, você deve- cenciaturas, tendo em vista uma série de discur-
rá saber aliar o conhecimento teórico adquirido
sos que se apresentam de quando em vez na
às questões didáticas que envolvem o proces-
mídia, não se deixe levar por toda essa atmosfe-
so de ensino-aprendizagem.
ra tão “negativa”. Acredite na importância de sua
Utilize as disciplinas didáticas para repensar
formação e reflita sobre como você pode atuar
a sua formação escolar: o que poderia ter sido
na sociedade.
diferente? O que foi bom a ponto de tê-lo feito
Lembre-se também das inúmeras possibili-
escolher o magistério como profissão? Com
base nisso, procure encontrar caminhos que dades que você, profissional de letras, pode ter
façam de suas aulas um diferencial na vida de no mercado de trabalho. Aproveite as diferen-
seus futuros alunos. tes vertentes que serão apresentadas ao longo
Aproveite as aulas de tais matérias para pen- do curso para fazer uma análise daquilo que
sar no seu papel como professor, principalmen- lhe parecer mais atraente: seja o magistério,
te de língua portuguesa: o que deveria ser im- seja a revisão de textos, seja a crítica literária e
portante na formação de seus alunos? Como tantos outros caminhos possíveis.
você pode atuar a fim de proporcionar uma for- As presentes dicas, ainda que não sejam ne-
mação que faça com que os educandos sejam nhuma “receita de sucesso” e tampouco abor-
competentes linguisticamente? dem aspectos “totalmente inovadores”, fazem
parte daquilo que foi mais importante para mim
durante a graduação em Letras, concluída em
9. PARTICIPE DE PROJETOS DE 2008, e cujos reflexos ainda são sentidos em
INICIAÇÃO CIENTÍFICA. minha atuação no ensino da língua portuguesa,
No decorrer do curso, haverá a possibilidade de
o caminho que escolhi após o término da
ingresso nos chamados projetos de iniciação
licenciatura.
científica. Eles são uma porta que se abre a fim
Certamente, após a conclusão do curso,
de lhe proporcionar não só o estudo sistemáti-
você poderá, também, fazer uma lista de dicas,
co de determinado assunto, como também o
semelhante ou totalmente diferente da que leu
de compreender os meandros da própria pro-
dução acadêmica. aqui. Isso não é tão importante. O ideal é que
Além disso, ela pode vir a se tornar a base você chegue ao fim dessa etapa que se inicia e,
para a confecção de seu trabalho de conclusão oxalá, tenha os mesmos sentimentos que eu
de curso, o famoso TCC e, por que não, de ou- tenho por esse nosso plural, controverso, polis-
tras produções acadêmicas. Lembre-se de que sêmico e, por que não, encantador curso
a pesquisa é um fator essencial, inclusive após de letras.
o término do curso. Boa sorte!

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DICAS DE
LEITURA

Letramentos
múltiplos:
Tiras no ensino
escola e
inclusão social Paulo Ramos

Roxane Rojo

adquirir adquirir

A vida A análise
na Grécia do discurso
Marcos Bagno Sebastião Josué Votre

adquirir adquirir

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CONFIRA OS TEXTOS DO
BLOG DA PARÁBOLA EDITORIAL

Hermann Paul, pioneiro da


linguística moderna
A narrativa dos progressos científicos precisa Em 1864, a Prússia (ancestral da Alemanha)
ser periodicamente reavaliada, criticada e, se promoveu uma guerra contra a Dinamarca, da
for o caso, refeita. Afinal, como diz o provérbio, qual saiu vitoriosa. Em 1866, venceu a Áustria
quem conta um conto aumenta um ponto, e em outra guerra. E em 1870-1871, foi a vez de
esse ponto vem sempre desenhado pela ines- combater a França, que se viu derrotada e hu-
capável ideologia. E foi bem isso o que aconte- milhada com a ocupação de Paris. Mais adian-
ceu na virada do século 19 para o 20. E, ao te, a Alemanha, já unificada, promoveu a Pri-
contrário do clássico de Marx e Engels, A ideo- meira e, bem depois, a Segunda Guerra Mundial.
logia alemã, aqui vamos falar de uma ideologia Tudo isso fez surgir e crescer, na Europa oci-
antialemã. dental, um forte sentimento. [...]

Leia na íntegra aqui: Hermann Paul, pioneiro da linguística moderna – Blog da


Parábola Editorial (parabolablog.com.br)

REVISTA DIGITAL PARÁBOLA A REVISTA DIGITAL PARÁBOLA é uma revista mensal da Pará-


Ano 1 • Edição 11 • janeiro de 2021 bola Editorial. Os artigos publicados com assinatura não traduzem
Editora: Talita Benegra a opinião da Parábola Editorial. Sua publicação obedece ao propó-
sito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do
Diagramação: Jônatas Jacob
pensamento contemporâneo.
Revisão: Gisele Massaki
Parábola Editorial LTDA
Colaboradores: Carlos Alberto Faraco, Maria Eduarda Costa, Rua Dr. Mario Vicente, 394 – Ipiranga
Paulo Ramos, Sírio Possenti e Thiago Zilio Passerini 04270-000 São Paulo, SP
Imagem da capa: Freepik atendimento@parabolaeditorial.com.br
Imagens e ilustrações: Freepik www.parabolaeditorial.com.br

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