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ANO1•EDIÇÃO10•DEZ/2021

FAKE NEWS, DISCURSO


E (PÓS)VERDADE
Vanice Sargentini
PÁGINA 8

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DESVENDAR A
ENUNCIADO DE
ATIVIDADES E TAREFAS
ESCOLARES: MUDA
LINGUAGEM DO NATAL
ALGUMA COISA NO
ENSINO REMOTO?

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CINCO PASSOS
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O MERCADO DE
PARA PRODUZIR UM
TRABALHO PARA
ARTIGO CIENTÍFICO
O LINGUISTA
DE QUALIDADE
DESVENDAR A
LINGUAGEM DO NATAL
Maria Eduarda Costa

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O
final do ano chegou e deu início a
uma das festas mais esperadas do Um dos principais símbolos
mundo: o Natal. Mas qual a origem
etimológica deste termo e quais os usos lin-
natalinos é o presépio do
guísticos inerentes a ele? A partir de uma longa menino Jesus. Sua primeira
pesquisa, tornou-se possível desvendar todos versão foi feita por São
os “segredos” por trás da linguagem natalina. Francisco.
Derivada do latim, a palavra “natal” nasceu
da expressão “dies natalis”, ou seja: dia de natal.
Assim, o termo “natal” é originalmente um adje- Outros termos relativos à comemoração na-
tivo, sendo possível notar suas raízes em ex- talina são a expressão “ceia de Natal”, “árvore
pressões como: terra natal, aldeia natal, de Natal”, “Papai Noel”, “Missa do Galo”, entre
entre outros. outras tantas. A construção desses usos conta
Apesar de existirem palavras semelhantes com muitas histórias relacionadas ao tema.
em outras línguas, o vocábulo “natal” é exclusivo Nessa perspectiva, o nascimento do filho da
do idioma português e do italiano (Natale). São Virgem Maria é um fato histórico que rompeu
distintas as denominações que remetem ao barreiras como um acontecimento único, mu-
nascimento de Jesus em outras línguas: Navi- dando a história da humanidade. Segundo a
dad ou Noche Buena (espanhol); Noël (francês); tradição, o dia de Natal foi colocado na data em
Christmas (inglês), Weihnachten (alemão). que os romanos festejavam o Sol pelo Solstício
Em espanhol, a expressão utilizada significa de Inverno, afirmando que o novo Sol, Jesus,
“Natividade”, fazendo alusão ao nascimento do
chegaria para iluminar toda a humanidade.
Menino, com um termo também proveniente
A decoração natalina que utilizamos para
do latim: nativitas, nativitatis, ‘nascimento’. O vo-
adornar os ambientes também faz parte da lin-
cábulo inglês “Christmas” é uma forma abrevia-
guagem do Natal e merece destaque. A árvore,
da de “missa de Cristo”. A palavra é registrada
geralmente um pinheiro, foi escolhida para re-
como Crīstesmæsse em 1038 e Cristes-messe
presentar a árvore da vida. Com origem roma-
em 1131. O termo alemão “Weihnachten” quer
na, a guirlanda remete a resistência e saúde.
dizer “noite santa”, referindo-se ao solstício de
Contudo, um dos principais símbolos natali-
inverno e à celebração da festa dos mortos. Já
nos é o presépio do menino Jesus. Sua primei-
a expressão francesa tem significado similar
ra versão foi feita por São Francisco. O intuito
ao do termo português.
da representação é recordar a pobreza e delica-
deza do menino Jesus, um não pacto com a
ideia de poder e ganância da atualidade.
Derivada do latim, a palavra Agora, após desvendar a etimologia, o contex-
“natal” nasceu da expressão to histórico e o sentido por trás da decoração,
ficou mais fácil entender a linguagem natalina
“dies natalis”, ou seja: dia
e seus desdobramentos. Independentemente
de natal. de sua religião, entregue-se ao espírito natalino
e aproveite as festas de final de ano!
CINCO PASSOS
PARA PRODUZIR UM
ARTIGO CIENTÍFICO
DE QUALIDADE
Lília Santos Abreu-Tardelli
O
artigo científico é hoje o gênero tex-
tual mais conceituado na divulga-
ção do saber acadêmico, além de
ter se tornado um meio de assegurar o espaço
profissional do pesquisador. Esse espaço vem
se ampliando e abraçando também os gra-
duandos¹, que têm sentido a necessidade das
práticas da escrita acadêmica para além da
obtenção de nota na avaliação de disciplinas
(uma publicação pode ser critério para classifi-
cação na obtenção de bolsa de pesquisa, por
exemplo). No entanto, nosso maior argumen-
to para a relevância da escrita de artigo cientí-
fico na graduação (e na pós-graduação) é que
sua escrita pode contribuir para desenvolver
capacidades linguageiras no discente, que po-
derão ser mobilizadas em outras situações
acadêmicas. Tal argumento se baseia na tese
do gênero textual/discursivo enquanto instru-
mento psicológico (no sentido vygotskiano do
termo), desenvolvida por Bernard Schneuwly,
pesquisador da Universidade de Genebra. As-
sim, não importa se o discente irá ou não, de
fato, precisar escrever um artigo científico em
sua vida acadêmica, mas sim as capacidades
linguageiras desenvolvidas ao se trabalhar a
produção escrita desse gênero e as operações
envolvidas na produção de linguagem: sinteti-
zar, relacionar ideias, concluir, fazer escolhas
lexicais adequadas ao objetivo que se tem, fa-
zer escolhas temáticas adequadas ao público-
-alvo e local de publicação, seleção dos con-
teúdos, entre inúmeras outras. Além disso, o
artigo científico também faz interface com ou-
tros gêneros da esfera acadêmica, tais como o
resumo, a resenha, o projeto de pesquisa, a
dissertação, a tese, além do seminário e da
comunicação oral.

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Vamos, então, a algumas dicas básicas para 2. A ESCRITA PRECISA DA MEDIAÇÃO DOS
quem quer escrever um artigo científico. A enu- PARES
meração das dicas visa facilitar alguns esclare- Seu artigo será lido por pareceristas que irão
cimentos sobre o processo como um todo, não avaliá-lo; traga, então, esse momento de avalia-
reflete uma linearidade do processo de escrita. ção para o meio do processo. É importante que
seu artigo seja lido por outro(s) antes da versão
1. O ARTIGO FINAL NÃO CONTERÁ TUDO O final, pois, quando pensamos que algo está cla-
QUE VOCÊ LEU, PESQUISOU E ESCREVEU ro, a leitura do texto por um par pode nos dar
O processo da escrita do artigo científico pistas de que a ideia, a lógica do texto e outros
pode ser desmembrado em três instâncias que pontos importantes não ficaram tão claros as-
devem ser compreendidas como inerentes a sim. O individualismo não é o melhor caminho
esse processo. Inicialmente, a prescrição (ou a para a escrita acadêmica. Valorize seu coletivo,
autoprescrição) do que lhe foi solicitado: se a colegas, pessoas que você sabe que podem
escrita do artigo for a avaliação de uma discipli- contribuir para a melhoria do texto. Esse outro
pode também ser seu coautor, mas, se não for,
na, é importante considerar também as instru-
e ainda assim trouxer contribuições valiosas
ções de seu professor. Se você pretende escre-
para o texto, que tal uma nota de rodapé de
ver para publicar em uma revista, verifique as
agradecimento? Gentileza e ética também são
normas da revista para saber se seu trabalho
importantes no contexto acadêmico².
será aceito, tanto em relação à temática, quan-
to ao número de páginas ou de seu papel so-
3. A ESCOLHA DO TEMA
cial, ou seja, aluno de graduação, de pós-gra-
O tema é o objeto de sua investigação e po-
duação etc. Em segundo lugar, ter em mente
derá auxiliar outras pessoas a compreendê-lo
que boa parte do que você pesquisar pode não
melhor e/ou mudar o ponto de vista de outros
ser utilizado na versão final e (boa) parte do
leitores sobre ele. Vale lembrar que escrevemos
que você escrever poderá ser excluído de seu
para uma comunidade científica ampla que
texto final. Exemplifiquemos esse processo
nem sempre compartilha as mesmas teorias
com a escrita do objetivo. Sua definição não é que nós. Portanto, quanto mais clareza e boa
feita de forma imediata e no início do processo, argumentação, melhor. Assim, defina seu tema
ele irá se modificar conforme seu trabalho de de maneira clara e, sim, pense que um bom tex-
pesquisa e de escrita for se materializando. En- to pode convencer seu leitor ou, no mínimo, dei-
tenda que esse processo, que não aparece na xá-lo sem argumento contrário. O tema pode
versão final, é comum a todo escritor (não só ser definido de inúmeras formas: por leituras
aos acadêmicos). Compreender isso fará des- feitas, de uma prática de laboratório ou de ensi-
sa “etapa invisível” um processo riquíssimo de no, de observações da mídia, de textos teóricos
aprendizagem em sua caminhada para tornar- que carecem de estudos mais aprofundados
-se escritor de artigo científico, ou seja, das es- sobre uma problemática; entre outros. Evite te-
colhas que você precisou fazer e de outras que mas muito amplos: delimite o que irá discutir
você deixou de fazer. Por fim, o trabalho final, já dentro de uma temática maior. O tema pode
realizado, é a versão final de seu texto, encami- ser estudado a partir do que foi feito pelos auto-
nhada ou aceita para publicação. res de maior relevância na área (fontes primá-

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rias) ou de pesquisadores que retomaram o (iii) artigo de pesquisa de campo: apresen-
que esses autores disseram (fontes secundá- ta uma pesquisa realizada em campo, com co-
rias). É fundamental não só consultar fontes leta e análise de dados.
primárias, como também ter discernimento de Identifique qual artigo é o mais adequado
quando citá-las e de quando citar as fontes se- para seu objetivo e pesquise se há outros tipos
cundárias. O fato de ter tido acesso a determi- de artigos comuns à sua área de atuação.
nado conceito através de fontes secundárias
não lhe dá o direito de camuflar a fonte primá-
5. A ARTICULAÇÃO ENTRE AS PARTES DO
ria. Há maneiras de deixar isso claro em seu
ARTIGO
texto. Por fim, saber onde publicaremos ajuda a
A articulação do artigo é fundamental, ou
definir a temática, pois podemos levantar hipó-
teses sobre os possíveis leitores e a familiarida- seja, os efeitos pretendidos sobre os destinatá-
de deles (ou não) com o tema escolhido. Afinal, rios e a relação desses efeitos com as formas de
devemos começar a escrita de um texto defi- organização textual. Geralmente, um artigo con-
nindo para onde e para quem escreveremos o tém as seguintes partes: título/autor/filiação; re-
artigo, e não o contrário. sumo/abstract; introdução, revisão de literatura,
metodologia, resultados, considerações finais,
4. A ESCOLHA DO TIPO DE ARTIGO referências bibliográficas. É fundamental que, na
Artigos são organizados segundo o tipo de leitura do texto, os leitores possam apreender
pesquisa que querem mostrar. Alguns deles são: essas relações lógicas; portanto, elas devem ser
(i) artigo de revisão teórica ou bibliográfica: linguisticamente explicitadas, assinaladas. Cada
relata uma pesquisa que consiste em um le-
uma dessas partes tem seus objetivos e conteú-
vantamento de toda ou boa parte da literatura
dos específicos e isso deve ser respeitado. Não
publicada sobre um tema em um período de
se deve, por exemplo, colocar várias citações de
tempo específico;
autores e conceitos na introdução. Esse não é o
(ii) artigo de relato de experiência: relata
um experimento feito para testar determinadas objetivo da introdução e sim o da revisão da lite-
hipóteses (há um ambiente experimental con- ratura. E, por falar em introdução, além de pri-
trolado) ou apresenta o relato de uma experiên- mordial, ela é o chamariz para a leitura do todo.
cia/vivência do autor, como por exemplo: a apli- Em nossa experiência de leitores, essa é uma
cação de uma técnica, a realização de uma parte que apresenta muitos problemas e que
atividade etc.; mereceria um capítulo à parte.

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FAKE NEWS,
DISCURSO E
(PÓS)VERDADE
Vanice Sargentini

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E
m recente obra coletiva publicada pela
Parábola Editorial, Discurso e (pós)verda-
de, organizada por Luzmara Curcino, Va- O modo de funcionamento
nice Sargentini e Carlos Piovezani, Vanice Sar- das redes sociais foi
gentini e Pedro Henrique Varoni de Carvalho
instrumentalizado por
escrevem sobre a vontade de verdade e as fake
news. Aqui entrevistados, eles falam um pouco
estratégias criminosas de
sobre o tema. circulação de desinformação,
Três anos depois de ser escolhida como pa- com interesses político-
lavra do ano pelo Oxford Dictionary, a ideia de partidários
pós‑verdade continua atual, porque diz respeito
às disputas de poder na sociedade conectada.
É preciso sempre perguntar quem fala em pós- Para o filósofo Michel Foucault, é a vontade
‑verdade e em qual contexto. A expressão se de verdade que na prática discursiva forma o
relaciona a fenômenos complexos da socieda- objeto de que se fala. Por exemplo, a soma de
de do século XXI: a percepção de que as cren- enunciados em sua regularidade possibilita-
ças e emoções moldam mais a opinião pública ‑nos conhecer a homossexualidade ora como
do que os fatos objetivos, mas também, a de- pecaminosa (num discurso religioso), ora
pender de quem fala, pode sugerir a existência como um distúrbio (num dado discurso psico-
de outras “verdades” contra o discurso da mí- biológico), ou ainda como uma orientação na-
dia hegemônica, considerada mentirosa. tural (num discurso de direitos identitários). Ve-
O que está no centro da questão é a des- rificamos assim que os discursos têm um
construção de certa concepção da instituição papel central na constituição da verdade. A es-
jornalística, cuja credibilidade está historica- fera jornalística, assim como a esfera acadêmi-
mente associada à informação verificada. O co‑científica ou a política não são neutras! Veja-
mos: parte do jornalismo hoje constrói uma
modo de funcionamento das redes sociais foi
verdade a serviço de um grupo religioso, a ser-
instrumentalizado por estratégias criminosas
viço do neofascismo ou a serviço do ultraneoli-
de circulação de desinformação, com interes-
beralismo. O que temos de considerar é que as
ses político‑partidários, algo que se deu nas
notícias falsas não existem por si. Há um jogo
eleições americanas a partir de 2016 e, no Bra-
de movimentação e deslocamento desses
sil, em 2018.
enunciados que se justificam por interesses de
Essa estratégia permanece, embora hoje determinados grupos.
existam iniciativas de resistência tanto no cam- Há, enfim, uma articulação da verdade com
po jurídico, quanto no jornalístico, com as agên- o poder. A proliferação de notícias contestá-
cias de fact‑checking em campos voltados à veis, de enunciados produzidos em situação de
educação para as mídias. Há uma percepção falso contexto ou de falsas conexões atendem
de que esse fenômeno tem um impacto nas ao desejo do sujeito de dizer e de consumir no-
democracias representativas e deve ser com- tícias inscritas num dado regime de verdade,
batido. Mas não se pode desmerecer o poder de uma vontade de verdade alinhada a institui-
das forças em jogo. ções dominantes e seculares.

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ENUNCIADO DE
ATIVIDADES E TAREFAS
ESCOLARES: MUDA
ALGUMA COISA NO
ENSINO REMOTO?
Denise Lino de Araújo

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Q
uando escrevi o livro Enunciado de Em função desse cenário, a elaboração de
atividades e tarefas escolares – enunciados de atividades e de tarefas escola-
modos de fazer, a referência era o en- res se mostra muito relevante e deve ser levada
sino presencial e a atuação docente naquilo em consideração pelo(a)s docentes dos dife-
que hoje pode ser chamado de o trabalho con- rentes componentes curriculares. A autoria de
vencional do professor: na escola, com alguns material didático, conforme defendo em meu
horários para planejar e elaborar atividades livro, é uma competência a ser enfatizada nos
para os alunos. No momento do planejamento, cursos de formação inicial e continuada, dada
era comum a discussão com colegas, a apre- sua importância para a autonomia e o desen-
sentação de sugestões e quase sempre a re- volvimento profissional. Por isso, o propósito
facção dos enunciados. da obra é apresentar critérios para a redação
Como decorrência da COVID-19, a suspen- de enunciados escolares. Se eles estiverem
são das aulas presenciais levou à introdução do
tecnicamente corretos e forem escritos de
ensino remoto, que mudou esse cenário. Não
modo desafiador, tanto discentes quanto os
só a sala de professores e a sala de aula estão
que os assistem entenderão o que está sendo
na sala da casa dos professores, como aquela
explicitado, questionado, solicitado. Quando se
interlocução presencial com os colegas é tam-
tem isso em vista, é possível elaborar ativida-
bém remota, virtual, por vezes assíncrona, o
des em função das aprendizagens dos alunos.
que leva à perda do timing da discussão. Po-
O livro está organizado em quatro capítulos.
rém, a mudança mais significativa nesse cená-
No primeiro, abordo o conceito de atividade e
rio diz respeito à interlocução. Nesse momento,
de tarefas e sua relação com a aula de leitura e
o primeiro interlocutor do professor não é mais
necessariamente seu (sua) aluno(a); é também, de escrita. No segundo, apresento os concei-
e às vezes primeiro, o pai/a mãe, os avós e/ou tos de sequência injuntiva e sua utilização em
os(as) cuidadores(as) das crianças e adoles- enunciados de atividades escolares. No tercei-
centes que estão assistindo aulas através de ro, reviso as noções de níveis de leitura e ques-
celulares, notebooks e até TV e rádio, nos cená- tões de compreensão com a finalidade de
rios díspares do Brasil. Assim, o professor hoje apresentar modelos de questões discursiva e
não só “fala”, mas escreve para um outro públi- de múltipla escolha. Concluindo, no quarto ca-
co que precisa receber de forma clara as instru- pítulo, dou destaque ao tipo de questão de múl-
ções sobre o que fazer e como fazê-lo. tipla escolha usado no Exame Nacional de En-
sino Médio (ENEM).
Embora tenha escrito meu livro pensando
A autoria de material didático, nos professores de português, os fundamen-
conforme defendo em meu tos aplicam-se à elaboração de atividades e ta-
refas de diferentes componentes da educação
livro, é uma competência a
básica. Quem diz isto não sou eu, mas os pro-
ser enfatizada nos cursos de fessores com os quais já dialoguei.
formação inicial e continuada, Agora, está na hora de um outro diálogo co-
dada sua importância meçar. Dessa vez, em torno do trabalho pro-
posto como parte do ensino remoto. O que me-
para a autonomia e o
lhora nessa modalidade quando as atividades
desenvolvimento profissional. e tarefas são lidas/entendidas e realizadas por
alunos/pais/avós/cuidadores?

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O MERCADO DE TRABALHO
PARA O LINGUISTA
Parábola Editorial

DESCRIÇÃO evolução... Ele ou ela podem se concentrar na


Os linguistas trabalham com idiomas utili- estrutura das frases ou palavras ou na maneira
zando uma abordagem científica. pela qual elas permitem que o mundo seja ex-
presso. Para entender como funciona uma lin-
PRINCIPAIS ATIVIDADES guagem, ele ou ela podem recorrer a várias
Como especialistas em idiomas e lingua- ciências: fonética, sintaxe, morfologia, lexicolo-
gens, os linguistas observam, analisam e ten- gia etc., mas também neurociência, psicologia
tam entender o funcionamento da linguagem e e sociologia.
das línguas utilizando uma abordagem científi-
ca. Estão interessados em sua construção e ONDE ELES TRABALHAM?
evolução... seu trabalho não tem nada em co- Os linguistas podem trabalhar no campo da
mum com o de um tradutor ou intérprete. pesquisa, em universidades ou organizações
de pesquisa. Eles também podem ser contrata-
COMO ELES ATUAM PROFISSIONALMENTE? dos por empresas editoriais, de telecomunica-
Os linguistas podem trabalhar em pesquisa ções ou de serviços de TI.
ou no campo da linguística aplicada: processa-
mento automático de linguagem, por exemplo, HABILIDADES PARA SER UM LINGUISTA
para o desenvolvimento de serviços informáti- Qualidades exigidas
cos ou digitais (tradutores automáticos, sínte- Erudição:
se de voz, robôs conversacionais, etc.), o estu- Os linguistas são, acima de tudo, entusias-
do de mecanismos de aprendizagem de tas do idioma. Eles devem ter profundo domí-
línguas em adultos ou crianças (para a redação nio dos estudos da linguagem, mas também
de livros escolares, por exemplo), ou terminolo- de pelo menos uma língua estrangeira, ou mes-
gia (para encontrar equivalentes para termos mo uma língua antiga. Eles também devem es-
técnicos estrangeiros). Eles estudma idiomas tar interessados nos fatores culturais e socioló-
antigos ou atuais, na forma oral ou escrita, dis- gicos que influenciam a linguagem.
secam seus usos ou códigos, analisam sua Paciência:

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A pesquisa linguística requer rigor e perseve- — Apresentar e explicar os avanços científi-
rança: às vezes são necessários vários anos cos e o trabalho de pesquisa
para atingir o resultado final. — Fornecer apoio científico a pesquisado-
Didática: res, instituições e empresas
O linguista deve ter boa capacidade de sínte-
— Aconselhar pesquisadores, instituições e
se e análise para apresentar os resultados de
empresas sobre questões científicas
sua pesquisa, por escrito ou oralmente.
Know-how — Processamento de informações (coleta,
— Definir os temas, objeto e finalidade dos classificação e atualização)
estudos ou pesquisas — Intervir sobre um tema específico de pes-
— Definir as orientações estratégicas de quisa em ciências humanas e sociais
uma estrutura Conhecimento
— Determinar e desenvolver métodos de — Métodos de investigação
pesquisa, coleta de dados e análise — Software de modelagem e simulação
— Supervisionar ou realizar investigações,
— Metodologia de pesquisa
observações e coleta de informações sobre o
— Análise estatística
tema da pesquisa
— Interpretar os dados coletados e formali- — Ferramentas de automação de escritório
zar os resultados obtidos — Software de gerenciamento de documentos
— Escrever relatórios, publicações e memó- — Gerenciamento de projetos
rias de trabalhos de pesquisa — Linguística

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DICAS DE
LEITURA

Artigo de
opinião:
sequência Discurso e
didática pós(verdade)
funcionalista Luzmara Curcino,
Vânia Cristina Vanice Sargentini e
Casseb-Galvão Carlos Piovezani
e Milcinele da
Conceição Duarte

adquirir adquirir

Ensinar a
Enunciado ler, aprender
de atividades a avaliar:
e tarefas avaliação
escolares - diagnóstica das
modos de fazer habilidades de
Denise Lino de
leitura
Araújo Robson Santos
de Carvalho

adquirir adquirir

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CONFIRA OS TEXTOS DO
BLOG DA PARÁBOLA EDITORIAL

O médico e o monstro na web:


um raôxis dos letramentos e da
intolerância linguística
Caso de intolerância linguística entre médico e aspas aqui têm mais de uma função, mas uma
paciente reacendeu debate sobre os letramen- delas é retomar termos empregados por ou-
tos no Brasil, texto dwe Ana Elisa Ribeiro. tros redatores. Uma pesquisa rápida no Goo-
Todos sabemos que questões sociais e ques- gle trará à sua tela diversas notícias, em veícu-
tões de linguagem estão ali, ó, juntinhas. Não los de imprensa maiores ou menores, relatando
é sem razão que o bafafá da última semana de – mas não apenas isso – o caso de intolerân-
julho, nas redes sociais e na web brasileira, te- cia linguística ou de preconceito linguístico,
nha relação com um jovem médico que “debo- para usar os termos respectivos de Marta
chou” de um paciente que “falava errado”. As Scherre e de Marcos Bagno, autores da [...]

Leia na íntegra aqui: O médico e o monstro na web – Blog da Parábola Editorial


(parabolablog.com.br)

REVISTA DIGITAL PARÁBOLA A REVISTA DIGITAL PARÁBOLA é uma revista mensal da Pará-


Ano 1 • Edição 10 • dezembro de 2021 bola Editorial. Os artigos publicados com assinatura não traduzem
Editora: Talita Benegra a opinião da Parábola Editorial. Sua publicação obedece ao propó-
sito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do
Diagramação: Jônatas Jacob
pensamento contemporâneo.
Revisão: Gisele Massaki
Parábola Editorial LTDA
Colaboradores: Denise Lino de Araújo, Lília Santos Abreu- Rua Dr. Mario Vicente, 394 – Ipiranga
Tardelli, Maria Eduarda Costa e Vanice Sargentini 04270-000 São Paulo, SP
Imagem da capa: Freepik atendimento@parabolaeditorial.com.br
Imagens e ilustrações: Freepik www.parabolaeditorial.com.br

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