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2º Ano - Material de Cálculo Financeiro-FECUAN

TEMA: III Regime de Capitalização Composta

3. Regime de Capitalização Composta

3.1. Introdução

No regime de juros compostos, os juros de cada período são incorporados ao


capital para que este sirva de base de cálculo dos juros do período seguinte, ou
seja, os juros gerado por uma determinada aplicação é incorporada ao capital
para passar a gerar juros do período seguinte.

3.2. Cálculo do montante e capital

Chamamos de capitalização o processo em que os juros são incorporados ao


capital. No regime de juros simples não há capitalização pois apenas o capital
inicial rende juros.

Logo o regime de juros composto é o mais comum no cotidiano, no sistema


financeiro e no cálculo económico.

Na generalidade a expressão (1 + 𝑖)𝑛 é chamado de factor de capitalização ou


factor futuro para aplicação. Este factor é utilizado como multiplicador nas
seguintes modalidades:

Factor de capitalização (1 + 𝑖)𝑛 : permite encontrar o montante ou o valor


futuro de uma aplicação, ou seja capitaliza o principal levando a uma data
posterior.

𝑆 = 𝑃(1 + 𝑖)𝑛

Factor de desconto (1 + 𝑖)−𝑛 : permite encontrar o principal de um determinado


montante, ou seja desconta um valor futuro trazendo à uma data anterior.

𝑃 = 𝑆(1 + 𝑖)−𝑛

Onde:

S: montante ou valor acumulado; P: capital; i: taxa de juro e n: tempo.

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3.3. Comparação entre os regimes de juros Simples e Composto

Nos juros composto o dinheiro cresce exponencialmente em progressão


geométrica ao longo do tempo, o que é mais rápido, ao passo que a juros simples
o dinheiro cresce linearmente pois não há capitalização de juros.

No regime de juros compostos os de cada período são incorporados ao capital


para o cálculo dos juros do período seguinte. No regime de juros simples os
juros de cada período são calculados sobre o mesmo capital inicial.

Se aplicarmos 100 unidades monetária durante três meses a taxa de jura de 20%
ao mês teremos os seguintes rendimentos e montante no regime de juros simples
e composto.

Juros simples Juros compostos


Mês Juros Montante Juros Montante
1⁰ 1000×0,2=200 1200 1000×0,2=200 1200
2⁰ 1000×0,2=200 1400 1200×0,2=240 1440
3⁰ 1000×0,2=200 1600 1440×0,2=288 1728

Exemplo:

Para facilitar este entendimento admitamos dois capitais de 1.000,00 u.m. cada
um sejam aplicados à taxa de 3% ao mês, um a juro simples e o outro a juros
compostos. Os montantes produzidos pelos respectivos capitais, no final de
diversos prazos, são reproduzidos na Tabela que se segue. Para enfatizar as
diferenças existentes entre os resultados produzidos pelos dois regimes de
capitalização, serão apresentados na mesma tabela as taxas mensais de juros
simples, necessárias a cada prazo, para produzir o mesmo montante obtido à
taxa de juros compostos de 3% ao mês, em igual prazo.

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PRAZO Montante calculado à Montante calculado à Taxa mensal de juros


taxa de juros simples taxa de juros compostos simples p/ obter o montante
(meses)
de 3% ao mês de 3% ao mês a juros compostos de 3%
6 1.180,00 1.194,05 3,234
12 1.360,00 1.425,76 3,548
18 1.540,00 1.702,43 3,902
24 1.720,00 2.032,79 4,303
30 1.900,00 2.427,26 4,758
36 2.080,00 2.898,28 5,273
42 2.260,00 3.460,70 5,859
48 2.440,00 4.132,25 6,526
54 2.620,00 4.934,12 7,285
60 2.800,00 5.891,60 8,153

Montantes para um capital aplicado de 1.000,00 u.m.

M1 - a juros simples

M2 – a juros compostos

Adaptação a partir de (LAUREANO, 2011, p. 88)

Os dados transcritos mostram que as diferenças entre os montantes produzidos a


juros simples e compostos acentuam-se em função do aumento dos prazos,

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sendo que, no final de 60 meses o montante produzido a juros compostos é


superior ao dobro do montante obtido a juros simples, considerada a taxa de 3%
ao mês. Esses dados também mostram que é necessário aplicar 1.000,00 u.m. à
taxa de juro simples de 3,548% ao mês, durante 12 meses, para obter montante
idêntico àquele produzido pela aplicação de igual valor , pelo mesmo prazo, à
taxa de juros compostos de 3% ao mês; para 60 meses, somente se obtém o
mesmo montante pela aplicação a uma taxa simples de 8,153% ao mês; apenas
para o prazo de 1 mês, montantes de mesmo valor são produzidos por iguais
taxas de juros simples e compostos

Exemplos

1) Considere um investidor que pretende fazer uma aplicação financeira de


Kz.100.000,00 por um período de 3 anos. Sabe-se que a taxa de juro é de
10%/ano e que o cálculo de juros é efectuado anualmente em regime de
juro composto. Com base nessa informação, determine o montante de
juros pagos a este investidor ao fim dos 3 anos e os juros acumulados ao
fim do 3º. Ano. R: 33.100,00
2) Qual o capital que em 6 anos aplicado a taxa de juros compostos de 15%
a.a. monta 14.000,00.

R: 6.052, 59

3) A juros compostos de 20% a.m., qual o montante de 3.500,00 em 8 meses.

R: 15.049,37

4) A que taxa de juros um capital de 13200u.m pode transformar-se em


35.112, 26u.m considerando um período de aplicação de 7 meses

R:15%

5) Em quantos meses um capital no valor de 5000,00 aplicado a uma taxa de


juros efectiva de 5% ao mês produz juros 1700,48. R: 6 meses.

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Exercícios de aplicação_ Regime de juros Compostos

1. Determinar o capital que, aplicado à 7 meses a juros efectivos de 4% ao


mês rende 10.000u.m. R. 31.652,4

2. O retorno efectivo de uma aplicação é de 10% ao ano se os juros ganhos


forem 27.473u.m. sobre um capital investido de 83.000u.m., quanto
tempo o capital ficará aplicado. R. 3 anos
3. Um capital foi aplicado por 50 dias a juros efectivos de 3% a.m. Se a
diferença entre o capital inicial e os juros ganhos fosse aplicada à mesma
taxam renderia em 3 meses juros de 44,02u.m. Determinar o valor do
capital. R. 500

4. Dois capitais, o primeiro igual ao tripulo do segundo, foram aplicados,


respectivamente, a taxas efectivas de 5% a.m. e 10% a.m. Determinar o
prazo em que os montantes dos dois capitais se igualam. R. 23,61591
meses (aprox. 23 meses 18 dias)

5. Dois capitais foram aplicados durante dois anos o primeiro a juros


efectivos de 2% ao mês e segundo a 1,5% ao mês. O primeiro capital é de
10.000,00 maior que o segundo e o seu rendimento excedeu em 6.700,00
o rendimento do segundo capital. Calcular o valor de cada um dos
capitais. R.

6. Dois capitais, primeiro de 2400,00 e segundo de 1800,00 foram aplicados


por 40 e 32 dias respectivamente. Considerando-se que a taxa efectiva
ganha pelo primeiro capital foi de 5% ao mês e sabendo-se que esse
capital rendeu 100,00 a mais do que o segundo. Determinar a taxa mensal
ganha pelo segundo capital. R. 3,2% a.m

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7. O retorno efectivo de uma aplicação é de 10% ao ano se os juros ganhos


forem 27.473,00 sobre um capital investido de 83.000,00, quanto tempo o
capital ficará aplicado. R. 3 anos

3.4. Equivalência de capitais a juros composto

Dois ou mais capitais são ditos equivalentes quando aplicado a uma mesma taxa
produzem os mesmos valores numa determinada data de avaliação (data de
referência ou focal).

3.4.1. Equação de valor

No regime de juros compostos dois ou mais capitais equivalente em uma


determinada data focal mantem a sua equivalência em qualquer outra data focal
ou de referência.

Sn
S1 (1 + i)t−t1 = S2 (1 + i)t−t2 =
(1 + i)tn−t

Dizemos que estes capitais são equivalentes em determinada data t se


apresentarem valores iguais ou comuns quando avaliados naquela data para uma
mesma taxa de juro composta.

3.4.2. Capital comum, vencimento comum e vencimento médio

A terminar a abordagem de equação de equivalência vamos referir alguns


conceitos específicos que se enquadram na situação que designamos por
(equação de equivalência): equivalência entre um capital e um conjunto de
capitais. São os conceitos de capital comum, vencimento comum e vencimento
médio.

 Capital comum

É o capital único que substitui um conjunto de capitais numa data


conhecida. São conhecidos: os valores e as datas de vencimento dos
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capitais a substituírem; a data do capital comum; a taxa a que será


efectuada a equivalência e data focal da operação de equivalência.
Neste tipo de capital pretende-se saber, o valor do capital único ou
comum para que haja equivalência entre eles.

 Vencimento comum

É data de vencimento do capital único, com o qual se pretende substituir


um conjunto de capitais.
Neste capital pretende-se saber, a data de vencimento do capital comum.

 Vencimento médio

É a data de vencimento do capital comum no caso particular em que o


valor deste é igual à soma pura e simples dos dois capitais que se
pretende substituir. (este, constitui um caso particular do vencimento
comum).

Exemplo

Se considerarmos dois capitais um de 3.636,35 que ocorre data 1 e outro de


5600,00, na data 6 para uma data de avaliação 2 a juros simples de 10%.
R:4000,00

No regime de juros compostos dois ou mais capitais equivalente em uma


determinada data focal mantem a sua equivalência em qualquer outra data focal
ou de referência.

Exemplo

Verificar a equivalência dos seguintes conjunto de capitais:

2000,00$ no 1⁰ mês; 2.200,00$ no 2⁰ mês; 2.662,00 no 4⁰ mês.

Para uma data focal no terceiro mês a taxa efectiva de 10%. R: 2420

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Exercícios de aplicação_ Equivalência em regime de juros Composto

1) Uma pessoa deve 3.000,00 com vencimento em dois anos e 4.500,00 com
vencimento em seis anos. Pretende pagar seus débitos por meio de um
pagamento único a ser realizado no final de quatro anos. Considerando
uma taxa de juro efectiva de 10% a.a. determinar o valor do pagamento
único que liquida a divida. R: 7.349

2) Nas vendas a crédito uma loja aumenta em 40% o valor sobre preço à
vista. Desse valor majorado 20% é exigido como entrada e o resto será
quitado em duas prestações mensais de 1058,00 cada sendo a primeira
para daqui a um mês. Se o valor a vista é 2.000,00, determinar a taxa de
juro efectiva cobrada no financiamento. R. 30% a.m

3) O António tem uma dívida no valor de 35.000,00 que vence em 16 meses


ele pretende pagar a dívida da seguinte maneira: 12.000,00 daqui 158 dias
e 13.000,00 daqui a 189 dias depois deste primeiro pagamento quanto
deve pagar o António na data de avaliação de modo a quitar a dívida. Isto
a uma taxa de juros simples de 5% ao ano. Calcular o valor tendo em
conta o ano comercial. R: 2.231,94

4) Um empréstimo foi contraído a juros efectivos de 5% a.m. para ser pago


em dois pagamentos. O primeiro de 400,00 será pago ao fim de seis meses
e segundo de 800,00, ao fim de dez meses. Entretanto, o empréstimo pode
ser liquidado por meio de um único pagamento de 1.641,46. Determinar
em que mês deve ser realizado esse pagamento para que seja mantida a
taxa de 5%. R:15 meses

5) Uma pessoa tem uma divida de 1000,00 que vence em dez meses e
propõem-se em pagar em três parcelas. 350,00 Daqui ate três meses,
300,00 daqui a sete meses e uma parcela final no vencimento da divida. A
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taxa de juro de 4% a.m., determinar o valor da parcela final que liquida a


divida. R: 201,97

3.5. Taxas equivalentes

Duas taxas são equivalentes quando, em regime de juro composto aplicadas a


um mesmo capital e em período de tempo diferente, produzem montantes iguais.

Uma outra forma de definir taxa equivalente quando duas taxas, referidas a
períodos de tempo diferentes, fazendo com que um mesmo capital produza o
mesmo juro após um mesmo intervalo de tempo, sendo as capitalizações
efectuadas de acordo com o período a que cada uma das taxas está referida.

Metodologia de conversão:

1
*n
(1 + e ) = (1 + i ) M

Donde:

e = taxa equivalente (taxa pretendida)

i = taxa de referência (taxa dada)

n = período da taxa equivalente (pretendida)

m = período de referência (dada)

(1+ia) = (1+is)2 = (1+it)4 = (1+im)12 = (1+id)360

3.5.1. Equivalência de taxas em regime de juro Composto

Exemplos:

Determina as seguintes equivalências entre as taxas efectivas:

a) Taxa bimestral que é equivalente a uma taxa semestral de 35%a.s. R:


10,52%a.b.
b) A taxa bimestral que será equivalente a uma taxa mensal de 2%a.m.
R:4%a.b

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2) - Determinar a taxa bimestral equivalente a uma taxa de 35% em 60 dias.

R: 35%a.b

3)- Determinar a taxa bimestral equivalente a uma taxa de 35% em 45 dias.

R:49,2%a.b

4)- Determinar a taxa anual equivalente a uma taxa quinzenal de 2%a.q

R:60,84%a.a

5)- Determinar a taxa efectiva de 21 dias equivalente a uma taxa de 17%a.t

R:3,73%a.d

6)-determinar a taxa efectiva mensal equivalente a taxa efectiva de 40% em


35dias.

3.6. Taxas nominais e taxas efectivas

A taxa nominal, acontece quando os juros são capitalizados mais de uma vez no
período a que se refere a taxa juro, isto é, quando os são incorporados ao capital
mais de uma vez no período da taxa de juro. Ao passo que a taxa efectiva é uma
taxa declarada ou cotada que não incorpora capitalizações, sendo necessário o
cálculo da taxa efectiva equivalente quando pretendemos efectuar os cálculos e
comparações no regime de juros compostos.

𝑆 = 𝑃(1 + 𝑖)𝑛

𝒿 𝑘×𝑚
𝑆 = 𝑃 (1 + )
𝑘

Onde:

i: taxa de juro efectiva


j: taxa de juros nominal
k: número de capitalização; ou número de vazes em que o juro está a ser
capitalizado

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m: prazo de aplicação de capital


Exemplo:

1) Calcular as taxas efectivas para as seguintes taxas nominais:

a)- 24% a.a capitalizando mensalmente. R: 26,82% a.a.


b)- 48% a.s capitalizando diariamente. R: 160,84%a.a

a) Dados: i=? a.a.; j= 24% a.a; k = 12

𝒿 k×m
(1 + i)n = (1 + )
k

0,24 12×1
(1 + i)1 = (1 + )
12

0,24 12
ia = (1 + ) − 1 → ia = 1,2682 − 1 = 26,82% a. a.
12

2) Determinar a taxa nominal ao ano capitalizado mensalmente equivalente à


uma taxa efectiva de 19% em 90 dias. R:71,64%a.a

Dados: i=19% em 90dias.; j= ? a.a; k = 12


j 12×90
(1 + 0,19)360 = (1 + )
12

j 12×90
(1,19)360 = (1 + )
12
360
𝑗
(1 + 0,19)1080 − 1 =
12

j= 0,05968 × 12 = 71,64% a. a.

Exercícios de aplicação_ Taxa de Juros Nominal

1. Calcular o de resgate para um capital no valor de 200u.m aplicado pelos


seguintes prazos a taxa nominal:

a) Prazo de 27 dias e taxa 9% ao mês capitalizado diariamente. R. 216,85

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b) Um prazo aplicado de 6 meses a uma taxa de 28% ao ano capitalizado


mensalmente. R. 229,69

c) Um prazo de 8 meses e taxa aplicada de 18% ao semestre capitalizado


mensalmente. R. 576,67

2. Calcular a taxa nominal ao ano capitalizado mensalmente que produz um


montante no valor de 1933,15u.m a partir de um capital cujo valor de
1200 aplicado no 3 anos. R. 16%a.a

3. Determinar a taxa nominal ao ano capitalizado mensalmente equivalente à


uma taxa efectiva de 19% em 90 dias. R.71,64%a.a

4. Uma pessoa aplicou um capital de 20.000u.m. durante quatro anos à taxa


nominal de 18%a.a., capitalizada semestralmente. Ao término desse
período, somente os juros obtidos foram reaplicados por um período de 15
meses à taxa nominal de 12%a.a. capitalizada trimestralmente. Calcular o
rendimento dessa última aplicação. R. P2 =19.851,25; J=3.161,79

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O CDB – Certificado de Depósito Bancário

No mercado financeiro, para a facilidade de implementação de


empreendimentos, projectos de investimentos, transacções comerciais e mesmo
para o normal funcionamento dos mercados, tais como operações de bolsa ou
outras que envolvem grandes volumes de capitais, são utilizados títulos, como
documentos representativos de valor.

Normalmente os títulos são emitidos por empresas ou instituições que concedem


linhas de crédito, de financiamento a investimentos, assim como outros
instrumentos afins, algumas das quais funcionando como órgãos intermediários,
cuja missão é captar recursos disponíveis no mercado doador (formado por
pessoas físicas ou jurídicas), aplicando-os no mercado tomador (igualmente
pessoas físicas ou jurídicas) que, não dispondo de recursos imediatamente,
compram ou efectuam operações comerciais usando o crédito directo ao
consumidor.

A captação das finanças é feita através da posta à venda dos seus títulos,
obviamente a uma taxa de juros inferior àquela que as Finanças cobram quando
emprestam ou colocam dinheiro no mercado tomador de crédito directo. A
diferença entre as taxas é a receita operacional das mesmas.

A legislação de cada país, através dos seus órgãos de soberania e de regulação,


consagra documentos jurídicos para o funcionamento desse sistema creditício.

Alguns dos documentos mais importantes utilizados em países de economia de


mercado são:

 Certificado de Depósito Bancário


 Nota Promissória
 Letra de Câmbio
 Duplicata e Facturas ou Extratos de Facturas
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 Acções
 Títulos de Dívida Pública
 Títulos de Dívida Soberana
 Obrigações, Swapes e Futuros
Podendo, cada um desses títulos ser transaccionáveis e funcionar como
Garantias Bancárias, uma vez tratar-se de documentos representativos de valor.

Antes de passarmos ao estudo e tratamento financeiro do CDB – Certificado de


Depósito Bancário, apresentam-se de forma sucinta o conteúdo e significado de
alguns desses títulos.

Nota Promissória e Títulos de Dívida Pública

Nota Promissória é um título nominativo com taxa e período pré-fixados. É


emitida por uma entidade bancária ou financeira que se compromete a pagar o
valor inscrito no título numa determinada data, com taxa de juro incorporada.

Os títulos de Dívida Pública são emissões públicas pelo Tesouro Nacional. É


uma das formas utilizadas para a captação de recursos para financiar actividades
dos governos de países, tais como educação, saúde e infra-estruturas. Os títulos
públicos são uma opção de investimento para a sociedade e representam a dívida
mobiliária de um país ou de uma região monetária (Exemplo a União Europeia).

Anteriormente, as pessoas físicas compravam títulos públicos apenas


indirectamente, através da aquisição de quotas de fundos de investimento. Os
recursos provenientes das aplicações em fundos de investimento são utilitários
(negociações com outros agentes). A partir da implantação dos mercados
monetários, os compradores ganham uma forma alternativa de aplicação dos
seus recursos com rentabilidade e segurança, sem a necessidade de
intermediação financeira nas negociações. Além disso, os investidores se
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beneficiam de poder administrar directamente seus próprios recursos adequando


os prazos e indexadores dos títulos aos seus interesses.

Os títulos públicos são resgatados em data predeterminada por um valor


específico, actualizado ou não por indicadores de mercado, como, por exemplo,
índices de preços. A venda de títulos públicos geralmente pode ser realizada por
meio de três modalidades:

 Oferta pública com a realização de leilão;


 Oferta pública sem a realização de leilão;
 Emissões directas para atender a necessidades específicas determinadas
em lei.

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 Duplicata e Facturas ou Extratos de Factura

São títulos à ordem sujeitos a determinadas formalidades e representa o crédito


proveniente de uma venda mercantil a prazo.

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 Acções

São títulos emitidos por sociedades (firmas, instituições, empresas) que podem
ser nominativas ou ao portador. A sua outorga consagra o direito de participação
nos lucros.

 Obrigações

São semelhantes às anteriores, com a diferença de que estas não dão direito de
participação nos lucros.

As obrigações são documentos que representam valor de troca comercial.

Exemplos de Obrigações

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 Futuros

Assemelham-se muito às duplicatas, mas estes constituem uma base muito


aproximada dos Contratos de Fornecimento de produtos numa determinada data.

3.3.8.6 – Letra de Câmbio

É um título de crédito e é emitido ao portador, a que corresponde uma ordem de


pagamento emitida e garantida por uma entidade financeira ou bancária
(Empresa de crédito, Banco de financiamento ou de Investimento, etc.). Essas
empresas ou instituições captam recursos no mercado doador e aplica-os no
mercado tomador (pessoas físicas ou jurídicas que, não dispondo de recursos
imediatos compram bens, normalmente de equipamento, usando o crédito
directo ao consumidor). Para além dessas pessoas físicas que pretendem adquirir
bens por via do crédito ao consumidor, as pessoas jurídicas também utilizam as
Letras de Câmbio para realizar operações entre si. As dívidas entre empresas

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podem ser pagas numa data futura, habitualmente até 6 meses no mínimo. As
Letras podem ser avalizadas por uma entidade de confiança do fornecedor,
sendo certo de que a empresa devedora pagará o valor nela inscrito na data
convencionada. Normalmente as Letras são depositadas nos Bancos
beneficiários para efeitos de desconto bancário, cujo processo iremos estudar
mais tarde.

A Letra contém Requisitos que são:

1. A palavra “Letra” inserta no texto do título


2. O mandato de juro simples de pagar uma quantia determinada
3. O nome daquele que deve pagar (sacado) – Banco
4. A época de pagamento
5. A indicação do lugar em que se deve efectuar o pagamento (aceitante)
6. O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga
7. A indicação da data e o lugar onde a Letra é passada
8. A assinatura de quem passa a Letra (aceitante ou devedor)
A Letra vence juros, cuja taxa de juro deve ser indicada na mesma; na falta de
indicação a cláusula de juros é considerada como não inscrita.

Sendo um título à ordem, pode a mesma ser transmissível por endosso, passando
a partir daí a ser um título ao portador.

As Letras podem ser apresentadas ao “Aceite” do Sacado. Pode ainda ser a


mesma apresentada com “Aval” que funciona como garantia por parte de uma
entidade terceira ou mesmo pelo signatário da letra.

Este título tem prazo fixado, cujo vencimento pode ser à vista, a um certo tempo
à vista, a um certo tempo de data, ou pagável no dia fixado.

i. à vista, pagável à apresentação (normalmente o prazo vai até um ano)

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ii. a certo tempo à vista, na qual o vencimento determina-se quer pela data
do aceite, quer pela do protesto
iii. a certo tempo de data, por exemplo dia, mês, ano
Regra geral o imposto de renda sobre os juros que ela rende é cobrado na fonte,
ou seja, quando a letra é negociada pela primeira vez, dado tratar-se de um título
ao portador.

O protesto da letra ocorre quando, na data de vencimento o aceitante não pagar


ao Banco ou entidade indicada no título.

Existem dois tipos de Letra de Câmbio:

 Letra de Câmbio com Ágio


É aquela, cujo valor nominal ou de emissão é igual ao valor da Letra no
dia em que ela é emitida, ou seja, para adquirir uma letra co ágio no dia
da sua emissão, o investidor vai pagar o valor nominal dela (acrescido do
IR – Imposto de Renda).
De uma forma geral, as LC têm rendimento final, apesar de que as
mesmas também podem ter rendimentos mensais. Para as LC com
rendimento final ou acumulado elas são compostas de
i. Corpo da Letra
ii. Valor de Emissão (Valor Nominal)
iii. Prazo de Emissão
iv. Juros
v. Taxa de Juro
vi. Valor de Resgate

 Letra de Câmbio com Desâgio


A Letra de Câmbio co Desâgio é aquela cujo valo nominal ou de emissão
é igual ao valor de resgate, ou seja, o investidor, ao adquirir a LC c/

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TEMA: III Regime de Capitalização Composta

Desâgio vai pagar uma quantia inferior ao valor nominal dela, calculado
conhecida a taxa de desconto, a partir da qual se obtém o valor do
desconto a deduzir do valor nominal

Exemplos de imagem de Letras de Câmbio

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND

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3.3.8.7 – O CDB – Certificado de Depósito Bancário. Noção e características.

O CDB não é mais do que um depósito a prazo fixo no mercado financeiro e


muito difundido. Banco, Comercial ou de Investimento ou instituições
financeiras, estão habilitadas a participar dele. O CDB é emitido com
remuneração a uma taxa pre-fixada. Este título difere da Letra de Câmbio
porque se trata de um título nominativo e só transmissível por endosso. O seu
objectivo é captar recursos proveniente de poupanças de pessoas físicas ou
jurídicas para financiamento de capital fixo e circulante. Para o aplicador tudo
passa como se fosse de uma aplicação em LC, com todas as obrigações e
regalias. A garantia aqui é de um Banco, que é o órgão emissor do papel e,
sendo um depósito, deve levar o nome do depositante escrito no título, não
podendo, portanto, ser emitido ao portador. O que se usa muito no mercado

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financeiro, para facilidade de manuseio, é o endosso do depositante, geralmente


em branco, isto é, sem declarar o beneficiário, tornando o título, daí em diante,
ao portador.

Na prática, a diferença existente entre a LC e o CDB, para o aplicador, é a


seguinte: no CDB é mais usual iniciar-se a conversa para o fechamento da
operação, falando-se em termos de remuneração anual bruta, independentemente
do prazo pretendido. Nas Letras de Câmbio usa-se falar inicialmente em termos
de taxa líquida mensal.

Uma vez fixado o prazo, regra geral para períodos nunca inferior a 180 dias,
calcula-se, a partir da taxa anual bruta combinada, a taxa também bruta, relativa
ao prazo compactuado. Este cálculo obedece ao juro composto; calcula-se então
a taxa do período compactuado equivalente à taxa anual previamente acordada.

É bom ressaltar que o cálculo dos rendimentos do CDB é idêntico ao da LC. A


taxa bruta para o investidor é, obviamente, a sua taxa de rentabilidade (líquida)
acrescida do IR (Imposto de Renda) que ele paga na fonte, portanto,
antecipadamente. Existem igualmente casos em que esse imposto possa ser
cobrado no resgate.

Algumas imagens de Certificados de Depósito Bancário

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Tratamento Financeiro do CDB, cujas características são:

 Tem um valor pré-fixado ou valor nominal (VP)


 Esse valor (VP) rende juros na base de uma taxa bruta anual (T)
 Rende juros num período (t) mínimo de 30 dias e um máximo de 3 anos.
 O seu valor nominal acrescido de juros é denominado (VA)
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 É um modelo de aplicação em operações financeiras de juros compostos.


 Como a taxa de juros dada normalmente é bruta e anual, deve ser
calculada a taxa efectiva da operação, bem como a taxa equivalente do
período da aplicação.
 Sujeita a tributação, dá lugar ao cálculo da taxa de rentabilidade líquida,
pois, o Imposto de Renda (IR) incide sobre a rentabilidade bruta (RB),
calculando-se o valor do Imposto de Renda VIR.
 É comum em cada país existir aprovar-se Decreto-Lei que define os
parâmetros de incidência dos impostos. Exemplo:

IR de Aplicações Financeiras
Prazo (dias) Decreto Lei Nº.-____ Taxa
Até 359 ½ de 20% do rendimento 10%
De 360 a 539 ½ de 18% do rendimento 9%
De 540 a 719 ½ de 16% do rendimento 8%
Superior a 720 ½ de 14% do rendimento 7%

Forma de Tratamento Financeiro:


a) Calcular a taxa efectiva do CDB
b) Calcular o VA
VA = VP (1 + i)n
c) Calcular a RB
RB = VA – VP
d) Fazer incidir o IR sobre a RB
VIR = RB * IR
e) Calcula-se novos valores para VP ou VA consoante a cobrança do
VIR;

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Quando VIR é cobrado na fonte: VP = VP0 + VIR


Quando VIR é cobrado no resgate: VA = VA0 – VIR
f) Calcula-se a taxa efectiva de rentabilidade, resultante da operação
(e)
e = (VA /VP) – 1
g) Calcula-se a taxa líquida anual por reconversão da anterior;
h) Constroem-se os gráficos dos Fluxos de Caixa da operação

Quando VIR é cobrado no resgate

VP VA
VA0

VIR

VA
VP

0 33 dias

Quando VIR é cobrado na fonte

VP VA
VA

VP
VIR

VP0

0 33 dias

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Exemplo:

Um CDB rende juros anuais de 130% e em termos de rendimento foi fixado para
33 dias. O valor pré-fixado é de 1.000 u.m. e a taxa de rentabilidade aplicada a
impostos é de 10%. Calcule

a) Taxa de Rentabilidade Líquida diária e anual quando o imposto é pago na


fonte.
b) Taxa de Rentabilidade Líquida diária e anual quando o imposto é cobrado
no resgate.
c) Construa, em cada uma das alíneas anteriores os correspondentes gráficos
dos fluxos de caixa.

Resolução:

T = 130% a.a. (1+e) = (1+i) n/m

N = 33 dias = (2,3) 1/360

IR = 10% (1+e) = 1,002316

VP = 1.000,00 VA = VP (1+e)n

VA = 1.000 (1,002316)33

VA = 1.079,34

RB = VA – VP

RB = 1.079,34 – 1.000,00; RB = 79,34

VIR = RB * IR

= 79,34 * 0,1 VIR = 7,934

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Construção do gráfico do fluxo de caixa quando VIR é pago na fonte:

VP = VP0 + VIR
= 1.000 + 7,934
VP = 1.007,934
VA = 1.079,34

a) Taxa de rentabilidade líquida diária e taxa de rentabilidade líquida anual


Cálculo da taxa efectiva
(VA / VP) – 1 (1.079,34/1.007,934) – 1
ie = 0,07084 ; ou 7,08% (para 33 dias)
Cálculo da taxa diária
(1+e) = (1+i)n/m
(1+e) = (1,07084)1/33
(1+e) = 1,00208; e = 0,00208; e = 0,21%
Cálculo da taxa anual
(1+e) = (1,0021)360
e = 112,81%

Construção do gráfico do fluxo de caixa quando VIR é pago no resgate:

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VP = 1.000

VA = VA0 – VIR

VA = 1.079,34 – 7,934

VA = 1.071,41

b) Taxa de rentabilidade líquida diária e taxa de rentabilidade líquida anual


Cálculo da taxa efectiva

ie = (1.071,41/1.000) – 1
ie = 7,141% para 33 dias

Cálculo da taxa diária

1+e) = (1,07141)1/33
(1+e) = 1,00209; e = 0,00209; e = 0,21%
Cálculo da taxa anual
(1+e) = (1,0021)360
e = 112,81%

Exercício 2

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Um CDB aplicado a uma taxa bruta anual de 148% no dia 17/02/2014 foi
resgatado no dia 21/03/ do mesmo ano (dia da morte). O seu valor nominal é de
1.800,00 u.m.

Sabendo que a taxa de imposto de renda é de 7% a cobrar “na morte”, calcule:

Taxa efectiva

Rentabilidade líquida diária

Rentabilidade líquida anual

Construa o gráfico do Fluxo de Caixa

Exercício 3

Um CDB, com valor nominal de 1.000,00 u.m. foi aplicado por 45 dias a uma
taxa anual bruta de 157%. O imposto de renda foi cobrado na fonte.

Calcule:

Taxa efectiva

Rentabilidade líquida diária

Rentabilidade líquida semestral

Construa o gráfico do Fluxo de Caixa

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ANEXOS

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𝑱 = 𝑷[(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏]
𝑱
𝑷=
(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
𝑺
𝒍𝒐𝒈 ( )
𝒏= 𝑷
(𝟏 + 𝒊)

𝒏 𝑺
𝒊= √ −𝟏
𝑷

(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
𝑱 = 𝑺[ ]
(𝟏 + 𝒊)𝒏

(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝑺 = 𝑱[ ]
(𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏

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