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CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS

- ALBUFEIRA, LAGOA E SILVES –

TÍTULO: Interpretação ambiental - uma ferramenta chave de valorização


do território
Registo de Acreditação: CCPFC/ACC-112698/21

Trabalho Final
“Saída de Campo à Serra de Monchique:
Foia – Cascata do Barbelote”

Fotografia 1: Serra de Monchique, Cascata do Barbelote


(Fernandes, C – janeiro 2021)

Formador: Francisco Lopes

Formandos: Carlos Fernandes;


Sérgio Marreiros.
Lagoa, 24 de fevereiro de 2022
As Atividades de Campo em Geologia

ÍNDICE

1. Fundamentação do trabalho Página 3

2. Interpretação do guia da Saída de Campo:

2.1. Enquadramento geográfico, geológico e tectónico da Serra de Monchique. Página 4

2.2. Interpretação das paragens da Saída de Campo. Página 9

3. Bibliografia Página 13

4. Anexos
Guia da Saída de Campo Página 15
Itinerário Página 21

Lagoa, 24 de fevereiro de 2022


As Atividades de Campo em Geologia

FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO

"Cada detalhe da natureza, uma folha, uma gota, um cristal, um


momento no tempo, está relacionado ao todo e faz parte da
perfeição do todo".
Ralph Waldo Emerson (1803 e 1882)

Dada a importância do trabalho de campo no ensino das Ciências, e em particular da Geologia, foi
por nós, decidido elaborar um guião, que se encontra em anexo, com vista à realização de uma saída
de campo, à região da Serra de Monchique.
Esta atividade será pensada e planificada, para as turmas do 10º ano de escolaridade, realizada em
articulação com as disciplinas de Biologia e Geologia, Físico-química e Educação Física e mobilizando
aprendizagens (verticais) anteriores de geografia de 7º ano.
Desta forma, a saída de campo será enquadrada nas seguintes unidades de ensino:
• Na disciplina de Biologia e Geologia – “Interações entre os subsistemas da Terra (A Terra e os
seus subsistemas; Interações dos subsistemas)”;
• Na disciplina de Geografia - “Localização geográfica absoluta e relativa” e “Formas de Relevo”.
• Na disciplina de Físico-química – “Determinar, experimentalmente, a densidade relativa”

A atividade decorrerá no 2º Semestre, momento em que se prevê a completa abordagem das


unidades de ensino referidas.
A saída de campo irá decorrer após uma aula de 90 minutos, das disciplinas visadas, onde se fará a
introdução teórica, referindo:
• O enquadramento geográfico, geomorfológico e tectónico da região visitada;
• As formas de relevo e clima da região de Monchique, estabelecendo a relação com o
coberto vegetal.
• A génese e características das diversas rochas a observar (xistos argilosos e grauvaques,
sienitos nefelínicos e corneanas). Desta forma, será feita a referência ao metamorfismo
regional e de contacto e ao processo de formação das rochas magmáticas plutónicas.

Nas aulas anteriores à saída de campo, os alunos serão informados sobre o material a levar na
visita e quais os procedimentos a ter em conta. Consideramos que o contacto com o guião neste
momento é fundamental, para que a observação seja intencional, pensada, significante e sistemática.
Posteriormente, os alunos serão avaliados através do preenchimento do guião da saída de
campo e a realização de um trabalho de grupo (grupos de trabalho previamente definidos), em que
será dada a opção de elaborarem cartazes, folhetos, filmes ou PowerPoint.

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INTERPRETAÇÃO DO GUIA DA SAÍDA DE CAMPO

2.1. Enquadramento geográfico e geológico da Serra de Monchique

A Serra de Monchique localiza-se no sector norte do Barlavento Algarvio, cujo ponto mais
elevado é o mais alto do Algarve. Do ponto de vista geomorfológico, encontra-se dividido em duas
elevações principais: a Fóia (902m), na parte ocidental, e a Picota (773m), na parte oriental (figura 2).

A serra constitui um obstáculo à condensação dos ventos marinhos que se dirigem para o
continente carregados de vapor de água, o que provoca o fenómeno “chuvas orográficas”. Assim,
chove muito mais em Monchique do que no resto do Algarve, podendo a precipitação na Fóia atingir
valores três vezes superior aos que se verificam na costa algarvia.

Por este motivo, o clima de Monchique caracteriza-se por ser mais suave em relação ao resto
do Algarve, existindo no Inverno uma elevada pluviosidade e temperaturas baixas e, no Verão, fraca
humidade e temperaturas elevadas, podendo verificar-se amplitudes térmicas anuais na ordem dos
13ºC. Em média, num ano, existem cerca de 74 dias em que a temperatura máxima ultrapassa os
25ºC. A maioria da chuva cai entre novembro e abril, com um máximo em janeiro. Em contrapartida,
de junho a setembro, só chove 2% do total anual. O vento é geralmente moderado, predominante do
Noroeste e de vez em quando de Sul. O bioclima da Fóia classifica-se como Mesomediterrânio
hiperhúmido, em contraste com o Termomediterrânico húmido típico de Monchique e das Caldas de
Monchique.
Adaptado: (http://www.cima.ualg.pt/valemon/clima.html (2009), https://www.cima.ualg.pt/en/research/research-areas (23/02/2022).

Assim, e devido ao facto de estar próxima do mar, possui um clima com precipitações médias
anuais entre os 1000 e os 1400 mm, que associadas a temperaturas amenas permite a existência de
uma vegetação rica e variada, onde se inclui, entre outras espécies, o raríssimo carvalho-de-
monchique (Quercus canariensis) e a bela adelfeira (Rhododendron pontium), bem como espécies
raras no sul de Portugal, tais como o castanheiro (Castanea sativa).

Nesta serra existe um importante complexo termal, Caldas de Monchique, rodeado por um
parque de vegetação luxuriante. As nascentes das "Caldas de Monchique" estão relacionadas com a
circulação de água em profundidade no interior do maciço eruptivo sub-vulcânico de Monchique.
Este afloramento é atravessado por um vale de fractura de direcção NE-SW, ao longo do qual
emergem as nascentes termais, numa área bastante restrita e nas proximidades da zona de contacto
da intrusão sienítica com a rocha encaixante.
(http://e-geo.ineti.pt/bds/recursos_geotermicos/Ocorrencias/50_monchique.htm, 23/02/2022).

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O sistema de circulação das águas neste maciço consiste, fundamentalmente, na percolação


das águas através do sistema de fracturas existente no interior do mesmo. As águas, infiltradas nos
sectores mais fracturados superficialmente do maciço, evoluem em profundidade para a periferia
deste. Durante o seu percurso no interior do maciço, as águas sofrem um aquecimento significativo,
desenvolvendo reacções químicas com o material rochoso em que circulam, justificando-se assim a
temperatura que apresentam nas emergências, à volta dos 30ºC e a sua composição físico-química
específica e constante ao longo do ano. A primeira barreira à progressão do escoamento subterrâneo
é constituída pela orla de corneanas de grão fino e negro que ocorre em bancadas de direcção NNW-
SSE, com inclinação para NE, pouco permeáveis, resultante do metamorfismo de contacto, pelo que
as águas tendem a ascender nos limites do maciço até alcançar a zona deprimida da superfície
topográfica, na confluência das ribeiras do Lajeado e Banho.
(http://e-geo.ineti.pt/bds/recursos_geotermicos/Ocorrencias/50_monchique.htm, 23/02/2022)

A Serra de Monchique é constituída por uma grande variedade de rochas, cuja idade,
estrutura e origem também são variadas. O maciço ígneo que constitui a maior parte da serra e
ocupa totalmente as suas zonas mais elevadas, trata-se de um corpo plutónico e apresenta uma
forma aproximadamente elíptica, com direcção E-O, e aflora em cerca de 80 Km2. A instalação do
maciço terá ocorrido há 72 milhões de anos (Ma), no Cretácico Superior (figura 2). A idade foi
determinada através do método de datação radiométrica (Rb-Sr e K-Ar) (Rock, 1983).
O maciço teve origem em magmas alcalinos, pobres em sílica, provenientes do manto que
ascenderam, através de falhas profundas pré-existentes, até à crosta superior. Propõe-se que a
intrusão terá resultado de várias pulsações de magma, todas elas derivadas do mesmo reservatório
sub-vulcânico (Rock,1983).
Neste maciço, a principal diferenciação efectua-se entre dois tipos de sienitos:
• O sienito nefelínico homogéneo nuclear (com teor de nefelina até 40%) - figura 5, que
se pode encontrar na zona da Picota e no lugar da Nave.
• O sienito nefelínico heterogéneo de bordo (com menor teor de nefelina, que pode
variar entre os 10% e os 30%) – figura 4, que se pode encontrar nas Caldas de
Monchique e na Fóia.
Para além da nefelina, o sienito nefelínico é constituído por outros minerais, nomeadamente
a biotite, piroxenas, anfíbolas e feldspatos.
Como se observa na figura 6, o maciço ígneo é constituído por cerca de 90% de sienitos
nefelínicos, existindo, em menor quantidade, outros tipos de rochas, tais como, gabros com
feldspatóides e formações brechóides (Rock, 1983; González-Clavijo & Valadares, 2003).

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Além das unidades referidas, o Maciço Alcalino de Monchique, bem como as rochas
encaixantes do Paleozóico, encontram-se cortados por inúmeros filões que variam na composição,
espessura e orientação.
O maciço instalou-se nos metassedimentos que constituem a crosta superior no local – xistos
argilosos e grauvaques formados há 310 Ma (Carbonífero), proporcionando o Metamorfismo de
Contacto (figura 3). Em resultado da intrusão do maciço ígneo nos metassedimentos encaixantes,
formou-se uma auréola de metamorfismo de contacto, em redor do corpo intrusivo. Esta auréola de
metamorfismo, junto à rocha intrusiva, é formada por corneanas que apresentam um aspecto
maciço, elevada dureza e tonalidades cinzento-escuras a negras (Rock, 1983; González-Clavijo &
Valadares, 2003).
O maciço de Monchique faz parte da Província Ígnea Alcalina Ibérica que engloba os outros
dois maciços ígneos portugueses, situados mais a norte (Sines e Sintra), o Complexo Vulcânico de
Lisboa, vários afloramentos de rochas intrusivas nas bacias mesozóicas portuguesas, o Maciço do
Monte Ormonde e ainda várias intrusões nos Pirinéus (Rock, 1983; González-Clavijo & Valadares,
2003).
Em termos tectónicos e desde a instalação do maciço de Monchique, no Cretácico Superior, e
até ao Paleogénico verificam-se fenómenos compressivos, devido à convergência da Placa Africana
com a Placa Euro-asiática, o que obrigou a uma rotação horária e consequente deformação dos
terrenos que actualmente constituem a Península Ibérica, conduzindo à formação, mais a Norte, do
Golfo da Biscaia.
O Maciço de Monchique num curto intervalo de tempo passou de um ambiente magmático,
de temperaturas elevadas, para um ambiente de temperaturas baixas (+/-90ºC) (Terrinha et al.,
2006).
Após a instalação do complexo magmático este começou a sofrer exumação. Há medida que a
exumação do maciço ocorreu, as corneanas da auréola de metamorfismo funcionaram como uma
capa protectora do maciço, retardando a sua meteorização e erosão, conservando-a até ao estado
actual. No entanto, e como testemunho destes dois processos, é possível observar no local a
existência do Caos de Blocos.

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Figura 1 – Mapa geológico simplificado da região do Algarve.


N

N Odeceixe

Lisboa

Monchique
Faro
50 km
Alzejur

Barranco
do Velho
Silves

V. R. Sto.
Loulé António
Tavira
Portimão
Lagos
Albufeira Quarteira
Faro
Cabo de Sagres 0 20 km
São Vicente
Ponta de
Sagres
Alto Fundo de
Sub-bacia Ocidental Budens-Lagoa Sub-bacia Oriental Maciço intrusivo de Monchique (+/- 72
Holocénico Cretácico Inferior
Ma)
Algarve Ocidental Algarve Central Algarve Oriental
Plistocénico Jurássico Superior Falha

Pliocénico Jurássico Médio - Inferior Falha inversa e cavalgamento


Hetangiano - Triásico
Miocénico Localidade
Superior

Paleogénico Soco paleozóico

Lopes, F. (2006) Rocha da Pena (Loulé, Algarve)

Figura 2 – Enquadramento geomorfológico do Algarve com a localização da Serra, Barrocal e Litoral


(Litoral Ocidental e Litoral Meridional: Barlavento e Sotavento) e alguns acidentes tectónicos.
N
1

Serra de Monchique
A lje z u r
500
300

200 2
3
100
4
200 V.R. Sto .
Tavira Ant ónio
Port imão
Lagos Quarteira
Al bufei ra
Sagr es F a ro
Cabo de 0 20 km
São Vicente
Ponta de
Sagres
L i t o r al M e r i d i o n al
B a r la v e n t o S o t a v e nt o

Curvas de nível 1 - Falha de S. Marcos-Quarteira


Litoral Algarvio Barrocal Algarvio Serra Algarvia Área de Estudo Limite entre zonas
(equidistância de 50 m) 2 - Falha da Eira de Agosto
3- Falha de Alportel
4 - Flexura do Algibre

Lopes, F. (2006) Rocha da Pena (Loulé, Algarve)

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Figura 3 – Maciço Ígneo de Monchique (Penetra et al., (2009); A Geologia e a génese da Serra de
Monchique)

Figura 4: Figura 5:

Figura 6 – Mapa geológico do Maciço Ígneo de Monchique (adaptado de Clavigo e Valadares, 2003)

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2.2. Interpretação das paragens da Saída de Campo

A Saída de Campo irá contemplar quatro paragens. De seguida iremos apresentar as propostas de
actividade para cada uma delas, tendo em vista a orientação dos trabalhos dos alunos no campo. O
texto será acompanhado por anotações e algumas fotografias, realizadas no dia 27 de Junho de 2009.

1.ª Paragem – Caldas de Monchique


Local A
• Observação do contacto entre rocha encaixante e maciço plutónico;
• Análise macroscópica do Sienito Nefelínico Heterogéneo de Bordo (rocha magmática
plutónica) e da Corneana (rocha metamórfica).

Fotografia 1: Sienito Nefelínico heterogéneo de bordo;


Santos, J. (2009) (1) Fotografia 2: Corneana; Santos, J. (2009) (1)

O sienito nefelínico é constituído, para além da A corneana é uma rocha que resulta do metamorfismo
nefelina, por outros minerais, nomeadamente a dos xistos e grauvaques, por contacto com um corpo
biotite, piroxenas, anfíbolas e feldspatos (ortoclase magmático. Apresentam um aspecto maciço, elevada
e microclina). dureza e tonalidades cinzento-escuras a negras

Local B
• Observação da Meteorização do Sienito.

O sienito nefelínico sofre meteorização


devido à acção do ácido carbónico que
promove a transformação dos feldspatos
em argilas. A acção dos líquenes e das
plantas é fundamental neste processo.

Fotografia 3: Sienito Nefelínico de bordo


meteorizado ; Santos, J. (2009) (1)

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Local C
• Observação e interpretação das intrusões filonianas (lamprófiros).

Os sienitos são “cortados” em muitos locais, por diversas


intrusões filoneanas, de natureza muito alcalina
(lamprófiro).
Neste local pode-se fazer uma datação relativa, usando o
Princípio da Intersecção. Desta forma pode-se concluir que o
filão é mais recente que o sienito.

Fotografia 4: Filão de Lamprófiro;


Santos, J. (2009) (1)

2ª Paragem – Pedreira da Nave


• Análise macroscópica do Sienito Nefelínico Homogéneo Nuclear. Comparação com a amostra
observada na 1ª paragem.
• Discussão sobre a utilização humana dos recursos geológicos e naturais, de forma sustentável.

Este sienito nefelínico possui, comparativamente


com a amostra observada na 1ª paragem, um teor
de nefelina muito superior. Pode atingir os 40%.
Desta forma assume um valor ornamental e
económico muito importante, promovendo a
existência

Fotografia 5: Sienito Nefelínico Homogénio


Nuclear; Penetra et al (2009)

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3ª Paragem – Foia
Local A
• Observação e interpretação do Caos de Blocos, relacionando com os fenómenos de
meteorização e erosão dos sienitos.

Face à meteorização e erosão, o processo


de desagregação do sienito vai-se
acentuando, conduzindo num último
estágio à formação do Caos de Blocos

Fotografia 6 e 7: Disjunção Esferoidal do Sienito;


Santos, J. (2009) (1)

Local B
• Visualização das formas de relevo e discussão sobre os fenómenos tectónicos que terão
conduzido à instalação e formação do maciço de Monchique.

Fotografia 8: Paisagem da vertente NE da Serra de


Monchique; Santos, J. (2009) (1)

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Local C
• Observação da Brecha Sienítica e discutir o Princípio da Inclusão, fazendo a datação relativa.

Neste sienito observam-se enclaves


(xenólitos). Estamos perante uma Brecha
Sienítica.
Segundo o Princípio da Inclusão, pode-se
fazer uma datação relativa, concluindo-se
que o xenólito é mais antigo que o “corpo”
sienítico.

Fotografia 9: Brecha Sienítica; Santos, J. (2009) (1)

4ª Paragem – Cascata do Barbelote

A Cascata do Barbelote é uma das mais


bonitas quedas de água do concelho de
Monchique. Atualmente já existe um
acesso para automóvel a partir da
estrada de Vale de Largo-Barbelote e
para os mais curiosos um pequeno
acesso pedonal.

Fotografia 10: Serra de Monchique, Cascata do Barbelote;


(Fernandes, C – janeiro 2021)

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2. BIBLIOGRAFIA
Adaptado:
• Adaptado: ODIS10DP © Porto Editora;
• Boucinha, N e Santos, J (2009)

Livros

• Praia, J. e Marques, L. (1997). Para uma metodologia do Trabalho de Campo: contributos


da Didáctica da Geologia, Geólogos, 1, pp. 27.
• Motta, Lucinda e Viana, Maria dos Anjos, Bioterra – Ciências Naturais, Porto Editora, 2006,
pp. 138-175.
• Teixeira, C., Geologia de Portugal – Volume 1, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1981,
pp. 1-31
Artigos

• Penetra, A; Baptista, D.; Santos, J. e Lopes, F. (2009) - A Geologia e a Génese da Serra de


Monchique (Algarve) in Alvalade, H.; Godinho, I.; Machado, I. e Campos, S. (Coord.) Livro
de resumos do IV Congresso Nacional Cientistas em Acção, Centro Ciência Viva de
Estremoz, Estremoz, pp. 81-82
• Ramalho, M. M. (1988) – 400 Milhões de Anos de Historia do Algarve. Anais do Município
de Faro, n.º XVII, Faro, 45 pp.
• Penetra, A; Baptista, D.; Santos, J. e Lopes, F. (2009) , A Geologia e a Génese da Serra de
Monchique, IV Congresso Cientistas em Acção 2009), Centro Ciência Viva de Estremoz,
Estremoz, excerto da apresentação powerpoint.

Internet

• http://e-geo.ineti.pt/bds/recursos_geotermicos/Ocorrencias/50_monchique.htm
• https://viaalgarviana.org/529/pr5-mcq---percurso-pedestre-das-cascatas-monchique
• http://www.cima.ualg.pt/valemon/geologia.html
• http://www.cima.ualg.pt/valemon/clima.html

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3. ANEXOS

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GUIÃO DA SAÍDA DE CAMPO

"À Descoberta da Serra de Monchique…”

TURMA: 10º ___

NOME DO GRUPO

____________________________

ELEMENTOS DO GRUPO:

____________________________________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

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As Atividades de Campo em Geologia

GUIÃO DA SAÍDA DE CAMPO À SERRA DE MONCHIQUE

Objectivos

➢ Conhecer o enquadramento geográfico e geológico da região da Serra de Monchique.


➢ Aplicar os conhecimentos adquiridos.
➢ Tomar consciência do impacto do Homem num ambiente natural.
➢ Promover o contacto com a natureza, adoptando comportamentos adequados para a
conservação ambiental do local visitado.

Material

➢ Guião da saída.
➢ Máquina fotográfica.
➢ Martelo de geólogo.
➢ Lápis e caneta.
➢ Roupa e calçado leve.
➢ Garrafa de água.

Procedimentos
Para cada paragem o grupo de trabalho vai ouvir e registar as informações consideradas
necessárias, fotografando os aspectos geomorfológicos observados.
Em cada local realiza as actividades propostas.
Recorda-te que é importante estar atento e participativo e manter uma postura correcta e
tranquila, de forma a conservar o estado e a tranquilidade dos locais visitados.
Não recolhas qualquer material geológico sem a autorização do teu professor. Participa na
conservação do nosso Património Geológico!

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1ª Paragem – Caldas de Monchique


Nesta paragem proponho um pequeno percurso pedestre, em que vais visitar três locais
diferentes.
Local A
1. Faz a análise mineralógica e textural das três rochas observadas no local e classifica-as
quanto à sua génese.
Xistos Argilosos e Grauvaques:
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_________________________________________________________________________________
Corneana:
___________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Sienito Nefelínico:
___________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

2. Faz uma representação esquemática do que observas.

3. Interpreta o esquema que desenhaste.


___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

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Local B
1. Observa atentamente o sienito alterado e explica as transformações sofridas.
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_______________________________________________________________________________
Local C
1. Faz uma representação esquemática do que observas.

2. Faz a datação relativa das rochas (filão e sienito), recorrendo ao Princípio da Intercepção.
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2ª Paragem – Pedreira da Nave

1. Observa o sienito nefelínico que existe no local, recorrendo aos fragmentos provenientes da
pedreira da Nave. Compara-o com o observado na paragem anterior.
Regista as tuas conclusões.
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As Atividades de Campo em Geologia

2. Enquanto descansas um pouco, reflecte em grupo, sobre a existência da pedreira que existe
no lugar da Nave, e regista as tuas emoções.
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3ª Paragem – Fóia
Agora que já almoçaste, nada melhor do que fazer um pequeno passeio! Assim proponho um
percurso pedestre, em que vais visitar três locais diferentes.
Local A
1. Analisa e interpreta a formação que observas, relacionando com os fenómenos de
meteorização e erosão dos sienitos. Faz os teus registos.
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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Local B
1. Observa a paisagem, as suas formas de relevo e sua vegetação. Regista as informações
necessárias

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Local C
1. Observa a Brecha Sienítica (figura 1) e faz a datação relativa das rochas (sienito e xenólito),
recorrendo ao Princípio da Inclusão.
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Figura 1: Brecha Sienítica

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4ª Paragem – Cascata do Barbelote


Após esta caminhada, aproveita para descansar e fazer alguns registos paisagem onde te
encontras, bem como da flora envolvente.
• Com a APP PlantNet, regista e identifica algumas das plantas existentes nesta
paragem.

• Tendo em consideração a litologia do local, infere sobre a origem desta cascata.

Bom Trabalho!

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Itinerário

Visita de estudo a Monchique – Foia e Cascata do Barbelote


Detalhes do percurso:
• 8:30 horas - Partida de Lagoa, junto à ESPAMOL
• 9:15 horas - Chegada à 1º paragem - Caldas de Monchique, onde os alunos terão 3
locais de exploração.
• 10:15 horas - Partida para a 2º paragem – Pedreira da Nave.
• 10:30 horas – Chegada à 2º paragem – Pedreira da Nave, com realização da atividade
sugerida para este posto.
• 11:00 horas - Partida para a 3º paragem – Foia
• 11:15 horas – Chegada à 3º paragem – Foia, com exploração dos 3 locais propostos.
• 13:00 horas - Paragem para descanso e almoço.
• 13:30 horas - Partida para a 4ª paragem – Cascata do Barbelote, com percurso
pedestre, de ida e volta e realização da atividade prevista para esta paragem.
• 17:00 / 17:30 horas - Saída - Regresso com destino a Lagoa.

Advertências aos alunos:


• Levar vestuário e calçado confortável e adequado à realização de um percurso
pedestre;
• Levar almoço, pois pretende-se fazer um piquenique, além do lanche da manhã e
tarde;
• Levar uma garrafa de água, pois é necessário beber água ao longo do percurso devido
às perdas de água que se verificam;
• Boné ou chapéu.

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