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O Tratado de Santo Ildefonso, assinado entre Portugal e Espanha, no dia 1 de

outubro de 1777, na cidade de Ildefonso, na província de Segóvia, na Espanha,


faz parte de uma série de tratados geopolíticos assinados entre os dois estados
europeus no decorrer do período colonial. Seu intuito era finalizar os conflitos
geopolíticos que ocorriam há três séculos entre as duas nações. O tratado
restaurava grande parte do TRATADO DE MADRI (1750) que havia sido anulado
com a assinatura do Tratado de El Pardo (1761), resultante do fracasso na
promoção da paz nas fronteiras coloniais. Estabeleceu novos limites para os
territórios localizados ao sul, região de fronteiras entre o Estado do Rio Grande
do Sul e o Uruguai, indicando novas extensões geopolíticas que poderiam muito
bem ser dimensionadas pelos milhares de indígenas que habitavam a região.

O Tratado de Santo Ildefonso repetia, em linhas gerais, os limites fixados em


1750, especialmente aqueles nas fronteiras ao norte dos territórios. As
alterações ocorreram em grande parte ao sul. A localidade de Xuí, no Rio Grande
do Sul, foi escolhida em lugar de Castilhos Grandes; a Colônia do Sacramento e
os Sete Povos das Missões passaram definitivamente a pertencer à Espanha. No
norte, as modificações cobriam as áreas entre o Japurá e o vale do Rio Negro.
Conforme Apontou Demétrio Magnoli, o Tratado deflagrou um novo ciclo de
expedições e de trabalhos de reconhecimentos. Minuciosos levantamentos
cartográficos foram desenvolvidos sobre a Capitania de São José do Rio Negro,
no atual Estado do Amazonas. O período também corresponde à retomada
portuguesa da Província do Rio Grande de São Pedro, no atual Estado do Rio
Grande do Sul e da Ilha de Santa Catarina que esteve sob poder espanhol entre
1776 e 1777. Sua assinatura encerra as operações de confrontações militares
entre Portugal e Espanha.

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