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Prova N.

º1 de Biologia e Geologia
Ensino Secundário • 10.º Ano • Turma A
Nome do aluno: __________________________________________ N.º: ____ Data: ___/___/_______

Nome do professor: Miguel Sousa 2023-2024

VERSÃO 1

Indique de forma legível a versão da prova.


Para cada resposta, identifique o grupo e o item.
Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.
Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.
Apresente apenas uma resposta para cada item.
As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o grupo, o
número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Prova de Biologia e Geologia • Duração: 90 minutos • Tolerância: 10 minutos • Versão 1 • Página 1


GRUPO I

Texto 1
A ocorrência de Formações de Ferro Bandado (Banded Iron Formation, geralmente conhecidas por BIF) em
terrenos muito antigos, refletem a concentração de oxigénio atmosférico no intervalo de tempo anterior a 1800 Ma.
Estas formações bandadas resultam da alternância de camadas ricas em ferro. (incluído em minerais como a
magnetite, pirite, siderite....) com camadas de cherte (rochas ricas em sílica, Si0,). O baixo teor de oxigênio à época
permitiu que o ferro permanecesse em solução sob a forma de Fe 2+ e fosse transportado para os oceanos, estando
aí disponível para precipitar com o oxigênio livre ali produzido, constituindo as BIF, importantes formações ferríferas.
Na atualidade, é pouco provável que se forme este tipo de rocha.

Texto 2
No sudoeste da China existe um conjunto particular de rochas denominado Formação de Doushantuo. Esta
formação geológica inclui rochas como: (1) argilitos, com tendência para se dividirem em folhas ou lâminas
paralelamente à direção de estratificação; (2) fosforitos, rochas formadas em meio marinho, cuja génese está
relacionada com a evolução biológica, constituídas por abundantes quantidades de fosfatos, que precipitaram
juntamente com carbonato de cálcio e óxidos de ferro; (3) rochas carbonatadas.
As rochas de Doushantuo podem ser agrupadas em dois conjuntos, a sequência inferior e a sequência superior,
ambas transgressivas e separadas, em alguns locais, por carbonatos que sofreram meteorização por ação da água.
As rochas da sequência inferior da Formação de Doushantuo, assim como outras rochas semelhantes e
contemporâneas que afloram em diversos locais do globo, registam os efeitos do fim da glaciação Marinoana. Como
consequência das mudanças climáticas associadas ao final deste período glaciar, os processos geológicos que
ocorreram na superfície descoberta dos continentes propiciaram o aumento da quantidade de fósforo transportado
pelos rios, contribuindo para o aumento dos nutrientes disponíveis nos oceanos.
A sequência superior é conhecida pelo elevado grau de preservação e pela grande variedade de organismos
fossilizados contidos nos fosforitos.
As idades obtidas em minerais contidos nas cinzas vulcânicas, intercaladas na Formação de Doushantuo,
indicam que a deposição desta formação ocorreu entre os 635 e os 551 milhões de anos, antes do início do
Paleozoico.

Texto 3
As Red Beds são rochas ferríferas de cor avermelhada, devido à presença de hematite (Fe 2O3), formada por
oxidação do ferro. Os minerais como a pirite não são encontrados, pois não são estáveis em condições atmosféricas
mesmo que levemente oxidantes. Este tipo de rocha é muito frequente em terrenos datados do Pérmico, do Triásico
e, atualmente, formam-se em ambientes desérticos.

1. Os oceanos primitivos em que se formavam as BIF, podem ser considerados um subsistema


(A) fechado, pois não trocavam matéria e trocavam energia com outros subsistemas.
(B) aberto, pois trocavam matéria e trocavam energia com outros subsistemas.
(C) aberto, pois trocavam matéria e não trocavam energia com outros subsistemas.
(D) fechado, pois trocavam matéria e não trocavam energia com outros subsistemas.

2. As rochas da sequência inferior da Formação de Doushantuo evidenciam _______ da profundidade do


mar e a deposição de sedimentos progressivamente mais _______.
(A) o aumento … grosseiros
(B) o aumento … finos
(C) a diminuição … finos
(D) diminuição … grosseiros

3. A calcite é rica em _______ sendo o principal mineral do _______.


(A) cálcio… gesso
(B) sódio… gesso
(C) cálcio… calcário
(D) sódio… calcário

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4. Considere as afirmações seguintes, relativas à Formação de Doushantuo.
I. Os sedimentos depositaram-se no final de um período glaciar.
II. Os fósseis encontrados são de organismos marinhos.
III. A formação Doushuanto inclui rochas detríticas de granulometria grosseira.

(A) III é verdadeira; I e II são falsas.


(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

5. Relativamente às BIF, é possível afirmar que


(A) as reações de oxidação, ocorridas nos oceanos, facilitaram a formação da camada de ozono.
(B) as reações de oxidação, ocorridas nos oceanos, não estão relacionadas com a formação da camada de
ozono.
(C) o fim da deposição das mesmas marca o fim da acumulação de oxigénio na atmosfera.
(D) as reações de oxidação, ocorridas nos oceanos, atrasaram a formação da camada de ozono.

6. Os arenitos formam-se a partir das areias, devido a processos de


(A) erosão seguidos de transporte.
(B) compactação seguidos de cimentação.
(C) meteorização seguidos de desidratação.
(D) recristalização seguidos de sedimentação.

7. Faça corresponder cada uma das caracterizações de rochas sedimentares, expressas na coluna A, à respetiva
designação, que consta da coluna B. Escreva, na folha de respostas, apenas as letras e os números
correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
COLUNA A COLUNA B

(a) Rocha formada a elevadas pressões e temperaturas que faz efervescência em (1) Argilito
contacto com os ácidos. (2) Calcário
(b) Rocha de granulometria fina, cuja génese está associada a ambientes de baixo (3) Fosforito
hidrodinamismo. (4) Mármore
(c) Rocha, por vezes biogénica, formada devido à precipitação de carbonato de cálcio. (5) Quartzito

8. Explique, com base nos textos 1 e 2, de que forma o estudo da geosfera permite obter informações sobre a
evolução atmosfera terrestre, bem como a sua relação com a biosfera.

9. Explique de que modo os processos geológicos, que ocorreram nos continentes, associados às mudanças
climáticas do final da glaciação Marinoana poderão ter contribuído para a formação dos fosforitos e para a grande
variedade de organismos marinhos fossilizados neles contidos.

8.
• o oxigénio libertado pelos seres vivos permitiu a precipitação do Fe dissolvido nos oceanos, formando as BIF;
• com a diminuição dos teores de Fe nos oceanos, o oxigénio pode acumular-se na atmosfera.
• o fim da formação das BIF coincide com o inicio da formação de uma atmosfera oxidante/ rica em oxigénio, por
ação dos seres fotossintéticos.

9.
• no final da glaciação, ocorreu o degelo acompanhado pelo aumento da meteorização química nos continentes;
• o fósforo transportado para os oceanos levou à precipitação de fosfatos (ou à formação de fosforitos);
• o aumento da quantidade de nutrientes nos oceanos (ou na água) propiciou a proliferação dos seres vivos.

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GRUPO II

Em zonas oceânicas distintas, foram recolhidas duas amostras de formações sedimentares (A e B), com o
mesmo peso. Em laboratório, foi feito o estudo granulométrico dessas amostras.
A separação dos detritos, nas duas amostras, fez-se recorrendo a uma coluna de crivos, cujas malhas,
rigorosamente calibradas, eram cada vez mais finas, do topo para a base da coluna. Os detritos ficaram retidos nos
crivos de acordo com as dimensões que apresentavam.
Os resultados do estudo estão expressos no gráfico da Figura 1. Na tabela l, encontram-se as designações
dos diferentes detritos, de acordo com as suas dimensões.

TABELA I

Figura 1

1. De entre as afirmações relativas ao trabalho apresentado, selecione as três que são corretas, transcrevendo
para a sua folha de resposta os números romanos correspondentes.
I. A amostra A é essencialmente constituída por detritos de dimensões inferiores a 0,2 mm.
II. A amostra B é mais bem calibrada do que a amostra A.
III. A amostra A revela maior homogeneidade granulométrica do que a amostra B.
IV. As amostras A e B apresentam diferentes percentagem de areias.
V. Na amostra B, não há grãos de dimensões inferiores a areias.

2. O objetivo do procedimento laboratorial foi determinar


(A) o agente de meteorização dos detritos.
(B) a distribuição granulométrica de cada uma das amostras.
(C) as fases de formação das rochas detríticas.
(D) a composição química dos detritos das amostras.

3. Neste delineamento experimental, o local de amostragem dos sedimentos transportados constitui


(A) o dispositivo experimental.
(B) o dispositivo controlo.
(C) uma variável independente.
(D) uma variável dependente.

4. Os sedimentos que constituem a amostra apresentam-se


(A) mal calibrados e arredondados, podendo originar rochas do tipo arenito.
(B) mal calibrados e angulosos, podendo originar rochas do tipo brecha.
(C) bem calibrados e angulosos, podendo originar rochas do tipo conglomerado.
(D) bem calibrados e arredondados, podendo originar rochas do tipo arenito.

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5. As afirmações seguintes dizem respeito à metodologia experimental utilizada.
1. A separação dos grãos foi feita por processos físicos.
2. Os grãos de menores dimensões ficaram retidos nos crivos de topo da coluna.
3. Nos crivos, a distribuição granulométrica da amostra B teve maior dispersão que a da amostra A.

(A) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.


(B) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.
(C) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(D) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas.

6. Os detritos angulosos e mal calibrados existentes numa brecha indiciam


(A) um longo transporte e são mais recentes do que o cimento.
(B) um curto transporte e são mais antigos do que o cimento.
(C) um longo transporte e são mais antigos do que o cimento.
(D) um curto transporte e são mais recentes do que o cimento.

7. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A à respetiva linha de raciocínio geológico da coluna B.
Coluna A Coluna B

(A) Para Charles Lyell, as montanhas são lenta e continuamente aplanadas por
fenómenos de erosão.
(B) Um sismo está associado à libertação repentina de energia, devido a intervenções
divinas.
(1) Catastrofismo
(C) A superfície da Terra é modelada essencialmente pela tectónica de placas e
(2) Uniformitarismo
erosão mas também pelo impacto de meteoritos.
(3) Neocatastrofismo
(D) Tendo em conta o pensamento de James Hutton, a formação de fósseis e das
rochas em que estão contidos é simultânea, em ambientes de baixa energia.
(E) Uma erupção vulcânica do tipo efusiva ou explosiva poderá resultar da acumulação
de material em fusão, numa câmara magmática, ao longo de milhares ou milhões de
anos.

8. Explique, com base no conceito de porosidade e nos resultados do estudo granulométrico apresentados no gráfico
da Figura 1, a diferença de porosidade das duas amostras.

8.
Sendo a porosidade o volume de espaços de vazios presentes numa rocha, ela é condicionada pela calibração/selecção dos detritos.
Como a amostra A apresenta melhor calibração de detritos, tem mais espaços, logo, tem maior porosidade do que a amostra B.
Dito de outro modo, como a amostra B apresenta pior calibração de detritos, tem menos espaços, logo, tem menor porosidade do que a amostra A.

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GRUPO III

Um estudo publicado recentemente conclui que estratos geológicos presentes na Tasmânia (Austrália) são
semelhantes a estratos presentes no Grand Canyon (EUA), estando atualmente separados cerca de 13 000 km.
Os estratos estudados têm entre 1250 a 1100 M.a. e formaram-se no Proterozoico, quando todas as massas
continentais estavam unidas, formando o supercontinente Rodínia (figura 2A). Para além da idade, a sequência
estratigráfica e a composição das rochas também são semelhantes entre a Tasmânia e o Grand Canyon (figura 2B).
O estudo publicado obriga a repensar a paleogeografia da Rodínia entre 1250 a 1100 M.a. atrás e implica
uma deriva de cerca de 4000 km do continente australiano e antártico relativamente à Laurentia. Esta correspondia
à massa continental que inclui a atual Gronelândia e América do Norte e onde se localiza o Grand Canyon. A junção
das massas continentais ficou completa há cerca de 900 M.a.
Após a formação da Rodínia, seguiu-se uma nova fragmentação, que ocorreu entre 825 e 550 M.a. atrás.
Durante esta fragmentação, a Terra entrou num período glaciar e ficou quase totalmente coberta por gelo. Os
investigadores suspeitam que a atividade vulcânica impediu a Terra de entrar numa idade do gelo permanente.

Baseado em https://bit.ly/2QLvuJw (consult. nov. 2018); Mulder et al. (2018). Rodinian devil in disguise: Correlation of 1.25–1.10 Ga
strata between Tasmania and Grand Canyon. Geology. 46(11): 991-994.

A B

Figura 2.

1. De acordo com os dados da figura 2A,


(A) a Austrália ocupava, há 1100 M.a. a posição atual, no hemisfério sul do globo terrestre.
(B) é expectável encontrar uma continuidade litológica entre algumas rochas da América do Norte e da
Antártida.
(C) a deriva continental defendida por Wegener para a Pangeia não está correta.
(D) é possível concluir que as massas continentais não sofreram deriva nos últimos 1000 M.a.

2. Os quartzitos da Formação de Jacob, na Tasmânia, são rochas que resultaram da


(A) atividade vulcânica, com emissão de lava rica em sílica.
(B) meteorização de um arenito, semelhante ao da Formação Shinumo (Grand Canyon).
(C) solidificação de magmas oriundos da crusta oceânica.
(D) recristalização no estado sólido de rochas preexistentes ricas em quartzo.

3. Durante a formação da Rodínia ocorreram fenómenos de


(A) espessamento crustal e de formação de crosta.
(B) estiramento crustal e de magmatismo.
(C) compressão tectónica e de orogénese.
(D) distensão tectónica e de destruição de crosta.

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4. Alfred Wegener baseou a sua teoria em fósseis de seres vivos como o Cynognathus, animal com características
intermédias entre répteis e mamífero, que foi descoberto em rochas da África do Sul e da Antártida. Na América do
Sul, não se encontraram rochas que datem da altura em que aquele animal existiu. De acordo com estes dados,
pode afirmar-se que uma explicação plausível para a inexistência de fósseis de Cynognathus no continente sul-
americano é que
(A) Cynognathus não colonizou os ecossistemas existentes na América do Sul.
(B) o clima, na América do Sul, não era propício à sobrevivência de Cynognathus.
(C) na América do Sul, os estratos contemporâneos de Cynognathus foram erodidos.
(D) durante o Pérmico, não ocorreram condições favoráveis à formação de fósseis na América do Sul.

5. O paleomagnetismo admite a existência de um núcleo _____ líquido, capaz de gerar um campo magnético. O
paleomagnetismo sustenta que, após a solidificação e arrefecimento completo do magma, os minerais _____ a sua
polaridade em função das alterações do campo magnético, ao longo do tempo.
(A) externo… não modificam
(B) externo… modificam
(C) interno… modificam
(D) interno… não modificam

6. Há 150 000 anos, num outro período glaciar, a glaciação Würm, ocorreu uma _______ do nível do mar,
pelo que a área continental era consideravelmente _______ à de hoje.
(A) descida… superior
(B) descida… inferior
(C) subida… superior
(D) subida… inferior

7. Um ciclo oceânico completo implica o processo de abertura e fecho de um oceano, com a consequente formação
de uma cadeia orogénica. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos
acontecimentos associados a este ciclo.
A. Início do alargamento de um oceano primitivo.
B. Estiramento de crosta continental.
C. Início de subdução de crosta oceânica, geralmente mais antiga e mais densa.
D. Formação de cadeias montanhosas de colisão.
E. Instalação de vulcanismo em margens continentais ativas.

8. Ao contrário da Pangeia, a Rodínia era um supercontinente onde não havia plantas nem animais. De acordo com
a análise das rochas, os cientistas concluíram que a camada de ozono ainda não se tinha formado.
Explique as implicações da ausência de uma camada de ozono na colonização dos habitats terrestres.

9. Na reconstituição da Rodínia e da Pangeia, o supercontinente que se formou há cerca de 300 M.a., não foram
usados dados relativos a rochas do fundo oceânico por ausência destas.
Relacione este facto com as características das rochas do fundo oceânico e com a tectónica de placas.

COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
I
6 6 6 6 6 6 6 15 15 72
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
II
5 6 6 6 6 6 6 15 56
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
6 6 6 6 6 6 6 15 15 72
TOTAL 200

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