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Autor:
Rubens Mauricio Corrêa
19 de Dezembro de 2022
Índice
1) Legislação Previdenciária: Conteúdo, Fontes, Ramo e Autonomia
..............................................................................................................................................................................................3
6) Competência Legislativa
..............................................................................................................................................................................................
38
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 20232(Pré-Edital
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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
CONTEÚDO
A palavra lei, no entanto, tem diferentes sentidos, conforme seu contexto seja
estrito (stricto sensu) ou amplo (lato sensu).
A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder Legislativo,
que detém a competência constitucional para legislar. São as denominadas normas
legais ou primárias, que podem inovar no direito previdenciário.
Legislação
Previdenciária
(leis em sentido amplo)
Leis
(normas legais, em sentido estrito) referentes ao
funcionamento
+ da Previdência
Atos Administrativos Social
(normas infralegais)
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 20233(Pré-Edita
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"Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos
componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto
sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da
realidade social de um Estado. Trata-se, portanto, da matéria prima da qual nasce
o direito.
A palavra fonte é empregada metaforicamente conforme observa o jurista suíço
Claude Du Pasquier, senão vejamos:
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• As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos
geradores do direito, como por exemplo, as normas legais.
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o
poder de criar o Direito. Este significa introduzir no ordenamento jurídico novas
normas jurídicas.
No Brasil, temos algumas formas de expressão das fontes formais, sendo as leis a
principal forma de expressão; contando também com a jurisprudência (conjunto de
entendimentos de determinado tribunal) e a doutrina.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 20236(Pré-Edita
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São elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram
o comportamento a ser tutelado e que levam ao vislumbre de um direito. A título
exemplificativo, as fontes materiais, dentre outras, podem ser:
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No sentido material, portanto, pode-se afirmar que todo fato social é fonte do
direito. Tudo o que acontece de relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou
extinção de direitos.
Constituição
Federal +
Leis Leis atos
administrativos
(sentido amplo) Complementares
em geral
Fonte Leis
Formal Ordinárias ater-se ao disposto
Jurisprudência Medida em lei, permitindo
sua aplicação ao
Provisória caso concreto.
Lei
Delegada sem trazer
inovações
fontes primárias
fontes secundárias
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Constituição Federal
Lei nº 8.742/93
(Lei orgânica da assistência social – loas)
Decreto nº 6.214/07
(Regulamenta o benefício de prestação continuada)
COMENTÁRIOS:
As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes podem ser
imediatas ou mediatas.
As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como
por exemplo, as normas legais.
As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina. São os
meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-
se conhecidas.
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser primárias ou secundárias.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 20239(Pré-Edita
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Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às que têm
força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento jurídico.
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), correspondem às que
não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de
precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar.
No direito Previdenciário temos como principais fontes formais:
Constituição Federal – fonte primária;
Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios) – fonte primária;
RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios) – fonte secundária;
Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios) – fonte secundária;
Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio) – fonte secundária;
Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) – fonte primária;
Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada) – fonte secundária.
Assim sendo podemos perceber que dentre as fontes formais do direito previdenciário incluem-se
a CF e as Leis nº 8.212/1991 e nº 8.213/1991, como afirma o enunciado. Assertiva correta.
Gabarito: CERTO.
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(Pré-Edita
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Atualmente a grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que
prega a autonomia entre direito do trabalho e direito previdenciário.
O Direito Previdenciário é definindo como um conjunto de regras que regem o
seguro social, que tem objetos, princípios e instituto próprios e normas específicas
que tratam de Seguridade Social, além de conter um grande repertório
jurisprudencial e doutrinário distintos.
Se é verdade que em alguns casos, direito previdenciário e direito do trabalho se
aproximam, também é verdade que na maioria das ocorrências tal relacionamento
não acontece, não sendo correto dizer, atualmente, que o Direito Previdenciário
seja um apêndice do Direito Laboral.
O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre particulares
(relação empregatícia), situa-se no campo do Direito Privado; o Direito
Previdenciário, no entanto, possui natureza jurídica de direito público, pois a
relação entre as partes estabelece-se por força da lei e não por suas vontades.
O Poder Constituinte de 1988 criou um capítulo próprio para a Seguridade Social
no Capítulo II, incluído no Título VIII (“Da Ordem Social”), no qual constam várias
disposições sobre Seguridade Social, abrangendo a Previdência Social, Assistência
Social e Saúde, que vai do artigo 194 até o artigo 204, tornando este instituto de
Direito Previdenciário totalmente desvinculado do Direito do Trabalho, que teve
suas prescrições incluídas no Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”) do Título II (“Dos
Direitos e Garantias Fundamentais”) no artigo 7º.
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Direito Previdenciário
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Decorre da existência de
princípios jurídicos próprios
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Aplicação das
Normas
Previdenciárias
VIGÊNCIA
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir
seus efeitos. É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a
conduta por esta prescrita é exigível. Em outras palavras, a vigência indica o
período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à sua
existência jurídica em determinado momento.
Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao
ordenamento jurídico, ou seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas.
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Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus
efeitos.
Para exemplificar, podemos citar uma lei publicada dia 15 de agosto de 2018,
aumentando uma contribuição previdenciária de 11% para 14%, cuja lei tenha
fixado o início da sua vigência em 01 de setembro de 2018. Assim sendo, no dia
==245596==
No dia 01 de setembro de 2018 a lei estará válida e vigente, porém ainda não estará
eficaz, uma vez que, para tornar-se eficaz e produzir seus efeitos, a lei que aumenta
contribuição de Seguridade Social deverá respeitar a anterioridade nonagesimal
(conhecida também por anterioridade mitigada ou noventena), somente podendo
ser exigida após 90 dias contados da data da publicação da lei. Após os 90 dias
contados da publicação da lei, esta lei terá sua eficácia, além de válida (desde a
publicação em 15/08/2018) e vigente (desde 01/09/2018, conforme previsto na
própria lei)
ATENÇÃO: Para esta lei ser eficaz, não são contados 90 dias da vigência,
mas sim contados da publicação da lei).
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(Pré-Edita
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Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de
vacância, que então será de 45 dias após oficialmente publicada.
• Situação 1: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. Neste caso,
a vigência é imediata, na data da publicação ;
• Situação 4: A lei nada diz a respeito da vigência. Neste caso, devemos utilizar
a regra de vigência prevista no art. 1º da LINDB: “Salvo disposição em
contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois
de oficialmente publicada”
VIGÊNCIA
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COMENTÁRIOS:
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. É uma
característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível.
Em outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como
diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento.
Para responder essa questão vamos consultar o art. 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro - LINDB:
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
(Destaques Nossos).
Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância,
que então será de 45 dias após oficialmente publicada. Sendo assim podemos concluir que
a assertiva está correta.
Contudo nunca nos esqueçamos do “salvo disposição contrária”, evitando cairmos em pegadinhas.
Gabarito: CERTO.
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INTERPRETAÇÃO
Toda lei está sujeita a interpretação, não apenas leis obscuras e ambíguas.
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• Interpretação declaratória
• Interpretação extensiva
• Interpretação restritiva
Quanto à Judicial
Origem (fonte) Administrativa
Doutrinária
Quanto à Declaratória
Finalidade
Extensiva
(Efeitos ou
Resultados) Restritiva
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Gramatical / Literal
Finalística ou Teleológica
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• Interpretação sistemática
Sistemática
• Interpretação histórica
Histórica
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• Interpretação lógica
Lógica
b) poderá ser elaborada nova lei para dirimir dúvidas sobre lei já
existente.
Legislativa ou Autêntica
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• Interpretação judicial
Judicial
• Interpretação administrativa
Administrativa
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• Interpretação doutrinária
Doutrinária
• Interpretação declaratória
Declaratória
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Extensiva (ampla)
Restritiva (limitativa)
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(Pré-Edita
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( ) CERTO
( ) ERRADO
==245596==
COMENTÁRIOS:
Interpretação sistemática;
Interpretação histórica;
Interpretação lógica.
Interpretação judicial;
Interpretação administrativa;
Interpretação doutrinária.
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Interpretação declaratória
Interpretação extensiva
Interpretação restritiva
Por outro lado, pela interpretação sistemática a norma é analisada como parte de um
sistema jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas
legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-se
buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.
Desta forma, fica evidente que a assertiva trata da técnica de interpretação sistemática
(e não de interpretação teleológica).
Gabarito: ERRADO.
COMENTÁRIOS:
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202327
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Por meio da interpretação sistemática, a norma é analisada como parte de um sistema jurídico na
qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada em
conjunto e de forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com os
princípios de direito envolvidos, devendo-se buscar harmonia e unicidade, característicos do
ordenamento jurídico brasileiro, evitando contradições.
Assim sendo, correta está a presente assertiva ao afirmar que, no método de interpretação
sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas
que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de
um todo.
Gabarito: CERTO.
COMENTÁRIOS:
Por meio da Interpretação gramatical ou literal, o intérprete busca o sentido e o alcance da lei
mediante a análise do significado das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta
exclusivamente o rigoroso significado literal das palavras constantes do texto legal, sem considerar
outros valores interpretativos. Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo
disposição em contrário, ser utilizada isoladamente.
Desta forma, podemos afirmar que a assertiva está correta, pois, de fato, ao se utilizar do método
de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo legal.
Gabarito: CERTO.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202328
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INTEGRAÇÃO
Entretanto, pode ocorrer de não existir no sistema jurídico uma norma para a
situação que se apresente para resolver. Neste caso, a interpretação torna-se
prejudicada, pois não norma alguma a se interpretar, uma vez que estamos diante
de lacunas normativas, ou seja, situações não disciplinadas por lei, mas que
precisam de uma solução a ser dada pelo direito. Neste caso, o aplicador da lei
utiliza-se das técnicas de integração da legislação, para garantir a plenitude do
direito.
A regra geral básica para solucionar o problema das lacunas no direito brasileiro
está prevista no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB,
conforme segue:
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202329
(Pré-Edita
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Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.
(grifos nossos)
• Analogia;
• Costumes; e
• Princípios Gerais do Direito
• a analogia;
• os princípios gerais de direito tributário;
• os princípios gerais de direito público; e
• a equidade.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202330
(Pré-Edita
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• a analogia;
• os princípios gerais da Seguridade Social;
• os princípios gerais de direito; e
• a equidade.
Analogia
Princípios Gerais da
Ferramentas Seguridade Social
para a
Integração Princípios Gerais
do Direito
Equidade
Analogia
Pela analogia, a lacuna deverá ser preenchida buscando-se solução para casos
semelhantes no ordenamento jurídico, para os quais exista norma jurídica. Pelo
conceito de analogia, casos parecidos devem ser julgados de maneira semelhante.
O uso da analogia, nos termos do § 1º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na
exigência de uma contribuição previdenciária não previsto em lei.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202331
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Analogia
Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deve o responsável pela aplicação
da legislação previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais da Seguridade Social.
Não preenchida a lacuna por meio da analogia nem tampouco por meio dos
princípios gerais da Seguridade Social, deve o responsável pela aplicação da
legislação previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais do Direito.
Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais do direito, que lhe
dão apoio e coerência, fornecendo as principais diretrizes do ordenamento jurídico.
Trata-se de enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam
a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo
para a elaboração de novas normas. São considerados, por muitos autores, como
sendo os alicerces do ordenamento jurídico.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202332
(Pré-Edita
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Equidade
Quando decide por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse o
legislador, com o mais amplo senso de justiça.
O uso da equidade, nos termos do § 2º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na
dispensa de pagamento de uma contribuição previdenciária devida.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202333
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Equidade
Costumes
Nos termos do art. 4º da LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Costumes
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202334
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HIERARQUIA
Portanto, quanto da aplicação da lei, deve-se seguir uma hierarquia, ou seja, as leis
de menor grau devem obedecer às de maior grau.
• No topo da hierarquia temos as normas constitucionais originais ou
reformadoras.
• Seguem-se as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, as
medidas provisórias e os decretos legislativos que internalizam, no direito
brasileiro, as convenções, tratados e acordos internacionais firmados pelo
Brasil.
• Logo abaixo estão, como norma infralegal, as normas regulamentares de
âmbito administrativo. Assim, os decretos expedidos pelo Presidente da
República (art. 84, IV, da CF/88), as resoluções, as portarias, as instruções
normativas, as ordens de serviço e os pareceres normativos são aceitos como
fontes formais, na medida em que observem as normas de hierarquia
superior, uma vez que estes atos se destinam a trazer concretude para a
norma legal, orientando a forma de proceder da própria administração.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202335
(Pré-Edita
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Normas Constitucionais:
• Constituição Federal;
• Emendas Constitucionais.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros são equivalentes a emendas
constitucionais, nos termos do § 3º do art. 5º da CF/88.
Normas Infraconstitucionais:
• Normas Supralegais;
• Normas Legais; e
• Normas Infralegais.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202336
(Pré-Edita
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Esses atos estão no patamar mais baixo da hierarquia normativa. Caso as normas
infralegais deixem de respeitar as Normas Constitucionais, as Normas Supralegais
ou as Normas Legais, deverão ser declaradas inconstitucionais ou ilegais.
Ainda dentro da legislação previdenciária, vejamos o que está disposto no art. 85-
A da lei 8.212/91:
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202337
(Pré-Edita
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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre
questões relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas à Seguridade
Social.
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre previdência social.
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a
competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência
de lei federal sobre normas gerais suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202338
(Pré-Edita
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(CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e à autonomia
==245596==
COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre este assunto são encontradas na
Constituição Federal. Assim sendo, vamos consultar a CF/88 e conferir a resposta:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.
Apesar de não constar o Distrito Federal no texto da Constituição Federal, ainda assim a assertiva
está correta, pois o DF tem as mesmas competências legislativas dos Estados e Municípios. Como
podemos ver, a assertiva está correta.
Gabarito: CERTO.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202339
(Pré-Edita
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(CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016). Acerca do regime geral e dos
regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos
estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
( ) CERTO
( ) ERRADO
COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre esse assunto são encontradas na
Constituição Federal. Vamos, então, consultá-la em seus artigos 22 e 24 abaixo:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.
(Destaques Nossos).
Podemos concluir que a assertiva está errada ao afirmar que é vedado aos Estados e ao Distrito
Federal legislar sobre a previdência social, pois, de acordo com a CF/88, em regra, Estados e Distrito
Federal cuidam da suplementação da norma, tornando-as adequadas às necessidades especificas
de cada região, cabendo à União a tarefa de estabelecer as normas gerais.
Gabarito: ERRADO.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Seguridade Social e Legislação Previdenciária - 202340
(Pré-Edita
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QUESTÕES COMENTADAS
1 - (CESPE – Analista Judiciário – STJ – 2018) Tendo como referência a doutrina e
a jurisprudência a respeito da organização e dos princípios do sistema de
seguridade social brasileiro, julgue o item a seguir.
O princípio do direito adquirido não se aplica à seara previdenciária, pois,
conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido
a regime jurídico.
Certo ( )
Errado ( )
COMENTÁRIOS:
Ao contrário do que afirma a questão, o princípio do direito adquirido se aplica à
seara previdenciária sim, uma vez se o segurado preencher todos os requisitos para
um certo benefício na vigência de uma lei, mesmo que esta lei venha a ser
posteriormente alterada, o direito do segurado não é alterado.
Gabarito: ERRADA.
COMENTÁRIOS:
As fontes de direito previdenciário podem ser primárias ou secundárias.
As fontes primárias são aquelas que têm força suficiente para inovar no
ordenamento jurídico, sendo abrangidas pelos atos legislativos e os atos com força
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de lei. Entre estas podemos citar as medidas provisórias, as leis em sentido estrito,
a Constituição Federal, as Emendas Constitucionais, entre outras.
As fontes secundárias são aquelas que não tem força de lei, não podendo inovar
no ordenamento jurídico, mas servindo para complementar as fontes primárias.
Como exemplo podemos citar os decretos regulamentares, as portarias e as
Instruções Normativas.
Portanto, a questão está correta ao afirmar que a MP 871 é uma fonte primária.
Gabarito: CORRETA.
COMENTÁRIOS:
Quanto às fontes de direito previdenciário, podemos separar as normas em fontes
primárias e fontes secundárias.
Fontes primárias são aquelas que têm força suficiente para inovar no ordenamento
jurídico. São exemplos de fontes primárias: Constituição Federal, emendas
constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos autônomos, Resolução do Senado, tratados internacionais e
súmulas vinculantes.
Fontes secundárias são aquelas que não podem inovar no ordenamento jurídico e
servem para esclarecer as normas primárias, sem inovar. São exemplos: decretos
regulamentares, portarias e instruções normativas.
O Decreto 3.048/99 é um decreto regulamentar e a Instrução Normativa 77/2017
é uma instrução normativa, portanto, ambos são normas secundárias.
Gabarito: CERTO.
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COMENTÁRIOS:
As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes
podem ser imediatas ou mediatas.
As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores
do direito, como por exemplo, as normas legais.
As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a
doutrina. São os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas
jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser primárias ou secundárias.
Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata),
corresponde às que têm força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar
no ordenamento jurídico.
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas),
correspondem às que não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos
dos aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a compreensão e
aplicação global do Direito, sem inovar.
No direito Previdenciário temos como principais fontes formais:
• Constituição Federal – fonte primária;
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios) – fonte primária;
• RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios) – fonte
secundária;
• Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios) – fonte secundária;
• Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio) – fonte secundária;
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Gabarito: CERTO.
COMENTÁRIOS:
A assertiva está incorreta, pois o enquadramento do Direito Previdenciário, apesar
de não ser pacífico, tem sido classificado pelos doutrinadores mais atuais como
ramo do direito social, enquanto outros classificam como ramo do direito público
(corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da Seguridade
Social. Evidentemente, nunca será direito privado, já que, na relação jurídico-
securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de império,
determinando a filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de
contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo autônomo do direito público, uma vez que possui
métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão
interna.
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Gabarito: ERRADO.
COMENTÁRIOS:
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir
seus efeitos. É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a
conduta por esta prescrita é exigível. Em outras palavras, a vigência indica o
período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à sua
existência jurídica em determinado momento.
Para responder essa questão vamos consultar o art. 1º da Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro - LINDB:
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Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.
(Destaques Nossos).
Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de
vacância, que então será de 45 dias após oficialmente publicada. Sendo assim
podemos concluir que a assertiva está correta.
Gabarito: CERTO.
COMENTÁRIOS:
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos
lógicos que objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.
Os métodos de interpretação utilizados são:
Interpretação quanto ao meio
• Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação
semântica, textual ou verbal);
• Interpretação finalística ou teleológica;
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• Interpretação sistemática;
• Interpretação histórica;
• Interpretação lógica.
Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)
• Interpretação legislativa ou autêntica;
• Interpretação judicial;
• Interpretação administrativa;
• Interpretação doutrinária.
Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)
• Interpretação declaratória
• Interpretação extensiva
• Interpretação restritiva
Por outro lado, pela interpretação sistemática a norma é analisada como parte de
um sistema jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas
legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-
se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.
Gabarito: ERRADO.
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COMENTÁRIOS:
Por meio da interpretação sistemática, a norma é analisada como parte de um
sistema jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas
legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-
se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.
Assim sendo, correta está a presente assertiva ao afirmar que, no método de
interpretação sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser
interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico,
visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um todo.
Gabarito: CERTO.
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COMENTÁRIOS:
Por meio da Interpretação gramatical ou literal, o intérprete busca o sentido e o
alcance da lei mediante a análise do significado das palavras utilizadas pelo
legislador, levando-se em conta exclusivamente o rigoroso significado literal das
palavras constantes do texto legal, sem considerar outros valores interpretativos.
Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em contrário,
ser utilizada isoladamente.
Desta forma, podemos afirmar que a assertiva está correta, pois, de fato, ao se
utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do
dispositivo legal.
Gabarito: CERTO.
10. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e
à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.
Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar
sobre questões específicas relacionadas à seguridade social.
( ) CERTO
( ) ERRADO
COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre este assunto são
encontradas na Constituição Federal. Assim sendo, vamos consultar a CF/88 e
conferir a resposta:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
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Gabarito: CERTO.
COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre esse assunto são
encontradas na Constituição Federal. Vamos, então, consultá-la em seus artigos 22
e 24 abaixo:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
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§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
(Destaques Nossos).
Podemos concluir que a assertiva está errada ao afirmar que é vedado aos Estados
e ao Distrito Federal legislar sobre a previdência social, pois, de acordo com a
CF/88, em regra, Estados e Distrito Federal cuidam da suplementação da norma,
tornando-as adequadas às necessidades especificas de cada região, cabendo à
União a tarefa de estabelecer as normas gerais.
==245596==
Gabarito: ERRADO.
LISTA DE EXERCÍCIOS
Certo ( )
Errado ( )
Certo ( )
Errado ( )
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Certo ( )
Errado ( )
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10. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e
à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.
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GABARITO GERAL
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RESUMO DA AULA
• Legislação Previdenciária
• Conteúdo
o Legislação previdenciária é o conjunto de leis e atos normativos
referentes ao funcionamento da Previdência Social.
o A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo
Poder Legislativo, que detém a competência constitucional para
legislar. São as denominadas normas legais ou primárias, que
podem inovar no direito previdenciário.
o A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto
de normas referentes ao funcionamento da Previdência Social,
sejam normas legais (conhecidas como primárias, que podem
inovar), sejam normas infralegais (conhecidas como secundárias,
que não podem inovar).
• Fontes
o "Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico
para se referir aos componentes utilizados no processo de
composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de
normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da
realidade social de um Estado.
▪ Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta
ou imediata), corresponde às que têm força suficiente para
gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento
jurídico. São atos legislativos (emanados do Poder
Legislativo), ou de natureza legislativa (atos com força de
lei, emanados do Poder Executivo, cujo exemplo mais
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• Autonomia
o O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas
os doutrinadores mais atuais colocam-no como ramo do direito
social, enquanto outros classificam como ramo do direito público
(corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a
regulamentação da Seguridade Social.
o Trata-se de um ramo autônomo do direito público, uma vez que
possui métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de
leis específicas e divisão interna.
o A CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do
Trabalho, dando àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a
antiga concepção de que a previdência pertencia, em termos
normativos, ao direito do trabalho.
o A grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista,
que prega a autonomia entre direito do trabalho e direito
previdenciário.
o O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre
particulares (relação empregatícia), situa-se no campo do Direito
Privado; o Direito Previdenciário, no entanto, possui natureza
jurídica de direito público, pois a relação entre as partes
estabelece-se por força da lei e não por suas vontades.
o O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do
direito por possuir métodos próprios, objeto próprio, princípios
próprios, leis específicas e divisão interna, segundo critérios
pacificamente aceitos pela doutrina dominante.
o Apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não
é independente dos demais ramos do direito, devendo suas
normas e princípios respeitar e ser compatível com os demais
princípios e ramos do direito.
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• Interpretação
o Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos
e processos lógicos que objetivam definir o conteúdo, sentido e
o alcance das normas jurídicas.
o A interpretação decorre da análise da norma jurídica, para
permitir sua aplicação ao caso concreto.
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• Integração
o Preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico, aplicando-se
nos casos de ausência de norma expressa e específica para o caso.
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• Hierarquia
o As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro
guardam hierarquia entre si, ou seja, existem normas superiores
que devem ser respeitadas pelas normas inferiores.
o Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre
o assunto), temos as seguintes regras básicas de solução de
antinomias (contradição entre duas leis):
▪ a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de
hierarquia inferior;
▪ a norma posterior prevalece sobre a mais antiga;
▪ a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da
especialidade).
o Normas Constitucionais:
▪ Constituição Federal;
▪ Emendas Constitucionais.
▪ Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros (são equivalentes a
emendas constitucionais, nos termos do § 3º do art. 5º da
CF/88.
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o Normas Infraconstitucionais:
▪ Normas Supralegais;
▪ Normas Legais; e
▪ Normas Infralegais.
• Normas Legais:
o Leis Complementares;
o Leis Ordinárias;
o Leis Delegadas;
o Medidas Provisórias;
o Decretos Legislativos;
o Resoluções da Câmara dos Deputados;
o Resoluções do Senado Federal; e
o Tratados internacionais que não versarem
sobre direitos humanos serão equivalentes às
leis ordinárias (não podendo, portanto,
disciplinar matéria reservada a lei
complementar).
• Normas Infralegais:
o Decretos;
o Portarias;
o Instruções Normativas;
o Ordens de Serviço;
o outros atos administrativos.
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Competência Legislativa
• Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar
sobre questões relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
relacionadas à Seguridade Social.
• Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre previdência social.
o Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito
Federal, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
o Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais
não exclui a competência suplementar dos Estados.
o Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. No
entanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
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