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Aula 11

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do


Trabalho - AFT) Seguridade Social e
Legislação Previdenciária - 2023
(Pré-Edital)

Autor:
Rubens Mauricio Corrêa

19 de Dezembro de 2022

78664969515 - Maria Auxiliadora Silva Araujo


Rubens Mauricio Corrêa
Aula 11

Índice
1) Legislação Previdenciária: Conteúdo, Fontes, Ramo e Autonomia
..............................................................................................................................................................................................3

2) Legislação Previdenciária: Vigência


..............................................................................................................................................................................................
14

3) Legislação Previdenciária: Interpretação


..............................................................................................................................................................................................
18

4) Legislação Previdenciária: Integração


..............................................................................................................................................................................................
29

5) Legislação Previdenciária: Hierarquia


..............................................................................................................................................................................................
35

6) Competência Legislativa
..............................................................................................................................................................................................
38

7) Questões - Legislação Previdenciária


..............................................................................................................................................................................................
41

8) Resumo - Legislação Previdenciária


..............................................................................................................................................................................................
55

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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

CONTEÚDO

Legislação Previdenciária é o conjunto de regramentos legais e infralegais que


regulamentam o sistema previdenciário brasileiro. A legislação previdenciária
engloba, por exemplo, a Constituição Federal, leis complementares, leis ordinárias,
medidas provisórias, leis delegadas, decretos regulamentares a os atos
administrativos (tais como instruções normativas, portarias, regimentos, resoluções,
etc.).

A palavra lei, no entanto, tem diferentes sentidos, conforme seu contexto seja
estrito (stricto sensu) ou amplo (lato sensu).

A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder Legislativo,
que detém a competência constitucional para legislar. São as denominadas normas
legais ou primárias, que podem inovar no direito previdenciário.

A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto de normas


referentes ao funcionamento da Previdência Social, sejam normas legais
(conhecidas como primárias, que podem inovar), sejam normas infralegais
(conhecidas como secundárias, que não podem inovar).

Legislação
Previdenciária
(leis em sentido amplo)

Leis
(normas legais, em sentido estrito) referentes ao
funcionamento
+ da Previdência
Atos Administrativos Social
(normas infralegais)

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FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

"Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos
componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto
sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da
realidade social de um Estado. Trata-se, portanto, da matéria prima da qual nasce
o direito.
A palavra fonte é empregada metaforicamente conforme observa o jurista suíço
Claude Du Pasquier, senão vejamos:

“remontar à fonte de um rio é buscar o lugar de onde as suas águas saem


da terra; do mesmo modo, inquirir sobre a fonte de uma regra jurídica é
buscar o ponto pelo qual sai das profundidades da vida social para
aparecer na superfície do Direito.”

Segundo o jurista e doutrinador Miguel Reale, “o termo fonte do direito deve


indicar os processos de produção da norma jurídica, vinculados a uma estrutura do
poder, o qual, diante de fatos e valores, opta por dada solução normativa e pela
garantia do seu cumprimento”.
Ao utilizarmos a expressão “fontes do direito”, queremos designar o texto em que
o Direito está embasado ou todos os elementos que possam ajudar na sua
aplicabilidade.
Ainda no dizer de Miguel Reale:

“Por fonte do direito designamos os processos ou meios em virtude dos


quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto
é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa”.

Fonte do Direito é, portanto, a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde


se cria (fonte material) e como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de
produção das normas.
São exemplos de fontes do direito: as leis, jurisprudência, doutrina, analogia,
princípio geral do direito, costumes e equidade.

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As fontes do Direito Previdenciário podem ser primárias ou secundárias:

Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata),


corresponde às que têm força suficiente para gerar a regra jurídica,
podendo inovar no ordenamento jurídico. São atos legislativos
(emanados do Poder Legislativo), ou de natureza legislativa (atos com
força de lei, emanados do Poder Executivo, cujo exemplo mais
importante, hoje, são as medidas provisórias), que têm como
característica poderem inovar o direito.

Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou


mediatas), correspondem às que não têm a força das primeiras, mas
esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de precioso
substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar.
Têm como característica a impossibilidade teórica de criar, de forma
inaugural, direitos ou obrigações, ou de modificar direitos ou obrigações
previstos em lei ou outros atos primários. São decretos regulamentares e
atos administrativos, que apenas regulamentam a lei, ou seja, detalham
seus comandos e uniformizam procedimentos da administração, a fim de
dar execução à lei.

São exemplos de fontes primárias do Direito (atos legais):


• Constituição Federal de 1988
• Emendas constitucionais
• Leis complementares
• Leis ordinárias
• Leis delegadas
• Medidas provisórias
• Decreto legislativo
• Resolução do Senado
• Tratados internacionais
• Súmulas Vinculantes

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São exemplos de fontes secundárias do Direito (atos infralegais):


• Decretos Regulamentares
• Portarias
• Instruções Normativas

O estudo das “fontes do direito” se inicia com a diferenciação entre direito


enquanto forma, no caso das fontes formais (norma jurídica positivada em leis,
decretos, portarias, etc) e direito enquanto matéria, no caso das fontes materiais
(substância/valor/justiça).

Vejamos a seguir o conceito de fontes formais e fontes materiais do direito:

Fonte Formal do Direito: é aquela pela qual o direito se manifesta. Dividem-se em


fontes formais imediatas e fontes formais mediatas, conforme definição abaixo:

• As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos
geradores do direito, como por exemplo, as normas legais.

• As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a


jurisprudência e a doutrina. São os meios de expressão do Direito, as formas
pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.

Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o
poder de criar o Direito. Este significa introduzir no ordenamento jurídico novas
normas jurídicas.

No Brasil, temos algumas formas de expressão das fontes formais, sendo as leis a
principal forma de expressão; contando também com a jurisprudência (conjunto de
entendimentos de determinado tribunal) e a doutrina.

Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, que revelam um direito


vigente, possibilitando a sua aplicação a um caso concreto.

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No sentido formal, portanto, pode-se afirmar que a expressão “fontes do direito”


diz respeito aos processos e estruturas capazes de produzir normas jurídicas aptas
a regular as interações entre indivíduos e entre estes e o governo.

As fontes formais estatais englobam a Constituição, leis complementares, leis


ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções do
senado. Englobam, também, decretos regulamentares do poder executivo,
instruções ministeriais, circulares, portarias, ordem de serviço e normas individuais.

As principais fontes formais da legislação previdenciária são:


• Constituição Federal;
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios);
• RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios);
• Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios);
• Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio);
• Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS);
• Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada).

Fonte Material do Direito: É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos


ou dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as transformações das
regras do direito. São constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que
emergem na sociedade e que são condicionados pela moral, economia, geografia.

As fontes materiais do direito previdenciário consistem, portanto, nos fatores que


interferem na produção de suas normas jurídicas, como, por exemplo, os
fundamentos do surgimento dos benefícios previdenciários e os costumes nas
relações entre o INSS e o segurado.

São elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram
o comportamento a ser tutelado e que levam ao vislumbre de um direito. A título
exemplificativo, as fontes materiais, dentre outras, podem ser:

- Fontes materiais históricas;


- Fontes materiais religiosas;
- Fontes materiais econômicas;
- Fontes materiais naturais;

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- Fontes materiais políticas;


- Fontes materiais morais.

No sentido material, portanto, pode-se afirmar que todo fato social é fonte do
direito. Tudo o que acontece de relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou
extinção de direitos.

No campo específico da Seguridade Social, o direito surge de variáveis sociais e


econômicas como a expectativa de vida da população, riqueza do país, Índices de
desemprego, saúde dos trabalhadores, número de acidentes do trabalho, etc.

Constituição
Federal +
Leis Leis atos
administrativos
(sentido amplo) Complementares
em geral
Fonte Leis
Formal Ordinárias ater-se ao disposto
Jurisprudência Medida em lei, permitindo
sua aplicação ao
Provisória caso concreto.
Lei
Delegada sem trazer
inovações
fontes primárias
fontes secundárias

Demais Ramos do Direito

Também são considerados fontes do direito


previdenciário.

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Principais fontes formais

Constituição Federal

Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios)

RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios)

Instrução Normativa INSS/PRES nº 77/2015 (BENEFÍCIOS)

Instrução Normativa RFB nº 971/2009 (CUSTEIO)

Lei nº 8.742/93
(Lei orgânica da assistência social – loas)

Decreto nº 6.214/07
(Regulamenta o benefício de prestação continuada)

Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova:

(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP – 2014). Acerca da legislação previdenciária,


especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item
que se segue.
As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes podem ser
imediatas ou mediatas.
As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como
por exemplo, as normas legais.
As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina. São os
meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-
se conhecidas.
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser primárias ou secundárias.

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Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às que têm
força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento jurídico.
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), correspondem às que
não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de
precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar.
No direito Previdenciário temos como principais fontes formais:
Constituição Federal – fonte primária;
Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios) – fonte primária;
RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios) – fonte secundária;
Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios) – fonte secundária;
Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio) – fonte secundária;
Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) – fonte primária;
Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada) – fonte secundária.

Assim sendo podemos perceber que dentre as fontes formais do direito previdenciário incluem-se
a CF e as Leis nº 8.212/1991 e nº 8.213/1991, como afirma o enunciado. Assertiva correta.

Gabarito: CERTO.

RAMO E AUTONOMIA DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas os doutrinadores


mais atuais colocam-no como ramo do direito social, enquanto outros classificam
como ramo do direito público (corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a
regulamentação da Seguridade Social. Evidentemente, nunca será direito privado,
já que, na relação jurídico-securitária, há a participação do Estado, dotado de seu
poder de império, determinando a filiação compulsória ao sistema e exigindo o
pagamento de contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo didaticamente autônomo do direito público, uma
vez que possui métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis
específicas e divisão interna.

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Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do


Trabalho, dando àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção
de que a previdência pertencia, em termos normativos, ao direito do trabalho.

Existem duas grandes teorias que versam sobre a autonomia do Direito


Previdenciário, senão vejamos:

• A teoria monista diz que o Direito previdenciário está inserido no Direito do


Trabalho; e

• A teoria dualista, que dispõe haver plena autonomia do direito previdenciário


sem qualquer interferência do direito trabalhista.

Atualmente a grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que
prega a autonomia entre direito do trabalho e direito previdenciário.
O Direito Previdenciário é definindo como um conjunto de regras que regem o
seguro social, que tem objetos, princípios e instituto próprios e normas específicas
que tratam de Seguridade Social, além de conter um grande repertório
jurisprudencial e doutrinário distintos.
Se é verdade que em alguns casos, direito previdenciário e direito do trabalho se
aproximam, também é verdade que na maioria das ocorrências tal relacionamento
não acontece, não sendo correto dizer, atualmente, que o Direito Previdenciário
seja um apêndice do Direito Laboral.
O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre particulares
(relação empregatícia), situa-se no campo do Direito Privado; o Direito
Previdenciário, no entanto, possui natureza jurídica de direito público, pois a
relação entre as partes estabelece-se por força da lei e não por suas vontades.
O Poder Constituinte de 1988 criou um capítulo próprio para a Seguridade Social
no Capítulo II, incluído no Título VIII (“Da Ordem Social”), no qual constam várias
disposições sobre Seguridade Social, abrangendo a Previdência Social, Assistência
Social e Saúde, que vai do artigo 194 até o artigo 204, tornando este instituto de
Direito Previdenciário totalmente desvinculado do Direito do Trabalho, que teve
suas prescrições incluídas no Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”) do Título II (“Dos
Direitos e Garantias Fundamentais”) no artigo 7º.

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Segundo a doutrina, para caracterizar a autonomia de uma ciência é mister que:


• ela seja bastante vasta a ponto de merecer um estudo de conjunto,
adequado e particular;
• ela contenha doutrinas homogêneas dominadas por conceitos gerais comuns
e distintos dos conceitos gerais que informam outras disciplinas;
• possua método próprio, empregando processos especiais para o
conhecimento das verdades que constituem objeto de suas investigações.

O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do direito por possuir


métodos próprios, objeto próprio, princípios próprios, leis específicas e divisão
==245596==

interna, segundo critérios pacificamente aceitos pela doutrina dominante.


O objeto do direito previdenciário é disciplinar a Previdência Social regrando a
relação jurídica de benefício e de custeio previdenciário, além de regrar a relação
jurídica de previdência complementar.
Porém, não se pode afirmar categoricamente que a autonomia ou distanciamento
desses dois importantes ramos do Direito implica em seu isolamento absoluto, haja
vista que do ponto de vista científico o Direito é uno e as ciências jurídicas do nosso
ordenamento são um feixe de regras que se relacionam e se interpenetram.

Assim sendo, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário


não é independente dos demais ramos do direito, devendo suas normas
e princípios respeitar e ser compatível com os demais princípios e ramos
do direito.

Direito Previdenciário

Ramo do direito social

Ramo do direito público


(Corrente tradicionalista)

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Autonomia do Direito Previdenciário

Decorre da existência de
princípios jurídicos próprios

A CF/88, através dos art. 6º e 7º, separou Previdência e


Trabalho, dando vida autônoma a cada segmento
jurídico

Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova:

(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014). Acerca da legislação previdenciária,


especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item
que se segue.
O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo reconhecida, pela
doutrina majoritária, sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito.
( ) CERTO
( ) ERRADO
COMENTÁRIOS:
A assertiva está incorreta, pois o enquadramento do Direito Previdenciário, apesar de não ser
pacífico, tem sido classificado pelos doutrinadores mais atuais como ramo do direito social,
enquanto outros classificam como ramo do direito público (corrente tradicionalista), voltada para o
estudo e a regulamentação da Seguridade Social. Evidentemente, nunca será direito privado, já que,
na relação jurídico-securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de império,
determinando a filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo autônomo do direito público, uma vez que possui métodos, objeto
e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão interna.
Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, dando
àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência pertencia,
em termos normativos, ao direito do trabalho.
No entanto, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é independente dos
demais ramos do direito, devendo suas normas e princípios respeitar e ser compatível com os
demais princípios e ramos do direito, uma vez que o direito é uno e indivisível. Mas, para efeito
sistemático e didático, o direito é dividido em ramos e o direito previdenciário pertence a um ramo
didaticamente autônomo.
Gabarito: ERRADO.

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APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS


Neste capítulo que se inicia ,referente à aplicação das normas previdenciárias,
vamos estudar:
• Vigência: diz respeito à existência jurídica da norma em determinado
momento;
• Interpretação: busca o sentido e o alcance das normas jurídicas;
• Integração: preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico; e
• Hierarquia: é a graduação de autoridade das normas.

Aplicação das
Normas
Previdenciárias

Vigência Hierarquia Interpretação Integração

VIGÊNCIA

A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir
seus efeitos. É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a
conduta por esta prescrita é exigível. Em outras palavras, a vigência indica o
período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à sua
existência jurídica em determinado momento.

Não devemos confundir vigência, validade e eficácia, pois possuem conceitos


jurídicos distintos, senão vejamos:

Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao
ordenamento jurídico, ou seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas.

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Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus
efeitos.

Eficácia: diz respeito à possibilidade concreta de produção de efeitos.

Obs.: A vigência é requisito necessário para a eficácia da lei, mas tais


conceitos não podem ser confundidos.

Para exemplificar, podemos citar uma lei publicada dia 15 de agosto de 2018,
aumentando uma contribuição previdenciária de 11% para 14%, cuja lei tenha
fixado o início da sua vigência em 01 de setembro de 2018. Assim sendo, no dia
==245596==

15/08/2018 a lei já é válida, porém ainda não está vigente.

No dia 01 de setembro de 2018 a lei estará válida e vigente, porém ainda não estará
eficaz, uma vez que, para tornar-se eficaz e produzir seus efeitos, a lei que aumenta
contribuição de Seguridade Social deverá respeitar a anterioridade nonagesimal
(conhecida também por anterioridade mitigada ou noventena), somente podendo
ser exigida após 90 dias contados da data da publicação da lei. Após os 90 dias
contados da publicação da lei, esta lei terá sua eficácia, além de válida (desde a
publicação em 15/08/2018) e vigente (desde 01/09/2018, conforme previsto na
própria lei)

ATENÇÃO: Para esta lei ser eficaz, não são contados 90 dias da vigência,
mas sim contados da publicação da lei).

Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação do texto legal


que a veicula. No entanto, pode ser estabelecido no próprio texto legislativo que
a norma só passará a viger após certo período de tempo, contado a partir da sua
publicação. Tal período é denominado “vacatio legis”.

No exemplo acima, a “vacatio legis” é o período compreendido entre a publicação


da lei, em 15/08/2018 e sua vigência, em 01/09/2018.

Convém lembrar que a Lei de Introdução às Normas do Direito (LINDB), de 1942,


estabelece, em seu artigo 1º, que:

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“Art. 1º. Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o


país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”.

Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de
vacância, que então será de 45 dias após oficialmente publicada.

Em relação ao prazo de vigência temos, portanto, algumas situações possíveis


abaixo exemplificadas:

• Situação 1: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. Neste caso,
a vigência é imediata, na data da publicação ;

• Situação 2: “Esta lei entra em vigor no dia 25/09/2018” (data hipotética).


Neste caso, a própria lei determina quando será o início da vigência;

• Situação 3: “Esta lei entra em vigor no primeiro dia do segundo mês


subsequente à sua publicação”. Neste caso, a lei determina uma regra para
a apuração da data de início da vigência;

• Situação 4: A lei nada diz a respeito da vigência. Neste caso, devemos utilizar
a regra de vigência prevista no art. 1º da LINDB: “Salvo disposição em
contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois
de oficialmente publicada”

VIGÊNCIA

DIZ RESPEITO À SUA EXISTÊNCIA JURÍDICA EM


DETERMINANDO MOMENTO

É REQUISITO NECESSÁRIO PARA A EFICÁCIA DA LEI

NORMALMENTE A LEI COMEÇA A VIGORAR EM TODO O


PAÍS NA DATA NELA PREVISTA OU, NÃO HAVENDO
DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, 45 DIAS DEPOIS DE
PUBLICADA OFICIALMENTE (ART. 1º DA LINDB).

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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova:

(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - Consultor Legislativo – 2014). Acerca da


legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e
interpretação, julgue o item que se segue.
A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. É uma
característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível.
Em outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como
diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento.
Para responder essa questão vamos consultar o art. 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro - LINDB:
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
(Destaques Nossos).
Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância,
que então será de 45 dias após oficialmente publicada. Sendo assim podemos concluir que
a assertiva está correta.

Contudo nunca nos esqueçamos do “salvo disposição contrária”, evitando cairmos em pegadinhas.

Gabarito: CERTO.

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Aula 11

INTERPRETAÇÃO

Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos


lógicos que objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.

Não devemos, contudo, confundir enunciado normativo com norma jurídica.

No Direito Previdenciário o enunciado normativo é o texto “seco” da legislação


previdenciária, dissociado dos fatos sociais e interpretativos. São apenas palavras
reunidas.

Já a norma jurídica é o texto legal interpretado, dotada de carga criativa do


intérprete, diferentemente do caráter geral e abstrato que marca o enunciado
normativo.

A interpretação decorre, portanto, da análise da norma jurídica, para permitir sua


aplicação ao caso concreto.

Toda lei está sujeita a interpretação, não apenas leis obscuras e ambíguas.

A ciência da interpretação das leis é denominada hermenêutica jurídica e, como


toda ciência, tem seus métodos.

Assim sendo, buscando extrair o preciso alcance, conteúdo e sentido da norma, a


doutrina propõe diversos critérios interpretativos, por meio de modelos, elementos
e técnicas, conforme abaixo enumerados:

Interpretação quanto ao meio

• Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação


semântica, textual ou verbal);
• Interpretação finalística ou teleológica;
• Interpretação sistemática;
• Interpretação histórica;
• Interpretação lógica.

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Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)

• Interpretação legislativa ou autêntica;


• Interpretação judicial;
• Interpretação administrativa;
• Interpretação doutrinária.

Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)

• Interpretação declaratória
• Interpretação extensiva
• Interpretação restritiva

Interpretação (sentido e alcance das normas jurídicas)


Gramatical / Literal
Finalística / Teleológica
Quanto ao
Sistemática
Meio
Histórica
Lógica
Legislativa / Autêntica

Quanto à Judicial
Origem (fonte) Administrativa
Doutrinária

Quanto à Declaratória
Finalidade
Extensiva
(Efeitos ou
Resultados) Restritiva

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Interpretação quanto ao meio

• Interpretação gramatical ou literal

Nesta técnica interpretativa busca-se o sentido da lei mediante a análise do


significado das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta
exclusivamente o rigoroso significado literal das palavras constantes do texto
legal, sem considerar outros valores interpretativos.

Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em


contrário, ser utilizada isoladamente.

Gramatical / Literal

Busca-se o sentido da lei mediante a análise do


significado das palavras utilizadas pelo legislador

Método bastante restrito

Não deve ser utilizado isoladamente.

• Interpretação finalística ou teleológica

Nesta técnica interpretativa busca-se o fim almejado pelo legislador, ou seja,


o intérprete busca o sentido da norma por meio do entendimento da
finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico e por meio dos valores
por ela tutelados.

Finalística ou Teleológica

Busca-se o fim almejado pelo legislador

É o objetivo a ser atingido com o dispositivo legal

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• Interpretação sistemática

Nesta técnica interpretativa a norma é analisada como parte de um sistema


jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros
diplomas legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito
envolvidos.

Deve-se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento


jurídico brasileiro, evitando contradições.

Sistemática

Interpretação em conjunto e compatível com outros


diplomas legais do ordenamento jurídico e com os
princípios de direito envolvidos.

• Interpretação histórica

Por meio desta técnica interpretativa o intérprete deve levar em


consideração os antecedentes normativos e históricos, tais como
circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no
momento da edição da norma, mediante a análise contextual dos interesses
da época.

Histórica

Análise do momento histórico da aprovação

Busca-se o sentido da lei mediante a análise contextual


dos interesses da época

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• Interpretação lógica

Nesta técnica interpretativa busca-se o sentido e alcance da norma levando-


se em conta a compatibilidade e concordâncias por meio de raciocínios e
conclusões lógicas.

Lógica

Leva-se em conta a compatibilidade e concordâncias por


meio de raciocínios e conclusões lógicas

Interpretação quanto à origem (fonte)

• Interpretação legislativa ou autêntica

A interpretação é denominada autêntica quando é realizada pela mesma


autoridade responsável pela elaboração da lei que se pretenda interpretar.

Tal interpretação pode ser realizada:

a) no texto da própria lei interpretada, quando determinados


conceitos e esclarecimentos interpretativos são definidos no corpo
na mesma lei;

b) poderá ser elaborada nova lei para dirimir dúvidas sobre lei já
existente.

Legislativa ou Autêntica

Realizada pelo próprio legislador, quando traz


esclarecimentos interpretativos na própria lei ou
elabora nova lei para dirimir dúvidas sobre lei já
existente.

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• Interpretação judicial

A interpretação é denominada judicial quando for efetivada pelos órgãos do


Poder Judiciário (juízes e tribunais), no exercício da jurisdição, ao analisarem
os processos que lhes são submetidos.

Não devemos confundir interpretação judicial com jurisprudência. A decisão


de um juiz é fruto de sua interpretação judicial. No entanto, para falarmos em
jurisprudência, é necessário que diversas decisões se reiterem no mesmo
sentido.

Judicial

É efetivada pelos órgãos do pode judiciário, no exercício


da jurisdição, ao analisarem os processos que lhes são
submetidos.

• Interpretação administrativa

A interpretação é denominada administrativa quando é realizada pela


administração pública, no exercício de sua função administrativa.

A administração interpreta a lei por meio de atos gerais e abstratos (atos


administrativos gerais sem analisar casos concretos) ou por meio de atos
individuais e concretos (atos administrativos específicos, aplicáveis a casos
concretos).

Administrativa

É realizada pela administração pública, no exercício de


sua função administrativa.

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• Interpretação doutrinária

A interpretação é denominada doutrinária quando é fruto do trabalho dos


estudiosos do direito, ao analisar didaticamente as normas jurídicas.

Tal técnica interpretativa não é de observância obrigatória, mas é uma


importante ferramenta para que o legislador, juízes e autoridades
administrativas fundamentem suas conclusões e posicionamentos.

Doutrinária

A interpretação é denominada doutrinária quando é fruto


do trabalho dos estudiosos do direito (doutrinadores),
ao analisar didaticamente as normas jurídicas.

Não é de observância obrigatória.

Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)

• Interpretação declaratória

Na interpretação declaratória o intérprete, após utilizar-se dos critérios já


estudados de interpretação, conclui que há coincidência entre o que o
legislador pretendia dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal,
dispensando qualquer correção interpretativa do alcance normativo.

Declaratória

O intérprete conclui que há coincidência entre o que o


legislador pretendia dizer e o que efetivamente ficou
disposto no texto legal, dispensando qualquer
correção interpretativa do alcance normativo.

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Aula 11

• Interpretação extensiva ou ampla

A interpretação extensiva ocorre quando o legislador diz no enunciado


normativo menos do que pretendia, deixando de abranger situações que
deveriam estar contempladas, sendo necessário, neste caso, ampliar o
alcance da norma, alcançado por meio da interpretação extensiva situações
que o legislador originalmente pretendia contemplar.

Extensiva (ampla)

É usada quando o legislador diz menos do que queria e


devia, deixando de abranger situações que deveriam
estar contempladas.

• Interpretação restritiva ou limitativa


A interpretação restritiva ocorre quando o legislador diz no enunciado
normativo mais do que pretendia, abrangendo situações que não deveriam
estar contempladas, sendo necessário, neste caso, restringir o alcance da
norma interpretada, alcançado apenas as situações que o legislador
originalmente pretendia contemplar.

Restritiva (limitativa)

É usada quando o legislador diz mais do que queria e


devia, atingindo situações não previstas e indesejadas.

Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova:

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Aula 11

(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e
interpretação, julgue o item que se segue.

Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compatibilizar


o texto legal a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento
jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um todo.

( ) CERTO

( ) ERRADO
==245596==

COMENTÁRIOS:

Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos


que objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.

Os métodos de interpretação utilizados são:

Interpretação quanto ao meio

Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação semântica,


textual ou verbal);

Interpretação finalística ou teleológica;

Interpretação sistemática;

Interpretação histórica;

Interpretação lógica.

Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)

Interpretação legislativa ou autêntica;

Interpretação judicial;

Interpretação administrativa;

Interpretação doutrinária.

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Aula 11

Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)

Interpretação declaratória

Interpretação extensiva

Interpretação restritiva

A interpretação teleológica é uma técnica em que se busca o fim almejado pelo


legislador, ou seja, o intérprete busca o sentido da norma por meio do entendimento
da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico e por meio dos valores por ela
tutelados.

Por outro lado, pela interpretação sistemática a norma é analisada como parte de um
sistema jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas
legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-se
buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.

Desta forma, fica evidente que a assertiva trata da técnica de interpretação sistemática
(e não de interpretação teleológica).

Gabarito: ERRADO.

(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação,
julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto
legal a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando
a lei objeto de interpretação como parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:

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Aula 11

Por meio da interpretação sistemática, a norma é analisada como parte de um sistema jurídico na
qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada em
conjunto e de forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com os
princípios de direito envolvidos, devendo-se buscar harmonia e unicidade, característicos do
ordenamento jurídico brasileiro, evitando contradições.
Assim sendo, correta está a presente assertiva ao afirmar que, no método de interpretação
sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas
que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de
um todo.

Gabarito: CERTO.

(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação,
julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo
legal.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Por meio da Interpretação gramatical ou literal, o intérprete busca o sentido e o alcance da lei
mediante a análise do significado das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta
exclusivamente o rigoroso significado literal das palavras constantes do texto legal, sem considerar
outros valores interpretativos. Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo
disposição em contrário, ser utilizada isoladamente.
Desta forma, podemos afirmar que a assertiva está correta, pois, de fato, ao se utilizar do método
de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo legal.

Gabarito: CERTO.

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INTEGRAÇÃO

Como vimos, interpretar é buscar o conteúdo e o alcance de determinada norma


jurídica. Ou seja, quando utilizamos as técnicas de interpretação, estamos diante a
norma jurídica existe, cabendo apenas interpretá-la.

Entretanto, pode ocorrer de não existir no sistema jurídico uma norma para a
situação que se apresente para resolver. Neste caso, a interpretação torna-se
prejudicada, pois não norma alguma a se interpretar, uma vez que estamos diante
de lacunas normativas, ou seja, situações não disciplinadas por lei, mas que
precisam de uma solução a ser dada pelo direito. Neste caso, o aplicador da lei
utiliza-se das técnicas de integração da legislação, para garantir a plenitude do
direito.

Em resumo, podemos distinguir a interpretação da integração conforme


segue:

Interpretação: Pressupõe a existência de uma norma expressa e


específica para o caso.

Integração: Aplica-se nos casos de ausência de norma expressa e


específica para o caso.

Pelo princípio da plenitude do direito, o juiz está proibido de deixar de decidir os


litígios a ele submetidos sob a alegação de que não existe lei disciplinando a
matéria, pois, nestes casos, deverá utilizar as técnicas de integração, conforme
previsto em nosso ordenamento jurídico.

Integrar, portanto, significa preencher as lacunas da lei. Assim sendo, o intérprete


fica autorizado a suprir tais lacunas existentes na norma por meio da utilização de
técnicas integrativas.

A regra geral básica para solucionar o problema das lacunas no direito brasileiro
está prevista no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB,
conforme segue:

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Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.
(grifos nossos)

Segue abaixo relação com as técnicas de integração previstas na LINDB:

• Analogia;
• Costumes; e
• Princípios Gerais do Direito

No entanto, tratando-se de contribuições previdenciárias, que são espécies


tributárias, a solução do problema das lacunas deve seguir uma regra mais
específica, e que deve prevalecer, prevista no art. 108 do Código Tributário
Nacional – CTN, abaixo transcrito:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a


legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em
lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo
devido.

Segue abaixo relação com as técnicas de integração previstas no CTN:

• a analogia;
• os princípios gerais de direito tributário;
• os princípios gerais de direito público; e
• a equidade.

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A doutrina previdenciária tem adotado, outrossim, técnicas de integração mais


específicas para a Seguridade Social, como segue:

• a analogia;
• os princípios gerais da Seguridade Social;
• os princípios gerais de direito; e
• a equidade.

Vamos conceituar e analisar cada uma das técnicas de integração previstas na


legislação previdenciária, na doutrina e na jurisprudência:

Integração (preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico)

Analogia

Princípios Gerais da
Ferramentas Seguridade Social
para a
Integração Princípios Gerais
do Direito

Equidade

Segundo o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


(LINDB), “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”

Juiz não pode abster-se de julgar alegando a inexistência de norma sobre


determinado assunto. Tem que usar recursos integrativos.

Analogia

Pela analogia, a lacuna deverá ser preenchida buscando-se solução para casos
semelhantes no ordenamento jurídico, para os quais exista norma jurídica. Pelo
conceito de analogia, casos parecidos devem ser julgados de maneira semelhante.
O uso da analogia, nos termos do § 1º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na
exigência de uma contribuição previdenciária não previsto em lei.

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A utilização da analogia tem por fundamento o princípio da isonomia, pois em casos


semelhantes devem-se aplicar soluções análogas.

Analogia

Baseia-se em situações similares existentes no


ordenamento jurídico.

Princípios Gerais da Seguridade Social ==245596==

Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deve o responsável pela aplicação
da legislação previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais da Seguridade Social.

Tais princípios estão previstos na Constituição Federal, mais exatamente nos


artigos 194 a 204.

Princípios Gerais da Seguridade Social

Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deverá o


intérprete buscar a solução nos princípios gerais da
Seguridade Social, que se encontram nos artigos 194 a
204 da Contituição Federal.

Princípios Gerais do Direito

Não preenchida a lacuna por meio da analogia nem tampouco por meio dos
princípios gerais da Seguridade Social, deve o responsável pela aplicação da
legislação previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais do Direito.

Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais do direito, que lhe
dão apoio e coerência, fornecendo as principais diretrizes do ordenamento jurídico.
Trata-se de enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam
a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo
para a elaboração de novas normas. São considerados, por muitos autores, como
sendo os alicerces do ordenamento jurídico.

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Trago, também, uma das melhores definições do conceito de princípios, extraída


dos ensinamentos de Celso Antônio Bandeira de Mello:

“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema,


verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre
diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para
a sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica
e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe
dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a
intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há
por nome sistema jurídico positivo”

Princípios Gerais do Direito

Fornecem as diretrizes principais do ordenamento


jurídico brasileiro.

Equidade

Caso nenhuma das técnicas anteriores preencha a lacuna normativa, a autoridade


responsável pela aplicação da legislação previdenciária se utilizará da equidade,
procurando dar a solução mais justa, por meio da humanização da aplicação
normativa.

Quando decide por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse o
legislador, com o mais amplo senso de justiça.

Neste caso, a decisão é carregada de um amplo grau de discricionariedade para


preencher a lacuna, adequando o ordenamento jurídico, na falta de norma
específica, às especificidades apresentadas no caso concreto, decidindo da forma
que entenda ser a mais justa.

O uso da equidade, nos termos do § 2º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na
dispensa de pagamento de uma contribuição previdenciária devida.

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Equidade

É o sentimento do justo. É o recurso intuitivo das


exigências da justiça, em caso de omissão normativa.

Costumes

Nos termos do art. 4º da LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Considera-se costume a prática reiterada no tempo que se subtende obrigatória.


A isso chamamos juridicamente de costume, havendo a presença de dois elementos
que o compõem:

• elemento objetivo (reiteração no tempo); e


• elemento subjetivo (obrigatoriedade social).

Preenchidos esses dois requisitos (reiteração no tempo e obrigatoriedade social),


podemos dizer, então, que temos um costume dentro de uma sociedade
politicamente organizada. Aliás, as regulações jurídicas, no seu nascedouro, eram
tipicamente consuetudinárias (baseadas nos costumes). Com o passar dos tempos,
a lei foi assumindo o papel de destaque e os costumes se tornaram secundários nas
resolução dos conflitos sociais.

No ordenamento jurídico brasileiro é vedada a revogação da lei pelos costumes,


seja na hipótese de provocar o seu desuso, seja no caso de ser contrário à lei.

Costumes

Baseia-se nas práticas reiteradas, de longa data, pela


sociedade e aceitas como corretas.

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HIERARQUIA

As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro guardam hierarquia


entre si, ou seja, existem normas superiores que devem ser respeitadas pelas
normas inferiores.

Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre o assunto), temos


as seguintes regras básicas de solução de antinomias (contradição entre duas leis):
• a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de hierarquia
inferior;
• a norma posterior prevalece sobre a mais antiga;
• a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da especialidade).

Portanto, quanto da aplicação da lei, deve-se seguir uma hierarquia, ou seja, as leis
de menor grau devem obedecer às de maior grau.
• No topo da hierarquia temos as normas constitucionais originais ou
reformadoras.
• Seguem-se as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, as
medidas provisórias e os decretos legislativos que internalizam, no direito
brasileiro, as convenções, tratados e acordos internacionais firmados pelo
Brasil.
• Logo abaixo estão, como norma infralegal, as normas regulamentares de
âmbito administrativo. Assim, os decretos expedidos pelo Presidente da
República (art. 84, IV, da CF/88), as resoluções, as portarias, as instruções
normativas, as ordens de serviço e os pareceres normativos são aceitos como
fontes formais, na medida em que observem as normas de hierarquia
superior, uma vez que estes atos se destinam a trazer concretude para a
norma legal, orientando a forma de proceder da própria administração.

Como se constata, há uma evidente hierarquia entre as fontes. O ordenamento


jurídico nacional caracteriza as normas em categorias, quanto à hierarquia, da
seguinte forma:

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Normas Constitucionais:

• Constituição Federal;
• Emendas Constitucionais.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros são equivalentes a emendas
constitucionais, nos termos do § 3º do art. 5º da CF/88.

As normas constitucionais são as normas mais importantes do ordenamento jurídico


nacional. Por tal razão, um dos princípios pertinentes à Constituição Federal é o
princípio da supremacia Constitucional.
==245596==

Normas Infraconstitucionais:

• Normas Supralegais;
• Normas Legais; e
• Normas Infralegais.

4.1.2.1. Normas Supralegais: são os tratados internacionais de direitos


humanos aprovados pelo procedimento ordinário. Esses Tratados,
conforme dispõe o STF, estão acima de todas as leis e a abaixo da
Constituição e suas emendas.

4.1.2.2. Normas Legais:


• Leis Complementares;
• Leis Ordinárias;
• Leis Delegadas;
• Medidas Provisórias;
• Decretos Legislativos;
• Resoluções da Câmara dos Deputados;
• Resoluções do Senado Federal; e
• Tratados internacionais que não versarem sobre direitos
humanos serão equivalentes às leis ordinárias (não podendo,
portanto, disciplinar matéria reservada a lei complementar).
Caso as normas legais deixem de respeitar a Constituição, as Emendas
Constitucionais ou as Normas Supralegais, deverão ser declaradas
inconstitucionais ou ilegais.

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4.1.2.3. Normas Infralegais: são assim divididas:


• Decretos;
• Portarias;
• Instruções Normativas;
• Ordens de Serviço;
• outros atos administrativos.

Esses atos estão no patamar mais baixo da hierarquia normativa. Caso as normas
infralegais deixem de respeitar as Normas Constitucionais, as Normas Supralegais
ou as Normas Legais, deverão ser declaradas inconstitucionais ou ilegais.

A legislação previdenciária é submetida a esta mesma hierarquia estudada,


prevalecendo as normas constitucionais em detrimento das legais e estas, em
detrimento das normas complementares (apesar de haver divergência doutrinária
sobre a hierarquia entre leis complementares e leis ordinárias). A princípio, não há
hierarquia entre as duas leis básicas da previdência (Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91),
cabendo algumas regras de preferência em caso de conflitos de normas, como, por
exemplo:
a) prevalência da norma específica sobre a genérica; e
b) o in dubio pro misero.

Ainda dentro da legislação previdenciária, vejamos o que está disposto no art. 85-
A da lei 8.212/91:

Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado


estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria
previdenciária, serão interpretados como lei especial.

Como podemos observar, os tratados, convenções e outros acordos internacionais


que versem sobre matéria previdenciária serão considerados como lei especial e
não lei geral. Assim, pelo critério da especialidade, havendo conflito entre lei
interna e um tratado que trade de matéria previdenciária, deverá prevalecer a
norma especial (tratado) sobre a norma geral (lei interna).

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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre
questões relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas à Seguridade
Social.
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre previdência social.
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a
competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência
de lei federal sobre normas gerais suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.

Segue abaixo as respectivas normas constitucionais que tratam da competência


legislativa previdenciária:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
XXIII - seguridade social;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

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§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.

Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova:

(CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e à autonomia
==245596==

da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.


Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar sobre questões
específicas relacionadas à seguridade social.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre este assunto são encontradas na
Constituição Federal. Assim sendo, vamos consultar a CF/88 e conferir a resposta:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.

Apesar de não constar o Distrito Federal no texto da Constituição Federal, ainda assim a assertiva
está correta, pois o DF tem as mesmas competências legislativas dos Estados e Municípios. Como
podemos ver, a assertiva está correta.

Gabarito: CERTO.

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(CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016). Acerca do regime geral e dos
regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos
estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre esse assunto são encontradas na
Constituição Federal. Vamos, então, consultá-la em seus artigos 22 e 24 abaixo:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.
(Destaques Nossos).

Podemos concluir que a assertiva está errada ao afirmar que é vedado aos Estados e ao Distrito
Federal legislar sobre a previdência social, pois, de acordo com a CF/88, em regra, Estados e Distrito
Federal cuidam da suplementação da norma, tornando-as adequadas às necessidades especificas
de cada região, cabendo à União a tarefa de estabelecer as normas gerais.

Gabarito: ERRADO.

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QUESTÕES COMENTADAS
1 - (CESPE – Analista Judiciário – STJ – 2018) Tendo como referência a doutrina e
a jurisprudência a respeito da organização e dos princípios do sistema de
seguridade social brasileiro, julgue o item a seguir.
O princípio do direito adquirido não se aplica à seara previdenciária, pois,
conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido
a regime jurídico.
Certo ( )
Errado ( )

COMENTÁRIOS:
Ao contrário do que afirma a questão, o princípio do direito adquirido se aplica à
seara previdenciária sim, uma vez se o segurado preencher todos os requisitos para
um certo benefício na vigência de uma lei, mesmo que esta lei venha a ser
posteriormente alterada, o direito do segurado não é alterado.

Gabarito: ERRADA.

2- (Inédita) Quanto às fontes de direito previdenciário, podemos afirmar que a


Medida Provisória 871 editada em 18/01/2019 é uma fonte primária.
Certo ( )
Errado ( )

COMENTÁRIOS:
As fontes de direito previdenciário podem ser primárias ou secundárias.
As fontes primárias são aquelas que têm força suficiente para inovar no
ordenamento jurídico, sendo abrangidas pelos atos legislativos e os atos com força

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de lei. Entre estas podemos citar as medidas provisórias, as leis em sentido estrito,
a Constituição Federal, as Emendas Constitucionais, entre outras.
As fontes secundárias são aquelas que não tem força de lei, não podendo inovar
no ordenamento jurídico, mas servindo para complementar as fontes primárias.
Como exemplo podemos citar os decretos regulamentares, as portarias e as
Instruções Normativas.
Portanto, a questão está correta ao afirmar que a MP 871 é uma fonte primária.

Gabarito: CORRETA.

3 – (Inédita) Acerca das fontes legislativas de direito previdenciário, podemos


afirmar que a Instrução Normativa 77/2015 e o Decreto 3.048/99 são exemplos de
fontes secundárias.
Certo ( )
Errado ( )

COMENTÁRIOS:
Quanto às fontes de direito previdenciário, podemos separar as normas em fontes
primárias e fontes secundárias.
Fontes primárias são aquelas que têm força suficiente para inovar no ordenamento
jurídico. São exemplos de fontes primárias: Constituição Federal, emendas
constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos autônomos, Resolução do Senado, tratados internacionais e
súmulas vinculantes.
Fontes secundárias são aquelas que não podem inovar no ordenamento jurídico e
servem para esclarecer as normas primárias, sem inovar. São exemplos: decretos
regulamentares, portarias e instruções normativas.
O Decreto 3.048/99 é um decreto regulamentar e a Instrução Normativa 77/2017
é uma instrução normativa, portanto, ambos são normas secundárias.

Gabarito: CERTO.

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4. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP – 2014). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e
n.º 8.213/1991.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes
podem ser imediatas ou mediatas.
As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores
do direito, como por exemplo, as normas legais.
As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a
doutrina. São os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas
jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser primárias ou secundárias.
Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata),
corresponde às que têm força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar
no ordenamento jurídico.
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas),
correspondem às que não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos
dos aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a compreensão e
aplicação global do Direito, sem inovar.
No direito Previdenciário temos como principais fontes formais:
• Constituição Federal – fonte primária;
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios) – fonte primária;
• RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios) – fonte
secundária;
• Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios) – fonte secundária;
• Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio) – fonte secundária;

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• Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) – fonte primária;


• Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada) –
fonte secundária.

Assim sendo podemos perceber que dentre as fontes formais do direito


previdenciário incluem-se a CF e as Leis nº 8.212/1991 e nº 8.213/1991, como
afirma o enunciado. Assertiva correta.

Gabarito: CERTO.

5. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo
reconhecida, pela doutrina majoritária, sua autonomia didática em relação a outros
ramos do direito.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
A assertiva está incorreta, pois o enquadramento do Direito Previdenciário, apesar
de não ser pacífico, tem sido classificado pelos doutrinadores mais atuais como
ramo do direito social, enquanto outros classificam como ramo do direito público
(corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da Seguridade
Social. Evidentemente, nunca será direito privado, já que, na relação jurídico-
securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de império,
determinando a filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de
contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo autônomo do direito público, uma vez que possui
métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão
interna.

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Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do


Trabalho, dando àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção
de que a previdência pertencia, em termos normativos, ao direito do trabalho.
No entanto, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é
independente dos demais ramos do direito, devendo suas normas e princípios
respeitar e ser compatível com os demais princípios e ramos do direito, uma vez
que o direito é uno e indivisível. Mas, para efeito sistemático e didático, o direito é
dividido em ramos e o direito previdenciário pertence a um ramo didaticamente
autônomo.

Gabarito: ERRADO.

6. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - Consultor Legislativo – 2014). Acerca


da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes,
autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição
contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:

A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir
seus efeitos. É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a
conduta por esta prescrita é exigível. Em outras palavras, a vigência indica o
período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à sua
existência jurídica em determinado momento.
Para responder essa questão vamos consultar o art. 1º da Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro - LINDB:

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Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.
(Destaques Nossos).

Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de
vacância, que então será de 45 dias após oficialmente publicada. Sendo assim
podemos concluir que a assertiva está correta.

Contudo nunca nos esqueçamos do “salvo disposição contrária”, evitando cairmos


em pegadinhas.

Gabarito: CERTO.

7. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca
compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que
compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como
parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos
lógicos que objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.
Os métodos de interpretação utilizados são:
Interpretação quanto ao meio
• Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação
semântica, textual ou verbal);
• Interpretação finalística ou teleológica;

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• Interpretação sistemática;
• Interpretação histórica;
• Interpretação lógica.
Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)
• Interpretação legislativa ou autêntica;
• Interpretação judicial;
• Interpretação administrativa;
• Interpretação doutrinária.
Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)
• Interpretação declaratória
• Interpretação extensiva
• Interpretação restritiva

A interpretação teleológica é uma técnica em que se busca o fim almejado pelo


legislador, ou seja, o intérprete busca o sentido da norma por meio do
entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico e por meio
dos valores por ela tutelados.

Por outro lado, pela interpretação sistemática a norma é analisada como parte de
um sistema jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas
legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-
se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.

Desta forma, fica evidente que a assertiva trata da técnica de interpretação


sistemática (e não de interpretação teleológica).

Gabarito: ERRADO.

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8. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da


legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes,
autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação sistemático, o intérprete busca
compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que
compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como
parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Por meio da interpretação sistemática, a norma é analisada como parte de um
sistema jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente,
devendo ser interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas
legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-
se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.
Assim sendo, correta está a presente assertiva ao afirmar que, no método de
interpretação sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser
interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico,
visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um todo.

Gabarito: CERTO.

9. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a
literalidade do dispositivo legal.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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COMENTÁRIOS:
Por meio da Interpretação gramatical ou literal, o intérprete busca o sentido e o
alcance da lei mediante a análise do significado das palavras utilizadas pelo
legislador, levando-se em conta exclusivamente o rigoroso significado literal das
palavras constantes do texto legal, sem considerar outros valores interpretativos.
Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em contrário,
ser utilizada isoladamente.
Desta forma, podemos afirmar que a assertiva está correta, pois, de fato, ao se
utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do
dispositivo legal.

Gabarito: CERTO.

10. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e
à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.
Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar
sobre questões específicas relacionadas à seguridade social.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre este assunto são
encontradas na Constituição Federal. Assim sendo, vamos consultar a CF/88 e
conferir a resposta:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

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Apesar de não constar o Distrito Federal no texto da Constituição Federal, ainda


assim a assertiva está correta, pois o DF tem as mesmas competências legislativas
dos Estados e Municípios. Como podemos ver, a assertiva está correta.

Gabarito: CERTO.

11. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016). Acerca do regime


geral e dos regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto,
vedado aos estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre esse assunto são
encontradas na Constituição Federal. Vamos, então, consultá-la em seus artigos 22
e 24 abaixo:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

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§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
(Destaques Nossos).

Podemos concluir que a assertiva está errada ao afirmar que é vedado aos Estados
e ao Distrito Federal legislar sobre a previdência social, pois, de acordo com a
CF/88, em regra, Estados e Distrito Federal cuidam da suplementação da norma,
tornando-as adequadas às necessidades especificas de cada região, cabendo à
União a tarefa de estabelecer as normas gerais.
==245596==

Gabarito: ERRADO.

LISTA DE EXERCÍCIOS

1 - (CESPE – Analista Judiciário – STJ – 2018) Tendo como referência a doutrina e


a jurisprudência a respeito da organização e dos princípios do sistema de
seguridade social brasileiro, julgue o item a seguir.

O princípio do direito adquirido não se aplica à seara previdenciária, pois,


conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido
a regime jurídico.

Certo ( )

Errado ( )

2- (Inédita) Quanto às fontes de direito previdenciário, podemos afirmar que a


Medida Provisória 871 editada em 18/01/2019 é uma fonte primária.

Certo ( )

Errado ( )

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3. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP – 2014). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e
n.º 8.213/1991.
( ) CERTO
( ) ERRADO

4. (Inédita) Acerca das fontes legislativas de direito previdenciário, podemos


afirmar que a Instrução Normativa 77/2015 e o Decreto 3.048/99 são exemplos de
fontes secundárias.

Certo ( )

Errado ( )

5. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo
reconhecida, pela doutrina majoritária, sua autonomia didática em relação a outros
ramos do direito.
( ) CERTO
( ) ERRADO

6. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - Consultor Legislativo – 2014). Acerca


da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes,
autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição
contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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7. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca
compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que
compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como
parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

8. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da


legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes,
autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação sistemático, o intérprete busca
compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que
compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como
parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

9. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação


previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência
e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a
literalidade do dispositivo legal.
( ) CERTO
( ) ERRADO

10. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e
à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.

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Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar


sobre questões específicas relacionadas à seguridade social.
( ) CERTO
( ) ERRADO

11. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016). Acerca do regime


geral e dos regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto,
vedado aos estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
( ) CERTO
( ) ERRADO

GABARITO GERAL

1- ERRADO 2- CERTO 3- CERTO 4- CERTO

5- ERRADO 6- CERTO 7- ERRADO 8- CERTO

9- CERTO 10- CERTO 11- ERRADO

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RESUMO DA AULA

• Legislação Previdenciária
• Conteúdo
o Legislação previdenciária é o conjunto de leis e atos normativos
referentes ao funcionamento da Previdência Social.
o A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo
Poder Legislativo, que detém a competência constitucional para
legislar. São as denominadas normas legais ou primárias, que
podem inovar no direito previdenciário.
o A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto
de normas referentes ao funcionamento da Previdência Social,
sejam normas legais (conhecidas como primárias, que podem
inovar), sejam normas infralegais (conhecidas como secundárias,
que não podem inovar).

• Fontes
o "Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico
para se referir aos componentes utilizados no processo de
composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de
normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da
realidade social de um Estado.
▪ Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta
ou imediata), corresponde às que têm força suficiente para
gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento
jurídico. São atos legislativos (emanados do Poder
Legislativo), ou de natureza legislativa (atos com força de
lei, emanados do Poder Executivo, cujo exemplo mais

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importante, hoje, são as medidas provisórias), que têm


como característica poderem inovar o direito.
▪ Fontes Secundárias (também denominadas fontes
infralegais ou mediatas), correspondem às que não têm a
força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos
aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a
compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar.
Têm como característica a impossibilidade teórica de criar,
de forma inaugural, direitos ou obrigações, ou de modificar
direitos ou obrigações previstos em lei ou outros atos
primários. São atos administrativos, que apenas
regulamentam a lei, ou seja, detalham seus comandos e
uniformizam procedimentos da administração, a fim de dar
execução à lei.

o Fontes Formais do Direito: são aquelas pela qual o direito se


manifesta.
▪ As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só,
são fatos geradores do direito, como por exemplo, as
normas legais.
▪ As fontes formais mediatas são os princípios gerais do
direito, a jurisprudência e a doutrina. São os meios de
expressão do Direito, as formas pelas quais as normas
jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.
▪ Leis (fontes primárias)
▪ Atos administrativos/infralegais (fontes secundárias)
▪ Jurisprudência
▪ Doutrina
▪ Demais ramos do direito
o Fontes Materiais do Direito: É o estudo filosófico ou sociológico
dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o
aparecimento e as transformações das regras do direito. São
constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na
sociedade e que são condicionados pela moral, economia,

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geografia. No sentido material, portanto, pode-se afirmar que


todo fato social é fonte do direito. Tudo o que acontece de
relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou extinção de
direitos.

• Autonomia
o O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas
os doutrinadores mais atuais colocam-no como ramo do direito
social, enquanto outros classificam como ramo do direito público
(corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a
regulamentação da Seguridade Social.
o Trata-se de um ramo autônomo do direito público, uma vez que
possui métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de
leis específicas e divisão interna.
o A CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do
Trabalho, dando àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a
antiga concepção de que a previdência pertencia, em termos
normativos, ao direito do trabalho.
o A grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista,
que prega a autonomia entre direito do trabalho e direito
previdenciário.
o O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre
particulares (relação empregatícia), situa-se no campo do Direito
Privado; o Direito Previdenciário, no entanto, possui natureza
jurídica de direito público, pois a relação entre as partes
estabelece-se por força da lei e não por suas vontades.
o O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do
direito por possuir métodos próprios, objeto próprio, princípios
próprios, leis específicas e divisão interna, segundo critérios
pacificamente aceitos pela doutrina dominante.
o Apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não
é independente dos demais ramos do direito, devendo suas
normas e princípios respeitar e ser compatível com os demais
princípios e ramos do direito.

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Aplicação das Normas Previdenciárias


• Vigência
o A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas
para produzir seus efeitos.
o É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no
qual a conduta por esta prescrita é exigível.
o A vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito,
bem como diz respeito à sua existência jurídica em determinado
momento.
o Não devemos confundir vigência, validade e eficácia, pois
possuem conceitos jurídicos distintos, senão vejamos:
▪ Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que
ela está integrada ao ordenamento jurídico, ou seja,
pertence ao conjunto das normas jurídicas.
▪ Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão
prontas para produzir seus efeitos.
▪ Eficácia: diz respeito à possibilidade concreta de produção
de efeitos.
o A vigência é requisito necessário para a eficácia da lei, mas tais
conceitos não podem ser confundidos.
o Em regra, a lei começará vigorar no país na data nela prevista ou,
não havendo previsão, 45 dias após oficialmente publicada.

• Interpretação
o Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos
e processos lógicos que objetivam definir o conteúdo, sentido e
o alcance das normas jurídicas.
o A interpretação decorre da análise da norma jurídica, para
permitir sua aplicação ao caso concreto.

o Interpretação quanto ao meio


▪ Interpretação gramatical ou literal (também conhecida
como interpretação semântica, textual ou verbal);

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▪ Interpretação finalística ou teleológica;


▪ Interpretação sistemática;
▪ Interpretação histórica;
▪ Interpretação lógica.

o Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)


▪ Interpretação legislativa ou autêntica;
▪ Interpretação judicial;
▪ Interpretação administrativa;
▪ Interpretação doutrinária.

o Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)


▪ Interpretação declaratória
▪ Interpretação extensiva
Interpretação restritiva

• Integração
o Preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico, aplicando-se
nos casos de ausência de norma expressa e específica para o caso.

o Segundo o no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito


Brasileiro – LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso
de acordo com:
▪ Analogia;
▪ Costumes; e
▪ Princípios gerais de direito:

o Segundo o no art. 108 do Código Tributário Nacional- CTN, na


ausência de disposição expressa, a autoridade competente para
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem
indicada:
▪ Analogia;
▪ Princípios gerais de direito tributário;
▪ Princípios gerais de direito público;
▪ Equidade.

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o O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de


tributo não previsto em lei.
o O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do
pagamento de tributo devido.
o Segundo a doutrina previdenciária, quando a lei for omissa, o juiz
decidirá o caso de acordo com:
▪ Analogia;
▪ Princípios gerais da Seguridade Social;
▪ Princípios gerais de direito; e
▪ Equidade.

• Hierarquia
o As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro
guardam hierarquia entre si, ou seja, existem normas superiores
que devem ser respeitadas pelas normas inferiores.
o Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre
o assunto), temos as seguintes regras básicas de solução de
antinomias (contradição entre duas leis):
▪ a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de
hierarquia inferior;
▪ a norma posterior prevalece sobre a mais antiga;
▪ a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da
especialidade).

o Normas Constitucionais:
▪ Constituição Federal;
▪ Emendas Constitucionais.
▪ Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros (são equivalentes a
emendas constitucionais, nos termos do § 3º do art. 5º da
CF/88.

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o Normas Infraconstitucionais:
▪ Normas Supralegais;
▪ Normas Legais; e
▪ Normas Infralegais.

• Normas Supralegais: os tratados internacionais de


direitos humanos aprovados pelo procedimento
ordinário. Esses Tratados, conforme dispõe o STF,
estão acima de todas as leis e a abaixo da
Constituição e suas emendas
==245596==

• Normas Legais:
o Leis Complementares;
o Leis Ordinárias;
o Leis Delegadas;
o Medidas Provisórias;
o Decretos Legislativos;
o Resoluções da Câmara dos Deputados;
o Resoluções do Senado Federal; e
o Tratados internacionais que não versarem
sobre direitos humanos serão equivalentes às
leis ordinárias (não podendo, portanto,
disciplinar matéria reservada a lei
complementar).

• Normas Infralegais:
o Decretos;
o Portarias;
o Instruções Normativas;
o Ordens de Serviço;
o outros atos administrativos.

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Competência Legislativa
• Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar
sobre questões relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
relacionadas à Seguridade Social.
• Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre previdência social.
o Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito
Federal, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
o Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais
não exclui a competência suplementar dos Estados.
o Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. No
entanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

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