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Nathalia Masson
Noções de Direito Constitucional – Agente e Escrivão - Polícia Federal Aula 02

Aula 02
Noções de Direito Constitucional – Remédios
Constitucionais
Agente e Escrivão – Polícia Federal
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Sumário
SUMÁRIO ........................................................................................................................................2
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ...................................................................................................... 3

(1) RECADO INICIAL .......................................................................................................................................................3


(2) PRIMEIRAS PALAVRAS .............................................................................................................................................6
(3) REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA ADMINISTRATIVA (NÃO JURISDICIONAL) .................................... 7
(3.1) DIREITO DE PETIÇÃO – ART. 5º, XXXIV, “A”, CF/88, C/C LEI Nº 4.898/1965 ........................................... 7
(3.2) DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES – ART. 5º, XXXIV, “B”, CF/88; C/C LEI Nº 9.051/1995 .................9
(4) REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA JURISDICIONAL ........................................................................... 12
(4.1) HABEAS CORPUS - HC (ART. 5º, LXVIII E LXXVII, CF/88) ....................................................................... 12
(A) INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 12
(B) LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA)....................................................................................................................... 15
(C) ESPÉCIES ................................................................................................................................................................ 19
(D) CABIMENTO ........................................................................................................................................................... 21
(E) PROCEDIMENTO.................................................................................................................................................... 24
(F) CABIMENTO DO HABEAS CORPUS COLETIVO ........................................................................................................25
(4.2) MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (ART. 5º, LXIX, CF/88 E LEI Nº 12.016/2009) ....................... 27
(A) INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 27
(B) CABIMENTO .......................................................................................................................................................... 28
(C) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ......................................................................................................................... 34
(D) PRAZO PARA A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA ............................................................................. 36
(4.3) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (ART. 5º, LXX, CF/88) .................................................................... 37
(A) INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 37
(B) CABIMENTO .......................................................................................................................................................... 38
(C) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ......................................................................................................................... 39
(4.4) MANDADO DE INJUNÇÃO (ART. 5º, LXXI, CF/88 E LEI Nº 13.300/2016) ............................................... 43
(A) CONCEITO ............................................................................................................................................................. 43
(B) REQUISITOS PARA O CABIMENTO ........................................................................................................................ 48
(C) LEGITIMIDADE ....................................................................................................................................................... 51
(D) EFEITOS DA CONCESSÃO DO MANDADO DE INJUNÇÃO ........................................................................................54
(4.5) HABEAS DATA - HD (ART. 5º, LXXII, CF/88 C/C LEI Nº 9.507/1997) .................................................... 58
(A) INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 58
(B) CABIMENTO ...........................................................................................................................................................59
(C) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ......................................................................................................................... 64
(D) PROCEDIMENTO ....................................................................................................................................................67
(4.6) AÇÃO POPULAR - AP (ART. 5º, LXXIII, CF/88; LEI Nº 4.717/1965) ....................................................... 69
(A) INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 69
(B) CONCEITO ............................................................................................................................................................. 69
(C) REQUISITOS ........................................................................................................................................................... 72
(D) LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA .......................................................................................................................... 73
(5) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA ........................................................................................................................ 83
(6) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR .................................................................................................................. 108
(7) RESUMO DIRECIONADO .......................................................................................................................................120
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 131

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
(1) Recado inicial
Caro aluno, seja muito bem-vindo a mais uma aula de Direito Constitucional! É com imensa alegria
que lhe apresento neste encontro um tema central do seu edital (que pode estar expresso ou implícito
dentro do tema “direitos e garantias individuais”): os “Remédios Constitucionais”, tanto os de
natureza administrativa, como aqueles que têm natureza jurisdicional. Talvez você estranhe um pouco
o título desse assunto, pensando: “mas ‘remédios’ para quais doenças? Que metáfora é essa que a
professora está usando?”.
Não se preocupe, pois ao longo dessa aula, ficará bem claro para você que tais “remédios” são as
garantias existentes na nossa Constituição que protegem as pessoas contra possíveis, ou já
concretizadas, violações de direitos protegidos.
Segundo nossa Constituição Federal, temos dois tipos de garantias (ou “remédios”): os de natureza
não jurisdicional (ou administrativa) e os de natureza jurisdicional. Como exemplares dos primeiros
temos: (i) o direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões. Como exemplares do segundo
tipo, temos: (i) o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado de
injunção e (v) a ação popular.
Vamos tratar de cada um deles. Mas, antes, visualize nosso objeto de estudo no esquema posto
abaixo:

Direito de petição
De natureza não
jurisdicional
(ou administrativa) Direito à obtenção de
certidões

GARANTIAS Habeas corpus


(ou remédios
constitucionais)
Habeas data

De natureza
Mandado de segurança
jurisdicional

Mandado de injunção

Ação popular

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E para você confirmar a importância de ter memorizado quais são os remédios constitucionais,
sugiro observar as questões postas abaixo:

Questões para fixar


[FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde] Considerando a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO representa um remédio
constitucional:

A Direito de petição.

B) Mandado de injunção.

C) Ação popular.

D) Princípio da dignidade da pessoa humana.


E) Direito à certidão.

Comentário:
A alternativa que você deverá assinalar é a ‘d’, pois é a única que não traz um remédio constitucional, mas,
sim, um princípio fundamental constante do art. 1°, III, CF/88.

Gabarito: D

[FJG - RIO - 2013 - SMA-RJ - Assessor Jurídico] Constitui remédio constitucional previsto na Constituição da
República:
A) a medida cautelar fiscal
B) a ação reivindicatória
C) a desapropriação
D) o habeas data
Comentário:
Claro que nossa alternativa correta é a ‘d’: o habeas data é o único remédio constitucional previsto na
Constituição Federal de 1988 (em seu art. 5º, LXXII) que foi mencionado pela questão.

Gabarito: D

[UEM - 2018 - UEM - Advogado] Não se trata de ação constitucional:


A) Mandado de Segurança, individual ou coletivo.
B) Ação popular.
C) Habeas corpus.
D) Desapropriação.
E) Habeas data.
Comentário:
Todas as alternativas trazem uma ação constitucional, com exceção daquela constante da letra ‘d’, que trata

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de um ato da Administração Pública e, por essa razão, deve ser assinalada.

Gabarito: D

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(2) Primeiras palavras


Relembrar a definição de certas palavras e expressões é sempre uma boa maneira de começarmos
nossa aula, já que isso nos dará a base necessária para seguirmos no estudo do tema.
Assim, inicio esse nosso diálogo relembrando uma distinção que já comentamos em nossa aula
sobre a “Teoria Geral dos Direitos e das Garantias Fundamentais”. Naquela ocasião, afirmamos que os
“direitos” representam disposições declaratórias, por meio das quais nossa Constituição nos assegura
bens e vantagens. Por outro lado, as “garantias” são disposições assecuratórias que, em defesa dos
direitos, limitam o poder, isto é, são os instrumentos através dos quais vamos assegurar/tutelar o
exercício dos direitos (preventivamente) ou prontamente reparar alguma situação de violação.
Nesta aula, vou acrescentar um ponto bastante importante: vamos diferenciar as garantias
fundamentais dos remédios constitucionais. Entenda que estes últimos constituem espécies do gênero
“garantia”. Afinal, uma vez consagrado um direito, a sua garantia correspondente nem sempre
constituirá um remédio constitucional. Em certas situações, a garantia poderá já estar contida na
própria norma que prevê o direito. Vou exemplificar e isso facilitará sua compreensão: conforme
determina o inciso VI do art. 5°, é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos – eis o direito – garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de
culto e suas garantias (eis a garantia para o exercício do direito). Vamos ilustrar mais uma vez essa
distinção, agora com outro inciso do art. 5°, o XXXVII, que prevê o direito ao juízo natural (eis o direito) –
, sendo vedada a instituição de juízo ou tribunal de exceção (eis a garantia).
Bom, agora que você já se lembrou do que é “direito”, do que é “garantia” e, mais!, aprendeu que
os “remédios constitucionais” são espécies de garantias, vamos seguir para a conceituação que a
doutrina e o STF dão para a expressão “Remédios Constitucionais”. Veja o que diz o Ministro do STF
Luís Roberto Barroso:
Os remédios constitucionais são garantias instrumentais destinadas à proteção dos direitos
fundamentais previstos na Constituição Federal. Servem como instrumentos à disposição das
pessoas para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também
conhecidos como ações constitucionais.

Segundo Uadi Lâmmego Bullos1, os remédios seriam os:

(...) meios constitucionais postos ao dispor dos indivíduos e das coletividades para provocar a

1. BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 574.

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intervenção das autoridades competentes, com vistas à defesa de um direito lesado ou ameaçado
de lesão por ilegalidade ou abuso de poder.

Por fim, entenda que a expressão “remédios constitucionais” é usada no sentido de que eles
seriam os meios para corrigirmos atos viciados e doentes, impugnando-os, se for o caso, de sorte que
possamos recuperar a saúde da liberdade pública lesionada ou ameaçada de lesão.

(3) Remédios constitucionais de natureza administrativa (não


jurisdicional)
São chamados de “remédios constitucionais de natureza administrativa” aqueles que não são
exercidos junto ao Poder Judiciário, mas sim por via administrativa, perante autoridades
administrativas de quaisquer dos poderes do Estado. Segundo a Constituição Federal, temos dois: (i) o
direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões como remédios de natureza não
jurisdicional.
Vamos conhecê-los!

(3.1) Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88, c/c Lei nº
4.898/1965
Diz o art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88:

XXXIV - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de


petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Vamos começar entendendo o que é o “Direito de Petição”. Peticionar significa apresentar,


perante uma autoridade pública, um pedido (ou um requerimento ou uma solicitação de providências
ou uma reclamação ou protesto), no intuito de pleitear certo direito, de efetivar determinada
pretensão. Sua finalidade é a de comunicar ao Poder Público a realização de um ato ilícito ou praticado
com abuso, para que as medidas cabíveis possam ser tomadas.
Algumas características desse “remédio”:
(i) é um instrumento informal (somente exige-se que a petição seja feita por escrito), de índole
democrática, o que significa que o eventual endereçamento à autoridade errada (incompetente) não
tornará a petição nula, devendo tal autoridade encaminhá-la para o local adequado;
(ii) pode ser exercido independentemente da presença de um advogado (ou seja, independe de
capacidade postulatória – o que significa que um indivíduo pode peticionar mesmo que não esteja
representado por um advogado);

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(iii) permite ao sujeito exercer sua cidadania, pois ele estará atuando em prol de interesses pessoais
ou coletivos, em benefício da sociedade ou, até mesmo, de terceiros;
(iv) o sujeito que apresentar a petição não precisa ter sofrido uma lesão a um direito seu; ele pode
agir para defender a ordem constitucional ou o interesse público.
Como este é um “remédio” que tem cabimento sempre que for necessária a defesa de direitos ou
quando for constatada a prática, por parte de agentes dos Poderes Públicos, de uma ilegalidade ou de
um abuso de poder, trata-se de uma garantia que poderá ser fruída por todos, ou seja, por pessoas
naturais (nacionais ou estrangeiras), bem como por pessoas jurídicas, independentemente do
pagamento de taxas.
O destinatário deste direito de petição será qualquer órgão ou autoridade do Poder Público, ou
seja, pode este pertencer ao Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e até mesmo ao Ministério Público.
Ressalte-se, mais uma vez, não ser primordial que o pedido seja direcionado ao órgão competente, pois
é incumbência daquele que erroneamente o receber encaminhá-lo à verdadeira autoridade
competente.
Ademais, importante lembrar, caro aluno, que não existe previsão expressa em nossa Constituição
que obrigue a autoridade pública a responder a petição, não havendo, igualmente, indicação de uma
sanção em razão do silêncio. Em outros países da América Latina (como a Colômbia e o Equador),
existe, para a autoridade que receber a petição, um dever de oferecer resposta.
A maioria dos doutrinadores pátrios, no entanto, opina no sentido de que existe uma garantia
constitucional implícita que assegura ao cidadão o direito de obter resposta sobre sua petição
protocolada. Assim, diante de uma recusa injustificada ou até mesmo da inércia das autoridades em
analisar e oferecer resposta ao pleito do peticionário, ele poderá valer-se de outro remédio
constitucional para desafiar essa ausência de resposta/providência/solução: o mandado de segurança,
conforme disposto no art. 5º, LXIX, da CF/88. Portanto, em havendo violação do direito constitucional
de petição aos Poderes Públicos (omissão em ofertar resposta) estaremos diante de um verdadeiro
desvio de poder, a ser combatido via mandado de segurança.
Antes de avançarmos e começarmos a falar do direito de obtenção de certidões (nosso próximo
remédio constitucional), vejamos algumas questões de provas:

Questões para fixar


[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos
direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte

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assertiva:

A todos é assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas.

Comentário:
A assertiva apresentada está correta, sendo a reprodução quase literal do art. 5°, XXXIV, CF/88! O direito de
petição independe de pagamento de taxas e pode ser exercido por qualquer pessoa.

Gabarito: Certo

[Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo] Acerca dos direitos e das garantias fundamentais
previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que se segue:
É assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
Comentário:
Outra assertiva verdadeira, novamente baseada na literalidade do texto constitucional! O direito de petição
será cabível sempre que existir a necessidade de defender direitos ou quando for detectada ilegalidade ou
abuso de poder por parte de agentes do Poder Público. Poderá ser exercido por todos, ou seja, por pessoas
físicas ou jurídicas, independentemente do pagamento de taxas.

Gabarito: Certo

(3.2) Direito à obtenção de certidões – art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88; c/c
Lei nº 9.051/1995
O direito à obtenção de certidões encontra-se amparado no art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88, assegurando
a todos “a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de
situações de interesse pessoal”.
Veja que tal direito, que está regulamentado pela Lei nº 9.051/1995, é um remédio constitucional que
pode ser manejado, independentemente do pagamento de qualquer taxa, por qualquer pessoa, física ou
jurídica, nacional ou estrangeira, tendo por destinatário qualquer órgão ou autoridade da Administração
Pública, direta ou indireta.
O intuito é conseguir do Poder Público uma certificação formal (como se fosse um atestado) que
comprove uma situação, que confirme e valide um determinado fato.
A certidão é, portanto, um documento que atesta e valida uma ocorrência (por exemplo: a data e o
local de nascimento, bem como a filiação – nome da mãe e, por vezes, do pai – de alguém; a data, o local
e o nome do cônjuge numa certidão de casamento).
Deste modo, meu caro aluno, sempre que o titular do direito tiver o legítimo interesse na obtenção
de uma certidão, a ser expedida pelo Poder Público, para defesa de seus direitos ou, ainda, para

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esclarecimento de situações de interesse pessoal, notamos que será cabível o direito de certidão
protegido constitucionalmente. Vale observar que o legitimado deverá demonstrar claramente o seu
legítimo interesse, ou seja, a existência de um direito individual ou da sociedade, tutelado pelo
ordenamento, que necessita da certidão para ser protegido2.
Mas veja só: como vimos na aula sobre a “Teoria Geral dos Direitos Fundamentais”, não existem
direitos ou garantias absolutas. Lembra-se disso? Pois bem. Aqui não será diferente! Portanto, se
estivermos diante de alguma hipótese constitucional de sigilo (em que a publicidade poderia
comprometer a segurança da sociedade ou do Estado), o remédio da certidão não será cabível.
Além disso, o direito de certidão abrange somente fatos já ocorridos, não podendo ser utilizado com a
finalidade de realizar prognósticos de eventos futuros e, por isso, incertos. Pois aí não tem Direito
Constitucional que possa nos auxiliar!
Agora um detalhe importante: a lei que regulamenta a garantia que estamos estudando determina
que a certidão solicitada deverá ser produzida e entregue no prazo máximo de 15 dias. Vejamos o que
diz o art. 1º da referida lei: “as certidões para a defesa e esclarecimentos de situações, requeridas aos
órgãos da Administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia
mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser
expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor”.
E, em ocorrendo por parte da Administração Pública, a negativa ilegal da produção da certidão, o
remédio constitucional cabível será o mandado de segurança. Nesse sentido, a omissão em expedir a
certidão solicitada configura abuso de poder, sanável pela via judicial, por meio desse outro remédio
que ainda vamos estudar.
Agora, como é que o seu examinador vai tentar lhe confundir na prova? Bom, ele vai sugerir que no
caso da não expedição ilegal da certidão por parte do órgão público, deveria o indivíduo ingressar com
um habeas data (art. 5º, LXIII, CF/88). Seria o caso? Não! Isso porque, nessa hipótese, o impetrante (a
pessoa que deseja a certidão e não a conseguiu) já possui o acesso à informação sem obstáculos
administrativos, e nem tem o interesse em retificar (corrigir) ou complementar com anotação tais
informações. O que o sujeito deseja, tão somente, é obter a certidão. Logo, o único remédio
constitucional cabível é mesmo o mandado de segurança. Creio que a impossibilidade de usar o habeas
data neste caso ficará mais clara quando estivermos estudando este outro remédio constitucional.

2
. Nesse sentido, estabelece o artigo 22 da Lei nº 9.051/1995: “Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a
que se refere esta Lei, deverão os interessados fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido”.

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Prometo voltar neste tema! Mas já vamos verificar como o assunto aparece em prova:

Questão para fixar


[IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil - Adaptada] Acerca dos instrumentos de tutela das
liberdades, previstos na CRFB/88, julgue o item:
A repartição pública que obstruir o direito de certidão deverá ser compelida, mediante habeas data, a
concedê-lo, sob pena de os seus titulares serem responsabilizados civil e criminalmente.

Comentário:
A assertiva é claramente falsa! Em caso de a repartição pública obstruir o direito de certidão, deverá ser
impetrado o remédio “mandado de segurança”, como você bem sabe.

Gabarito: Errado

Bom, dedicado aluno, meu convite para você neste momento é para resolvermos juntos mais
algumas questões sobre os dois primeiros remédios que estudamos (direito de petição e certidão).
Vamos verificar juntos como eles são cobrados nas provas. Isso lhe dará o traquejo necessário para
vencer as questões sobre o assunto e conquistar seu merecido cargo de Agente/Escrivão da PF!

Questões para fixar


[EJEF - 2009 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Marque a alternativa CORRETA:
Determinado servidor público, ocupante de cargo efetivo no Estado, mediante requerimento administrativo
pediu documento público de informação sobre sua contagem de tempo de serviço, para fins de
aposentadoria, conforme esclareceu. Sem qualquer justificativa, o requerimento permanece sem despacho
há 90 (noventa) dias.
O servidor poderá valer-se de medida para defender especificamente seu direito de:
A) petição.
B) ampla defesa.
C) certidão.
D) aposentadoria.
Comentário:
A nossa alternativa correta é a ‘c’, uma vez que o direito de certidão é o remédio constitucional hábil para a
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situação de
interesse pessoal.

Gabarito: C

[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva com relação a remédios constitucionais

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previstos na Constituição Federal de 1988:


São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Comentário:
A assertiva é claramente incorreta. De acordo com o art. 5º, XXXIV, são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas, (...) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Gabarito: Errado

[ESAF - 2012 - PGFN - Procurador - Adaptada] Sobre o direito fundamental à informação previsto na
Constituição, julgue o item:
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Comentário:
Item verdadeiro, pois está de acordo com o art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88.
Gabarito: Certo

(4) Remédios constitucionais de natureza jurisdicional


Agora, caríssimo aluno, estudaremos os remédios constitucionais de natureza jurisdicional. Estes,
como o próprio nome já indica, serão exercidos junto ao Poder Judiciário, no intuito de garantir o
exercício de direitos constitucionais. Como já noticiei no item (1), nossa Constituição Federal prevê os
seguintes remédios: (i) o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado
de injunção e (v) a ação popular.
A partir de agora, iremos analisar cada um deles com suas particularidades, a começar pelo habeas
corpus.

(4.1) Habeas corpus - HC (art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF/88)


(A) Introdução
Futuro Agente/Escrivão da PF, uma coisa você já sabe: a cada direito constitucionalmente previsto
corresponde uma certa garantia. Pensando nisso, lembre-se de um importante direito que possuímos
no art. 5° da CF/88, que é a liberdade de locomoção, inscrita no inciso XV nos seguintes termos: “É livre
a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele

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entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Sua garantia correspondente é o habeas corpus (HC),
importante remédio constitucional que, por intermédio de ordem judicial, vai amparar a liberdade de
locomoção, fazendo cessar qualquer ameaça ou coação que a comprometa.
Em nosso país, este remédio constitucional surgiu no Código de Processo Criminal de 1832
(ainda durante o período imperial), cujo texto normativo dizia: “Todo o cidadão que entender que ele
ou outrem sofre uma prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade terá o direito de pedir uma
ordem de habeas corpus ao seu favor”.
Hoje, nossa Constituição democrática de 1988 prevê, em seu art. 5º, LXVIII, tal remédio
constitucional nos seguintes termos: “conceder-se-á ‘habeas-corpus’ sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder”. Não há dúvidas de que é um writ, ou “remédio”, capaz de fazer cessar/parar, a ameaça
ou coação à liberdade de ir, vir e permanecer do indivíduo.
Vejamos questões que cobram exatamente essa ligação entre o direito (liberdade de locomoção) e
a garantia (HC):

Questões para fixar


[FEPESE - 2013 - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo] Em relação aos direitos e às garantias
fundamentais previstos na Constituição da República de 1988, quando alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, caberá:
A) Habeas data
B) Habeas corpus

C) Mandado de injunção

D) Mandado de segurança

E) Ação direta interventiva

Comentário:
Claro que nossa alternativa correta é a ‘b’. O habeas corpus, previsto no art. 5º, LXVIII da CF/88, é o remédio
constitucional adequado para a defesa do direito da liberdade de locomoção do indivíduo que esteja
sofrendo coação ou ameaça por abuso de poder ou ilegalidade.

Gabarito: B

[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia - Geral] Qual é o remédio
constitucional destinado a garantir o direito de locomoção diante de ilegalidade ou abuso de poder?
A) Mandado de injunção

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B) Mandado de segurança
C) Habeas corpus
D) Habeas data
E) Ação popular
Comentário:
Novamente deve ter sido bem tranquilo para você optar pelo HC na alternativa ‘c’. O habeas corpus, previsto
no art. 5º, LXVIII da CF/88, é o remédio constitucional hábil para a defesa do direito de locomoção do
indivíduo que esteja sofrendo coação ou ameaça por abuso de poder ou ilegalidade.
Gabarito: C

[UECE-CEV - 2016 - DER-CE - Procurador Autárquico - Adaptada] Julgue o item a seguir:


Na forma do texto constitucional, conceder-se- á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Comentário:
O item está correto, sendo a transcrição do inciso LXVIII do art. 5°, CF/88. O habeas corpus é o remédio
constitucional adequado para a defesa do direito de locomoção que está sob violência ou ameaça de
violência.

Gabarito: Certo

[FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista Socioeducador - Direito] Remédio jurídico constitucional que será
concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder é denominado:
A) mandado de segurança.
B) habeas data.
C) habeas corpus.
D) ação popular.
Comentário:
Nossa resposta, claro, está na letra ‘c’!
Gabarito: C

No mais, caro aluno, saiba que o HC é:


(i) um remédio de natureza penal (é o Direito Processual Penal que regula o seu exercício),
(ii) de procedimento especial (a decisão será proferida mais rapidamente, pois o rito será sumário –
andamento mais célere), e
(iii) isento de custas (gratuito, conforme prevê o art. 5°, LXXVII, CF/88: “São gratuitas as ações de
habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania”).

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E para encerrarmos essa introdução, vou lhe apresentar alguns termos que usaremos bastante
nessa aula (tanto no estudo do HC, quanto de outros remédios). Começo com “impetração”: significa o
ato de ajuizar (impetrar) um remédio constitucional. Já o “impetrante” é o autor da ação. Aquele que
for o beneficiado do remédio (o indivíduo em favor de quem o remédio é impetrado) será chamado de
“paciente”. Um detalhe: o impetrante pode ser o paciente (quando ajuíza o remédio em nome próprio)
ou pode não haver coincidência entre eles (uma pessoa ser a impetrante, outra o paciente). Já a
autoridade que pratica a ilegalidade ou o abuso de poder (contra quem se ajuíza o remédio) será
denominada de “autoridade coatora” ou “impetrada”.
Em resumo, temos:

(B) Legitimidade (ativa e passiva)


A expressão “legitimidade ativa” representa o rol de pessoas que poderão
ajuizar/propor/apresentar determinada ação/recurso/remédio perante o Poder Judiciário.
No caso do habeas corpus podemos dizer que a legitimidade é universal, pois qualquer pessoa,
nacional ou estrangeira, independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de
sexo, profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com o HC, em benefício próprio ou até
mesmo alheio.

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Obs.: O estrangeiro, inclusive o não residente no Brasil, também poderá impetrar habeas corpus, desde
que a petição seja redigida em português, conforme jurisprudência firmada no STF.
Muito importante destacar que não há, sequer, a necessidade de advogado3 para a impetração do
remédio: um sujeito comum, que não seja advogado e que não esteja representado por um, pode
impetrar HC na defesa do seu direito (ou do direito de outra pessoa física) à liberdade de locomoção.
Sobre a desnecessidade de advogado para a impetração de HC, veja as questões e comprove que
este é um ponto que sua banca vai explorar com constância:

Questões para fixar


[FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário - Qualquer Área de Formação - Adaptada] Sobre a disciplina do
habeas corpus, julgue a assertiva:

O registro como advogado é exigido para a impetração do habeas corpus, admitindo-se, todavia, o seu
manejo por estudantes de direito inscritos como estagiários na Ordem dos Advogados do Brasil.

Comentário:
O HC é um remédio muito relevante e de índole democrática tão marcante, que dispensa a representação
por advogado. Qualquer pessoa, portanto, poderá impetrá-lo, para defender a própria liberdade de
locomoção, bem como a de outrem. Deste modo, você deve ter notado que a assertiva é falsa.

Gabarito: Errado

[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário - Adaptada] Em relação ao habeas corpus julgue a assertiva:
Necessariamente deverá ser interposto por advogado:
Comentário:
Claramente falsa essa afirmação, pois o HC pode ser interposto por uma pessoa comum (que não seja
advogado, tampouco esteja representada por um) na defesa da liberdade de locomoção própria ou de outra
pessoa física.

Gabarito: Errado

[INSTITUTO CIDADES - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho - 1ª Fase - 1ª Etapa - Adaptada] José,
residente em Mangaratiba, se envolve numa briga com o dono da confecção onde trabalhava em Angra dos
Reis e é preso. A mulher de José, estudante de Direito, impetra habeas corpus em favor dele. Julgue o item:
A mulher de José não poderia impetrar habeas corpus, por se tratar de ato privativo de advogado e depender
de outorga de poderes.
Comentário:
Mais um item falso! O habeas corpus é remédio constitucional cuja propositura independe da presença de

3
. A jurisprudência do STF entende que quando o réu já possui advogado constituído, terceiros não poderão impetrar o
habeas corpus em favor dele.

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advogado, como já sabemos.

Gabarito: Errado

Retomando os comentários sobre a legitimidade, até mesmo as pessoas jurídicas poderão impetrar
o writ, desde que em benefício de um terceiro que seja uma pessoa física, pois não cabe habeas corpus
em favor de pessoa jurídica (já que as PJs não são titulares do direito à liberdade de locomoção e não
podem ser “presas”, certo?). Em outras palavras: a pessoa jurídica pode ser impetrante do HC, nunca
paciente. Já as pessoas físicas são impetrantes e pacientes.
O Ministério Público também será legitimado para impetrar o HC em favor de pessoa física, e até
mesmo o juiz poderá concedê-lo de ofício, desde que não o faça contra ato próprio, o que nos parece
algo lógico (não faria sentido um juiz conceder uma ordem de prisão ilegal, violando a liberdade de
locomoção de uma pessoa e, na sequência, esse próprio juiz impetrar um HC em favor daquela mesma
pessoa!).
Vou encerrar os comentários da legitimidade ativa citando o Min. Alexandre de Moraes, que diz que
“a legitimidade para ajuizamento do habeas corpus é um atributo da personalidade, (...) sendo uma
verdadeira ação penal popular” e verificando algumas questões que já exploraram esse ponto da
matéria:

Questões para fixar


[NCE-UFRJ - 2015 - PC-DF - Delegado de Polícia - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais, julgue a
assertiva apresentada:
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física, desde que nacional, sendo vedada a sua
utilização por pessoa jurídica, ainda que em favor de pessoa física, e pelo Ministério Público.

Comentário:
A assertiva apresentada é falsa. Isso porque estrangeiros também podem manejar essa ação constitucional,
da mesma forma que uma pessoa jurídica, desde que ela esteja atuando em benefício alheio (de uma pessoa
física). No mais, o MP também pode impetrar o HC em favor de um paciente.

Gabarito: Errado

[MPE-PR - 2011 - MPE-PR - Promotor de Justiça] Examine a afirmação abaixo:


O Habeas corpus pode ser proposto em favor de pessoa jurídica.
Comentário:
Uma vez que o habeas corpus tem o condão de proteger o direito de locomoção, de forma intuitiva podemos

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concluir que o paciente será, necessariamente, uma pessoa física. Pode marcar a assertiva como falsa!

Gabarito: Errado

[MPE-MS - 2015 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto] O habeas corpus pode ser impetrado por:
I. Pessoa física.
II. Pessoa jurídica.
III. Estrangeiro não domiciliado no Brasil.
IV. Analfabeto, bastando que alguém assine por ele.
A) Apenas I está correta.
B) I e II estão corretas.
C) I e III estão corretas.
D) I e IV estão corretas.
E) Todas estão corretas.
Comentário:
Como a legitimidade ativa no habeas corpus é universal, qualquer do povo, nacional ou estrangeiro,
independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental,
tem legitimidade para ingressar com o remédio, em benefício próprio ou alheio – lembrando que as pessoas
jurídicas poderão impetrar HC, desde que em benefício de terceiro (pessoa física). Portanto, como todas as
assertivas estão corretas, pode marcar a letra ‘e’.

Gabarito: E

Quanto à legitimidade passiva, o impetrado (ou autoridade coatora) do habeas corpus será aquele
que praticar a coação ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente. Normalmente, será uma
autoridade, como um magistrado, um delegado, um membro de Tribunal ou até mesmo um integrante
do Ministério Público. Entretanto, em alguns raros casos, o habeas corpus poderá ser impetrado
também contra atos de particulares, em face de patente ilegalidade. É o que ocorre, por exemplo, nas
relações paciente-hospital, em que o estabelecimento condiciona a liberação do paciente ao
pagamento das despesas médico-hospitalares (o que é indevido, pois cercear a liberdade de locomoção
de alguém em razão de dívidas financeiras é ato ilegal, que se sujeita à correção judicial por meio do
HC). Vou lhe mostrar questões que bem ilustram este tópico:

Questões para fixar


[FEC - 2010 - ANS - Temporário Superior 1 - Direito] Diretor de estabelecimento hospitalar particular impede
que paciente receba alta, uma vez que este não efetuou o pagamento das despesas por ele realizadas. Nesta

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hipótese:
A) pode o paciente impetrar mandado de segurança contra o diretor do estabelecimento, por violação ao seu
direito líquido e certo de contestar o valor das despesas.
B) pode o paciente impetrar habeas corpus contra o diretor do estabelecimento.
C) não cabe a impetração de habeas corpus, uma vez que o estabelecimento é particular.
D) deve o paciente efetuar o pagamento das despesas, e depois ajuizar a competente ação de repetição de
indébito, se o valor cobrado for indevido.
E) o paciente deve ajuizar ação ordinária com pedido de antecipação de tutela, uma vez que não é cabível o
habeas corpus.
Comentário:
Foi fácil assinalar a letra ‘b’, certo? Este é o clássico (e muito corriqueiro) exemplo em que a autoridade
coatora do HC é um particular. O paciente poderá, portanto, impetrar habeas corpus, visando assegurar o seu
direito de locomoção, e a autoridade coatora será o diretor do estabelecimento.
Gabarito: B

[CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público] Julgue o item:


O sujeito passivo do habeas corpus será a autoridade pública, pois somente ela tem a prerrogativa de
restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do interesse público ou social, razão pela qual
não se admite sua impetração contra ato de particular.
Comentário:
Como você bem sabe, o item é falso, haja vista a possibilidade de a autoridade coatora tanto poder ser um
agente público quanto um particular.
Gabarito: Errado

Bom, quanto ao paciente, já sabemos que somente pode ser uma pessoa física (aquela que sofre a
ameaça ou a lesão à sua liberdade e será beneficiada pela ordem). Como já dito anteriormente, não
caberá habeas corpus em favor da pessoa jurídica, cujos interesses poderão ser tutelados na esfera
criminal unicamente por meio de mandado de segurança. Também não há que se falar em habeas
corpus para tutela de animais irracionais.

(C) Espécies
Tradicionalmente, caro aluno, podemos apontar duas espécies de habeas corpus: (i) o repressivo,
também conhecido como liberatório, pois a liberdade de locomoção já está violada, e o intuito é
conseguir a expedição de um alvará de soltura; e (ii) o preventivo, que será usado quando existir um
risco iminente à liberdade – seu objetivo é o de obter o chamado salvo-conduto, para evitar que o risco
se concretize e que a violência atinja o direito protegido.

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Sobre o cabimento do habeas corpus preventivo, vale destacar que a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) tem entendido pela necessária existência de fundado receio de que o paciente
possa vir a sofrer coação ilegal ao seu direito de liberdade de locomoção; não sendo cabível, portanto, o
remédio constitucional quando houver mero receio infundado de coação tida como ilegal 4.
Para além dessas duas espécies mais clássicas de habeas corpus, importante lembrar que este
também poderá ser suspensivo, aplicável na hipótese de a ordem de prisão já ter sido decretada,
porém o mandado ainda estar pendente de cumprimento; almeja-se, no caso, a expedição de um
contramandado de prisão.
E para memorizar tais espécies, veja o esquema posto abaixo5:

No mais, nada mais importante no momento do que lhe mostrar como o tema pode aparecer em
prova, certo? Veja só:

Questão para fixar

4
. HC 27.373, STJ, Sexta Turma, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/06/2010.
5
. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 605.

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[VUNESP - 2012 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A base do habeas corpus,
uma ação de natureza constitucional, é assegurar a liberdade do indivíduo (direito de ir e vir), ameaçada pelo
chamado constrangimento ilegal. Existem três modalidades desta ação: a) o habeas corpus preventivo,
interposto antes do constrangimento, visa impedir a ocorrência deste último; b) o habeas corpus suspensivo,
a ser utilizado pelo indivíduo quando já consumado o constrangimento ilegal e, por fim; c) o habeas corpus
episódico, cabível quando o constrangimento ilegal é praticado por particular. De acordo com o texto, é
correto afirmar que:

A) o habeas corpus é uma ação de natureza administrativa e não constitucional. A presença do habeas corpus
na Constituição vigente, de 1988, é absolutamente acidental.

B) o habeas corpus preventivo não existe mais. Trata-se de construção doutrinária largamente aceita até a
primeira metade do século XX.

C) para impetrar o habeas corpus suspensivo é preciso constituir advogado.

D) não existe o habeas corpus episódico.

Comentário:

A alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘d’. Sabemos que o habeas corpus poderá ser impetrado de
forma preventiva, suspensiva ou repressiva, em face de ilegalidades ou abuso de poder do Poder Público e,
em raros casos, em face de particular. Sabemos, também, que as modalidades de HC são: preventivo,
repressivo e suspensivo. Ademais, em nenhum caso precisamos de advogado para a impetração deste
remédio constitucional. E, por fim, não se esqueça que o HC é uma ação constitucional, prevista
conscientemente na CF/88, como remédio constitucional de altíssima estatura, pois protege um
importantíssimo direito, que é a liberdade de locomoção.
Gabarito: D

(D) Cabimento
Vamos estruturar, nesse momento, algumas importantes considerações do STF e da doutrina sobre
o cabimento (e o não cabimento) do HC:
(i) O STF entende que o HC é cabível ainda quando a ofensa (ou ameaça) à liberdade de locomoção seja
indireta, vale dizer, quando do ato impugnado puder resultar a imposição de pena de detenção ou
reclusão da pessoa. É o que se passa nos casos em que o HC é utilizado para impedir eventual quebra de
sigilo fiscal ou bancário que possa resultar na prisão do indivíduo no curso de um processo criminal. Nas
palavras da nossa Corte Suprema: “O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial
que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja vista a possibilidade

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destes resultarem em constrangimento à liberdade do investigado” (AI 573623 QO/RJ, Rel. Min. Gilmar
Mendes, 31.10.2006).
(ii) Tome muito cuidado, meu caro aluno, se por ventura a quebra do sigilo for determinada no curso de
um processo administrativo: neste caso, o HC não poderia ser manejado, haja vista o fato de um
procedimento desta natureza jamais resultar em restrição à liberdade de locomoção (o remédio
constitucional que poderia ser utilizado, neste cenário, é o mandado de segurança).
Obs.: Em conclusão: o HC não poderá ser utilizado para impugnar medida que determina a quebra de
sigilo bancário, fiscal ou telefônico, se dela não puder resultar condenação à pena privativa de
liberdade; por outro lado, se dessa medida que determina a quebra de sigilo puder resultar imposição
de pena de privação de liberdade, aí será cabível o manejo do HC.
(iii) Outra consideração indispensável de se fazer neste momento do estudo é a de que não é
cabível habeas corpus em se tratando de prisão disciplinar militar, por expressa disposição
constitucional (art. 142, § 2º, da CF/88: “Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares”). Entretanto, entende-se que apesar de não ser possível a impetração do
remédio para se discutir o mérito da punição disciplinar, sua interposição tem cabimento para se
impugnar a forma/legalidade da punição como ocorre quando autoridade incompetente autorizou a
prisão6.
(iv) Um interessante precedente do Superior Tribunal de Justiça em que se concedeu parcialmente
ordem de habeas corpus7 foi o seguinte: o paciente teve a suspensão do seu passaporte determinada no
bojo de uma ação executiva cível e o Tribunal considerou que a decisão que decretou a medida
restringiu de forma desproporcional e não razoável o direito fundamental de ir e vir do executado. A
Corte, entretanto, não conheceu o remédio em relação à suspensão da Carteira Nacional de Habilitação
(CNH) determinada no mesmo processo, por considerar que esta medida coercitiva não representava
ameaça à liberdade de locomoção e, por isso, não poderia ser impugnada via habeas corpus. Conforme
o voto do Ministro Luis Felipe Salomão, relator do caso, a suspensão da CNH não violou o direito de ir e
vir do condutor, que seguiu podendo ir para todo e qualquer lugar, desde que não o fizesse dirigindo um
veículo. O condutor poderia locomover-se por meio de transporte público, por exemplo.
(v) O habeas corpus também será cabível para impugnar medidas cautelares de natureza pessoal

6
. Nesse sentido, conforme jurisprudência do STF, a proibição não abrange os chamados pressupostos de legalidade da
sanção disciplinar – hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função e pena suscetível de ser aplicada (HC 70.648, Rel.
Ministro Moreira Alves, e RE 338.840-RS, Rel. Ministra Ellen Gracie, 19.8.2003).
7
. STJ - RHC 97.876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 05/06/2018 e noticiado no Informativo
631.

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diversas da prisão; quando estas forem onerosas ao paciente e puderem ser convertidas em prisão se
descumpridas (a ameaça à liberdade de locomoção configura-se em razão do fato de eventual
descumprimento de qualquer das obrigações impostas pelo juízo criminal ao réu puder resultar na
decretação de prisão preventiva).
(vi) A respeito do não cabimento de habeas corpus quando da inexistência de ofensa à liberdade de
locomoção, o Supremo Tribunal Federal já editou três importantes súmulas, valendo a transcrição delas
nesse nosso estudo:
– Súmula 693: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa ou relativo a
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” Ex.: Crime de
porte de drogas. Afinal, se a única pena prevista não pode atingir a liberdade de locomoção, o HC não
poderá mesmo ser utilizado.
– Súmula 694: “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda
de patente ou de função pública.”
– Súmula 695: “Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade” – claro, pois,
se o HC tem o intuito de tutelar a liberdade de locomoção, não faria sentido usar o remédio se a pena já
está extinta, vale dizer, quando não há mais nenhuma limitação à liberdade ou ameaça à ela.
(vii) Por não verificar risco à liberdade de locomoção, a jurisprudência Supremo Tribunal Federal é no
sentido do não cabimento do remédio para tutelar direito à visita (ou seja, não cabe HC para pleitear o
direito à visita íntima). Em razão disso, a 2ª Turma da Corte não concedeu ordem de habeas corpus8 em
junho de 2017 à genitora de dois detentos que teve negado seu direito de visitá-los de forma direta ao
ser barrada na porta detecção de metal por possuir uma prótese metálica em seu corpo, razão pela qual
a visita só foi autorizada por meio do parlatório.
(viii) O remédio constitucional também será incabível nos casos em que o preso venha a impetrá-lo para
questionar a legalidade de medida administrativa que o proíbe de receber visitas 9.
(ix) O habeas corpus também não é entendido como medida processual adequada para tutelar o direito
de visita a menor cuja guarda se disputa judicialmente10.
(x) Por fim, segundo entendimento do STF11 cabe habeas corpus mesmo nas hipóteses que não

8
. HC 128.057, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Min. Alexandre de Moraes, 1ª Turma, julgado em 06/06/2017 e noticiado
no informativo 871.
9
. HC 99.369 AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, 2ª Turma, julgado em 18/08/2009.
10
. HC 145.118-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, 2ª Turma, julgado em 06/10/2017.
11
.STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
27/8/2019 (Info 949).

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envolvem risco imediato de prisão, como na análise da licitude de determinada prova ou no pedido para
que a defesa apresente por último as alegações finais, se houver a possibilidade de condenação do
paciente. Isso porque, neste caso, a discussão envolve liberdade de ir e vir.

(E) Procedimento
Acerca do procedimento do habeas corpus, é preciso destacar que este remédio constitucional
segue um rito especial, extremamente informal12 e célere, em razão da imensa importância do direito
(liberdade de locomoção) que ele pretende defender.
Assim, não há necessidade da observância de nenhum rigor formal na feitura da petição de habeas
corpus. O Poder Judiciário já aceitou HC escrito à mão, em folha de caderno e até em papel higiênico (!).
Sabe-se que algumas pessoas já impetraram um corpus christi (ao invés de um habeas corpus) pedindo a
liberdade e o Poder Judiciário aceitou a petição, afinal, a formalidade é o de menos, a preservação do
importantíssimo direito à liberdade de locomoção interessa bem mais!
Também sobre o procedimento, é importante destacar que não há previsão nem na Constituição
Federal, nem em lei, acerca da concessão de liminar em habeas corpus. No entanto, a concessão de
liminar é admitida, mesmo diante da omissão normativa, usando-se por analogia as regras da liminar
em mandado de segurança.
E antes que você questione o que é uma liminar, eu já explico: é uma ordem judicial precária (não é
definitiva) que é proferida rápida e imediatamente no intuito de proteger com a urgência devida um
direito que, sem a concessão da liminar, pode sofrer danos de impossível ou difícil reparação.
Sobre a concessão de liminar, veja o que diz o art. 300, do Código de Processo Civil (CPC): “A tutela
de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Perceba, meu caro aluno, que uma liminar, para ser concedida, depende da presença de dois
pressupostos:
(i) A probabilidade do direito: essa expressão, que antigamente era designada como “fumus boni juris”
(ou “fumaça do bom direito”), significa que o pedido feito na liminar deve ter alguma plausibilidade

12
. É possível inferir a informalidade do próprio dispositivo processual que disciplina as regras de tramitação de interposição.
Conforme o artigo 654 do Código de Processo Penal: “Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer
pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. § 1º A petição de habeas corpus conterá: a) o
nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou
ameaça; b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda
o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a
designação das respectivas residências”.

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jurídica, ou seja, o pedido feito pelo impetrante deve aparentar ter razão e fundamento jurídico.
(ii) O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo: antes intitulado de “periculum in mora”
(risco da demora), significa que deve haver perigo em esperarmos o (quase sempre demorado)
provimento final, pois tal espera pela prestação jurisdicional pode gerar, possivelmente, um dano
irreparável ou de difícil reparação.
Pois bem. Em conclusão, admitimos a concessão de liminar em HC, ainda que não haja previsão
normativa expressa. E fazemos isso para homenagear uma faceta tão importante do direito à
liberdade, que é a de locomoção (o direito de ir, vir, ficar, permanecer...).

(F) Cabimento do habeas corpus coletivo


Além do habeas corpus comum, individual, temos que discutir a possibilidade de concessão do
habeas corpus coletivo, em situações nas quais temos vários pacientes sofrendo semelhante violação
(ou ameaça) à liberdade de locomoção e todos aguardam proteção do remédio constitucional que
estamos estudando.
Começo lhe informando que não há previsão expressa de cabimento de habeas corpus coletivo em
nosso ordenamento jurídico (o art. 5°, LXVIII, CF/88 somente indica o cabimento de HC individual).
Entretanto, nossa Corte Suprema (o STF) entende que referida omissão normativa não é impedimento
para o conhecimento desse tipo de remédio. Primeiramente, porque existem dois dispositivos legais que,
ainda que indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo ser concedido: o art. 654, § 2º
e o art. 580, ambos do Código de Processo Penal (CPP). Senão vejamos.
E para não restar nenhuma dúvida acerca da possibilidade jurídica de ser concedido o habeas corpus
coletivo, passemos à análise da decisão proferida pela 2ª Turma do STF, por maioria de votos, em
fevereiro de 2018, no sentido de conceder habeas corpus (HC 143.641) coletivo para determinar a
substituição da prisão preventiva13 pela domiciliar, sem prejuízo da aplicação concomitante das
medidas alternativas previstas no artigo 319 do CPP, de todas as mulheres presas, gestantes,
puérperas ou mães de crianças com até 12 anos sob sua guarda ou pessoa com deficiência, listadas
no processo pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) e outras autoridades estaduais,
enquanto perdurar tal condição, excetuados os casos de crimes praticados por elas mediante violência
ou grave ameaça, contra seus descendentes ou, ainda, em situações excepcionalíssimas, as quais
deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício.

13
. Prisão preventiva é aquela que ainda não é definitiva. Da qual ainda cabe recurso.

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Não há dúvidas de que a prisão preventiva (não definitiva) que confina mulheres grávidas em
estabelecimentos prisionais precários tira delas o acesso a programas de saúde pré-natal, assistência
regular na gestação e no pós-parto, e, ainda, priva as inocentes crianças de condições adequadas ao seu
desenvolvimento, constituindo-se em tratamento desumano, cruel e degradante, que viola diversos
postulados constitucionais relacionados à individualização da pena, à vedação de penas cruéis e, ainda,
ao respeito à integridade física e moral da presa.
Foi por isso que o STF conheceu o HC Coletivo neste caso, e protegeu milhares de mulheres e, em
especial, seus filhos.
Enfim, futuro Agente/Escrivão da PF, antes de passarmos ao estudo do nosso próximo remédio
constitucional, vamos resolver algumas questões finais, para efetivarmos aquilo que mais recomendo:
conhecermos mais e melhor o modo como o tema pode ser cobrado e aprendermos, na prática, como
resolver os desafios que nossa banca vai impor nas provas!

Questões para fixar


[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário] Em relação ao habeas corpus assinale a alternativa correta:

A) Necessariamente deverá ser interposto por advogado;

B) O direito brasileiro contemplou apenas o preventivo;

C) Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem;


D) O direito brasileiro contemplou apenas o repressivo.

Comentário:
Com previsão no art. 5º, LXVIII da CF/88, o habeas corpus apresenta-se como o remédio constitucional hábil
para a defesa do direito de locomoção, ameaçado ou tolhido por ilegalidade ou abuso de poder. Sendo
assim, poderá ser impetrado de forma preventiva (quando se tratar de ameaça ao direito de locomoção) ou
de forma repressiva (quando já existe a violência ao direito de locomoção). Deste modo, já podemos
desconsiderar as alternativas ‘b’ e ‘d’. E como poderá ser interposto por qualquer indivíduo, nacional ou
estrangeiro, independentemente de capacidade profissional, civil ou política, não há obrigatoriedade de ser
interposto, necessariamente, por advogado, razão pela qual a alternativa ‘a’ não deverá ser marcada. Por fim,
a alternativa ‘c’ é a correta e deverá ser assinalada como nossa resposta: o habeas corpus poderá ser
impetrado por qualquer pessoa, como já falamos, que tenha por objetivo proteger direito de locomoção em
benefício próprio ou alheio.

Gabarito: C

[FCC - 2015 - DPE-RR - Oficial de Diligência] O habeas corpus:

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A) pode ser impetrado por qualquer pessoa, mas somente em seu favor.
B) pode ser preventivo.
C) não pode ser concedido de ofício.
D) não pode ser impetrado pelo Ministério Público, por falta de interesse de agir.
E) pode ser impetrado em defesa da sociedade, para rever decisão injusta.
Comentário:
Nossa alternativa correta é a da letra ‘b’. O habeas corpus poderá ser preventivo quando o direito de
locomoção estiver sob ameaça, ou seja, quando o risco à liberdade de locomoção for iminente. Todas as
demais alternativas são falsas:
- Na alternativa ‘a’ o erro deriva da afirmação de que o HC somente pode ser impetrado por uma pessoa em
seu favor. Sabemos que o impetrante e o paciente podem ser pessoas distintas, caso em que o impetrante
estará atuando em favor de terceiro.
- Na assertiva da letra ‘c’, o erro consiste em não considerar como possível (porque é!) a concessão do HC de
ofício pelo magistrado que percebe a ameaça ou violação à liberdade de locomoção.
- A assertiva ‘d’ peca ao desconsiderar o MP como legitimado.
- Na letra ‘e’, o equívoco foi o de mencionar que o HC existe para defender a sociedade. Em verdade, é um
remédio constitucional que tutela pessoas físicas que estão sofrendo ou se acham ameaçadas de sofrer
violência em sua liberdade de locomoção.
Gabarito: B

(4.2) Mandado de segurança individual (Art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº


12.016/2009)
(A) Introdução
Saiba, meu caro aluno, que o mandado de segurança é uma criação brasileira, não havendo similar
no direito estrangeiro14. Foi introduzido em nosso ordenamento pela Constituição de 1934, sendo
mencionado pela Constituição de 1946 e, após, pela Carta autoritária de 1967. Atualmente, é tutelado
pela Constituição da República de 1988, por meio do art. 5º, LXIX, CF/88. Nas palavras de Uadi Bulos,
a garantia não nasceu de uma hora para outra. Foi fruto de ingente trabalho doutrinário e
jurisprudencial, num período em que o jurisdicionado começava a sentir o sabor da liberdade de
locomoção física e os meios de defender-se contra o arbítrio do Poder Público.15

14
. TEMER. Michel. Elementos de direito constitucional. 17ª ed. São Paulo: Malheiros, p. 179.
15
. BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 575.

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Trata-se de uma ação constitucional de viés civil, independente da natureza do ato que está sendo
impugnado, seja ele administrativo, jurisdicional, criminal, eleitoral ou trabalhista. O rito é o
sumário especial (mais célere, portanto).
Tem como finalidade a proteção de direitos líquidos e certos contra ato de autoridade ou de quem
exerça funções públicas, isto é, não se admite o MS em face de particular que esteja em atividade
própria. O mandado de segurança atua como verdadeira garantia fundamental, sendo um remédio
muito relevante em um Estado Democrático de Direito.
O MS está devidamente regulamentado por norma infraconstitucional. Primeiramente, em
momento anterior à Constituição Federal de 1988, foi disciplinado pela Lei nº 1.533/1951. Em 2009 foi
publicada a Lei nº 12.016, que passou a ser o diploma legal regulamentador do instrumento – e essa lei
nova revogou a anterior (Lei nº 1.533/1951), além de outras normas que diziam respeito ao mandado de
segurança.
Em resumo, com esse breve histórico apresentado, deve-se ter em mente, antes de avançar para o
próximo item, que o intuito do Estado, desde a introdução do remédio no Direito brasileiro, sempre foi
o de conferir ao cidadão um instrumento capaz de evitar ou combater eventuais ilegalidades ou abuso
do poder.

(B) Cabimento
Vamos iniciar nossa análise sobre o cabimento verificando o que diz o texto constitucional:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Da leitura do dispositivo constitucional, percebe-se que o mandado de segurança constitui remédio
a ser utilizado quando direito líquido e certo do indivíduo for violado por ato de autoridade
governamental (autoridade pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, e das respectivas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista) ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja, por delegação, no exercício de
atribuição do Poder Público, contra o qual não seja oponível habeas corpus ou habeas data.
Vamos avaliar juntos cada aspecto do cabimento do MS.

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Começo lhe lembrando que o mandado de segurança é um remédio constitucional de caráter


residual, uma vez que somente poderá ser impetrado para amparar direito líquido e certo que não
disser respeito ao direito de locomoção (habeas corpus) e ao direito ao acesso e/ou retificação de
informações pessoais (habeas data). Para exemplificar, pense no caso de a liberdade de associação
estar sendo violada (ou ameaçada) por alguma ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder
Público: como não é o caso de se usar HC ou HD, em havendo direito líquido e certo, o indivíduo poderá
usar o MS.
Este tópico, referente ao caráter residual do remédio, é um dos mais exigidos em prova quando se
trata de avaliarmos a incidência do MS nos concursos públicos. Vou ilustrar elencando uma série de
questões que exploraram o assunto. Vejamos:

Questões para fixar


[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Assinale a alternativa correta, de acordo com o
texto constitucional vigente:

Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparado ou não por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Comentário:
Eis uma alternativa falsa. Uma vez que o mandado de segurança é um remédio constitucional de natureza
residual, não será cabível quando o direito for tutelado por habeas corpus ou habeas data. A expressão
“amparado ou não” por HC ou HD comprometeu o item.

Gabarito: Errado

[NC-UFPR - 2017 - UFPR - Médico - Clínico Geral - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais previstos
pela Constituição, julgue o item:
O mandado de segurança pode ser impetrado para assegurar direito líquido e certo, facultando-se a
impetração concomitante de habeas corpus e de habeas data.
Comentário:
O item apresentado é falso. O mandado de segurança, previsto no art. 5º, LXIX da CF/88, tem natureza
residual e somente será cabível quando o direito líquido e certo não for amparado por habeas corpus ou
habeas data.

Gabarito: Errado

[UEG - 2006 - TJ-GO - Técnico Judiciário - Administrador de Empresas - Adaptada] Sobre os denominados
writs constitucionais, julgue o item:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparável por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de

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pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.


Comentário:
A assertiva torna-se falsa pela presença de uma palavra: “amparável”. Sabemos que o mandado de
segurança será cabível, conforme art. 5º, LXIX da CF/88, quando se pretender a proteção de direito líquido e
certo não amparado pelo habeas corpus ou pelo habeas data.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2016 - ANATEL - Técnico em Regulação] Com relação ao exposto, julgue o item a seguir:
Considere que um estado federado, no uso de sua competência normativa, elabore lei que impeça,
arbitrariamente, em tempo de paz, a liberdade de locomoção em seu território. Nesse caso, caberá ao
indivíduo impetrar mandado de segurança para garantir o exercício do direito constitucional mencionado.
Comentário:
O item apresentado é falso, uma vez que o mandado de segurança será o remédio adequado quando o
impetrante pretender a proteção de direito líquido e certo não amparado pelo habeas corpus ou pelo habeas
data, conforme dispõe o art. 5º, LXIX da CF/88. No caso em tela, como a questão trata da liberdade de
locomoção, inscrita no art. 5°, XV, CF/88, o remédio que deverá ser manejado é o HC, não o MS.

Gabarito: Errado

[FCC - 2006 - SEFAZ-PB - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais - Prova 1 - Adaptada] Considere a afirmação
em relação aos instrumentos constitucionais de garantia dos direitos fundamentais:
Será concedido mandado de segurança para o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público.
Comentário:
O item é claramente falso. O mandado de segurança será concedido para a proteção de direito líquido e certo
não amparado pelo habeas corpus ou pelo habeas data, conforme dispõe o art. 5º, LXIX da CF/88. Na hipótese
apresentada pela assertiva, caberá habeas data, uma vez que se pretende conhecer informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público, conforme dispõe o art.
5º, LXXII da CF/88.

Gabarito: Errado

[FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil] Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos,
previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Comentário:
Alternativa correta, consoante a previsão do art. 5º, LXIX da CF/88.

Gabarito: Certo

[CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1] A respeito dos direitos e das garantias fundamentais,

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julgue o item seguinte:


O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para garantir o acesso à informação
constante de banco de dados de entidades governamentais, uma vez que o direito à informação é direito
líquido e certo.
Comentário:
O item apresentado é falso! O remédio constitucional adequado para garantir o direito líquido e certo de
acesso à informação constante de banco de dados de entidades governamentais é o habeas data, previsto no
art. 5º, LXXII da CF/88. O mandado de segurança, art. 5º, LXIX da CF/88, será utilizado para a proteção de
direito líquido e certo não amparado pelo habeas data e habeas corpus.

Gabarito: Errado

[ESAF - 2004 - MRE - Assistente de Chancelaria - Prova 2] Se o chefe de uma repartição pública impede,
injustamente, um servidor de ingressar no recinto da repartição, onde estão dados importantes para o
servidor, armazenados no computador da mesa em que trabalhava, esse servidor poderá insurgir-se contra a
determinação do chefe por meio de:
A) mandado de segurança.
B) habeas corpus.
C) habeas data.
D) mandado de injunção.
E) ação penal pública.
Comentário:
Nossa alternativa correta é a da letra ‘a’: o servidor público deverá insurgir-se contra o ato do chefe da
repartição por meio de mandado de segurança, remédio constitucional utilizado para a proteção de direito
líquido e certo não protegido por habeas corpus e habeas data. Uma vez que não há violação de direito de
locomoção, o habeas corpus (art. 5º, LXXII da CF/88) não poderá ser impetrado. Tampouco houve
indeferimento, ou omissão, em atender pedido de informação de dados pessoais que estejam registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, razão pela qual não poderá ser
apresentado habeas data (art. 5º, LXXII da CF/88). O mandado de injunção (art. 5º, LXXI da CF/88),
apresentado na alternativa ‘d’, se presta a combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais,
o que não se apresenta no caso em tela. Por fim, a ação popular (art. 5º, LXXIII da CF/88) é o instrumento
judicial de exercício da soberania, que viabiliza que o cidadão controle a legalidade de atos administrativos e
impeça lesividades. Por essa razão, a alternativa ‘e’ também não poderá ser marcada.

Gabarito: A

[FGV - 2019 - TJ CE - Técnico Judiciário - Área Administrativa] Maria solicitou a matrícula do seu filho de 8
(oito) anos na Escola Municipal Beta, o que foi indeferido, por escrito, pelo Diretor, sob o argumento de que a
requerente, ao preencher o respectivo formulário, declarara ser filiada a um partido político distinto daquele
a que estava filiado o Prefeito Municipal.
Por entender que o indeferimento era incompatível com a ordem jurídica, Maria solicitou que o seu advogado
ajuizasse a ação constitucional cabível para que o juízo competente determinasse a matrícula de seu filho na

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escola. Trata-se da seguinte ação:


(A) habeas corpus;
(B) habeas data;
(C) mandado de segurança;
(D) mandado de injunção;
(E) mandado de educação.
Comentário:
Já sabemos que o mandado de segurança constitui remédio a ser utilizado quando direito líquido e certo do
indivíduo for violado por ato de autoridade governamental (autoridade pública de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das respectivas autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja, por
delegação, no exercício de atribuição do Poder Público, contra o qual não seja oponível habeas corpus ou
habeas data. Sabemos, ainda, que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de
educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, sendo um direito
líquido e certo o acesso à educação (art. 208, I, CF/88). Em conclusão, devemos assinalar a alternativa ‘c’.

Gabarito: C

Vejamos, agora, o que significa “direito líquido e certo”. Essa expressão tem natureza processual e,
segundo a doutrina, significa aquele direito que pode ser demonstrado independentemente de
posterior dilação probatória (ou seja, não haverá abertura de prazo para produção de provas: a prova é
pré-constituída). O impetrante do MS tem o ônus de demonstrar a existência do direito em que se
funda sua pretensão já com os documentos que acompanham a petição inicial do mandado de
segurança.
Conforme tradicional conceituação de Hely Lopes Meirelles16, largamente utilizada pela doutrina e
jurisprudência:
Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão
e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, para ser
amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os
requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante; se a sua existência for duvidosa; se a sua
extensão ainda não estiver delimitada; se o seu exercício depender de situações e fatos ainda

16
. MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção e “habeas data”.
São Paulo: Malheiros, 15ª ed. 1994, 28ª ed. 2005, p. 11.

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indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios
judiciais.
Todavia, aluno, existe uma exceção a essa regra, não sendo essa pré-constituição probatória
exigida de maneira absoluta: na hipótese do art. 6º, § 1º, da Lei nº 12.016/2009, estabeleceu-se que, “no
caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento
público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz
ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e
marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias”; assim, segunda a letra da lei “o
escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição”.
No mais, lembremos que a expressão “direito líquido e certo” não se refere à necessidade de que o
direito seja induvidoso, conforme saliente a súmula 625, do STF: “Controvérsia sobre matéria de direito
não impede concessão de mandado de segurança”. Assim, pouco importa se a questão jurídica é muito
complexa, intrincada ou se é controvertida: o importante é que a matéria de fato que será discutida no
MS esteja certa, isto é, que já exista prova pré-constituída que a certifique.
Avalie comigo algumas questões sobre esse tema:

Questões para fixar


[RHS Consult - 2016 - Prefeitura de Paraty - RJ - Procurador] A impetração do mandado de segurança deve
fundamentar-se:
A) Em alegações que dependam de dilação probatória.

B) Em recursos administrativos.
C) Na natureza civil da ação constitucional.

D) Na hipótese de ajuizamento.

E) No conceito de direito líquido e certo.

Comentário:

Uma vez que o condão do mandado de segurança é a proteção de um direito líquido e certo, não amparado
pelo habeas corpus e pelo habeas data, art. 5º, LXIX da CF/88, deverá a impetração de tal remédio fundar-se
exatamente no conceito de direito líquido e certo, capaz de ser demonstrado independentemente de ulterior
dilação probatória. Deste modo, nossa assertiva correta é a letra ‘e’.

Gabarito: E

[2013 - FGV- OAB] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:

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O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as questões jurídicas forem incontroversas.
Comentário:
A assertiva é falsa. Consoante entendimento do STF, firmado na súmula 625 do STF, a controvérsia sobre a
matéria de direito não impedirá a concessão de mandado de segurança

Gabarito: Errado

[CESPE - 2013 - STM - Juiz] Julgue o item:


É incabível mandado de segurança quando houver controvérsia sobre a matéria de direito invocada no
mandamus.
Comentário:
O item é falso! O direito invocado no âmbito do mando de segurança deve ser líquido e certo em relação à
matéria de fato. A matéria de direito, por mais complexa que seja, não impede que seja analisada no
mandado de segurança.

Gabarito: Errado

[FUNDEP - 2014 - DPE / MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue o item:


A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessão de mandado de segurança, instituto de defesa
de direito certo e incontestável.
Comentário:
Outro item falso, consoante dispõe a súmula 625 do STF.

Gabarito: Errado

Por fim, vale destacar que devemos entender como “autoridade pública” todas as pessoas físicas
que exerçam alguma atividade estatal, investidas de poder decisório, necessário para poder rever o ato
tido por ilegal ou abusivo. Incluem-se nessa definição, por exemplo, os agentes políticos e os servidores
públicos em sentido amplo. Mas, embora o MS seja destinado à defesa de direitos contra atos de
autoridade, a doutrina e a jurisprudência consideram legítima a sua utilização contra ato praticado por
particular no exercício de atividade delegada (para ilustrar um particular no exercício de função pública,
pense no diretor de uma instituição de ensino particular).

(C) Legitimidade ativa e passiva


Quanto à legitimidade ativa, caro aluno, ela pertence ao detentor do direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus ou por habeas data, podendo este ser qualquer pessoa física – brasileiros
ou estrangeiros, residentes ou não no País – ou pessoa jurídica – nacional ou estrangeira, privada ou
pública –, alguns órgãos públicos com capacidade processual (caso das Mesas das Casas Legislativas,
Chefia dos Executivos, Chefia do Tribunal de Contas, Ministério Público), agentes políticos, além de

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outros entes despersonalizados com capacidade processual (e exemplo do espólio e da massa falida).
O legitimado passivo, por outro lado, será denominado de autoridade coatora, que vem a ser
aquela que pratica ou ordena a execução ou a inexecução do ato a ser impugnado via mandado de
segurança.
Importante frisar que os “meros executores” do ato, que cumprem ordens advindas da autoridade
coatora, não são considerados legitimados passivos na ação de mandado de segurança. Verifiquemos
juntos como esse item referente à legitimidade pode ser explorado em sua prova:

Questões para fixar


[CESPE - 2012 - MPE - TO - Promotor de Justiça] Julgue a assertiva com relação aos direitos e garantias
fundamentais:

Ao estrangeiro residente no exterior não é assegurado o direito de impetrar mandado de segurança.

Comentário:
O item apresentado é falso. O estrangeiro, residente na RFB ou não, poderá valer-se do mandado de segurança
para assegurar um direito líquido e certo seu, não amparado por HC ou HD.
Gabarito: Errado

[FUNDEP - 2015 - CORECON - Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a legitimação no
âmbito das ações constitucionais:
Admite-se em algumas hipóteses a impetração de mandado de segurança por órgãos públicos.
Comentário:
A afirmativa apresentada está correta. O legitimado ativo para impetração do mandado se segurança será
aquele que detém o direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, não importando se é brasileiro ou
estrangeiro, residente ou não no Brasil, ou pessoa jurídica nacional ou estrangeira, privada ou pública. Alguns
órgãos públicos com capacidade processual (caso das Mesas das Casas Legislativas, Chefia dos Executivos,
Chefia do Tribunal de Contas, Ministério Público), agentes políticos, além de outros entes despersonalizados
com capacidade processual (e exemplo do espólio e da massa falida), também possuem legitimidade ativa
para impetrar o writ.

Gabarito: Cert0

[CESPE - 2011 - TJ - ES - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos direitos e garantias fundamentais e às
ações constitucionais previstas em favor da defesa desses direitos, julgue a assertiva:
São sujeitos passivos do mandado de segurança, além das autoridades públicas, os agentes de pessoas
jurídicas com atribuições de poder público.
Comentário:
Assertiva verdadeira. De acordo com o que prevê o art. 5º, LXIX da CF/88, os agentes de pessoas jurídicas que
exercem atribuições de poder público poderão ser sujeitos passivos em mandado de segurança.

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Gabarito: Certo

[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:


Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus
ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica ou pessoa física no exercício de atribuições do Poder Público.
Comentário:
Conforme disposição do art. 5º, LXIX da CF/88, o mandado de segurança será concedido visando a proteção
de direito líquido e certo que não seja amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica (e não física) no
exercício de atribuições do Poder Público. Deste modo, o item apresentado é falso

Gabarito: Errado

[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] O ato estatal que nega, ilegalmente, o fornecimento de
informações englobadas pelo direito de certidão não pode ser questionado por meio de mandado de
segurança, ante o seu caráter subsidiário frente ao habeas data.
Comentário:
A assertiva é falsa. O direito de obter certidão (art. 5º, XXXIV, ‘b’, da CF) mencionado na assertiva, não se
confunde com o direito de acessar ou retificar informações pessoais protegido pelo habeas data. Assim,
considerando que o mandado de segurança é ação constitucional que tem aplicação subsidiária, sendo
cabível para proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, será o instrumento adequado para
questionar a legalidade do não fornecimento de certidão.

Gabarito: Errado

(D) Prazo para a impetração do mandado de segurança


O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, contados do
conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser impugnado, conforme dispõe o art. 23 da Lei nº
12.016/2009.
Trata-se de prazo decadencial, o que implica dizer que, após iniciado o trâmite processual, não se
interrompe mais, tampouco se suspende.
À luz do art. 5º, LXIX, CF/88, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou dizendo ser este prazo
constitucional – conforme súmula nº 632, do STF: “É constitucional lei que fixa o prazo de decadência
para a impetração de mandado de segurança”.
Agora, atenção a um detalhe, meu caro aluno: caso o legitimado ativo perca o prazo de 120 dias
para impetrar o MS, o direito ainda poderá ser protegido, mas com uma ação diferente, de rito
ordinário, não mais pelo remédio célere que o MS representa.

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Questão para fixar


[Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico] “[...] Conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público. (Constituição Federal de 1988). Considerando o texto constitucional acima indicado, bem
como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio constitucional, julgue o item:

De acordo com a doutrina majoritária, e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o mandado de


segurança observa prazo decadencial de 120 dias, contados a partir da data em que o interessado tiver
conhecimento do ato a ser impugnado.

Comentário:

Assinalou o item como verdadeiro? Ótimo! De fato, existe prazo para a impetração do mandado de
segurança e ele é de cento e vinte dias, contados do conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser
impugnado, de acordo com o que prevê o art. 23 da Lei nº 12.016/2009. Lembremos, ainda, que é um prazo
decadencial, o que significa que, após iniciado o trâmite processual, não se interrompe mais, tampouco pode
ser suspenso.
Gabarito: Certo

(4.3) Mandado de segurança coletivo (Art. 5º, LXX, CF/88)


(A) Introdução
À luz de nossa atual Constituição Federal, podemos afirmar que o mandado de segurança é um
gênero, que se fraciona em duas espécies: o mandado de segurança individual e o coletivo. A
conceituação do mandado de segurança coletivo, por isso, é a mesma do mandado de segurança
individual. Também se apresenta como uma ação constitucional de natureza civil e de procedimento
especial, que visa tutelar direito líquido e certo.
Mas então, você me pergunta: “Qual é a diferença central entre eles, professora?”. Bom, como no
mandado de segurança coletivo o foco é a coletividade e a proteção de seus direitos (coletivos e
individuais homogêneos), e no MS individual a atenção é sobre o sujeito considerado em sua
individualidade, eu diria que as duas diferenças significativas entre eles residem no objeto e na
legitimação ativa.
Não é à toa, portanto, que a doutrina tradicionalmente afirma que o mandado de segurança
coletivo nada mais é do que a possibilidade de impetrar o mandado de segurança individual por
intermédio da tutela jurisdicional coletiva.
Por último, em que pese não termos uma definição constitucional acerca do intuito e do objeto do

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MS coletivo, podemos apontar pra ele uma tríplice finalidade:


(1) fortalecer as organizações classistas, eis que ele permite a defesa de direitos dos membros ou
associados, por exemplo, das associações e das entidades de classe;
(2) facilitar o acesso à justiça;
(3) evitar o acúmulo de demandas idênticas, pois a ação permite a substituição de diversos mandados
de segurança individuais por um único de caráter coletivo.

(B) Cabimento
O mandado de segurança coletivo poderá ser utilizado nas mesmas hipóteses de cabimento do MS
individual. Assim, possui por finalidade a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o paciente sofrer lesão ou ameaça a direito, por ação ou omissão da
autoridade.
Vale lembrar que o mandado de segurança coletivo não se destina à tutela de direitos de um
indivíduo em particular, devendo ser utilizado apenas para a tutela de direitos coletivos em sentido
amplo. Não é necessário, contudo, que esse remédio coletivo busque tutelar o direito da totalidade dos
associados do impetrante, bastando que se destine à tutela de algum direito coletivo de uma parcela
deles (para exemplificar, pensemos em um cenário no qual o sindicato ingressa com MS coletivo para
defender direito referente à aposentadoria, o que vai abranger, tão somente, seus filiados inativos).
Aliás, o STF tem até uma súmula sobre isso, que é a de nº 630, que diz: “A entidade de classe tem
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma
parte da respectiva categoria”. Esse aspecto, aliás, é bastante explorado em prova. Vejamos como:

Questões para fixar


[CESPE - 2013 - TJ-RN - Juiz - Adaptada] A respeito do mandado de segurança, julgue a assertiva:

A entidade de classe não tem legitimidade para propor mandado de segurança coletivo se a pretensão
veiculada interessar a apenas parte da categoria representativa.

Comentário:

Identificou essa assertiva como falsa? Conforme preceitua a súmula 630, do STF, a entidade de classe tem
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte
da respectiva categoria.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2012 - DPE-AC - Defensor Público - Adaptada] A respeito do entendimento sumulado do STF no
que se refere a mandado de segurança, julgue o item:

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As entidades de classe não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança caso a pretensão
veiculada interesse apenas a parte da categoria representada.
Comentário:
O item apresentado é falso: conforme prevê o enunciado da súmula 630 do STF, a entidade de classe será
legitimada para impetrar o mandado de segurança coletivo ainda que a pretensão interesse apenas a uma
parte da categoria.
Gabarito: Errado

[CESPE - TJ - PB - 2015 - Juiz Substituto - Adaptada] Julgue o item a respeito da tutela constitucional das
liberdades:
Determinada organização sindical impetrou mandado de segurança coletivo para defesa de interesse de
parte da categoria de profissionais a ela vinculados. Nessa situação, o magistrado deverá reconhecer a
ilegitimidade ativa, pois é imprescindível, para o conhecimento do remédio constitucional, que a pretensão
veiculada interesse a toda a categoria ligada à organização sindical.
Comentário:
A assertiva deverá ser julgada como falsa. O fato de existir envolvimento de direito apenas de parte do
quadro social não afasta a legitimidade da organização sindical.
Gabarito: Errado

(C) Legitimidade ativa e passiva


De todos os pontos que estudaremos juntos sobre o MS coletivo, saiba que a legitimidade ativa
será, sem dúvida, o mais cobrado. A chance de cair em sua prova é imensa. Portanto, vamos logo
visitar o dispositivo constitucional para sabermos de uma vez quem pode ajuizar esse remédio coletivo!
Conforme preceitua o art. 5º, LXX, da Constituição Federal, o mandado de segurança coletivo
poderá ser impetrado por:
(a) partido político com representação no Congresso Nacional;
(b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Bom, definidos os legitimados, façamos agora algumas considerações adicionais sobre eles:
(i) Eis um primeiro ponto muito importante que deve ser aqui destacado: de acordo com o STF, o
requisito de funcionamento há pelo menos 1 (um) ano aplica-se somente às associações, não existindo
para as entidades de classe ou sindicatos. Assim, o sindicato e a entidade de classe somente precisam
estar legalmente constituídos e terem por objetivo a defesa de interesses de seus membros ou
associados.
Ademais, fique atento, pois o examinador vai trocar esse prazo de um ano o tempo todo. Veja:

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Questões para fixar


[FEPESE - 2014 - MPE - SC -Procurador do Estado - Adaptada] De acordo com o disposto no art. 5º da
Constituição Federal, julgue o item:

O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no
Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

Comentário:

Assertiva falsa! Basta que a associação esteja em funcionamento há, pelo menos, um ano, conforme prevê
art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88.

Gabarito: Errado

[TRT 2ªR - 2011 - TRT 2ªR - Juiz do Trabalho– Adaptada] Analise as assertivas abaixo dentre os direitos e
deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal:
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por associação legalmente constituída há pelo menos
dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Comentário:
Para que a associação seja legítima para apresentar o mandado de segurança coletivo, bastará que esteja em
funcionamento há, pelo menos, um ano, conforme prevê art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88. Sendo assim, a
assertiva deverá ser marcada como falsa.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Julgue o item:


Associação com seis meses de constituição pode impetrar mandado de segurança coletivo.
Comentário:
O item é claramente falso. Para que as associações possam ingressar com mandado de segurança coletivo
em favor de seus associados, a CF/88 exige que estas estejam legalmente constituídas e em funcionamento
há, pelo menos, um ano (art. 5º, LXX, ‘b’, da CF). Vale lembrar que os demais legitimados ativos (partido
político com representação no Congresso Nacional, entidade de classe e organização sindical) não precisam
observar essa regra. A assertiva, portanto, está incorreta.
Gabarito: Errado

[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Analise o item de acordo com o texto
constitucional vigente e, na sequência, marque V ou F:
Tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo partido político constituído e em
funcionamento há pelo menos um ano; qualquer organização sindical, entidade de classe ou associação em
defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Comentário:
O item é falso. O partido político, para ser considerado legitimado para impetrar mandado de segurança,

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deverá ter representação no Congresso Nacional, não sendo aplicada, aqui, a regra prevista para as
associações, que deverão ter sido constituídas e estar em funcionamento há, pelo menos, um ano, conforme
art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88.
Gabarito: Errado

(ii) Outro detalhe relevante: no que diz respeito aos partidos políticos, a Constituição Federal exige que
eles estejam representados no Congresso Nacional. Como o Congresso Nacional é formado por duas
Casas Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal, é suficiente que o partido impetrante
tenha um único parlamentar como representante, podendo ser na Câmara dos Deputados, ou no
Senado Federal. Assim, o Partido Político, para ter representação no Congresso Nacional –
configurando, assim, sua legitimidade ativa – necessita apenas de um único Deputado Federal ou de
um único Senador da República, não havendo a exigência de ele possuir membros do Poder Legislativo
nas duas Casas para se consolidar sua legitimidade.
Não poderá impetrar mandado de segurança coletivo, portanto, o partido político que não tiver
representantes no Congresso Nacional, e que os tenha apenas em uma Assembleia Legislativa de
Estado, ou na Câmara Legislativa do Distrito Federal ou na Câmara Municipal.
Vejamos algumas questões sobre o assunto:

Questões para fixar


[TRT 8ªR - 2013 - TRT 8ªR -Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:

O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido político ou por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

Comentário:
A assertiva é falsa! Para que o partido político tenha legitimidade para impetrar o mandado de segurança,
deverá estar representado no Congresso Nacional por força do que prevê o art. 5º, LXX, ‘a’ da CF/88.

Gabarito: Errado

[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Quanto aos direitos e garantias fundamentais
previstos na Constituição da República, julgue o item:
O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político registrado no Tribunal Superior
Eleitoral e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Comentário:
O item é falso. O partido político, para ser legitimado para a impetração do mandado de segurança, deverá

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ter representação no Congresso Nacional, conforme art. 5º, LXX, alínea ‘a’ da CF/88.
Gabarito: Errado

(iii) É também importante ressaltar que, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
não é necessária a autorização expressa dos membros da entidade para a impetração do mandado de
segurança coletivo. Existe até uma súmula do STF sobre isso, que é de nº 629, que diz: “A impetração
de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da
autorização destes”. Portanto, no mandado de segurança coletivo aplicamos um instituto chamado de
substituição processual, no qual o interesse invocado pertence a uma categoria, mas quem é parte do
processo é o impetrante (a entidade de classe, por exemplo), que não depende da autorização
expressamente dada por seus membros para atuar.

Questões para fixar


[TRT 15ªR - 2011 - TRT 15ªR - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:

Conforme entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, a impetração de mandado de segurança
coletivo por entidade de classe em favor de seus associados não depende de autorização destes.

Comentário:

A assertiva está correta, de acordo com o que prevê a Súmula 629 do STF, a impetração de mandado de
segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (súmula
629: “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes”).

Gabarito: Certo

[CESPE - 2013 - TRT 5ªR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela das
liberdades, julgue a assertiva:
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade ativa
extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso, como substituto
processual.
Comentário:
A assertiva está correta pois está de acordo com o que determina o art. 5º, LXX, ‘b’ da CF/88.
Gabarito: Certo

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Vale, ainda, destacar que a previsão do inciso XXI, do art. 5º, CF/88, que estabelece que “as
entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente” é uma exigência constitucional que não se aplica no caso de uso
do mandado de segurança coletivo.
E, para finalizarmos o tópico, em breve síntese, não custa mencionar que a legitimidade passiva do
mandado de segurança coletivo é mesma que já vimos nessa aula para o mandado de segurança
individual.

(4.4) Mandado de injunção (Art. 5º, LXXI, CF/88 e Lei nº 13.300/2016)


(A) Conceito
Você já deve ter ouvido falar no mandado de injunção, certo? É também uma ação (ou remédio)
constitucional, de natureza civil e de procedimento especial, previsto no inciso LXXI do art. 5° da CF/88,
atualmente regulamentada pela Lei nº 13.300 (de junho de 2016).
Qual a finalidade do MI? É a ação que pretende concretizar o exercício de direitos, liberdades
constitucionais ou prerrogativas inerentes à nossa nacionalidade, soberania ou cidadania, que estão
inviabilizados porque falta uma norma regulamentadora. Possui o intuito, portanto, de combater a
síndrome de inefetividade das normas constitucionais, protegendo os direitos subjetivos que não se
concretizam e não estão sendo exercidos em razão da falta de norma regulamentadora.
Podemos, portanto, apontar o mandado de injunção como o “remédio” empregado para “curar”
uma “doença” denominada “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”, normas estas que,
logo de imediato, no momento em que a Constituição Federal de 1988 foi promulgada, não foram
capazes de produzir todos os seus efeitos essenciais, dependendo, para tanto, de uma lei
infraconstitucional posterior. E como essa lei regulamentadora não foi editada, os direitos/liberdade
que a CF prevê seguem inviabilizados.
Saiba, futuro Agente/Escrivão da PF, que a maioria esmagadora das questões de provas, quando
cobrarem o MI, tão somente exigirão de você o conhecimento acerca da função do remédio (quando e
para que ele pode ser usado). Então, atente-se a isso: o MI discute a falta de norma regulamentadora
que inviabiliza o exercício de um direito/liberdade/prerrogativa previsto na Constituição Federal. As
questões que elenco a seguir lhe darão uma noção exata da importância desse tópico:

Questões para fixar


[IBADE - 2018 - Prefeitura de João Pessoa - PB - Agente de Controle Urbano - Adaptada] O remédio

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constitucional cabível sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, consiste
no(a):

A) mandado de segurança.

B) habeas corpus.

C) ação popular.

D) mandado de injunção.
Comentário:
O remédio constitucional adequado quando a falta de uma norma regulamentadora torna inviável o exercício
de direitos e liberdades previstos no texto constitucional é, sem dúvida alguma, o mandado de injunção, com
previsão no art. 5º, LXXI da CF/88. Pode assinalar a letra ‘d’.

Gabarito: D

[PR-4 UFRJ - 2017 - UFRJ - Assistente em Administração - Adaptada] Sobre os direitos e garantias
fundamentais, consagrados na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir:
Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Comentário:
A assertiva apresentada é falsa! O mandado de injunção (art. 5º, LXXI da CF/88) será cabível sempre que a
ausência, seja total ou parcial, de uma norma, impeça o exercício de algum direito ou liberdade previsto na
Constituição Federal. Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, deverá ser
impetrado o habeas data (art. 5º, LXXII da CF/88).

Gabarito: Errado

[FUNDATEC - 2017 - IGP-RS - Perito Criminal - Engenharia Civil] A Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 disponibiliza uma ação sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania. Essa ação denomina-se:
A) Ação civil pública.
B) Ação popular.
C) Mandado de injunção.
D) Mandado de segurança.
E) Habeas data.
Comentário:
Sempre que a falta de uma norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades
constitucionais, bem como as prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, deverá ser
impetrado o mandado de injunção, previsto no art. 5º, LXXI da CF/88. Sendo assim, nossa alternativa correta

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é a da letra ‘c’.

Gabarito: C

[IBADE - 2017 - SEJUDH - MT - Agente Penitenciário - Masculino/Feminino] O remédio constitucional que


deve ser utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
corresponde ao(à):
A) ação civil pública.
B) habeas corpus
C) mandado de injunção
D) mandado de segurança.
E) ação popular.
Comentário:
O mandado de injunção, constante na alternativa ‘c’, é nossa resposta.

Gabarito: C

[IMA - 2017 - Prefeitura de Penalva - MA - Procurador Municipal - Adaptada] Nos termos da Constituição
Federal de 1988, acerca dos direitos e garantias individuais e coletivos, julgue a assertiva:
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania e à cidadania.
Comentário:
A assertiva está falsa. É quase a previsão exata do art. 5º, LXXI da CF/88, mas a palavra igualdade (no lugar de
“nacionalidade”) a torna equivocada.

Gabarito: Errado

[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos
direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte
assertiva:

Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à cidadania, à nacionalidade e à
soberania.
Comentário:
Assertiva correta! Mais uma vez, a previsão exata do art. 5º, LXXI da CF/88.

Gabarito: Certo

[CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário- Adaptada] Analise e julgue a assertiva posta abaixo:
O mandado de injunção garante ao impetrante o direito de conhecer as informações relativas à sua pessoa
constantes de registros ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público.

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Comentário:
A afirmação é falsa pois enuncia função pertencente ao habeas data. O mandado de injunção, na verdade, é
ação constitucional que se presta a resolver as omissões do Poder Público em editar as normas
regulamentadoras dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania (art. 5º, LXXI, CF).

Gabarito: Errado

[Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2015 - Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo -
Orçamento e Finanças] De acordo com as normas previstas na Constituição Federal, sempre que a falta de
norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, caberá:
A) habeas data
B) mandado de injunção
C) mandado de segurança
D) habeas corpus
Comentário:
Nossa alternativa correta é a letra ‘b’: o mandando de injunção, previsto no art. 5º, LXXI da CF/88, é o
instrumento constitucional a ser manejado neste caso.

Gabarito: B

[IBFC - 2017 - TJ-PE - Analista Judiciário - Função Judiciária - Adaptada] Sobre os Remédios Constitucionais
existentes no ordenamento jurídico brasileiro, analise o item abaixo:
É possível a impetração de mandado de injunção quando uma norma regulamentadora dificulta o exercício
dos direitos e liberdades dispostos na Constituição, bem como prerrogativas vinculadas unicamente à
soberania e cidadania.
Comentário:
A assertiva é falsa! O mandado de injunção será cabível diante da ausência, total ou parcial, de norma que
regulamente direitos e liberdades previstos no texto constitucional (e não diante da existência de norma que
dificulte o exercício do direito); lembrando que o MI será usado para proteger prerrogativas inerentes à
nacionalidade, soberania e cidadania (e não só as duas últimas, como a assertiva mencionou).

Gabarito: Errado

[IBGP - 2015 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Auditor - Engenharia Civil - Adaptada] Sobre os remédios
constitucionais, julgue o item:
O mandado de injunção é o instrumento adequado para viabilizar direito assegurado em lei, mas que não
possui regulamentação.
Comentário:
O item é falso! O mandado de injunção é o instrumento adequado para viabilizar liberdades e direitos
assegurados no texto constitucional, bem como as prerrogativas inerentes à cidadania, soberania e

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nacionalidade.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz] Julgue o item:

De acordo com o entendimento firmado no STF, o mandado de injunção é remédio destinado a suprir lacuna
ou ausência de regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional.

Comentário:
A assertiva é falsa! Para que o mandado de injunção possa ser impetrado, os direitos e liberdades que não
estão sendo exercidos por ausência de norma regulamentadora deverão estar previstos no texto
constitucional, e não em norma infraconstitucional. Portanto, esse remédio constitucional não é cabível
quando o direito não for garantido pela Constituição. Em outras palavras, o erro da questão está em apontar
que o mandado de injunção pode ser usado para concretizar direitos previstos em normas
infraconstitucionais (aquelas que se encontram abaixo da Constituição), pois na verdade essa ação se presta
para concretizar um direito apenas previsto na Constituição.

Gabarito: Errado

Quanto à existência do MI Coletivo, vale destacar que muito embora a CF/88 não traga previsão
expressa de sua existência, é uma modalidade que foi construída doutrinária e jurisprudencialmente,
especialmente pelo STF. No ano de 2016, quando foi editada a lei regulamentadora do remédio (que é a
Lei nº 13.300, de junho daquele ano), o MI na modalidade coletiva ganhou referência legislativa
expressa (no art. 12 da lei), dissipando qualquer dúvida ou controvérsia quanto à sua existência. E, claro,
esse assunto é objeto de prova, veja só:

Questões para fixar


[IBADE - 2017 - SEJUDH/MT - Agente Penitenciário] O remédio constitucional que deve ser utilizado sempre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania corresponde ao(à):
O mandado de injunção pode ser ajuizado coletivamente, embora inexista previsão expressa na CRFB/88.
Comentário:

A assertiva está correta! O mandado de injunção pode ser individual ou coletivo, muito embora o texto
constitucional de 1988 não faça referência expressa à modalidade coletiva dessa ação, a qual foi fruto de
construções doutrinárias e jurisprudenciais, especialmente por parte do STF. Em 2016, contudo, o mandado
de injunção coletivo foi, enfim, consagrado pelo ordenamento jurídico brasileiro, na Lei nº 13.300 (art. 12) que
regulamentou o remédio.

Gabarito: Certo

[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia - Administrativa]


Qual é a ação constitucional usada em um caso concreto, individual ou coletivamente, com a finalidade de o
Poder Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a ausência de norma regulamentadora, que torne
inviável o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,

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soberania e cidadania?
A) Mandado de injunção
B) Mandado de segurança
C) Habeas corpus
D) Habeas data
E) Ação popular
Comentário:
Segundo o que dispõe a CF, em seu art. 5º, LXXI, o mandado de injunção (na modalidade individual ou
coletiva) será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Portanto, a assertiva que deve ser assinalada é a constante da letra ‘a’.

Gabarito: A

(B) Requisitos para o cabimento


De acordo com o já citado art. 5º, inciso LXXI, CF/88, o mandado de injunção será cabível sempre
que a ausência de norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades
constitucionais, bem como das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. Nos
termos do art. 2º da Lei nº 13.300/2016:
Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se
parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador
competente.
Da leitura combinada da lei e da Constituição, você pode concluir, caro aluno, que existem três
requisitos para que referido remédio seja validamente utilizado:
(i) O primeiro é o seguinte: precisamos estar diante de uma norma constitucional que, sozinha (sem
uma lei que a regulamente), não é capaz de produzir todos os seus efeitos essenciais. E justamente
porque a regulamentação ainda não foi editada (o Poder Público está sendo omisso), o exercício do
direito, da liberdade ou da prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania fica inviável.
(ii) Como segundo requisito temos o seguinte: a efetiva omissão, total ou parcial17, do Poder Público

17
. Lembremos que a possibilidade de o MI ser ajuizado em caso de omissão parcial foi expressamente trazida pelo parágrafo
único do art. 2º da Lei nº 13.300/2016.

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em editar as normas infraconstitucionais regulamentadoras. Sobre este requisito, convém comentar


que a omissão não há de ser imputada unicamente ao Poder Legislativo, mas a todos os Poderes
Públicos responsáveis pela regulamentação da Constituição que, não necessariamente, há de ser feita
por “lei”, podendo ser efetivada por outros atos normativos.
(iii) Por fim, como terceiro requisito podemos mencionar o nexo (a relação) entre a falta de norma e o
não exercício do direito/da liberdade constitucional. Isso significa que o sujeito não exerce o direito ou a
liberdade constitucional não porque ele não queria ou não faça jus ao direito, mas sim porque a norma
constitucional não está regulamentada – pois, se ela estivesse, ele poderia exercer.

REQUISITOS PARA A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Norma constitucional
Efetiva omissão, total Nexo entre a falta de
de eficácia limitada
ou parcial, do Poder norma e o não exercício
desprovida de
Público do direito/liberdade
regulamentação

Como esses requisitos caem em prova? Vejamos:

Questões para fixar


[DIRECTA - 2013 - Prefeitura de Angatuba - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] Julgue o item:

Os três requisitos constitucionais para o mandado de injunção são: norma constitucional de eficácia limitada,
prevendo direitos, liberdade constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania; falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, liberdades e
prerrogativas e; abuso de poder.

Comentário:
A assertiva é falsa. O abuso de poder não é um dos requisitos para que o mandado de injunção seja acionado.
Deverá existir, entretanto, a efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2012 - Promotor de Justiça - MPE/TO - 2012 – Adaptada] Julgue a assertiva com relação aos direitos
e garantias fundamentais:

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Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na CF que


não esteja sendo exercido por ausência de norma infraconstitucional regulamentadora.
Comentário:
A assertiva é verdadeira. Conforme dispõe o art. 5º, LXXI da CF/88, o mandado de injunção será concedido
sempre que a ausência de uma norma tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais.
Deve-se, pois, comprovar o nexo causal (a relação) entre a falta de norma e o não exercício do direito).

Gabarito: Certo

[CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário - Direito] A Constituição Federal de 1988 prevê o uso do mandado
de injunção como uma garantia constitucional sempre que a falta de norma regulamentadora tornar inviável
o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania. Nesse sentido, segundo o STF, o cabimento do mandado de injunção pressupõe a
demonstração da existência de omissão legislativa relativa ao gozo de liberdades ou direitos garantidos
constitucionalmente pelas normas constitucionais de eficácia:
(A) plena lato sensu.
(B) contida lato sensu.
(C) plena stricto sensu.
(D) contida stricto sensu.
(E) limitada stricto sensu.
Comentário:
Marcou a letra ‘e’ com tranquilidade? Espero que sim! Eis uma questão básica, mas interessante sobre o
Mandado de Injunção! De acordo com nossa Corte Suprema (STF), o cabimento deste remédio pressupõe a
demonstração da existência de uma omissão legislativa que impeça o exercício de direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Nas palavras do
Tribunal, são requisitos para a impetração do mandado de injunção “a) falta de norma regulamentadora de
uma previsão constitucional, portanto, descumprimento, pela via da omissão do poder público, de dever
constitucional de prestação jurídico-normativa, abrangida mesmo a inconstitucionalidade parcial por
omissão; b) que tal omissão impeça o exercício de direito e garantias constitucionais, de tal sorte que, de
acordo com entendimento prevalente, o mandado de injunção pressupõe a existência de nexo de
causalidade entre a omissão normativa do poder público e a inviabilidade do exercício do direito; c) por via de
consequência, caberá mandado de injunção apenas em relação a normas constitucionais de eficácia limitada
stricto sensu, que, portanto, mesmo não sendo destituídas por completo de eficácia e aplicabilidade, exijam,
como condição de possibilidade formal, provimentos normativos do poder público que venham a assegurar
os principais efeitos; d) deve tratar-se de direito e garantia constitucional que atendam aos requisitos do art.
5º, LXXI, CF (...). MI 6858, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 12/03/2018, publicado em
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-049 DIVULG 13/03/2018 PUBLIC 14/03/2018.

Gabarito: E

Um último ponto merecedor da sua atenção é o seguinte: o STF já decidiu que a não
regulamentação (a ausência de norma) não acaba com a simples apresentação do projeto de lei ao

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Poder Legislativo. Isso significa que o MI continua sendo cabível mesmo quando o projeto de lei já está
tramitando, mas não foi, ainda, objeto da deliberação e conversão em lei. Assim, a demora do
Congresso Nacional em deliberar e transformar em lei o projeto que visa regulamentar a norma
constitucional autoriza a propositura de MI para discutir a mora;

(C) Legitimidade
Qualquer pessoa, física ou jurídica, que esteja impedida de exercer os direitos e as liberdades
constitucionais, assim como de suas prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania, em
razão de omissão do Poder Público em editar normas regulamentadoras que confiram efetividade às
normas constitucionais, poderá figurar no polo ativo do mandado de injunção. Não basta, pois, a ausência
de norma regulamentadora; é preciso, ainda, que o legitimado ativo comprove que o não exercício do
direito/liberdade/prerrogativa é consequência direta da inexistência da regulamentação (nexo causal).
Nesse sentido decidiu o STF:
Para ser cabível o mandado de injunção, não basta que haja eventual obstáculo ao exercício de
direito ou liberdade constitucional em razão de omissão legislativa, mas concreta inviabilidade de
sua plena fruição pelo seu titular. Daí por que há de ser comprovada, de plano, a titularidade do
direito (...) e a sua inviabilidade decorrente da ausência de norma regulamentadora do direito
constitucional.18
O art. 3º da Lei nº 13.300/2016, tratando do tema, definiu: “São legitimados para o mandado de
injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º (...)”.

Questões para fixar


[CEPERJ - 2013 - SEPLAG-RJ - Analista Executivo - Perfil 1] Rui, médico, vê-se diante de situação em que
pretende exercer um direito fundamental, mas que não possui norma regulamentadora. Trata- se de norma
cujo tema é atinente à competência da União. Nesse caso, o meio para reconhecer o direito do cidadão será o
(a):

A) Habeas corpus

B) Mandado de Segurança
C) Habeas data

D) Mandado de Injunção

18
. MI 2.195-AgR, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 23-2-2011, Plenário, DJE de 18-3-2011.

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E) Ação Popular

Comentário:

Rui é uma pessoa física, que deverá impetrar mandado de injunção (letra ‘d’), instrumento constitucional
hábil quando a falta de norma regulamentadora impede o exercício de liberdades e direitos previstos no
texto constitucional, conforme art. 5º, LXXI da CF/88.

Gabarito: D

[ESAF -2016 – ESAF – ANAC - Analista Administrativo] João, residente no Brasil, brasileiro nato, ante a falta
de norma regulamentadora, está sendo coibido de exercitar prerrogativa inerente à sua nacionalidade.
Assim, João, nos termos da Constituição Federal, deverá propor:
a) ação popular.
b) mandado de injunção.
c) ação civil pública.
d) mandado de segurança.
e) habeas data
Comentário:
Nossa alternativa correta é a letra ‘b’. Segundo o que dispõe a CF, em seu art. 5º, LXXI, o mandado de
injunção será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Portanto, nos termos da Constituição Federal, João deverá propor o mandado de injunção.

Gabarito: B

[CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município] A respeito das normas


constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item subsequente:
Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.
Comentário:
A assertiva é verdadeira! Qualquer pessoa, física ou jurídica, que esteja impedida de exercer liberdades e
direitos previstos no texto constitucional, em razão de omissão do Poder Público em editar normas
regulamentadoras que confiram efetividade às normas constitucionais (art. 3º, primeira parte, Lei
13.300/2016), poderá impetrar mandado de injunção.

Gabarito: Certo

[VUNESP - 2017 - Câmara de Mogi das Cruzes - SP - Procurador Jurídico] Uma servidora municipal exerceu,
desde 22 de outubro de 1986, a função de dentista na municipalidade, atuando em ambiente insalubre. A
autora ressaltou que a inexistência de lei complementar inviabilizava o exercício do direito à aposentadoria,
implementado o período consentâneo com o desgaste decorrente do contato com agentes nocivos à saúde,
com portadores de moléstias infectocontagiosas humanas e materiais e objetos contaminados. No caso
hipotético em tela, a ação cabível para obtenção da aposentadoria especial é:
a) o mandado de segurança.

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b) a ação declaratória.
c) o mandado de injunção.
d) o habeas data.
e) o mandado de segurança coletivo.
Comentário:
Nossa alternativa correta é a da letra ‘c’. Perceba que a falta de norma regulamentadora tornou inviável a
obtenção da aposentadoria especial (art. 40, § 4º, III, CF/88) a que a servidora municipal tem direito (vide
súmula vinculante 33), razão pela qual deve ser impetrado o mandado de injunção (art. 5º, LXXI da CF/88) –
instrumento constitucional cabível para viabilizar o exercício de direitos, liberdades constitucionais ou
prerrogativas inerentes à nossa nacionalidade, soberania ou cidadania, inviabilizados pela falta de norma
regulamentadora.

Gabarito: C

A legitimidade ativa engloba, igualmente, as coletividades (sindicatos e associações) e o


Ministério Público19.
Sobre as coletividades, lembremos que o STF, em sua jurisprudência, sempre reputou válida a
impetração do mandado de injunção coletivo, por analogia ao mandado de segurança coletivo.
Atualmente, os artigos 1º e 12 da Lei nº 13.300/2016, em harmonia com o que dispõe a doutrina e a
jurisprudência do STF, trazem a previsão do MI Coletivo, nos seguintes termos:
Art. 1º. Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo,
nos termos do inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal.
Art. 12: O mandado de injunção coletivo, pode ser promovido20:
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus

19
. Nos termos do art. 6º, VIII da Lei Complementar nº 75/1993: “Compete ao Ministério Público da União: promover outras
ações, nelas incluído o mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, quando difusos
os interesses a serem protegidos”.
20
. Vale destacar que o rol dos legitimados ativos do mandado de injunção coletivo é mais amplo do que o rol de legitimados
aptos à propositura do mandado de segurança coletivo (inscrito no art. 21 da Lei nº 12.016/2009), valendo destacar a
legitimidade do Ministério Público e da Defensoria Pública.

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estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção
dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do
inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Vê-se que a Lei nº 13.300/2016 reproduz parte das normas contidas no art. 21 da Lei nº 12.016/2009,
que disciplina o MS, mas inova ao consagrar (a já aceita jurisprudencialmente) legitimidade do MP e da
Defensoria Pública (o que não ocorre com a lei do MS).
A legitimidade passiva, por outro lado, será sempre do órgão, autoridade ou entidade pública
(pessoa estatal) responsável por viabilizar os direitos previstos na Constituição Federal, tendo em vista
que o mandado de injunção tem por objetivo suprir omissão do Poder Público em relação às normas
constitucionais.
Ainda que eventuais particulares sejam beneficiados pela falta de regulamentação, eles não
poderão figurar no polo passivo do mandado de injunção, eis que os mesmos não possuem o dever de
editar quaisquer normas, vale dizer, eles não emitem comandos normativos. Esse posicionamento foi
confirmado pela Lei nº 13.300/2016, em seu art. 3º, ao dispor que:
“São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas
que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e,
como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma
regulamentadora.”

Questão para fixar


[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça] Julgue o item:

O polo passivo do mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular.

Comentário:
Assertiva correta. No polo passivo do mandado de injunção deverá figurar sempre o órgão ou entidade
responsável pela elaboração do ato normativo e nunca um particular (ainda que ele esteja se beneficiando da
omissão), visto que este não possui o dever de editar normas (criar leis).

Gabarito: Certo

(D) Efeitos da concessão do mandado de injunção


Um ponto extremamente importante, meu caro aluno, é verificarmos quais são os efeitos da
decisão que concede o mandado de injunção.

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No que se refere ao tema, duas teses jurídicas relevantes foram construídas pela doutrina. A
primeira é denominada “concretista” e a segunda “não concretista”, sendo que a primeira se
subdivide em diversas outras: em “geral” e “individual”, sendo que esta última, por sua vez, também se
subdivide em “direta” e “intermediária”. O esquema21 estruturado abaixo organiza essas diferentes
correntes para sua melhor visualização:

Vejamos agora como podem ser compreendidas cada uma das teorias mencionadas acima.
Segundo a teoria não concretista, o Poder Judiciário se limita a, tão somente, reconhecer que há
inércia do Poder Público em regulamentar o tema e comunicar ao órgão competente a existência de
uma omissão inconstitucional. Assim, não tem o Poder Judiciário atribuição para efetivar/concretizar o
exercício do direito/liberdade suprindo a lacuna (lembre-se: o judiciário não legisla!). O Supremo
Tribunal Federal adotou essa teoria não concretista por aproximadamente vinte anos; somente a partir
de 2007 passou a adotar a teoria concretista, comentada a seguir.
De acordo com a teoria concretista, sempre que os pressupostos constitucionalmente exigidos
para a impetração do mandado de injunção estiverem presentes, o Poder Judiciário deverá reconhecer
a omissão inconstitucional (decorrente da falta de regulamentação) e, na sequência, viabilizar o
exercício e a efetiva concretização do direito. Essa corrente pode ser subdivida em duas: (i) concretista
geral e (ii) concretista individual.
(i) Conforme a teoria “concretista geral”, a decisão judicial no mandado de injunção deveria produzir
efeitos erga omnes (ou seja, para todos), permitindo a viabilização do exercício do direito/liberdade para

21. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 649.

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todos os titulares, até que o órgão ou autoridade competente resolva sair da inércia e produzir a norma
regulamentadora pendente.
(ii) Já para a teoria concretista individual, a decisão prolatada pelo Poder Judiciário somente pode
alcançar aquele que impetrou o MI, ou seja, possui efeitos “inter partes” (só atingindo quem foi parte no
processo). E como essa teoria se subdivide em duas, falemos de cada uma delas:
- para a teoria concretista individual direta, o Poder Judiciário, ao julgar a procedência do MI, vai
concretizar o direito do autor de forma imediata, sendo desnecessário aguardar que o órgão ou a
autoridade competente se disponham a fazê-lo;
- para a teoria concretista individual intermediária, o Poder Judiciário não poderá viabilizar o direito de
forma imediata, devendo, primeiro, reconhecer a mora e dar ciência ao órgão ou autoridade impetrada,
fixando um prazo para que possam apresentar a regulamentação. Somente após o transcurso do prazo,
sem que a omissão tenha sido suprida, é que o órgão julgador do mandado de injunção poderá tomar as
providências pertinentes.
Como já mencionado, após quase 20 anos aplicando a teoria não concretista, em decisões mais
recentes o STF passou a adotar a teoria concretista, ou seja, a Corte tem viabilizado o exercício do
direito/liberdade que ainda carece de regulamentação. Podemos citar como exemplo o julgamento
conjunto dos mandados de injunção nº 670, nº 708 e nº 712 (em outubro de 2007), no qual nossa
Suprema Corte, além de reconhecer a omissão legislativa quanto ao dever de editar norma
regulamentadora sobre o direito de greve do servidor público (art. 37, VII, CF/88), também viabilizou de
forma imediata o seu exercício, determinando que fosse aplicada a todos os servidores públicos, no que
coubesse, a lei de greve do setor privado (Lei nº 7.783/1989), até que seja editada norma específica para
o setor público (o que até o presente momento, ainda não aconteceu).
Aliás, note que, nesse caso específico, o STF adotou a teoria concretista geral, visto que o
exercício do direito de greve dos servidores públicos foi garantido de forma imediata e com eficácia
erga omnes, ou seja, a decisão valeu de forma ampla para todos os servidores públicos.
Como em junho de 2016 foi editada a lei regulamentadora do MI, vejamos agora qual foi a posição
do legislador com relação aos efeitos da sentença concessiva do remédio.
Como o art. 9º, caput, determina que “a decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora”, fica fácil notar que a teoria concretista
individual foi inequivocamente adotada. A decisão que concede o MI, portanto, terá efeitos para as
partes do processo. No entanto, conforme indica o art. 9º, §1º da lei, é possível conferir eficácia mais

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ampla para a decisão (“ultra partes” ou “erga omnes”) desde que isso seja inerente ou indispensável ao
exercício do direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
Note, caro aluno, que o legislador seguiu a posição que já estava sendo adotada pelo STF, no
intuito justamente de fortalecer esse remédio constitucional e sua importância. Foi-se o tempo em que
o Poder Judiciário simplesmente se limitava a declarar a mora legislativa! Agora, reconhecida a mora
legislativa, o mandado de injunção será deferido e terá como objetivo: (i) determinar prazo razoável
para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; (ii) estabelecer as condições em
que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja
suprida a mora legislativa no prazo determinado (ver o art. 8º, da Lei nº 13.300/2016).
Por fim, o parágrafo único, do art. 8° da lei, nos informa que será dispensada a determinação de
fixar prazo razoável, para que o órgão omisso promova a edição da norma regulamentadora, quando
comprovado que este deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para
a edição da norma.
Vejamos como este tema tem sido explorado nas provas:

Questões para fixar


[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] Julgue o item:
No âmbito do mandado de injunção, a atual jurisprudência do STF adota a posição não concretista em defesa
apenas do reconhecimento formal da inércia do poder público para materializar a norma constitucional e
viabilizar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Comentário:

Item incorreto. A teoria do efeito não concretista era adotada pela STF até o ano de 2007. Segundo este
entendimento, a decisão proferida em sede de mandado de injunção apenas declarava a mora legislativa, ou
seja, a impontualidade do poder público na regulamentação de um direito. Disso não resultava nenhum
efeito prático, pois o poder omisso não ficava obrigado a legislar e o dono do direito permanecia sem os
meios para o seu exercício. Atualmente, contudo, o entendimento do STF é outro e corresponde à teoria do
efeito concretista, segundo a qual ao julgar o mandado de injunção, além de declarar a mora do poder
omisso, a Corte torna o direito exercitável, tornando-o concreto.
Gabarito: Errado

[CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União] No que se refere a ações constitucionais, julgue o item
subsequente:
De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de injunção pode levar à

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concretização da norma constitucional despida de plena eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das
liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Comentário:
Item verdadeiro. A partir de outubro de 2007 o STF passou a adotar a teoria concretista quanto aos efeitos do
mandado de injunção, prolatando sentenças geradoras de efeitos que viabilizam imediatamente o exercício
de direitos previstos constitucionalmente, mesmo que ainda dependentes de complementação legislativa.
Nesse mesmo sentido é a determinação dos artigos 8º e 9° da Lei nº 13.300/2016.

Gabarito: Certo

(4.5) Habeas data - HD (Art. 5º, LXXII, CF/88 c/c Lei nº 9.507/1997)
(A) Introdução
Para você entender bem esse remédio, preciso lhe contar um pouco da história dele. Foi concebido
pela nossa Assembleia Nacional Constituinte, enquanto elaborava a atual Constituição (de 1988), como
sendo um instrumento importante para conceder às pessoas o acesso aos dados constantes dos bancos
de informações dos órgãos governamentais, para que elas pudessem saber quais dados o Estado havia
reunido sobre elas e, em caso de erro ou inveracidade, poderem solicitar a alteração.
Claro que o momento histórico explica a criação desse remédio: eram os arquivos do Governo
Militar que reuniam as informações (por vezes falsas ou obtidas de modo ilegal) que representavam a
matéria-prima que alimentava a perseguição política. Mas como as pessoas ordinariamente não
tinham acesso a esses arquivos, elas nunca sabiam quais elementos informativos o Estado havia
reunido a respeito delas, tampouco poderiam verificar se eram dados verdadeiros ou falsos. E, se as
informações fossem mentirosas, também não havia nenhum instrumento que permitisse à pessoa
pedir a correção.
Enfim, foi neste cenário de transição de regime (do ditatorial para o democrático) que o HD surgiu.
Os membros da nossa Assembleia Constituinte voltaram seus olhos para o passado, concluíram que um
remédio constitucional deveria tutelar e amparar a esfera íntima dos indivíduos contra: (i) uso abusivo
dos registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; (ii) introdução
nesses registros de dados sensíveis (assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou
religiosa, filiação partidária e sindical, orientação sexual etc.); (iii) conservação de dados falsos ou com
fins diversos daqueles autorizados em lei.
História já contada, vejamos como foi feita a previsão do HD em nossa Constituição Federal de
1988, no inciso LXXII do art. 5°: conceder-se-á habeas data: (A) para assegurar o conhecimento de

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informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de


entidades governamentais ou de caráter público”; e “(B) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”.
Pela redação da Constituição22, vê-se logo que é um remédio que possui duas finalidades centrais:
(a) permitir que a pessoa tenho acesso as informações relativas a si mesma, constantes de registros
(ou bancos de dados) de entidades governamentais ou de caráter público;
(b) permitir que a pessoa retifique (corrija) dados, se não preferir fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo.
Os próximos itens vão lhe ajudar a entender quem (e em quais hipóteses) poderá manejar o HD.
Vamos em frente, futuro Agente/Escrivão da PF!

(B) Cabimento
O habeas data é uma ação (ou um remédio) constitucional de natureza civil23 e procedimento
especial. A lei que o regulamenta é a Lei nº 9.507/1997.
Qual é o intuito desse remédio? Você já deve ter percebido que ele tem uma correlação muito direta
com o direito de informação, certo? Seria importante, no entanto, já lhe adiantar que o HD não tutela o
direito genérico a obter informações (esse direito, inscrito no inciso XXXIII24 do art. 5° é tutelado pelo
mandado de segurança) mas , sim, tão somente, o direito que o sujeito tem de conhecer (ou corrigir)
informações próprias, que estão em registros ou bancos de dados específicos.
Assim, o direito genérico à informação (constante do art. 5°, XXXIII) é um direito fundamental de
obter informações do Poder Público, que será exercitado na via administrativa e se relaciona não com
informações pessoais (da própria pessoa), mas sim com informações que são interesse geral ou coletivo.
Nesse caso, havendo recusa no fornecimento de certidões, ou informações de terceiros ou de interesse
coletivo ou geral, o remédio cabível será o mandado de segurança.
Veja o resumo que estruturei no esquema abaixo, para você não confundir o cabimento do HD
com a defesa do direito genérico de obter informações:

22
. A lei que regulamenta o HD (9.507/1997) vai trazer mais uma hipótese de cabimento do remédio, como veremos no
próximo item.
23
. O HC tem natureza penal, lembra disso?
24
. Art. 5°, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)

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Direito fundamental de obter


A tutela deste
informações do Poder Público,
Direito Art. 5º, direito é feita
exercitado na via administrativa (as
Genérico à XXXIII, pelo
informações podem estar
informação CF/88 mandado de
relacionadas a interesse particular,
segurança
geral ou coletivo)

Art. 5º,
Habeas Conhecer ou retificar informações
LXXII,
data relativas a si mesmo
CF/88

Bom, sigamos agora verificando quando o HD será cabível. A Constituição lista pra nós duas
hipóteses nas quais esse remédio poderá ser usado. A 1ª é para viabilizar o conhecimento de uma
informação própria, isto é, ter acesso aos dados que foram reunidos sobre si mesmo. A 2ª é para a
retificação, ou seja, para que o sujeito que já conhece a informação, mas sabe que ela é equivocada, possa
pedir sua alteração.
Existe uma 3ª hipótese de cabimento do HD que não foi trazida pela Constituição – e sim pela Lei nº
9.507/1997 –, que é a anotação de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável, e
que esteja sob pendência judicial ou amigável. O art. 7º, III, da Lei nº 9.507/1997, assim estabelece:
“Conceder-se-á habeas data: III – para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável”. O STF
considerou constitucional a previsão legal, conforme julgamento no HD nº 1-DF. No mesmo sentido é a
posição da doutrina majoritária, para quem tal hipótese legal de cabimento do HD é constitucional, visto
que ampliou (e não restringiu ou mesmo aboliu) os direitos defendidos e resguardados no art. 5º, LXXII,
CF/88.
Vou ilustrar um cenário em que o HD seria cabível para a feitura de uma anotação ou
complementação de dados. Imagine que ‘A’ seja assaltado e toda a sua documentação, inclusive bancária
(talão de cheques e cartões) seja subtraída. Logo após, o autor do furto se aproveita do fato de estar de
posse desses documentos e fraudulentamente faz inúmeras dívidas em nome de ‘A’. Por não ter saldo
suficiente no banco para cobrir as compras e gastos do larápio, o nome de ‘A’ é enviado aos cadastros de
devedores. ‘A’ já tem conhecimento dessa situação (não precisa ter acesso à informação) e sabe que a
inscrição é verdadeira (não deseja corrigir nenhum dado). Mas quer anotar no cadastro as informações de

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que tais dívidas estão sendo discutidas (as vezes judicialmente). Ou seja, o que ele pretende no caso é
complementar a anotação, como se dissesse: “Você que está consultando meu nome no cadastro de
devedores, saiba que realmente eu devo esses valores, mas o motivo é ...”. Pronto! Está anotada a
explicação.
E para você memorizar as 3 hipóteses de cabimento do HD (as duas que estão na CF/88 e aquela que
está na Lei nº 9.507/1997), veja o esquema25 organizado abaixo:

Bom, mas agora que você já entendeu que a informação deve ser própria (sobre a pessoa do
impetrante) e que o sujeito poderá pedir para (i) conhecer a informação pessoal, ou (ii) corrigi-la, ou (iii)
fazer uma anotação para complementa-la, precisamos entender onde essa informação pode estar
guardada para o HD ser cabível.
A Constituição diz assim: “(...) registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público”. Vamos entender o que isso quer dizer. Primeiro, vamos lembrar que “registros ou
bancos de dados das entidades governamentais”, representam os assentamentos (as anotações) de
informações que os órgãos dos Poderes Públicos armazenam sobre as pessoas.
E para entendermos o outro tipo de banco de dados ou registros (a CF fala em “ou de caráter
público”) vamos ler o art. 1° da Lei nº 9.507/1997, que define como de caráter público “todo registro ou
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não
sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.” Ou seja, são
bancos de dados geridos por pessoas privadas, mas que tem caráter público, pois as informações ali
armazenadas não ficam guardadas em sigilo, elas são partilhadas com o público.
Para exemplificar, pense nos serviços de proteção ao crédito (SPC ou Serasa), nos quais pessoas

25
. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 605.

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jurídicas privadas (que não integram os Poderes Públicos) reúnem informações sobre bons e maus
pagadores. Mas esses dados não são só reunidos em um banco de dados para ficarem ali guardados.
Esses dados podem ser partilhados com as pessoas em geral. Se você é um lojista, por ex., você pode ter
acesso a esses dados antes de fechar um contrato com um cliente (você verifica nesses registros de
proteção ao crédito se seu cliente é ou não mau pagador).
Dando continuidade à nossa análise sobre o cabimento do HD (quando ele poderá ser utilizado), já
sabemos que: (i) a informação deve ser própria (sobre a pessoa do impetrante) e que o sujeito poderá
pedir para (a) conhecer a informação pessoal, ou (b) corrigi-la, ou (c) fazer uma anotação para
complementa-la; e (ii) que essa informação deve estar em um registro ou banco de dados de uma
entidade governamental ou de uma entidade privada que dê publicidade a esses dados (que os divulgue).
Agora vamos trazer mais um elemento para você compreender quando o HD poderá ser utilizado: o
impetrante deve comprovar o “interesse de agir”, isto é, na petição inicial de HD ele deverá mostrar que
houve recusa por parte da autoridade administrativa competente em apresentar (ou corrigir ou anotar) as
informações pessoais26 ou então que ele não recebeu uma resposta dentro do prazo previamente
estabelecido pela lei. É o que nos indica o art. 8º da Lei nº 9.507/1997, que estabelece que a petição inicial
deverá ser instruída com prova:
- da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
- da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
- da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias
sem decisão.
Esquematicamente, temos27:

26
. Nesse sentido, súmula nº 2 do STJ: “Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, letra a) se não houve recusa de
informações por parte da autoridade administrativa”.
27
. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 660.

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Quer ver uma questão sobre a necessária comprovação desse requisito (interesse de agir)? Vamos
lá!

Questões para fixar


[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:

O habeas data pode ser impetrado ainda que não haja negativa administrativa em relação ao acesso a
informações pessoais.
Item incorreto. A negativa administrativa do acesso à informação é um requisito indispensável à propositura
do HD, de acordo com o art. 8º da Lei 9.507/1997 e a Súmula 2 do STJ.

Comentário:
Item incorreto. A negativa administrativa do acesso à informação é um requisito indispensável à propositura
do HD, de acordo com o art. 8º da Lei 9.507/1997 e a Súmula 2 do STJ.

Gabarito: Errado

[FCC - 2019 – Câmara de Fortaleza – Agente Administrativo] Ao indivíduo que pretenda obter acesso a
informações relativas a si próprio, constantes de bancos de dados de entidades de caráter público, caberá
valer-se, em juízo, de:
(A) mandado de segurança, assegurada gratuidade desde que seja reconhecidamente pobre, na forma da lei.

(B) habeas data, assegurada gratuidade desde que seja reconhecidamente pobre, na forma da lei.

(C) mandado de segurança, gratuitamente, ainda que não seja reconhecidamente pobre, na forma da lei.
(D) habeas data, gratuitamente, ainda que não seja reconhecidamente pobre, na forma da lei.

(E) mandado de injunção, não lhe sendo assegurada, contudo, gratuidade.

Comentário:
O remédio correto é o HD. Mas a questão exigia, ainda, que o candidato se lembrasse que o HD é uma ação
gratuita, conforme prevê o art. 5°, inciso LXXVII, CF/88. Nossa resposta, portanto, está na letra ‘d’.

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Gabarito: D

(C) Legitimidade ativa e passiva


O writ (remédio) poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja
nacional ou estrangeira28, para ter acesso às informações a seu respeito (ou para pedir a correção delas
ou a anotação de algum dado complementar).
Note que, ao contrário do que vimos em nosso estudo do HC, em que uma pessoa jurídica podia ser
a impetrante mas não a paciente, no HD a pessoa jurídica pode ser a impetrante na busca por acesso
(ou retificação) de informações sobre si mesma. O examinador tentará lhe confundir sobre a
possibilidade de a pessoa jurídica ser legitimada ativa no HD. Não caia nessa! Resolva comigo as
próximas questões, ilustrativas desse ponto:

Questões para fixar


[TRT 1ªR - 2010 - TRT 1ªR - Juiz] Julgue o item:
Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito de acesso a
informações constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público
relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa do impetrante, a pessoa jurídica não tem legitimidade para o
ajuizamento desse tipo de ação.

Comentário:
O HD pode ser ajuizado tanto por pessoa física, nacional ou estrangeira, quanto por pessoa jurídica. Estas
últimas também têm direito de conhecer (ou retificar ou anotar) informações próprias, constantes de bancos
de dados ou registros de entidades governamentais ou de caráter público. Sendo assim, a assertiva
apresentada é falsa.

Gabarito: Errado

[FUNDEP - 2015 - CORECON-MG – Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a

28
. Residente ou não no Brasil, desde que seja observado, como requisito, a escrita da petição inicial em português.

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legitimação no âmbito das ações constitucionais:


O habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica.
Comentário:
Assertiva correta. O habeas data pode ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja
nacional ou estrangeira, para ter acesso às informações a seu respeito.
Gabarito: Certo

Um ponto muito importante sobre a legitimidade é o seguinte: o caráter personalíssimo do HD.


Sabe o que isso significa? O HD só pode ser impetrado para o acesso, retificação ou anotação de
informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros. Ou seja, o HD não é o remédio
a ser usado para você obter informações acerca de outras pessoas, ou informações de interesse coletivo
ou geral. O interessado vai ajuizar a ação em seu próprio nome no intuito de proteger interesse próprio.
Veja que interessantes essas questões, que bem ilustram esse ponto:

Questões para fixar


[CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Advogado] O correntista Y pretende obter dados sobre a conta-corrente de
sua genitora na instituição financeira W. Para isso, realiza o devido requerimento que vem a ser indeferido
pelo gerente da agência onde a conta deveria ser cadastrada. Diante disso, Y impetra habeas data contra a
instituição financeira.

Sobre o habeas data, tem-se que:

A) é instituto restrito à prestação de informações pessoais, não podendo ser utilizado por terceiros
B) é instituto substitutivo de ação com preceito condenatório para obtenção de perdas e danos

C) pode ser utilizado por pessoa física para acesso de informações de pessoa jurídica.

D) deve ser acessado por ente de núcleo familiar desde que autorizado por procuração.
Comentário:
Muito interessante essa questão, concorda? Será que por meio do HD o sujeito conseguiria obter da
instituição financeira informações acerca da conta bancária da sua mãe? Claro que não! A letra ‘a’ é nossa
resposta justamente por nos lembrar do caráter personalíssimo da ação.

Gabarito: A

[CESPE - 2013 - TRT 5ªR-BA - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a
tutela das liberdades, julgue a assertiva:
Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros e de interesse
coletivo, caberá a impetração de habeas data.

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Comentário:
Alternativa incorreta, visto que o habeas data somente poderá ser impetrado para o acesso, retificação ou
anotação de informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não para o acesso de informações a
respeito de terceiros ou informações de interesse geral ou coletivo. Se o órgão público se recusou
ilegalmente a entregar tais informações, o sujeito poderá pensar em pleiteá-las em juízo via mandado de
segurança, pois o HD não pode ser usado.

Gabarito: Errado

[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:


Conceder-se-á “habeas-data” para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante ou de sua família, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou
de caráter público.
Comentário:
Notou o erro deste item? O habeas data sempre será impetrado para o acesso, retificação ou anotação de
informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros, mesmo que sejam familiares.

Gabarito: Errado

[FGV - 2011 - OAB] O habeas data não pode ser impetrado em favor de terceiro PORQUE visa tutelar direito à
informação relativa à pessoa do impetrante. A respeito do enunciado acima é correto afirmar que:
A) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a primeira justifica a segunda.
B) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
C) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
D) ambas as afirmativas são falsas.
Comentário:
Pode assinalar a letra ‘a’, caro aluno. Considerando que o HD é uma ação destinada a assegurar o
conhecimento (ou a retificação ou anotação) de informações relativas à pessoa do impetrante (art. 5º, LXXII,
da CF/88), ela tem caráter de ação personalíssima e, portanto, não pode ser impetrada em favor de terceiros.
Gabarito: A

No entanto, preciso lhe informar que existem entendimentos jurisprudenciais (dos tribunais)
reconhecendo exceções a essa ideia de que no HD somente a própria pessoa pode usar o remédio para
ter acesso às suas próprias informações. Essas exceções surgiram em causas referentes à transmissão
de direitos em havendo o falecimento do titular dos dados. Nesse contexto, o extinto TFR (Tribunal

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Federal de Recursos29) reconheceu a legitimidade dos herdeiros do de cujus (falecido) e do cônjuge


supérstite (sobrevivente) para a correção de dados do morto. O STJ também já se manifestou pela
possibilidade de o cônjuge sobrevivente ser parte legítima para propor habeas data com o objetivo de
obter informações do de cujus.
Uma outra importante consequência que podemos extrair do caráter personalíssimo dessa ação
constitucional é a impossibilidade de a Administração negar acesso às informações requeridas pelo
impetrante sob o fundamento de que tais informações são sigilosas. Ora, no âmbito habeas data, as
informações a que se pretende ter acesso dirão sempre respeito a dados pessoais do impetrante, não
se admitindo segredo com relação a ele. Afinal, se as informações são sobre mim, ou eu já as conheço
(e aí não faz sentido em falar em sigilo para proteger o Estado ou a sociedade) ou, se eu não as
conhecer, elas são falsas (porque se são sobre mim, eu tenho que saber do que tratam). Portanto,
estamos diante de um direito do indivíduo que garante a acessibilidade de todo e qualquer dado ou
informação que diga respeito a si próprio.
Quanto à legitimidade passiva, tendo em vista que referido remédio tem por finalidade dar
conhecimento e/ou retificar informações constantes de registro ou de banco de dados, tanto de
entidades governamentais, como de particulares que tenham caráter público, são justamente tais
entidades que podem ser sujeitos passivos do habeas data, desde que possuam informações relativas
ao impetrante. O polo passivo será preenchido, portanto, conforme a natureza jurídica do banco de
dados. Se o registro ou banco de dados pertencer a entidade governamental, o sujeito passivo será a
pessoa jurídica que compõe a administração direta e indireta do Estado. Por outro lado, pertencendo o
registro ou banco de dados a entidade privada de caráter público, a entidade não governamental,
portanto privada, figurará no polo passivo da ação.

(D) Procedimento
Quanto ao procedimento do HD, ele está delimitado pela Lei nº 9.507/1997, que prevê duas fases,
sendo a 1ª uma fase administrativa prévia à propositura da ação judicial. Esta fase pré-judicial visa
demonstrar a existência do “interesse de agir”, requisito exigido pela jurisprudência (ver súmula 02,
STJ) e pela legislação (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/1997).
(i) Fase administrativa (ou pré-judicial): nesta, o interessado solicita administrativamente a
informação, a retificação, a anotação ou explicação sobre um dado exato constante do banco de dados.

29
. Hoje já não existe mais.

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O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e, se


houver recusa ou o transcurso do prazo de dez ou quinze dias (a depender da hipótese) sem qualquer
resposta, será viável a impetração do habeas data, eis que atendida a condição da ação, qual seja, o
“interesse de agir”.
Nota-se que, somente quando ultrapassada sem sucesso a fase administrativa é que a fase judicial
poderá ser inaugurada.
Por fim, uma última observação sobre a fase administrativa do habeas data: como a Lei nº
9.507/1997 permite ao interessado o ingresso em juízo diante da demora de resposta, é possível que a
fase administrativa seja superada em razão da omissão e o habeas data tenha sido proposto. Mas se no
curso do trâmite do remédio a informação for apresentada, a ação perderá, de modo superveniente,
seu objeto, havendo “extinção terminativa por carência superveniente (falta de interesse)”.30
(ii) Fase judicial: A fase judicial inicia-se com o legitimado ativo impetrando o habeas data, isto é,
acionando o órgão judiciário competente conforme normativa constitucional e também à luz do art. 20,
Lei nº 9.507/1997.
A petição inicial apresentada deverá preencher os requisitos dos arts. 319 a 321 do CPC e será
apresentada em duas vias (os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na
segunda), nos termos do art. 8º da Lei nº 9.507/1997.
E como já sabemos, a petição inicial de HD deverá comprovar (art. 8º, parágrafo único, Lei nº
9.507/1997):
- a recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
- a recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
- a recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias
sem decisão.
Finalmente, cumpre recordar que nos processos de habeas data (assim como nos de habeas corpus)
o impetrante possui isenção de custas e despesas judiciais (art. 5º, LXXVII, CF/88). No mais, ao contrário
do que se passa no HC (que não precisa de advogado), no HD a presença do advogado é indispensável.
Em resumo:

GRATUIDADE ASSISTÊNCIA ADVOCATÍCIA

HABEAS DATA Ação gratuita Precisa de Advogado

30
. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações Constitucionais. 1ª ed. São Paulo: Método, 2011, p. 339.

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Prescinde (não precisa) de


HABEAS CORPUS Ação gratuita
Advogado

(4.6) Ação Popular - AP (Art. 5º, LXXIII, CF/88; Lei nº 4.717/1965)


(A) Introdução
Chegamos em nosso último remédio constitucional desta aula! Que bom! Vamos finalmente
conhecer a tão citada (e cobrada!) Ação Popular!
É uma ação cuja expressão que a identifica (“ação popular”) deriva do fato de atribuir-se ao povo,
ou a uma parcela dele (os cidadãos), legitimidade para pleitear a proteção jurisdicional de interesse
que não lhe pertence individualmente, mas que pertence à coletividade. Por meio dessa ação, será
possível a qualquer cidadão se valer desse instrumento capaz de defender interesses da
coletividade, da coisa pública – res publica.
Em nosso ordenamento jurídico, a AP foi prevista pela primeira vez, e com o perfil que possui até
hoje, na nossa Constituição de 1934. Ausente na Constituição de 1937, a ação foi disciplinada em todas
as Constituições pátrias posteriores.
Na Constituição Federal de 1988 a previsão expressa da ação encontra-se no art. 5º, LXXIII, CF/88,
que estabelece que
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Foi neste documento constitucional que o objeto da ação foi ampliado, para abranger, além da
anulação de atos lesivos ao patrimônio público, os de entidade de que o Estado participe e os atos
lesivos à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Antes de fechar essa introdução, quero lhe informar duas coisas importantes: (i) a regulamentação
infraconstitucional da ação foi feita pela Lei nº 4.717/1965, elaborada antes da promulgação da
Constituição Democrática de 1988, mas recepcionada (recebida como válida) pela mesma, já que com
ela possui compatibilidade material; (ii) ao contrário das demais ações constitucionais já apresentadas
nesta aula, que seguem trâmite processual especial, na ação popular o procedimento será ordinário
(art. 7º, Lei nº 4.717/1965).

(B) Conceito
A ação popular é um instrumento judicial de exercício direto da soberania, com caráter cívico, que

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viabiliza que o cidadão controle a legalidade dos atos administrativos e impeça as lesividades, fazendo
valer seu direito subjetivo a um Governo honesto, desprovido de corrupção e desvios. Consiste,
portanto, na possibilidade de os cidadãos integrantes da coletividade invocarem a tutela jurisdicional
no intuito de preservar os interesses coletivos.
É, portanto, uma garantia constitucional política e revela-se como uma forma de participação do
cidadão na vida pública, no exercício de uma função que lhe pertence primariamente (lembra do
parágrafo único do art. 1°, que diz que todo o poder emana do povo?). Parece-me tão claro o intuito da
nossa Constituição em estimular os cidadãos a fiscalizarem eventuais lesões ao patrimônio público via
ação popular que o próprio inciso LXXIII do art. 5° explicita que ainda que a ação seja julgada
improcedente, o autor, salvo se ficar comprovado que ele agiu de má fé, não terá a obrigação de pagar
custas judiciais e o ônus da sucumbência (que é o pagamento dos honorários advocatícios da outra
parte).
No mais, referida ação – que é uma ação (ou remédio) constitucional de natureza civil – tem por
objetivo principal anular ou declarar a nulidade de um ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Veja como essa ação pode ser exigida em prova:

Questões para fixar


[IF-TO - 2018 - IF-TO - Assistente de Aluno] A Constituição Federal, traz proteção especial aos direitos e
deveres individuais e coletivos. Neste contexto de proteção, a Carta Magna prevê rol de ações popularmente
chamadas de remédios constitucionais. Assim, considerando o artigo 5º da CF/88, marque a alternativa
correta para a ação que visa anular ato do Reitor do Instituto Federal de São Paulo, supostamente lesivo ao
patrimônio da entidade, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural:
A) Mandado de Segurança.

B) Mandado de Injunção.

C) Ação Civil Pública.

D) Ação Popular.
E) Habeas corpus.

Comentário:
A ação popular, com previsão no art. 5º, LXXIII da CF/88, é a ação constitucional adequada para a anulação de
atos considerados lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural. Sendo assim, a alternativa que deverá ser marcada como correta é a letra ‘d’.

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Gabarito: D

[CETRO - 2015 - MDS - Atividades Técnicas Especializada de Complexidade Gerencial - Nível V] Tito, ao
verificar a ocorrência de uma situação lesiva à moralidade administrativa, busca, no artigo 5º da Constituição
Federal de 1988, a ação judicial adequada a ser proposta com o objetivo de anular o ato lesivo. Assinale a
alternativa que apresenta o nome do remédio constitucional cabível para a situação retratada:
A) Ação Popular.
B) Mandado de Segurança.
C) Habeas corpus.
D) Habeas data.
E) Mandado de Injunção.
Comentário:
Tito, verificando que há situação lesiva à moralidade administrativa, poderá apresentar ação popular, que
encontra previsão no art. 5º, LXXIII da CF/88. Eis um instrumento constitucional cabível quando o objetivo for
anular ato lesivo ao patrimônio público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus de sucumbência. Sendo assim, nossa alternativa correta é a letra ‘a’.

Gabarito: A

[UDESC - 2018 - UDESC - Técnico Universitário de Suporte - Adaptada] A Constituição Federal Brasileira é o
mais expressivo e rico arsenal jurídico na enunciação do sistema processual e de seus valores, estabelecendo
tanto garantias constitucionais do processo quanto de jurisdição constitucional das liberdades. No tocante à
jurisdição constitucional das liberdades, há expressa previsão de remédios processuais que são elevados à
dignidade constitucional. Com relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e de ônus
da sucumbência.
Comentário:
A assertiva apresentada está correta pois traz a literalidade do inciso LXXIII do art. 5º da CF/88.
Gabarito: Certo

Assim como vimos para o mandado de segurança, a ação popular também pode ser de duas
espécies! Será preventiva, quando for ajuizada antes da efetivação dos efeitos danosos ao patrimônio
público, ou repressiva, quando o intuito da propositura da ação é anular os atos lesivos, conseguir o
ressarcimento dos danos ocasionados e a recomposição do patrimônio público lesado. Veja o

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esquema31:

(C) Requisitos
Aqui não há muito mistério. São dois os requisitos para a impetração legítima e adequada da ação
popular: um subjetivo e um objetivo. São eles:
(i) requisito subjetivo: ser cidadão. A ação popular somente poderá ser proposta pelo cidadão, aquele
nacional que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, é eleitor e está com as obrigações eleitorais em
dia. O cidadão (nacional eleitor)) age em nome próprio defendendo o interesse do Poder Público.
(ii) requisito objetivo: lesão (ou ameaça de lesão) ao patrimônio público, por ilegalidade ou
imoralidade.
O esquema32 abaixo sintetiza essas informações:

Vale destacar, também, que a ausência de atuação do Poder Público também pode figurar como
objeto da ação popular. Em outras palavras, eventual omissão que esteja produzindo prejuízo ao

31
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 663.
32
. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 664.

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patrimônio público também pode ser questionada através dessa ação constitucional. Nesse sentido, o
STJ afirmou ser a ação popular meio jurídico hábil para impugnar atos administrativos omissivos ou
comissivos causadores de danos ao meio ambiente. No julgamento do REsp. 889.766/SP33, a 2ª Turma
daquele Tribunal confirmou a viabilidade da ação popular proposta em face à omissão do Estado em
promover condições de melhoria na coleta do esgoto em estabelecimento penitenciário, cujos dejetos
eram despejados em um córrego ocasionando danos ambientais.

(D) Legitimidade ativa e passiva


Neste ponto também não teremos dificuldades. Mas já fica o alerta de que a legitimidade ativa é o
aspecto mais cobrado nas provas de concursos públicos. Portanto, atenção às informações que virão a
seguir!
Bom, a legitimidade ativa para a propositura de ação popular, como já sabemos, pertence ao
cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia com suas obrigações
eleitorais. A condição de cidadão será comprovada com a juntada do título de eleitor ou com
documento que lhe corresponda.
“E no caso dos portugueses equiparados?” — você pode estar se questionando. Para começar:
lembra bem quem são eles? O art. 12, § 1º, CF/88 prevê que os portugueses serão equiparados aos
brasileiros naturalizados ainda que não tenham se submetido ao procedimento de naturalização, desde
que residam em caráter permanente no Brasil e desde que haja reciprocidade em favor de brasileiros
com residência permanente em Portugal. Pois bem, como eles são equiparados aos naturalizados (são
tratados como se naturalizados fossem), poderão ajuizar ação popular sim, desde que demonstrem a
condição que os autoriza a exercer esse direito político através da apresentação do certificado de
equiparação do gozo dos direitos políticos e título de eleitor.
Agora, para evitar as surpresas na sua prova, já vamos estruturar aqui aqueles que não poderão
figurar no polo ativo da ação popular:
(i) os estrangeiros, mesmo que residentes no território nacional;
(ii) os apátridas,
(iii) as pessoas jurídicas, conforme a súmula nº 365, STF (“Pessoa jurídica não tem legitimidade para

33
. STJ, 2ª Turma, REsp. 889.766/SP, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 04/10/2007.

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propor ação popular”;


(iv) os brasileiros que estejam com seus direitos políticos suspensos ou perdidos, nos termos do art. 15,
CF/88;
(v) o Ministério Público.

Outro ponto importante sobre essa ação constitucional, é que ela poderá ser proposta em qualquer
localidade, tendo em vista que a condição de cidadão é nacional.
Para fecharmos a parte referente à legitimidade ativa, lhe convido para analisarmos juntos algumas
questões. Vou começar com uma clássica “pegadinha” das provas de concursos públicos:

Questões para fixar


[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos
direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte
assertiva:

Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.

Comentário:
Notou o erro? O item é claramente falso em razão de a ação popular somente poder ser proposta apenas por
cidadão, ou seja, por pessoa que se encontra em pleno gozo dos seus direitos políticos. O examinador
simplesmente trocou o termo “cidadão” pelo termo “pessoa” e isso foi, por óbvio, suficiente para tornar o
item errado!

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Gabarito: Errado

[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva apresentada com relação a remédios
constitucionais previstos na Constituição Federal de 1988:
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
Comentário:
Mesmo erro da assertiva anterior. Já sabemos que a ação popular apenas poderá ser proposta por cidadão,
não por qualquer pessoa. Isso quer dizer que terá legitimidade o indivíduo que esteja no pleno gozo dos seus
direitos políticos, de acordo com o art. 5º, LXXIII da CF/88. Sendo assim, essa assertiva também é falsa.

Gabarito: Errado

[FDC - 2012 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Analista - Administração] A exigência da condição de


cidadania para que uma pessoa seja autora de uma demanda judicial está vinculada ao seguinte writ:
A) mandado de segurança
B) ação civil pública
C) habeas corpus
D) habeas data
E) ação popular
Comentário:
Aqui devemos marcar a alternativa ‘e’: sabemos que a legitimidade ativa para a apresentação de ação
popular (art. 5º, LXXIII da CF/88) é exclusiva do cidadão, isto é, do nacional que esteja em pleno gozo dos
seus direitos políticos.

Gabarito: E

[CESPE -2013 - TRT 5ºR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela das
liberdades, julgue a assertiva:
Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva com o
objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público.
Comentário:
Conforme previsão do art. 5º, LXXIII da CF/88, a legitimidade ativa para a propositura da ação popular
pertence somente ao cidadão, ou seja, ao nacional dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia
com suas obrigações eleitorais. Sendo assim, o estrangeiro, ainda que residente no Brasil, não tem
legitimidade ativa para apresentar ação popular, tornando a assertiva apresentada falsa.

Gabarito: Errado

[UFLA - 2018 - UFLA - Administrador] Joaquim Silva, brasileiro, morador da cidade de Belo Horizonte,
procurou aconselhamento jurídico pois tomara conhecimento de um ato lesivo ao patrimônio público e ao

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meio ambiente e gostaria de saber, como cidadão, se seria parte legítima para propor algum tipo de ação
visando anular tal ato. Neste caso, tendo as previsões da Constituição de República Federativa do Brasil de
1988:
A) Joaquim poderia propor ação popular visando à anulação do ato.
B) Joaquim poderia impetrar mandado de segurança para buscar a anulação do ato.
C) Joaquim poderia requerer, perante autoridade competente, o habeas corpus para a anulação do ato.
D) Joaquim nada poderia fazer, por se tratar de questão restrita à atuação exclusiva do Ministério Público.
Comentário:
Joaquim, ao tomar conhecimento de ato lesivo ao patrimônio público, poderia propor ação popular, com
previsão no art. 5º, LXXIII da CF/88. Deste modo, a alternativa ‘a’ deverá ser marcada. É importante frisar,
entretanto, que Joaquim só poderá propor a ação popular visando anular o ato lesivo ao patrimônio porque é
cidadão, ou seja, porque está no pleno gozo dos seus direitos políticos.

Gabarito: A

[FCC - 2012 - TRT 11ªR - Analista Judiciário] Eriberto, cidadão que habitualmente aprecia a fachada de um
prédio público antigo, que foi construído ano de 1800, soube que, apesar de tombado por ser considerado
patrimônio histórico e cultural, a autoridade pública resolveu demoli-lo ilegalmente para, no local, edificar
um prédio moderno. Eriberto imediatamente procurou a autoridade pública suplicando que não o demolisse,
mas seus pleitos não foram atendidos, então, para anular ato lesivo, segundo a Constituição Federal, poderá:

A) impetrar mandado de segurança individual.


B) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo,
trezentas assinaturas.

C) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo,
quinhentas assinaturas.

D) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo,
setecentas assinaturas.

E) propor ação popular.


Comentário:
Uma vez que o intuito de Eriberto é a proteção do patrimônio público, não caberá a impetração de mandado
de segurança, remédio destinado à proteção de direito líquido e certo não amparado pelo habeas corpus e
habeas data (razão pela qual não poderemos assinalar a alternativa ‘a’). Caberá, deste modo, a propositura de
ação popular, prevista no art. 5º, LXXIII da CF/88, que prevê que qualquer cidadão (ou seja, pessoa no pleno
exercício de seus direitos políticos) será parte legítima para a sua propositura, visando anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência.

Gabarito: E

[MPT - 2015 - MPT- Procurador do Trabalho - Adaptada] Analise as seguintes proposições a respeito das

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ações constitucionais, julgue as assertivas:


(i) A ação popular está presente no sistema jurídico brasileiro de forma contínua desde a Constituição de
1946.
(ii) A ação popular tem como único legitimado o cidadão, assim considerado aquele registrado como eleitor
no pleno gozo de seus direitos políticos.
Comentário:
Ambas as assertivas estão corretas. A ação popular, da forma como a conhecemos, foi prevista pela primeira
vez na Constituição de 1934, ausentando-se na Constituição de 1937 e disciplinada em todas as Constituições
posteriores (vimos isso na introdução dessa parte da aula). Será legitimado ativo qualquer cidadão, ou seja,
qualquer pessoa em gozo de seus direitos políticos, sendo a prova da cidadania feita com o título eleitoral ou
documento que a ele corresponda.

Gabarito: I) Certo / II) Certo

[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:
A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica.
Comentário:
A assertiva é falsa! De acordo com a previsão do art. 5º, LXXIII da CF/88, apenas o cidadão, ou seja, apenas o
indivíduo no pleno exercício de seus direitos políticos, é parte legítima para propor a ação popular.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Analise o item a seguir:


Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular.
Comentário:
Mais um item falso. A Constituição Federal confere legitimidade ativa para a propositura de ação popular
apenas para cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, nos termos do art. 5º, LXXIII da CF/88. Deste modo, o
Ministério Público não poderá ingressar com Ação Popular. Entretanto, aprenda uma coisa importante sobre
essa matéria: o MP poderá assumir e dar andamento ao processo a fim de garantir a proteção do patrimônio
público em caso de desistência da ação por parte do autor.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justiça] Julgue o item:


Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, estando presentes os devidos requisitos, dar-lhe
prosseguimento.
Comentário:
Item verdadeiro! Ainda que a Constituição não tenha conferido legitimidade ativa para o Ministério Público
ingressar com ação popular (art. 5º, LXXIII da CF/88), a Lei 13.300/2016 (que regulamenta o MI) permite que o
órgão assuma e dê andamento ao processo em casos de desistência da ação por parte do autor.

Gabarito: Certo

[CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental] Considere que uma organização não governamental (ONG),

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cujo objetivo social seja a preservação do cerrado, constate que um grande produtor rural obteve, do órgão
ambiental competente, licença para desmatar uma grande extensão de determinada área de proteção
ambiental.
Nessa situação hipotética, no intuito de evitar danos ao meio ambiente, a ONG deverá ajuizar ação popular,
pleiteando a nulidade do ato administrativo que concedeu a licença ambiental.
Comentário:
O item é incorreto. A ONG não possui legitimidade ativa para a propositura da ação popular, reservada
apenas para cidadãos, ou seja, indivíduos que estão em pleno exercício de seus direitos políticos, conforme
previsão do art. 5º, LXXIII da CF/88.

Gabarito: Errado

[FGV - 2019 - TJ-MA - Técnico Judiciário - Apoio Técnico Administrativo] Considere as seguintes situações:
I. Cidadão propõe ação popular visando à anulação de ato lesivo ao patrimônio público.
II. Trabalhador ingressa com mandado de segurança individual para proteger direito líquido e certo de que é
titular, não amparado por habeas corpus ou habeas data, indicando autoridade pública como responsável
pela ilegalidade.
À luz das normas constitucionais aplicáveis às respectivas ações,
(A) tanto o cidadão quanto o trabalhador poderiam ter ajuizado as respectivas ações.
(B) o trabalhador não poderia ter ingressado com o mandado de segurança, pois a ação deveria ter sido
proposta por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano.
(C) o cidadão não poderia ter proposto a ação popular individualmente, pois seria necessária a subscrição de,
no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
(D) o trabalhador não poderia ter ingressado com o mandado de segurança contra autoridade pública, haja
vista que a referida ação somente poderia ter como coator agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
(E) o cidadão não poderia ter ingressado com a ação popular, pois a legitimidade é exclusiva do Ministério
Público.
Comentário:
Estudamos que somente o cidadão pode ajuizar ação popular, no intuito de anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural (art. 5°, LXXIII, CF/88). Quanto ao MS individual, o trabalhador é legitimado
para impetrá-lo, na defesa de direito líquido e certo de que é titular, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, indicando autoridade pública como responsável pela ilegalidade (art. 5°, LXIX). Destarte, nossa
resposta encontra-se na letra ‘a’.

Gabarito: A

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Quanto à legitimidade passiva, pode-se dizer que a ação normalmente será proposta em face34:
(i) das pessoas jurídicas de direito público, cujo patrimônio se procura proteger, bem como suas
entidades autárquicas e quaisquer outras pessoas jurídicas que sejam subvencionadas pelos cofres
públicos (ver art. 1º, Lei nº 4.717/1965);
(ii) dos responsáveis pelo ato lesivo, vale dizer, autoridades diretamente responsáveis pelo ato que está
sendo impugnado, administradores e demais funcionários35;
(iii) beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.

Questões para fixar


[CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco II] Acerca das ações constitucionais,
assinale a opção correta.

A) Mandado de injunção destina-se a regulamentar normas constitucionais de eficácia contida e de eficácia


limitada.
B) Ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, podendo figurar como réus a administração
pública e pessoa física ou jurídica que tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao patrimônio público,
histórico e cultural.

C) Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à causa de pedir e aos pedidos formulados.

D) Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político legalmente constituído e em
funcionamento há pelo menos um ano.
E) Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa
jurídica, sendo uma ação isenta de custas.
Comentário:

Vejamos cada um dos itens:

(a) Mandado de injunção é ação constitucional que visa regulamentar norma constitucional de eficácia
limitada, tão somente. Normas constitucionais de eficácia contida já são possuidoras de aplicabilidade direta
e imediata, não dependendo de regulamentação normativa ulterior para produzirem plenamente os seus
efeitos.

(b) Não podemos assinalar, pois é uma alternativa dissonante do que prevê o art. 5º, LXXIII, no sentido de que

34
.Art. 6º, Lei nº 4.717/1965: “A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º,
contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”.
35
. Ressalte-se que os membros do Tribunal de Contas que somente tenham apreciado o ato não compõem o polo passivo da
ação, exatamente por não serem diretamente responsáveis pelo que está sendo impugnado (REsp nº 171.317, Rel. Min.
Edson Vidigal, STJ).

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o cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

(c) A assertiva está em desarmonia com o CPP, que permite que no habeas corpus o órgão competente para
seu julgamento não esteja vinculado à causa de pedir e aos pedidos formulados, sendo possível a concessão
da ordem no sentido diverso do pleiteado e, ainda, a concessão de ofício (in verbis: “Art. 654, § 2º Os juízes e
os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo
verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.

(d) Consoante prevê o art. 5º, LXX, ‘a’, CF/88 o mandado de segurança coletivo realmente pode ser
impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional – não havendo, entretanto, a
necessidade de o partido comprovar que está constituído e em funcionamento há pelo menos 1 ano (tal
requisito aparece no art. 5°, LXX na alínea ‘b’ para a associação legalmente constituída).

(e) É nossa resposta. Afinal, o writ poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica,
seja nacional ou estrangeira (residente ou não no Brasil, desde que seja observado, como requisito, a escrita
da petição inicial em português), para ter acesso às informações a seu respeito. Lembremos, ainda, que
realmente a ação de HD é gratuita, em razão do disposto no art. 5°, LXXVII.

Gabarito: E

[VUNESP - 2019 - Prefeitura de Guarulhos - SP - Inspetor Fiscal de Rendas - Conhecimentos Específicos] Nos
termos da Constituição Federal, a respeito da tutela constitucional das liberdades, é correto afirmar que:

(A) são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.

(B) qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público, exceto de entidade da qual o Estado participe, devendo o autor, nesse caso, arcar com as custas
judiciais e com o ônus da sucumbência.

(C) será concedido habeas corpus para proteger direito líquido e certo, não amparado mandado de segurança
ou habeas data, quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública.

(D) será concedido mandado de segurança coletivo sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
(E) será concedido mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público.

Comentário:
Consoante prevê o art. 5º, LXXVII, CF/88, são gratuitas as ações de “habeas corpus” ou “habeas data” e, na
forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Destarte, nossa resposta é a da letra ‘a’.

Vejamos agora o porquê de as demais alternativas não poderem ser assinaladas:

- Letra ‘b’: de acordo com o que prevê o art. 5º, LXXIII, CF/88, qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo

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comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

- Letra ‘c’: conforme o inciso LXIX do art. 5º, CF/88, o mandado de segurança será manejado na proteção de
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável por
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública.

- Letra ‘d’: nos termos o art. 5º, LXXI, CF/88, será concedido mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

- Letra ‘e’: conforme dispõe o art. 5º, LXXII, CF/88, será concedido habeas data para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público.

Gabarito: A

[FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária] À luz da Constituição Federal de 1988 e
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, caberá:

(A) habeas corpus, de competência originária do Supremo Tribunal Federal, impetrado contra ato de
Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no âmbito de Assembleia Legislativa, para assegurar o direito
ao silêncio a dirigente de autarquia estadual intimado a comparecer como testemunha.

(B) mandado de segurança, de competência originária de Tribunal Regional Federal, em face de ato do
Comandante da Marinha que teria indeferido pedido de promoção na carreira militar a que, pelos critérios
legais, faria jus o impetrante.
(C) mandado de injunção, de competência originária do Superior Tribunal de Justiça, ajuizado por Deputado
Federal, diante da omissão da Mesa da Câmara dos Deputados em instaurar processo administrativo para
apuração de quebra de decoro parlamentar de outro Deputado Federal.

(D) habeas data, de competência originária do Superior Tribunal de Justiça, impetrado contra ato de Ministro
de Estado que negou, à empresa mencionada em sede de processo administrativo disciplinar instaurado
contra servidor do órgão, acesso aos autos respectivos.
(E) ação popular, de competência de juiz federal, ajuizada por cidadão, visando à anulação de ato do
Conselho Nacional de Justiça, lesivo à moralidade administrativa e ao erário público.

Comentário:
Vejamos cada uma das alternativas apresentadas pela banca examinadora:

– Letra ‘a’: Nos termos do art. 102, I, ‘d’ e ‘i’, CF/88, a competência somente seria do STF se o ato houvesse
sido cometido por uma comissão parlamentar de inquérito instaurada em âmbito federal.

– Letra ‘b’: Consoante prevê o art. 105, I, ‘b’, tal mandado de segurança é de competência do STJ, não de TRF.

– Letra ‘c’: De acordo com o art. 5º, LXXI, CF/88, o mandado de injunção somente pode ser impetrado para
combater omissão legislativa (ausência de norma regulamentadora), o que não é o caso da alternativa.

– Letra ‘d’: Em que pese o art. 105, I, ‘b’, CF/88, determinar que “Compete ao Superior Tribunal de Justiça
processar e julgar, originariamente os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal”, o habeas data
não é, consoante entende o STF, o instrumento jurídico adequado para que se tenha acesso a autos de

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processos administrativos.

– Letra ‘e’: A jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que as ações a que se refere
o art. 102, I, r, da Constituição, são apenas as ações constitucionais, v.g., mandado de segurança, mandado
de injunção, habeas data e habeas corpus (AO 1706 AgR/DF, Min. Celso de Mello), em que o CNJ é detentor,
enquanto ente despersonalizado, de personalidade judiciária para figurar nos respectivos polos passivos. As
demais ações em que se questionam atos do CNJ, e em que a União é o sujeito passivo, se submetem ao
regime de competência estabelecido pelas normas comuns de direito processual. Nesse contexto, eventual
ação popular ajuizada por cidadão, visando à anulação de ato do Conselho Nacional de Justiça, lesivo à
moralidade administrativa e ao erário público, é de competência de juiz federal.

Nossa resposta encontra-se, pois, na letra ‘e’.

Gabarito: E

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(5) Questões resolvidas em aula


QUESTÃO 01
[FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde] Considerando a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO representa um remédio
constitucional:
A Direito de petição.
B) Mandado de injunção.
C) Ação popular.
D) Princípio da dignidade da pessoa humana.
E) Direito à certidão.
QUESTÃO 02
[FJG - RIO - 2013 - SMA-RJ - Assessor Jurídico] Constitui remédio constitucional previsto na
Constituição da República:
A) a medida cautelar fiscal
B) a ação reivindicatória
C) a desapropriação
D) o habeas data
QUESTÃO 03
[UEM - 2018 - UEM - Advogado] Não se trata de ação constitucional:
A) Mandado de Segurança, individual ou coletivo.
B) Ação popular.
C) Habeas corpus.
D) Desapropriação.
E) Habeas data.
QUESTÃO 04
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação
aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a
seguinte assertiva:
A todos é assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas.

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QUESTÃO 05
[Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo] Acerca dos direitos e das garantias fundamentais
previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que se segue:
É assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
QUESTÃO 06
[IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil - Adaptada] Acerca dos instrumentos de tutela das
liberdades, previstos na CRFB/88, julgue o item:
A repartição pública que obstruir o direito de certidão deverá ser compelida, mediante habeas data, a
concedê-lo, sob pena de os seus titulares serem responsabilizados civil e criminalmente.
QUESTÃO 07
[EJEF - 2009 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Marque a alternativa CORRETA:
Determinado servidor público, ocupante de cargo efetivo no Estado, mediante requerimento
administrativo pediu documento público de informação sobre sua contagem de tempo de serviço, para
fins de aposentadoria, conforme esclareceu. Sem qualquer justificativa, o requerimento permanece
sem despacho há 90 (noventa) dias.
O servidor poderá valer-se de medida judicial para defender especificamente seu direito de
A) petição.
B) ampla defesa.
C) certidão.
D) aposentadoria.
QUESTÃO 08
[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva com relação a remédios constitucionais
previstos na Constituição Federal de 1988:
São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
QUESTÃO 09
[ESAF - 2012 - PGFN - Procurador - Adaptada] Sobre o direito fundamental à informação previsto na
Constituição, julgue o item:
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

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QUESTÃO 10
[FEPESE - 2013 - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo] Em relação aos direitos e às garantias
fundamentais previstos na Constituição da República de 1988, quando alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder, caberá:
A) Habeas data
B) Habeas corpus
C) Mandado de injunção
D) Mandado de segurança
E) Ação direta interventiva
QUESTÃO 11
[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia - Geral] Qual é o remédio
constitucional destinado a garantir o direito de locomoção diante de ilegalidade ou abuso de poder?
A) Mandado de injunção
B) Mandado de segurança
C) Habeas corpus
D) Habeas data
E) Ação popular
QUESTÃO 12
[UECE-CEV - 2016 - DER-CE - Procurador Autárquico - Adaptada] Julgue o item a seguir:
Na forma do texto constitucional, conceder-se- á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder.
QUESTÃO 13
[FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista Socioeducador - Direito] Remédio jurídico constitucional que
será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder é denominado:
A) mandado de segurança.
B) habeas data.
C) habeas corpus.
D) ação popular.

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QUESTÃO 14
[FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário - Qualquer Área de Formação - Adaptada] Sobre a disciplina
do habeas corpus, julgue a assertiva:
O registro como advogado é exigido para a impetração do habeas corpus, admitindo-se, todavia, o seu
manejo por estudantes de direito inscritos como estagiários na Ordem dos Advogados do Brasil. F
QUESTÃO 15
[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário - Adaptada] Em relação ao habeas corpus julgue a
assertiva:
Necessariamente deverá ser interposto por advogado.
QUESTÃO 16
[INSTITUTO CIDADES - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho - 1ª Fase - 1ª Etapa - Adaptada]
José, residente em Mangaratiba, se envolve numa briga com o dono da confecção onde trabalhava em
Angra dos Reis e é preso. A mulher de José, estudante de Direito, impetra habeas corpus em favor dele.
Julgue o item:
A mulher de José não poderia impetrar habeas corpus, por se tratar de ato privativo de advogado e
depender de outorga de poderes.
QUESTÃO 17
[NCE-UFRJ - 2015 - PC-DF - Delegado de Polícia - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais, julgue
a assertiva apresentada:
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física, desde que nacional, sendo vedada a
sua utilização por pessoa jurídica, ainda que em favor de pessoa física, e pelo Ministério Público.
QUESTÃO 18
[MPE-PR - 2011 - MPE-PR - Promotor de Justiça] Examine a afirmação abaixo:
O Habeas corpus pode ser proposto em favor de pessoa jurídica.
QUESTÃO 19
[MPE-MS - 2015 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto] O habeas corpus pode ser impetrado por:
I. Pessoa física.
II. Pessoa jurídica.
III. Estrangeiro não domiciliado no Brasil.
IV. Analfabeto, bastando que alguém assine por ele.
A) Apenas I está correta.
B) I e II estão corretas.

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C) I e III estão corretas.


D) I e IV estão corretas.
E) Todas estão corretas.
QUESTÃO 20
[FEC - 2010 - ANS - Temporário Superior 1 - Direito] Diretor de estabelecimento hospitalar particular
impede que paciente receba alta, uma vez que este não efetuou o pagamento das despesas por ele
realizadas. Nesta hipótese:
A) pode o paciente impetrar mandado de segurança contra o diretor do estabelecimento, por violação
ao seu direito líquido e certo de contestar o valor das despesas.
B) pode o paciente impetrar habeas corpus contra o diretor do estabelecimento.
C) não cabe a impetração de habeas corpus, uma vez que o estabelecimento é particular.
D) deve o paciente efetuar o pagamento das despesas, e depois ajuizar a competente ação de repetição
de indébito, se o valor cobrado for indevido.
E) o paciente deve ajuizar ação ordinária com pedido de antecipação de tutela, uma vez que não é
cabível o habeas corpus.
QUESTÃO 21
[CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público] Julgue o item:
O sujeito passivo do habeas corpus será a autoridade pública, pois somente ela tem a prerrogativa de
restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do interesse público ou social, razão pela
qual não se admite sua impetração contra ato de particular.
QUESTÃO 22
[VUNESP - 2012 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A base do habeas
corpus, uma ação de natureza constitucional, é assegurar a liberdade do indivíduo (direito de ir e vir),
ameaçada pelo chamado constrangimento ilegal. Existem três modalidades desta ação: a) o habeas
corpus preventivo, interposto antes do constrangimento, visa impedir a ocorrência deste último; b) o
habeas corpus suspensivo, a ser utilizado pelo indivíduo quando já consumado o constrangimento ilegal
e, por fim; c) o habeas corpus episódico, cabível quando o constrangimento ilegal é praticado por
particular. De acordo com o texto, é correto afirmar que:
A) o habeas corpus é uma ação de natureza administrativa e não constitucional. A presença do habeas
corpus na Constituição vigente, de 1988, é absolutamente acidental.
B) o habeas corpus preventivo não existe mais. Trata-se de construção doutrinária largamente aceita
até a primeira metade do século XX.

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C) para impetrar o habeas corpus suspensivo é preciso constituir advogado.


D) não existe o habeas corpus episódico.
QUESTÃO 23
[UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário] Em relação ao habeas corpus assinale a alternativa
correta:
A) Necessariamente deverá ser interposto por advogado;
B) O direito brasileiro contemplou apenas o preventivo;
C) Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem;
D) O direito brasileiro contemplou apenas o repressivo;
QUESTÃO 24
[FCC - 2015 - DPE-RR - Oficial de Diligência] O habeas corpus:
A) pode ser impetrado por qualquer pessoa, mas somente em seu favor.
B) pode ser preventivo.
C) não pode ser concedido de ofício.
D) não pode ser impetrado pelo Ministério Público, por falta de interesse de agir.
E) pode ser impetrado em defesa da sociedade, para rever decisão injusta.
QUESTÃO 25
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Assinale a alternativa correta, de acordo
com o texto constitucional vigente:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparado ou não por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
QUESTÃO 26
[NC-UFPR - 2017 - UFPR - Médico - Clínico Geral - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais
previstos pela Constituição, julgue o item:
O mandado de segurança pode ser impetrado para assegurar direito líquido e certo, facultando-se a
impetração concomitante de habeas corpus e de habeas data.
QUESTÃO 27
[UEG - 2006 - TJ-GO - Técnico Judiciário - Administrador de Empresas - Adaptada] Sobre os
denominados writs constitucionais, julgue o item:

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Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparável por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
QUESTÃO 28
[CESPE - 2016 - ANATEL - Técnico em Regulação] Com relação ao exposto, julgue o item a seguir:
Considere que um estado federado, no uso de sua competência normativa, elabore lei que impeça,
arbitrariamente, em tempo de paz, a liberdade de locomoção em seu território. Nesse caso, caberá ao
indivíduo impetrar mandado de segurança para garantir o exercício do direito constitucional
mencionado.
QUESTÃO 29
[FCC - 2006 - SEFAZ-PB - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais - Prova 1 - Adaptada] Considere a
afirmação em relação aos instrumentos constitucionais de garantia dos direitos fundamentais:
Será concedido mandado de segurança para o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de caráter público.
QUESTÃO 30
[FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil] Nos termos dos direitos e deveres individuais e
coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
QUESTÃO 31
[CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1] A respeito dos direitos e das garantias
fundamentais, julgue o item seguinte:
O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para garantir o acesso à informação
constante de banco de dados de entidades governamentais, uma vez que o direito à informação é
direito líquido e certo.
QUESTÃO 32
[ESAF - 2004 - MRE - Assistente de Chancelaria - Prova 2] Se o chefe de uma repartição pública impede,
injustamente, um servidor de ingressar no recinto da repartição, onde estão dados importantes para o
servidor, armazenados no computador da mesa em que trabalhava, esse servidor poderá insurgir-se
contra a determinação do chefe por meio de:
A) mandado de segurança.

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B) habeas corpus.
C) habeas data.
D) mandado de injunção.
E) ação penal pública.
QUESTÃO 33
[FGV - 2019 - TJ CE - Técnico Judiciário - Área Administrativa] Maria solicitou a matrícula do seu filho de
8 (oito) anos na Escola Municipal Beta, o que foi indeferido, por escrito, pelo Diretor, sob o argumento
de que a requerente, ao preencher o respectivo formulário, declarara ser filiada a um partido político
distinto daquele a que estava filiado o Prefeito Municipal.
Por entender que o indeferimento era incompatível com a ordem jurídica, Maria solicitou que o seu
advogado ajuizasse a ação constitucional cabível para que o juízo competente determinasse a matrícula
de seu filho na escola. Trata-se da seguinte ação:
(A) habeas corpus;
(B) habeas data;
(C) mandado de segurança;
(D) mandado de injunção;
(E) mandado de educação.
QUESTÃO 34
[RHS Consult - 2016 - Prefeitura de Paraty - RJ - Procurador] A impetração do mandado de segurança
deve fundamentar-se:
A) Em alegações que dependam de dilação probatória.
B) Em recursos administrativos.
C) Na natureza civil da ação constitucional.
D) Na hipótese de ajuizamento.
E) No conceito de direito líquido e certo.
QUESTÃO 35
[2013 - FGV- OAB] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:
O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as questões jurídicas forem
incontroversas.
QUESTÃO 36
[CESPE - 2013 - STM - Juiz] Julgue o item:

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É incabível mandado de segurança quando houver controvérsia sobre a matéria de direito invocada no
mandamus.
QUESTÃO 37
[FUNDEP - 2014 - DPE / MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue o item:
A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessão de mandado de segurança, instituto de
defesa de direito certo e incontestável.
QUESTÃO 38
[CESPE - 2012 - MPE - TO - Promotor de Justiça] Julgue a assertiva com relação aos direitos e garantias
fundamentais:
Ao estrangeiro residente no exterior não é assegurado o direito de impetrar mandado de segurança.
QUESTÃO 39
[FUNDEP - 2015 - CORECON - Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a
legitimação no âmbito das ações constitucionais:
Admite-se em algumas hipóteses a impetração de mandado de segurança por órgãos públicos.
QUESTÃO 40
[CESPE - 2011 - TJ - ES - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos direitos e garantias fundamentais
e às ações constitucionais previstas em favor da defesa desses direitos, julgue a assertiva:
São sujeitos passivos do mandado de segurança, além das autoridades públicas, os agentes de pessoas
jurídicas com atribuições de poder público.
QUESTÃO 41
[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-
corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica ou pessoa física no exercício de atribuições do Poder Público.
QUESTÃO 42
[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] O ato estatal que nega, ilegalmente, o fornecimento de
informações englobadas pelo direito de certidão não pode ser questionado por meio de mandado de
segurança, ante o seu caráter subsidiário frente ao habeas data.
QUESTÃO 43
[Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico] “[...] Conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de

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atribuições do Poder Público. (Constituição Federal de 1988). Considerando o texto constitucional


acima indicado, bem como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio constitucional,
julgue o item:
De acordo com a doutrina majoritária, e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o mandado de
segurança observa prazo decadencial de 120 dias, contados a partir da data em que o interessado tiver
conhecimento do ato a ser impugnado. V
QUESTÃO 44
[CESPE - 2013 - TJ-RN - Juiz - Adaptada] A respeito do mandado de segurança, julgue a assertiva:
A entidade de classe não tem legitimidade para propor mandado de segurança coletivo se a pretensão
veiculada interessar a apenas parte da categoria representativa.
QUESTÃO 45
[CESPE - 2012 - DPE-AC - Defensor Público - Adaptada] A respeito do entendimento sumulado do STF
no que se refere a mandado de segurança, julgue o item:
As entidades de classe não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança caso a pretensão
veiculada interesse apenas a parte da categoria representada.
QUESTÃO 46
[CESPE - TJ - PB - 2015 - Juiz Substituto - Adaptada] Julgue o item a respeito da tutela constitucional
das liberdades:
Determinada organização sindical impetrou mandado de segurança coletivo para defesa de interesse
de parte da categoria de profissionais a ela vinculados. Nessa situação, o magistrado deverá reconhecer
a ilegitimidade ativa, pois é imprescindível, para o conhecimento do remédio constitucional, que a
pretensão veiculada interesse a toda a categoria ligada à organização sindical.
QUESTÃO 47
[FEPESE - 2014 - MPE - SC -Procurador do Estado - Adaptada] De acordo com o disposto no art. 5º da
Constituição Federal, julgue o item:
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no
Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
QUESTÃO 48
[TRT 2ªR - 2011 - TRT 2ªR - Juiz do Trabalho– Adaptada] Analise as assertivas abaixo dentre os direitos
e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal:

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O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por associação legalmente constituída há pelo
menos dois anos, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
QUESTÃO 49
[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Julgue o item:
Associação com seis meses de constituição pode impetrar mandado de segurança coletivo.
QUESTÃO 50
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Analise o item de acordo com o texto
constitucional vigente e, na sequência, marque V ou F:
Tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo partido político constituído e em
funcionamento há pelo menos um ano; qualquer organização sindical, entidade de classe ou associação
em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
QUESTÃO 51
[TRT 8ªR - 2013 - TRT 8ªR -Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido político ou por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
QUESTÃO 52
[FEPESE - 2018 - PGE-SC - Procurador do Estado - Adaptada] Quanto aos direitos e garantias
fundamentais previstos na Constituição da República, é correto afirmar:
O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político registrado no Tribunal
Superior Eleitoral e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
QUESTÃO 53
[TRT 15ªR - 2011 - TRT 15ªR - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:
Conforme entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, a impetração de mandado de
segurança coletivo por entidade de classe em favor de seus associados não depende de autorização
destes.
QUESTÃO 54
[CESPE - 2013 - TRT 5ªR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela
das liberdades, julgue a assertiva:

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A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade


ativa extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso,
como substituto processual.

QUESTÃO 55
[IBADE - 2018 - Prefeitura de João Pessoa - PB - Agente de Controle Urbano - Adaptada] O remédio
constitucional cabível sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, consiste no(a):
A) mandado de segurança.
B) habeas corpus.
C) ação popular.
D) mandado de injunção.
QUESTÃO 56
[PR-4 UFRJ - 2017 - UFRJ - Assistente em Administração - Adaptada] Sobre os direitos e garantias
fundamentais, consagrados na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir:
Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
público.
QUESTÃO 57
[FUNDATEC - 2017 - IGP-RS - Perito Criminal - Engenharia Civil] A Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988 disponibiliza uma ação sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania. Essa ação denomina-se:
A) Ação civil pública.
B) Ação popular.
C) Mandado de injunção.
D) Mandado de segurança.
E) Habeas data.
QUESTÃO 58
[IBADE - 2017 - SEJUDH - MT - Agente Penitenciário - Masculino/Feminino] O remédio constitucional
que deve ser utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos

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direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à


cidadania corresponde ao(à):
A) ação civil pública.
B) habeas corpus
C) mandado de injunção
D) mandado de segurança.
E) ação popular.
QUESTÃO 59
[IMA - 2017 - Prefeitura de Penalva - MA - Procurador Municipal - Adaptada] Nos termos da
Constituição Federal de 1988, acerca dos direitos e garantias individuais e coletivos, julgue a assertiva:
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania
e à cidadania.
QUESTÃO 60
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação
aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a
seguinte assertiva:
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à cidadania, à
nacionalidade e à soberania.
QUESTÃO 61
[CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário- Adaptada] Analise e julgue a assertiva posta abaixo:
O mandado de injunção garante ao impetrante o direito de conhecer as informações relativas à sua
pessoa constantes de registros ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público.
QUESTÃO 62
[Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2015 - Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo -
Orçamento e Finanças] De acordo com as normas previstas na Constituição Federal, sempre que a falta
de norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, caberá:
A) habeas data
B) mandado de injunção
C) mandado de segurança

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D) habeas corpus
QUESTÃO 63
[IBFC - 2017 - TJ-PE - Analista Judiciário - Função Judiciária - Adaptada] Sobre os Remédios
Constitucionais existentes no ordenamento jurídico brasileiro, analise o item abaixo:
É possível a impetração de mandado de injunção quando uma norma regulamentadora dificulta o
exercício dos direitos e liberdades dispostos na Constituição, bem como prerrogativas vinculadas
unicamente à soberania e cidadania.
QUESTÃO 64
[IBGP - 2015 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Auditor - Engenharia Civil - Adaptada] Sobre os
remédios constitucionais, julgue o item:
O mandado de injunção é o instrumento adequado para viabilizar direito assegurado em lei, mas que
não possui regulamentação.
QUESTÃO 65
[CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz] Julgue o item:
De acordo com o entendimento firmado no STF, o mandado de injunção é remédio destinado a suprir
lacuna ou ausência de regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional.
QUESTÃO 66
[IBADE - 2017 - SEJUDH/MT - Agente Penitenciário] O remédio constitucional que deve ser utilizado
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania corresponde
ao(à):
O mandado de injunção pode ser ajuizado coletivamente, embora inexista previsão expressa na
CRFB/88.
QUESTÃO 67
[UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia - Administrativa] Qual
é a ação constitucional usada em um caso concreto, individual ou coletivamente, com a finalidade de o
Poder Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a ausência de norma regulamentadora, que
torne inviável o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, soberania e cidadania?
A) Mandado de injunção
B) Mandado de segurança
C) Habeas corpus

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D) Habeas data
E) Ação popular
QUESTÃO 68
[DIRECTA - 2013 - Prefeitura de Angatuba - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] Julgue o item:
Os três requisitos constitucionais para o mandado de injunção são: norma constitucional de eficácia
limitada, prevendo direitos, liberdade constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania; falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos,
liberdades e prerrogativas e; abuso de poder.
QUESTÃO 69
[CESPE - 2012 - Promotor de Justiça - MPE/TO - 2012 – Adaptada] Julgue a assertiva com relação aos
direitos e garantias fundamentais:
Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na CF
que não esteja sendo exercido por ausência de norma infraconstitucional regulamentadora.
QUESTÃO 70
[CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário - Direito] A Constituição Federal de 1988 prevê o uso do
mandado de injunção como uma garantia constitucional sempre que a falta de norma regulamentadora
tornar inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania. Nesse sentido, segundo o STF, o cabimento do mandado de
injunção pressupõe a demonstração da existência de omissão legislativa relativa ao gozo de liberdades
ou direitos garantidos constitucionalmente pelas normas constitucionais de eficácia:
(A) plena lato sensu.
(B) contida lato sensu.
(C) plena stricto sensu.
(D) contida stricto sensu.
(E) limitada stricto sensu.
QUESTÃO 71
[CEPERJ - 2013 - SEPLAG-RJ - Analista Executivo - Perfil 1] Rui, médico, vê-se diante de situação em
que pretende exercer um direito fundamental, mas que não possui norma regulamentadora. Trata- se
de norma cujo tema é atinente à competência da União. Nesse caso, o meio para reconhecer o direito
do cidadão será o (a):
A) Habeas corpus
B) Mandado de Segurança

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C) Habeas data
D) Mandado de Injunção
E) Ação Popular

QUESTÃO 72
[ESAF -2016 – ESAF – ANAC - Analista Administrativo] João, residente no Brasil, brasileiro nato, ante a
falta de norma regulamentadora, está sendo coibido de exercitar prerrogativa inerente à sua
nacionalidade. Assim, João, nos termos da Constituição Federal, deverá propor:
a) ação popular.
b) mandado de injunção.
c) ação civil pública.
d) mandado de segurança.
e) habeas data
QUESTÃO 73
[CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município] A respeito das normas
constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item subsequente:
Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.
QUESTÃO 74
[VUNESP - 2017 - Câmara de Mogi das Cruzes - SP - Procurador Jurídico] Uma servidora municipal
exerceu, desde 22 de outubro de 1986, a função de dentista na municipalidade, atuando em ambiente
insalubre. A autora ressaltou que a inexistência de lei complementar inviabilizava o exercício do direito
à aposentadoria, implementado o período consentâneo com o desgaste decorrente do contato com
agentes nocivos à saúde, com portadores de moléstias infectocontagiosas humanas e materiais e
objetos contaminados. No caso hipotético em tela, a ação cabível para obtenção da aposentadoria
especial é:
a) o mandado de segurança.
b) a ação declaratória.
c) o mandado de injunção.
d) o habeas data.
e) o mandado de segurança coletivo.
QUESTÃO 75
[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça] Julgue o item:

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O polo passivo do mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular.
QUESTÃO 76
[CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça] Julgue o item:
No âmbito do mandado de injunção, a atual jurisprudência do STF adota a posição não concretista em
defesa apenas do reconhecimento formal da inércia do poder público para materializar a norma
constitucional e viabilizar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
QUESTÃO 77
[CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União] No que se refere a ações constitucionais, julgue o item
subsequente:
De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de injunção pode levar
à concretização da norma constitucional despida de plena eficácia, no tocante ao exercício dos direitos
e das liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
QUESTÃO 78
[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:
O habeas data pode ser impetrado ainda que não haja negativa administrativa em relação ao acesso a
informações pessoais.
QUESTÃO 79
[FCC - 2019 – Câmara de Fortaleza – Agente Administrativo] Ao indivíduo que pretenda obter acesso a
informações relativas a si próprio, constantes de bancos de dados de entidades de caráter público,
caberá valer-se, em juízo, de:
(A) mandado de segurança, assegurada gratuidade desde que seja reconhecidamente pobre, na forma
da lei.
(B) habeas data, assegurada gratuidade desde que seja reconhecidamente pobre, na forma da lei.
(C) mandado de segurança, gratuitamente, ainda que não seja reconhecidamente pobre, na forma da
lei.
(D) habeas data, gratuitamente, ainda que não seja reconhecidamente pobre, na forma da lei.
(E) mandado de injunção, não lhe sendo assegurada, contudo, gratuidade.
QUESTÃO 80
[TRT 1ªR - 2010 - TRT 1ªR - Juiz] Julgue o item:

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Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito de acesso a
informações constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
público relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa do impetrante, a pessoa jurídica não tem
legitimidade para o ajuizamento desse tipo de ação.
QUESTÃO 81
[FUNDEP - 2015 - CORECON-MG – Advogado - Adaptada] Considere a seguinte afirmativa sobre a
legitimação no âmbito das ações constitucionais:
O habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica.
QUESTÃO 82
[CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Advogado] O correntista Y pretende obter dados sobre a conta-corrente
de sua genitora na instituição financeira W. Para isso, realiza o devido requerimento que vem a ser
indeferido pelo gerente da agência onde a conta deveria ser cadastrada. Diante disso, Y impetra habeas
data contra a instituição financeira. Sobre o habeas data, tem-se que:
A) é instituto restrito à prestação de informações pessoais, não podendo ser utilizado por terceiros
B) é instituto substitutivo de ação com preceito condenatório para obtenção de perdas e danos
C) pode ser utilizado por pessoa física para acesso de informações de pessoa jurídica.
D) deve ser acessado por ente de núcleo familiar desde que autorizado por procuração.
QUESTÃO 83
[CESPE - 2013 - TRT 5ªR-BA - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos na CF
para a tutela das liberdades, julgue a assertiva:
Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros e de interesse
coletivo, caberá a impetração de habeas data.
QUESTÃO 84
[TRT 8ªR - 2013 - Juiz do Trabalho - Adaptada] Julgue a assertiva:
Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante ou de sua família, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais
ou de caráter público.
QUESTÃO 85
[FGV - 2011 - OAB] O habeas data não pode ser impetrado em favor de terceiro PORQUE visa tutelar
direito à informação relativa à pessoa do impetrante. A respeito do enunciado acima é correto afirmar
que:
A) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a primeira justifica a segunda.

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B) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.


C) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
D) ambas as afirmativas são falsas.
QUESTÃO 86
[IF-TO - 2018 - IF-TO - Assistente de Aluno] A Constituição Federal, traz proteção especial aos direitos e
deveres individuais e coletivos. Neste contexto de proteção, a Carta Magna prevê rol de ações
popularmente chamadas de remédios constitucionais. Assim, considerando o artigo 5º da CF/88,
marque a alternativa correta para a ação que visa anular ato do Reitor do Instituto Federal de São
Paulo, supostamente lesivo ao patrimônio da entidade, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural:
A) Mandado de Segurança.
B) Mandado de Injunção.
C) Ação Civil Pública.
D) Ação Popular.
E) Habeas corpus.
QUESTÃO 87
[CETRO - 2015 - MDS - Atividades Técnicas Especializada de Complexidade Gerencial - Nível V] Tito, ao
verificar a ocorrência de uma situação lesiva à moralidade administrativa, busca, no artigo 5º da
Constituição Federal de 1988, a ação judicial adequada a ser proposta com o objetivo de anular o ato
lesivo. Assinale a alternativa que apresenta o nome do remédio constitucional cabível para a situação
retratada:
A) Ação Popular.
B) Mandado de Segurança.
C) Habeas corpus.
D) Habeas data.
E) Mandado de Injunção.
QUESTÃO 88
[UDESC - 2018 - UDESC - Técnico Universitário de Suporte - Adaptada] A Constituição Federal
Brasileira é o mais expressivo e rico arsenal jurídico na enunciação do sistema processual e de seus
valores, estabelecendo tanto garantias constitucionais do processo quanto de jurisdição constitucional
das liberdades. No tocante à jurisdição constitucional das liberdades, há expressa previsão de remédios

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processuais que são elevados à dignidade constitucional. Com relação aos remédios constitucionais,
julgue a assertiva:
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e de
ônus da sucumbência.

QUESTÃO 89
[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação
aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a
seguinte assertiva:
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência.
QUESTÃO 90
[IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva apresentada com relação a remédios
constitucionais previstos na Constituição Federal de 1988:
Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência.
QUESTÃO 91
[FDC - 2012 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Analista - Administração] A exigência da condição de
cidadania para que uma pessoa seja autora de uma demanda judicial está vinculada ao seguinte writ:
A) mandado de segurança
B) ação civil pública
C) habeas corpus
D) habeas data
E) ação popular
QUESTÃO 92

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[CESPE -2013 - TRT 5ºR - BA - Juiz do Trabalho] Acerca dos tipos de ação previstos na CF para a tutela
das liberdades, julgue a assertiva:
Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva
com o objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público.
QUESTÃO 93
[UFLA - 2018 - UFLA - Administrador] Joaquim Silva, brasileiro, morador da cidade de Belo Horizonte,
procurou aconselhamento jurídico pois tomara conhecimento de um ato lesivo ao patrimônio público e
ao meio ambiente e gostaria de saber, como cidadão, se seria parte legítima para propor algum tipo de
ação visando anular tal ato. Neste caso, tendo as previsões da Constituição de República Federativa do
Brasil de 1988:
A) Joaquim poderia propor ação popular visando à anulação do ato.
B) Joaquim poderia impetrar mandado de segurança para buscar a anulação do ato.
C) Joaquim poderia requerer, perante autoridade competente, o habeas corpus para a anulação do ato.
D) Joaquim nada poderia fazer, por se tratar de questão restrita à atuação exclusiva do Ministério
Público.
QUESTÃO 94
[FCC - 2012 - TRT 11ªR - Analista Judiciário] Eriberto, cidadão que habitualmente aprecia a fachada de
um prédio público antigo, que foi construído ano de 1800, soube que, apesar de tombado por ser
considerado patrimônio histórico e cultural, a autoridade pública resolveu demoli-lo ilegalmente para,
no local, edificar um prédio moderno. Eriberto imediatamente procurou a autoridade pública
suplicando que não o demolisse, mas seus pleitos não foram atendidos, então, para anular ato lesivo,
segundo a Constituição Federal, poderá:
A) impetrar mandado de segurança individual.
B) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo,
trezentas assinaturas.
C) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo,
quinhentas assinaturas.
D) impetrar mandado de segurança coletivo, desde que apoiado por abaixo assinado com, no mínimo,
setecentas assinaturas.
E) propor ação popular.
QUESTÃO 95

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[MPT - 2015 - MPT- Procurador do Trabalho - Adaptada] Analise as seguintes proposições a respeito
das ações constitucionais, julgue as assertivas:
(i) A ação popular está presente no sistema jurídico brasileiro de forma contínua desde a Constituição
de 1946.
(ii) A ação popular tem como único legitimado o cidadão, assim considerado aquele registrado como
eleitor no pleno gozo de seus direitos políticos.
QUESTÃO 96
[FGV - 2013 - OAB - Adaptada] Em relação aos remédios constitucionais, julgue a assertiva:
A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica.

QUESTÃO 97
[CESPE - 2009 - MMA - Agente Administrativo] Analise o item a seguir:
Um promotor de justiça, no uso de suas atribuições, poderá ingressar com ação popular.
QUESTÃO 98
[CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justiça] Julgue o item:
Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, estando presentes os devidos requisitos, dar-lhe
prosseguimento.
QUESTÃO 99
[CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental] Considere que uma organização não governamental
(ONG), cujo objetivo social seja a preservação do cerrado, constate que um grande produtor rural
obteve, do órgão ambiental competente, licença para desmatar uma grande extensão de determinada
área de proteção ambiental.
Nessa situação hipotética, no intuito de evitar danos ao meio ambiente, a ONG deverá ajuizar ação
popular, pleiteando a nulidade do ato administrativo que concedeu a licença ambiental.
QUESTÃO 100
[FGV - 2019 - TJ-MA - Técnico Judiciário - Apoio Técnico Administrativo] Considere as seguintes
situações:
I. Cidadão propõe ação popular visando à anulação de ato lesivo ao patrimônio público.
II. Trabalhador ingressa com mandado de segurança individual para proteger direito líquido e certo de
que é titular, não amparado por habeas corpus ou habeas data, indicando autoridade pública como
responsável pela ilegalidade.
À luz das normas constitucionais aplicáveis às respectivas ações,

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(A) tanto o cidadão quanto o trabalhador poderiam ter ajuizado as respectivas ações.
(B) o trabalhador não poderia ter ingressado com o mandado de segurança, pois a ação deveria ter sido
proposta por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano.
(C) o cidadão não poderia ter proposto a ação popular individualmente, pois seria necessária a
subscrição de, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
(D) o trabalhador não poderia ter ingressado com o mandado de segurança contra autoridade pública,
haja vista que a referida ação somente poderia ter como coator agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público.
(E) o cidadão não poderia ter ingressado com a ação popular, pois a legitimidade é exclusiva do
Ministério Público.
QUESTÃO 101
[CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco II] Acerca das ações
constitucionais, assinale a opção correta.
A) Mandado de injunção destina-se a regulamentar normas constitucionais de eficácia contida e de
eficácia limitada.
B) Ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, podendo figurar como réus a
administração pública e pessoa física ou jurídica que tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao
patrimônio público, histórico e cultural.
C) Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à causa de pedir e aos pedidos formulados.
D) Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político legalmente constituído e
em funcionamento há pelo menos um ano.
E) Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa
jurídica, sendo uma ação isenta de custas.
QUESTÃO 102
[VUNESP - 2019 - Prefeitura de Guarulhos - SP - Inspetor Fiscal de Rendas - Conhecimentos
Específicos] Nos termos da Constituição Federal, a respeito da tutela constitucional das liberdades, é
correto afirmar que:
(A) são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania.

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(B) qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público, exceto de entidade da qual o Estado participe, devendo o autor, nesse caso, arcar
com as custas judiciais e com o ônus da sucumbência.
(C) será concedido habeas corpus para proteger direito líquido e certo, não amparado mandado de
segurança ou habeas data, quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública.
(D) será concedido mandado de segurança coletivo sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
(E) será concedido mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.
QUESTÃO 103
[FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária] À luz da Constituição Federal de
1988 e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, caberá:
(A) habeas corpus, de competência originária do Supremo Tribunal Federal, impetrado contra ato de
Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no âmbito de Assembleia Legislativa, para assegurar o
direito ao silêncio a dirigente de autarquia estadual intimado a comparecer como testemunha.
(B) mandado de segurança, de competência originária de Tribunal Regional Federal, em face de ato do
Comandante da Marinha que teria indeferido pedido de promoção na carreira militar a que, pelos
critérios legais, faria jus o impetrante.
(C) mandado de injunção, de competência originária do Superior Tribunal de Justiça, ajuizado por
Deputado Federal, diante da omissão da Mesa da Câmara dos Deputados em instaurar processo
administrativo para apuração de quebra de decoro parlamentar de outro Deputado Federal.
(D) habeas data, de competência originária do Superior Tribunal de Justiça, impetrado contra ato de
Ministro de Estado que negou, à empresa mencionada em sede de processo administrativo disciplinar
instaurado contra servidor do órgão, acesso aos autos respectivos.
(E) ação popular, de competência de juiz federal, ajuizada por cidadão, visando à anulação de ato do
Conselho Nacional de Justiça, lesivo à moralidade administrativa e ao erário público.

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GABARITO
1–D 22 – D 43 – V 64 – F 85 – A
2–D 23 – C 44 – F 65 – F 86 – D
3–D 24 – B 45 – F 66 – V 87 – A
4–V 25 – F 46 – F 67 – A 88 – V
5–V 26 – F 47 – F 68 – F 89 – F
6–F 27 – F 48 – F 69 – V 90 – F
7–C 28 – F 49 – F 70 – E 91 – E
8–F 29 – F 50 – F 71 – D 92 – F
9–V 30 – V 51 – F 72 – B 93 – A
10 – B 31 – F 52 – F 73 – V 94 – E
11 – C 32 – A 53 – V 74 – C 95 – V / V
12 – V 33 – C 54 – V 75 – V 96 – F
13 – C 34 – E 55 – D 76 – F 97 – F
14 – F 35 – F 56 – F 77 – V 98 – V
15 - F 36 – F 57 – C 78 – F 99 – F
16 – F 37 – F 58 – C 79 – D 100 – A
17 – F 38 – F 59 – V 80 – F 101 – E
18 – F 39 – V 60 – V 81 – V 102 – A
19 - E 40 – V 61 – F 82 – A 103 – E
20 – B 41 – F 62 – B 83 – F
21 – F 42 – F 63 – F 84 – F

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(6) Outras questões: para treinar


QUESTÃO 01
[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Infraestrutura] O cidadão que entender que seu direito
líquido e certo foi violado por ato de agente do tribunal de contas que atuava no exercício de suas
funções poderá se valer do remédio constitucional denominado:
A) mandado de injunção.
B) ação popular.
C) mandado de segurança.
D) ação civil pública.
E) ação rescisória.
QUESTÃO 02
[CESPE - 2015 - FUB - Auditor] Julgue o item subsecutivo, acerca dos direitos e deveres individuais e
coletivos, dos direitos sociais, dos direitos de nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos
políticos:
A ação popular — pertencente à categoria dos direitos políticos do cidadão — é um remédio
constitucional que se manifesta como exercício da soberania popular e como instrumento da
democracia direta.
QUESTÃO 03
[CESPE - 2013 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa] Ao constatar que o
esgoto produzido em uma edificação que sediava um órgão da administração pública era lançado
diretamente no principal rio da cidade, um cidadão local, inconformado com tal situação de descaso
com o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio
ambiente da agressão constatada. Nessa situação hipotética, para requerer a medida protetiva
pretendida, o referido cidadão deverá impetrar:
A) habeas corpus.
B) ação popular.
C) mandado de segurança coletivo.
D) habeas data.
E) mandado de injunção.

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QUESTÃO 04
[CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo] Considerando que cidadania pode ser definida
como condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe
permitem participar da vida política, julgue o seguinte item, com base no disposto na CF:
Sendo a obtenção de certidões em repartição pública que objetivem o esclarecimento de situações de
interesse pessoal um direito assegurado a todas as pessoas, caso haja negativa, na via administrativa,
em atender à solicitação de emissão desse tipo de certidão, o interessado poderá impetrar mandado de
segurança pleiteando sua emissão.
QUESTÃO 05
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] No que se refere ao mandado de segurança coletivo e à
ação popular, julgue o item seguinte à luz do entendimento dos Tribunais:
Para que a legitimidade de entidade de classe seja reconhecida em sede de mandado de segurança
coletivo, é imprescindível a demonstração de que a pretensão tenha sido veiculada no interesse de toda
a categoria, e não de apenas parte dela.
QUESTÃO 06
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] Em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos, ao
habeas data e aos princípios de interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente:
Qualquer pessoa é parte legítima para impetrar habeas data, em seu favor ou de outrem, visando
conhecer ou retificar informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
QUESTÃO 07
[CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos
na CF para a tutela das liberdades, julgue as assertivas apresentada:
I- Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros de interesse
coletivo, caberá a impetração de habeas data.
I- Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva
com o objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público.
III - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade
ativa extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso,
como substituto processual.
QUESTÃO 08
[CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador] Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o
item a seguir:

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As pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e das garantias fundamentais constantes da
Constituição Federal, inclusive para impetração, em nome próprio, de mandado de segurança, habeas
data e habeas corpus.
QUESTÃO 09
[CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça] No que se refere aos direitos e às
garantias fundamentais previstos nas normas constitucionais, julgue a assertiva:
O habeas corpus é o remédio constitucional que abriga não só o direito de ir e vir, mas também qualquer
outro direito líquido e certo não abrangido por mandado de segurança e habeas data.
QUESTÃO 10
[CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz - Adaptada] Julgue a assertiva com referência aos direitos e garantias
fundamentais e às ações constitucionais:
O habeas data é ação que se destina a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes
de registro de bancos de dados governamentais ou de caráter público, mas que não dá ensejo à
retificação de dados errôneos deles constantes.
QUESTÃO 11
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo Fazendário] Autoridade pública do tribunal de
justiça de determinado estado vetou, durante um mês, a retirada de autos dos processos em trâmite
naquele tribunal por advogados atuantes nas causas, alegando que tal medida seria necessária para
melhorar a organização dos servidores do órgão, que estavam realocando os autos dos processos nas
salas do tribunal. Considerando que a medida tomada por essa autoridade foi ilegal, a Ordem dos
Advogados do Brasil local ajuizou ação constitucional a fim de proteger direito líquido e certo da classe
de advogados, que foram prejudicados ao terem sido impedidos de exercer suas atividades
profissionais. Nessa situação hipotética, a OAB impetrou:
A) habeas corpus.
B) habeas data.
C) mandado de injunção.
D) mandado de segurança coletivo.
QUESTÃO 12
[CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU - Segurança Institucional e Transporte - Conhecimentos
Específicos] Os direitos fundamentais arrolados pela CF balizam o trabalho do servidor público.
Considerando as disposições constitucionais insculpidas nos artigos que vão do 5.º ao 15, julgue o item
subsecutivo:
É assegurado o acesso às informações de interesse particular retidas pelos órgãos públicos.

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QUESTÃO 13
[CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário - Administrativo] Acerca de
constituição e de direitos e garantias, julgue o item a seguir à luz da norma constitucional e da
interpretação doutrinária sobre a matéria:
Todos os brasileiros natos têm legitimidade para propor ação popular e para denunciar irregularidades
ao Tribunal de Contas da União.
QUESTÃO 14
[CESPE - 2015 - MPOG - Analista Técnico Administrativo - Cargo 2] Acerca dos princípios fundamentais
e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir:
A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no Congresso
Nacional.
QUESTÃO 15
[CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco II] Acerca das ações
constitucionais, assinale a opção correta:
A) Mandado de injunção destina-se a regulamentar normas constitucionais de eficácia contida e de
eficácia limitada.
B) Ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, podendo figurar como réus a
administração pública e pessoa física ou jurídica que tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao
patrimônio público, histórico e cultural.
C) Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à causa de pedir e aos pedidos formulados.
D) Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político legalmente constituído e
em funcionamento há pelo menos um ano.
E) Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa
jurídica, sendo uma ação isenta de custas.

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GABARITO COMENTADO
QUESTÃO 01
[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Infraestrutura] O cidadão que entender que seu direito
líquido e certo foi violado por ato de agente do tribunal de contas que atuava no exercício de suas
funções poderá se valer do remédio constitucional denominado:
A) mandado de injunção.
B) ação popular.
C) mandado de segurança.
D) ação civil pública.
E) ação rescisória.
Comentário:
A nossa alternativa correta é a ‘c’! O mandado de segurança é o remédio constitucional adequado para
assegurar o exercício de direito líquido e certo, violado por ato de autoridade governamental. Tal
remédio, entretanto, possui caráter residual, ou seja, caberá quando a o direito violador não puder ser
amparado por habeas corpus ou habeas data.
QUESTÃO 02
[CESPE - 2015 - FUB - Auditor] Julgue o item subsecutivo, acerca dos direitos e deveres individuais e
coletivos, dos direitos sociais, dos direitos de nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos
políticos:
A ação popular — pertencente à categoria dos direitos políticos do cidadão — é um remédio
constitucional que se manifesta como exercício da soberania popular e como instrumento da
democracia direta.
Comentário:
Estamos diante de uma assertiva correta. A ação popular é instrumento judicial de exercício direto da
soberania, capaz de viabilizar o cidadão a realizar o controle de legalidade dos atos administrativos,
impedindo lesões ao patrimônio público ou a entidades de que o Estado participe, protegendo a
moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural. Encontra previsão no
art. 5º, LXXIII da CF/88 (regulada pela Lei 4.717/65) e poderá ser impetrado apenas por quem é cidadão,
ou seja, por aquele que está em pleno exercício de seus direitos políticos.
QUESTÃO 03
[CESPE - 2013 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa] Ao constatar que o
esgoto produzido em uma edificação que sediava um órgão da administração pública era lançado
diretamente no principal rio da cidade, um cidadão local, inconformado com tal situação de descaso

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com o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio
ambiente da agressão constatada. Nessa situação hipotética, para requerer a medida protetiva
pretendida, o referido cidadão deverá impetrar:
A) habeas corpus.
B) ação popular.
C) mandado de segurança coletivo.
D) habeas data.
E) mandado de injunção.
Comentário:
Nossa reposta é a da letra ‘b’, já que a ação popular, como já sabemos, caracteriza-se como
instrumento judicial de exercício direto da soberania, que viabiliza o cidadão a realizar o controle de
legalidade dos atos administrativos, impedindo lesões ao patrimônio público ou de entidades de que o
Estado participe, protegendo à moralidade administrativa, o meio ambiente (como é o caso da
hipótese apresentada) e o patrimônio histórico e cultural. Sua previsão constitucional está no art. 5º,
LXXIII da CF/88, enquanto a lei infraconstitucional que a regula é a 4.717/65.
QUESTÃO 04
[CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo] Considerando que cidadania pode ser definida
como condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe
permitem participar da vida política, julgue o seguinte item, com base no disposto na CF:
Sendo a obtenção de certidões em repartição pública que objetivem o esclarecimento de situações de
interesse pessoal um direito assegurado a todas as pessoas, caso haja negativa, na via administrativa,
em atender à solicitação de emissão desse tipo de certidão, o interessado poderá impetrar mandado de
segurança pleiteando sua emissão.
Comentário:
Eis uma questão clássica sobre remédios constitucionais! No caso apresentado, o mandado de
segurança será o remédio mais adequado para pleitear a emissão de certidão que objetive o
esclarecimento de situação de interesse pessoal, sendo a assertiva verdadeira. Isso porque o habeas
data não será cabível, pois o que se pleiteia não é a informação, sua retificação ou a inclusão de nova
informação, mas, sim, a expedição de certidão onde constam tais informações.
QUESTÃO 05
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] No que se refere ao mandado de segurança coletivo e à
ação popular, julgue o item seguinte à luz do entendimento dos Tribunais:

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Para que a legitimidade de entidade de classe seja reconhecida em sede de mandado de segurança
coletivo, é imprescindível a demonstração de que a pretensão tenha sido veiculada no interesse de toda
a categoria, e não de apenas parte dela.
Comentário:
Este é um item incorreto. Conseguiu identificar o porquê? Ora, para que o mandado de segurança
coletivo possa ser impetrado pela entidade de classe, não é necessário que a pretensão seja veiculada
no interesse de toda a categoria, podendo, conforme previsão da Súmula 630 do STF, ser veiculada
apenas a uma parte da respectiva categoria, in verbis: "a entidade de classe tem legitimação para o
mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva
categoria".
QUESTÃO 06
[CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público] Em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos, ao
habeas data e aos princípios de interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente:
Qualquer pessoa é parte legítima para impetrar habeas data, em seu favor ou de outrem, visando
conhecer ou retificar informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
Comentário:
O item é claramente falso. Afinal, o habeas data é remédio constitucional hábil ao conhecimento e
retificação de informações próprias do impetrante. Ou seja, tem caráter personalíssimo, não podendo
ser impetrado em favor de outrem (de terceiros).
QUESTÃO 07
[CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho - Adaptada] Acerca dos tipos de ação previstos
na CF para a tutela das liberdades, julgue as assertivas apresentada:
I- Caso órgão público negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros de interesse
coletivo, caberá a impetração de habeas data.
I- Estrangeiro residente no Brasil possui legitimidade ativa para ingressar com ação popular preventiva
com o objetivo de evitar a prática de ato lesivo ao patrimônio público.
III - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe é hipótese de legitimidade
ativa extraordinária e independe de autorização dos associados, figurando a entidade, nesse caso,
como substituto processual.
Comentário:
Com exceção do item III, as demais assertivas podem ser assinaladas como falsas. O habeas data, como
sabemos, é ação constitucional personalíssima, ou seja, sempre será impetrada para o acesso,
retificação ou anotação de informações relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros. No

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que tange a ação popular, somente poderá ser proposta pelo cidadão, aquele que possui capacidade
eleitoral ativa, ou seja, é eleitor e está com as obrigações eleitorais em dia, não pode ser proposta por
estrangeiro, mesmo que residente no país. Em relação ao mandado de segurança coletivo impetrado
por entidade de classe, realmente a legitimidade ativa é extraordinária, pois o legitimado atuará em
nome próprio, mas em defesa de interesses coletivos de terceiros, independendo de autorização,
conforme preceitua a súmula 629 do STF (“A impetração de mandado de segurança coletivo por
entidade de classe em favor dos associados independe da autorização deste”).
QUESTÃO 08
[CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador] Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o
item a seguir:
As pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e das garantias fundamentais constantes da
Constituição Federal, inclusive para impetração, em nome próprio, de mandado de segurança, habeas
data e habeas corpus.
Comentário:
As pessoas jurídicas, como já sabemos, são destinatárias de direitos e garantias fundamentais no limite
de sua natureza, ou seja, muito embora sejam consideradas titulares de vasto rol de direitos, alguns são
exclusivos das pessoas físicas. Nesse sentido, pessoas jurídicas podem impetrar mandado de segurança
para a proteção de um direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, podendo
impetrar este último para ter acesso a informações a seu respeito. Quando ao habeas corpus, não há
que se falar em pessoa jurídica figurando como paciente, isto porque tal remédio tem o condão de
garantir a liberdade de locomoção, direito não inerente a pessoas jurídicas (que, em razão de sua
natureza, não se locomovem). Sendo assim, a assertiva é falsa.
QUESTÃO 09
[CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça] No que se refere aos direitos e às
garantias fundamentais previstos nas normas constitucionais, julgue a assertiva:
O habeas corpus é o remédio constitucional que abriga não só o direito de ir e vir, mas também qualquer
outro direito líquido e certo não abrangido por mandado de segurança e habeas data.
Comentário:
A assertiva é claramente falsa, pois o habeas corpus tem por finalidade a tutela unicamente do direito
de locomoção, conforme se depreende da leitura do dispositivo constitucional (art. 5º, inciso LXVIII,
CF/88). Terá, portanto, cabimento contra abuso de poder ou ilegalidade que afete o direito de
locomoção do paciente. Lembrando que o remédio constitucional de natureza residual é o MS.

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QUESTÃO 10
[CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz - Adaptada] Julgue a assertiva com referência aos direitos e garantias
fundamentais e às ações constitucionais:
O habeas data é ação que se destina a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes
de registro de bancos de dados governamentais ou de caráter público, mas que não dá ensejo à
retificação de dados errôneos deles constantes.
Comentário:
Conseguiu identificar que essa assertiva é falsa? O habeas data é o remédio constitucional, de natureza
personalíssima, adequado para que o impetrante, seja ele pessoa natural ou jurídica, possa obter acesso
às suas informações constantes em bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público e, ainda, retificá-las. O habeas data será hábil, ainda, para que sejam feitas anotações nos
assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e
que esteja sob pendência judicial ou amigável.
QUESTÃO 11
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo Fazendário] Autoridade pública do tribunal de
justiça de determinado estado vetou, durante um mês, a retirada de autos dos processos em trâmite
naquele tribunal por advogados atuantes nas causas, alegando que tal medida seria necessária para
melhorar a organização dos servidores do órgão, que estavam realocando os autos dos processos nas
salas do tribunal. Considerando que a medida tomada por essa autoridade foi ilegal, a Ordem dos
Advogados do Brasil local ajuizou ação constitucional a fim de proteger direito líquido e certo da classe
de advogados, que foram prejudicados ao terem sido impedidos de exercer suas atividades
profissionais. Nessa situação hipotética, a OAB impetrou:
A) habeas corpus.
B) habeas data.
C) mandado de injunção.
D) mandado de segurança coletivo.
Comentário:
A Ordem dos Advogados do Brasil impetrou, no caso apresentado, um mandado de segurança coletivo,
com fulcro no art. 5º, LXX, alínea ‘b’ da CF/88. Não poderia ser impetrado o habeas corpus (uma vez que
tal remédio se presta a proteger a liberdade de locomoção) e nem o habeas data (que tem por objetivo
garantir o acesso às informações, retificação de informações ou anotação de informações sempre
referente à pessoa do impetrante). No que tange ao mandado de injunção, este seria cabível caso a
ausência de uma norma impedisse o exercício de liberdades e direitos previstos no texto constitucional.
Nossa resposta, portanto, encontra-se na letra ‘d’.

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QUESTÃO 12
[CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU - Segurança Institucional e Transporte - Conhecimentos
Específicos] Os direitos fundamentais arrolados pela CF balizam o trabalho do servidor público.
Considerando as disposições constitucionais insculpidas nos artigos que vão do 5.º ao 15, julgue o item
subsecutivo:
É assegurado o acesso às informações de interesse particular retidas pelos órgãos públicos.
Comentário:
A assertiva está correta. O acesso às informações, bem como a sua retificação e inclusão, desde que
próprias do impetrante, retidas pelos órgãos públicos, será assegurado pelo habeas data, previsto no
art. 5º, LXXII da CF/88.
QUESTÃO 13
[CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário - Administrativo] Acerca de
constituição e de direitos e garantias, julgue o item a seguir à luz da norma constitucional e da
interpretação doutrinária sobre a matéria:
Todos os brasileiros natos têm legitimidade para propor ação popular e para denunciar irregularidades
ao Tribunal de Contas da União.
Comentário:
A assertiva apresentada é falsa. Para que o indivíduo seja legítimo para propor ação popular deverá
ostentar, necessariamente, a condição de cidadão, ou seja, estar em pleno exercício de seus direitos
políticos, de acordo com o previsto no art. 5º, LXXIII da CF/88.
QUESTÃO 14
[CESPE - 2015 - MPOG - Analista Técnico Administrativo - Cargo 2] Acerca dos princípios fundamentais
e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir:
A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no Congresso
Nacional.
Comentário:
Eis um item falso! A ação popular terá como legitimado ativo, necessariamente, o cidadão, ou seja,
aquele indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em dia com suas obrigações
eleitorais. Partido político não tem legitimidade para propor ação popular.
QUESTÃO 15
[CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco II] Acerca das ações
constitucionais, assinale a opção correta:

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A) Mandado de injunção destina-se a regulamentar normas constitucionais de eficácia contida e de


eficácia limitada.
B) Ação popular pode ser ajuizada por pessoa física ou jurídica, podendo figurar como réus a
administração pública e pessoa física ou jurídica que tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao
patrimônio público, histórico e cultural.
C) Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à causa de pedir e aos pedidos formulados.
D) Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político legalmente constituído e
em funcionamento há pelo menos um ano.
E) Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa
jurídica, sendo uma ação isenta de custas.
Comentário:
A letra 'e' é a nossa resposta. Afinal, o writ poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural
quanto jurídica, seja nacional ou estrangeira (residente ou não no Brasil, desde que seja observado,
como requisito, a escrita da petição inicial em português), para ter acesso às informações a seu
respeito. Lembremos, ainda, que realmente a ação de HD é gratuita, em razão do disposto no art. 5°,
LXXVII.
Vamos verificar o erro das demais assertivas?
- Letra 'a': mandado de injunção é ação constitucional que visa regulamentar norma constitucional de
eficácia limitada, tão somente. Normas constitucionais de eficácia contida já são possuidoras de
aplicabilidade direta e imediata, não dependendo de regulamentação normativa ulterior para
produzirem plenamente os seus efeitos.
- letra 'b': não podemos assinalar, pois é uma alternativa dissonante do que prevê o art. 5º, LXXIII, no
sentido de que o cidadão (e somente ele) é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
- letra 'c': a assertiva está em desarmonia com o CPP, que permite que no habeas corpus o órgão
competente para seu julgamento não esteja vinculado à causa de pedir e aos pedidos formulados,
sendo possível a concessão da ordem no sentido diverso do pleiteado e, ainda, a concessão de ofício (in
verbis: “Art. 654, § 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas
corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer
coação ilegal.
- Letra 'd': Consoante prevê o art. 5º, LXX, ‘a’, CF/88 o mandado de segurança coletivo realmente pode
ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional – não havendo,
entretanto, a necessidade de o partido comprovar que está constituído e em funcionamento há pelo

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menos 1 ano (tal requisito aparece no art. 5°, LXX na alínea ‘b’, para a associação legalmente
constituída).

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(7) Resumo direcionado


 Remédios Constitucionais

- Direito de Petição
(i) De natureza não jurisdicional
- Direito à obtenção de certidões

Garantias
- Habeas Corpus
(ou Remédios
Constitucionais) - Habeas Data

(ii) De natureza jurisdicional - Mandado de Segurança

- Mandado de Injunção

- Ação Popular

 Remédios constitucionais de natureza administrativa (não jurisdicional)

 Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88, c/c Lei nº 4.898/1965

Peticionar significa apresentar, perante uma autoridade pública, um pedido (ou um


Conceito requerimento ou uma solicitação de providências ou uma reclamação ou protesto), no
intuito de pleitear certo direito, de efetivar determinada pretensão.

Comunicar ao Poder Público a realização de um ato ilícito ou praticado com abuso, para
Finalidade
que as medidas cabíveis possam ser tomadas.

(i) É um instrumento informal de índole democrática.

(ii) Pode ser exercido independentemente da presença de um advogado.

Características (iii) Permite ao sujeito exercer sua cidadania, pois ele estará atuando em prol de
interesses pessoais ou coletivos, em benefício da sociedade ou, até mesmo, de
terceiros.

(iv) O sujeito que apresentar a petição não precisa ter sofrido uma lesão a um direito
próprio seu; ele pode agir para defender a ordem constitucional ou o interesse público.

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Trata-se de uma garantia que poderá ser fruída por todos, ou seja, por pessoas naturais
Legitimidade (nacionais ou estrangeiras), bem como por pessoas jurídicas, independentemente do
pagamento de taxas.

Qualquer órgão ou autoridade do Poder Público, ou seja, pode este pertencer ao Poder
Destinatário
Executivo, Legislativo, Judiciário e até mesmo ao Ministério Público.

 Direito à obtenção de certidões – art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88; c/c Lei nº 9.051/1995

Pode ser manejado, independentemente do pagamento de qualquer taxa, por qualquer


Legitimidade
pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira.

Destinatário Qualquer órgão ou autoridade da Administração Pública, direta ou indireta.

Conseguir do Poder Público uma certificação formal (como se fosse um atestado) que
Objetivo
comprove uma situação, que confirme e valide um determinado fato.

Demonstrar claramente o seu legítimo interesse, ou seja, a existência de um direito


Requisito individual ou da sociedade, tutelado pelo ordenamento, que necessita da certidão para
ser protegido.

Ocorrendo, por parte da Administração Pública, a negativa ilegal da produção da


Recusa
certidão, o remédio constitucional cabível será o mandado de segurança.

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 Remédios constitucionais de natureza jurisdicional

 Habeas Corpus - HC (Art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF/88)

Amparar a liberdade de locomoção, fazendo cessar qualquer ameaça ou coação que a


Objetivo
comprometa.

- Natureza penal.
Características - Possui procedimento especial.

- É isento de custas.

- Impetração: ato de ajuizar (impetrar) um remédio constitucional.

- Impetrante: autor da ação.


Termos
importantes - Paciente: aquele que será o beneficiado pelo remédio (necessariamente uma pessoa
física).

- Autoridade coatora: autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder.

- É universal, pois qualquer pessoa (física ou jurídica), nacional ou estrangeira,


independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo,
profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com o HC, em benefício
Legitimidade próprio ou até mesmo alheio.
ativa
- O Ministério Público também será legitimado para impetrar o HC em favor de pessoa
física, e até mesmo o juiz poderá concedê-lo de ofício, desde que não o faça contra ato
próprio.

Obs.: não há a necessidade de advogado para a impetração do remédio.

O impetrado (ou autoridade coatora) do habeas corpus será aquele que praticar a
coação ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente.
Legitimidade
- Em alguns casos o habeas corpus poderá ser impetrado também contra atos de
passiva
particulares, em face de patente ilegalidade. É o que ocorre, por exemplo, nas relações
paciente-hospital, em que o estabelecimento condiciona a liberação do paciente ao
pagamento das despesas médico-hospitalares.

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(i) Habeas corpus repressivo: também conhecido como liberatório, pois a liberdade de
locomoção já está violada, e o intuito é conseguir a expedição de um alvará de soltura.

(ii) Habeas corpus preventivo: será usado quando existir um risco iminente à liberdade
– seu objetivo é o de obter o chamado salvo conduto, para evitar que o risco se
Espécies concretize e que a violência atinja o direito protegido.
(iii) Habeas corpus suspensivo: aplicável na hipótese de a ordem de prisão já ter sido
decretada, porém o mandado ainda estar pendente de cumprimento; almejando-se,
assim, a expedição de um contramandado de prisão.

Terá cabimento, portanto, contra ilegalidade ou abuso de poder que afete o direito de
Cabimento locomoção do paciente. A admissibilidade do habeas corpus pressupõe a existência,
mesmo que de forma acidental, de um risco à liberdade de locomoção da pessoa.

O habeas corpus segue um rito especial, extremamente informal e célere, em razão da


Procedimento
imensa importância do direito (liberdade de locomoção) que ele pretende defender.

Cabimento do Será cabível em situações nas quais temos vários pacientes sofrendo semelhante
habeas corpus violação (ou ameaça) à liberdade de locomoção e todos aguardam proteção do
coletivo remédio constitucional que estamos estudando.

 Mandado de Segurança Individual – MS (Art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº 12.016/2009)

Proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
Objetivo quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

- Natureza cível.
Características - Possui rito sumário especial.
- Não se admite o MS em face de particular que esteja em atividade própria.

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- Constitui remédio a ser utilizado quando direito líquido e certo do indivíduo for violado
por ato de autoridade governamental ou de agente de pessoa jurídica privada que
esteja, por delegação, no exercício de atribuição do Poder Público, contra o qual não
seja oponível habeas corpus ou habeas data.
Cabimento
- É um remédio constitucional de caráter residual, uma vez que somente poderá ser
impetrado para amparar direito líquido e certo que não disser respeito ao direito de
locomoção (habeas corpus) e ao direito ao acesso e/ou retificação de informações
pessoais (habeas data).

Conceito de Significa aquele direito que pode ser demonstrado independentemente de posterior
direito líquido e dilação probatória (ou seja, não haverá abertura de prazo para produção de provas: a
certo prova é pré-constituída).

Pertence ao detentor do direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou por
habeas data, podendo este ser qualquer pessoa física – brasileiros ou estrangeiros,
residentes ou não no País – ou pessoa jurídica – nacional ou estrangeira, privada ou
Legitimidade
pública –, alguns órgãos públicos com capacidade processual (caso das Mesas das Casas
ativa
Legislativas, Chefia dos Executivos, Chefia do Tribunal de Contas, Ministério Público),
agentes políticos, além de outros entes despersonalizados com capacidade processual
(e exemplo do espólio e da massa falida).

Legitimidade Será denominado de autoridade coatora, que vem a ser aquela que pratica ou ordena a
passiva execução ou a inexecução do ato a ser impugnado via mandado de segurança.

- O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, contados


do conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser impugnado, conforme dispõe o
Prazo para art. 23 da Lei nº 12.016/2009.
impetração
- Trata-se de prazo decadencial, o que implica dizer que, após iniciado o trâmite
processual, não se interrompe mais, tampouco se suspende.

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 Mandado de segurança coletivo (Art. 5º, LXX, CF/88)

- MS coletivo: tem como foco a coletividade e a proteção de seus direitos (coletivos e


Distinção entre individuais homogêneos).
MS coletivo e
- MS individual: tem como foco o sujeito considerado em sua individualidade.
individual
- Não se admite o MS em face de particular que esteja em atividade própria.

(1) Fortalecer as organizações classistas, eis que ele permite a defesa de direitos dos
membros ou associados, por exemplo, das associações e das entidades de classe.
Finalidade (2) Facilitar o acesso à justiça.

(3) Evitar o acúmulo de demandas idênticas, pois a ação permite a substituição de


diversos mandados de segurança individuais por um único de caráter coletivo.

- O mandado de segurança coletivo poderá ser utilizado nas mesmas hipóteses de


cabimento do MS individual. Assim, possui por finalidade a proteção de direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o paciente sofrer lesão
Cabimento ou ameaça a direito, por ação ou omissão da autoridade.

- Não se destina à tutela de direitos de um indivíduo em particular, devendo ser


utilizado apenas para a tutela de direitos coletivos em sentido amplo.

(i) Partido político com representação no Congresso Nacional.


(ii) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
Legitimidade funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
ativa associados.

Obs.: de acordo com o STF, o requisito de funcionamento há pelo menos 1 (um) ano
aplica-se somente às associações, não existindo para as entidades de classe, sindicatos
ou partidos políticos.

Legitimidade Será denominado de autoridade coatora, que vem a ser aquela que pratica ou ordena a
passiva execução ou a inexecução do ato a ser impugnado via mandado de segurança.

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 Mandado de injunção (Art. 5º, LXXI, CF/88 e Lei nº 13.300/2016)

É uma ação (ou remédio) constitucional, de natureza civil e de procedimento especial,


Conceito previsto no inciso LXXI do art. 5° da CF/88, atualmente regulamentada pela Lei nº
13.300 (de junho de 2016).

Concretizar o exercício de direitos, liberdades constitucionais ou prerrogativas


Finalidade inerentes à nossa nacionalidade, soberania ou cidadania, que estão inviabilizados
porque falta uma norma regulamentadora.

Será cabível sempre que a ausência de norma regulamentadora tornar inviável o


Cabimento exercício de direitos e liberdades constitucionais, bem como das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.

Requisitos para a (i) Norma constitucional de eficácia limitada desprovida de regulamentação.


impetração do
(ii) Efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público.
mandado de
injunção (iii) Nexo entre a falta de norma e o não exercício do direito/liberdade.

Qualquer pessoa, física ou jurídica, que esteja impedida de exercer os direitos e as


liberdades constitucionais, assim como de suas prerrogativas inerentes à nacionalidade,
Legitimidade
soberania e cidadania, em razão de omissão do Poder Público em editar normas
Ativa
regulamentadoras que confiram efetividade às normas constitucionais, poderá figurar
no polo ativo do mandado de injunção.

- Engloba as coletividades (sindicatos e associações) e o Ministério Público.

Será sempre do órgão, autoridade ou entidade pública (pessoa estatal) responsável por
Legitimidade viabilizar os direitos previstos na Constituição Federal, tendo em vista que o mandado
Passiva de injunção tem por objetivo suprir omissão do Poder Público em relação às normas
constitucionais (o particular, ainda que beneficiado pela omissão, nunca será
legitimado passivo no MI).

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- Reconhecida a mora legislativa, o mandado de injunção será deferido e terá como


objetivo: (i) determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da
norma regulamentadora; (ii) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições
em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja
suprida a mora legislativa no prazo determinado (ver o art. 8º, da Lei nº 13.300/2016).

- Teoria não concretista: o Poder Judiciário se limita a, tão somente, reconhecer que
há inércia do Poder Público em regulamentar o tema e comunicar ao órgão
competente a existência de uma omissão inconstitucional.

Efeitos da
- Teoria “concretista geral”: a decisão judicial no
concessão do
mandado de injunção deveria produzir efeitos erga
mandado de
- Teoria concretista: sempre omnes (ou seja, para todos).
injunção
que os pressupostos
constitucionalmente exigidos
- Individual direta: o Poder
para a impetração do
Judiciário, ao julgar a
mandado de injunção
procedência do MI, vai
estiverem presentes, o Poder
concretizar o direito do
Judiciário deverá reconhecer
- Teoria concretista autor de forma imediata.
a omissão inconstitucional e,
na sequência, viabilizar o individual: a decisão - Individual intermediária:
exercício e a efetiva prolatada pelo Poder o Poder Judiciário não
concretização do direito. Judiciário somente poderá viabilizar o direito
pode alcançar aquele de forma imediata,
que impetrou o MI, devendo, primeiro,
ou seja, possui efeitos reconhecer a mora e dar
“inter partes”. ciência ao órgão ou
autoridade impetrada,
fixando um prazo para que
possam apresentar a
regulamentação.

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 Habeas data - HD (Art. 5º, LXXII, CF/88 c/c Lei nº 9.507/1997)

Conceito É uma ação (ou um remédio) constitucional de natureza civil e procedimento especial.

(a) permitir que a pessoa tenho acesso as informações relativas a si mesma, constantes
de registros (ou bancos de dados) de entidades governamentais ou de caráter público.
Finalidade
(b) permitir que a pessoa retifique (corrija) dados, se não preferir fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.

(i) Para obter acesso às informações referente à pessoa do impetrante.


Cabimento (ii) Promover a retificação de informações referentes à pessoa do impetrante.

(iii) Proceder à anotação de informações relativas à pessoa do impetrante.

(i) A informação deve ser própria (sobre a pessoa do impetrante). A ação é


personalíssima.

(ii) A informação deve estar em um registro ou banco de dados de uma entidade


Requisitos para a governamental ou de uma entidade privada que dê publicidade a esses dados (que os
impetração do divulgue).
habeas data
(iii) O impetrante deve comprovar o “interesse de agir”, isto é, ele deverá na petição
inicial de HD mostrar que houve recusa por parte da autoridade administrativa
competente em apresentar (ou corrigir ou anotar) as informações pessoais ou então
que ele não recebeu uma resposta dentro do prazo previamente estabelecido pela lei.

- Da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão.


A petição inicial
- Da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem
deverá ser
decisão.
instruída com
prova - Da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de
mais de quinze dias sem decisão.

- Qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja nacional ou estrangeira, para ter
acesso às informações a seu respeito (ou para pedir a correção delas ou a anotação de
algum dado complementar).
- O HD só pode ser impetrado para o acesso, retificação ou anotação de informações
Legitimidade relativas à pessoa do próprio impetrante e não de terceiros.
Ativa
- Reconhece-se a legitimidade dos herdeiros do de cujus (falecido) e do cônjuge
supérstite (sobrevivente) para a correção de dados do morto.
- O cônjuge sobrevivente tem legitimidade para propor habeas data com o objetivo de
obter informações do de cujus.

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Tendo em vista que o habeas data tem por finalidade dar conhecimento e/ou retificar
informações constantes de registro ou de banco de dados, tanto de entidades
Legitimidade
governamentais, como de particulares que tenham caráter público, são justamente tais
Passiva
entidades que podem ser sujeitos passivos do habeas data, desde que possuam
informações relativas ao impetrante.

(i) Fase administrativa (ou pré-judicial): nesta, o interessado solicita


administrativamente a informação, a retificação, a anotação ou explicação sobre um
dado exato constante do banco de dados.
Procedimento (ii) Fase judicial: A fase judicial inicia-se com o legitimado ativo impetrando o habeas
data, isto é, acionando o órgão judiciário competente conforme normativa
constitucional e também à luz do art. 20, Lei nº 9.507/1997.
Obs.: É uma ação gratuita e necessita de advogado.

 Ação Popular- AP (Art. 5º, LXXIII, CF/88; Lei nº 4.717/1965)

É um instrumento judicial de exercício direto da soberania, com caráter cívico, que


Conceito viabiliza que o cidadão controle a legalidade dos atos administrativos e impeça as
lesividades, fazendo valer seu direito subjetivo a um Governo honesto, desprovido de
corrupção e desvios.

É uma ação (ou remédio) constitucional de natureza civil que tem por objetivo principal
Finalidade anular ou declarar a nulidade de um ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

- Preventiva: quando for ajuizada antes da efetivação dos efeitos danosos ao


patrimônio público.
Espécies
- Repressiva: quando o intuito da propositura da ação é anular os atos lesivos,
conseguir o ressarcimento dos danos ocasionados e a recomposição do patrimônio
público lesado.

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(i) Requisito subjetivo: ser cidadão. A ação popular somente poderá ser proposta pelo
Requisitos para a cidadão, aquele nacional que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, é eleitor e está
impetração da com as obrigações eleitorais em dia.
ação popular (ii) Requisito objetivo: lesão (ou ameaça de lesão) ao patrimônio público, por
ilegalidade ou imoralidade.

- Pertence ao cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja em


Legitimidade dia com suas obrigações eleitorais.
Ativa - A condição de cidadão será comprovada com a juntada do título de eleitor ou com
documento que lhe corresponda.

(i) os estrangeiros, mesmo que residentes no território nacional.

Não poderão (ii) os apátridas.


figurar no polo (iii) as pessoas jurídicas, conforme a súmula nº 365, STF.
ativo da ação
popular (iv) os brasileiros que estejam com seus direitos políticos suspensos ou perdidos, nos
termos do art. 15, CF/88.

(v) o Ministério Público.

(i) Pessoas jurídicas de direito público, cujo patrimônio se procura proteger, bem como
suas entidades autárquicas e quaisquer outras pessoas jurídicas que sejam
subvencionadas pelos cofres públicos (ver art. 1º, Lei nº 4.717/1965).
Legitimidade
Passiva (ii) Os responsáveis pelo ato lesivo, vale dizer, autoridades diretamente responsáveis
pelo ato que está sendo impugnado, administradores e demais funcionários.
(iii) Beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2017.

BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal anotada. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019.

MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 41ª ed. atual. São Paulo: Malheiros,
2018.

SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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