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Nathalia Masson
Direito Constitucional - Auditor da Receita Federal
Aula 02
Aula 02
Direito Constitucional – Constituição:
Classificação, Constitucionalismo,
Interpretação e Princípios constitucionais
Auditor da Receita Federal
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Sumário
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 2
CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÃO, CONSTITUCIONALISMO, INTERPRETAÇÃO E
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ..................................................................................................... 4
(1) RECADO INICIAL ..............................................................................................................................................4
(2) CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ...........................................................................................................4
(A) QUANTO À ORIGEM .........................................................................................................................................4
(A.1) DEMOCRÁTICA .............................................................................................................................................4
(A.2) OUTORGADA ................................................................................................................................................4
(A.3) CESARISTA ................................................................................................................................................... 5
(A.4) DUALISTAS (OU CONVENCIONADAS) ........................................................................................................ 7
(B) QUANTO À ESTABILIDADE (MUTABILIDADE OU PROCESSO DE MODIFICAÇÃO) ....................................... 8
(B.1) IMUTÁVEL ................................................................................................................................................... 8
(B.2) RÍGIDA ........................................................................................................................................................ 8
(B.3) FLEXÍVEL .....................................................................................................................................................9
(B.4) SEMIRRÍGIDA ..............................................................................................................................................9
(C) QUANTO À FORMA......................................................................................................................................... 11
(C.1) ESCRITA...................................................................................................................................................... 11
(C.2) NÃO ESCRITA ............................................................................................................................................. 11
(D) QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO .......................................................................................................... 12
(D.1) DOGMÁTICA ............................................................................................................................................... 12
(D.2) HISTÓRICA ................................................................................................................................................ 13
(E) QUANTO À EXTENSÃO................................................................................................................................... 14
(E.1) ANALÍTICA.................................................................................................................................................. 14
(E.2) CONCISA..................................................................................................................................................... 14
(F) QUANTO AO CONTEÚDO................................................................................................................................ 16
(F.1) MATERIAL .................................................................................................................................................. 16
(F.2) FORMAL ..................................................................................................................................................... 17
(G) QUANTO À FINALIDADE ............................................................................................................................... 19
(G.1) GARANTIA .................................................................................................................................................. 19
(G.2) BALANÇO ................................................................................................................................................... 19
(G.3) DIRIGENTE ................................................................................................................................................ 19
(H) QUANTO AO LOCAL DA DECRETAÇÃO ......................................................................................................... 21
(H.1) HETEROCONSTITUIÇÃO (OU CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA) .............................................................. 21
(H.2) AUTOCONSTITUIÇÃO ................................................................................................................................ 21
(I) QUANTO À INTERPRETAÇÃO ......................................................................................................................... 21
(I.1) NOMINALISTA ............................................................................................................................................. 21
(I.2) SEMÂNTICA................................................................................................................................................ 22
(J) QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE = CRITÉRIO ONTOLÓGICO ...................................... 22
(J.1) NORMATIVA............................................................................................................................................... 23
(J.2) NOMINATIVA............................................................................................................................................. 23
(J.3) SEMÂNTICA ............................................................................................................................................... 23
(3) CONSTITUCIONALISMO (CICLOS CONSTITUCIONAIS) ............................................................................... 26
(3.1) NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ........................................................................................................................ 26
(3.2) CONSTITUCIONALISMO ANTIGO ............................................................................................................. 26
(3.3) CONSTITUCIONALISMO MEDIEVAL ........................................................................................................ 28
(3.4) CONSTITUCIONALISMO MODERNO (LIBERAL-BURGUÊS) ................................................................... 29
(3.5) CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO (OU “NEOCONSTITUCIONALISMO”) ............................... 32
(3.6) CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO (OU CONSTITUCIONALISMO VINDOURO OU DO PORVIR) ..........33
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CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÃO,
CONSTITUCIONALISMO, INTERPRETAÇÃO E
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
(1) Recado inicial
Lembre-se que esta aula foi produzida para o concurso de Auditor da Receita Federal, sendo
datada de março de 2020. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera no mundo
jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões
do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material desatualizado.
Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso!
(A.1) Democrática
Também chamada de promulgada ou popular, esta Constituição tem seu texto elaborado por
intermédio da participação do povo, de modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos).
Homenageia o Princípio Democrático na medida em que confirma a soberania popular, demonstrando
que Governo legítimo é aquele que se constrói afirmando a vontade e os interesses de seus governados.
Como exemplo desta tipologia, podemos citar as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
(A.2) Outorgada
Considera-se outorgada (imposta, ditatorial ou autocrática) a Constituição que é feita sem
qualquer resquício de participação popular, sendo imposta aos nacionais como resultado de um ato
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unilateral do governante. O povo não participa do seu processo de formação, nem mesmo
indiretamente. Como exemplo, podemos citar as Constituições Brasileiras de 1824, 1937, 1967 e a EC nº
1/1969.
Veja, a seguir, uma ilustração de como o examinador pode exigir o tema:
A) analíticas e sintéticas.
B) outorgadas e históricas.
C) históricas e dogmáticas.
D) promulgadas e outorgadas.
E) dogmáticas e promulgadas.
Comentário:
Já no enunciado o examinador explicitou o que desejava: que você fosse capaz de denominar e distinguir as
Constituições que são fruto dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte, composta por representantes
do povo (isto é, uma Constituição democrática ou promulgada), dos textos elaborados sem qualquer tipo
de participação popular (as Constituições outorgadas – ou ditatoriais). Fica claro, deste modo, que a
alternativa que estamos procurando é a ‘d’.
Gabarito: D
(A.3) Cesarista
Da mesma forma que a outorgada, a Constituição cesarista tem seu texto elaborado sem a
participação do povo. No entanto, e diferentemente daquela, para entrar em vigor dependerá de
aprovação popular que a ratifique (confirme) depois de pronta.
Apesar de a população ser chamada ao processo de formação do documento constitucional, não
pense, meu caro aluno, que este texto será democrático: afinal, tal participação é meramente formal,
dada por meio da concordância popular a um documento já pronto, inteiramente produzido, sem
nenhuma possibilidade de o povo inserir ali algum conteúdo novo.
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Portanto, temos que afastar o caráter popular dessas Constituições cesaristas, pois a
participação dos indivíduos, nesses casos, não é realmente democrática – só ocorre no intuito de conferir
aparência de legítima (uma “roupagem democrática”) à tirânica e autoritária vontade do detentor do
poder.
Vejamos agora uma questão de prova acerca dessa tipologia:
A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de
revisão.
C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.
E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa
estipulação unilateral camuflada.
Comentário:
A alternativa que deveremos marcar é a ‘b’: a Constituição classificada quanto à sua origem como cesarista
tem o seu texto elaborado sem a participação do povo, mas, para entrar em vigor, dependerá da aprovação
popular que a ratifique depois de pronta. Lembremos, no entanto, que melhor teria sido a banca dizer
“referendo popular” (e não plebiscito), pois o projeto já está elaborado.
A alternativa ‘a’ não deverá ser marcada pois remete que uma Constituição cesarista é constituída de forma
derivada por um órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão. Já sabemos
que uma Constituição cesarista é escrita, sem a participação do povo, que apenas realizará o trabalho de
ratificá-la depois de pronta.
Por seu turno, a alternativa ‘c’ nos apresenta a ideia de uma Constituição classificada quanto à sua origem
como outorgada, enquanto a alternativa ‘d’ nos apresenta a Constituição classificada como promulgada
quanto à sua origem.
Por fim, a alternativa ‘e’ define a Constituição classificada quanto à sua origem como dualista.
Gabarito: B
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A) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação popular por meio do voto e
da elaboração de normas constitucionais.
B) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou das relações políticas e
econômicas.
C) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele que tem a titularidade
do poder constituinte originário.
D) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular, o plebiscito e o
referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor do poder.
Comentário:
Após esse nosso detalhado estudo da classificação das Constituições quanto à origem, parece-me que é
tarefa simples assinalar a assertiva “A” como correta. Como vimos, as Constituições promulgadas (ou
democráticas), são mesmo confeccionadas a partir de uma participação popular. As demais definem de
modo equivocado as outras tipologias de classificação.
Gabarito: A
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(B.1) Imutável
Também chamada de “granítica” ou “intocável” é uma Constituição dotada de uma fantasiosa
pretensão: a de ser eterna. Ela não permite nenhuma mudança de seu texto, pois não prevê
procedimento de reforma. Está completamente em desuso e representa, nos dias de hoje, uma mera
lembrança histórica – afinal, não podemos imaginar, na atualidade, um documento constitucional que
ignore, em absoluto, as mudanças sociais e políticas.
Essa é também a posição de José Afonso da Silva, para quem a estabilidade das Constituições é
importante para assegurar certa permanência e durabilidade das instituições, mas essa estabilidade não
pode ser absoluta, significando imutabilidade. Segundo o autor:
Não há Constituição imutável diante da realidade social cambiante, pois não é ela apenas um
instrumento de ordem, mas deverá sê-lo, também, de progresso social. Deve-se assegurar certa
estabilidade constitucional, (...) mas sem prejuízo da constante, tanto quanto possível, perfeita
adaptação das constituições às exigências do progresso, da evolução e do bem-estar social"1.
A doutrina enumera as leis fundamentais antigas, como o Código de Hamurabi e a Lei das XII
Tábuas, como exemplos de Constituições imutáveis2.
(B.2) Rígida
Nas Constituições rígidas, a alteração do texto é possível, mas exige um processo legislativo
mais complexo e difícil do que aquele previsto para a elaboração das leis ordinárias e complementares.
Tais regras diferenciadas e mais rigorosas são estabelecidas pela própria Constituição e tornam a
alteração do texto constitucional mais complicada do que a feitura das leis comuns. Isso significa dizer
que em Constituições rígidas é mais difícil fazer uma emenda constitucional do que uma lei ordinária.
Temos como exemplo de Constituição rígida a nossa Constituição Federal de 1988, que exige
para a aprovação de suas emendas constitucionais o respeito a um procedimento bem mais severo e
rigoroso do que aquele estabelecido para a construção da legislação ordinária: de acordo com o art. 60,
1
. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 28ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 41-42.
2
. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Editora Método, 2011, p. 111.
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CF/88, a aprovação de uma emenda constitucional exige discussão e votação em cada Casa do Congresso
Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) em dois turnos em cada Casa, sendo necessário
obter, em cada Casa, em cada turno, o voto favorável da maioria de 3/5 dos componentes da Casa
Legislativa respectiva. É um procedimento bem mais complexo do que aquele utilizado para a feitura de
uma lei ordinária, que só é votada em um turno único e aprovada por maioria simples.
(B.3) Flexível
Essa Constituição é diferente da rígida, pois ela pode ser modificada por intermédio de um
procedimento legislativo comum, ordinário, não requerendo qualquer processo específico e mais
complexo para sua alteração. Ou seja, as mesmas regras de processo legislativo que usamos para
elaborar leis ordinárias são também adotadas para a elaboração das emendas constitucionais.
(B.4) Semirrígida
Estamos diante de uma Constituição semirrígida – também conhecida como semiflexível –
quando o documento constitucional pode ser modificado segundo ritos diferentes, a depender do tipo
de norma que vá ser alterada. Neste tipo de Constituição, alguns artigos do texto (os que abrigam os
assuntos mais importantes) compõem a parte rígida, de forma que só possam ser reformados por meio
de um procedimento diferenciado e rigoroso, enquanto os demais artigos (que integram a parte flexível)
podem ser alterados seguindo o processo ordinário, que é mais simples e menos dificultoso.
Nossa Constituição Imperial de 1824, em virtude da previsão constante do art. 1783, podia ser
considerada como semirrígida, conforme assegura Kildare:
No Brasil, a Constituição do Império de 1824 caracterizava-se pela semi rigidez. É o que seu
artigo 178 dispunha que se consideravam como constitucionais apenas as matérias que se referissem aos
limites e tribulações do poder político e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o mais,
embora figurasse na Constituição por não ser constitucional, podia ser alterada por lei ordinária4.
Vou encerrar essa classificação da letra ‘B’, quanto à estabilidade, lembrando que o fato de nossa
Constituição ser rígida não a torna, necessariamente, mais estável que as constituições flexíveis que são
adotadas em outros países. Ser rígida significa que o processo de feitura de emenda é mais complexo,
3
. Art. 178, Constituição Imperial de 1824: “É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos
Poderes Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, póde ser alterado
sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”(sic).
4
. CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional: teoria do estado e da Constituição. Direito constitucional positivo. 14ª
ed. rev. atual e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2008, p. 276.
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mas não significa que a Constituição sofrerá menos emendas, pois isso é algo que depende da
maturidade democrática do país. Aliás, a Constituição brasileira é um ótimo exemplo de documento que
já foi modificado inúmeras vezes (são mais de 100 emendas).
Vamos avaliar juntos como essa classificação foi cobrada em uma prova para Procurador,
aplicada em 2015 no Paraná:
A) Rígida.
B) Flexível.
C) Histórica.
D) Semirrígida.
E) Garantista.
Comentário:
Ora meu caro aluno, o enunciado nos apresentou exatamente aquilo que acabamos de estudar: uma
Constituição rígida é aquela que exige, para a alteração do seu texto, um procedimento mais complexo e
dificultoso do que aquele prescrito para a feitura das leis ordinárias. Sendo assim, a alternativa a ser marcada
será a da letra ‘a’.
Gabarito: A
O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de emendas constitucionais não
é suficiente para classificar a vigente Constituição Federal brasileira como flexível.
Comentário:
O que nos permite classificar uma Constituição como rígida ou flexível é o procedimento por ela prescrito
para sua modificação (se é mais complexo ou se é idêntico ao procedimento previsto para a feitura de leis
ordinárias) e não quantas vezes seu texto foi alterado. Destarte, a assertiva apresentada pode ser
considerada correta.
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Gabarito: Certo
(C.1) Escrita
É a Constituição na qual todos os dispositivos são escritos e estão inseridos de modo organizado
em um único documento, de forma codificada – note, meu caro aluno, que nossa CF/88 tem todos os
seus artigos organizados em um único “livro”, que você pode comprar numa livraria ou adquirir
gratuitamente na internet. Ou seja: em nosso país, só são normas constitucionais as que você encontra
nesse documento que chamamos de Constituição.
Também vale destacar que nas Constituições escritas, o texto é elaborado em um momento
único, de uma só vez.
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Comentário:
Nessa questão o examinador mesclou os critérios de classificação e os conceitos. No que se refere à forma,
as Constituições podem ser escritas ou não escritas. Quanto ao conteúdo, critério que estudaremos adiante,
teremos Constituições formais e materiais. Nesse contexto, como uma Constituição consolidada em um
instrumento formal e solene é escrita (e não material), você deve julgar essa assertiva como falsa.
Gabarito: Errado.
(D.1) Dogmática
Também chamada de ortodoxa, é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma
ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão competente para tanto. Retrata os valores e
os princípios que vigoravam na sociedade naquele específico período de produção e os insere em seu
texto, fazendo com que ganhem a força jurídica de dispositivos obrigatórios. É uma Constituição feita de
uma só vez, em um período histórico delimitado.
Um detalhe! Como os valores e princípios que regulam a vida em sociedade em determinado
momento histórico entram na Constituição como se fossem dogmas, tais Constituições acabam por
receber a denominação de dogmáticas.
Alguns autores dividem a Constituição dogmática, com relação à sua ideologia, em dois tipos:
(i) ortodoxa: quando o texto constitucional reflete um pensamento único, só havendo espaço
para uma exclusiva ideologia – não há espaço para conciliação de doutrinas opostas. São exemplos a
Constituição da China, de 1982, e a da extinta União Soviética, de 1977.
(ii) eclética (heterodoxa ou heterogênea): nesta Constituição, o convívio harmônico entre várias
ideologias é a marca central do texto. Por não haver uma única força política prevalente, essa
Constituição é o resultado de uma composição variada de acordos heterogêneos, que demonstra a
pluralidade de ideologias (as vezes colidentes) e sinaliza a ocorrência de possíveis duelos (judiciais,
legislativos e administrativos) entre os diversos grupos políticos, a serem pacificados pelos operadores
jurídicos. Nossa Constituição de 1988 é considerada eclética, pois dá respaldo a várias formas de
pensamento (tanto é que um dos seus fundamentos do art. 1° é justamente o pluralismo político).
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(D.2) Histórica
Sempre não escrita, é uma Constituição que se constrói aos poucos, em um lento processo que
vai filtrando e absorvendo as ideias da sociedade. Ela não se forma de uma só vez, como as Constituições
dogmáticas. Ela é o produto de uma gradativa evolução jurídica e histórica da sociedade, de um vagaroso
processo de cristalização dos valores e princípios compartilhados pelo grupo social. Como exemplo
contemporâneo de Constituição histórica, temos a inglesa.
Sobre essa classificação (quanto ao modo de elaboração), uma consideração final é importante:
em termos de estabilidade pode-se dizer que a histórica é mais duradoura e sólida, enquanto a dogmática
apresenta uma certa tendência à instabilidade. Isso porque enquanto a histórica é resultado de uma
paulatina maturação dos diferentes valores que existem na sociedade – o que resulta em uma
constituição demoradamente pensada e planejada – a dogmática, no mais das vezes, sedimenta valores
de uma época específica, interesses passageiros, e estes, conforme o tecido social vai se alterando, vão
se tornando ultrapassados, o que acarreta a necessidade de seguidas modificações do texto para que a
Constituição continue correspondendo à realidade daquele país.
Vejamos um item de prova sobre esse critério classificatório:
Vou lhe mostrar, meu caro, como é que esse critério é cobrado em prova. Resolveremos juntos
uma questão:
A assertiva, ainda que mencione acertadamente que nossa CF/88 é dogmática, peca ao definir tal tipologia,
pois apresenta justamente o conceito de uma Constituição histórica.
Gabarito: Errado.
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(E.1) Analítica
Igualmente chamada de “prolixa” (ou “extensa"), sua confecção se dá de maneira ampla,
detalhada, já que regulamenta vários assuntos: os considerados muito relevantes para a organização e
funcionamento do Estado e outros que não são tão importantes, mas mesmo assim são inseridos no
texto da Constituição.
Constituições prolixas não se preocupam em cuidar apenas das matérias constitucionais,
essenciais à formação e organização do aparelho estatal e da vida em sociedade; ao contrário, descrevem
os pormenores da vida no Estado, através de uma infinidade de normas de conteúdo dispensável à
estruturação estatal. Segundo a doutrina, é uma Constituição que se desdobra “numa infinidade de
normas no afã de constitucionalizar todo o conjunto da vida social" 5. Por resultado, temos uma
Constituição inchada, com número sempre volumoso de artigos.
Como exemplo podemos citar a Constituição do Brasil de 1988, a de Portugal (1976) e a da
Espanha (1978).
(E.2) Concisa
Sintética é a Constituição elaborada de forma reduzida, com preocupação única de enunciar os
princípios básicos para a estruturação estatal, mantendo-se restrita aos assuntos que realmente são
constitucionais.
Por ser um documento sucinto, elaborado de modo bastante resumido, seu texto se encerra
após estabelecer os princípios fundamentais de organização do Estado e da sociedade. Tem-se como
exemplo desse tipo de Constituição a dos Estados Unidos da América, de 1787, possuidora de apenas
sete artigos originais (redigidos em 4.400 palavras, tão somente!).
5
. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional. 5ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.
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Parcela da doutrina vê virtudes nestas Constituições em razão da sua maior duração ao longo
do tempo, “por serem mais facilmente adaptáveis às mudanças da realidade, dado o seu caráter
principiológico, sem que haja necessidade de constante alteração formal do seu texto"6.
Outros juristas7, no entanto, destacam as Constituições são um reflexo das crenças e das
tradições de cada povo, valores que não podem ser trocados por modelos estrangeiros 8. Por isso,
segundo Gisela Maria Bester, a evidente prolixidade e extensão do nosso texto constitucional refletem
as
virtudes e os defeitos do povo brasileiro. E se ela é extensa, é porque não somos sutis a ponto de
termos regras claras e objetivas com paralela economia de palavras. Não, não somos dados a
sutilezas; nós somos explícitos, minudentes e repetitivos, e bem por isso precisamos inserir e repetir
no texto constitucional regras que pareceriam óbvias em outras culturas. Se a Constituição é
“exagerada”, é porque nós brasileiros, somos exatamente assim: exagerados, expansivos, largos nos
sorrisos e nas maneiras. Somos abundantes nas cores, nos decotes, das mesas postas, na
voluptuosidade da exibição dos corpos masculinos e femininos. Somos fartos na exposição de nossas
vaidades, mas também na administração do que vem de fora. Falamos alto, furamos filas, mas
também somos exuberantemente solidários, acolhedores, hospitaleiros, sensíveis, emotivos. Um
sem-número de outros defeitos e qualidades poderiam ser descritos, mas os listados já nos bastam
para provarmos uma tese irrefutável: a tese de que a Constituição é o nosso retrato. A Constituição
modelo, dos Estados Unidos, enxuta na forma, breve, objetiva, talvez não nos sirva porque somos de
uma exuberante extroversão, daí que para nós só poderia ser mesmo uma Constituição do tipo
generosa.9
Superada essa classificação, vejamos como o examinador poderá cobra-la em sua prova:
6
. CARVALHO, Kildare Gonçalves de. Direito Constitucional. 11ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 203.
7
. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional. 5ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.
8
. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional. 5ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.
9
. BESTER, Gisela Maria. Direito Constitucional – fundamentos teóricos, p. 115-116, apud CARVALHO, Kildare Gonçalves de.
Direito Constitucional. 11ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 295.
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A) flexível.
B) analítica.
C) material
D) outorgada
Comentário:
É claro que marcaremos a letra ‘b’, certo? Sabemos que o que caracteriza uma Constituição como analítica
é justamente o fato de ela ser extensa e trazer em seu texto múltiplos assuntos, não só os temas
considerados materialmente constitucionais (os direitos fundamentais e as normas centrais de organização
do Estado).
Gabarito: B.
(F.1) Material
Uma Constituição é material quando consideramos como constitucional toda norma que tratar
de matéria constitucional, independentemente de estar tal diploma inserido ou não no texto da
Constituição. A doutrina ainda não pacificou a definição do que seja ou não matéria constitucional,
entretanto me parece que existe um acordo no que tange ao reconhecimento de que alguns assuntos
seriam indispensáveis a um texto constitucional, por serem essenciais à organização e estruturação do
Estado. Este rol mínimo seria formado, ao menos, pelos seguintes temas: estruturação da forma de
Estado, regime, sistema e forma de Governo; repartição de atribuições entre os entes estatais; direitos e
garantias fundamentais do homem.
Desta forma, toda norma que tratar de qualquer um dos assuntos acima listado é uma norma
constitucional, seja ela um artigo da Constituição, seja ela uma lei ordinária, seja ela uma decisão do
Tribunal Constitucional...
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(F.2) Formal
Nesta acepção, constitucional são todas as normas inseridas no texto da Constituição,
independentemente de versarem ou não sobre temas tidos por constitucionais, isto é, assuntos
imprescindíveis à organização política do Estado. Em outros termos, são constitucionais as normas que
estão o documento constitucional, ainda que o conteúdo de algumas delas não possa ser considerado
materialmente constitucional.
Assim, em Constituições formais, como a nossa de 1988, teremos alguns artigos que serão
considerados só formalmente constitucionais (estão inseridos na Constituição, mas no que se refere ao
seu conteúdo não podem ser considerados constitucionais), enquanto outros serão formal e
materialmente constitucionais, em razão de estarem no texto da Constituição e tratarem de matéria
considerada constitucional. Vamos exemplificar esses dois cenários com artigos?
Pense no art. 242, § 2º, CF/88, que diz: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de
Janeiro, será mantido na órbita federal”. Como você classificaria este artigo? Certamente ele é
formalmente constitucional, pois está na CF/88. No entanto, qual é a sua percepção quando à matéria: é
assunto constitucional (que deveria estar mesmo na Constituição) ou é uma matéria acessória, lateral,
que poderia ter sido tratada em uma lei ordinária? Claro que ficamos com a segunda opção, razão pela
qual podemos classificar este artigo como sendo só formalmente constitucional (está na Constituição,
mas não trata de matéria constitucional).
Verifique agora o art. 5°, II, que consagra o princípio da legalidade ao dizer que “II - ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Sem dúvida é uma norma
formalmente constitucional, pois está na Constituição. E quanto ao conteúdo? Como consagra um
direito fundamental, é também uma norma materialmente constitucional. Ou seja, é um dispositivo que
pode ser classificado como norma material e formalmente constitucional.
Veja como isso será cobrado:
Comentário:
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Assertiva falsa. O que classifica uma Constituição como formal é o seu conteúdo e não os aspectos
referentes à sua origem (promulgada ou outorgada), tampouco o modo como é desenrolada a sessão da sua
apresentação ao povo.
Gabarito: Errada.
[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de
1988, tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta:
A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável (cláusulas
pétreas) e outras normas passíveis de alteração.
C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um texto
escrito quanto por usos e costumes internacionais.
D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas
formalmente constitucionais.
E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu núcleo
rígido não pode ser alterado nem mesmo por Emenda.
Comentário:
Nessa questão, a alternativa a ser marcada é a da letra ‘d’, diante da possibilidade de encontrarmos em nossa
Constituição Federal normas materialmente constitucionais (que tratam da estruturação da forma de
Estado, do regime, sistema e forma de Governo, da repartição de atribuições entre os entes estatais e dos
direitos e garantias fundamentais) e normas consideradas apenas formalmente constitucionais (estão
inseridas no texto da Constituição, contudo, não tratam de tema reconhecido como constitucional).
A alternativa ‘a’ apresentada um erro ao dizer que nossa Constituição é semirrígida (sabemos que é rígida),
enquanto a alternativa ‘c’ afirma que o legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição
histórica (nosso documento constitucional é dogmático).
Por fim, a alternativa ‘e’ peca ao dizer que nossa Constituição é imutável: como já comentamos em várias
oportunidades nessa aula, nossa Constituição é rígida, ainda que possua em seu texto normas que não
podem ser alteradas por emenda constitucional.
Gabarito: D
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(G.1) Garantia
Também denominada “Constituição-quadro”, restringe o poder estatal, criando esferas de não
interferência do poder público na vida dos indivíduos. Por possuir um corpo normativo repleto de direitos
individuais oponíveis ao Estado, podemos dizer que ela traz para os sujeitos liberdades-negativas, que
estabelecem espaços de não atuação e não interferência estatal na vida privada das pessoas.
A doutrina10 aponta que a Constituição garantia é um documento com “olhar” direcionado ao
passado, pois se preocupa em garantir os direitos já conquistados outrora, protegendo-os diante de uma
possível (e indesejável) interferência do Estado.
(G.2) Balanço
Igualmente intitulada “Constituição-registro”, é própria dos regimes socialistas – as
Constituições de 1924, 1936 e 1977 da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) são
exemplos. Esta tipologia constitucional, cujo “olhar” se volta para o presente, procura explicitar o
desenvolvimento atual da sociedade e ser um espelho fiel capaz de traduzir os patamares em que se
encontram a economia e as instituições políticas.
Nos dizeres de Manoel Gonçalves Ferreira Filho:
é a Constituição que descreve e registra a organização política estabelecida. Na verdade, segundo
essa doutrina, a Constituição registraria um estágio das relações de poder. Por isso é que a URSS,
quando alcançado novo estágio na marcha para o socialismo, adotaria nova Constituição, como o fez
em 1924, a 1936 e 1977. Cada uma de tais Constituições faria o balanço do novo estágio.11
(G.3) Dirigente
Contrapondo-se à Constituição-garantia, a dirigente é uma Constituição feita a partir de
expectativas lançadas para o futuro, pois ela cria um plano de fins e objetivos que serão perseguidos pelos
poderes públicos e pela sociedade. É marcada, pois, pela presença de programas e projetos voltados à
concretização de certos ideais políticos.
10
. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 12-13.
11
. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 13.
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Comum em seu texto é a presença de normas de eficácia programática, destinadas aos órgãos
estatais com a finalidade de fixar os programas que irão guiar os poderes públicos na consecução dos
planejamentos traçados. Tal qual a Constituição de Weimar, de 1919, e a Constituição da República
Portuguesa, de 1976, a nossa atual Constituição da República é um dos clássicos exemplos utilizados para
apresentar a Constituição dirigente.
Segundo Eros Grau, “Que a nossa Constituição de 1988 é uma Constituição dirigente, isso é
inquestionável. O conjunto de diretrizes, programas e fins que enuncia, a serem pelo Estado e pela
sociedade realizados, a ela confere o caráter de plano global normativo, do Estado e da sociedade” 12.
B) Quanto à sua estabilidade, a CF é um exemplo de constituição classificada como flexível, pois possibilita
a sua evolução por intermédio de emendas constitucionais.
C) Trata-se de uma constituição balanço, pois visa garantir a permanência dos direitos, liberdades e
garantias fundamentais, voltando-se precipuamente para o passado.
D) Caso existissem normas programáticas na CF, ela seria um exemplo de constituição garantia.
Muito interessante essa questão elaborada pelo CESPE. Vamos avaliar item a item, começando com a letra
‘e’: é incorreta, pois menciona que nossa CF/88 foi outorgada, o que sabemos não ser verdade, já que o nosso
texto constitucional foi promulgado (é popular). A letra ‘d’ é falsa pois são as Constituições dirigentes que
trazem em seu corpo normas programáticas. Já a alternativa “C” peca em duas coisas: nos dizer que nossa
Constituição é uma Constituição-balanço (a CF/88 é dirigente) e afirmar que uma Constituição-balanço (ou
registro) volta o seu olhar para o passado (é para o presente). Também não poderemos marcar a letra ‘b’,
pois sabemos que a nossa Constituição Federal de 1988 é um exemplo de documento rígida, que pode ser
alterado por uma emenda constitucional, mas segundo um processo mais solene e dificultoso do que aquele
previsto para a elaboração de leis infraconstitucionais (leis ordinárias ou complementares). Só nos resta
como alternativa a assinalar a constante da letra ‘a’. está correta, pois nossa Constituição é dogmática, e
isso não representa nenhum obstáculo para ela ser alterada.
Gabarito: A
12
. CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários à Constituição
do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.
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(H.2) Autoconstituição
Também chamada de autônoma, é a Constituição elaborada dentro do próprio Estado que ela
vai estruturar normativamente e reger. Em regra, as Constituições são deste tipo – inclusive a nossa atual,
de 1988.
(I.1) Nominalista
É uma Constituição possuidora de normas tão precisas e inteligíveis que dispensa, para ser
compreendida, de qualquer outro método interpretativo que não o gramatical ou literal. Todas as
possíveis ocorrências constitucionais da vida fática já possuem, previamente, resposta no texto
constitucional: basta aplicar na literalidade a norma jurídica cabível na hipótese que solucionada está a
controvérsia.
Atualmente é impensável um documento constitucional com dispositivos de conteúdo tão
exato e certo que dê conta de abraçar toda a colossal realidade fática (excessivamente complexa) a ser
normatizada. A importância dessa tipologia constitucional hoje é, portanto, meramente histórica.
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(I.2) Semântica
Em sentido inverso à nominalista, Constituição semântica é aquela cujo texto exige a aplicação
de uma diversidade de métodos interpretativos para ser realmente entendido. Nesta tipologia, onde se
enquadram os documentos constitucionais atuais, a interpretação literal (ou gramatical) não é suficiente
para a compreensão e deve ser aliada a diversos outros processos hermenêuticos no intuito de viabilizar
uma ampla assimilação do documento constitucional.
Finalmente, cumpre informar que algumas precauções devem ser tomadas no estudo do tema
“classificações”, pois diferentes autores se valem das mesmas palavras para obter conclusões próprias. É
o que se passa com os termos “nominalista” e “semântica”: utilizados neste item para dar conta das
espécies de Constituições segundo a aplicação (ou não) de diferentes processos hermenêuticos para o
entendimento de seu texto, serão apresentados no próximo item com outra, e absolutamente, diversa
significância – como termos que, juntamente com o vocábulo “normativa”, compõem a classificação das
Constituições segundo a correspondência com a realidade, de Karl Loewenstein. Além disso, a doutrina
noticia13 que o professor português J. J. Gomes Canotilho também utiliza os termos “semântica” e
“normativa” de maneira inusitada e inovadora: “semânticas”, na percepção do autor, são aquelas
Constituições “de fachada”, não possuidoras de justiça e bondade em seus conteúdos, meramente
formais, e “normativas” são as Constituições que preveem direitos e garantias fundamentais e limitam o
poder do Estado, fazendo-o com efetiva bondade – um altruísmo e benevolência que materialmente
orientam a produção de todo o texto.
13
. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011, p. 117.
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(J.1) Normativa
Nesta Constituição há perfeita sintonia entre o texto constitucional e a conjuntura política e
social do Estado, de forma que a limitação ao poder dos governantes e a previsão de direitos à população
sejam estritamente observadas e cumpridas. O texto constitucional é de tal forma eficaz e seguido à risca
que, na prática, vê-se claramente a harmonia entre o que se estabeleceu no plano normativo e o que se
efetiva no mundo fático14. O resultado é o reconhecimento de que há verdadeira correspondência entre
o que está escrito na Constituição e a realidade, afinal, os processos políticos de poder se submetem às
normas constitucionais, sendo por elas guiados. Um bom exemplo é a Constituição Americana de 1787.
(J.2) Nominativa
Esta já não é capaz de reproduzir com exata congruência a realidade política e social do Estado,
mas anseia chegar a este estágio. Seus dispositivos não são, ainda, dotados de força normativa capaz de
reger os processos de poder na plenitude, mas almeja-se um dia alcançar a perfeita sintonia entre o texto
(Constituição) e o contexto (realidade). Daí advém a virtude principal deste tipo de Constituição: na sua
função prospectiva, de almejar num futuro próximo a adequação ideal entre normas e realidade fática, é
bastante educativa. Outro ponto de destaque é que, assim como a Constituição normativa, é dotada,
inequivocamente, de valor jurídico.
Nossa Constituição de 1988 (aliás, como toda Constituição nominal) nasceu com o ideal de ser
normativa – isso porque saíamos de uma época ditatorial (Constituição semântica), que somente
legitimava o poder autoritário, com o intuito de construir um texto absolutamente compatível com a
nova realidade democrática que se instaurava – mas, obviamente, não conquistou essa finalidade, pois
ainda hoje existem casos de absoluta ausência de concordância entre o texto constitucional e a realidade.
É, pois, um exemplo de Constituição nominal (ou nominalista). Outros exemplos: as Constituições
brasileiras de 1934 e 1946.
(J.3) Semântica
É a Constituição que nunca pretendeu conquistar uma coerência apurada entre o texto e a
realidade, mas apenas garantir a situação de dominação estável por parte do poder autoritário. Típica de
estados ditatoriais, sua função única é legitimar o poder usurpado do povo, estabilizando a intervenção
14
. Uma boa metáfora, apresentada pelo próprio Loewenstein (e citada por Dirley – Curso de Direito Constitucional. 6ª ed.
Salvador: Juspodivm, 2012, p. 128) refere-se à vestimenta, pois, nos dizeres do autor, a Constituição normativa é aquela que
tal qual uma roupa que “cai muito bem” e se assenta perfeitamente ao corpo, adorna precisamente a realidade.
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dos ilegítimos dominadores de fato do poder político. Por essa razão é tida como um simulacro de
Constituição, afinal trai o significado do vocábulo “Constituição” que é, necessariamente, um documento
limitador do poder, com finalidade garantista, e não um corpo de normas legitimadoras do arbítrio.
Não faltam exemplos na nossa história constitucional de documentos semânticos: além da
Carta de 1937, temos as de 1967 e a EC nº 1/1969.
Bom, futuro Auditor da Receita Federal, agora que já estudamos variados critérios, vale
apresentar, em finalização ao tópico, um esquema que organiza as classificações apresentadas:
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Precisa. dispensa
métodos
!
interpretativos
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O constitucionalismo antigo é o movimento político social e cultural que, sobretudo a partir de meados do
século XVIII, questiona nos planos político, filosófico e jurídico os esquemas tradicionais de domínio político,
sugerindo, ao mesmo tempo, a invenção de uma nova forma de ordenação e fundamentação do poder
político.
Comentário:
O item é falso. O constitucionalismo antigo tem suas raízes históricas com as experiências dos Hebreus, da
Grécia e de Roma.
Gabarito: Errado
[UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 2ª prova - Adaptada] Nos estudos sobre a formação do direito
constitucional, verifica-se que o constitucionalismo representou um importante movimento político e
filosófico, com manifestações distintas, nos diferentes períodos da história. Os teóricos desse ramo do
direito apresentam classificação do constitucionalismo, identificando características próprias a cada
período. Assim, julgue o item:
O constitucionalismo antigo, desenvolvido nas cidades-estado da Grécia, entre os séculos V a III a.C.,
caracteriza-se por um regime político constitucional ditatorial, cujo poder político é concentrado no chefe
político, e o exercício do governo é afastado dos governados.
Comentário:
Eis uma questão equivocada, pois mesmo o constitucionalismo antigo desenvolvido nas cidades-estado da
Grécia já continha participação política dos governados de modo direto.
Gabarito: Errado
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O constitucionalismo na Idade Média, marcado pela Magna Carta Inglesa de 1215, caracteriza-se pelo
avanço do absolutismo, tendo em vista que esse documento confere poder ilimitado e absoluto ao Rei,
sobretudo nas questões referentes à propriedade.
Comentário:
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Foi fácil identificar o erro dessa assertiva. Como vimos, o marco do constitucionalismo da Idade Média,
representado pela Magna Carta Inglesa de 1215, obrigava o monarca a respeitar certos direitos dos nobres
ingleses, limitando o seu poder.
Gabarito: Errado
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Constituição francesa foi finalizado, a Europa conheceria sua primeira constituição escrita – treze anos
depois de promulgada a Constituição Americana.
Deste modo, podemos afirmar que o constitucionalismo moderno liberal teve como expoente
histórico as revoluções liberais que resultaram na consagração dos direitos civis e políticos clássicos
(direitos que hoje consideramos como de 1ª geração), essencialmente ligados ao valor liberdade, os quais
apresentam-se como direitos dos indivíduos que são oponíveis, sobretudo, ao Estado, na medida em que
exigem deste, precipuamente, uma abstenção, um não fazer, possuindo, dessa forma, inequívoco
caráter negativo.
Assim, podemos concluir que o constitucionalismo do período, intitulado de liberal, ficou
marcado pelo enaltecimento do indivíduo, pelo surgimento das primeiras constituições escritas e rígidas,
pela consagração de direitos civis e políticos e pelo distanciamento do Estado que, numa postura
nitidamente absenteísta, pouco atuava.
Foi na virada do século XIX para o século XX, diante da incapacidade do liberalismo em lidar com
a crescente exclusão e desigualdade social, que a nova (e empobrecida) classe proletária passou a exigir
do Estado uma maior interferência nas relações trabalhistas e sociais, a fim de conter os brutais abusos
aos quais os trabalhadores (urbanos e rurais) estavam submetidos. É nesse contexto de crise que emerge
a ideia de Estado Social e surgem as primeiras constituições que preveem direitos de 2ª geração
(econômicos e sociais), marcadamente relacionados ao ideal de igualdade. Os documentos
constitucionais do México de 1917 e de Weimar de 1919 são, comumente, apontados como os primeiros
a preverem direitos trabalhistas.
No Brasil, os documentos de 1824 e 1891 foram nitidamente influenciados pela concepção
liberal, ao passo que a Constituição de 1934 representa um documento de caráter social.
Comentário:
O item está correto! Visando limitar o poder do Estado, a Constituição dos EUA, promulgada em 1787, foi o
primeiro documento constitucional escrito, símbolo da luta pela superação do Estado absolutista.
Gabarito: Correta
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[VUNESP - 2015 - TJ-SP - Juiz Substituto] O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de Constituições
normativas, tem sua base histórica:
(B) com o advento do “Estado Constitucional de Direito”, com uma Constituição rígida, estabelecendo
limites e deveres aos legisladores e administradores.
Comentário:
Como você bem sabe, são as revoluções liberais, americana e francesa, do final do século XVIII que atuam
como marcos simbólicos do surgimento do constitucionalismo moderno. Por essa razão, nossa resposta
está na letra ‘d’.
Gabarito: D
[UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 2ª prova - Adaptada] Nos estudos sobre a formação do direito
constitucional, verifica-se que o constitucionalismo representou um importante movimento político e
filosófico, com manifestações distintas, nos diferentes períodos da história. Os teóricos desse ramo do
direito apresentam classificação do constitucionalismo, identificando características próprias a cada
período. Assim, julgue o item:
O constitucionalismo moderno, identificado nas Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e da
França de 1791, caracteriza-se pela vinculação à ideia de constituição escrita e rígida, com força para limitar
e vincular os órgãos do poder político.
Comentário:
Aqui temos um item verdadeiro. De fato, a vertente moderna do constitucionalismo surge com as
revoluções liberais do final do século XVIII nos EUA e na França. Em ambos os países, o movimento
constitucional favoreceu a instituição de um novo modelo estado (liberal) através da promulgação das
primeiras constituições escritas da história (1787 e 1791) que, além de limitar o poder dos governantes,
afirmavam direitos políticos e individuais para os cidadãos.
Gabarito: Certo
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15
. Disponível em múltiplos sites. Acessamos, em 04.12.2019, o seguinte:
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI24089,91041-
Neoconstitucionalismo+O+triunfo+tardio+do+Direito+Constitucional+no
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duas grandes correntes de pensamento que oferecem paradigmas opostos para o Direito: o
jusnaturalismo e o positivismo. O cenário atual é marcado pela superação desses modelos puros
por um conjunto difuso e abrangente de ideias, reunidas sob o rótulo genérico de ‘pós-positivismo’;
- como marco teórico, considera-se que foram três as grandes transformações que subverteram o
conhecimento convencional relativamente à aplicação do Direito Constitucional: (1) o
reconhecimento de força normativa à Constituição; (2) a expansão da jurisdição constitucional; (3)
o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
16
. DROMI, José Roberto. La Reforma Constitucional: El Constitucionalismo del “por-venir”. In: ENTERRIA, Eduardo Garcia de;
ARÉVALO, Manuel Clavero (coord). El Derecho Público de Finales de Siglo: Una Perspectiva Iberoamericana. Madri:
Fundación BBV, 1997, p.107-116.
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perderem completamente a identidade com a realidade (tão dinâmica e mutante) que eles pretendem
normatizar. Por isso, a previsão de um mecanismo de alteração da Constituição é esperada. No entanto,
tais modificações não podem abalar o projeto básico daquele documento, esfarelando sua identidade ou
causando uma descontinuidade lógica. Nesse contexto, vale frisar que os direitos já consagrados
constitucionalmente devem ser resguardados e protegidos contra tentativas de afastamento, bem como
devem ser continuamente aprimorados.
(v) participação - Quanto à participação popular, Dromi vislumbra sua essencialidade, na tentativa de
sublimar o apático comportamento dos indivíduos diante da vida política do Estado. O cidadão deve ser,
portanto, incluído, de modo a atuar efetivamente para consagrar uma real democracia participativa e o
Estado Democrático de Direito.
(vi) integração - Os documentos constitucionais do futuro devem buscar meios que permitam uma
integração espiritual, moral, ética e institucional entre os povos. O constitucionalismo adquirirá,
portanto, caráter transnacional.
(vii) universalidade - No intuito de preservar a dignidade da pessoa como vetor universal, preocupa-se o
constitucionalismo do futuro com a universalização dos direitos fundamentais para todos os povos.
Bom, futuro Auditor, agora que já estudamos esse ponto importante da matéria, vale
apresentar, em finalização ao tópico, um esquema:
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17
. CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 6ª. ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 213.
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o esquema abaixo e já vá se familiarizando com a nomenclatura dos métodos que são corriqueiramente
cobrados em provas de concursos públicos:
MÉTODOS DE
INTERPRETAÇÃO DA Método tópico-problemático (ou método da tópica)
CONSTITUIÇÃO
Método hermenêutico-concretizador
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(v) O lógico: cujo objetivo é o de examinar as conexões que envolvem a norma que deve ser interpretada
com os demais dispositivos da Constituição, buscando harmoniza-la com o todo constitucional.
(vi) O teleológico: busca a finalidade da norma, o intuito que ela pretendia alcançar quando foi editada.
Vale destacar três coisas antes de passarmos à análise do próximo método:
(i) A doutrina majoritária indica não haver qualquer hierarquia entre os citados elementos de
interpretação. Os mesmos podem (e devem!) ser utilizados juntos, de modo combinado, para que
possam se reforçar mutuamente e, claro, para que se controlem reciprocamente.
(ii) Esse método atribui protagonismo indiscutível ao texto constitucional, conferindo ao intérprete
apenas o papel de desvendar o real significado da norma e o seu sentido. Há um peso óbvio dado à
literalidade do texto no método em estudo. E há, também, uma limitação evidente da tarefa criativa do
intérprete, que somente deve buscar o sentido da norma, não estando autorizado a formular quaisquer
juízos de valor.
(iii) É indiscutível que esses tradicionais elementos contribuem para a interpretação constitucional. No
entanto, quando Savigny os pensou, certamente foi considerando institutos jurídicos típicos do direito
privado, sem, obviamente, pensar nas particularidades das normas constitucionais. Por isso, a doutrina
é contundente em afirmar que o método hermenêutico clássico, quando utilizado isoladamente, não é
satisfatório para uma interpretação constitucional adequada, tampouco tem aptidão para solucionar
apropriadamente os casos difíceis.
No mais, tome muito cuidado com questões de prova que digam que o método clássico não se
aplica à interpretação constitucional, pois ele é sim um indiscutível contributo para essa tarefa! Veja
abaixo esse assunto em prova:
Foi tranquilo marcar essa assertiva como falsa, não é? Confiante que sim! Como já sabemos, os elementos
clássicos são aplicáveis na interpretação do texto constitucional.
Gabarito: Errado
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E para treinarmos um pouco mais a incidência desse método em prova, dê uma olhada em mais
essas questões:
Comentário:
A assertiva está correta! O método hermenêutico clássico preza pela interpretação da norma pela sua
origem, historicidade, finalidade, sistemática e literalidade, tão somente. Sendo assim, a criatividade do
intérprete é limitadíssima, não podendo construir uma interpretação subjetiva ou calcada na realidade
social.
Gabarito: Certo
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação
da CF, julgue a assertiva:
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei,
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica.
Comentário:
Item correto! O método jurídico (ou hermenêutico clássico) parte do pressuposto de que a Constituição é
uma lei (apesar de ser dotada de supremacia formal e material) e como tal deverá ser interpretada.
Gabarito: Certo
Comentário:
Eis outra assertiva correta! De acordo com o método jurídico clássico, a Constituição deverá ser interpretada
como uma lei, apesar de suas evidentes particularidades. Sendo assim, os elementos tradicionais da
hermenêutica deverão ser utilizados na tarefa interpretativa.
Gabarito: Certo
[IADES - 2014 - METRÔ-DF - Advogado - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação da
Constituição Federal (CF), julgue o item:
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No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei,
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica.
Comentário:
Ao utilizar o método jurídico ou hermenêutico clássico, o intérprete deverá encarar a Constituição como
uma lei e, portanto, deverá aplicar na tarefa interpretativa todos os elementos tradicionais da hermenêutica
clássica. Destarte, a assertiva é verdadeira
Gabarito: Certo
De acordo com o método científico-espiritual, a análise da norma constitucional não se fixa na literalidade
da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional.
Comentário:
Marcou este item como verdadeiro? Ótimo! As normas constitucionais, consoante esse método, deverão
ser interpretadas de acordo com a realidade social. Sendo assim, frente a uma sociedade dinâmica, as
normas constitucionais também deverão ser. Isso quer dizer que a sua interpretação se renovará para
adequar-se aos anseios sociais, devendo o intérprete realizar a “captação espiritual” da realidade social.
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Gabarito: Certo
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação
da CF, julgue o item:
De acordo com o método científico-espiritual, deve-se priorizar a concretização em detrimento da
interpretação, que é apenas uma etapa da concretização, visto que é impossível isolar a norma da realidade.
Comentário:
Item incorreto! De acordo com o que nos ensina o Prof. Paulo Bonavides, no método científico-espiritual o
intérprete da Constituição deverá ater-se à realidade da vida, à concretude da existência, compreendida esta
sobretudo pelo que tem de espiritual, enquanto processo unitário e renovador da própria realidade,
submetida à lei de sua integração. A assertiva de prova trata, em verdade, do método normativo-
estruturante (que estudaremos mais adiante), no qual parte-se da premissa de que direito e realidade não
subsistem autonomamente, e, justamente por não ser factível isolar a norma da realidade, devemos falar
em concretização das normas, e não em interpretação das mesmas (lembrando que a interpretação seria,
tão somente um dos elementos, ainda que dos mais relevantes, no processo de concretização).
Gabarito: Errado
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodos de
interpretação da Constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva:
Diz-se método científico espiritual, valorativo ou sociológico, aquele que parte de uma tese da identidade
que existiria entre a constituição e as demais leis, ou seja, se a constituição é uma lei, não há por que ter
método específico para interpretá-la.
Comentário:
O item é falso! De acordo com o método científico espiritual, o intérprete da norma não se fixa na literalidade
do texto constitucional, pois deve considerar fatores extraconstitucionais, tais como a realidade social e os
valores subjacentes ao texto da Constituição (método valorativo). Deste modo, a Constituição é
interpretada como algo que se renova constantemente, assim como a própria vida em sociedade. A ideia de
que a Constituição é uma lei advém do método jurídico ou hermenêutico clássico.
Gabarito: Errado
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Muitos são os que reprovam esse método, argumentando que o movimento interpretativo
deveria ser inverso: deveríamos partir da norma constitucional para a solução do problema, e não do
problema em direção à busca de uma norma constitucional que ampare aquele resultado já previamente
esperado pelo intérprete. Também rejeita-se doutrinariamente este método sob a justificativa de que
pode nos levar à um casuísmo ilimitado, já que para cada problema concreto teremos uma específica
solução.
(D) Método hermenêutico-concretizador
Tendo por teórico central Konrad Hesse, neste método parte-se da norma constitucional para o
problema (e não do caso concreto para a norma, como no método anteriormente estudado), havendo,
portanto, uma prevalência do texto constitucional diante do problema.
Tal método pressupõe não haver interpretação constitucional dissociada de problemas
concretos, de forma que a interpretação e a aplicação possam ser consideradas como partes de um
processo uno, no qual existem três elementos centrais: a norma constitucional a ser concretizada, a
compreensão prévia que o intérprete possui e o problema concreto que deve ser solucionado.
Destarte, nessa busca pelo sentido e concretização da norma constitucional, o intérprete vai
iniciar sua leitura do texto da Constituição valendo-se das suas pré-compreensões sobre o tema, atuando
como uma espécie de mediador entre a norma constitucional e o problema concreto a ser solucionado,
sempre considerando a realidade social na qual a discussão se insere. Lembrando que o movimento
interpretativo será contínuo e construído em uma “via de mão dupla”, num “vai e vem” do texto para o
contexto (círculo hermenêutico).
Claro que o fato de o ponto de partida dessa proposta hermenêutica-concretizadora ser calcado
em pré-compreensões que o intérprete possua pode acabar por distorcer não apenas a realidade, mas
igualmente o próprio sentido da norma, sendo esta a principal censura que o método recebe da doutrina.
Veja nas questões abaixo, futuro Auditor da Receita Federal, como os dois últimos métodos
estudados, o tópico-problemático e o hermenêutico-concretizador, podem ser mesclados pelo
examinador no intuito de lhe confundir:
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Diz-se método tópico problemático aquele em que o intérprete se vale de suas pré-compreensões
valorativas para obter o sentido da norma em um determinado problema pois o conteúdo da norma
somente é alcançado a partir de sua interpretação concretizadora, dotada de caráter criativo que emana do
exegeta.
Comentário:
Gabarito: Errado
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] A respeito de hermenêutica constitucional e
de métodos empregados na prática dessa hermenêutica, julgue a assertiva apresentada:
De acordo com o método tópico, o texto constitucional é ponto de partida da atividade do intérprete, mas
nunca limitador da interpretação.
Comentário:
A assertiva deverá ser marcada como falsa, pois refere-se ao método hermenêutico-concretizador, no qual
o intérprete partirá da norma constitucional para o problema. Na tópica, como você bem sabe, parte-se do
problema concreto para a norma, vale dizer, busca-se a solução de um certo problema por intermédio da
interpretação de norma constitucional.
Gabarito: Errado
[CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito] Com relação à aplicabilidade e interpretação
das normas constitucionais, julgue o item subsequente:
De acordo com o método hermenêutico concretizador, elaborado com base nos ensinamentos de Konrad
Hesse, a norma deve ser interpretada a partir da análise do problema concreto, tendo-se a constituição
como um sistema aberto de regras e princípios.
Comentário:
Marcou como falsa? Excelente. Bom, no método hermenêutico concretizador, do qual realmente Konrad
Hesse apresenta-se como principal expoente, parte-se da norma constitucional para o problema (e não do
caso concreto para a norma, como no método anteriormente estudado), havendo, portanto, uma
prevalência do texto constitucional diante do problema.
Gabarito: Errado
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Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele em que o intérprete parte do direito positivo
para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa que o texto legal. Há influência da
jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas.
18. COELHO, Inocêncio Mártires. Interpretação constitucional. 3ª ed. Ver. E aum. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 93.
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Comentário:
A assertiva apresentada está correta! De fato, para o método normativo-estruturante a norma que resulta
da interpretação do texto legal é significativamente mais complexa do que ele. Afinal, na sua formatação,
considera-se muito mais do que a mera forma da lei (o texto), pois também contribuem nesse processo a
jurisprudência, a doutrina, a história, a cultura e as decisões políticas.
Gabarito: Certo
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] Julgue o item a seguir:
Segundo a metódica jurídica normativo-estruturante, a aplicação de uma norma constitucional deve ser
condicionada às estruturas sociais que delimitem o seu alcance normativo.
Comentário:
Assertiva falsa! A narração feita no item refere-se ao método científico-espiritual, que preconiza que a
interpretação das normas e dos institutos constitucionais não deve se ater somente à literalidade do texto,
devendo sempre considerar fatores extraconstitucionais, tais como a realidade social, e os valores
subjacentes ao texto da Constituição (método valorativo). Já no método normativo-estruturante, que
estudamos nesse item, reconhecemos a ausência de identidade entre texto e norma – sendo esta última
bem mais ampla e complexa que o primeiro, pois é fruto do texto interpretado, associado a numerosos
outros diplomas que extrapolam o texto (tais como os manuais doutrinários, os estudos monográficos
pátrios e também os de direito comparado, os precedentes judiciais dos nossos tribunais e de tribunais
estrangeiros).
Gabarito: Errado
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Em decorrência dessa constante necessidade interpretativa, de conciliar valores e direitos que por
vezes entram em aparente choque/confronto, note, futuro Auditor, o quão relevantes são os princípios
que auxiliam essa tarefa. A seguir, vou lhe explicar os mais importantes e com mais probabilidade de
serem cobrados em sua prova. Em frente!
A) A supremacia está no fato de o controle da constitucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo
Tribunal Federal.
B) A supremacia está na obrigatoriedade de submissão das leis aos princípios que norteiam o Estado por ela
instituído.
19
. PALU, Oswaldo Luiz. Controle de Constitucionalidade. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 145.
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C) A supremacia está no fato de a interpretação da constituição não depender da observância dos princípios
que a norteiam.
Comentário:
A alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘b’! A premissa estabelecida pelo Princípio da Supremacia
da Constituição dita que o texto constitucional, por ocupar o patamar mais alto da estrutura normativa,
deverá ser respeitado por todas as demais normas, que deverão obedece-lo de forma estrita para que
possam ser considerados válidos.
Gabarito: B
20
. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico; In: Interpretação constitucional. 1ª ed. São Paulo: Malheiros, 2007,
p. 132-133.
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21
. CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional. Coimbra: Almedina, 1993. p. 230.
22
. ADI 1.344-ES, STF, Rel. Min. Moreira Alves, noticiada no Informativo nº 17, STF.
23
. MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 232.
24
. Rep. 1.417-DF, Rel. Min. Moreira Alves.
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Comentário:
A letra ‘c’ é a nossa resposta. Trata-se de um princípio interpretativo que tem por objetivo o de preservar a
validade da norma, conferindo-lhe um sentido capaz de conduzi-la à constitucionalidade, evitando, com
isso, que ela seja declarada inconstitucional.
Gabarito: C
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A) interpretação teleológica.
Gabarito: C
Comentário:
Item verdadeiro! A interpretação conforme a Constituição pode ser de dois tipos: concessiva ou excludente.
No primeiro caso, o Tribunal confere à norma um sentido que a torne compatível com a Constituição, para
que ela seja mantida no ordenamento (afinal, se existe uma interpretação da norma que preserva sua
constitucionalidade, porque iriamos retira-la do ordenamento jurídico?). No segundo caso, o Tribunal vai
excluir da norma um sentido, novamente no intuito de torna-la compatível com o texto constitucional
(afinal, se interpretada da maneira ‘X’ a norma é inconstitucional, porque manteríamos como possível essa
interpretação?).
Gabarito: Certo
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[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação
constitucional, julgue o item:
A interpretação conforme a Constituição, instrumento previsto no artigo 28, parágrafo único, da Lei n°
9.868/1999, permite a interpretação contrária à literalidade da norma (contra legem), desde que necessária
à preservação do princípio da supremacia da Constituição.
Comentário:
A assertiva está equivocada, pois afirma que uma interpretação contrária à literalidade da norma (contra
legem) seria possível. No entanto, nós já sabemos que não são aceitáveis violações à literalidade do texto,
afinal o intérprete encontra seu limite de atuação no perímetro que envolve as possibilidades hermenêuticas
do texto, não podendo, jamais, atuar como legislador positivo, criando norma nova a partir da tarefa
interpretativa.
Gabarito: Errado
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação
constitucional, julgue o item:
Segundo o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas como
integrantes de um todo, de modo que, se qualquer delas implica ruptura da unidade, deve ser declarada
inconstitucional, conforme já decidiu o Supremo Tribunal na ADIN 815.
Comentário:
A assertiva está equivocada. Segundo o princípio da unidade, não há hierarquia normativa, tampouco
subordinação entre as normas constitucionais; eventuais conflitos entre as normas originárias serão, pois,
sanados por meio da tarefa hermenêutica. É nesse sentido que podemos dizer que no direito brasileiro é
inviável a declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional originária em face de outra. E o
STF, na ADI 815, afirmou exatamente o contrário do que foi indicado pela assertiva: consoante nossa Corte
Suprema, “A tese da hierarquia entre as normas constitucionais originárias é incompatível com o sistema de
Constituição rígida. O fundamento da validade de todas as normas constitucionais originárias repousa no
poder constituinte originário, e não em outras normas constitucionais.”
Gabarito: Errado
O princípio da identidade ou da não contradição impede que no interior de uma Constituição originária
possam surgir normas inconstitucionais, razão por que o STF não conheceu de ADI em que se impugnava
dispositivo constitucional que estabelecia a inelegibilidade do analfabeto.
Comentário:
O item está correto. O STF não reconhece a existência de normas constitucionais originárias
inconstitucionais, baseando-se no fato de que não existem antinomias reais no texto da Constituição. Sendo
assim, pelo princípio da unidade (que, pode-se dizer, deriva da ideia de não-contradição entre normas
originárias), a Constituição deve ser interpretada como um todo único.
Gabarito: Certo
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[IBFC - 2014 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa] “A Constituição deve ser sempre
interpretada em sua globalidade como um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas.”
O enunciado se refere ao princípio de interpretação constitucional:
A) Da Máxima Efetividade.
B) Da Unidade da Constituição.
C) Do Efeito Integrador.
D) Da Harmonização.
Comentário:
Nossa alternativa correta é a da letra ‘b’! O princípio da unidade impõe ao intérprete a consideração do texto
constitucional na sua globalidade, no intuito de harmonizar os espaços de tensão existentes entre as
normas. Seguindo na análise da questão, para estudarmos o tema um pouco mais profundamente, temos:
- Letra ‘a’: de acordo com o princípio da máxima efetividade, à norma constitucional deverá ser atribuído o
sentido capaz de lhe dar maior eficácia.
- Letra ‘c’: o princípio do efeito integrador dita que nas resoluções de problemas jurídicos constitucionais a
prioridade será da interpretação que favoreça a integração política e social, criando um efeito conservador
desta unidade.
- Letra ‘d’: por fim, o princípio da harmonização preza por harmonizar normas ou princípios conflitantes, de
modo que a aplicação de um não sacrifique o outro.
Gabarito: B
[CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito] No que concerne ao poder constituinte e à
interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente:
Em sede de interpretação das normas constitucionais, o princípio do efeito integrador é muitas vezes
associado ao princípio da unidade da constituição, já que, conforme aquele, na resolução dos problemas
jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, o
que reforça a unidade política.
Comentário:
O item é verdadeiro. Tais princípios se relacionam na medida que o princípio da unidade objetiva evitar
futuras contradições entre as normas constitucionais, visando a harmonização de aparentes antinomias. Por
sua vez, o princípio do efeito integrador (decorrente do princípio da unidade), objetiva a primazia de critério
ou pontos de vista capazes de favorecer a integração política e social, por consequência, reforçar a unidade
política.
Gabarito: Certo
Não obstante o princípio da unidade da Constituição, admite-se a existência de hierarquia envolvendo duas
normas constitucionais originárias, com a possibilidade excepcional de declaração de inconstitucionalidade
de uma ou outra.
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Comentário:
Gabarito: Errado
[CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público] O art. 102, caput, da CF dispõe que compete ao STF,
precipuamente, a guarda da Constituição, o que implica dizer que essa jurisdição lhe é atribuída para impedir
que se desrespeite a Constituição como um todo, e não para, com relação a ela, exercer o papel de fiscal do
poder constituinte originário, a fim de verificar se este teria, ou não, violado os princípios de direito
suprapositivo que ele próprio havia incluído no texto da mesma CF. Por outro lado, as cláusulas pétreas não
podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores
em face de normas constitucionais superiores, porquanto a CF as prevê apenas como limites ao poder
constituinte derivado ao rever ou ao emendar a CF, elaborada pelo poder constituinte originário, e não como
abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder constituinte originário com relação a outras
que não sejam consideradas cláusulas pétreas, e, portanto, possam ser emendadas. Ação não conhecida por
impossibilidade jurídica do pedido. ADI 815, relator Min. Moreira Alves, DJ, 10/5/1996 (com adaptações).
Considerando esse julgado do STF, é correto afirmar que o princípio constitucional que melhor retrata o
entendimento exposto é o da:
A) simetria.
B) conformidade funcional.
C) unidade da Constituição.
Comentário:
A alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘c’: o princípio da unidade da Constituição objetiva conferir
caráter ordenado e sistematizado para as disposições constitucionais, o que faz com que o texto
constitucional seja entendido como um todo unitário e harmônico. As demais podem ser assim comentadas:
- Letra ‘a’: o princípio da simetria dita que deve haver relação simétrica entre as normas jurídicas da
Constituição Federal e as regras previstas nas Constituições Estaduais.
- Letra ‘b’: o princípio da conformidade funcional ou justeza impede que os órgãos encarregados de
interpretar o texto constitucional cheguem a um resultado que subverta o esquema organizatório funcional
previamente estabelecido.
- Letra ‘d’: O princípio da força normativa da Constituição dita que o intérprete deverá priorizar a
interpretação que dê concretude à normatividade constitucional, sem negar-lhe a eficácia.
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- Letra ‘e’: por fim, o princípio da máxima efetividade dita que deverá ser feita uma interpretação dos direitos
e garantias fundamentais capazes de conferir a maior efetividade possível, otimizando a norma e extraindo
dela todo o seu maior potencial protetivo.
Gabarito: C
[FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Judiciária] Com relação aos princípios interpretativos das
normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação deve ser realizada de maneira a evitar
contradições entre suas normas é denominado de:
A) conformidade funcional.
B) máxima efetividade.
C) unidade da constituição.
D) harmonização.
A alternativa que deverá ser marcada é a letra ‘c’: o princípio da unidade da Constituição é o que impõe ao
intérprete o dever de harmonizar as aparentes contradições existentes entre as normas presentes no texto
constitucional, que deve ser entendido como um sistema interno unitário e harmônico de regras e princípios.
Gabarito: C
[CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Judiciária] Julgue o item seguinte referente à teoria
constitucional:
De acordo com o princípio da unidade da Constituição, a interpretação constitucional deve ser realizada de
forma a evitar contradição entre suas normas.
Comentário:
Pode marcar essa alternativa como correta! De acordo com o princípio da Unidade da Constituição, o
intérprete do texto constitucional deverá prezar pela harmonização de contradições aparentes entre as
normas.
Gabarito: Certo
[INSTITUTO CIDADES – 2010 - DPE-GO - Defensor Público] A maioria da doutrina constitucionalista admite
a especificidade da interpretação constitucional e lista alguns princípios a serem observados nessa tarefa.
Quando o intérprete se depara com duas normas constitucionais aparentemente contraditórias e incidentes
sobre a mesma situação fática, o princípio aplicável é o da:
B) unidade da Constituição.
D) máxima efetividade.
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Comentário:
Aqui, a alternativa a ser marcada é a letra ‘b’: o princípio da unidade da Constituição reconhece um sentido
global para o texto constitucional, de modo que todos os diversos componentes do tecido social, enquanto
intérpretes, se empenhem na difícil (mas possível) tarefa de composição de interesses.
- Letra ‘a’: errada uma vez que tal princípio não se presta à interpretação das normas constitucionais
propriamente, e sim da legislação infraconstitucional. Encontra sua morada diante das chamadas normas
polissêmicas ou plurissignificativas, isto é, aquelas que podem ser interpretadas de maneiras diversas
- Letra ‘c’: errada, pois, por força deste princípio, há a presunção de que as normas produzidas pelo Poder
Legislativo (e pelos demais Poderes, no exercício da função atípica de natureza legislativa) sejam
constitucionais, de terem sido engendradas em conformidade com o que prescreve a Carta Maior.
- Letra ‘d’: ao aplicar o princípio da máxima efetividade, realiza-se uma interpretação dos direitos e garantias
fundamentais de modo a alcançar sua maior efetividade, otimizando a norma e extraindo dela todo o seu
potencial protetivo.
- Letra ‘e’: de acordo com o princípio da força normativa da Constituição, o intérprete do texto constitucional
deve priorizar a interpretação que seja capaz de dar concretude à normatividade constitucional, jamais lhe
negando a eficácia.
Gabarito: B
[VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público - Adaptada] No que se refere à Hermenêutica Constitucional,
analise as assertivas:
Comentário:
A primeira assertiva apresentada deverá ser marcada como incorreta: por força do princípio da unidade da
Constituição, pode-se afirmar que não há hierarquia normativa, tampouco subordinação, entre as normas
constitucionais; eventuais conflitos entre as normas originárias serão, pois, sanados por meio da tarefa
hermenêutica. É nesse sentido que no direito pátrio é inviável a declaração de inconstitucionalidade de uma
norma constitucional originária em face de outra.
Por outro lado, a segunda assertiva deverá ser marcada como verdadeira. Dotado de acentuada
importância, o princípio da unidade da Constituição visa conferir um caráter ordenado e sistematizado para
as disposições constitucionais, permitindo que o texto da Carta Maior seja compreendido como um todo
unitário e harmônico, desprovido de antinomias reais. Muito mais que um conjunto caótico de normas
desconectadas e esparsas, o texto constitucional é um agrupamento de preceitos integrados, alinhavados
pelo ideal de unidade
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a) hermenêutica clássica.
25
. PAULO, Vicente. Direito constitucional descomplicado. São Paulo: Método. 2011. p. 75.
26
. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 229.
27
. Esse trecho foi extraído da apresentação que o Min. Gilmar faz ao trabalho de Konrad Hesse, intitulado “A força normativa
da Constituição”.
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d) tópico-problemático constitucional.
Comentário:
O princípio da força normativa da Constituição é o único que corresponde adequadamente ao texto
proposto no enunciado, sendo correta, portanto, a alternativa “e”. Entenda o porquê, estimado aluno: a
Constituição presta-se a ordenar e conformar a realidade social e política de um Estado, sendo também
reflexo da sociedade que rege. Contudo, a interpretação e aplicação das normas constitucionais podem
conflitar com a realidade prática, gerando antagonismos jurídicos-políticos. Nesse sentido, o princípio da
força normativa impõe ao intérprete a valorização das soluções que possibilitem a atualização normativa, a
eficácia e a permanência da Constituição. Em outras palavras, a partir dessa perspectiva, a hermenêutica
constitucional deve especial atenção às novas realidades sociais e políticas geradas pelos processos
históricos, permitindo que o texto constitucional a elas se adapte, dando-lhe plena eficácia e a máxima
aplicabilidade. Vale lembrar que, no contexto brasileiro, a jurisdição constitucional possui papel de destaque
nesse processo.
Gabarito: E
[FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária] No tocante à interpretação das normas
constitucionais, o Princípio da Força Normativa da Constituição determina que:
A) a interpretação constitucional deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas.
B) entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e
permanência das normas constitucionais.
C) os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional não poderão chegar a uma posição que
subverta o esquema organizatório funcional constitucionalmente já estabelecido.
D) na solução dos problemas jurídicos constitucionais, deverá ser dada maior primazia aos critérios
favorecedores da integração política e social.
E) a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito seja destinada a evitar o sacrifício total de uns
em relação aos outros.
Comentário:
Consoante o princípio da força normativa da Constituição, os intérpretes do texto constitucional, diante de
um conflito, deverão priorizar a interpretação que de forma à normatividade constitucional, de modo que
não lhes negue a eficácia. Nesse contexto, o professor Canotilho nos ensina que devemos dar primazia as
soluções hermenêuticas que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a
atualização normativa, garantindo a sua eficácia e permanência. Sendo assim, nossa alternativa correta é a
constante na letra ‘b’.
Gabarito: B
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I – Direito – Adaptada] Julgue o item:
A hermenêutica das normas constitucionais permite que se extraia o sentido das mesmas, havendo diversos
métodos para aplicação das técnicas de interpretação. Há, além disso, princípios específicos que se
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destinam a auxiliar na interpretação das normas constitucionais, dos quais é exemplo o Princípio da força
normativa da Constituição, que orienta à escolha da interpretação que permita maior eficácia às normas
constitucionais.
Comentário:
Item correto! Pelo princípio em comento firmamos a ideia de que a Constituição é dotada de força
normativa, o que orienta o intérprete do seu texto a sempre escolher a interpretação que permita uma maior
eficácia das normas constitucionais. Nota-se, aliás, que é um princípio estreitamente vinculado ao da
máxima efetividade.
Gabarito: Certo
28
. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 227.
29
. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico; In: Interpretação constitucional. 1ª ed. São Paulo: Malheiros, 2007,
p. 130.
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De acordo com o denominado princípio do efeito integrador, deve-se dar primazia, na resolução dos
problemas jurídico-constitucionais, aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço da
unidade política.
Comentário:
O item deverá ser marcado como verdadeiro. Uma vez que a finalidade primordial do texto constitucional é
a de ordenar a vida em sociedade, integrando-a a um Estado formalmente constituído, todas as suas normas
devem ser interpretadas de maneira a prestigiar a unidade política instaurada pelo documento
constitucional.
Gabarito: Certo
30
. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional.
5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 174.
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Comentário:
Alternativa correta. De fato, eventuais conflitos entre bens juridicamente protegidos deverão ser
solucionados pela sua coordenação e combinação, de forma que se estabeleçam limites recíprocos, evitando
o sacrifício de qualquer um deles. É usualmente utilizado em casos de colisão entre direitos fundamentais
os quais, como já sabemos, não são absolutos.
Gabarito: Certo
A) da unidade da Constituição.
B) do efeito integrador.
C) da máxima efetividade.
D) da concordância prática.
E) da conformidade funcional.
Comentário:
31
. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 228.
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De início, repare que essa questão ilustra bem um expediente bastante comum dos examinadores, que é o
de listar todos os princípios nas alternativas para, na sequência, nos pedirem para marcarmos aquele único
condizente com a narração feita no texto introdutório da questão. No caso em tela, o princípio da
concordância prática (ou harmonização) é o que impõe ao intérprete do texto constitucional a
compatibilização dos bens jurídicos caso exista um específico conflito entre eles, de forma a evitar o
sacrifício de um bem em relação a outro (pois ambos são valores que o ordenamento pretende preservar). É
aplicado, geralmente, quando estamos diante de uma colisão entre direitos fundamentais. A letra ‘d’,
portanto, deverá ser assinalada.
Gabarito: D
[CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município] Os bens jurídicos reconhecidos e
protegidos constitucionalmente devem ser ordenados de tal forma que, havendo colisões entre eles, um
não se realize à custa do outro. Essa máxima é representada, no âmbito da interpretação constitucional,
pelo princípio:
A) da concordância prática.
B) da supremacia da Constituição.
Comentário:
Outra vez as alternativas trazem os princípios relacionados à interpretação. Mas a que deverá ser marcada
é a da letra ‘a’, vez que é o princípio da concordância prática, também chamado de princípio da
harmonização, que impõe a compatibilização de bens jurídicos em caso de conflito entre eles, evitando,
deste modo, o sacrifício de um em relação aos outros.
Gabarito: A
[CESPE - 2018 - DPE‐PE] A colisão entre dois ou mais direitos fundamentais resolve‐se com a aplicação
preponderante do princípio:
a) da força normativa.
c) da concordância prática.
d) da eficiência.
e) do efeito integrador
Comentário:
A nossa alternativa correta é a letra ‘c’! Como sabemos, o princípio da concordância prática impõe a
harmonização (compatibilização) entre dois ou mais direitos fundamentais em caso de colisão entre eles.
Gabarito: C
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[FCC - 2013 - DPE-SP - Defensor Público] A doutrina elenca alguns princípios de interpretação
especificamente constitucionais, nos quais se encarta o princípio da concordância prática, que consiste na
busca do intérprete e aplicador das normas constitucionais:
A) pela primazia de pontos de vista que favoreçam a integração política e social, de modo a alcançar soluções
pluralisticamente integradoras.
B) pela coexistência harmônica entre bens constitucionalmente protegidos que estejam em uma aparente
situação de conflito entre eles, evitando-se o sacrifício total de um deles em detrimento do outro.
C) por uma interpretação que atenda a harmonia entre os três Poderes do Estado, evitando a ofensa ao
princípio da tripartição dos poderes.
Comentário:
Pode assinalar como alternativa correta a da letra ‘b’, pois ela descreve, de forma exata, o princípio da
concordância prática, que impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, evitando
o sacrifício de um em relação ao outro.
Gabarito: B
[TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto] A Constituição brasileira possui uma
plêiade de princípios, muitos deles em conflito em casos concretos. Há vetores interpretativos que auxiliam
o juiz no trabalho de construção da decisão. Um desses vetores da hermenêutica contemporânea (v.g.,
Canotilho) tem campo de atuação em hipóteses de colisão entre direitos fundamentais, sendo que
subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos bens constitucionais que impede, como solução, o
sacrifício de uns em relação aos outros e impõe condicionantes recíprocas. Esse vetor traduz o princípio da:
A) Concordância prática.
B) Máxima efetividade.
C) Correção funcional.
D) Interpretação.
Comentário:
Foi fácil marcar a letra ‘a’ como resposta, certo? Depois que já resolvemos algumas questões sobre o tema,
as perguntas seguintes ficam parecendo repetitivas (e, de fato, elas são!). Realmente é o princípio da
concordância prática que tem seu campo de atuação em hipóteses de colisão entre direitos fundamentais,
sendo que subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos bens constitucionais que impede, como
solução, o sacrifício de uns em relação aos outros e impõe condicionantes recíprocas.
Gabarito: A
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C) concordância prática.
D) eficácia integradora.
E) correção funcional.
Comentário:
Na questão apresentada devemos assinalar como correta a alternativa ‘a’: o princípio da máxima efetividade
estabelece que o intérprete da norma constitucional deve a ela atribuir o sentido capaz de lhe conferir maior
efetividade. Deste modo, ao aplicar tal princípio, o intérprete pretende extrair do texto toda a sua
potencialidade. Cumpre destacar que a sua utilização se dá, principalmente, na aplicação dos direitos
fundamentais, muito embora este princípio possa ser usado na interpretação de todas as normas
constitucionais.
Gabarito: A
[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva:
Comentário:
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A assertiva apresentada está equivocada e deverá ser marcada como falsa, vez que ela descreve o princípio
da força normativa da Constituição, e não o da máxima efetividade. Este último prevê que quando é
realizada a interpretação do texto constitucional devemos atribuir à norma o sentido que lhe dê maior
efetividade.
Gabarito: Errado
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito - Adaptada] A norma
constitucional não se confunde com seu texto, de modo que é preciso extrair dele o conteúdo e sentido da
norma. Para tanto o intérprete pode se valer dos princípios interpretativos, como o princípio da máxima
efetividade, que confere à norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia.
Comentário:
A assertiva está correta! De fato, “texto” e “norma”, são vocábulos que não se confundem: o texto são os
signos linguísticos, aquilo que está escrito; já a norma é o sentido que vamos extrair do texto. Por isso, se o
texto é formado por palavras plurívocas/polissêmicas, que admitem mais de um sentido, podemos extrair
daquele texto mais de uma norma (mais de uma interpretação possível). E nessa tarefa interpretativa,
podemos nos valer do princípio da máxima efetividade (também conhecido como princípio da eficiência ou
da interpretação efetiva), segundo o qual o intérprete deverá atribuir à norma o sentido que seja capaz de
lhe conferir maior efetividade. Tal princípio visa maximizar a eficácia da norma, de modo que se extraia dela
todas as suas potencialidades.
Gabarito: Certo
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mas entre todos os poderes – que ser um instrumento ‘moderno’ de interpretação constitucional”32.
As questões postas a seguir nos ajudarão a identificar como o tema é exigido em prova:
e) na resolução dos problemas jurídico‐constitucionais deve‐se dar primazia aos critérios que favoreçam a
integração política e social, e o reforço da unidade política do Estado.
Comentário:
O princípio da justeza está muito bem delineado na alternativa ‘c’. É ele que impõe ao órgão encarregado de
interpretar o texto constitucional a tarefa de não subverter o esquema organizatório-funcional estabelecido
pelo constituinte. Mesmo depois de assinalar a resposta, aproveite para treinar um pouco mais,
identificando quais princípios foram mencionados nas demais alternativas:
(iv) por fim, a letra ‘e’ nos apresenta ao Princípio do efeito integrador.
Gabarito: C
[FCC - 2010 - TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária] Sobre a interpretação das normas
constitucionais, analise:
I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a um resultado que subverta ou
perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte.
32
. SILVA, Virgílio Afonso da. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico; In: Interpretação constitucional. 1ª ed.
São Paulo: Malheiros, 2007, p. 132-133.
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II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas
normas, e sobretudo, entre os princípios constitucionais estabelecidos.
C) da justeza e da unidade.
Comentário:
I - É claro que aqui estamos diante do princípio da justeza (ou da conformidade funcional), que visa impedir
que os órgãos encarregados de realizar a interpretação constitucional cheguem a um resultado que subverta
ou perturbe o esquema já estabelecido pela Constituição.
II - Aqui foi narrado o princípio da unidade da Constituição, que dita que o texto constitucional deverá ser
interpretado de modo a ser compreendido como um todo unitário e harmônico, sem a presença de
antinomias reais, reconhecendo, deste modo, um sentido global para a Constituição.
Gabarito: C
[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva:
Creio que tenha sido tranquilo identificar o item como correto, certo? De fato, o princípio da justeza,
também chamado de princípio da conformidade funcional, objetiva impedir que os órgãos encarregados de
realizar a interpretação constitucional cheguem a um resultado que desconstrua o esquema organizatório
funcional já estabelecido pelo poder constituinte originário.
Gabarito: Certo
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C) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele que tem a
titularidade do poder constituinte originário.
D) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular, o plebiscito e o
referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor do poder.
E) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional e englobam muitas das
Constituições monárquicas.
QUESTÃO 04
[OBJETIVA - 2015 - Prefeitura de Vitorino - PR – Procurador] A exigência de um procedimento mais difícil
e rigoroso para alteração das normas constitucionais é típico de uma Constituição:
A) Rígida.
B) Flexível.
C) Histórica.
D) Semirrígida.
E) Garantista.
QUESTÃO 05
[CESPE - 2018 - STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos (Exceto cargos 1, 2 e 8)] Julgue
o item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização político-administrativa.
O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de emendas constitucionais
não é suficiente para classificar a vigente Constituição Federal brasileira como flexível.
QUESTÃO 06
[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue o item a seguir no que diz respeito à
classificação das constituições:
No que refere à forma, as constituições recebem a denominação de materiais, quando consolidadas em
instrumento formal e solene, e não escritas, quando baseadas em usos, costumes e textos esparsos.
QUESTÃO 07
[CESPE - 2015 - FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 2] Com base nas classificações da CF, julgue o
próximo item.
Quanto ao modo de elaboração, a CF é dogmática, porque foi constituída ao longo do tempo mediante
lento e contínuo processo de formação, reunindo a história e as tradições de um povo.
QUESTÃO 08
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2017 - UFVJM-MG - Assistente em Administração] A Constituição
Brasileira de 1988, por tratar de muitos e variados assuntos que foram considerados relevantes, e não
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apenas dos princípios e direitos fundamentais e das normas de organização do Estado, recebe a
classificação de:
A) flexível.
B) analítica.
C) material
D) outorgada
QUESTÃO 09
(TRF 3ªR/Juiz Federal/TRF 3ªR/2016) Com relação a classificação das Constituições é correto dizer que
A Constituição formal é aquela promulgada em sessão solene do Poder Constituinte que a elaborou, com
a presença do chefe do Poder Executivo.
QUESTÃO 10
[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil,
de 1988, tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta.
A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável
(cláusulas pétreas) e outras normas passíveis de alteração.
B) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do exercício da democracia
indireta, por meio de representantes eleitos.
C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um
texto escrito quanto por usos e costumes internacionais.
D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas
formalmente constitucionais.
E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu
núcleo rígido não pode ser alterado nem mesmo por Emenda.
QUESTÃO 11
[CESPE - 2010 - DPU - Analista Administrativo] Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a
opção correta.
A) A CF é classificada como dogmática, mesmo que haja a possibilidade de modificação no seu texto.
B) Quanto à sua estabilidade, a CF é um exemplo de constituição classificada como flexível, pois
possibilita a sua evolução por intermédio de emendas constitucionais.
C) Trata-se de uma constituição balanço, pois visa garantir a permanência dos direitos, liberdades e
garantias fundamentais, voltando-se precipuamente para o passado.
D) Caso existissem normas programáticas na CF, ela seria um exemplo de constituição garantia.
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QUESTÃO 16
[VUNESP - 2015 - TJ-SP - Juiz Substituto] O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de
Constituições normativas, tem sua base histórica:
(A) a partir da Magna Carta inglesa e no Bill of Rights da Inglaterra.
(B) com o advento do “Estado Constitucional de Direito”, com uma Constituição rígida, estabelecendo
limites e deveres aos legisladores e administradores.
(C) a partir das Constituições do México e de Weimar, ao estabelecer o denominado “constitucionalismo
social”.
(D) a partir das revoluções Americana e Francesa.
QUESTÃO 17
[UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 2ª prova - Adaptada] Nos estudos sobre a formação do direito
constitucional, verifica-se que o constitucionalismo representou um importante movimento político e
filosófico, com manifestações distintas, nos diferentes períodos da história. Os teóricos desse ramo do
direito apresentam classificação do constitucionalismo, identificando características próprias a cada
período. Assim, julgue o item:
O constitucionalismo moderno, identificado nas Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e
da França de 1791, caracteriza-se pela vinculação à ideia de constituição escrita e rígida, com força para
limitar e vincular os órgãos do poder político.
QUESTÃO 18
[INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor Público - Adaptada] Sobre os métodos e princípios
hermenêuticos aplicáveis na seara constitucional, julgue a assertiva:
Os métodos clássicos de interpretação (literal ou gramatical, histórico, sistêmico e teleológico), segundo
a doutrina majoritária, não são aplicáveis na interpretação do texto constitucional.
QUESTÃO 19
[CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos elementos da Constituição, à
aplicabilidade e à interpretação das normas constitucionais, julgue a assertiva:
O método hermenêutico clássico de interpretação constitucional concebe a interpretação como uma
atividade puramente técnica de conhecimento do texto constitucional e preconiza que o intérprete da
Constituição deve se restringir a buscar o sentido da norma e por ele se guiar na sua aplicação, sem
formular juízos de valor ou desempenhar atividade criativa.
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QUESTÃO 20
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação
da CF, julgue a assertiva:
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei,
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica.
QUESTÃO 21
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Julgue o item a seguir:
De acordo com o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma
lei e, assim, todos os métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa.
QUESTÃO 22
[IADES - 2014 - METRÔ-DF - Advogado - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação da
Constituição Federal (CF), julgue o item:
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei,
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica.
QUESTÃO 23
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Julgue a assertiva a seguir apresentada:
De acordo com o método científico-espiritual, a análise da norma constitucional não se fixa na
literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional.
QUESTÃO 24
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação
da CF, julgue o item:
De acordo com o método científico-espiritual, deve-se priorizar a concretização em detrimento da
interpretação, que é apenas uma etapa da concretização, visto que é impossível isolar a norma da
realidade.
QUESTÃO 25
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodos
de interpretação da Constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva:
Diz-se método científico espiritual, valorativo ou sociológico, aquele que parte de uma tese da identidade
que existiria entre a constituição e as demais leis, ou seja, se a constituição é uma lei, não há por que ter
método específico para interpretá-la.
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QUESTÃO 26
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue a assertiva a
seguir:
Diz-se método tópico problemático aquele em que o intérprete se vale de suas pré-compreensões
valorativas para obter o sentido da norma em um determinado problema pois o conteúdo da norma
somente é alcançado a partir de sua interpretação concretizadora, dotada de caráter criativo que emana
do exegeta.
QUESTÃO 27
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] A respeito de hermenêutica constitucional
e de métodos empregados na prática dessa hermenêutica, julgue a assertiva apresentada:
De acordo com o método tópico, o texto constitucional é ponto de partida da atividade do intérprete,
mas nunca limitador da interpretação.
QUESTÃO 28
[CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito] Com relação à aplicabilidade e
interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente:
De acordo com o método hermenêutico concretizador, elaborado com base nos ensinamentos de
Konrad Hesse, a norma deve ser interpretada a partir da análise do problema concreto, tendo-se a
constituição como um sistema aberto de regras e princípios.
QUESTÃO 29
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodos
de interpretação da constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva a seguir:
Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele em que o intérprete parte do direito
positivo para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa que o texto legal. Há influência da
jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas.
QUESTÃO 30
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] Julgue o item a seguir:
Segundo a metódica jurídica normativo-estruturante, a aplicação de uma norma constitucional deve ser
condicionada às estruturas sociais que delimitem o seu alcance normativo.
QUESTÃO 31
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto] Sobre a supremacia da
Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA:
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A) A supremacia está no fato de o controle da constitucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo
Tribunal Federal.
B) A supremacia está na obrigatoriedade de submissão das leis aos princípios que norteiam o Estado por
ela instituído.
C) A supremacia está no fato de a interpretação da constituição não depender da observância dos
princípios que a norteiam.
D) A supremacia está no fato de que os princípios e fundamentos da constituição se resumam na
declaração de soberania.
QUESTÃO 32
[FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador] À atividade judicial de
evitar a anulação da lei em razão de normas dúbias nela contidas, desde que, naturalmente, haja a
possibilidade de compatibilizá-las com a Constituição Federal, dá-se o nome de:
A) interpretação autêntica da Constituição.
B) controle concentrado de constitucionalidade.
C) interpretação conforme a Constituição.
D) interpretação analógica da Constituição.
E) integração constitucional por via de controle difuso e interpretação literal.
QUESTÃO 33
[VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia] Em recente julgamento nos autos da ADPF no 132, o
Supremo Tribunal Federal, diante da possibilidade de duas ou mais interpretações razoáveis sobre o art.
1.723 do Código Civil, que trata sobre a união estável entre homem e mulher, reconheceu a união
homoafetiva como família. Nesse caso, é correto afirmar que a técnica de interpretação utilizada foi:
A) interpretação teleológica.
B) mutação constitucional informal.
C) interpretação conforme.
D) mutação constitucional formal.
E) ponderação pelo princípio da proporcionalidade.
QUESTÃO 34
[ESAF - 2016 - ANAC - Analista Administrativo - Conhecimentos Básicos - Áreas 1 e 2 - Adaptada] A
Supremacia das Normas Constitucionais no ordenamento jurídico e a presunção de constitucionalidade
das leis e dos atos normativos editados pelo poder público competente exigem que, na função
hermenêutica de interpretação do ordenamento jurídico, seja sempre concedida preferência ao sentido
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da norma que seja adequado à Constituição Federal. Nesse sentido, quanto à interpretação
constitucional, julgue a assertiva:
O Supremo Tribunal Federal, ao reduzir o alcance valorativo da norma impugnada, adequando-a à Carta
Magna, excluindo da norma impugnada determinada interpretação incompatível com a Constituição
Federal, utiliza a interpretação conforme sem redução do texto.
QUESTÃO 35
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação
constitucional, julgue o item:
A interpretação conforme a Constituição, instrumento previsto no artigo 28, parágrafo único, da Lei n°
9.868/1999, permite a interpretação contrária à literalidade da norma (contra legem), desde que
necessária à preservação do princípio da supremacia da Constituição.
QUESTÃO 36
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação
constitucional, julgue o item:
Segundo o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas
como integrantes de um todo, de modo que, se qualquer delas implica ruptura da unidade, deve ser
declarada inconstitucional, conforme já decidiu o Supremo Tribunal na ADIN 815.
QUESTÃO 37
[PGR - 2015 - PGR - Procurador da República - Adaptada] Julgue a assertiva:
O princípio da identidade ou da não contradição impede que no interior de uma Constituição originária
possam surgir normas inconstitucionais, razão por que o STF não conheceu de ADI em que se impugnava
dispositivo constitucional que estabelecia a inelegibilidade do analfabeto.
QUESTÃO 38
[IBFC - 2014 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa] “A Constituição deve ser sempre
interpretada em sua globalidade como um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser
afastadas.” O enunciado se refere ao princípio de interpretação constitucional:
A) Da Máxima Efetividade.
B) Da Unidade da Constituição.
C) Do Efeito Integrador.
D) Da Harmonização.
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QUESTÃO 39
[CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito] No que concerne ao poder constituinte e à
interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente:
Em sede de interpretação das normas constitucionais, o princípio do efeito integrador é muitas vezes
associado ao princípio da unidade da constituição, já que, conforme aquele, na resolução dos problemas
jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios favorecedores da integração política e social,
o que reforça a unidade política.
QUESTÃO 40
(TRT 21ªR/Juiz/TRT 21ªR/RN/2011 - Adaptada) Leia a assertiva seguinte e julgue-a:
Não obstante o princípio da unidade da Constituição, admite-se a existência de hierarquia envolvendo
duas normas constitucionais originárias, com a possibilidade excepcional de declaração de
inconstitucionalidade de uma ou outra.
QUESTÃO 41
[CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público] O art. 102, caput, da CF dispõe que compete ao STF,
precipuamente, a guarda da Constituição, o que implica dizer que essa jurisdição lhe é atribuída para
impedir que se desrespeite a Constituição como um todo, e não para, com relação a ela, exercer o papel
de fiscal do poder constituinte originário, a fim de verificar se este teria, ou não, violado os princípios de
direito suprapositivo que ele próprio havia incluído no texto da mesma CF. Por outro lado, as cláusulas
pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas
constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a CF as prevê apenas
como limites ao poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a CF, elaborada pelo poder
constituinte originário, e não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder
constituinte originário com relação a outras que não sejam consideradas cláusulas pétreas, e, portanto,
possam ser emendadas. Ação não conhecida por impossibilidade jurídica do pedido. ADI 815, relator Min.
Moreira Alves, DJ, 10/5/1996 (com adaptações).
Considerando esse julgado do STF, é correto afirmar que o princípio constitucional que melhor retrata o
entendimento exposto é o da:
A) simetria.
B) conformidade funcional.
C) unidade da Constituição.
D) força normativa da Constituição.
E) máxima efetividade.
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QUESTÃO 42
[FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Judiciária] Com relação aos princípios interpretativos
das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação deve ser realizada de maneira a evitar
contradições entre suas normas é denominado de:
A) conformidade funcional.
B) máxima efetividade.
C) unidade da constituição.
D) harmonização.
E) força normativa da constituição.
QUESTÃO 43
[CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Judiciária] Julgue o item seguinte referente à teoria
constitucional:
De acordo com o princípio da unidade da Constituição, a interpretação constitucional deve ser realizada
de forma a evitar contradição entre suas normas.
QUESTÃO 44
[INSTITUTO CIDADES – 2010 - DPE-GO - Defensor Público] A maioria da doutrina constitucionalista
admite a especificidade da interpretação constitucional e lista alguns princípios a serem observados
nessa tarefa. Quando o intérprete se depara com duas normas constitucionais aparentemente
contraditórias e incidentes sobre a mesma situação fática, o princípio aplicável é o da:
A) interpretação conforme a Constituição.
B) unidade da Constituição.
C) presunção da constitucionalidade das leis e atos do poder público.
D) máxima efetividade.
E) força normativa da Constituição.
QUESTÃO 45
[VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público - Adaptada] No que se refere à Hermenêutica
Constitucional, analise as assertivas:
(i) Há hierarquia entre normas constitucionais originárias, admitindo-se a declaração de
inconstitucionalidade de determinada norma em face de outra, gerando assim declaração das normas
constitucionais inconstitucionais.
(ii) O princípio da unidade da Constituição prevê que o intérprete deve considerar o texto na sua
globalidade de forma a se evitarem contradições e antinomias entre normas constitucionais.
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QUESTÃO 46
[VUNESP - 2016 - TJRJ -Juiz] No estudo da Hermenêutica Constitucional se destaca a importância no
constitucionalismo contemporâneo de uma Constituição concreta e historicamente situada com a
função de conjunto de valores fundamentais da sociedade e fronteira entre antagonismos jurídicos-
políticos. A Constituição não está desvinculada da realidade histórica concreta do seu tempo. Todavia,
ela não está condicionada, simplesmente, por essa realidade. Em caso de eventual conflito, a
Constituição não deve ser considerada, necessariamente, a parte mais fraca. O texto ressalta
corretamente o seguinte princípio:
a) hermenêutica clássica.
b) nova retórica constitucional.
c) senso comum que norteia a eficácia constitucional.
d) tópico-problemático constitucional.
e) força normativa da Constituição.
QUESTÃO 47
[FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária] No tocante à interpretação das normas
constitucionais, o Princípio da Força Normativa da Constituição determina que:
A) a interpretação constitucional deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas.
B) entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade
e permanência das normas constitucionais.
C) os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional não poderão chegar a uma posição
que subverta o esquema organizatório funcional constitucionalmente já estabelecido.
D) na solução dos problemas jurídicos constitucionais, deverá ser dada maior primazia aos critérios
favorecedores da integração política e social.
E) a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito seja destinada a evitar o sacrifício total de
uns em relação aos outros.
QUESTÃO 48
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I – Direito – Adaptada] Julgue o item:
A hermenêutica das normas constitucionais permite que se extraia o sentido das mesmas, havendo
diversos métodos para aplicação das técnicas de interpretação. Há, além disso, princípios específicos que
se destinam a auxiliar na interpretação das normas constitucionais, dos quais é exemplo o Princípio da
força normativa da Constituição, que orienta à escolha da interpretação que permita maior eficácia às
normas constitucionais.
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QUESTÃO 49
[CESPE - 2010 - DPE - BA - Defensor Público] No que se refere à hermenêutica e interpretação
constitucional, julgue o item subsequente:
De acordo com o denominado princípio do efeito integrador, deve-se dar primazia, na resolução dos
problemas jurídico-constitucionais, aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço
da unidade política.
QUESTÃO 50
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação
constitucional, julgue o item:
Segundo o princípio da concordância prática ou da harmonização, eventual conflito entre bens
juridicamente protegidos deve ser solucionado pela coordenação e combinação entre eles, de modo que
o estabelecimento de limites recíprocos evite o sacrifício de uns em relação aos outros.
QUESTÃO 51
[VUNESP - 2011 - CREMESP - Advogado] Dentro da hermenêutica constitucional, o princípio de
interpretação constitucional que exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito de
forma a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros denomina-se princípio:
A) da unidade da Constituição.
B) do efeito integrador.
C) da máxima efetividade.
D) da concordância prática.
E) da conformidade funcional.
QUESTÃO 52
[CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município] Os bens jurídicos reconhecidos e
protegidos constitucionalmente devem ser ordenados de tal forma que, havendo colisões entre eles, um
não se realize à custa do outro. Essa máxima é representada, no âmbito da interpretação constitucional,
pelo princípio:
A) da concordância prática.
B) da supremacia da Constituição.
C) da máxima eficácia da norma constitucional.
D) da força normativa da Constituição.
E) do efeito integrador.
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QUESTÃO 53
[CESPE - 2018 - DPE‐PE] A colisão entre dois ou mais direitos fundamentais resolve‐se com a aplicação
preponderante do princípio:
a) da força normativa.
b) da dignidade da pessoa humana.
c) da concordância prática.
d) da eficiência.
e) do efeito integrador
QUESTÃO 54
[FCC - 2013 - DPE-SP - Defensor Público] A doutrina elenca alguns princípios de interpretação
especificamente constitucionais, nos quais se encarta o princípio da concordância prática, que consiste
na busca do intérprete e aplicador das normas constitucionais:
A) pela primazia de pontos de vista que favoreçam a integração política e social, de modo a alcançar
soluções pluralisticamente integradoras.
B) pela coexistência harmônica entre bens constitucionalmente protegidos que estejam em uma
aparente situação de conflito entre eles, evitando-se o sacrifício total de um deles em detrimento do
outro.
C) por uma interpretação que atenda a harmonia entre os três Poderes do Estado, evitando a ofensa ao
princípio da tripartição dos poderes.
D) pela garantia de manutenção do esquema organizatório-funcional estabelecido pela Constituição ao
prever um sistema harmônico de repartição de competências entre os entes federativos.
QUESTÃO 55
[TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto] A Constituição brasileira possui uma
plêiade de princípios, muitos deles em conflito em casos concretos. Há vetores interpretativos que
auxiliam o juiz no trabalho de construção da decisão. Um desses vetores da hermenêutica
contemporânea (v.g., Canotilho) tem campo de atuação em hipóteses de colisão entre direitos
fundamentais, sendo que subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos bens constitucionais
que impede, como solução, o sacrifício de uns em relação aos outros e impõe condicionantes recíprocas.
Esse vetor traduz o princípio da:
A) Concordância prática.
B) Máxima efetividade.
C) Correção funcional.
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D) Interpretação.
QUESTÃO 56
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2] O aplicador do direito, ao
interpretar as normas constitucionais pretendendo otimizar-lhes a eficácia, sem alterar o seu conteúdo,
lança mão do princípio da:
A) máxima efetividade.
B) interpretação conforme a Constituição.
C) concordância prática.
D) eficácia integradora.
E) correção funcional.
QUESTÃO 57
[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva:
O princípio da máxima efetividade da Constituição propõe que se dê primazia às soluções hermenêuticas
que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitem a sua atualização
normativa, garantindo a sua eficácia e permanência.
QUESTÃO 58
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito - Adaptada] A norma
constitucional não se confunde com seu texto, de modo que é preciso extrair dele o conteúdo e sentido
da norma. Para tanto o intérprete pode se valer dos princípios interpretativos, como o princípio da
máxima efetividade, que confere à norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia.
QUESTÃO 59
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico] Pelo princípio da justeza ou da conformidade funcional da
Constituição Federal:
a) as normas constitucionais devem ser interpretadas no sentido de terem a mais ampla efetividade
social, reconhecendo a maior eficácia possível aos direitos fundamentais.
b) partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir
de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre esses bens e princípios, por
inexistir hierarquia entre eles.
c) o intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por
estabelecer sua força normativa, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente
estabelecida pelo constituinte originário.
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GABARITO
01 – D 13 – F 25 – F 38 – B 51 – D
02 – B 14 – F 26 – F 39 – V 52 – A
03 – A 15 – V 27 – F 40 – F 53 – C
04 – A 16 – D 28 – F 41 – C 54 – B
29 – V 42 – C 55 – A
05 – V 17 – V
30 – F 43 – C 56 – A
06 – F 18 – F
31 – B 44 – B 57 – F
07 – F 19 – V
32 – C 45 – I) F / II) V 58 – V
08 – B 20 – V
33 – C 46 – E 59 – C
09 – F 21 – V
34 – V 47 – B 60 – C
22 – V
10 – D
35 – F 48 – V
23 – V 61 – V
11 – A 36 – F 49 – V
24 – F
12 – F 37 – V 50 – V
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QUESTÃO 06
[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da evolução histórica do constitucionalismo
no Brasil, das concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o
item a seguir.
A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal.
QUESTÃO 07
[CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa] Acerca do Estado federal brasileiro,
tendo como referência a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Dada a subordinação dos entes federados à força normativa da CF, seu preâmbulo deve ser
obrigatoriamente reproduzido nas constituições estaduais.
QUESTÃO 08
[CESPE - 2016 - PGE-AM - Procurador do Estado] Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de
normas constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito.
Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, ao elaborar as suas próprias
leis fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos naquilo que for cabível.
QUESTÃO 09
[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III] À luz dos
princípios fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro, julgue o item a seguir.
Quando um estado da Federação deixa de invocar a proteção de Deus no preâmbulo de sua
constituição, contraria a CF, pois tal invocação é norma central do direito constitucional positivo
brasileiro.
QUESTÃO 10
[CESPE - 2012 - ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5] A respeito de
constitucionalismo, interpretação, eficácia e hierarquia das normas constitucionais, julgue o item que
se segue.
As emendas constitucionais têm o mesmo grau hierárquico que as normas constitucionais originárias e,
por isso, não estão sujeitas a controle de constitucionalidade.
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[FCC - 2016 - AL-MS - Agente de Apoio Legislativo] É possível classificar a Constituição Federal Brasileira
de 1988 como
A) promulgada, escrita, formal e rígida.
B) outorgada, histórica, formal e rígida.
C) promulgada, material, não escrita e flexível.
D) outorgada, analítica, imutável e histórica.
E) cesarista, semirrígida, sintética e escrita.
QUESTÃO 05
[FCC - 2017 - FUNAPE - Analista Jurídico Previdenciário-Adaptada] Considerando a classificação das
constituições quanto a sua mutabilidade, a Constituição Federal vigente é
A) analítica, uma vez que é minuciosa, extensa, dispondo não somente sobre a organização do Estado
brasileiro, mas também sobre matérias que seriam próprias da legislação ordinária, o que dificulta a
alteração do ordenamento jurídico brasileiro.
B) dirigente, uma vez que estabelece diretrizes e metas ao legislador, demandando que seja reformada
quando alcançados os objetivos do constituinte.
C) flexível, uma vez que sua carga principiológica permite ao legislador interpretá-la e dar-lhe significado
por intermédio da legislação ordinária, o que permite a evolução da Constituição sem que ela seja
formalmente alterada.
D) rígida, uma vez que apenas pode ser alterada por procedimento específico diverso do previsto para a
elaboração das leis ordinárias e complementares, dificultando sua modificação.
QUESTÃO 06
[FCC - 2016 - AL-MS - Auxiliar de Enfermagem] No que concerne à classificação das constituições,
segundo a doutrina constitucionalista brasileira, a Constituição Federal de 1988 é considerada escrita,
dogmática,
A) promulgada, rígida, analítica e formal.
B) promulgada, semirrígida, analítica e material.
C) outorgada, rígida, analítica e formal.
D) promulgada, flexível, sintética e formal.
E) outorgada, semirrígida, sintética e material.
QUESTÃO 07
[FCC - 2015 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Judiciária] O Texto Constitucional
decorrente dos trabalhos realizados por órgão constituinte democraticamente eleito, que sistematiza as
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GABARITO COMENTADO
(A) QUESTÕES CESPE
QUESTÃO 01
[CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição,
à competência dos entes federativos, ao ato jurídico e à personalidade jurídica, julgue (C ou E) o item que
se segue.
A vigente Constituição brasileira é, no que se refere à estabilidade, semirrígida, pois, além de conter
normas modificáveis por processo legislativo dificultoso e solene, possui também normas flexíveis, que
podem ser alteradas por processo legislativo ordinário.
Comentário:
Ora, meu caro aluno, eu tenho certeza que você já memorizou que quanto à estabilidade a nossa
Constituição Federal de 1988 é classificada como rígida, afinal a alteração do seu texto é possível, mas
exige um processo legislativo mais complexo e difícil do que aquele previsto para a elaboração das leis
ordinárias e complementares. Por isso não há dúvidas: o item é falso.
Gabarito: Errado.
QUESTÃO 02
[CESPE - 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição
Federal de 1988, ao controle de constitucionalidade e à atividade administrativa do Estado brasileiro,
julgue (C ou E) o item que se segue.
A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à extensão, como sintética, pois suas matérias
foram dispostas em um instrumento único e exaustivo de seu conteúdo.
Comentário:
A assertiva é falsa, por duas razões. Primeiro porque, quanto à extensão, a Constituição Federal de 1988
é classificada como analítica, ou seja, sua confecção se deu de maneira ampla, detalhada, já que ela
regulamenta vários assuntos: os considerados muito relevantes para a organização e funcionamento do
Estado e outros que não são tão importantes, mas mesmo assim foram inseridos no texto da Constituição
por opção da assembleia constituinte. O outro erro deriva do seguinte: o fato de todas as normas
constitucionais estarem dispostas em um único documento, faz com que ela seja classifica quanto à
forma como escrita.
Gabarito: Errado
QUESTÃO 03
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[CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] A respeito das
classificações das constituições, julgue o item:
Quanto à extensão, as constituições são classificadas como sintéticas — aquelas que preveem apenas
princípios e normas gerais do Estado — e analíticas — aquelas que regulamentam todos os assuntos
entendidos como relevantes à formação e ao funcionamento do Estado.
Comentário:
Quanto à extensão as Constituições realmente podem ser classificadas como sintéticas, quando são
elaboradas de forma reduzida, com preocupação única de enunciar os princípios básicos para a
estruturação estatal, mantendo-se restritas aos assuntos que realmente são constitucionais. Mas
poderão também ser classificadas como analíticas, igualmente chamadas de “prolixas” (ou “extensas"),
quando são elaboradas de maneira ampla, detalhada, já que regulamentam vários assuntos. O item é
verdadeiro.
Gabarito: Certo
QUESTÃO 04
[CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública] A respeito das classificações das constituições
e dos princípios fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.
A constituição material, escrita e rígida, como a CF, consiste em um documento escrito formado por
normas substancialmente constitucionais que só podem ser alteradas por meio de processo legislativo
especial e mais dificultoso.
Comentário:
Muito interessante essa questão. Pra começar, ela se inicia classificando nossa Constituição de 1988 de
modo errôneo. Apesar de ser um documento escrito e rígido, não é material. Quanto ao conteúdo, uma
Constituição é material quando consideramos como constitucional toda norma que tratar de matéria
constitucional, independentemente de estar tal diploma inserido ou não no texto da Constituição.
Segundo este critério, no entanto, nossa Constituição é formal. Você deve, portanto, assinalar este item
como falso.
Gabarito: Errado.
QUESTÃO 05
[CESPE - 2016 - TCE-PA - Auxiliar Técnico de Controle Externo - Área Administrativa] Com relação à
Constituição Federal de 1988 (CF), sua classificação e dispositivos, julgue o item a seguir:
A CF é considerada flexível, pois a sua alteração pode ocorrer por meio de procedimento ordinário do
processo legislativo comum.
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Comentário:
A assertiva é claramente falsa, pois a Constituição Federal de 1988 é classificada como rígida, visto que
exige para a aprovação de suas emendas constitucionais o respeito a um procedimento bem mais severo
e rigoroso do que aquele estabelecido para a construção da legislação ordinária, conforme preceitua o
art. 60, CF/88.
Gabarito: Errado.
QUESTÃO 06
[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da evolução histórica do constitucionalismo
no Brasil, das concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o
item a seguir.
A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal.
Comentário:
Eis um item verdadeiro. Na estruturação do nosso ordenamento jurídico, a Constituição Federal, norma
fundante, é aquela que confere fundamento e validade a todas as demais, consideradas normas
fundadas. Sendo assim, não se situa no mesmo plano hierárquico das normas infraconstitucionais e
infralegais: ocupa, sozinha, o ápice do ordenamento jurídico. É, portanto, um diploma que goza de
supremacia material e formal diante de todas as demais. Material porque em seu texto estão
estruturados os temas mais essenciais para a organização do Estado. Formal porque suas normas são
superiores e só podem ser modificadas por um rito mais solene e gravoso do que aquele previsto para
os diplomas inferiores.
QUESTÃO 07
[CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa] Acerca do Estado federal brasileiro,
tendo como referência a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Dada a subordinação dos entes federados à força normativa da CF, seu preâmbulo deve ser
obrigatoriamente reproduzido nas constituições estaduais.
Comentário: A assertiva é falsa. De acordo com entendimento firmado pelo STF, o preâmbulo não é
norma jurídica e, tampouco, norma constitucional. Deste modo, não vincula as Constituições estaduais,
que não estão obrigadas a reproduzi-lo.
QUESTÃO 08
[CESPE - 2016 - PGE-AM - Procurador do Estado] Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de
normas constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito.
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Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, ao elaborar as suas próprias
leis fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos naquilo que for cabível.
Comentário: Os Estados, ao elaborar suas Constituições, não estão obrigados a reproduzir o
preâmbulo da Constituição Federal, vez que ele não possui força normativa. Sendo assim, nada impede
que os Estados, caso optem por reproduzir o texto do preâmbulo da CF, realizem adaptações. Deste
modo, a assertiva apresentada pelo examinador é verdadeira.
QUESTÃO 09
[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III] À luz dos
princípios fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro, julgue o item a seguir.
Quando um estado da Federação deixa de invocar a proteção de Deus no preâmbulo de sua
constituição, contraria a CF, pois tal invocação é norma central do direito constitucional positivo
brasileiro.
Comentário:
Não há dúvidas de que estamos diante de uma assertiva falsa. De acordo com o STF, o preâmbulo da
Constituição Federal não é norma jurídica e, sendo assim, não vincula os Estados na confecção de suas
Constituições Estaduais. Foi exatamente isso que nossa Suprema Corte firmou no julgamento da ADI
2076, ao explicitar que a ausência da expressão “sob a proteção de Deus” na Constituição Estadual do
Acre não violou a Constituição Federal.
QUESTÃO 10
[CESPE - 2012 - ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5] A respeito de
constitucionalismo, interpretação, eficácia e hierarquia das normas constitucionais, julgue o item que
se segue.
As emendas constitucionais têm o mesmo grau hierárquico que as normas constitucionais originárias e,
por isso, não estão sujeitas a controle de constitucionalidade.
Comentário:
Ainda que não exista hierarquia entre as normas constitucionais originárias e derivadas, elas se diferem
no seguinte aspecto: as normas constitucionais derivadas, se não forem produzidas de acordo com as
regras inseridas pelo Poder Constituinte Originário, estão sujeitas à controle de constitucionalidade. Ao
contrário das normas constitucionais originárias, que serão sempre constitucionais. Sendo assim, não
há dúvida meu caro aluno, que estamos diante de uma assertiva é falsa.
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pensamento único e avesso ao pluralismo ideológico, isto é, um texto que descarta qualquer
possibilidade de convivência entre diferentes grupos políticos e distintas teorias. Nossa Constituição
vigente, ao contrário, é considerada eclética, uma vez que seu texto é produto de uma composição
variada de acordos heterogêneos que denotam a existência de uma pluralidade de ideologias e diversos
grupos políticos coexistentes. Ainda sobre a letra ‘b’, não podemos deixar de notar que a FCC mencionou
que nossa Constituição é rígida, seguindo a doutrina majoritária. Todavia, citou entre parênteses a
possibilidade de ela ser encarada como semirrígida, segundo a doutrina minoritária (do Ministro
Alexandre de Moraes).
Em relação a letra ‘c’, é uma assertiva incorreta, pois as constituições cesaristas, em verdade,
caracterizam-se por serem autoritárias, traduzindo a vontade do detentor do poder. A elaboração de seu
texto não conta com a real participação do povo, apesar de ele somente poder entrar em vigor depois de
ser submetido à aprovação popular que o ratifique.
No que tange a letra ‘e’, é falsa porque a Constituição histórica é construída aos poucos, em um lento
processo de filtragem e absorção de ideais (por vezes contraditórias). Em outras palavras, este
documento constitucional não é formado de uma só vez, sendo produto da gradativa evolução jurídica e
histórica de uma sociedade.
Por fim, a letra ‘d’ é a nossa resposta, visto que escrita é a Constituição na qual todos os dispositivos são
escritos e estão inseridos de modo sistemático em um único documento, de forma codificada — por isso
diz-se que sua fonte normativa é única.
Gabarito: D
QUESTÃO 03
[FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] É correto
classificar a Constituição Federal brasileira de 1988, quanto
A) à origem, como outorgada, pois não foi votada e aprovada diretamente pelo povo, mas tão somente
por seus representantes.
B) à extensão, como sintética, por abordar, muitas vezes de forma minuciosa, todos os assuntos que os
representantes do povo entenderam fundamentais.
C) ao modo de elaboração, como histórica, constituída através de um lento e contínuo processo de
formação ao longo do tempo.
D) ao conteúdo, como formal, em razão de ter elegido como critério preponderante o processo de sua
formação, e não o conteúdo de suas normas.
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A) analítica, uma vez que é minuciosa, extensa, dispondo não somente sobre a organização do Estado
brasileiro, mas também sobre matérias que seriam próprias da legislação ordinária, o que dificulta a
alteração do ordenamento jurídico brasileiro.
B) dirigente, uma vez que estabelece diretrizes e metas ao legislador, demandando que seja reformada
quando alcançados os objetivos do constituinte.
C) flexível, uma vez que sua carga principiológica permite ao legislador interpretá-la e dar-lhe significado
por intermédio da legislação ordinária, o que permite a evolução da Constituição sem que ela seja
formalmente alterada.
D) rígida, uma vez que apenas pode ser alterada por procedimento específico diverso do previsto para a
elaboração das leis ordinárias e complementares, dificultando sua modificação.
Comentário:
Perceba que o examinador pede que você marque a alternativa que classifique nossa Constituição quanto
à sua mutabilidade, ou seja, quanto à sua estabilidade. Por esta razão você poderá excluir as alternativas
‘a’ e ‘b’ (uma trata da extensão da CF, a outra da finalidade).
A alternativa ‘c’ também não poderá ser marcada, pois, ainda que trate da mutabilidade, o faz de forma
equivocada, classificando nossa Constituição como flexível (e ainda define referida classificação de forma
equivocada, mencionando um fenômeno distinto, que é a ‘mutação constitucional’).
Por fim, a alternativa que você deverá marcar é a ‘d’, visto que quanto a sua mutabilidade, a Constituição
Federal pode ser classificada como rígida, ou seja, há um processo específico que deve ser observado
pelo poder constituinte reformador e este processo é bem mais solene e complexo do que aquele previsto
para a elaboração da legislação ordinária.
Gabarito: D
QUESTÃO 06
[FCC - 2016 - AL-MS - Auxiliar de Enfermagem] No que concerne à classificação das constituições,
segundo a doutrina constitucionalista brasileira, a Constituição Federal de 1988 é considerada escrita,
dogmática,
A) promulgada, rígida, analítica e formal.
B) promulgada, semirrígida, analítica e material.
C) outorgada, rígida, analítica e formal.
D) promulgada, flexível, sintética e formal.
E) outorgada, semirrígida, sintética e material.
Comentário:
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Para respondermos essa questão é necessário recordar que nossa atual Constituição pode ser assim
classificada:
- Quanto à origem: é promulgada;
- Quanto à estabilidade: é rígida;
- Quanto à forma: é escrita;
- Quanto ao modo de elaboração: é dogmática;
- Quanto à extensão: é analítica;
- Quanto ao conteúdo: é formal.
Destarte, podemos assinalar a letra ‘a’.
Gabarito: A
QUESTÃO 07
[FCC - 2015 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Judiciária] O Texto Constitucional
decorrente dos trabalhos realizados por órgão constituinte democraticamente eleito, que sistematiza as
ideias e os princípios fundamentais da teoria política e do direito prevalente em determinado momento
histórico é denominado, quanto ao modo de sua elaboração, de
A) flexível.
B) rígido.
C) semirrígido.
D) dogmático.
E) outorgado.
Comentário:
Quanto ao modo de elaboração há duas classificações possíveis: dogmática ou história. A Constituição
classificada como dogmática, é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião
certa, historicamente determinada, por um órgão competente para tanto. Retrata os valores e os
princípios que vigoravam na sociedade naquele específico período de produção e os insere em seu texto,
fazendo com que ganhem a força jurídica de dispositivos obrigatórios. É uma Constituição feita de uma
só vez, em um período histórico delimitado. A letra ‘d’ está correta.
Gabarito: D
QUESTÃO 08
[FCC - 2009 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados] A
Constituição que prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o
e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como:
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A) sintética.
B) pactuada.
C) analítica.
D) dirigente.
E) dualista.
Comentário:
Como vimos acima, a Constituição elaborada de forma reduzida, com preocupação única de enunciar os
princípios básicos para a estruturação estatal, mantendo-se restrita aos assuntos que realmente são
constitucionais classifica-se como sintética. Nossa resposta é a letra ‘a’.
Gabarito: A
QUESTÃO 09
[FCC - 2015 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Técnico Judiciário - Administrativa] Em relação à sua mutabilidade
ou alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas em:
A) flexíveis, rígidas, semirrígidas ou semiflexíveis, e superrígidas.
B) delegadas, outorgadas ou consensuais.
C) analíticas ou sintéticas.
D) escritas, costumeiras ou mistas.
E) originárias ou derivadas.
Comentário:
Quanto à sua mutabilidade (ou estabilidade) a Constituição pode ser classificada como:
- Flexível: uma vez que pode ser modificada por intermédio de um procedimento legislativo comum,
ordinário, não requerendo qualquer processo específico para sua alteração;
- Rígida: a alteração desta Constituição é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e
solene do que aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais;
- Semirrígida: também conhecida como semiflexível – quando o mesmo documento constitucional pode
ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma esteja para ser alterada;
- Superrígida: quando em regra a Constituição poderá ser alterada por um processo legislativo
diferenciado, mas, excepcionalmente, em alguns pontos é imutável.
Podemos concluir que a letra ‘a’ deve ser assinalada. Note que, mais uma vez, a FCC considerou como
possível a classificação apresentada pelo Ministro Alexandre de Moraes em sua obra doutrinária.
Gabarito: A
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Prof. Nathalia Masson
Direito Constitucional - Auditor da Receita Federal
Aula 02
QUESTÃO 10
[FCC - 2015 - Prefeitura de São Luís - MA - Auditor de Controle Interno - Engenharia Elétrica] Considera-
se dogmática a Constituição
A) não escrita, resultante de formação histórica e cultural que sedimenta as normas fundamentais de
organização de um determinado Estado.
B) escrita, elaborada por um órgão constituinte e que sistematiza as ideias fundamentais da teoria
política e do Direito predominantes em determinado momento histórico.
C) que se origina de um órgão constituinte, composto de representantes do povo eleitos especificamente
para elaborá-la, podendo ser escrita ou não escrita.
D) que traz as normas constitucionais escritas ou costumeiras, que regulam a estrutura do Estado, a
organização de seus órgãos e os direitos fundamentais.
E) que pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmo processo de elaboração das leis
ordinárias.
Comentário:
Recorde que a Constituição dogmática é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma
ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão competente para tanto. Retrata os valores e
os princípios que vigoravam na sociedade naquele específico período de produção e os insere em seu
texto, fazendo com que ganhem a força jurídica de dispositivos obrigatórios. É uma Constituição feita de
uma só vez, em um período histórico delimitado. Dessa forma, a letra ‘b’ deve ser assinalada.
Gabarito: B
- Democrática
- Outorgada
Quanto à origem
- Cesarista
- Imutável
Quanto à - Rígida
estabilidade
- Flexível
- Semirrígida
- Escrita
Quanto à forma
- Não escrita
- Democrática
Quanto ao modo - Dogmática - Rígida
de elaboração
- Histórica - Escrita
- Analítica - Dogmática
Quanto à extensão
- Concisa - Analítica
CF/88
- Formal
Quanto ao - Material
- Dirigente
conteúdo - Formal
- Autoconstituição
- Garantia - Semântica
Quanto à
- Balanço - Nominativa
finalidade
- Dirigente
Quanto à - Nominalista
interpretação
- Semântica
Quanto à - Normativa
correspondência
com a realidade = - Nominativa
critério ontológico - Semântica
Constitucionalismo
Conceito Teoria que visa limitar e controlar o poder com a finalidade de garantir direitos
fundamentais.
Constitucionalismo Simbolizado pela Magna Carta, celebrada pelo Rei João Sem Terra e a nobreza, em 1215,
Medieval cujo o intuito era limitar o poder monárquico.
Seu marco central são as revoluções liberais do final do século XVIII (EUA, 1776, e França,
Constitucionalismo
1789). Promulgação das primeiras constituições escritas, com limitação dos governantes
moderno
e afirmação de direitos políticos e individuais dos cidadãos.
Intitulado como “el constitucionalismo del ‘por-venir’” por seu idealizador – o jurista
argentino José Roberto Dromi1 – o constitucionalismo do futuro identifica sete valores
Constitucionalismo fundamentais que as Constituições do futuro deverão observar.
do futuro
Consoante preceitua o jurista argentino, o constitucionalismo do futuro deve identificar-
se com os 7 seguintes valores: (i) a verdade, (ii) a solidariedade, (iii) o consenso, (iv) a
continuidade, (v) a participação, (vi) a integração e (vii) a universalidade.
Pensado por Rudolf Smend, é um método que preconiza que a interpretação das normas
Método científico-
e dos institutos constitucionais não deve se ater somente à literalidade do texto, devendo
espiritual (ou
considerar: (i) a Constituição como um sistema harmônico (ou seja, como “um todo”), (ii)
integrativo)
fatores extraconstitucionais, tais como a realidade social, e os valores subjacentes ao texto
da Constituição (método valorativo).
Tendo por teórico central Konrad Hesse, neste método parte-se da norma constitucional
Método
para o problema (e não do caso concreto para a norma, como no método anteriormente
hermenêutico-
estudado), havendo, portanto, uma prevalência do texto constitucional diante do
concretizador
problema.
- Friedrich Müller é o autor que arquiteta este método, no qual se reconhece a ausência de
identidade entre texto e norma – sendo esta última bem mais ampla e complexa que o
Método primeiro. Assim, o texto é entendido como sendo, tão somente, a forma da lei, não
normativo- possuindo normatividade. Em outras palavras, o texto representa uma “moldura”: dentro
estruturante (ou dela, várias interpretações são viáveis, isto é, várias normas podem ser extraídas (pois
concretista) existem vários sentidos para aquele texto).
(ii) Não são aceitáveis violações à literalidade do texto, afinal o intérprete encontra seu
limite de atuação no perímetro que envolve as possibilidades hermenêuticas do texto,
não podendo, jamais, atuar como legislador positivo, criando norma nova a partir da
tarefa interpretativa.
Princípio da máxima
Este princípio apresenta-se como um apelo para que seja realizada a interpretação dos
efetividade ou da
direitos e garantias fundamentais de modo a alcançar a maior efetividade possível, de
eficiência
maneira a otimizar a norma e dela extrair todo o seu potencial protetivo.
(intervenção efetiva)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2017.
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal anotada. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019.
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 41ª ed. atual. São Paulo: Malheiros,
2018.
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.