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Aula 25

Ordem Social

Direito Constitucional para Concursos - Área


Fiscal e Controle

Prof. Nathalia Masson


Prof. Nathalia Masson
Direito Constitucional para Concursos - Área Fiscal e Contro...
Aula 25: Ordem Social

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

ORDEM SOCIAL ............................................................................................................................................ 4

(1) RECADO INICIAL....................................................................................................................................... 4

(2) INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 4

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO (ARTS. 205 A 217, CF/88)........................................................ 7

(A) DA EDUCAÇÃO................................................................................................................................................................................................. 7

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 12

(B) DA CULTURA........................................................................................................................................... 16

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 18

(C) DO DESPORTO......................................................................................................................................... 19

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 20

DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (ARTS. 218 A 219-B, CF/88)............................................................... 22

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 23

DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (ARTS. 220 A 224, CF/88)...................................................................................... 26

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 27

DO MEIO AMBIENTE (ART. 225, CF/88)........................................................................................................... 29

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 31

DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO (ARTS. 226 A 230, CF/88).................... 34

(A) DA FAMÍLIA............................................................................................................................................. 34

(B) DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO JOVEM.......................................................................................... 37

(C) DO IDOSO................................................................................................................................................ 38

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 39

DOS ÍNDIOS (ARTS. 231 E 232, CF/88)............................................................................................................. 43

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 44

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 45

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 46

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 47

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 50

TESTE A SUA DIREÇÃO.................................................................................................................................. 63

EXERCÍCIOS PARA REVISÃO.......................................................................................................................... 63

GABARITO.................................................................................................................................................... 64

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS...................................................................................................................... 65

QUESTÕES PARA TREINAR - CESPE............................................................................................................... 69

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GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 70

QUESTÕES PARA TREINAR - FCC................................................................................................................... 74

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 77

QUESTÕES PARA TREINAR - VUNESP............................................................................................................ 84

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 86

QUESTÕES PARA TREINAR - FGV................................................................................................................... 90

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 93

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ORDEM SOCIAL 

(1) Recado Inicial


Como o conteúdo de Direito Constitucional  é o que mais se  altera no mundo jurídico (em razão das constantes
mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque
sua aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso! 

(2) Introdução
Você deve se lembrar, estimado aluno, que nosso documento constitucional é dividido em títulos. 

Justamente o Título VIII é dedicado com exclusividade à “Ordem Social”. Isso diferencia nossa atual Constituição das
anteriores que, desde a Constituição de 1934, incluíam a ordem social no título referente à ordem econômica.
Esse título VIII vai do artigo 193 ao 232 e é dividido em oito capítulos que tratam dos mais variados e diferentes temas (o
capítulo I, introdutório, trata das disposições gerais). Ali temos:
(i) seguridade social; 

(ii) educação, cultura e desporto; 

(iii) ciência, tecnologia e inovação; 

(iv) comunicação social; 

(v) meio ambiente; 

(vi) família, criança, adolescente, jovem e idoso; e

(vii) índios. 

Abaixo um esquema[1] que permitirá uma visão panorâmica da estrutura do capítulo:

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Segundo muito bem coloca a doutrina, “algumas dessas matérias nada têm de sociais e não possuem qualquer relação
entre si, exceto o fato de evidenciarem, ainda mais, a prolixidade da Constituição”[2]. 
Pois bem. O capítulo I desse Título, traz uma disposição geral, em um único artigo, que é o 193: “A ordem social tem
como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”.
Observe o esquema abaixo: 

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Como o seu edital cobrou o tema ordem social, veremos, nos itens seguintes, de que forma a proteção
constitucionalmente engendrada para cada um dos diferentes institutos que compõem a ordem social contribui para a
concretização desses objetivos.

[1]. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Salvador: Juspodivm.

[2]. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Método, 2012, p. 1041.

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Da Educação, da Cultura e do Desporto (arts. 205 a 217,


CF/88)
(A) Da Educação
Não há dúvidas, caro aluno, que a  educação[1]  é um dos  mais  importantes direitos sociais que nossa Constituição
prevê, uma vez que permite a compreensão plena e a fruição consciente dos demais direitos. 
É a educação que permite o desenvolvimento do indivíduo para exercer a cidadania, que o prepara e o qualifica para o
trabalho, que o informa para fazer suas escolhas filosóficas e políticas, que o ensina a proteger sua saúde e, também,
atuar em prol do meio ambiente. Em outras palavras: é a educação que capacita o sujeito para exercer na inteireza
todas as suas liberdades constitucionais.
Previsto na Seção I, que vai do art. 205 ao 214, a educação é um direito fundamental de todos e dever da família e do
Estado. Ela deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205, CF/88). 
Enquanto  dever do Estado, a educação deve ser prestada em todas as entidades da nossa federação, sendo que os
entes federados (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) deverão organizar seus sistemas de ensino,
em regime de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do ensino obrigatório (art.
211, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020).
Vejamos o dispositivo constitucional: 

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração
seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de
ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função  redistributiva e  supletiva, de
forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
definirão formas de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do
ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.     

Comentando o artigo lido, temos que:

(i) A competência da União refere-se à organização do sistema federal de ensino e o dos Territórios, ao financiamento
das instituições de ensino públicas federais e ao exercício, em matéria educacional, da função redistributiva e supletiva,
de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante
assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Ainda sobre a União: ela deverá

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aplicar, anualmente,  nunca menos de dezoito por cento da sua receita resultante de impostos na manutenção e
desenvolvimento do ensino[2].
(ii) Por seu turno, os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio;

(iii) Já os Municípios, atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211, §§ 2º e 3º). 

(iv) Estados, DF e Municípios deverão aplicar, no mínimo, vinte e cinco por cento da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino[3].
Observe o esquema[4] abaixo: 

Ainda no que se refere ao  dever do Estado de prestar a educação, vale lembrar que será efetivado mediante
algumas garantias constitucionais (art. 208), quais sejam:
(i) a educação básica é obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, sendo assegurada, inclusive, sua
oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
(ii) progressiva universalização do ensino médio gratuito;

(iii) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

(iv) educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até cinco anos de idade;

(v) acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

(vi) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando.

(vii) atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
Para detalharmos um pouco mais o art. 208, vejamos algumas  manifestações do STF que são merecedoras de
comentários adicionais: 
(A) Sobre a gratuidade do ensino (item i), duas informações são relevantes:

(1) O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é um direito público subjetivo, que pode ser invocado no Poder Judiciário.
Assim, seu não oferecimento pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importará em responsabilização da autoridade
competente. 

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(2) O STF decidiu, no RE 357.148, que o princípio constitucional da gratuidade de ensino público em estabelecimento
oficial alcança não apenas o ensino em si, como também as garantias de efetivação do dever do Estado com a educação
previsto na Constituição. Nessas garantias está englobado o atendimento ao educando em todas as etapas da
educação básica, incluído o nível médio profissionalizante,  além do fornecimento de alimentação. Isso significa que
é inconstitucional a cobrança de "taxa de alimentação" por instituição federal de ensino profissionalizante. Em outras
palavras, determinou o STF que uma interpretação conjunta dos artigos 206, IV, e 208, VI, CF/88 revela que programa de
alimentação de estudantes em instituição pública de ensino profissionalizante que se apresente oneroso (com custo)
consiste na própria negativa de adoção do programa. 
(B) No que se refere ao  item iii  (atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino), o Plenário do STF, em decisão majoritária prolatada na ADI 5357
(junho/2016), entendeu constitucionais as normas do Estatuto da Pessoa com Deficiência (arts. 28, § 1° e 30, caput, da
Lei 13.146/2015) que preveem a  obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem a inserção de pessoas com
deficiência no ensino regular e prover as medidas de adaptação necessárias sem que ônus financeiro seja repassado às
mensalidades, anuidades e matrículas. 
Ao se manifestar pela improcedência da ação direta, o relator, Min. Edson Fachin, destacou que o estatuto reflete o
compromisso ético de acolhimento e pluralidade democrática adotados pela Constituição Federal ao exigir que não
apenas as escolas públicas, mas também as instituições particulares, devam pautar sua atuação educacional a partir de
todas as facetas e potencialidades do direito fundamental à educação. Nas suas palavras: “O ensino privado não deve
privar os estudantes – com e sem deficiência – da construção diária de uma sociedade inclusiva e acolhedora,
transmudando-se em verdadeiro local de exclusão, ao arrepio da ordem constitucional vigente”. Salientou, ainda, que a
Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, que tem entre seus pressupostos promover,
proteger e assegurar o exercício pleno dos direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com
deficiência, foi ratificada pelo Congresso Nacional (Decreto 6.949/2009), o que lhe confere status de emenda
constitucional. Consoante entendimento do Ministro, ao transpor a norma para o ordenamento jurídico, o Brasil
atendeu ao compromisso constitucional e internacional de proteção e ampliação progressiva dos direitos fundamentais
e humanos das pessoas com deficiência.
(C) Acerca da educação infantil, em creche e pré-escola, para as crianças com até cinco anos de idade (item iv), vale
destacar a decisão monocrática do Ministro Celso de Mello, no Recurso Extraordinário 956.475[5], no qual assegurou a
matrícula de uma criança de 4 anos em creche pública. Ponderou o decano da Corte que a educação infantil, por
qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se sujeita, em seu processo de concretização, a avaliações
meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental.
Assim, embora caiba, primariamente, ao Legislativo e ao Executivo a prerrogativa de formular e de executar políticas
públicas, revela-se possível ao Judiciário, de forma  excepcional, determinar que as políticas públicas definidas pela
Constituição sejam implementadas sempre que os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos
político-jurídicos que sobre eles incidem em caráter impositivo, vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e
a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional.
Conforme manifestação do Ministro, o art. 208, IV da CF consagra a educação infantil como prerrogativa indisponível,
que, prevista constitucionalmente às crianças, a estas assegura o atendimento em creche e, também, o acesso à pré-
escola – para efeito de seu desenvolvimento integral e como primeira etapa do processo de educação básica. Em suas
palavras: 

Essa prerrogativa jurídica, em consequência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de
que se reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que
possibilitem, de maneira concreta, em favor das crianças até cinco anos de idade, o efetivo acesso e
atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão
governamental, apta a frustrar, injustamente, por inércia, o integral adimplemento, pelo Poder Público,
de prestação estatal que lhe impôs o próprio texto da Constituição Federal. 

Por último, o Ministro destacou que

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a cláusula da ‘reserva do possível’ – ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente aferível –


não pode ser invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se, dolosamente, do cumprimento
de suas obrigações constitucionais, notadamente quando dessa conduta governamental negativa
puder resultar nulificação ou, até mesmo, aniquilação de direitos constitucionais impregnados de um
sentido de essencial fundamentalidade.

Em setembro de 2022, no julgamento do RE 1008166/SC, o STF confirmou que o Estado tem o dever constitucional de
assegurar às crianças entre zero e cinco anos de idade o atendimento em creche e pré-escola. Consolidou-se, nessa
decisão (Repercussão Geral – Tema 548), a possibilidade de intervenção do Poder Judiciário mediante determinações à
Administração Pública para que efetue a matrícula de crianças em creches e pré-escolas, no intuito de realizar a
promessa constitucional de prestação universalizada de educação infantil. Vejamos as teses fixadas pela Corte
Suprema:

1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino médio —
constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas constitucionais de
eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata.
2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta
pelo Poder Público pode ser exigida individualmente, como no caso examinado neste processo.
3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre
acesso à educação básica.

Outra relevante decisão proferida pelo STF em 2022 (em setembro, na ADI 7149-RJ) considerou constitucional lei
estadual (de iniciativa parlamentar) que determina a reserva de vagas, no mesmo estabelecimento de ensino, para
irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar – afinal, a norma consagra medida que visa consolidar políticas
públicas de acesso ao sistema educacional e do maior convívio familiar possível.
Vejamos agora, algumas informações que sua banca pode exigir acerca do ensino fundamental regular – que, como
dito anteriormente, será prestado de modo prioritário pelos Estados, Distrito Federal e Municípios:
(i) será ministrado em língua portuguesa;

(ii) às comunidades indígenas será também assegurada a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem;
(iii) serão fixados  conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a garantir formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais;
(iv) o ensino religioso será de matrícula facultativa, e constará como disciplina dos horários normais das escolas públicas
de ensino fundamental e, segundo decidiu o STF (por apertada maioria de 6X5, em setembro de 2017),  poderá ser
confessional, sem que isso implique violação ao caráter laico do Estado brasileiro (art. 19, CF/88) ou à garantia
fundamental à liberdade religiosa (art. 5º, VI, CF/88)[6]. 
Vou comentar com mais detalhamento este último item (iv), em razão de ser bastante polêmico. Foi em setembro de
2017 que a maioria dos Ministros do STF entendeu que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras  pode ter
natureza confessional, isto é, pode estar vinculado às diversas religiões. 
A Procuradoria-Geral da República havia ajuizado a ADI 4439 requerendo uma interpretação conforme à Constituição
de algumas normas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) e do acordo Brasil-Santa Sé, no intuito de
firmar que o ensino religioso ministrado em escolas públicas deveria ser de natureza não-confessional ou neutro – vale
dizer, o ensino religioso não poderia estar vinculado a uma religião específica, devendo apresentar uma posição de
neutralidade ante o pluralismo religioso, sem fazer qualquer juízo de valor a respeito das crenças religiosas, de modo a
não privilegiar ou desfavorecer qualquer uma delas. 
O Supremo Tribunal Federal, entretanto, entendeu que  o texto constitucional  não veda que as escolas públicas
ofereçam aulas (de  matrícula facultativa) de uma  religião específica, desde que o Estado oportunize a qualquer

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doutrina religiosa interessada a possibilidade de prestar o ensino religioso de acordo com suas crenças, sem
interferir para determinar o conteúdo programático nem para direcionar o estudo para uma religião específica. Nesse
sentido foram as palavras do Ministro Alexandre de Moraes, que abriu divergência e formou a maioria vencedora: 

O Estado, observado o binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) / Consagração da Liberdade religiosa
(art. 5º, VI) e o princípio da igualdade (art. 5º, caput), deverá atuar na regulamentação do cumprimento
do preceito constitucional previsto no art. 210, §1º, autorizando na rede pública, em igualdade de
condições, o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais e
objetivos previamente fixados pelo Ministério da Educação. Dessa maneira, será permitido aos alunos
que voluntariamente se matricularem o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso
como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de
acordo com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente
credenciados e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. 

Em um voto breve, a Min. Cármen Lúcia (Presidente da Corte por ocasião do julgamento e responsável por desempatá-
lo, com o ‘voto de minerva’), afirmou que a facultatividade da matrícula evita qualquer constrangimento aos alunos que
não professarem a religião predominante. “A laicidade do Estado está respeitada e não vejo contrariedade que me leve
a declarar inconstitucional as normas questionadas”, disse.
Bom, seguindo no estudo das normas constitucionais sobre o tema ‘educação’, lembremos que apesar de a educação
ser dever do Estado, a iniciativa privada também tem liberdade para prestá-la, desde que cumpra as normas gerais da
educação nacional e seja autorizada e avaliada quanto à qualidade pelo Poder Público (art. 209).
Já sobre as  universidades, prevê o art. 207 que elas obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, sendo instituições possuidoras de:
(i) autonomia didático-científica (de caráter principal, significa a liberdade no ato de ensinar, divulgar ideias e
pensamentos); 
(ii) autonomia administrativa (de caráter acessório, assegura o direito de administrar seus assuntos internos e fixar a
disciplina regente de suas relações com docentes, discentes e funcionários); e 
(iii) autonomia de gestão financeira e patrimonial (de caráter instrumental, representa a liberdade para gerir e utilizar
seus bens e recursos próprios – o que não exime a instituição de, posteriormente, sofrer controle interno e externo
quanto aos gastos).
Seguindo na análise do art. 207, vale informar que os §§ 1º e 2º estabelecem, como faculdade para as universidades, a
admissão de professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei, regra que se estende às instituições de
pesquisa científica e tecnológica.
Por fim, não podemos encerrar a breve apresentação dos dispositivos constitucionais que tratam da educação sem
destacar os importantíssimos princípios que regem o ensino, elencados no art. 206 da Constituição, quais sejam:
(i) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

(ii) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

(iii) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

(iv) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais[7];

(v) valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
(vi) gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

(vii) garantia de padrão de qualidade;

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(viii) piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal;

(ix) garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. 

Quanto ao princípio da gratuidade do ensino em instituições oficiais, prescrito pela Constituição no art. 206, IV, há
algumas importantes observações a serem feitas. A primeira delas é a de que o STF considera como  violação a este
princípio a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas, entendimento este consagrado no enunciado nº
12 da súmula vinculante. Destaque-se que a Corte possui precedente aplicando referida súmula em relação à cobrança
de taxa para a expedição de diploma em universidade pública que, na visão da 1ª Turma[8], é também indevida por
configurar limitação ao princípio constitucional do ensino público gratuito nos estabelecimentos oficiais. A respeito,
vale transcrição de um importante trecho do precedente representativo utilizado pelo Supremo para a elaboração do
verbete 12 da súmula vinculante: “(...) a gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais, conforme se lê
no  caput do art. 206, IV, configura um princípio. Um princípio que não encontra qualquer limitação, no tocante aos
distintos graus de formação acadêmica.”[9] 
Em recente decisão, entretanto, nossa Corte Suprema considerou que o mesmo raciocínio utilizado para a edição da
súmula vinculante 12  não deve ser empregado aos  cursos de especialização oferecidos pelas universidades públicas,
determinando que nestes pode incidir a cobrança de mensalidade. Na visão do STF, tais cursos estão relacionados às
atividades de pesquisa e extensão, as quais, a teor do que dispõe o art. 213, § 2º, do texto constitucional, “poderão
receber apoio financeiro do Poder Público”. A partir dessa expressão, a Corte concluiu que as universidades
públicas podem contar também com recursos de origem privada – já que as atividades descritas no art. 213, § 2º não
dependem de recursos exclusivamente públicos –, inclusive cobrando pela oferta de cursos de especialização e
aperfeiçoamento. A gratuidade, portanto, abrange apenas as atividades relacionadas ao ensino, não estando nelas
compreendidas as atividades de pesquisa e extensão. Contudo, caso o curso de pós-graduação ofertado pela
universidade pública esteja relacionado à manutenção e desenvolvimento do ensino, o princípio da gratuidade deverá
obrigatoriamente ser observado. Este entendimento foi pronunciado pela maioria do Plenário do STF no julgamento do
RE 597.854, que acompanhou o voto do Ministro Edson Fachin, relator do acórdão.
Finalizando o artigo 206, o parágrafo único determina que a lei disporá sobre as categorias de trabalhadores
considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus
planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Atualmente temos a Lei nº
11.738/2008, que regulamenta a alínea “e” do inciso III do  caput do art. 60 do ADCT, para instituir o  piso salarial
profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
E, agora, vejamos como o tema pode ser exigido em uma prova:

Questões para fixar


[FCC - 2018 - DPE-AP - Defensor Público] A Constituição Federal, ao dispor sobre a Educação, estabelece:
A) que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar
a universalização do ensino infantil.
B) que a educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.
C) que os Estados atuarão prioritariamente no ensino rural, técnico e na educação especial.
D) que o ensino religioso, de matrícula facultativa, será oferecido em horários suplementares nas escolas públicas de
ensino básico.
E) a progressiva universalização do ensino público gratuito, fundamental e médio, para o regime de escolas de
tempo integral.
Comentário:

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Marcou a letra ‘b’ com facilidade? A assertiva está de acordo com o que preceitua o art. 211, § 5º, da CF/88: a
educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. 
A letra ‘a’ está incorreta, pois, de acordo com o Texto Constitucional, na organização de seus sistemas de ensino, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a
universalização do ensino obrigatório e não do ensino infantil (art. 211, § 4º, da CF/88).
No que tange a letra ‘c’, também é falsa. De acordo com o art. 211, § 3º, da CF/88, os Estados e o Distrito Federal
atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. 
A letra ‘d’ também não pode ser assinalada, visto que a Constituição Federal estabelece que o ensino religioso, de
matrícula facultativa, constituirá disciplina dos  horários normais das escolas públicas de ensino fundamental (art.
210, § 1º).
Por fim, a letra ‘e’ também é falsa. De acordo com o art. 208, II, da CF/88, o dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de progressiva universalização do ensino médio gratuito.
Gabarito: B

[CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza-CE - Procurador do Município] Acerca de assuntos relacionados à disciplina
da saúde e da educação na CF, julgue o item que se segue:
Os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil, ao passo que os estados
devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e no médio.
Comentário: 
É verdadeira a assertiva, pois traduz, na literalidade, os §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal. 
Gabarito: Certo

[TRT 21ªR - 2015 - TRT 21ªR - Juiz do Trabalho - Adaptada] Sobre a Ordem Social, julgue a assertiva, à luz da
jurisprudência majoritária do Supremo Tribunal Federal e da Constituição Federal:
Não pode o Estado impor uma religião específica diante dos princípios da liberdade de consciência e de crença, razão
pela qual o ensino religioso é disciplina obrigatória no ensino fundamental devendo abordar várias religiões e, em
especial, as dos grupos étnicos tradicionais brasileiros.
Comentário: 
Claramente um item falso! Já sabemos que o ensino religioso é disciplina facultativa, conforme preceitua o art. 210, §
1º, CF/88: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental”. Ademais, lembremos que no ano de 2017 nossa Corte Suprema decidiu que o texto
constitucional não veda que as escolas públicas ofereçam aulas (de matrícula facultativa) de uma religião específica,
desde que o Estado oportunize a qualquer doutrina religiosa interessada a possibilidade de prestar o ensino religioso
de acordo com suas crenças, sem interferir para determinar o conteúdo programático nem para direcionar o estudo
para uma religião específica. 
Gabarito: Errado

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[FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil] De acordo com a Constituição Federal de 1988, a educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho. Sobre o tema, é correto afirmar que:
A) é vedado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
B) os Estados atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.
C) o ensino religioso, de matrícula obrigatória, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental.
D) o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direto público subjetivo, sendo que o seu não oferecimento, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
E) a União aplicará, anualmente, nunca menos de vinte e cinco por cento da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Comentário: 
Podemos assinalar a letra ‘d’ como nossa resposta, pois está de acordo com o art. 208, §§ 1º e 2º, CF/88. 
Vejamos o porquê de as demais alternativas serem incorretas:
- Letra ‘a’: Assertiva incorreta. A Constituição autoriza expressamente as universidades admitirem professores,
técnicos e cientistas estrangeiros (art. 207, § 1º, CF/88).
- Letra ‘b’: Assertiva incorreta. De acordo com o texto constitucional, os Estados deverão atuar prioritariamente no
ensino fundamental e médio (art. 211, § 3º, CF/88).
- Letra ‘c’: Assertiva incorreta. É facultativa a matrícula para o ensino religioso, conforme determina o art. 210, § 1º,
CF/88.
- Letra ‘e’: Assertiva incorreta. O texto constitucional impõe para a União o percentual mínimo de aplicação de
dezoito por cento da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção
e desenvolvimento do ensino (art. 212, CF/88). O art. 212 nos indica que o percentual de 25% é obrigatório para os
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Gabarito: D

[FCC - 2016 - DPE-BA - Defensor Público] Sobre o direito à educação, no texto da Constituição Federal:
A) a União aplicará, anualmente, nunca menos de vinte e cinco, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dezoito por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.
B) as universidades gozam tão somente de autonomia didático-científica e administrativa, não alcançando a sua
gestão financeira e patrimonial, que permanece a cargo do ente federativo a que pertencem.
C) a educação básica é obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada, inclusive,
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.

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D) os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.


E) os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.
Comentário: 
Nossa resposta encontra-se na letra ‘c’, pois traz a literalidade do art. 208, I, CF/88. 
A letra ‘a’ não pode ser assinalada, visto que inverteu os valores percentuais, devendo constar dezoito por cento para
a União e vinte e cinco por cento, no mínimo, para os Estados, DF e Municípios (art. 212, CF/88). 
A letra ‘b’ é falsa, pois as universidades também gozam de autonomia na sua gestão financeira e patrimonial (art.
207, CF/88). 
A letra ‘d’ também está equivocada. Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação
infantil –, e não no ensino médio como afirmado pela assertiva (art. 211, § 2º, CF/88). 
No que tange a letra ‘e’, também não pode ser assinalada, visto que os Estados e o DF atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e médio e não na educação infantil como descreve a assertiva (art. 211, § 3º, CF/88).
Gabarito: C

[FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Santiago do Sul - SC - Professor de Artes] Segundo o Art. 208 da Constituição
Federal de 1988, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia da educação básica
obrigatória e gratuita a partir de que idade?
(A) 3 (três) anos.
(B) 4 (quatro) anos.
(C) 5 (cinco) anos.
(D) 6 (seis) anos.
(E) 7 (sete) anos.
Comentário: 
Conforme determina o art. 208, I da CF/88, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de
educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua
oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. Desta forma, a letra ‘b’ é a nossa
resposta.
Gabarito: B

[FGV - 2023 - SME - SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio – Artes] Conforme a Constituição Federal de
1988, relativamente à educação, é dever do Estado garantir:
A) progressiva universalização do ensino médio e do ensino superior gratuitos.
B) educação infantil às crianças até oito anos de idade, em creche e pré-escola.
C) educação básica obrigatória dos quatro aos vinte e um anos de idade
D) condições financeiras para todos os estudantes ingressarem no ensino superior.
E) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência.

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Comentário:
Vejamos cada uma das assertivas apresentadas:
- letra ‘a’: incorreta. “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: II – progressiva
universalização do ensino médio gratuito” – art. 208, II, CF/88;
- letra ‘b’: incorreta. “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: IV – educação
infantil, em creche e pré-escola, às crianças de até 5 (cinco) anos de idade” – art. 208, IV, CF/88;
- letra ‘c’: incorreta. “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – educação básica
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para
todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria” – art. 208, I, CF/88;
- letra ‘d’: incorreta. “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: V – acesso aos níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” – art. 208, V, CF/88;
- letra ‘e’: correta, sendo, portanto, o nosso gabarito. “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de: III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino” – art. 208, III, CF/88.
Gabarito: E

(B) Da Cultura
O direito à cultura está expressamente descrito nos artigos 215, 216 e 216-A da CF/88, sendo um direito constitucional
fundamental integrante da segunda dimensão de direitos. A primeira providência que você deve tomar para estudar
este tema é fazer uma atenta leitura desses dispositivos. Na sequência, siga neste PDF para acompanhar meus
comentários sobre os tópicos centrais. 
Fez a leitura? Então vamos avançar.

Determina nossa Constituição ser de competência estatal garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, o apoio e incentivo a valorização e a difusão das manifestações culturais (art. 215,
CF/88).
No cumprimento dessa tarefa, deve o Estado proteger as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, além daquelas referentes aos demais grupos participantes do processo civilizatório nacional. Será por meio
de lei a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
Acerca deste tema, foram feitas duas alterações no texto da Constituição que merecem destaque:

(1) A primeira é decorrente da EC nº 48/2005, que criou o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à defesa e valorização do
patrimônio cultural brasileiro; produção, promoção e difusão de bens culturais; formação de pessoal qualificado para a
gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; democratização do acesso aos bens de cultura; valorização da
diversidade étnica e regional.
(2) A outra é fruto da EC nº 71/2012 e instituiu o Sistema Nacional de Cultura (SNC), por meio da introdução do art.
216-A no texto constitucional. Referido sistema:
(i) será organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa,

(ii) sua função é instituir um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade,

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(iii) possui como objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos
culturais;
(iv) terá sua regulamentação infraconstitucional promovida por lei federal que, além de normatizá-lo, irá se ocupar de
articulá-lo com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo – lembrando que os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias;
(iv) se fundamenta na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e
rege-se pelos seguintes princípios:
(1) diversidade das expressões culturais;

(2) universalização do acesso aos bens e serviços culturais;

(3) fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais;

(4) cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural;

(5) integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas;

(6) complementaridade nos papéis dos agentes culturais;

(7) transversalidade das políticas culturais;

(8) autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;

(9) transparência e compartilhamento das informações;

(10) democratização dos processos decisórios com participação e controle social;

(11) descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações;

(12) ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura.

Por fim, quanto à  estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação, temos que ela é
constituída por:
(1) órgãos gestores da cultura;

(2) conselhos de política cultural;

(3) conferências de cultura;

(4) comissões intergestores;

(5) planos de cultura;

(6) sistemas de financiamento à cultura;

(7) sistemas de informações e indicadores culturais;

(8) programas de formação na área da cultura; e

(9) sistemas setoriais de cultura.

Bom, vamos encerrar esse tópico verificando juntos o modo como as bancas estruturam perguntas sobre este assunto.
Força aí, caro aluno!

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Questões para fixar


[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue o item: 
Conforme a CF, constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, entre os quais se incluem as formas de expressão e os modos de criar, fazer e
viver.
Comentário:
O item é verdadeiro, conforme extraímos da leitura do art. 216, I e II, CF/88: “Constituem patrimônio cultural
brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver”.
Gabarito: Certo

[FCC - 2016 - Prefeitura de Campinas-SP - Procurador] Lei estadual é promulgada com vistas a organizar o Sistema
Estadual de Cultura, estabelecendo, dentre outras previsões, que o Estado e os Municípios localizados em seu
território poderão vincular até quatro décimos por cento de sua receita tributária líquida a um fundo estadual de
fomento à cultura, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no
pagamento de: despesas com pessoal e encargos sociais; serviço da dívida; e qualquer outra despesa corrente não
vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. Referida lei é:
a) incompatível com a Constituição da República, no que se refere às vedações de aplicação de recursos provenientes
de fundo estadual de fomento à cultura. 
b) compatível com a disciplina da matéria na Constituição da República. 
c) incompatível com a Constituição da República, porque esta atribui à União, e não aos Estados, competência para
dispor em lei sobre a regulamentação de um Sistema Nacional de Cultura e de sua articulação com os demais
sistemas ou políticas setoriais de governo. 
d) incompatível com a Constituição da República, no que se refere ao montante que Estado e Municípios poderão
vincular ao fundo estadual de fomento à cultura. 
e) incompatível com a Constituição da República, no que se refere à faculdade de os Municípios vincularem um
montante de sua receita líquida a fundo de fomento à cultura.
Comentário: 
Marcou a letra ‘e’ com facilidade? O texto constitucional prevê apenas para os Estados e o Distrito Federal (e não
para os Municípios) a faculdade de vincularem parte de sua receita a fundo de fomento à cultura (art. 216, § 6º, da
CF/88).
Gabarito: E

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(C) Do Desporto
No art. 217, CF/88 está estruturada a tutela do  desporto, que será realizada constitucionalmente de forma ampla,
abarcando não só o esporte, mas também a recreação, o lazer e o divertimento. Não por outra razão, o § 3º do art. 217
dispõe que o Poder Público deve incentivar o lazer como forma de promoção social.
No mesmo dispositivo (art. 217), foi estipulada como atribuição estatal fomentar práticas desportivas formais e não
formais, como direito de cada um, devendo ser obedecidos os seguintes preceitos:
(i) autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;

(ii) destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a
do desporto de alto rendimento;
(iii) tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;

(iv) proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

Sobre a cláusula constitucional que confere autonomia de organização e funcionamento às entidades desportivas, vale
destacar que ela não possui  caráter absoluto. Isto porque, de acordo com o entendimento do STF, entidades
desportivas são instituições juridicamente subordinadas às normas estruturantes editadas pelo Estado. Aplicando este
raciocínio, a 1ª Turma do STF afirmou que a aplicação do art. 59 do Código Civil ao estatuto de certo clube de futebol
não ofende o princípio inscrito no art. 217, I, CF/88, afinal, embora as associações desportivas sejam autônomas e
possuam alguma liberdade decisória, não podem deixar de observar as regras legais que se destinam às entidades
privadas em geral (sendo, pois, necessária a submissão das propostas de aprovação do estatuto à Assembleia Geral).
[10] 
Vale ainda informar que, nos termos da Lei nº 9.615/1998 (conhecida como “Lei Pelé”), a prática desportiva formal é
regulada por normas nacionais e internacionais, além das regras da prática desportiva de cada modalidade, aceitas
pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto, enquanto a  prática desportiva não formal é
caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes.
Agora um ponto sempre muito cobrado em prova: o § 1º do art. 217 determina que o Poder Judiciário só admita ações
relativas à disciplina e às competições desportivas após se esgotarem as instâncias da justiça desportiva, reguladas em
lei. O acesso ao Judiciário, no entanto, não está condicionado à finalização do processo administrativo, pois a justiça
desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir sua decisão final
(§ 2º, art. 217). 
Ainda sobre o tema, três últimas informações são pertinentes: 

(i) apesar de denominada “justiça” desportiva, ela não é órgão do Poder Judiciário, tendo caráter administrativo; 

(ii) sua atribuição envolve, tão somente, o julgamento de questões ligadas à disciplina e às competições esportivas,
conforme prevê o art. 50 da Lei nº 9.615/1998; 
(iii) estamos diante de uma válida  exceção ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, constante do art. 5º, XXXV,
CF/88, afinal, o próprio poder constituinte originário a consagrou.
Vejamos o modo como o tema pode ser exigido em prova:

Questões para fixar


[FGV - 2016 - OAB] Finalizadas as Olimpíadas no Brasil, certo deputado federal pelo Estado Beta, ex-desportista
conhecido nacionalmente, resolve elaborar projeto de lei visando a melhorar a performance do Brasil nos Jogos

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Olímpicos de 2020.
Para realizar esse objetivo, o projeto dispõe que os recursos públicos devem buscar promover, prioritariamente, o
esporte de alto rendimento. Submetida a ideia à sua assessoria jurídica, esta exteriorizou o único posicionamento
que se mostra harmônico com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, afirmando que o projeto:
A) é constitucional, contanto que o desporto educacional também seja contemplado com uma parcela, mesmo que
minoritária, dos recursos.
B) é inconstitucional, pois, segundo a Constituição da República, a destinação de recursos públicos deve priorizar o
desporto educacional.
C) é constitucional, pois, não havendo tratamento explícito da questão pela Constituição da República, o poder
público tem discricionariedade para definir a destinação da verba.
D) é inconstitucional, pois a Constituição da República prevê que a destinação de recursos públicos para o desporto
contemplará exclusivamente o desporto educacional.
Comentário:
Com efeito, o projeto de lei viola o texto constitucional – que prevê a destinação prioritária de recursos públicos para
a promoção do desporto educacional e, apenas em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento (art.
217, II, CF/88). Sendo assim, não nos resta alternativa a não ser marcar como correta a letra ‘b’.
Gabarito: B

[FGV - 2023 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Ciências Contábeis] Durante certa competição esportiva, a
partir de decisões do árbitro, tidas por todos como francamente contrárias ao regulamento da competição, o time
Alfa teve três atletas expulsos, o que foi determinante para que o time Beta vencesse a disputa. Irresignado com o
ocorrido, o dirigente máximo do time Alfa disse que adotaria as “medidas necessárias” para que a partida fosse
anulada. Ao consultar um advogado, foi corretamente informado ao dirigente máximo do time Alfa que:
A) qualquer medida deve ser inicialmente postulada perante a Justiça Desportiva, e somente após esgotadas as suas
instâncias a matéria pode ser submetida ao Poder Judiciário;
B) o interessado em postular qualquer medida pode escolher entre a Justiça Desportiva e o Poder Judiciário,
ressaltando-se que somente este último profere decisões definitivas;
C) qualquer medida deve ser inicialmente postulada perante a Justiça Desportiva, sendo cabível a sua imediata
desconstituição pelo Poder Judiciário;
D) qualquer medida, incluindo a anulação da partida, deve ser postulada perante o Poder Judiciário, única instância
cujas decisões são definitivas;
E) as decisões do árbitro da partida, conforme a disciplina constitucional do desporto, são definitivas, não podendo
ser revistas.
Comentário:
Para bem resolvermos essa questão, lembre-se da previsão do art. 5º, XXXV, CF/88 (“a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”), que reforça nosso Estado Democrático de Direito, ao garantir um
Poder Judiciário forte e atuante, que impeça abusos e práticas autoritárias por parte dos Poderes Executivo e

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Legislativo – afinal, nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito deixará de ser apreciada pelo Poder Judiciário. A
adoção do princípio da inafastabilidade da jurisdição nos mostra que o nosso sistema de jurisdição é o inglês, de
jurisdição una, no qual somente o Poder Judiciário pode decidir as questões de forma definitiva, gerando a ‘coisa
julgada’ (a impossibilidade de rediscussão). O modelo oposto, que é o francês (também chamado de contencioso
administrativo), permite que tanto a Administração quanto o Judiciário decidam questões em caráter definitivo. Não
sendo, todavia, um princípio absoluto, existem exceções à regra geral da inafastabilidade da jurisdição. São casos
nos quais o acionamento do Poder Judiciário somente se dará após o prévio esgotamento da via administrativa.
Um exemplo foi trazido pela questão, na qual podemos assinalar a alternativa ‘a’ como nossa resposta, em razão do
que prevê o §1º do art. 217 da Constituição Federal de 1988: “O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à
disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”.
Gabarito: A

[1]. Atualmente é a Lei nº 9.394/1996 que traça as diretrizes e bases da educação.

[2]. Importante frisar que a parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo mencionado, receita do governo que a transferir (art. 212, §
1º). 
[3]. De se destacar que a parcela da arrecadação de impostos transferida pelos Estados aos respectivos Municípios, não
é considerada, para efeito do cálculo mencionado, receita do governo que a transferir (art. 212, § 1º).
[4]. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Salvador: Juspodivm.

[5]. Muito embora a decisão comentada seja monocrática, é de se destacar que existem outros precedentes no STF que
reafirmam este entendimento (como exemplo, podemos citar o ARE 639.337 AgR, também relatado pelo Min. Celso de
Mello e decidido pela 2ª Turma, STF). 
[6]. A tese proposta pelo relator originário da ação (Min. Roberto Barroso) e que ficou,  infelizmente,  vencida, era a
seguinte: “o ensino religioso ministrado em escolas públicas deve ser de matrícula efetivamente facultativa e ter caráter
não confessional, sendo vedada a admissão de professores na qualidade de representantes das religiões para ministrá-
lo”.
[7]. Vale recordar o teor da súmula vinculante nº 12 do STF, que determina: “A cobrança de taxa de matrícula nas
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.”
[8]. RE 597.872 AgR, Rel.  Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, julgado em 03/06/2014. 

[9]. RE 500.171, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 13.8.2008, com repercussão geral
reconhecida.
[10]. RE 935.482 AgR, Rel.  Min. Rosa Weber, 1ª Turma, julgado em 07/02/2017.

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Da ciência, tecnologia e inovação (arts. 218 a 219-B, CF/88)


Neste tema, são quatro os artigos que você deve enfrentar: 218, 219, 219-A e 219-B. O que devemos estudar neste ponto? De
início, vamos tratar dos conceitos. 
Saiba que a  ciência refere-se ao conjunto de informações organizadas e sistematizadas, adquiridas em certa área do
conhecimento – sempre de maneira metódica e rigorosa –, que podem ser transmitidas por um processo pedagógico de ensino. 
Já a tecnologia promove a aplicação prática das informações teóricas reunidas pela ciência, associa novas pesquisas (científicas e
tecnológicas), com o intuito de produzir e criar. Nesse sentido, “a ciência descobre; a tecnologia usa essa descoberta e lhe
acrescenta os processos de aferição de sua validade pela produção de resultados concretos, de aperfeiçoamento e reprodução no
interesse do desenvolvimento econômico e social”[1]. 
Por sua vez, a inovação, incluída pela EC 85/2015, reforça o tema, consistindo na introdução de novidade ou aperfeiçoamento no
ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos (art. 2º, IV, Lei 10.973/04).
O documento constitucional considera que os investimentos na área científica, tecnológica e, mais recentemente, de inovação
são  essenciais ao desenvolvimento do nosso país. Por isso, estabelece como competência do Estado incentivar e promover o
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.
De acordo com a doutrina[2],  incentivar refere-se à necessidade do Estado criar mecanismos institucionais que facilitem a
realização dessas atividades, por exemplo, concedendo incentivos fiscais, apoiando as empresas que invistam em pesquisa,
criação de tecnologia pelo país, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de
remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da
produtividade de seu trabalho (art. 218, § 4º, CF/88). A promoção, por sua vez, relaciona-se à atuação estatal na implementação
da atividade, seja diretamente (criando e mantendo instituições de pesquisa científica, tecnológica e de inovação), seja
indiretamente (destinando recursos para estimular a prática dessas atividades)[3].
Vale frisar que a alteração promovida pela EC 85/2015 entregou ao setor de inovação um tratamento prioritário, como já ocorria
com os setores de ciência e tecnologia. Sobre o assunto, a Lei de Inovação Tecnológica (Lei nº 10.973/2004) regulamentou os arts.
218 a 219-B, CF/88 e dispôs sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. O texto
constitucional, na tentativa de assegurar essas importantes atividades, determinou que:
(1) a pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
progresso da ciência, tecnologia e inovação, e a pesquisa tecnológica será voltada preponderantemente para a solução dos
problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional (art. 218, §§ 1º e 2º, CF/88);
(2) o Estado deve apoiar a formação de recursos humanos nas áreas de ciência pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio
do apoio às atividades de extensão tecnológica, e deve conceder aos que delas se ocupem meios e condições especiais de
trabalho;
(3) os Estados e ao Distrito Federal possuem a faculdade de vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de
fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica[4];   
(4) o Estado, ao promover e incentivar o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a
inovação, deve estimular a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo; 
(5) o Estado deve promover e incentivar a atuação no exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação.

Ainda com vistas à EC 85/2015, o parágrafo único do art. 219 determina como dever do Estado estimular a formação e o
fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de
parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a
criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia.
Quanto ao art. 219-A autoriza todos os entes federados a firmar instrumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos e
com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a
execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira
ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei.

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Por fim, o novo art. 219-B determina a organização de um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) com a
finalidade de promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação, através de regime de colaboração entre entes,
tanto públicos quanto privados. Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI, possuindo os demais entes políticos
competência para legislar sobre suas peculiaridades.
Muito bem, meu caro aluno! Vencido mais este importante ponto da nossa aula, é importante que você teste sua compreensão
resolvendo algumas questões. Vamos juntos?

Questões para fixar


[FCC - 2015 - TJ-AL - Juiz Substituto] Nos termos do regime constitucional destinado à ciência, tecnologia e inovação,
A) a lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao país, formação e
aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado,
desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.
B) a pesquisa científica básica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o
desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.
C) fica vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros nas atividades de ciência, pesquisa,
tecnologia e inovação desenvolvidas no país, ressalvados os casos previstos em lei complementar.
D) fica vedada a concessão de meios e condições especiais de trabalho àqueles que desenvolvam atividades de extensão
tecnológica, assegurando-se condições e parâmetros similares de trabalho aos que se dediquem com exclusividade à ciência,
tecnologia e inovação.
E) o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação − SNCTI será estruturado em lei federal, bem como organizado em
regime de colaboração entre instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, com vistas a promover o
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação.
Comentário:
Nossa resposta encontra-se na letra ‘a’, pois traz a literalidade do art. 218, § 4º, CF/88.
A letra ‘b’ está em desacordo com o texto constitucional, que prevê que a “pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente
para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional” (art. 218, § 2º,
CF/88). 
A letra ‘c’ é falsa, pois é vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no
País, não havendo restrição nesse sentido em relação às atividades de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação desenvolvidas no
país (art. 199, § 3º, CF/88). 
A letra ‘d’ também é falsa, visto que a concessão de meios e condições especiais de trabalho àqueles que desenvolvam atividades
de extensão tecnológica é autorizada pela Constituição (art. 218, § 3º, CF/88). 
Por fim, a letra ‘e’ está incorreta. A EC 85/2015, que adicionou o art. 219-B à CF/88, estabelece que o Sistema Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com
vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação.
Gabarito: A
_____________________________________________________________________________________________________________
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2017 - MPE-MG - Promotor de Justiça] Sobre a pesquisa, ciência, tecnologia e inovação,
previstas na Constituição Federal, é INCORRETO dizer:
A) O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.

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B) A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
progresso da ciência, tecnologia e inovação.
C) A pesquisa de inovação voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do
sistema produtivo nacional e regional.
D) É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao
ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
Comentário: 
Comece dando atenção ao fato de que o examinador nos pede para assinalarmos a alternativa errada. Assim, vamos marcar a
letra ‘c’, uma vez que o art. 218, § 2º, CF/88, indica que a pesquisa tecnológica (e não de inovação) voltar-se-á
preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e
regional.
Vejamos confirmar o acerto das demais alternativas:
- Letra ‘a’: está de acordo com o art. 218 da CF/88: “O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a
capacitação científica e tecnológica e a inovação”.
- Letra ‘b’: está de acordo com o § 1º do art. 218, CF/88: “A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário
do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação”.  
- Letra ‘d’: está de acordo com o § 5º do art. 218, CF/88: “É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua
receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica”.
Gabarito: C
_____________________________________________________________________________________________________________
[MPE-RS - 2017 - MPE-RS - Promotor de Justiça] Assinale a alternativa INCORRETA, levando em consideração o disposto no
artigo 216 da Constituição Federal:
A) O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. 
B) Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear
sua consulta a quantos dela necessitem.
C) É dever dos Estados e do Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua
receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no
pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais, serviço da dívida e qualquer outra despesa corrente não vinculada
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
D) Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
E) A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
Comentário: 
A assertiva incorreta encontra-se na letra ‘c’, devendo ser assinalada. A CF/88, em seu art. 216, § 6º, estabelece a facultatividade
(e não o dever) neste caso.
Vejamos confirmar o acerto das demais alternativas:
- Letra ‘a’: a assertiva reproduz, na literalidade, o § 1º do art. 216, CF/88: “O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”.
- Letra ‘b’: está de acordo com o § 2º do art. 216, CF/88: “Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem”.

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- Letra ‘d’: está de acordo com o § 5º do art. 216, CF/88: “Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos”.
- Letra ‘e’: está de acordo com o § 3º do art. 216, CF/88: A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e
valores culturais.
Gabarito: C

[1]. SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 816.

[2]. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Método, 2012, p. 1.085 a 1.086.

[3]. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Método, 2012, p. 1.085.

[4]. Vale destacar que essa regra excepciona a previsão do art. 167, IV, CF/88.

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Da comunicação social (arts. 220 a 224, CF/88)


Nossa Constituição destina um capítulo próprio à  comunicação social, complementando à proteção constitucional inserida no
art. 5º, no qual temos a liberdade de expressão do pensamento (art. 5º, IV), o direito de resposta (art. 5º, V), a proibição à censura
(art. 5º, XI) e o acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional (art. 5º, XIV).
Descrita no art. 220, a garantia de liberdade de comunicação social possui qual finalidade central? A de assegurar o direito de
informar e exteriorizar as ideias e pensamentos para um número indeterminado de pessoas, por meio oral ou escrito, o que se faz
através dos veículos de comunicação de massa, tais como os jornais, as revistas, as emissoras de TV e rádio, além dos meios de
comunicação virtual (portais de notícias, redes sociais etc.) – que adquiriram significativa relevância, sobretudo nas últimas
décadas, com a disseminação do acesso à internet, fato que alterou profundamente a rotina e o comportamento das sociedades. 
Como sabemos, caro aluno, o ambiente virtual permite uma plena liberdade de difusão de informações e opinião, permitindo
que pessoas comuns saiam da posição de receptores da informação, passando a condição de criadoras de conteúdos, cuja
divulgação pode ocorrer de maneira instantânea, sobretudo nas mídias sociais. Esse cenário revelou novos problemas, tais como
a divulgação de notícias falsas (as “Fake News”), a disseminação de discursos de ódio etc. E foi justamente para responder a
algumas dessas questões que foi aprovada em 2014 a Lei nº 12.965, também conhecida como “Marco Civil da Internet” (MCI),
que estabeleceu princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. A edição dessa lei teve por intuito
fornecer diretrizes em relação ao tratamento dos conflitos gerados no ambiente eletrônico.
Não é a liberdade de imprensa, todavia, um direito absoluto, pois ele deve ser exercido de forma plena e sem censura prévia, mas
em harmonia com os direitos individuais consagrados na Constituição. Isso significa que informações que não representem
qualquer relação com o interesse público ou social e firam a proteção constitucional à vida privada, intimidade e honra, não
encontram proteção constitucional. De acordo com a doutrina, “a proteção constitucional à informação é relativa, havendo a
necessidade de distinguir as informações de fatos de interesse público, da vulneração de condutas íntimas e pessoais, protegidas
pela inviolabilidade à vida privada, e que não podem ser devassadas de forma vexatória ou humilhante”[1].
Utilizando como parâmetro a liberdade de imprensa e informação jornalística, o STF prolatou decisões interessantes. Entendo
que três merecem destaque nessa nossa aula:
(1) em 2009, no julgamento do RE nº 511.961[2], a Corte declarou como não recepcionado pelo texto constitucional o art. 4º, V,
do Decreto-Lei nº 972/1969, que trazia como exigência para o exercício da profissão de jornalista a apresentação de diploma de
curso de ensino superior. Segundo o Supremo Tribunal, o jornalismo e a liberdade de expressão são atividades relacionadas por
sua própria natureza, logo não podem ser pensadas e tratadas de forma isolada. Assim, conforme decisão: “no campo da
profissão de jornalista, não há espaço para a regulação estatal quanto às qualificações profissionais”. Isso significa que, para ser
jornalista, o sujeito não precisa ter formação na área (ter feito a faculdade de jornalismo). 
(2) também em 2009, o STF, na ADPF nº 130[3], declarou a  não recepção de toda a  lei de imprensa (Lei nº 5.250/1967). Nos
dizeres da Corte: “Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive a procedente do
Poder Judiciário, pena de se resvalar para o espaço inconstitucional da prestidigitação jurídica”.
(3) ainda sobre a censura, em 2015, nossa Corte constitucional julgou procedente a ADI 4815-DF para, “mediante interpretação
conforme a Constituição, afastar do ordenamento jurídico a necessidade de consentimento dos biografados, demais pessoas
retratadas ou de seus familiares para a publicação e veiculação de obras biográficas”[4]. Na referida ação, abordou-se o conflito
entre os direitos à liberdade de expressão e à informação, em face dos direitos da personalidade (privacidade, imagem e honra),
prevalecendo, neste caso, o entendimento de que a autorização prévia constitui uma forma de censura que não se coaduna
com a ordem constitucional vigente. Segundo a Corte: 

“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais,


sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso
de pessoas falecidas ou ausentes”[5]. (grifo nosso).

Assim, prezado aluno, caso o biografado ou outra pessoa mencionada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela
obra, deverá buscar no Poder Judiciário alguma reparação. Esta poderá ser efetivada por meio de indenização monetária, ou
também por intermédio da publicação de nova edição com ressalva ou correção, por exemplo.

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Em continuidade às previsões constitucionais sobre o tema, nossa Carta Suprema, no intuito de compatibilizar a comunicação
social com os preceitos atinentes à proteção da criança e do adolescente, em seu art. 220, § 3º, I determinou ser de competência
da lei federal regular as diversões e os espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Determina, ainda, também constituir atribuição do Poder Público estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio
ambiente, bem como de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem, por exemplo, os valores éticos e
sociais da pessoa e da família (art. 220, § 3º, CF/88).
Para encerrarmos este item, vale mencionar a previsão constitucional de que a produção e a programação das emissoras de rádio
e televisão devem atender aos seguintes princípios:
(i) conferir preferência às finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

(ii) promover a cultura nacional e regional e estimular a produção independente que objetive sua divulgação;

(iii) regionalizar a produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

(iv) respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Vejamos como este assunto poderá ser cobrado em sua prova:

Questões para fixar


[FCC - 2015 - DPE-MA - Defensor Público] Entre os princípios que, nos termos do texto constitucional, devem ser observados na
produção e programação das emissoras de rádio e televisão, encontram-se:
A) diversidade das expressões culturais; e fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais.
B) preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; e acesso à informação sobre a natureza dos
programas, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
C) diversidade das expressões culturais; e promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que
objetive sua divulgação.
D) respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família; e promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção
independente que objetive sua divulgação.
(E) regionalização da produção jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; e fomento à produção, difusão e
circulação de conhecimento e bens culturais.
Comentário:
Marcou a letra ‘d’ com facilidade? Como já vimos, o art. 221, II e IV, CF/88, determina que “a produção e a programação das
emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III -
regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores
éticos e sociais da pessoa e da família.
Vejamos o porquê de as demais alternativas serem incorretas:
- Letra ‘a’: incorreta, pois tratam-se de princípios referentes ao Sistema Nacional de Cultura (art. 216-A, § 1º, I e III, CF/88).
- Letra ‘b’: incorreta, visto que constitui princípio referente à produção e a programação das emissoras de rádio e televisão apenas
a preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas (art. 221, I, CF/88). 
- Letra ‘c’: incorreta, vez que a diversidade das expressões culturais constitui princípio do Sistema Nacional de Cultura (art. 216-A,
§ 1º, I, CF/88).

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- Letra ‘e’: incorreta, pois o fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais é princípio do Sistema
Nacional de Cultura (art. 216-A, § 1º, III, CF/88).
Gabarito: D
_____________________________________________________________________________________________________________
[FCC - 2018 - Prefeitura de Caruaru - PE - Procurador do Município - Adaptada] No título da Constituição relativo à Ordem Social,
foi reservada disciplina aos meios de comunicação social e às empresas que os exploram economicamente. Segundo as
disposições do texto constitucional a esse respeito, julgue a assertiva: 
É vedada a participação de pessoa jurídica no capital social de empresa jornalística ou de radiodifusão, exceto a de partido político
e de sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros.
Comentário: 
Veja o que nos diz o art. 222, caput, CF/88: “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e
que tenham sede no País”. Pode, portanto, marcar a assertiva como falsa.
Gabarito: Errado

[1]. MORAES, Alexandre de. Curso de Direito Constitucional. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 845.

[2]. Relatado pelo Min. Gilmar Mendes.

[3]. Relatada pelo Min. Carlos Ayres Britto.

[4]. Trecho extraído do voto do Min. Roberto Barroso.

[5]. ADI 4815-DF, relatada pela Min. Cármen Lúcia, julgada em 10/6/2015 e noticiada no INFO 789.

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Do meio ambiente (art. 225, CF/88)


Direito fundamental de terceira dimensão, o “meio ambiente” pode ser definido como o complexo de relações entre o mundo
natural e os seres vivos[1]. 
Como a degradação do meio ambiente gera irreparáveis danos à saúde e à vida digna e saudável, nossa Constituição determinou
que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
(art. 225). 
No intuito de alcançar este propósito, nosso texto constitucional fixou (nos incisos do § 1° do art. 225) algumas atribuições dos
Poderes Públicos. Vejamos quais são:
(1) a preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais, bem como a promoção do manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;
(2) a preservação da diversidade e da integridade do patrimônio genético do País e a fiscalização das entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
(3) a definição, em todas as unidades da Federação, de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(4) a exigência, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do
meio ambiente, de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
(5) o controle da produção, da comercialização e do emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
(6) a promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente;
(7) a proteção da fauna e da flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
Com relação a este último item (7), o STF já se pronunciou em mais de uma ocasião, prolatando decisões que se tornaram
importantes precedentes referentes à proteção ao meio ambiente. Duas merecem destaque:
(i) Nossa Corte entendeu que “a promoção de briga de galos, além de caracterizar prática criminosa tipificada na legislação
ambiental, configura conduta atentatória à Constituição, que veda a submissão de animais a atos de crueldade, cuja natureza
perversa, à semelhança da “farra do boi” (RE 153.531/SC), não permite sejam eles qualificados como inocente manifestação
cultural, de caráter meramente folclórico”[2].
(ii) Em outubro de 2016, o Plenário do STF julgou procedente a ADI 4983[3], ajuizada pelo Procurador-Geral da República,
declarando a  inconstitucionalidade da Lei 15.299/2013, do Estado do Ceará, que regulamentava a  vaquejada como prática
desportiva e cultural no Estado. Nesta ADI, a Corte enfrentou um conflito entre normas constitucionais sobre direitos
fundamentais: de um lado, o art. 225, § 1º, VII (o requerente sustentava a ocorrência de exposição dos animais a maus-tratos e
crueldade); de outro, o art. 215 (na defesa da constitucionalidade da norma, alegava-se que ela versava sobre o patrimônio
cultural do povo nordestino).
Por apertada maioria (6X5), a Corte considerou haver “crueldade intrínseca” com os animais participantes da vaquejada – que
consiste em evento de entretenimento no qual uma dupla de vaqueiros montados em diferentes cavalos tenta derrubar um touro
dentro de uma área demarcada –, o que não permitiria a prevalência do valor cultural como resultado desejado pelo sistema de
direitos fundamentais da Constituição. 
Assim, fixou a Corte o entendimento de que o sentido da expressão “crueldade” constante da parte final do inciso VII do § 1º do
art. 225 da CF/88 alcança a tortura e os maus-tratos infligidos aos bovinos durante a prática da vaquejada, de forma a tornar
intolerável a conduta humana autorizada pela norma estadual atacada.

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É importante informar que apenas dois meses após esta decisão do STF ter sido prolatada,  a vaquejada e o rodeio foram
oficialmente reconhecidos como manifestações da cultura nacional e como patrimônio cultural imaterial pela Lei federal
13.364/2016, publicada no Diário Oficial da União no dia 30/11/2016. Foi uma reação legislativa do Congresso Nacional à decisão
da Corte Suprema, que houvera considerado inconstitucional a lei cearense que regulamentava a prática, como vimos acima. 
Essa postura do Congresso Nacional nos permite recordar que o Poder Legislativo, quando no exercício da produção
normativa,  não fica vinculado pelas decisões proferidas pelo STF no controle concentrado,  evitando, com isso,  o detestável
fenômeno da fossilização da Constituição.
Além disso, na tentativa de reforçar a proteção à prática da vaquejada (dada a possibilidade de a Lei 13.364/2016 ser declarada
incompatível com a Constituição pelo STF no âmbito do controle concentrado), a Mesa do Congresso Nacional promulgou, em
julho de 2017, a Emenda Constitucional nº 96, que inseriu o § 7º ao art. 225 , afirmando, expressamente que “não se consideram
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos”. 
Mas saiba, caro aluno, que essa reação parlamentar por meio da edição da Emenda Constitucional, não evitou que a discussão a
respeito da constitucionalidade de tais práticas fosse novamente levantada, dessa vez no âmbito das ADIs 5728 (ajuizada em
julho/2017 pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) e 5772 (ajuizada em setembro/2017 pelo Procurador-Geral da
República), que além da EC 96, questionam também dispositivos da Lei nº 13.364/2016, que eleva a prática da vaquejada à
condição de patrimônio cultural imaterial, e da Lei nº 10.220/2001, que institui normas sobre a atividade de peão de rodeio e o
equipara a atleta profissional, incluindo as vaquejadas como modalidade de provas de rodeio. 
Assim, a discussão sobre a compatibilidade com a Constituição Federal das práticas desportivas que exponham animais a maus-
tratos e crueldade, que parecia sepultada desde outubro de 2016, será objeto de um novo diálogo institucional que, felizmente,
não tem fim (o jogo democrático tem rodadas infinitas, lembre disso!). Aguardemos, pois, o pronunciamento definitivo da Corte
sobre o assunto (os autos da ADI 5728 seguem conclusos ao relator – detalhe interessante: o julgamento chegou a ser agendado
para 05.11.2020, mas em 26.10.2020, em despacho meramente burocrático, desprovido de qualquer justificativa ou
fundamentação, o processo foi “Excluído do calendário de julgamento pelo Presidente”. Absurdos como este são corriqueiros no
STF: o Presidente da Corte detém um poder de agenda quase autoritário – insere e retira os processos da pauta de julgamento
sem se preocupar em apresentar motivação (o que, por óbvio, viola o art. 93, IX, CF/88). Assim, agindo à margem da Constituição
e da lei, o Presidente do STF vai desenhando e manipulando o cenário de julgamentos que a Corte vai enfrentar: pauta os
processos que entende que devam ser julgados, encobre os casos áridos considerados incômodos (sonegando nosso direito de
conhecer as respostas do STF para processos nos quais são debatidos temas importantes para o país). Ademais, os autos da ADI
5772 seguem igualmente conclusos ao relator, desde setembro de 2019.
Em finalização ao item, cumpre lembrá-lo, estimado aluno, que a Constituição de 1988 inovou ao considerar admissível a
condenação de  pessoa jurídica pela prática de crime ambiental. Nos termos do § 3º do art. 225, “as condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.
Muito bem! Vamos agora partir para o treinamento.

Questões para fixar


[UFMT - 2016 - DPE-MT - Defensor Público] A respeito das normas constitucionais de proteção do meio ambiente, considere as
afirmativas:
I. Segundo a orientação majoritária da doutrina, a fruição de um meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado foi erigida
em direito fundamental pela Constituição de 1988, ainda que tal previsão não faça parte do rol de direitos do art. 5º.
II. A atual Constituição dá ênfase às medidas preventivas, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
III. É passível de responsabilização a pessoa jurídica, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados
contra a ordem econômica, que tem como um de seus princípios a defesa do meio ambiente.

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IV. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, sem prejuízo da obrigação de reparação dos danos causados.
Estão corretas as afirmativas
A) I, II, III e IV.
B) II e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) I, II e III, apenas.
E) II, III e IV, apenas.
Comentário:
A letra ‘a’ está correta, pois todas as assertivas são verdadeiras: 
- Item I: De acordo com a doutrina majoritária, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado possui natureza jurídica de
direito humano fundamental de terceira geração, sendo neste sentido também o entendimento afirmado pelo STF no julgamento
do MS 22.164-0, Rel. Min. Celso de Mello. Ainda segundo a Corte, a preservação da integridade do meio ambiente é expressão
constitucional de um direito fundamental que assiste à generalidade das pessoas (ADI 3.540 MC, Rel. Min. Celso de Mello).
- Item II: reflete o disposto no art. 170, VI, CF/88.
- Item III: está de acordo com o § 5º do art. 173, CF/88 c/c 170, VI, CF/88.
- Item IV: está em conformidade com o § 3º do art. 225, CF/88.
Gabarito: A
_____________________________________________________________________________________________________________
[FCC - 2016 - TRT 1ªR - RJ - Juiz do Trabalho] Segundo a Constituição de 1988, constitui patrimônio nacional a:
A) Serra do Caparaó.
B) Costa Azul.
C) Zona Costeira.
D) Serra da Estrela.
E) Zona Mato-Grossense.
Comentário: 
Caro aluno, pode assinalar a letra ‘c’ como correta, pois de acordo com o § 4º do art. 225, CF/88, a Floresta Amazônica brasileira, a
Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á,
na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Gabarito: C
_____________________________________________________________________________________________________________
[FCC - 2016 - DPE-ES - Defensor Público] No que tange à proteção conferida ao meio ambiente pela Constituição Federal de 1988:
A) compete privativamente à União proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.
B) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, o Cerrado, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira configuram-se
como patrimônio nacional.
C) é atribuída expressamente pelo texto constitucional competência legislativa concorrente ao Município em matéria ambiental.
D) é reconhecida expressamente a tríplice responsabilidade (civil, administrativa e penal) do poluidor pelo dano ambiental.
E) incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, dispensando-se a publicidade a critério do
órgão ambiental competente.

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Comentário: 
Nossa resposta encontra-se na letra ‘d’, pois reflete o disposto no art. 225, § 3º, CF/88 e no art. 3º, parágrafo único, Lei
9.605/1998. 
Vejamos o porquê de as demais alternativas serem incorretas:
- Letra ‘a’: assertiva incorreta. Trata-se de competência comum entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
conforme art. 23, VI, CF/88.
- Letra ‘b’: assertiva incorreta. De acordo com o texto constitucional (art. 225, § 4º), o Cerrado não faz parte do patrimônio
nacional. 
- Letra ‘c’: assertiva incorreta. As competências legislativas concorrentes são matérias sobre as quais tanto a União, quanto os
Estados-membros e o Distrito Federal podem legislar (estando os Municípios excluídos dessa atuação). Por este motivo, não há
competência legislativa concorrente ao Município em matéria ambiental. 
- Letra ‘e’: assertiva incorreta. Ao contrário do afirmado, deverá ser dada publicidade ao estudo prévio realizado (art. 225, § 1º, IV,
CF/88).
Gabarito: D
_____________________________________________________________________________________________________________
[IBFC - 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Perito Criminal] Assinale a alternativa INCORRETA, considerando as disposições da
Constituição Federal sobre o meio ambiente: 
A) Incumbe ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas.
B) Incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético.
C) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de decreto, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
D) Incumbe ao Poder Público exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.
E) Incumbe ao Poder Público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
Comentário: 
A assertiva incorreta encontra-se na letra ‘c’, devendo ser assinalada. A CF/88 determina que referida alteração e supressão são
permitidas somente através de lei (art. 225, § 1º, III), e não por decreto como sugerido na assertiva.
Vejamos o porquê de as demais alternativas estarem corretas:
- Letra ‘a’: está de acordo com o art. 225, § 1º, I da CF/88: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público
preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas. 
- Letra ‘b’: está de acordo com o art. 225, § 1º, II, CF/88: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público
preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético. 
- Letra ‘d’: está de acordo com o art. 225, § 1º, IV, CF/88: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público
exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.

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- Letra ‘e’: está de acordo com o art. art. 225, § 1º, V): Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público
controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente.
Gabarito: C
_____________________________________________________________________________________________________________
[INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Analista Jurídico] No tocante às normas de direito ambiental, previstas na
Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.
(B) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios preservar as florestas, a fauna e a flora.
(C) As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em resolução do Senado Federal, sem a qual
não poderão ser instaladas.
(D) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
(E) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Comentário: 
- Letra ‘a’: A assertiva é verdadeira, nos termos do art. 24 da CF/88: "Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre: (...) VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição (...)".
- Letra ‘b’: A assertiva é verdadeira, nos termos do art. 23 da CF/88: "É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios: (...) VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (...)".
- Letra ‘c’: A assertiva é falsa. Conforme determina o art. 225, § 6º, da CF/88, as usinas que operem com reator nuclear deverão ter
sua localização definida em lei federal (e não em resolução do Senado Federal, como afirmou a assertiva).
- Letra ‘d’: A assertiva é verdadeira, nos termos do art. 225, § 2º, da CF/88: "Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei".
- Letra ‘e’: A assertiva é verdadeira, nos termos do art. 225, § 3º, da CF/88: "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados".
Gabarito: C

[1]. CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de direito constitucional. 6ª ed. Salvador: Juspodivm, 2012, p. 1.476.

[2]. ADI 1.856/RJ, relatada pelo Min. Celso de Mello.

[3]. Ver Informativos 794 e 828.

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Da família, da criança, do adolescente, do jovem e do idoso


(arts. 226 a 230, CF/88)

(A) Da Família
Por ser uma  instituição fundamental para o pleno desenvolvimento do indivíduo, a família é protegida de forma especial por
nossa Constituição que, em seu art. 226 a considera a base da sociedade civil (“art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado”).
Mas quero que você saiba, meu caro aluno, que nosso texto constitucional, quando usou a palavra “família”,  não limitou sua
formação a casais heteroafetivos constituídos a partir de formalidades cartorárias, por celebração civil ou religiosa. Família é um
conceito mais  amplo! Veja o § 3º do art. 226, no qual reconhecemos que a união estável entre homem e mulher também é
entidade familiar (“§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”). O que você deve concluir disso? Que a família é uma
instituição que pode se formar por vias diferentes do casamento civil. 
Assim, vejamos quais são as entidades familiares reconhecidas textualmente pela Constituição. Temos:

(a) família formal ou matrimonial (art. 226, §§ 1º e 2º): na qual a união entre o homem e a mulher é fixada em casamento, civil, ou
religioso com efeitos civis (“art. 226, § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º O casamento religioso tem efeito civil,
nos termos da lei”);
(b) família informal (art. 226, § 3º): decorrente da união estável entre um homem e uma mulher ou entre pessoas do mesmo sexo;

(c) família monoparental (art. 226, §§ 4º): cuja formação se dá entre um dos pais e seus descendentes (“§ 4º Entende-se, também,
como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”).
Entenda uma coisa, estimado aluno: muito embora essas tipologias de família que foram constitucionalizadas serem as mais
comuns, é importante destacar que não existe um rol fechado de espécies, já que a dinâmica social produz os mais diversos tipos
de relações familiares, numa multiplicidade que o legislador jamais será capaz de contemplar em sua totalidade.
Por isso, o STF – baseando-se em princípios essenciais (como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da
autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da não discriminação e da busca da felicidade) – reconheceu[1] a
qualquer pessoa o direito fundamental à orientação sexual, proclamando, por isso mesmo, a plena legitimidade jurídica da união
homoafetiva como entidade familiar. Estendeu, pois, às uniões entre pessoas do mesmo sexo, o mesmo regime jurídico aplicável
à união estável entre pessoas de sexo distinto, concluindo que todos têm o direito fundamental de constituir uma família, não
sendo relevante, para tanto, sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Esse entendimento do STF foi formado utilizando-se a técnica de interpretação conforme a Constituição para excluir (do art.
1.723 do Código Civil) qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do
mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como sinônimo perfeito de família.
Garantidos às uniões homoafetivas os mesmos direitos e deveres da união estável, o passo seguinte foi dado pelo STJ que
reconheceu[2] o direito à habilitação para o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, sob o argumento de que as famílias
formadas por pessoas homossexuais não são menos dignas de proteção do Estado se comparadas com aquelas apoiadas na
tradição e formadas por casais heteroafetivos. Embora paradigmática, tal decisão prestou-se a produzir efeitos apenas entre as
partes envolvidas na lide, de modo que cartórios de todo o país continuaram a rejeitar a celebração de casamentos entre casais
compostos por pessoas do mesmo sexo. Diante disso, o CNJ editou a Resolução nº 175/2013 determinando, em seu art. 1°, que “É
vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em
casamento entre pessoas de mesmo sexo”.  
Podemos concluir que o termo “família” atualmente designa uma instituição privada, voluntariamente construída por pessoas
adultas,  pouco importando se a constituição da relação foi formal ou informal, ou se envolveu casais heterossexuais ou
homossexuais. 

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Não podemos deixar de reconhecer, todavia, que essa liberal jurisprudência do STF nesta específica matéria vem ocasionando um
fenômeno semelhante ao que os juristas norteamericanos Robert Post e Reva Siegel[3] intitularam de backlash, expressão que
poderia ser traduzida como uma forte e conservadora reação de um grupo de pessoas (ou mesmo das instâncias políticas
tradicionais) em oposição a manifestações judiciais. O  backlash seria, pois, uma possível consequência político-social das
manifestações judiciais prolatadas em casos difíceis, que encerram desacordos morais razoáveis na sociedade (em suma: que
versam sobre tópicos polêmicos). Segundo Malmerstein[4], o efeito se desenvolve da seguinte maneira: 

(1) Em uma matéria que divide a opinião pública, o Judiciário profere uma decisão liberal, assumindo uma
posição de vanguarda na defesa dos direitos fundamentais. (2) Como a consciência social ainda não está bem
consolidada, a decisão judicial é bombardeada com discursos conservadores inflamados, recheados de falácias
com forte apelo emocional. (3) A crítica massiva e politicamente orquestrada à decisão judicial acarreta uma
mudança na opinião pública, capaz de influenciar as escolhas eleitorais de grande parcela da população. (4) Com
isso, os candidatos que aderem ao discurso conservador costumam conquistar maior espaço político, sendo,
muitas vezes, campeões de votos. (5) Ao vencer as eleições e assumir o controle do poder político, o grupo
conservador consegue aprovar leis e outras medidas que correspondam à sua visão de mundo. (6) Como o poder
político também influencia a composição do Judiciário, já que os membros dos órgãos de cúpula são indicados
politicamente, abre-se um espaço para mudança de entendimento dentro do próprio poder judicial. (7) Ao fim e
ao cabo, pode haver um retrocesso jurídico capaz de criar uma situação normativa ainda pior do que a que havia
antes da decisão judicial, prejudicando os grupos que, supostamente, seriam beneficiados com aquela decisão.

Obviamente, apesar de existir o risco de escalada de um movimento político antagônico à decisão judicial que protege direitos
(especialmente em temas divisivos), não se deve temer esse papel mais ativista do poder judiciário, uma importante arena na
implementação dos direitos fundamentais[5]. 
Dando continuidade ao nosso estudo sobre a família, é bom lembrar que o  princípio da igualdade, que orienta toda a ordem
constitucional vigente, também está presente nas relações familiares. Nosso legislador constituinte, quando elaborou a
Constituição, estabeleceu que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos de forma  equiparada entre
homem e mulher (art. 226, § 5º: “§ Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e
pela mulher”), sendo o planejamento familiar, que possui fundamento nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, de livre decisão do casal. O Estado deve, no entanto, propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, sendo vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas (art. 226, § 7º:
“Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”). O Estado não pode, por isso, realizar o chamado ‘controle de
natalidade”, impedindo que uma determinada família tenha mais de um filho, por exemplo. 
Foi também a ideia de igualdade que orientou a decisão proferida pelo STF (por maioria) no julgamento dos Recursos
Extraordinários 646.721 e 878.694, ambos com repercussão geral reconhecida). No julgamento realizado em  maio de 2017, os
Ministros declararam  inconstitucional o artigo 1.790 do Código Civil, que estabelecia diferenças entre a participação do
companheiro e do cônjuge na sucessão dos bens. O RE 878.694 tratava de união de casal heteroafetivo e o RE 646.721 abordava
sucessão em uma relação homoafetiva. A conclusão do Supremo Tribunal foi a de que não existe elemento de discriminação que
justifique o tratamento diferenciado entre cônjuge e companheiro estabelecido pelo Código Civil, estendendo esses efeitos
independentemente de orientação sexual.
Para fim de repercussão geral, foi aprovada a seguinte tese, válida para ambos os processos: “No sistema constitucional vigente é
inconstitucional a diferenciação de regime sucessório entre cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em ambos os casos o
regime estabelecido no artigo 1829 do Código Civil.”
O tratamento baseado na isonomia alcançou também os  vínculos de filiação, tornando  proibida quaisquer designações
discriminatórias relativas aos filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, estando também garantidos a eles
os mesmos direitos e qualificações. Não se pode mais falar em ‘filhos legítimos’ (porque gerados no seio de um casamento
formal) e ‘filhos bastardos’ (fruto de relacionamentos amorosos extraconjugais). Todos são filhos da mesma forma, com os
mesmos direito, não sendo possível o estabelecimento de qualquer diferenciação entre eles. 
Apesar de estabelecida a condição de igualdade entre homens e mulheres pela Constituição (art. 5º, I), esta muitas vezes não se
verifica na prática e principalmente no cenário das relações domésticas e familiares, onde mulheres sofrem violência engendrada
por pessoas – em sua maioria homens – integrantes das suas relações íntimas. Diante deste cenário, o legislador constituinte
conferiu ao Estado o dever de assegurar a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos
para coibir a violência no âmbito de suas relações (art. 226, § 8º). 

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Nesse contexto, foi editada a Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006) que, ao trazer mecanismos que buscam coibir a violência
no âmbito das relações familiares, efetiva o texto constitucional. E muito embora alguns tenham sustentado a sua
inconstitucionalidade sob o argumento de tratar-se de legislação de cunho discriminatório, o STF, no julgamento conjunto da
ADC 19 e da ADI 4424, afastou[6] tal tese para declará-la constitucional. A mulher, do mesmo modo que o idoso, a criança e o
adolescente, encontra-se em condição de hipossuficiência, justificando-se, por isso, o tratamento distinto e a proteção especial
conferida pelo ordenamento jurídico. 
Outra providência legislativa que se destaca no intuito de coibir a violência nas relações domésticas e familiares é a Lei n°
13.104/2015, que alterou o art. 121 do Código Penal para nele incluir o chamado crime de feminicídio. Trata-se de uma nova forma
qualificada do delito de homicídio, apenado com reclusão de 12 a 30 anos e inserido no rol de crimes hediondos. Esse novo tipo
penal pressupõe violência baseada em razões da condição de sexo feminino que, segundo a legislação, ocorre quando o crime
envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher (art. 121, VI, § 2ª, CP). Ainda sobre o
feminicídio, vou destacar uma decisão do TJDFT, de agosto de 2019, na qual a 3ª Turma Criminal, por unanimidade, considerou
feminicídio um crime cometido contra uma mulher transexual. Não é a primeira vez que o TJDFT prolata decisão notoriamente
protetiva aos transexuais: em maio de 2018, o tribunal já havia entendido que a Lei Maria da penha também é válida para
transexuais.
Noutro giro, vale destacar que a Constituição Federal estabeleceu que o casamento é civil e gratuita a sua celebração (art. 226, §
1º), assegurando ao casamento religioso efeitos civis, nos termos da lei (art. 226, § 2º). 
Como não existe religião oficial na República Federativa do Brasil (nosso Estado é laico, lembre-se disso), devem ser atribuídos
efeitos civis ao casamento celebrado por líder de qualquer religião ou crença, em inequívoca efetivação da liberdade de crença,
culto e religião constitucionalmente consagrada (art. 5º, VI, CF/88). 
Essa questão, contudo, ainda não foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal. Existem, todavia, dois julgados que merecem
destaque, originários de Tribunais de Justiça[7], como o da Bahia (MS 34.739-8/2005, j. 10.03.2006) e o do Rio Grande do Sul (AC
70003296555, 8ª C. Cív., Rel. Des. Rui Portanova, j. 27.06.2002), reconhecendo efeitos civis aos casamentos realizados em centro
espírita e em terreiro, respectivamente.
Para fecharmos esse primeiro item, vou destacar que a partir da  EC n° 66/2010 não se exige qualquer lapso temporal para o
divórcio. Na sua redação original (de 1988), o art. 226, § 6º, da CF/88, estabelecia que o casamento civil podia ser dissolvido pelo
divórcio tão somente “após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação
de fato por mais de dois anos”. Certo é que a EC n° 66/2010 facilitou sobremaneira a dissolução do casamento pelo divórcio.

(B) Da criança, do adolescente e do jovem


Quando olhamos para a história das políticas de atenção à criança e ao adolescente no Brasil, notamos que sempre houve um
predomínio de medidas  assistencialistas e  correcionais repressivas, pois eles eram considerados objeto de proteção ou
correção, e não sujeitos de direitos, ignorando, por completo, sua condição de pessoas em condição peculiar de desenvolvimento.
No entanto, nossa Constituição de 1988, dispensou tratamento inovador às crianças e aos adolescentes ao consagrar a
chamada doutrina da proteção integral, que os considera sujeitos de direitos e deveres. Vale frisar que, posteriormente, com o
advento da EC n° 65/2010, o jovem passou também a ser considerado como sujeito merecedor de especial proteção.
Assim, nossa carta constitucional enuncia, em seu art. 227, ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Tratam-se de  direitos
fundamentais peculiares aos indivíduos protegidos pela norma, que se prestam a garantir seu pleno desenvolvimento, e devem
ser assegurados por todos. 
Nos termos do art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), podemos definir a criança como sendo a pessoa até doze
anos de idade incompletos e  adolescente aquela com idade entre doze e dezoito anos de idade. Ambos são merecedores de
proteção constitucional especial, que envolverá os seguintes aspectos:
(a) idade mínima de  quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII – que determina ser
proibido o trabalho noturno, o perigoso ou o insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
(b) garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

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(c) garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;

(d) garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
(e) obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
(f) estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
(g) programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e
drogas afins.
Como já citamos no item anterior, referente à família, uma importante inovação da Constituição de 1988 quanto aos  filhos,
refere-se à vedação de qualquer forma de discriminação entre eles. Os havidos da relação do casamento ou de relação fora dele,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias entre os filhos – tanto
no aspecto sucessório quanto nos assentamentos civis.
Quanto à proteção ao jovem, estipulou a Constituição (art. 227, § 8º) que a lei deverá estabelecer: (i) o estatuto da juventude,
destinado a regular os direitos dos jovens; bem como (ii) o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação
das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.
Ainda determina o texto constitucional (art. 228) serem  penalmente inimputáveis  os menores de dezoito anos, sujeitos às
normas da legislação especial (do ECA). Adotou o constituinte o critério biológico para considerar que o indivíduo menor de
dezoito anos não tem plena capacidade de entender seus atos, logo não pode ser por eles responsabilizado. Alguns autores[8]
veem nessa regra uma garantia individual protegida como  cláusula pétrea (ou seja, uma determinação constitucional tão
importante que não pode ser objeto de uma proposta de emenda que seja tendente a aboli-la ou restringi-la).
O fato é que o Brasil, ao prever responsabilização penal possível somente a partir dos dezoito anos, adotou a regra que prevalece
na maioria dos países. Conforme registra a doutrina[9], “a idade fixada, para efeito de responsabilidade penal, em diversos países,
é a seguinte: Haiti – 14 anos; Índia, Paquistão, Honduras, El Salvador, Iraque – 15 anos; Birmânia, Filipinas, Ceilão, Hong Kong,
Bélgica, Nicarágua, Israel – 16 anos; Malásia, Polônia, Grécia, Costa Rica – 17 anos; Brasil, Tailândia, Áustria, Luxemburgo,
Dinamarca, Finlândia, França, Suíça, (ex) Iugoslávia, Peru, Uruguai, Turquia – 18 anos; EUA – há variação de critérios nos diversos
Estados-membros da Federação, pois adotam entre 16, 17, 18, 19 e 21 anos. Percentualmente, a variação de idade, nos diferentes
países é a seguinte: 14 anos (0,5%); 15 anos (8,0%); 16 anos (13,0%); 17 anos (19%); 18 anos (55,0%); 19 anos (0,5%); e, 21 anos
(4,0%)”.
Por fim, e com base no princípio da solidariedade e reciprocidade nas relações familiares, determina a Carta Maior que os pais
têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade (art. 229).

(C) Do idoso
No art. 230 nossa Constituição traz normas protetivas ao idoso. De acordo com esse dispositivo, a família, a sociedade e o Estado
têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar
e garantindo-lhes o direito à vida.
No intuito de regulamentar essa proteção especial foi editado o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003). Inicialmente (em seu art.
1º) a lei determina, por critério etário, que idosas são as pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos. Não podemos
esquecer, todavia, que para fins da obtenção da gratuidade nos transportes coletivos, considera-se idoso o indivíduo com mais
de sessenta e cinco anos de idade[10], e para fins de aposentadoria compulsória no serviço público, os com mais de setenta ou
setenta e cinco anos[11] (“compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar”). Veja o esquema abaixo: 

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Em seguida (art. 4º), prevê a lei que nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, deverão ser punidos na forma da lei. Enuncia,
ainda, ser dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso, sendo que inobservância das normas de prevenção
importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica. Impõe também como dever de todo cidadão comunicar à autoridade
competente qualquer forma de violação ao idoso que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Acho importante também destacar que o estatuto do idoso fixa um sistema de garantias absolutas para os idosos, que envolve
(conforme art. 3º):
(i) atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;

(ii) preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

(iii) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;

(iv) viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;

(v) priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a
possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
(vi) capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;

(vii) estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos
biopsicossociais de envelhecimento;
(viii) garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

(ix) prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.

Por fim, o texto constitucional ainda prevê que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em
seus lares.
É importante agora, estimado aluno, responder algumas questões para entender como esse tema poderá ser cobrado em sua
prova:

Questões para fixar


[IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - Adaptada] Julgue a assertiva sobre os Direitos dos
Adolescentes:

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São penalmente imputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Comentário:
O item deverá ser marcado como falso! Conforme previsão do art. 228, CF/88, são penalmente  inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Gabarito: Errado
_____________________________________________________________________________________________________________
[INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal] É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Nesse âmbito, o direito à
proteção especial do adolescente e do jovem abrangerá o(s) seguinte(s) aspecto(s):
A) idade mínima de 13 anos para admissão ao trabalho.
B) garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica.
C) obediência aos princípios da dilação, da excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade.
D) estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a forma de curatela, de criança ou adolescente órfão ou abandonado.
E) programas de prevenção e atendimento especializado ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins,
excluindo o atendimento à criança.
Comentário: 
Excelente questão! Nossa resposta encontra-se na letra ‘b’, pois o art. 227, § 3º, IV, CF/88, determina que o direito a proteção
especial abrangerá a garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e
defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica.
Vejamos o porquê de os demais itens serem incorretos:
- Letra ‘a’: O direito a proteção especial abrangerá a idade mínima de  quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o
disposto no art. 7º, XXXIII (art. 227, § 3º, I, CF/88). 
- Letra ‘c’: O direito a proteção especial abrangerá a obediência aos princípios de  brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade (art. 227, § 3º,
V, CF/88).
- Letra ‘d’: O direito a proteção especial abrangerá o estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado (art. 227, §
3º, VI, CF/88).
- Letra ‘e’: O direito a proteção especial abrangerá programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente
e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins (art. 227, § 3º, VII, CF/88). 
Gabarito: B
_____________________________________________________________________________________________________________
[NC-UFPR - 2019 - TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A vulnerabilidade social de determinados
grupos é detalhadamente protegida pelo sistema constitucional estabelecido em 1988. Sobre o assunto, assinale a alternativa
correta: 

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A) Segundo a redação constitucional, a entidade formada por apenas um dos pais e seus descendentes é uma categoria especial
semifamiliar, haja vista a falta de um homem ou de uma mulher como condição básica da existência familiar completa.
B) Nos termos da Constituição, o planejamento familiar é um dever estatal inerente às instituições públicas competentes para a
intervenção social nessa seara, a fim de serem evitados problemas populacionais.
C) A adoção é um procedimento de livre exercício particular, sendo vedada a assistência estatal, exceto para a adoção por parte
de estrangeiros.
D) A Constituição da República prevê o dever de estabelecimento, por lei, de um plano nacional de juventude, política pública a
ser articulada entre as esferas estatais e cuja duração será decenal.
E) A Constituição estabelece formalmente o dever dos pais de assistir, criar e educar os filhos menores, porém não existe
obrigação constitucional para que os filhos maiores ajudem ou amparem os pais na velhice ou carências – em que pese tal dever
tenha sido estabelecido por legislação infraconstitucional.
Comentário: 
Caro aluno, pode assinalar a letra ‘d’ como correta, pois está de acordo com o disposto no art. 227, § 8º, II, CF/88.
A letra ‘a’ não pode ser assinalada, visto que entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer
dos pais e seus descendentes (art. 226, § 4º, CF/88). 
A letra ‘b’ também é falsa, pois fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
A letra ‘c’ também está equivocada. Conforme preceitua o art. 227, § 5º, CF/88, a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma
da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
Por fim, a letra ‘e’ também não pode ser assinalada, visto que o art. 229, CF/88, determina que os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Gabarito: D
_____________________________________________________________________________________________________________
[VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Agente Fiscal Tributário] Nos termos da Constituição Federal, é correto afirmar
que:
(A) para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo
a lei facilitar sua conversão em casamento. 
(B) a lei não reconhece como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
(C) são penalmente inimputáveis os maiores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. 
(D) os filhos havidos da relação do casamento terão prioridade sobre os filhos adotados, devendo a lei reconhecer essas
diferenças, que não serão consideradas como designações discriminatórias relativas à filiação. 
(E) a adoção será assistida pelo Poder Público, que deverá obrigatoriamente e na forma da lei, proibir a sua efetivação por parte
de estrangeiros.
Comentário: 
Excelente questão! Estamos, uma vez mais, buscando uma alternativa correta, sobre um tema que estudamos nesta aula: 
Na letra ‘a’, já encontramos nossa resposta, pois, nos termos do art. 226, § 3º, CF/88, para efeito da proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento. 
Na letra ‘b’, o erro está em dizer que a lei não reconhece como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes. Afinal, nos termos do art. 226, § 4°, “Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por

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qualquer dos pais e seus descendentes”. 


Na letra ‘c’, o erro está no uso do termo “maiores”, pois o art. 228 determina que são penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Já na letra ‘d’, temos um sério equívoco, pois os filhos havidos da relação do casamento  não terão prioridade sobre os filhos
adotados, pois essas diferenças, são sim consideradas como designações discriminatórias relativas à filiação. Veja o que diz o art.
227, § 6º: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
Por fim, na letra ‘e’, devemos recordar da previsão descrita no art. 227, § 5º, que indica que “A adoção será assistida pelo Poder
Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros”. Não há, portanto,
qualquer proibição.
Gabarito: A
_____________________________________________________________________________________________________________
[VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Agente Fiscal Tributário] Com relação aos deveres dos pais e dos filhos, é correto
afirmar que a Constituição Federal determina que:
(A) os filhos maiores não possuem qualquer atribuição em relação ao dever de ajudar os pais, devendo ampará-los somente em
situação de enfermidade. 
(B) a mãe tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e o pai tem o dever de sustentar os filhos até 21 anos. 
(C) os pais têm o dever apenas de criar os filhos menores, cabendo a missão de educar à escola. 
(D) os pais têm o dever de assistir e criar os filhos menores de 12 anos, cabendo a missão de educar à escola. 
(E) os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Comentário: 
Mais uma questão sobre o tema que estudamos nessa aula. A letra ‘a’ não pode ser assinalada, tampouco as assertivas ‘b’, ‘c’ e ‘d’,
pois o art. 229 prevê que “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.
Nossa resposta, portanto, está na letra ‘e’, pois realmente os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade.
Gabarito: E

[1]. No julgamento da ADI 4.277 e da ADPF 132, ambas da relatoria do Ministro Carlos Ayres Britto.

[2]. REsp 1.183.378-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, noticiado no Informativo 486, STJ.

[3]. POST, Robert and SIEGEL, Reva, Roe Rage: Democratic Constitutionalism and Backlash. Harvard Civil Rights-Civil Liberties Law
Review, 2007; Yale Law School, Public Law Working Paper Nº 131. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=990968.
[4]. “Efeito Backlash da Jurisdição Constitucional: reações políticas à atuação judicial”, por MARMELSTEIN, George. Disponível
em: https://direitosfundamentais.net/2015/09/05/efeito-backlash-da-jurisdicao-constitucional-reacoes-politicas-a-atuacao-
judicial/.

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[5].“Efeito Backlash da Jurisdição Constitucional: reações políticas à atuação judicial”, por MARMELSTEIN, George. Disponível
em: https://direitosfundamentais.net/2015/09/05/efeito-backlash-da-jurisdicao-constitucional-reacoes-politicas-a-atuacao-
judicial/.
[6]. ADC 19/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, noticiado no Informativo 654, STF.

[7]. LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 16 ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1218 e 1219.

[8]. Citamos a posição de SILVA, José Afonso.  Comentário Contextual à Constituição. 3ª edição. São Paulo, 2007, p. 862:
“Concordamos com René Ariel Dotti quando concebe a inimputabilidade como ‘uma das garantias fundamentais da pessoa
humana, embora topograficamente não esteja incluída no respectivo Título II da Constituição que regula a matéria. Trata-se de
um dos direitos individuais inerentes à relação do art. 5°, caracterizando assim uma cláusula pétrea. Consequentemente a
garantia não pode ser objeto de emenda constitucional visando à sua abolição para reduzir a capacidade penal em limite inferior
de idade – 16 anos, por exemplo, como se tem cogitado. A isso se opõe a regra do § 4°, IV, do art. 60 da CF’”. No mesmo sentido:
NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Método, 2012, p. 1.082.
[9]. CUNHA JÚNIOR, Dirley.  Curso de direito constitucional. 6ª ed. Salvador: Juspodivm, 2012, p. 1.484,  apud SOARES,
Orlando. Comentários à constituição da república federativa do Brasil. Rio de Janeiro: Forense, 1991, p. 734.
[10]. Art. 230, § 2º, CF/88.

[11]. Art. 40, II, CF/88.

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Dos índios (arts. 231 e 232, CF/88)


A Constituição Federal dedicou-se de modo especial aos índios nos artigos 231 e 232. Assim, foram reconhecidos aos índios sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens – é importante você recordar que é competência
privativa da União legislar sobre as populações indígenas:

Art. 22, CF/88: Compete privativamente à União legislar sobre:

XIV - populações indígenas;

Para o estudo deste item do nosso edital, visitaremos os artigos 231 e 232 da Constituição Federal, começando com o caput do
art. 231.
Lembre-se que este dispositivo reconhece aos índios:

(i) Sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições;

(ii) Os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens.
Bom, agora vou lhe convidar a analisar comigo o § 1º, do art. 231:

Art. 231, § 1º, CF/88: São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos
ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos,
costumes e tradições.

Após a leitura do dispositivo, pode-se conceituar que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são:

(i) as por eles habitadas em caráter permanente,

(ii) as utilizadas para suas atividades produtivas,

(iii) as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
Vencidos os comentários do § 1º, passemos a leitura do § 2º:

Art. 231, § 2º, CF/88: As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

Quais conclusões podemos tirar da leitura desse parágrafo? São elas:

(i) Os índios possuem, tão somente, a POSSE das terras tradicionalmente por eles ocupadas;

(ii) A propriedade dessas terras pertence à União. Veja o que diz o art. 20, XI, CF/88:

Art. 20. São bens da União:

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Resolver questões será muito importante neste momento, para termos a certeza de que você compreendeu bem o assunto.
Vamos juntos!

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Questões para fixar


[CESPE - 2013 - DPF- Agente Federal da Polícia Federal] No que se refere à ordem social, julgue o item subsequente:
A CF reconheceu aos índios a propriedade e posse das terras que tradicionalmente ocupam.
Comentário:
E segue o CESPE insistindo em dizer erroneamente que os índios são detentores da propriedade das terras que ocupam. A
assertiva, portanto, se torna falsa quando afirma que a Constituição reconheceu aos índios a propriedade das terras que
tradicionalmente ocupam, quando, em verdade, é constitucionalmente reconhecido somente o direito de posse permanente.
Gabarito: Errado
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2015 - TJPB- Juiz Substituto]  Julgue a assertiva:
Assegura-se aos índios a propriedade das terras que eles tradicionalmente ocupem e o usufruto exclusivo das riquezas
encontradas em seu solo, rios e lagos.
Comentário:
Essa questão também é falsa, visto que o termo posse foi novamente trocado pelo vocábulo propriedade. 
Gabarito: Errado
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador do Estado] Julgue a assertiva:
Os índios detêm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, do subsolo, dos rios e dos lagos existentes nas terras por eles
tradicionalmente ocupadas.
Comentário:
Para a resolução dessa questão, é necessário lembrar o que dispõe o art. 20, IX, da CF/88: “São bens da União os recursos
minerais, inclusive os do subsolo”. Combinando esse dispositivo com o 231, § 2º, você irá perceber que a assertiva é falsa, visto que
os índios não detêm o usufruto exclusivo do subsolo nas terras por eles tradicionalmente ocupadas, por se tratar de bens da
União.
Gabarito: Errado
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo] Julgue a assertiva:
As terras indígenas tratadas pela CF se submetem ao princípio fundamental da soberania da República Federativa do Brasil,
fazendo parte do território brasileiro.
Comentário:
Já revisamos nesta aula que a propriedade das terras indígenas pertence à União, conforme preceitua o art. 20, XI, CF/88. Desta
forma, podemos afirmar sem medo de errar que as terras indígenas pertencem ao território brasileiro e se submetem ao princípio
fundamental da soberania da República Federativa do Brasil. A afirmativa é verdadeira.
Gabarito: Certo
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2009 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal] Julgue a assertiva:
A Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos índios a propriedade sobre as terras por eles tradicionalmente ocupadas.
Comentário:

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De início, vale lembrar a regra: os índios possuem, tão somente, a POSSE das terras tradicionalmente por eles ocupadas. Note
que a questão nos diz expressamente que “a Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos índios a propriedade sobre as
terras por eles tradicionalmente ocupadas”. Desta forma o item é correto, visto que está em conformidade com o art. 231, § 2º, da
CF/88.
Gabarito: Certo

Bom, agora que alguns exercícios sobre § 2º já foram resolvidos, vamos juntos analisar o § 3º:

Art. 231, § 3º, CF/88: O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a
lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso
Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na
forma da lei.

O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais, quando
presentes em terras indígenas, só poderão ocorrer se dois requisitos forem atendidos, sendo eles:
(i) Autorização: deve ser dada pelo Congresso Nacional;

(ii) Ouvidas: comunidades afetadas (têm assegurada a participação nos resultados da lavra).

Note que os 2 requisitos são cumulativos, ou seja, deve haver autorização do Congresso Nacional e as comunidades afetadas
devem ser ouvidas: não adianta cumprir só um deles!

Questões para fixar


[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área VI] Julgue o item:
Embora a terra ocupada pelas comunidades indígenas seja propriedade da União, a CF garante-lhes o direito de serem ouvidas
quando a pesquisa e a lavra das riquezas minerais afetarem sua vida, ficando-lhes assegurada, também, a participação nos
resultados da lavra.
Comentário:
O item é claramente verdadeiro, visto que afirma exatamente o que está previsto no art. 231, § 3º: “o aproveitamento dos
recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem
ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada
participação nos resultados da lavra, na forma da lei.”
Gabarito: Certo

Passemos agora para o estudo do § 4º, do art. 231:

Art. 231, § 4º, CF/88: As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.

Esse dispositivo nos ensina que as terras que são tradicionalmente ocupadas pelos índios são:

(i) inalienáveis;  

(ii) indisponíveis;

(iii) E os direitos sobre elas são imprescritíveis (“insuscetíveis de prescrição aquisitiva”).

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Não se esqueça! As terras indígenas são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

Agora que as características das terras indígenas já estão devidamente mapeadas e estudadas, vou lhe propor a resolução da
seguinte questão:

Questões para fixar

[CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia] Julgue o item:


As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, incluídas no domínio constitucional da União Federal, são inalienáveis,
indisponíveis e insuscetíveis de prescrição aquisitiva.
Comentário:
Segundo o art. 231, § 4º: “as terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis”. A assertiva é verdadeira.
Gabarito: Certo

Por seu turno, o art. 231, § 5º, prevê que:

Art. 231, § 5º, CF/88: É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da
soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato
logo que cesse o risco.

Observe que a remoção dos grupos indígenas de suas terras é, via de regra, VEDADA. Entretanto, o dispositivo traz algumas
exceções que merecem a sua atenção.
- Exceção:

(i) "ad referendum" do Congresso Nacional, no caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população;

(ii) no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional.

Note que em qualquer hipótese que se admite a remoção, é garantido o retorno imediato logo que cesse o risco.

Para encerrar o estudo do art. 131, precisamos analisar o que dispõe o § 6º:

Art. 231, § 6º, CF/88: São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a
ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do
solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que
dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União,
salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.

Observamos nesse parágrafo que são nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a
ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere o artigo 231, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a
nulidade e a extinção direito a indenização ou ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da
ocupação de boa-fé. Tem-se aqui a garantia da proteção das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Para encerrarmos este tema incrível, nos resta só a leitura do artigo 232, assim você estará preparado para enfrentar uma questão
que exija conhecimento sobre o assunto. Vamos lá:

Art. 232, CF/88: Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em
defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

Sobre este dispositivo, você deve guardar os seguintes pontos:

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(i) Índios, suas comunidades e organizações: são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses;

(ii) Ministério Público: deve intervir em todos os atos do processo.

Para finalizarmos esse ponto, vamos às últimas questões sobre índios?

Questões para fixar

[CESPE - 2015 - AGU- Advogado da União] A respeito do meio ambiente e dos direitos e interesses das populações indígenas,
julgue o item seguinte:
Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingresso em juízo em defesa de seus direitos e interesses,
competindo à justiça federal processar e julgar os crimes relacionados aos direitos dos índios.
Comentário:
O item é verdadeiro, porque está em conformidade com o art. 232 c/c art. 109, XI:
Art. 232, CF/88: Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus
direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Nos termos do art. 232, previu a Carta Maior para os índios, suas comunidades e organizações, a legitimidade ad causam para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. Tal
intervenção encontra fundamento no art. 129, V, CF/88, que preceitua ser atribuição do MP defender judicialmente os direitos e
interesses das populações indígenas.
Por último, vale mencionar a competência da justiça federal (expressa no art. 109, IX, CF/88) para processar e julgar a disputa
envolvendo direitos indígenas. Conforme orientação do STF (HC 91.313): “A competência da Justiça Federal em relação aos
direitos indígenas não se restringe às hipóteses de disputa de terras, eis que os direitos contemplados no art. 231, da CF/88, são
muito mais extensos”, abrangendo os elementos da cultura e os direitos sobre terras.
Essa competência, todavia, não alcança delitos isolados praticados sem qualquer envolvimento com a comunidade indígena. De
acordo com o STF (HC 75.404): “o deslocamento da competência para a Justiça Federal somente ocorre quando o processo versar
sobre questões diretamente ligadas à cultura indígena e ao direito sobre suas terras, ou quando envolvidos interesses da União.
Tratando-se de suposta ofensa a bens semoventes de propriedade particular, não há ofensa a bem jurídico penal que demande a
incidência das regras constitucionais que determinam a competência da Justiça Federal” (RHC 85.737).
Insta citar ainda o enunciado nº 140 da súmula do STJ que determina: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar
crime em que o indígena figure como autor ou vítima”.
Gabarito: Certo
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2010 - AGU - Procurador Federal] No que se refere aos direitos e deveres das populações indígenas, julgue o item abaixo:
No processo de demarcação de terra indígena situada em região de fronteira, o STF considera dispensável a manifestação do
Conselho de Defesa Nacional no processo homologatório.
Comentário:
Para resolver essa questão, você precisa ter conhecimento da decisão proferida pelo STF no MS 24.045:

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“...(...)... Cabe à União demarcar as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (caput do artigo 231 da Constituição Federal).
Donde competir ao Presidente da República homologar tal demarcação administrativa. A manifestação do Conselho de Defesa
Nacional não é requisito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de fronteira.
Não há que se falar em supressão das garantias do contraditório e da ampla defesa se aos impetrantes foi dada a oportunidade de
que trata o artigo 9º do Decreto 1.775/96 (MS 24.045, Rel. Min. Joaquim Barbosa)...(...)...”. (grifo nosso)
Com base neste pronunciamento da nossa Corte Suprema, podemos concluir que a questão é verdadeira, visto que traz
exatamente o entendimento proferido pelo STF, no sentido de que a manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é
requisito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de fronteira.
Gabarito: Certo
_____________________________________________________________________________________________________________
[TRT 8ªR - 2013 - TRT 8ªR - Juiz do Trabalho] Relativamente aos indígenas, nos termos da Constituição da República, é CORRETO
afirmar que:
A) É assegurado às comunidades indígenas o direito à utilização exclusiva de suas línguas maternas na educação fundamental,
assim como processos próprios de aprendizagem.
B) Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, devendo o Ministério Público atuar obrigatoriamente como litisconsorte necessário.
C) São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a
sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
D) São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, direito de ter uma justiça própria, e
os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens.
Comentário:
Nossa resposta encontra-se na letra ‘c’. Conforme preceitua o art. 231, § 1º, CF/88, são terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradições.
Vejamos o porquê de as demais alternativas serem incorretas:
- Letra ‘a’: assertiva incorreta. Em conformidade com o art. 209, § 2º, CF/88, o ensino fundamental regular será ministrado em
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
- Letra ‘b’: assertiva incorreta. Conforme preceitua o art. 129, V, CF/88, é função institucional do Ministério Público defender
judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas.
- Letra ‘d’: assertiva incorreta. Nos termos do art. 231, caput, CF/88, são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-
las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Gabarito: C
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia] Considerando o disposto na CF acerca da ordem social, julgue o item
subsequente:

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As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, incluídas no domínio constitucional da União Federal, são inalienáveis,
indisponíveis e insuscetíveis de prescrição aquisitiva.
Comentário:
O item deverá ser assinalado como verdadeiro, vez que está de acordo com o art. 231, § 4º, CF/88.
Gabarito: Certo
_____________________________________________________________________________________________________________
[CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União] A respeito do meio ambiente e dos direitos e interesses das populações indígenas,
julgue o item seguinte:
Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingresso em juízo em defesa de seus direitos e interesses,
competindo à justiça federal processar e julgar os crimes relacionados aos direitos dos índios.
Comentário:
O item é verdadeiro, pois está de acordo com o art. 232 c/c art. 109, IV, CF/88.
Gabarito: Certo
_____________________________________________________________________________________________________________
[TRT 21ªR - 2015 - TRT 21ªR - Juiz do Trabalho - Adaptada] Sobre a Ordem Social, julgue a assertiva, à luz da jurisprudência
majoritária do Supremo Tribunal Federal e da Constituição Federal:
A proteção constitucional aos índios garante atuação de tutela do Estado e da sociedade, devendo ser representados, na defesa
dos seus direitos e em juízo, por meio de fundação de âmbito nacional especialmente criada para cuidar dos seus interesses.
Comentário:
Pode marcar o item como falso! De acordo com o art. 232, CF/88, “os índios, suas comunidades e organizações são partes
legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses”.
Gabarito: Errado

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Resumo direcionado

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Teste a sua Direção


Olá, meu caro aluno! Este arquivo traz um conjunto de assertivas formatadas no estilo “V ou F”, que servirá para você
avaliar se compreendeu bem os temas abordados em nosso último encontro. O objetivo deste Teste é lhe fornecer uma
ferramenta de controle sobre a sua progressão nos estudos: ao conferir o gabarito, ao final do arquivo, você terá um
ótimo diagnóstico da sua preparação até aqui. E só assim você saberá se está efetivamente evoluindo, ou seja, se está
caminhando na Direção correta!
É possível que, ao resolver os itens propostos, você identifique “lacunas de conhecimento”, isto é, tópicos que precisará
reforçar, assuntos que deverá reler, trechos dos vídeos que deverá assistir uma vez mais. Por isso, não hesite em voltar
às aulas anteriores e reestudar tudo aquilo que julgar necessário. Muito mais importante do que concluir rapidamente
nosso curso, é avançar de maneira sólida, consistente, aprendendo com segurança aquilo que será exigido em suas
futuras provas. Se após a resolução deste Teste e da revisita aos materiais ainda restarem dúvidas, lembre-se que
estamos em contato direto em nosso fórum. Me escreva sempre que precisar!  
Faça um excelente Teste de Direção!

Exercícios para revisão


1. A ordem social tem como base o primado do trabalho e o bem-estar social, e como objetivo a justiça social.

(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

2. Segundo a jurisprudência do STF, é direito subjetivo público de crianças de até cinco anos de idade o atendimento em
creches e pré-escolas, sendo possível a intervenção do Poder Judiciário visando à efetivação desse direito.
(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

3.. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

4. Em qualquer caso, pelo menos cinquenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e
de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo
da programação.
(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

5. A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o imperativo de gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais.
(  ) Verdadeiro

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(  ) Falso

6. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são
patrimônio da União, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

7. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções administrativas, e apenas as pessoas físicas a sanções penais, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

8. Entende-se como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

9. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Senado Federal, ouvidas as comunidades
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

10. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para
suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as
necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
(  ) Verdadeiro

(  ) Falso

Gabarito
 

Nº DA QUESTÃO GABARITO ACERTEI ERREI

1 F    

2 V    

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3 F    

4 F    

5 V    

6 F    

7 F    

8 V    

9 F    

10 V    

Marque quantos itens você acertou

1ª tentativa 2ª tentativa

   

 Resolução dos exercícios


 1. A ordem social tem como base o primado do trabalho e o bem-estar social, e como objetivo a justiça social.

(  ) Verdadeiro

( X ) Falso

COMENTÁRIO:

Assertiva incorreta, em razão da previsão constante do parágrafo único do art. 193, CF/88, que nos indica que a ordem
social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Assim, o primado do trabalho é
base (e não objetivo) da ordem social, ao passo que o bem-estar e a justiça sociais configuram objetivos (e não base).
2. Segundo a jurisprudência do STF, é direito subjetivo público de crianças de até cinco anos de idade o atendimento em
creches e pré-escolas, sendo possível a intervenção do Poder Judiciário visando à efetivação desse direito.
( X ) Verdadeiro

(  ) Falso

COMENTÁRIO:

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A assertiva apresentada deverá ser marcada como verdadeira! A jurisprudência do STF firmou-se no sentido da existência
de direito subjetivo público de crianças até cinco anos de idade ao atendimento em creches e pré–escolas. Também
consolidou o entendimento de que é possível a intervenção do Poder Judiciário visando à efetivação desse direito
constitucional.
3.. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

(  ) Verdadeiro

( X ) Falso

COMENTÁRIO:

Repare que a assertiva traz a antiga redação do artigo 218, que foi alterado pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015.
Consoante a nova redação do dispositivo elencado, o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. Pode marcar o item como falso.
4. Em qualquer caso, pelo menos cinquenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e
de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo
da programação.
(  ) Verdadeiro

( X ) Falso

COMENTÁRIO:

Caro aluno, repare que a questão representa uma típica “pegadinha” de concurso, aparentemente descrevendo o texto da
Constituição Federal, mas com uma sutil modificação, que pode não ser notada e induzi-lo ao erro. Segundo consta do
artigo 222, § 1º, da CF/88, em qualquer caso, pelo menos setenta (e não apenas cinquenta) por cento do capital total e do
capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou
indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das
atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. Nesse sentido, o item é falso.
5. A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o imperativo de gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais.
( X ) Verdadeiro

(  ) Falso

COMENTÁRIO:

O item é verdadeiro. Conforme a súmula vinculante nº 12, a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola
o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal, segundo o qual o ensino será ministrado com base no princípio da
gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
6. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são
patrimônio da União, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
(  ) Verdadeiro

( X ) Falso

COMENTÁRIO:

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Alternativa falsa. O § 4º do art. 225, CF/88 é cobrado com significativa frequência em concursos públicos. Desse modo, caro
aluno, você deve ficar bastante atento! Assim, o dispositivo em análise elegeu cinco grandes espaços territoriais (a Floresta
Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira) para dar-lhes duas
características: a de patrimônio nacional (e não da União) e  a de serem utilizados em condições em que seja assegurada a
preservação do meio ambiente.
7. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções administrativas, e apenas as pessoas físicas a sanções penais, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
(  ) Verdadeiro

( X ) Falso

COMENTÁRIO:

Item incorreto, visto que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados
(art. 225, § 3º, CF/88).
8. Entende-se como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

( X ) Verdadeiro

(  ) Falso

COMENTÁRIO:

Assertiva verdadeira! Nos termos do art. 226, § 4º, da CF/88, a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes também é compreendida como entidade familiar.
9. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Senado Federal, ouvidas as comunidades
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
(  ) Verdadeiro

( X ) Falso

COMENTÁRIO:

O item está equivocado. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra
das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional (e não do
Senado Federal), ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na
forma da lei (art. 231, § 3º, CF/88).
10. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para
suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as
necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
( X ) Verdadeiro

(  ) Falso

COMENTÁRIO:

Notou que a assertiva é verdadeira? De acordo com o art. 231, § 1º, CF/88, são terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à

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preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural,
segundo seus usos, costumes e tradições.
 

Fim do teste. Até o próximo encontro!

Abraços,

Prof. Nathalia Masson

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Questões para treinar - CESPE

QUESTÃO 01

[CESPE - 2010 - AGU -  Procurador Federal] Julgue o item abaixo:

Segundo entendimento do STF, o ato de demarcação das terras indígenas tem natureza propriamente constitutiva,
visto terem sido constitucionalmente reconhecidos os direitos dos índios sobre as terras por eles tradicionalmente
ocupadas.

QUESTÃO 02

[CESPE - 2015 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal] Julgue a assertiva:

A Constituição da República garante aos índios o direito de propriedade das terras que tradicionalmente ocupam,
atribuindo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo e do produto da lavra das riquezas minerais.

QUESTÃO 03

[CESPE - 2009 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal] Julgue a assertiva:

A Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos índios a propriedade sobre as terras por eles tradicionalmente
ocupadas.

QUESTÃO 04

[CESPE - 2018 - IPHAN - Analista I - Área 8] Julgue o item que se segue, a respeito dos diversos instrumentos e
mecanismos para financiar as políticas públicas:
As transferências que os Estados recebem para assegurar o financiamento da cultura são consideradas despesas
obrigatórias.

QUESTÃO 05

[CESPE - 2018 - IPHAN - Analista I - Área 4] Com base nas disposições legais acerca de patrimônio cultural, julgue o
próximo item:
Os estados, o Distrito Federal e os municípios organizam seus respectivos sistemas de cultura a partir das
determinações constantes da Constituição Federal de 1988, sendo vedada a criação de leis próprias sobre o assunto por
cada um desses entes.

QUESTÃO 06

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[CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio] A respeito do direito das pessoas
com deficiência, julgue o item a seguir, considerando a legislação pertinente:
De acordo com a Constituição Federal, o Estado deverá garantir a educação da pessoa com deficiência,
preferencialmente, em rede especial de ensino, de acordo com as suas necessidades físicas e mentais.

QUESTÃO 07

[CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior] A respeito dos direitos da
pessoa portadora de deficiência, julgue o item a seguir, considerando a legislação pertinente:
É dever estatal, explícito na Constituição Federal, a instituição de programas de prevenção e atendimento especializado
para portadores de deficiência física, sensorial ou mental.

QUESTÃO 08

[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da organização do Estado e do Poder Judiciário, julgue o
item subsequente com base no texto constitucional:
Os estados e os municípios podem legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente.

QUESTÃO 09

[CESPE - 2018 - STJ - Conhecimentos Básicos - Cargo: 1] Tendo em vista as disposições constitucionais e legais acerca
de meio ambiente e política de sustentabilidade, julgue o item subsequente:
A Constituição Federal veda práticas desportivas que utilizem animais, mesmo que elas se deem no âmbito de
manifestações culturais que integrem o patrimônio cultural brasileiro.

QUESTÃO 10

[CESPE - 2016 - DPU - Técnico em Assuntos Educacionais] No que se refere à ordem social, julgue o item seguinte:

O Estado deve garantir educação infantil em creches e pré-escolas às crianças de até cinco anos de idade.

Gabarito Comentado
QUESTÃO 01

[CESPE - 2010 - AGU -  Procurador Federal] Julgue o item abaixo:

Segundo entendimento do STF, o ato de demarcação das terras indígenas tem natureza propriamente constitutiva,
visto terem sido constitucionalmente reconhecidos os direitos dos índios sobre as terras por eles tradicionalmente
ocupadas.

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Comentário:

Eis uma questão que cobra um entendimento do STF sobre o tema. Veja o que foi decido no julgamento da Pet 3.388:

"Os direitos dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam foram constitucionalmente ‘reconhecidos’, e não
simplesmente outorgados, com o que o ato de demarcação se torna de natureza declaratória, e não propriamente
constitutiva. Ato declaratório de uma situação jurídica ativa preexistente. Essa a razão de a Carta Magna havê-los
chamado de ‘originários’, a traduzir um direito mais antigo do que qualquer outro, de maneira a preponderar sobre
pretensos direitos adquiridos, mesmo os materializados em escrituras públicas ou títulos de legitimação de posse em
favor de não índios. Atos, estes, que a própria Constituição declarou como ‘nulos e extintos’ (§ 6º do art. 231 da CF)."
(Pet 3.388, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19-3-2009, Plenário, DJE de 1º-7-2010.)
Note que o STF entende ter natureza declaratória (e não constitutiva) o ato de demarcação das terras indígenas. Nesse
sentido, o item pode ser qualificado como falso.

QUESTÃO 02

[CESPE - 2015 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal] Julgue a assertiva:

A Constituição da República garante aos índios o direito de propriedade das terras que tradicionalmente ocupam,
atribuindo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo e do produto da lavra das riquezas minerais.
Comentário:

A afirmativa é nitidamente falsa. Vimos que a Constituição Federal apenas reconheceu a POSSE das terras
tradicionalmente ocupadas pelos índios. Podemos destacar também que cabe aos índios o usufruto exclusivo das
riquezas do solo, dos rios e dos lagos existentes em suas terras. Quanto ao aproveitamento dos recursos hídricos,
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas, só podem ser
efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada
participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

QUESTÃO 03

[CESPE - 2009 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal] Julgue a assertiva:

A Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos índios a propriedade sobre as terras por eles tradicionalmente
ocupadas.
Comentário:

De início, vale lembrar a regra: os índios possuem, tão somente, a POSSE das terras tradicionalmente por eles
ocupadas. Note que a questão nos diz expressamente que “a Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos
índios a propriedade sobre as terras por eles tradicionalmente ocupadas”. Desta forma o item é correto, visto que está
em conformidade com o art. 231, § 2º, da CF/88.

QUESTÃO 04

[CESPE - 2018 - IPHAN - Analista I - Área 8] Julgue o item que se segue, a respeito dos diversos instrumentos e
mecanismos para financiar as políticas públicas:

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As transferências que os Estados recebem para assegurar o financiamento da cultura são consideradas despesas
obrigatórias.
Comentário:

É falso o enunciado, já que é facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais
(art. 216, § 6º, CF/88).

QUESTÃO 05

[CESPE - 2018 - IPHAN - Analista I - Área 4] Com base nas disposições legais acerca de patrimônio cultural, julgue o
próximo item:
Os estados, o Distrito Federal e os municípios organizam seus respectivos sistemas de cultura a partir das
determinações constantes da Constituição Federal de 1988, sendo vedada a criação de leis próprias sobre o assunto por
cada um desses entes.
Comentário:

Claramente um item falso! Conforme preceitua o art. 216-A, § 4º, CF/88, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias.

QUESTÃO 06

[CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio] A respeito do direito das pessoas
com deficiência, julgue o item a seguir, considerando a legislação pertinente:
De acordo com a Constituição Federal, o Estado deverá garantir a educação da pessoa com deficiência,
preferencialmente, em rede especial de ensino, de acordo com as suas necessidades físicas e mentais.
Comentário:

Conforme preceitua o art. 208, III, CF/88, o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. Nesse sentido, o item apresentado deverá ser marcado como falso.

QUESTÃO 07

[CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior] A respeito dos direitos da
pessoa portadora de deficiência, julgue o item a seguir, considerando a legislação pertinente:
É dever estatal, explícito na Constituição Federal, a instituição de programas de prevenção e atendimento especializado
para portadores de deficiência física, sensorial ou mental.
Comentário:

Item correto! Conforme determina o art. 227, § 1º, II, CF/88, o Estado promoverá a criação de programas de prevenção e
atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
todas as formas de discriminação.

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QUESTÃO 08

[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da organização do Estado e do Poder Judiciário, julgue o
item subsequente com base no texto constitucional:
Os estados e os municípios podem legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente.

Comentário:

A assertiva é verdadeira. Apesar de o art. 24, VI, da CF/88 somente outorgar expressamente competência à União, aos
Estados e ao Distrito Federal para legislarem concorrentemente sobre proteção ao meio ambiente, o STF entende que
o Município também é competente para legislar sobre a matéria, desde que o faça no limite do seu interesse local e
desde que esse regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados, conforme
preceitua o art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, CF/88 (RE 586224, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 05/03/2015,
noticiado no informativo 776).

QUESTÃO 09

[CESPE - 2018 - STJ - Conhecimentos Básicos - Cargo: 1] Tendo em vista as disposições constitucionais e legais acerca
de meio ambiente e política de sustentabilidade, julgue o item subsequente:
A Constituição Federal veda práticas desportivas que utilizem animais, mesmo que elas se deem no âmbito de
manifestações culturais que integrem o patrimônio cultural brasileiro.
Comentário:

Trata-se de um item falso! Conforme preceitua o art. 225, § 7º, CF/88 (em texto que foi incluído pela EC 96 de 2017), não
se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme
o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

QUESTÃO 10

[CESPE - 2016 - DPU - Técnico em Assuntos Educacionais] No que se refere à ordem social, julgue o item seguinte:

O Estado deve garantir educação infantil em creches e pré-escolas às crianças de até cinco anos de idade.

Comentário:

O item deverá ser marcado como correto! Conforme previsão do art. 208, IV, CF/88, o dever do Estado com a educação
será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade.

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Questões para treinar - FCC

QUESTÃO 01

[FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão] À luz da Constituição
Federal, é permitido ao Município, na implementação de políticas públicas voltadas à educação, à cultura e ao desporto:
A) destinar recursos públicos para a concessão de bolsas de estudo para o ensino fundamental, aos que demonstrarem
insuficiência de recursos, como alternativa aos cursos regulares oferecidos pela rede pública na localidade da residência
do educando.
B) vincular a fundo de fomento à cultura até seis décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o
financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de despesas com
pessoal e encargos sociais não relacionados diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
C) organizar, por meio de Decreto do chefe do Executivo, o sistema de cultura municipal, em regulamentação à lei
federal que cria o Sistema Nacional de Cultura.
D) destinar recursos públicos para a promoção prioritária do desporto de alto rendimento, como mecanismo de
fomento a práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um.
E) oferecer ensino religioso, de matrícula facultativa, como disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental e assegurar às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios
de aprendizagem.

QUESTÃO 02

[FCC - 2018 - SEAD-AP - Analista Jurídico] Corresponde ao disposto na Constituição Federal:

A) A educação é direito de todos e dever do Estado, que deve proporcioná-lo nos níveis fundamental, médio e superior,
sempre em estabelecimentos oficiais e de forma gratuita.
B) O ensino religioso é vedado no sistema educacional nacional, pois o Brasil é um Estado laico.

C) O sistema educacional consagra o ensino inclusivo, determinando que os portadores de deficiência, sempre que
possível, frequentem as aulas na rede regular de ensino.
D) O ensino privado é livre, sem necessidade de cumprimento de regras infraconstitucionais e do chamado conteúdo
curricular mínimo.
E) O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, vedada a utilização de qualquer outra língua
materna.

QUESTÃO 03

[FCC - 2018 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica] À luz do que dispõe a Constituição Federal:

A) são penalmente inimputáveis os menores de vinte e um anos, sujeitos às normas da legislação especial.

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B) os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos, e estes, independentemente de sua idade, têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
C) a lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos
de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
D) a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, sendo vedada a sua efetivação por parte de estrangeiros.

E) os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em abrigos e casas de recolhimento.

QUESTÃO 04

[FCC - 2018 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica] De acordo com o que estabelece a Constituição Federal
acerca dos índios e do meio ambiente:
A) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso especial e essencial à sadia qualidade
de vida.
B) as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei estadual, sem o que não
poderão ser instaladas.
C) são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo às Forças Armadas demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens.
D) as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo, contudo, à União,
aos Estados e aos Municípios, o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
E) os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

QUESTÃO 05

[FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo] A educação dos portadores de deficiência, segundo a Constituição
Federal de 1988, deve se dar:
A) em escolas especializadas, públicas ou privadas, prioritariamente.

B) de forma segregada.

C) até os seis anos de idade na rede pública.

D) de modo facultativo, em sistema de cotas.

E) na rede regular de ensino, preferencialmente.

QUESTÃO 06

[FCC - 2018 - SEFAZ-SC - Auditor-Fiscal da Receita Estadual - Auditoria e Fiscalização - Adaptada] Julgue a assertiva:

Ao disciplinar o financiamento da manutenção e do desenvolvimento do ensino, a Constituição Federal estabelece que


os Estados aplicarão, anualmente, no mínimo 25% da receita resultante de tributos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

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QUESTÃO 07

[FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Meio Ambiente] De acordo com o
previsto no artigo 225 da Constituição Federal, é dever do Poder Público e da coletividade assegurar a efetividade do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para tanto:
A) são alienáveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção
dos ecossistemas naturais, ocasião em que será concedido ao particular a título de exploração e/ou reserva legal.
B) as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão
ser instaladas.
C) não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, ainda que não assegurados o
bem-estar dos animais envolvidos.
D) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores: pessoas físicas a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados, e pessoas jurídicas a sanções
administrativas e cíveis, independentemente de obrigação de reparar os danos causados.
E) aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, ou, caso impossível ou
inviável pela natureza da atividade, a indenizar o Poder Público pela exploração, mediante tabela previamente
estabelecida em regulamento.

QUESTÃO 08

[FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Direitos Humanos, Minorias,
Cidadania e Sociedade] Em 2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por:
A) unanimidade, ser inconstitucional tanto o ensino religioso confessional, mesmo que facultativo, nas escolas da rede
pública, quanto o ensino religioso confessional obrigatório nas escolas privadas.
B) maioria, ser constitucional, o ensino religioso de natureza confessional nas escolas da rede pública.

C) unanimidade, pela inconstitucionalidade da previsão do ensino religioso, confessional ou não confessional, no


currículo mínimo das escolas da rede pública e privada.
D) unanimidade, ser constitucional a oferta de ensino religioso nas escolas públicas, desde que não vinculado a uma
crença específica.
E) maioria, pela constitucionalidade do ensino religioso de natureza não confessional nas escolas privadas, desde que
observada a facultatividade.

QUESTÃO 09

[FCC - 2018 - Prefeitura de Macapá - AP - Nutricionista - Edital nº 03] A educação brasileira é direito de todos e dever:

A) da União, dos estados e dos municípios.

B) da Comunidade local e da família.

C) do Poder Público, dos pais e dos alunos.

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D) da Sociedade e da escola.

E) do Estado e da família.

QUESTÃO 10

[FCC - 2012 - MPE-AP - Promotor de Justiça] Nos termos da Constituição da República, o dever do Estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de:
A) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade.

B) atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
C) progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino fundamental e médio.

D) educação básica, obrigatória e gratuita, cabendo aos Estados e Distrito Federal atuar prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.
E) educação básica, obrigatória e gratuita, cabendo aos Municípios atuar prioritariamente nos níveis de ensino
fundamental e médio.

Gabarito Comentado

QUESTÃO 01

[FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão] À luz da Constituição
Federal, é permitido ao Município, na implementação de políticas públicas voltadas à educação, à cultura e ao desporto:
A) destinar recursos públicos para a concessão de bolsas de estudo para o ensino fundamental, aos que demonstrarem
insuficiência de recursos, como alternativa aos cursos regulares oferecidos pela rede pública na localidade da residência
do educando.
B) vincular a fundo de fomento à cultura até seis décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o
financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de despesas com
pessoal e encargos sociais não relacionados diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
C) organizar, por meio de Decreto do chefe do Executivo, o sistema de cultura municipal, em regulamentação à lei
federal que cria o Sistema Nacional de Cultura.
D) destinar recursos públicos para a promoção prioritária do desporto de alto rendimento, como mecanismo de
fomento a práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um.
E) oferecer ensino religioso, de matrícula facultativa, como disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental e assegurar às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios
de aprendizagem.

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Comentário:

Pode assinalar a letra ‘e’ como correta. Conforme prevê o art. 210, §§ 1º e 2º, CF/88, o ensino religioso, de matrícula
facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. Ademais, o ensino
fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização
de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

QUESTÃO 02

[FCC - 2018 - SEAD-AP - Analista Jurídico] Corresponde ao disposto na Constituição Federal:

A) A educação é direito de todos e dever do Estado, que deve proporcioná-lo nos níveis fundamental, médio e superior,
sempre em estabelecimentos oficiais e de forma gratuita.
B) O ensino religioso é vedado no sistema educacional nacional, pois o Brasil é um Estado laico.

C) O sistema educacional consagra o ensino inclusivo, determinando que os portadores de deficiência, sempre que
possível, frequentem as aulas na rede regular de ensino.
D) O ensino privado é livre, sem necessidade de cumprimento de regras infraconstitucionais e do chamado conteúdo
curricular mínimo.
E) O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, vedada a utilização de qualquer outra língua
materna.
Comentário:

Podemos assinalar a letra ‘c’ como nossa resposta, pois está de acordo com o 208, III, da CF/88: “O dever do Estado com
a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
Vejamos o porquê de as demais alternativas estarem equivocadas:

- Letra ‘a’: Assertiva incorreta. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Vale ressaltar, ainda, que o art. 206, III, CF/88 preceitua que o
ensino será ministrado com base no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino.
- Letra ‘b’: Assertiva incorreta. Conforme preceitua o art. 110, § 1º, CF/88, o ensino religioso, de matrícula facultativa,
constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
- Letra ‘d’: Assertiva incorreta. Realmente o ensino é livre à iniciativa privada, mas deverá atender as seguintes
condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo
Poder Público (art. 209, I e II, CF/88).
- Letra ‘e’: Assertiva incorreta. Conforme determina o art. 210, § 2º, CF/88, o ensino fundamental regular será
ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas
e processos próprios de aprendizagem.

QUESTÃO 03

[FCC - 2018 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica] À luz do que dispõe a Constituição Federal:

A) são penalmente inimputáveis os menores de vinte e um anos, sujeitos às normas da legislação especial.

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B) os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos, e estes, independentemente de sua idade, têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
C) a lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos
de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
D) a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, sendo vedada a sua efetivação por parte de estrangeiros.

E) os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em abrigos e casas de recolhimento.

Comentário:

Marcou a letra ‘c’ com facilidade? Como já vimos, o art. 227, § 2º, CF/88, determina que “a lei disporá sobre normas de
construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência”.
A letra ‘a’ não pode ser assinalada, pois são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial.
No que tange a letra ‘b’, também é falsa. De acordo com o art. 229, CF/88, “os pais têm o dever de assistir, criar e educar
os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.
A letra ‘d’ também está equivocada, pois a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá
casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
Também não podemos assinalar a letra ‘e’, visto que 0s programas de amparo aos idosos serão executados
preferencialmente em seus lares (art. 230, § 1º, CF/88).

QUESTÃO 04

[FCC - 2018 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica] De acordo com o que estabelece a Constituição Federal
acerca dos índios e do meio ambiente:
A) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso especial e essencial à sadia qualidade
de vida.
B) as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei estadual, sem o que não
poderão ser instaladas.
C) são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo às Forças Armadas demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens.
D) as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo, contudo, à União,
aos Estados e aos Municípios, o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
E) os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
Comentário:

Caro aluno, pode assinalar a letra ‘e’ como correta, pois está de acordo com o disposto no art. 232, CF/88.

Vejamos o porquê de as demais alternativas estarem erradas:

- Letra ‘a’: assertiva incorreta. Conforme preceitua o art. 225, CF/88, todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.

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- Letra ‘b’: assertiva incorreta. De acordo com o art. 225, § 6º, CF/88, as usinas que operem com reator nuclear deverão
ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
- Letra ‘c’: assertiva incorreta. O art. 231, CF/88, determina que são reconhecidos aos índios sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
- Letra ‘d’: assertiva incorreta. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

QUESTÃO 05

[FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo] A educação dos portadores de deficiência, segundo a Constituição
Federal de 1988, deve se dar:
A) em escolas especializadas, públicas ou privadas, prioritariamente.

B) de forma segregada.

C) até os seis anos de idade na rede pública.

D) de modo facultativo, em sistema de cotas.

E) na rede regular de ensino, preferencialmente.

Comentário:

Marcou a letra ‘e’ com facilidade? Como já vimos, o art. 208, III, CF/88, determina que o atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, deve se dar, preferencialmente, na rede regular de ensino.

QUESTÃO 06

[FCC - 2018 - SEFAZ-SC - Auditor-Fiscal da Receita Estadual - Auditoria e Fiscalização - Adaptada] Julgue a assertiva:

Ao disciplinar o financiamento da manutenção e do desenvolvimento do ensino, a Constituição Federal estabelece que


os Estados aplicarão, anualmente, no mínimo 25% da receita resultante de tributos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Comentário:

Claramente um item falso! Conforme determina o art. 212, CF/88, os Estados aplicarão, anualmente, no mínimo vinte e
cinco por cento da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.

QUESTÃO 07

[FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Meio Ambiente] De acordo com o
previsto no artigo 225 da Constituição Federal, é dever do Poder Público e da coletividade assegurar a efetividade do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para tanto:
A) são alienáveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção
dos ecossistemas naturais, ocasião em que será concedido ao particular a título de exploração e/ou reserva legal.

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B) as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão
ser instaladas.
C) não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, ainda que não assegurados o
bem-estar dos animais envolvidos.
D) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores: pessoas físicas a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados, e pessoas jurídicas a sanções
administrativas e cíveis, independentemente de obrigação de reparar os danos causados.
E) aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, ou, caso impossível ou
inviável pela natureza da atividade, a indenizar o Poder Público pela exploração, mediante tabela previamente
estabelecida em regulamento.
Comentário:

Podemos assinalar a letra ‘b’ como nossa resposta, pois está de acordo com o art. 225, § 6º, CF/88: “As usinas que
operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas”.
Vejamos o porquê de as demais alternativas serem incorretas:

- Letra ‘a’: são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais (art. 225, § 5º, CF/88).
- Letra ‘c’: não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações
culturais, conforme o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante
do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos (art. 225, § 7º, CF/88).
- Letra ‘d’: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (art. 225, §
3º, CF/88).
- Letra ‘e’: aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei (art. 225, § 2º, CF/88).

QUESTÃO 08

[FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Direitos Humanos, Minorias,
Cidadania e Sociedade] Em 2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por:
A) unanimidade, ser inconstitucional tanto o ensino religioso confessional, mesmo que facultativo, nas escolas da rede
pública, quanto o ensino religioso confessional obrigatório nas escolas privadas.
B) maioria, ser constitucional, o ensino religioso de natureza confessional nas escolas da rede pública.

C) unanimidade, pela inconstitucionalidade da previsão do ensino religioso, confessional ou não confessional, no


currículo mínimo das escolas da rede pública e privada.
D) unanimidade, ser constitucional a oferta de ensino religioso nas escolas públicas, desde que não vinculado a uma
crença específica.
E) maioria, pela constitucionalidade do ensino religioso de natureza não confessional nas escolas privadas, desde que
observada a facultatividade.
Comentário:

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Nossa resposta encontra-se na letra ‘b’. Em setembro de 2017 a maioria dos Ministros do STF entendeu que o ensino
religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, isto é, pode estar vinculado a específicas
religiões. A Suprema Corte entendeu que o texto constitucional não veda que as escolas públicas ofereçam aulas (de
matrícula facultativa) de uma religião específica, desde que o Estado oportunize a qualquer doutrina religiosa
interessada a possibilidade de prestar o ensino religioso de acordo com suas crenças, sem interferir para determinar
o conteúdo programático nem para direcionar o estudo para uma religião específica.

QUESTÃO 09

[FCC - 2018 - Prefeitura de Macapá - AP - Nutricionista - Edital nº 03] A educação brasileira é direito de todos e dever:

A) da União, dos estados e dos municípios.

B) da Comunidade local e da família.

C) do Poder Público, dos pais e dos alunos.

D) da Sociedade e da escola.

E) do Estado e da família.

Comentário:

Conforme determinação constitucional, a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205, CF/88). Pode marcar a letra ‘e’ como resposta!

QUESTÃO 10

[FCC - 2012 - MPE-AP - Promotor de Justiça] Nos termos da Constituição da República, o dever do Estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de:
A) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade.

B) atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
C) progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino fundamental e médio.

D) educação básica, obrigatória e gratuita, cabendo aos Estados e Distrito Federal atuar prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.
E) educação básica, obrigatória e gratuita, cabendo aos Municípios atuar prioritariamente nos níveis de ensino
fundamental e médio.
Comentário:

Já sabemos que, por força do art. 208, VII, CF/88, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia
de atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Sendo assim, não nos resta alternativa a não
ser marcar como correta a letra ‘b’.
Vejamos o porquê de as demais assertivas serem equivocadas:

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- Letra ‘a’: Alternativa incorreta. Conforme o art. 208, IV, CF/88, o dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade.
- Letra ‘c’: Alternativa incorreta. Nos termos do art. 208, II, CF/88, o dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de progressiva universalização do ensino médio gratuito.
- Letra ‘d’: Assertiva incorreta. Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio,
de acordo com o art. 211, § 3º, CF/88.
- Letra ‘e’: Assertiva incorreta. Nos termos do art. 211, § 2º, CF/88, os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil.

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Questões para treinar - VUNESP

QUESTÃO 01

[VUNESP - 2018 - Câmara de Itaquaquecetuba - SP Procurador Jurídico] Imagine a seguinte situação hipotética: Após
estudos, em 02.06.2018 o Governo Federal constatou que os índios da Tribo X, localizada no norte do Estado Y, serão
contagiados por epidemia que porá em risco a sua população. Nesse caso, a partir da proteção assegurada pela
Constituição Federal aos índios, é certo afirmar que os grupos indígenas:
A) não poderão ser removidos de suas terras, mesmo no caso citado, uma vez que o direito à autodeterminação dos
povos é resguardado pela Constituição.
B) não poderão ser removidos de suas terras, nesse caso em específico, pois o risco de exposição à epidemia não é um
dos motivos elencados pela Constituição para tal conduta.
C) poderão ser removidos de suas terras, após deliberação do Presidente da República e do Governador do Estado Y,
desde que encontradas novas terras para sua habitação permanente.
D) poderão ser removidos de suas terras, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
retorno imediato logo que cesse o risco.
E) poderão ser removidos de suas terras, após deliberação do Presidente da República, que terá discricionariedade para
decidir sobre o retorno da população indígena após cessado o risco, por se tratar de questão de segurança pública.

QUESTÃO 02

[VUNESP - 2018 - Prefeitura de Pontal - SP - Procurador] Estabelece a Constituição Federal que a família, base da
sociedade, tem especial proteção do Estado, e por isso:
A) o casamento religioso não tem efeito civil, nos termos da lei.

B) programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem não admitem a participação de
entidades não governamentais.
C) a entidade familiar é formada por ambos os pais, seus ascendentes e descendentes.

D) será assegurada a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.
E) o planejamento familiar é decisão do casal, mas as instituições oficiais podem proibir a paternidade irresponsável.

QUESTÃO 03

[VUNESP - 2016 - UNESP - Assistente Administrativo I] No que se refere à Ordem Social, e conforme norma
constante na Constituição Federal, julgue a assertiva:
Os programas de amparo aos idosos serão executados nos centros sociais de assistência à saúde e, excepcionalmente,
em seus lares a critério do médico e do fisioterapeuta responsáveis pelo paciente.

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QUESTÃO 04

[VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe] Assinale a alternativa que está de acordo com o
disposto na Constituição Federal a respeito da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso:
A) São civil e penalmente inimputáveis os menores de vinte e um anos, sujeitos às normas da legislação especial.

B) O casamento é civil e gratuita a celebração, mas o casamento religioso não terá efeito civil

C) Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
os pais na velhice, carência ou enfermidade.
D) A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por
parte de brasileiros natos e naturalizados, vedada a adoção por estrangeiros.

QUESTÃO 05

[VUNESP - 2013 - FUNDAÇÃO CASA - Médico do Trabalho] A Constituição Federal consigna que:

A) o casamento civil, havendo filhos adolescentes, não poderá ser dissolvido pelo divórcio.

B) os filhos, havidos da relação do casamento, terão direitos diferentes daqueles oriundos de relações espúrias.

C) será vedada a adoção de adolescente por casais estrangeiros.

D) a lei assegurará às crianças a gratuidade nos transportes coletivos urbanos.

E) a lei estabelecerá o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens.

QUESTÃO 06

[VUNESP - 2014 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção] O artigo 226 da Constituição
Federal, com seus parágrafos, fixa os elementos gerais atinentes à família, considerada base da sociedade e que deve
receber especial proteção do Estado. Com relação a essa disposição constitucional, é correto afirmar que:
A) o casamento é civil e gratuita a celebração.

B) o casamento religioso nunca tem efeito civil.

C) para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável superior a cinco anos de duração como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento
D) o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos
expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos, exigências expressamente previstas na
Constituição Federal.

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Gabarito Comentado

QUESTÃO 01

[VUNESP - 2018 - Câmara de Itaquaquecetuba - SP Procurador Jurídico] Imagine a seguinte situação hipotética: Após
estudos, em 02.06.2018 o Governo Federal constatou que os índios da Tribo X, localizada no norte do Estado Y, serão
contagiados por epidemia que porá em risco a sua população. Nesse caso, a partir da proteção assegurada pela
Constituição Federal aos índios, é certo afirmar que os grupos indígenas:
A) não poderão ser removidos de suas terras, mesmo no caso citado, uma vez que o direito à autodeterminação dos
povos é resguardado pela Constituição.
B) não poderão ser removidos de suas terras, nesse caso em específico, pois o risco de exposição à epidemia não é um
dos motivos elencados pela Constituição para tal conduta.
C) poderão ser removidos de suas terras, após deliberação do Presidente da República e do Governador do Estado Y,
desde que encontradas novas terras para sua habitação permanente.
D) poderão ser removidos de suas terras, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o
retorno imediato logo que cesse o risco.
E) poderão ser removidos de suas terras, após deliberação do Presidente da República, que terá discricionariedade para
decidir sobre o retorno da população indígena após cessado o risco, por se tratar de questão de segurança pública.
Comentário:

Marcou a letra ‘d’ com facilidade? Conforme preceitua o art. 231, § 5º, da CF/88, é vedada a remoção dos grupos
indígenas de suas terras, salvo em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse
da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato
logo que cesse o risco.

QUESTÃO 02

[VUNESP - 2018 - Prefeitura de Pontal - SP - Procurador] Estabelece a Constituição Federal que a família, base da
sociedade, tem especial proteção do Estado, e por isso:
A) o casamento religioso não tem efeito civil, nos termos da lei.

B) programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem não admitem a participação de
entidades não governamentais.
C) a entidade familiar é formada por ambos os pais, seus ascendentes e descendentes.

D) será assegurada a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.
E) o planejamento familiar é decisão do casal, mas as instituições oficiais podem proibir a paternidade irresponsável.

Comentário:

Podemos assinalar a letra ‘d’ como nossa resposta, pois está de acordo com o art. 226, § 8º, da CF/88: “O Estado
assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência
no âmbito de suas relações”.
Vejamos o porquê de as demais alternativas estarem equivocadas:

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- Letra ‘a’: Assertiva incorreta. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei (art. 226, § 2º, CF/88).

- Letra ‘b’: Assertiva incorreta. O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do
adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais (art. 2227, § 1º, CF/88).
- Letra ‘c’: Assertiva incorreta. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos
pais e seus descendentes (art. 226, § 4º, CF/88).
- Letra ‘e’: Assertiva incorreta. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para
o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas (art. 226, § 7º,
CF/88).

QUESTÃO 03

[VUNESP - 2016 - UNESP - Assistente Administrativo I] No que se refere à Ordem Social, e conforme norma
constante na Constituição Federal, julgue a assertiva:
Os programas de amparo aos idosos serão executados nos centros sociais de assistência à saúde e, excepcionalmente,
em seus lares a critério do médico e do fisioterapeuta responsáveis pelo paciente.
Comentário:

Marcou a assertiva como falsa? A Constituição Federal determina que os programas de amparo aos idosos serão
executados preferencialmente em seus lares (art. 230, § 1º, CF/88).

QUESTÃO 04

[VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe] Assinale a alternativa que está de acordo com o
disposto na Constituição Federal a respeito da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso:
A) São civil e penalmente inimputáveis os menores de vinte e um anos, sujeitos às normas da legislação especial.

B) O casamento é civil e gratuita a celebração, mas o casamento religioso não terá efeito civil

C) Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
os pais na velhice, carência ou enfermidade.
D) A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por
parte de brasileiros natos e naturalizados, vedada a adoção por estrangeiros.
Comentário:

Marcou a letra ‘c’ com facilidade? Como já vimos, o art. 229, CF/88, determina que os pais têm o dever de assistir, criar e
educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.
A letra ‘a’ não pode ser assinalada, pois são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial (art. 228, CF/88).
No que tange a letra ‘b’, também é falsa. De acordo com o art. 226, § 2º, CF/88, o casamento religioso tem efeito civil,
nos termos da lei.
A letra ‘d’ também está equivocada, pois a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá
casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros (art. 227, § 5º, CF/88).

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QUESTÃO 05

[VUNESP - 2013 - FUNDAÇÃO CASA - Médico do Trabalho] A Constituição Federal consigna que:

A) o casamento civil, havendo filhos adolescentes, não poderá ser dissolvido pelo divórcio.

B) os filhos, havidos da relação do casamento, terão direitos diferentes daqueles oriundos de relações espúrias.

C) será vedada a adoção de adolescente por casais estrangeiros.

D) a lei assegurará às crianças a gratuidade nos transportes coletivos urbanos.

E) a lei estabelecerá o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens.

Comentário:

Caro aluno, pode assinalar a letra ‘e’ como correta, pois está de acordo com o disposto no art. 227, § 8º, I, CF/88.

Vejamos o porquê de as demais alternativas estarem erradas:

- Letra ‘a’: assertiva incorreta. A Constituição Federal determina, sem nenhuma ressalva, que o casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio (art. 226, § 6º, CF/88).
- Letra ‘b’: assertiva incorreta. Conforme preceitua o art. 227, § 6º, CF/88, os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação.
- Letra ‘c’: assertiva incorreta. A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e
condições de sua efetivação por parte de estrangeiros (art. 227, § 5º, CF/88).
Letra ‘d’: assertiva incorreta. Conforme previsão constitucional, aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a
gratuidade dos transportes coletivos urbanos (art. 230, § 2º, CF/88).

QUESTÃO 06

[VUNESP - 2014 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção] O artigo 226 da Constituição
Federal, com seus parágrafos, fixa os elementos gerais atinentes à família, considerada base da sociedade e que deve
receber especial proteção do Estado. Com relação a essa disposição constitucional, é correto afirmar que:
A) o casamento é civil e gratuita a celebração.

B) o casamento religioso nunca tem efeito civil.

C) para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável superior a cinco anos de duração como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento
D) o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos
expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos, exigências expressamente previstas na
Constituição Federal.
Comentário:

Já sabemos que, por força do art. 226, § 1º, CF/88, o casamento é civil e gratuita a celebração. Sendo assim, não nos
resta alternativa a não ser marcar como correta a letra ‘a’.

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Vejamos o porquê de as demais assertivas estarem falsas:

- Letra ‘b’: Alternativa incorreta. Conforme o art. 226, § 2º, CF/88, o casamento religioso tem efeito civil, nos termos da
lei.
- Letra ‘c’: Alternativa incorreta. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento (art. 226, § 3º, CF/88). Nesse
sentido, a Constituição Federal não exige um tempo mínimo para que a união estável seja reconhecida como entidade
familiar.
- Letra ‘d’: Alternativa incorreta. O item trouxe a redação anterior da Constituição Federal, que foi modificada pela EC
66/2010. Atualmente, nos termos do art. 226, § 6º, temos que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio,
independentemente de comprovação de lapso temporal de separação judicial ou de fato.

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Questões para treinar - FGV

QUESTÃO 01

[FGV - 2017 - OAB] Maria, maior e capaz, reside no Município Sigma e tem um filho, Lucas, pessoa com deficiência,
com 8 (oito) anos de idade. Por ser uma pessoa humilde, sem dispor de recursos financeiros para arcar com os custos de
um colégio particular, Maria procura a Secretaria de Educação do Município Sigma para matricular seu filho na rede
pública. Seu requerimento é encaminhado à assessoria jurídica do órgão municipal, para que seja emitido o respectivo
parecer para a autoridade executiva competente.
A partir dos fatos narrados, considerando a ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta:

A) O pedido formulado por Maria deve ser indeferido, uma vez que incumbe ao Município atuar apenas na educação
infantil, a qual é prestada até os 5 (cinco) anos de idade por meio de creches e pré-escolas. Logo, pelo sistema
constitucional de repartição de competências, Lucas, pela sua idade, deve cursar o Ensino Fundamental em instituição
estadual de ensino.
B) O parecer da assessoria jurídica deve ser favorável ao pleito formulado por Maria, garantindo ao menor uma vaga na
rede de ensino municipal. Pode, ainda, alertar que a Constituição da República prevê expressamente a possibilidade de
a autoridade competente ser responsabilizada pelo não oferecimento do ensino obrigatório ou mesmo pela sua oferta
irregular.
C) O pleito de Maria deve ser deferido, ressalvando-se que Lucas, por ser pessoa com deficiência, necessita de
atendimento educacional especializado, não podendo ser incluído na rede regular de ensino do Município Sigma.
D) A assessoria jurídica da Secretaria de Educação do Município Sigma deve opinar pela rejeição do pedido formulado
por Maria, pois incumbe privativamente à União, por meio do Ministério da Educação e Cultura (MEC), organizar e
prestar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade.

QUESTÃO 02

[FGV - 2018 - AL-RO - Advogado] Sobre o regime das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, conforme
disciplinado pela Constituição da República de 1988, analise as afirmativas a seguir.
I. É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de
epidemia que ponha em risco sua população.
II. Os índios são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses.

III. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à sua posse permanente, cabendo aos mesmos o
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos.
Está correto o que se afirma em:

A) I, somente.

B) II, somente.

C) I e II, somente.

D) II e III, somente.

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E) I, II e III.

QUESTÃO 03

[FGV - 2015 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico de Nível Superior - Bacharel em Direito - Adaptada] A Constituição
da República Federativa do Brasil dedicou uma seção específica à educação, tendo estabelecido, em seu art. 205, que
ela é “direito de todos e dever do Estado e da família". Considerando a funcionalidade da Constituição e a natureza das
normas constitucionais afetas a essa temática, julgue a assertiva:
O acesso à educação básica obrigatória caracteriza um direito público subjetivo.

QUESTÃO 04

[FGV - 2015 - CODEMIG - Analista Ambiental] De acordo com a Constituição da República, todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Nesse
sentido, o texto constitucional determina que:
A) aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a
solução técnica exigida pela sociedade empresária contratada para elaboração do estudo de impacto ambiental;
B) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados;
C) a preservação da diversidade e da integridade do patrimônio genético do país e a fiscalização das entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético incumbem privativamente à União;
D) as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei municipal, sem o que não
poderão ser instaladas, sendo os danos ambientais reparados no prazo máximo de cinco anos;
E) a instalação de qualquer obra ou atividade potencialmente causadora de qualquer degradação do meio ambiente
será condicionada à elaboração do estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade por quinze dias.

QUESTÃO 05

[FGV - 2013 - SEGEP-MA - Agente Penitenciário] Acerca das disposições concernentes à ordem social na Constituição,
analise a afirmativa a seguir:
Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico, constituem patrimônio cultural brasileiro.

QUESTÃO 06

[FGV - 2014 - PGM - Niterói - Procurador do Município, 3ª Categoria (P3) - Adaptada] A respeito dos distintos
aspectos afetos ao direito à educação, julgue a assertiva:
Não se admite a cobrança de taxa de matrícula para o ingresso em universidade pública.

QUESTÃO 07

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[FGV - 2013 - AL-MA - Consultor Legislativo - Direito Constitucional] No Brasil tem sido comum o desenvolvimento
de atividades denominadas desportivas que acarretam prejuízos aos animais. Essas atividades têm sido combatidas por
diversas associações e Organizações Não Governamentais que buscam estabelecer requisitos para os referidos atos.
No plano do meio ambiente, consoante às normas constitucionais em vigor, cabe ao Poder Público, no concernente ao
tema:
A) proteger a fauna evitando que os animais sejam submetidos a crueldades

B) determinar políticas de adoção de animais silvestres.

C) propiciar mecanismos sadios para manutenção de animais em cativeiro.

D) permitir a caça de espécies em extinção que causem danos à agricultura.

E) inserir espécies novas para exploração comercial de material genético

QUESTÃO 08

[FGV - 2014 - SEDUC-AM - Assistente Social] Sobre o Plano Nacional da Educação, analise as afirmativas a seguir:

I. Tem por objetivo a formação para o trabalho e o estabelecimento de limites para a aplicação de recursos públicos, não
guardando relação de proporção com o produto interno bruto.
II. Tem por objetivo a melhoria da qualidade do ensino e a promoção humanística, científica e tecnológica do país.

III. Tem por objetivo a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar.

Assinale:

A) se somente a afirmativa I estiver correta.

B) se somente a afirmativa II estiver correta.

C) se somente a afirmativa III estiver correta.

D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

QUESTÃO 09

[FGV - 2014 - SEDUC-AM - Assistente Social] Sobre as diretrizes constitucionais para a educação, assinale a afirmativa
correta:
A) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental.
B) O ensino é livre à iniciativa privada, independentemente do cumprimento das normas gerais da educação nacional.

C) O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

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D) Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e internacionais.
E) Os Municípios atuarão, prioritariamente, no ensino superior.

QUESTÃO 10

[FGV - 2017 - OAB] Ao constatar que numerosas tribos indígenas, que ocupam determinadas áreas em caráter
permanente, estão sendo fortemente atingidas por uma epidemia de febre amarela, o Governador do Estado Alfa
remove-as da localidade de maneira forçada. Dada a repercussão do caso, logo após a efetivação da remoção, submete
suas justificativas à Assembleia Legislativa do Estado Alfa, informando que o deslocamento das tribos será temporário
e que ocorreu em defesa dos interesses das populações indígenas da região. A Assembleia Legislativa do Estado Alfa
termina por referendar a ação do Chefe do Poder Executivo estadual. Sobre o ato do Governador, com base no quadro
acima apresentado, assinale a afirmativa correta:
A) Agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, pois é de competência exclusiva do Chefe do
Poder Executivo decidir quais as medidas a serem tomadas nos casos que envolvam perigo de epidemia.
B) Não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, pois o princípio da irremovibilidade dos
índios de suas terras é absoluto e, por essa razão, torna ilegítima a ação de remoção das tribos.
C) Agiu em consonância com a CRFB/88, pois, como o seu ato foi referendado pelo Poder Legislativo do Estado Alfa,
respeitou os ditames estabelecidos pelo sistema jurídico-constitucional brasileiro.
D) Não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, posto que, no caso concreto, as
autoridades estaduais não poderiam ter decidido, de modo conclusivo, pela remoção das tribos.
 

Gabarito Comentado
QUESTÃO 01

[FGV - 2017 - OAB] Maria, maior e capaz, reside no Município Sigma e tem um filho, Lucas, pessoa com deficiência,
com 8 (oito) anos de idade. Por ser uma pessoa humilde, sem dispor de recursos financeiros para arcar com os custos de
um colégio particular, Maria procura a Secretaria de Educação do Município Sigma para matricular seu filho na rede
pública. Seu requerimento é encaminhado à assessoria jurídica do órgão municipal, para que seja emitido o respectivo
parecer para a autoridade executiva competente.
A partir dos fatos narrados, considerando a ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta:

A) O pedido formulado por Maria deve ser indeferido, uma vez que incumbe ao Município atuar apenas na educação
infantil, a qual é prestada até os 5 (cinco) anos de idade por meio de creches e pré-escolas. Logo, pelo sistema
constitucional de repartição de competências, Lucas, pela sua idade, deve cursar o Ensino Fundamental em instituição
estadual de ensino.
B) O parecer da assessoria jurídica deve ser favorável ao pleito formulado por Maria, garantindo ao menor uma vaga na
rede de ensino municipal. Pode, ainda, alertar que a Constituição da República prevê expressamente a possibilidade de
a autoridade competente ser responsabilizada pelo não oferecimento do ensino obrigatório ou mesmo pela sua oferta
irregular.

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C) O pleito de Maria deve ser deferido, ressalvando-se que Lucas, por ser pessoa com deficiência, necessita de
atendimento educacional especializado, não podendo ser incluído na rede regular de ensino do Município Sigma.
D) A assessoria jurídica da Secretaria de Educação do Município Sigma deve opinar pela rejeição do pedido formulado
por Maria, pois incumbe privativamente à União, por meio do Ministério da Educação e Cultura (MEC), organizar e
prestar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade.
Comentário:

Nossa resposta encontra-se na letra ‘b’. Lucas tem direito de frequentar a rede regular de ensino, uma vez que a
Constituição estabelece (no art. 208, inciso III) como dever do Estado assegurar atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, cabendo a responsabilização da autoridade
competente pelo não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou por sua oferta irregular (art. 208, § 2º,
CF/88). Vale lembrar, ainda, que embora a educação deva ser prestada em todas as entidades da federação, caberá aos
Municípios atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211, § 2º, CF/88).

QUESTÃO 02

[FGV - 2018 - AL-RO - Advogado] Sobre o regime das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, conforme
disciplinado pela Constituição da República de 1988, analise as afirmativas a seguir.
I. É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de
epidemia que ponha em risco sua população.
II. Os índios são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses.

III. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à sua posse permanente, cabendo aos mesmos o
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos.
Está correto o que se afirma em:

A) I, somente.

B) II, somente.

C) I e II, somente.

D) II e III, somente.

E) I, II e III.

Comentário:

Aqui, caro aluno, a alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘e’, pois todas as assertivas estão de acordo com
nossa Constituição (art. 231, §§ 2º e 5º, e art. 232).

QUESTÃO 03

[FGV - 2015 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico de Nível Superior - Bacharel em Direito - Adaptada] A Constituição
da República Federativa do Brasil dedicou uma seção específica à educação, tendo estabelecido, em seu art. 205, que
ela é “direito de todos e dever do Estado e da família". Considerando a funcionalidade da Constituição e a natureza das
normas constitucionais afetas a essa temática, julgue a assertiva:
O acesso à educação básica obrigatória caracteriza um direito público subjetivo.

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Comentário:

O item deverá ser marcado como verdadeiro, uma vez que o art. 208, § 1º do texto constitucional nos informa que o
acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

QUESTÃO 04

[FGV - 2015 - CODEMIG - Analista Ambiental] De acordo com a Constituição da República, todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Nesse
sentido, o texto constitucional determina que:
A) aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a
solução técnica exigida pela sociedade empresária contratada para elaboração do estudo de impacto ambiental;
B) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados;
C) a preservação da diversidade e da integridade do patrimônio genético do país e a fiscalização das entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético incumbem privativamente à União;
D) as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei municipal, sem o que não
poderão ser instaladas, sendo os danos ambientais reparados no prazo máximo de cinco anos;
E) a instalação de qualquer obra ou atividade potencialmente causadora de qualquer degradação do meio ambiente
será condicionada à elaboração do estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade por quinze dias.
Comentário:

Marcou a letra ‘b’ como correta? Parabéns! Realmente as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados (art. 225, § 3º, CF/88).
Vejamos agora o erro das demais alternativas:

A letra ‘a’ não pode ser assinalada, pois sabemos que aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei (art.
225, § 2º, CF/88).
Por seu turno, a letra ‘c’ também é equivocada. Incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético (art. 225,
§ 1º, II, CF/88).
A letra ‘d’ também não será assinalada por afrontar o art. 225, § 6º, CF/88: as usinas que operem com reator nuclear
deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Por fim, a letra ‘e’ é equivocada em razão da evidente afronta ao art. 225, § 1º, IV, CF/88: “Para assegurar a efetividade
desse direito, incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.

QUESTÃO 05

[FGV - 2013 - SEGEP-MA - Agente Penitenciário] Acerca das disposições concernentes à ordem social na Constituição,
analise a afirmativa a seguir:

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Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico, constituem patrimônio cultural brasileiro.
Comentário:

Conforme preceitua o art. 216, V, CF/88, constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Nesse sentido, a assertiva é
verdadeira.

QUESTÃO 06

[FGV - 2014 - PGM - Niterói - Procurador do Município, 3ª Categoria (P3) - Adaptada] A respeito dos distintos
aspectos afetos ao direito à educação, julgue a assertiva:
Não se admite a cobrança de taxa de matrícula para o ingresso em universidade pública.

Comentário:

Eis uma questão que cobra um interessante entendimento do STF sobre o tema. Veja o que dispõe a súmula vinculante
nº 12: “a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição
Federal”. Nesse sentido, o item apresentado deverá ser marcado como verdadeiro.

QUESTÃO 07

[FGV - 2013 - AL-MA - Consultor Legislativo - Direito Constitucional] No Brasil tem sido comum o desenvolvimento
de atividades denominadas desportivas que acarretam prejuízos aos animais. Essas atividades têm sido combatidas por
diversas associações e Organizações Não Governamentais que buscam estabelecer requisitos para os referidos atos.
No plano do meio ambiente, consoante às normas constitucionais em vigor, cabe ao Poder Público, no concernente ao
tema:
A) proteger a fauna evitando que os animais sejam submetidos a crueldades

B) determinar políticas de adoção de animais silvestres.

C) propiciar mecanismos sadios para manutenção de animais em cativeiro.

D) permitir a caça de espécies em extinção que causem danos à agricultura.

E) inserir espécies novas para exploração comercial de material genético

Comentário:

A única alternativa que apresenta uma função do Poder Público é a ‘a’, pois menciona uma atribuição efetivamente
descrita no art. 225, VIII, CF/88: “para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público proteger a fauna
e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade”.

QUESTÃO 08

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[FGV - 2014 - SEDUC-AM - Assistente Social] Sobre o Plano Nacional da Educação, analise as afirmativas a seguir:

I. Tem por objetivo a formação para o trabalho e o estabelecimento de limites para a aplicação de recursos públicos, não
guardando relação de proporção com o produto interno bruto.
II. Tem por objetivo a melhoria da qualidade do ensino e a promoção humanística, científica e tecnológica do país.

III. Tem por objetivo a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar.

Assinale:

A) se somente a afirmativa I estiver correta.

B) se somente a afirmativa II estiver correta.

C) se somente a afirmativa III estiver correta.

D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário:

De acordo com o art. 214, CF/88, a lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo
de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e
estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis,
etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que
conduzam a: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do
ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País; VI - estabelecimento
de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. Sendo assim, a letra
que deverá ser marcada é a ‘e’. 

QUESTÃO 09

[FGV - 2014 - SEDUC-AM - Assistente Social] Sobre as diretrizes constitucionais para a educação, assinale a afirmativa
correta:
A) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental.
B) O ensino é livre à iniciativa privada, independentemente do cumprimento das normas gerais da educação nacional.

C) O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
D) Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e internacionais.
E) Os Municípios atuarão, prioritariamente, no ensino superior.

Comentário:

Nossa resposta encontra-se na letra ‘c’, pois traz a literalidade do art. 210, § 2º, CF/88.

A letra ‘a’ não pode ser assinalada, visto que o ensino religioso é de matrícula facultativa (art. 210, § 1º, CF/88).

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A letra ‘b’ é falsa, pois o ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das
normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público (art. 209, CF/88).
A letra ‘d’ também está equivocada. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais (art. 210, CF/88).
Por fim, a letra ‘e’ também não pode ser assinalada, pois os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental
e na educação infantil (art. 211, § 2º, CF/88).

QUESTÃO 10

[FGV - 2017 - OAB] Ao constatar que numerosas tribos indígenas, que ocupam determinadas áreas em caráter
permanente, estão sendo fortemente atingidas por uma epidemia de febre amarela, o Governador do Estado Alfa
remove-as da localidade de maneira forçada. Dada a repercussão do caso, logo após a efetivação da remoção, submete
suas justificativas à Assembleia Legislativa do Estado Alfa, informando que o deslocamento das tribos será temporário
e que ocorreu em defesa dos interesses das populações indígenas da região. A Assembleia Legislativa do Estado Alfa
termina por referendar a ação do Chefe do Poder Executivo estadual. Sobre o ato do Governador, com base no quadro
acima apresentado, assinale a afirmativa correta:
A) Agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, pois é de competência exclusiva do Chefe do
Poder Executivo decidir quais as medidas a serem tomadas nos casos que envolvam perigo de epidemia.
B) Não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, pois o princípio da irremovibilidade dos
índios de suas terras é absoluto e, por essa razão, torna ilegítima a ação de remoção das tribos.
C) Agiu em consonância com a CRFB/88, pois, como o seu ato foi referendado pelo Poder Legislativo do Estado Alfa,
respeitou os ditames estabelecidos pelo sistema jurídico-constitucional brasileiro.
D) Não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, posto que, no caso concreto, as
autoridades estaduais não poderiam ter decidido, de modo conclusivo, pela remoção das tribos.
Comentário:

Nossa resposta encontra-se na letra ‘d’. A decisão a respeito da medida adotada deveria ter sido submetida ao crivo do
Congresso Nacional. Tal regra foi estabelecida pela Constituição no art. 231, § 5º, CF/88, que dispõe: “a remoção dos
grupos indígenas de suas terras é vedada, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou
epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania Vale mencionar ainda que ao contrário do
afirmado pela assertiva ‘b’, o princípio da irremovibilidade dos índios não é absoluto, dado que a própria Constituição
prevê exceção ao estabelecer a possibilidade de remoção dos grupos indígenas de suas terras em caso de catástrofe ou
epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, medida que dependerá sempre do
referendum do Congresso Nacional.

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