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Aula 4

Classificações das Constituições

Direito Constitucional para Oficial da Polícia


Militar do Pernambuco - PM PE

Prof. Nathalia Masson


Prof. Nathalia Masson
Direito Constitucional para Oficial da Polícia Militar do Pe...
Aula 4: Classificações das Constituições

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÕES................................................................................................................. 4

(1) RECADO INICIAL....................................................................................................................................... 4

(2) CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES...................................................................................................... 4

(A) QUANTO À ORIGEM................................................................................................................................. 4

(A.1) DEMOCRÁTICA.............................................................................................................................................................................................. 4

(A.2) OUTORGADA................................................................................................................................................................................................ 4

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 4

(A.3) CESARISTA.................................................................................................................................................................................................... 5

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 5

(A.4) DUALISTAS (OU CONVENCIONADAS).......................................................................................................................................................... 7

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 7

(B) QUANTO À ESTABILIDADE (MUTABILIDADE OU PROCESSO DE MODIFICAÇÃO)......................................... 7

(B.1) IMUTÁVEL..................................................................................................................................................................................................... 8

(B.2) RÍGIDA........................................................................................................................................................................................................... 8

(B.3) FLEXÍVEL....................................................................................................................................................................................................... 9

(B.4) SEMIRRÍGIDA................................................................................................................................................................................................ 9

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 9

(C) QUANTO À FORMA.................................................................................................................................. 14

(C.1) ESCRITA......................................................................................................................................................................................................... 14

(C.2) NÃO ESCRITA................................................................................................................................................................................................ 14

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 14

(D) QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO..................................................................................................... 15

(D.1) DOGMÁTICA.................................................................................................................................................................................................. 15

(D.2) HISTÓRICA.................................................................................................................................................................................................... 15

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 16

(E) QUANTO À EXTENSÃO............................................................................................................................. 16

(E.1) ANALÍTICA..................................................................................................................................................................................................... 16

(E.2) CONCISA........................................................................................................................................................................................................ 17

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 17

(F) QUANTO AO CONTEÚDO.......................................................................................................................... 18

(F.1) MATERIAL...................................................................................................................................................................................................... 18

(F.2) FORMAL......................................................................................................................................................................................................... 18

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 19

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(G) QUANTO À FINALIDADE........................................................................................................................... 22

(G.1) GARANTIA..................................................................................................................................................................................................... 22

(G.2) BALANÇO...................................................................................................................................................................................................... 22

(G.3) DIRIGENTE..................................................................................................................................................................................................... 22

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 22

(H) QUANTO AO LOCAL DA DECRETAÇÃO..................................................................................................... 24

(H.1) HETEROCONSTITUIÇÃO (OU CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA)................................................................................................................... 24

(H.2) AUTOCONSTITUIÇÃO................................................................................................................................................................................... 24

(I) QUANTO À INTERPRETAÇÃO.................................................................................................................... 25

(I.1) NOMINALISTA................................................................................................................................................................................................ 25

(I.2) SEMÂNTICA.................................................................................................................................................................................................... 25

(J) QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE = CRITÉRIO ONTOLÓGICO......................................... 25

(J.1) NORMATIVA................................................................................................................................................................................................... 26

(J.2) NOMINATIVA................................................................................................................................................................................................. 26

(J.3) SEMÂNTICA.................................................................................................................................................................................................... 26

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 28

TESTE A SUA DIREÇÃO.................................................................................................................................. 31

EXERCÍCIOS PARA REVISÃO.......................................................................................................................... 31

GABARITO.................................................................................................................................................... 33

.................................................................................................................................................................... 33

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS...................................................................................................................... 34

QUESTÕES PARA TREINAR - CESPE............................................................................................................... 40

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 42

QUESTÕES PARA TREINAR - FCC................................................................................................................... 45

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 48

QUESTÕES PARA TREINAR - VUNESP............................................................................................................ 54

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 56

QUESTÕES PARA TREINAR........................................................................................................................... 59

GABARITO COMENTADO............................................................................................................................... 64

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Constituição: classificações

(1) Recado inicial


Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera no mundo jurídico (em razão das constantes
mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque
sua aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso!

(2) Classificação das Constituições


A doutrina, no intuito de classificar as Constituições, apresenta variados critérios tipológicos. Na tentativa de organizar
os mais utilizados e os mais cobrados em provas de concursos públicos, analisaremos, a seguir, os principais. Note, meu
caro aluno, que este é um tema exclusivamente doutrinário: não vamos ler artigos da nossa Constituição, tampouco
vamos visitar entendimentos do STF. Nossa tarefa é a de organizar e simplificar o modo como os doutrinadores
apresentam esses múltiplos critérios de classificação das Constituições.

(A) Quanto à origem


Neste critério, teremos duas tipologias muito cobradas em prova (democrática e outorgada) e duas menos incidentes
(cesarista e dualista). Veremos todas as quatro. E já me adianto lhe avisando que, quanto à origem, nossa Constituição
Federal de 1988 pode ser considerada democrática.

(A.1) Democrática
Também chamada de promulgada ou popular, esta Constituição tem seu texto elaborado por intermédio da
participação do povo, de modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos). Homenageia o Princípio
Democrático na medida em que confirma a soberania popular, demonstrando que Governo legítimo é aquele que se
constrói afirmando a vontade e os interesses de seus governados. Como exemplo desta tipologia, podemos citar as
Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.

(A.2) Outorgada
Considera-se outorgada (imposta, ditatorial ou autocrática) a Constituição que é feita sem qualquer resquício de
participação popular, sendo imposta aos nacionais como resultado de um ato unilateral do governante. O povo não
participa do seu processo de formação, nem mesmo indiretamente. Como exemplo, podemos citar as Constituições
Brasileiras de 1824, 1937, 1967 e a EC nº 1/1969.
Veja, a seguir, uma ilustração de como o examinador pode exigir o tema:

Questão para fixar


[FCC - 2004 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados] No que diz respeito
à classificação das constituições, considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma
Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração,
sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do poder na
época. Nesses casos, tais constituições são denominadas, respectivamente:

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A) analíticas e sintéticas.
B) outorgadas e históricas.
C) históricas e dogmáticas.
D) promulgadas e outorgadas.
E) dogmáticas e promulgadas.
Comentário:
Já no enunciado o examinador explicitou o que desejava: que você fosse capaz de denominar e distinguir as
Constituições que são fruto dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte, composta por representantes do povo
(isto é, uma Constituição democrática ou promulgada), dos textos elaborados sem qualquer tipo de participação
popular (as Constituições outorgadas – ou ditatoriais). Fica claro, deste modo, que a alternativa que estamos
procurando é a ‘d’.
Gabarito: D

(A.3) Cesarista
Da mesma forma que a outorgada, a Constituição cesarista tem seu texto elaborado sem a participação do povo. No
entanto, e diferentemente daquela, para aparentarem legitimidade popular, tais constituições são submetidas a
plebiscito ou referendo.
Apesar de a população ser chamada ao processo de formação do documento constitucional, não pense, meu caro
aluno, que este texto será democrático: afinal, tal participação é meramente formal, dada por meio da concordância
popular a um documento que será confeccionado (ou que já está pronto) sem qualquer resquício de vontade popular.
Portanto, temos que afastar o caráter democrático dessas Constituições cesaristas, pois a participação dos indivíduos,
nesses casos, não é realmente efetiva – só ocorre no intuito de conferir aparência de legítima (uma “roupagem
democrática”) à tirânica e autoritária vontade do detentor do poder.
Conforme nos ensina José Afonso da Silva, a participação popular sobre um projeto previamente elaborado por um
Imperador (plebiscitos napoleônicos) ou um Ditador (plebiscito de Pinochet, no Chile), jamais será considerada
democrática, uma vez que tem um único intuito: ratificar a vontade do detentor do poder.
Vejamos agora uma questão de prova acerca dessa tipologia:

Questões para fixar


[FGV - 2017 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Acerca da Constituição classificada, quanto à
origem, como cesarista, é correto afirmar que:
A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão.
B) é formada por meio de plebiscito popular sobre um projeto já elaborado.
C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.
D) é oriunda dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte eleita para tanto.

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E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa estipulação
unilateral camuflada.
Comentário:
Quanto à origem, as Constituições classificam-se em democrática, outorgada, cesarista e dualista. A Constituição
cesarista é aquela cujo texto será elaborado sem a participação do povo; no entanto, para aparentar legitimidade
popular, entrará em vigor após será submetida a um plebiscito ou a um referendo. Neste sentido, nossa resposta
está na alternativa ‘b’. Já a Constituição democrática é aquela elaborada por intermédio da participação do povo, de
modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos). A Constituição outorgada, por outro lado, é aquela
feita unilateralmente pelo governante e imposta aos nacionais. Por fim, a Constituição dualista, ou pactuada, é
formada por textos constitucionais que nascem do instável compromisso entre forças opositoras (o monarca e o
Poder Legislativo), de modo que o texto constitucional será alicerçado no princípio monárquico e no princípio
democrático (entretanto, são documentos absolutamente antiquados e inexistentes na atualidade).
Gabarito: B

[CETRO - 2017 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Acerca da Constituição classificada, quanto à
origem, como cesarista, é correto afirmar que:
A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão.
B) é formada por meio de plebiscito popular sobre um projeto já elaborado.
C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.
D) é oriunda dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte eleita para tanto.
E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa estipulação
unilateral camuflada.
Comentário:
A alternativa que devemos marcar é a ‘b’: a Constituição classificada quanto à sua origem como cesarista tem o seu
texto elaborado sem a participação do povo. Mas ela é submetida a plebiscito ou referendo na tentativa de
aparentar legitimidade democrática. Segundo José Afonso da Silva nos ensina: "Cesarista, não é propriamente
outorgada, mas tampouco é democrática, ainda que criada com participação popular. É aquela formada por
plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um Imperador ou um Ditador. A participação popular, nesses
casos, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder."
A alternativa ‘a’ não deverá ser assinalada, pois indica erroneamente o que representa uma Constituição cesarista.
Por seu turno, a alternativa ‘c’ nos apresenta uma Constituição que, quanto à sua origem, poderia ser classificada
como outorgada; enquanto a alternativa ‘d’ nos traz uma Constituição que, quanto à sua origem, deve ser
classificada como promulgada.
Por fim, a alternativa ‘e’ define uma Constituição que, classificada quanto à sua origem, é tida por dualista.
Gabarito: B

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(A.4) Dualistas (ou convencionadas)


Também chamadas de pactuadas, as Constituições dualistas – absolutamente antiquadas e inexistentes na atualidade –
são formadas por textos constitucionais que nascem do instável compromisso (ou pacto) entre forças opositoras, no
caso entre o monarca e o Poder Legislativo (representação popular), de forma que o texto constitucional se constitua
alicerçado simultaneamente em dois princípios antagônicos: o monárquico e o democrático. Tais constituições
representaram o momento na história no qual surgiram as “monarquias constitucionais” ou “representativas”, em claro
abandono das “monarquias absolutas”.
Vejamos, agora, outra maneira de como o assunto poderá ser cobrado em sua prova:

Questão para fixar


[CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil] De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as
Constituições podem ser classificadas como:
A) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação popular por meio do voto e da
elaboração de normas constitucionais.
B) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou das relações políticas e econômicas.
C) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele que tem a titularidade do
poder constituinte originário.
D) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular, o plebiscito e o referendo,
ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor do poder.
Comentário:
Após esse nosso detalhado estudo da classificação das Constituições quanto à origem, parece-me que é tarefa
simples assinalar a assertiva “A” como correta. Como vimos, as Constituições promulgadas (ou democráticas), são
mesmo confeccionadas a partir de uma participação popular. As demais definem de modo equivocado as outras
tipologias de classificação.
Gabarito: A

(B) Quanto à estabilidade (mutabilidade ou processo de


modificação)
Neste critério, teremos duas tipologias muito cobradas em prova (rígida e flexível) e duas menos incidentes (imutável e
semirrígida). Comentarei todas as quatro. E novamente me adianto lhe avisando que, quanto à estabilidade, nossa
Constituição Federal de 1988 pode ser considerada rígida.

(B.1) Imutável
Também chamada de “granítica” ou “intocável” é uma Constituição dotada de uma fantasiosa pretensão: a de ser
eterna. Ela não permite nenhuma mudança de seu texto, pois não prevê procedimento de reforma. Está
completamente em desuso e representa, nos dias de hoje, uma mera lembrança histórica – afinal, não podemos
imaginar, na atualidade, um documento constitucional que ignore, em absoluto, as mudanças sociais e políticas.

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Essa é também a posição de José Afonso da Silva, para quem a estabilidade das Constituições é importante para
assegurar certa permanência e durabilidade das instituições, mas essa estabilidade não pode ser absoluta, significando
imutabilidade. Segundo o autor:

"Não há Constituição imutável diante da realidade social cambiante, pois não é ela apenas um
instrumento de ordem, mas deverá sê-lo, também, de progresso social. Deve-se assegurar certa
estabilidade constitucional, (...) mas sem prejuízo da constante, tanto quanto possível, perfeita
adaptação das constituições às exigências do progresso, da evolução e do bem-estar social"[1].

A doutrina enumera as leis fundamentais antigas, como o Código de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas, como exemplos
de Constituições imutáveis[2].

(B.2) Rígida
Nas Constituições rígidas, a alteração do texto é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e difícil do
que aquele previsto para a elaboração das leis ordinárias e complementares. Tais regras diferenciadas e mais rigorosas
são estabelecidas pela própria Constituição e tornam a alteração do texto constitucional mais complicada do que a
feitura das leis comuns. Isso significa dizer que em Constituições rígidas é mais difícil fazer uma emenda constitucional
do que uma lei ordinária.
Temos como exemplo de Constituição rígida a nossa Constituição Federal de 1988, que exige para a aprovação de suas
emendas constitucionais o respeito a um procedimento bem mais severo e rigoroso do que aquele estabelecido para a
construção da legislação ordinária: de acordo com o art. 60, CF/88, a aprovação de uma emenda constitucional exige
discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) em dois turnos em
cada Casa, sendo necessário obter, em cada Casa, em cada turno, o voto favorável da maioria de 3/5 dos componentes
da Casa Legislativa respectiva. É um procedimento bem mais complexo do que aquele utilizado para a feitura de uma
lei ordinária, que só é votada em um turno único e aprovada por maioria simples.
Há, todavia, uma leve divergência doutrinária a respeito desta classificação. Alexandre de Moraes (hoje um dos 11
Ministros do Supremo Tribunal Federal – STF) defende que a Constituição de 1988 é superrígida, pois, além de só poder
ser alterada segundo um processo legislativo diferenciado, possui, segundo o autor, normas imutáveis (as cláusulas
pétreas, constantes do art. 60, § 4º, CF/88). Nos dizeres do autor “a Constituição Federal de 1988 pode ser considerada
como superrígida, uma vez que em regra poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas,
excepcionalmente, em alguns pontos é imutável (CF, art. 60, § 4º – cláusulas pétreas)".
Perceba, caro aluno, que o autor identifica diferentes graus de rigidez, concebendo uma rigidez que extrapola o
comum. Assim, na sua percepção, já que a Constituição brasileira de 1988 possui, no art. 60, § 4º, cláusulas que não
podem ser suprimidas ou restringidas (chamadas de “cláusulas pétreas”), ela teria um cerne fixo que a caracterizaria
enquanto superrígida.
Mas este não é o entendimento da doutrina majoritária, que classifica a Constituição de 1988 como rígida, sob a
justificativa de que o que caracteriza a rigidez é exatamente o procedimento diferenciado de alteração – marcado por
quórum de votação qualificado, rejeição ao turno único, ampliação das discussões – e não a existência de cláusulas
pétreas, que não podem ser restringidas ou abolidas pelo poder reformador, que podem existir ou não nos documentos
rígidos. Em outras palavras: a CF/88 é rígida e tem cláusulas pétreas; mas em outros países (Itália, por exemplo), a
Constituição pode ser rígida e não ter tais cláusulas.

(B.3) Flexível
Essa Constituição é diferente da rígida, pois ela pode ser modificada por intermédio de um procedimento legislativo
comum, ordinário, não requerendo qualquer processo específico e mais complexo para sua alteração. Ou seja, as
mesmas regras de processo legislativo que usamos para elaborar leis ordinárias são também adotadas para a
elaboração das emendas constitucionais.

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O impacto mais relevante da adoção de um texto classificado como flexível é a inexistência de supremacia formal da
Constituição sobre as demais normas, afinal todas são elaboradas, modificadas e revogadas por rito idêntico. Nesse
sentido, a própria lei ordinária contrastante com o teor do texto constitucional, o altera. Por outro lado, nota-se entre o
texto constitucional e o restante do corpo normativo uma supremacia material, de conteúdo – sendo constitucionais
aquelas normas que regulamentam a estrutura política do Estado.
Tradicionalmente a doutrina aponta a Constituição inglesa como exemplar de texto flexível. Outros textos flexíveis são
os da Nova Zelândia, da Finlândia e da África do Sul.

(B.4) Semirrígida
Estamos diante de uma Constituição semirrígida – também conhecida como semiflexível – quando o documento
constitucional pode ser modificado segundo ritos diferentes, a depender do tipo de norma que vá ser alterada. Neste
tipo de Constituição, alguns artigos do texto (os que abrigam os assuntos mais importantes) compõem a parte rígida,
de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento diferenciado e rigoroso, enquanto os demais
artigos (que integram a parte flexível) podem ser alterados seguindo o processo ordinário, que é mais simples e menos
dificultoso.
Nossa Constituição Imperial de 1824, em virtude da previsão constante do art. 178[3], podia ser considerada como
semirrígida, conforme assegura Kildare:
No Brasil, a Constituição do Império de 1824 caracterizava-se pela semi rigidez. É o que seu artigo 178 dispunha que se
consideravam como constitucionais apenas as matérias que se referissem aos limites e tribulações do poder político e
aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o mais, embora figurasse na Constituição por não ser
constitucional, podia ser alterada por lei ordinária[4].
Vou encerrar essa classificação da letra ‘B’, quanto à estabilidade, lembrando que o fato de nossa Constituição ser rígida
não a torna, necessariamente, mais estável que as constituições flexíveis que são adotadas em outros países. Ser rígida
significa que o processo de feitura de emenda é mais complexo, mas não significa que a Constituição sofrerá menos
emendas, pois isso é algo que depende da maturidade democrática do país. Aliás, a Constituição brasileira é um ótimo
exemplo de documento que já foi modificado inúmeras vezes (são mais de 100 emendas).
Vamos avaliar juntos como essa classificação foi cobrada em uma prova para Procurador, aplicada em 2015 no Paraná:

Questões para fixar


[FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária] Após um golpe de Estado, o líder do movimento armado
vitorioso solicitou que uma comissão de apoiadores, sob sua orientação, elaborasse um projeto de Constituição, o
qual foi submetido a plebiscito popular, sendo, ao final, aprovado e publicado com força normativa. Essa
Constituição dispôs que parte de suas normas exigiria a observância de um processo legislativo mais rigoroso para a
sua alteração, com quórum qualificado para a iniciativa e a aprovação, enquanto a outra parte poderia ser alterada
conforme o processo legislativo da lei ordinária.
Essa Constituição deve ser classificada como:
A) outorgada e rígida;
B) popular e dogmática;
C) bonapartista e flexível;
D) cesarista e semirrígida;
E) promulgada e analítica.

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Comentário:
Nossa resposta está na alternativa ‘d’. A Constituição mencionada pelo examinador é uma Constituição cesarista,
pois foi elaborada por uma comissão, sem a participação do povo, mas submetida a um plebiscito para entrar em
vigor (com o intuito de conferir aparente legitimidade popular). É também uma Constituição semirrígida, já que o
documento pode ser alterado mediante dois processos legislativos distintos, sendo um mais rigoroso para
determinadas normas, e o outro mais simples para os demais dispositivos. Quanto às demais assertivas, vejamos o
porquê de estarem incorretas:
- letra ‘a’: a Constituição outorgada é aquela imposta pelo governante, e não possui nenhum resquício de
participação popular; a Constituição rígida é aquela que, embora permita a alteração textual, exige um processo
legislativo complexo e mais difícil do que o processo de elaboração das leis ordinárias e complementares.
- letra ‘b’: a Constituição popular (promulgada ou democrática), é aquela elaborada por intermédio da participação
do povo, de modo direto ou por meio de representantes eleitos; a Constituição dogmática é um documento
necessariamente escrito, elaborada em uma ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão competente.
- letra ‘c’: bonapartista é sinônimo de cesarista, de modo que são termos que referem-se à Constituição elaborada
sem a participação popular, mas submetida a referendo ou plebiscito; por sua vez, a Constituição flexível é aquela
que pode ser inteiramente modificada mediante um procedimento legislativo comum, ordinário, sendo o mesmo
processo utilizado para elaboração das normas infraconstitucionais (leis ordinárias e complementares).
- letra ‘e’: promulgada é a Constituição popular / democrática, elaborada com a participação direta ou indireta do
povo; Constituição analítica é a prolixa / extensa, pois elaborada de maneira ampla e detalhada, regulamentando
vários assuntos.
Gabarito: D

[OBJETIVA - 2015 - Prefeitura de Vitorino - PR – Procurador] A exigência de um procedimento mais difícil e


rigoroso para alteração das normas constitucionais é típico de uma Constituição:
A) Rígida.
B) Flexível.
C) Histórica.
D) Semirrígida.
E) Garantista.
Comentário:
Ora meu caro aluno, o enunciado nos apresentou exatamente aquilo que acabamos de estudar: uma Constituição
rígida é aquela que exige, para a alteração do seu texto, um procedimento mais complexo e dificultoso do que
aquele prescrito para a feitura das leis ordinárias. Sendo assim, a alternativa a ser marcada será a da letra ‘a’.
Gabarito: A

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[CESPE - 2018 - STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos (Exceto cargos 1, 2 e 8)] Julgue o item
seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização político-administrativa:
O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de emendas constitucionais não é
suficiente para classificar a vigente Constituição Federal brasileira como flexível.
Comentário:
O que nos permite classificar uma Constituição como rígida ou flexível é o procedimento por ela prescrito para sua
modificação (se é mais complexo ou se é idêntico ao procedimento previsto para a feitura de leis ordinárias) e não
quantas vezes seu texto foi alterado. Destarte, a assertiva apresentada pode ser considerada correta.
Gabarito: Certo

[FGV - 2016 - MPE-RJ - Técnico do Ministério Público – Administrativa] Pedro, estudante de direito, disse ao seu
professor que lera, em um livro, que a Constituição brasileira era classificada como rígida. O professor explicou-lhe
que deve ser classificada como rígida a Constituição que:
A) precise ser observada por todos os que vivam no território do respectivo País;
B) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Constituições que se formam a partir do costume;
C) vincule todas as estruturas estatais de poder aos seus comandos;
D) só possa ser reformada mediante um processo legislativo qualificado, mais complexo que o comum;
E) não possa ser revogada por outra Constituição, ainda que haja uma revolução.
Comentário:
De fato, a Constituição Federal de 1988 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como rígida – ou seja, é uma
Constituição cuja alteração textual somente será possível mediante processo legislativo complexo e mais difícil do
que o previsto para a elaboração de leis ordinárias e complementares. As regras de mutabilidade são estabelecidas
pela própria Constituição e, de acordo com o art. 60, CF/88, exigem discussão e votação da emenda constituição em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo necessário obter, em cada Casa e em cada turno, o voto
favorável de 3/5 dos componentes da Casa Legislativa respectiva. Assim, podemos marcar a alternativa ‘d’ como
nossa resposta.
Gabarito: D

[FGV - 2016 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - Prova II] Edilberto,
advogado constitucionalista, idealizou um modelo constitucional com as seguintes características: a primeira parte
não poderia sofrer qualquer tipo de alteração, devendo permanecer imutável; a segunda parte poderia ser alterada a
partir de um processo legislativo qualificado, mais complexo que aquele inerente à legislação infraconstitucional; e a
terceira parte poderia ser alterada com observância do mesmo processo legislativo afeto à legislação
infraconstitucional.
À luz da classificação predominante das Constituições, é correto afirmar que uma Constituição dessa natureza seria
classificada como

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A) rígida.
B) flexível.
C) semirrígida.
D) fortalecida.
E) plástica.
Comentário:
Vejamos cada uma das alternativas:
- letra ‘a’: incorreta. A Constituição rígida é aquela que permite a alteração de seu texto observando um único
processo legislativo, mais complexo e mais difícil do que o previsto para a elaboração das leis ordinárias e
complementares;
- letra ‘b’: incorreta. A Constituição flexível permite que seu texto seja modificado por um procedimento legislativo
comum, ordinário – o mesmo processo observado na elaboração das normas infraconstitucionais (leis ordinárias e
complementares);
- letra ‘c’: correta, sendo, portanto, o nosso gabarito. A Constituição semirrígida, ou semiflexível, é aquela em que há
previsão de mais de um rito para a modificação de seu texto. Via de regra, os artigos que abrigam assuntos mais
importantes só podem ser reformados por um procedimento legislativo complexo e rigoroso, ao passo que os
demais dispositivos podem ser alterados mediante processo legislativo ordinário. Nossa 1ª Constituição Histórica (a
Imperial, de 1824) era desse tipo.
- letra ‘d’: incorreta, pois não há previsão desta classificação;
- letra ‘e’: incorreta. Aqui falta acordo doutrinário: enquanto alguns autores preceituam ser a Constituição plástica
um sinônimo de Constituição flexível, os demais veem o termo “plástica” como caractere que confere ao texto
constitucional certa maleabilidade, que o permite acompanhar as oscilações típicas da realidade fática. Seria,
portanto, uma Constituição que permitiria constantes releituras, cujo texto seria permanentemente reinterpretado
para melhor acompanhar as mutações da sociedade.
Gabarito: C

[FGV - 2015 - TJ-PI - Analista Judiciário - Analista Administrativo] A Constituição do Estado de Direito X, recém
promulgada, dispôs que (1) certas normas nela inseridas eram insuscetíveis de alteração por qualquer processo de
reforma constitucional, (2) outras poderiam ser alteradas com observância das regras do processo legislativo
ordinário e ainda indicou (3) aquelas que exigiriam um processo mais complexo para reforma, com menor número de
legitimados à sua deflagração e quórum qualificado de aprovação. Sob a ótica da estabilidade, é correto afirmar que
essa Constituição é:
A) rígida;
B) permeável;
C) flexível;
D) oscilante;
E) semirrígida.

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Comentário:
Quanto à estabilidade, as Constituições podem ser classificadas como rígidas, flexíveis, imutáveis e semirrígidas. De
acordo com o enunciado, estamos diante de uma Constituição semirrígida – também conhecida como semiflexível –
pois o documento constitucional pode ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma
esteja para ser alterada. Neste tipo de Constituição, alguns artigos do texto (os que abrigam os preceitos mais
importantes) compõem a parte rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento
diferenciado e rigoroso, enquanto os demais (que compõe a parte flexível) se alteram seguindo processo menos
complexo, menos dificultoso. Nossa Constituição Imperial de 1824, em virtude da previsão constante do art. 178, era
assim considerada.
Gabarito: E

[FGV - 2015 - TJ-RO - Oficial de Justiça] Após um conflito armado interno, o líder do movimento revolucionário
vitorioso, rompendo com suas promessas, deixou de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte e elaborou,
sozinho, a nova Constituição. Ato contínuo, convocou um plebiscito para que o texto fosse aprovado pelo povo, o
que efetivamente foi feito, daí resultando a sua entrada em vigor. A nova Constituição estabeleceu um processo
diferenciado para a sua reforma, bem mais complexo que aquele afeto às leis em geral, isso com exceção de algumas
poucas normas afetas a certas matérias, que poderiam ser alteradas da mesma maneira que as leis ordinárias. Além
disso, dispôs que os direitos fundamentais seriam cláusulas pétreas, não podendo ser alterados por uma reforma
constitucional. Considerando os critérios de classificação dos textos constitucionais, essa Constituição é:
A) bonapartista quanto à origem e rígida quanto à estabilidade;
B) outorgada quanto à origem e flexível quanto à estabilidade;
C) promulgada quanto à origem e semirrígida quanto à estabilidade;
D) outorgada quanto à origem e semiflexível quanto à estabilidade;
E) cesarista quanto à origem e semiflexível quanto à estabilidade.
Comentário:
Podemos marcar a alternativa ‘e’ como nossa resposta. A Constituição em questão é cesarista (quanto à origem), já
que sua elaboração não contou com a participação do povo, mas foi submetida a uma consulta popular para que seu
texto fosse aprovado. Quanto à estabilidade, é também uma Constituição semiflexível (ou semirrígida), pois permite
a observância de procedimentos de reforma diferentes: algumas normas podem ser alteradas de acordo com um
procedimento legislativo ordinário, ao passo que outras normas somente podem ser alteradas por um processo
legislativo mais complexo e rigoroso.
Gabarito: E

(C) Quanto à forma

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Quanto à forma, as Constituições poderão ser classificadas de duas maneiras, como escritas ou não escritas (nossa
CF/88 é escrita).

(C.1) Escrita
É a Constituição na qual todos os dispositivos são escritos e estão inseridos de modo organizado em um único
documento, de forma codificada – note, meu caro aluno, que nossa CF/88 tem todos os seus artigos organizados em um
único “livro”, que você pode comprar numa livraria ou adquirir gratuitamente na internet. Ou seja: em nosso país, só são
normas constitucionais as que você encontra nesse documento que chamamos de Constituição.
Também vale destacar que nas Constituições escritas, o texto é elaborado em um momento único, de uma só vez.
Segundo o autor português J. J. Gomes Canotilho estas Constituições escritas são instrumentais e conferem ao
documento constitucional vantajosos atributos, tais como o efeito racionalizador, o efeito estabilizante, a segurança
jurídica, a calculabilidade e a publicidade das normas.

(C.2) Não escrita


Diferentemente das Constituições escritas – nas quais todas as normas constitucionais podem ser encontradas em um
único documento – nas Constituições não escritas (também chamadas de ‘costumeiras’) as normas constitucionais
estão espalhadas e podem ser encontradas tanto nos costumes e nas decisões dos Tribunais (jurisprudência), como nos
acordos, convenções e também nas leis escritas.
Atenção, meu caro aluno, para um erro corriqueiro, que você não pode cometer: a Constituição não escrita não possui
somente normas não escritas! Ao contrário, é formada pela junção destas com os textos escritos! Ou seja: nas
Constituições não escritas temos normas não escritas, como os costumes, mas temos também normas escritas. Como
exemplo, além das Constituições de Israel e a da Nova Zelândia, podemos mencionar a Constituição inglesa.
Vejamos um item de prova sobre esse critério classificatório:

Questão para fixar


[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue o item a seguir no que diz respeito à classificação
das constituições:
No que refere à forma, as constituições recebem a denominação de materiais, quando consolidadas em instrumento
formal e solene, e não escritas, quando baseadas em usos, costumes e textos esparsos.
Comentário:
Nessa questão o examinador mesclou os critérios de classificação e os conceitos. No que se refere à forma, as
Constituições podem ser escritas ou não escritas. Quanto ao conteúdo, critério que estudaremos adiante, teremos
Constituições formais e materiais. Nesse contexto, como uma Constituição consolidada em um instrumento formal e
solene é escrita (e não material), você deve julgar essa assertiva como falsa.
Gabarito: Errado

(D) Quanto ao modo de elaboração


Aqui são duas as classificações possíveis: dogmática ou história. Nossa CF/88 é considerada dogmática.

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(D.1) Dogmática
É um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão
competente para tanto. Retrata os valores e os princípios que vigoravam na sociedade naquele específico período de
produção e os insere em seu texto, fazendo com que ganhem a força jurídica de dispositivos obrigatórios. É uma
Constituição feita de uma só vez, em um período histórico delimitado.
Um detalhe! Como os valores e princípios que regulam a vida em sociedade em determinado momento histórico
entram na Constituição como se fossem dogmas, tais Constituições acabam por receber a denominação de dogmáticas.
Alguns autores dividem a Constituição dogmática, com relação à sua ideologia, em dois tipos:

(i) ortodoxa: quando o texto constitucional reflete um pensamento único, só havendo espaço para uma exclusiva
ideologia – não há espaço para conciliação de doutrinas opostas. São exemplos a Constituição da China, de 1982, e a da
extinta União Soviética, de 1977.
(ii) eclética (heterodoxa ou heterogênea): nesta Constituição, o convívio harmônico entre várias ideologias é a marca
central do texto. Por não haver uma única força política prevalente, essa Constituição é o resultado de uma composição
variada de acordos heterogêneos, que demonstra a pluralidade de ideologias (as vezes colidentes) e sinaliza a
ocorrência de possíveis duelos (judiciais, legislativos e administrativos) entre os diversos grupos políticos, a serem
pacificados pelos operadores jurídicos. Nossa Constituição de 1988 é considerada eclética, pois dá respaldo a várias
formas de pensamento (tanto é que um dos seus fundamentos do art. 1° é justamente o pluralismo político).

(D.2) Histórica
Sempre não escrita, é uma Constituição que se constrói aos poucos, em um lento processo que vai filtrando e
absorvendo as ideias da sociedade. Ela não se forma de uma só vez, como as Constituições dogmáticas. Ela é o produto
de uma gradativa evolução jurídica e histórica da sociedade, de um vagaroso processo de cristalização dos valores e
princípios compartilhados pelo grupo social. Como exemplo contemporâneo de Constituição histórica, temos a inglesa.
Sobre essa classificação (quanto ao modo de elaboração), uma consideração final é importante: em termos de
estabilidade pode-se dizer que a histórica é mais duradoura e sólida, enquanto a dogmática apresenta uma certa
tendência à instabilidade. Isso porque enquanto a histórica é resultado de uma paulatina maturação dos diferentes
valores que existem na sociedade – o que resulta em uma constituição demoradamente pensada e planejada – a
dogmática, no mais das vezes, sedimenta valores de uma época específica, interesses passageiros, e estes, conforme o
tecido social vai se alterando, vão se tornando ultrapassados, o que acarreta a necessidade de seguidas modificações do
texto para que a Constituição continue correspondendo à realidade daquele país.
Vou lhe mostrar, meu caro, como é que esse critério é cobrado em prova. Resolveremos juntos uma questão:

Questão para fixar


[CESPE - 2015 - FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 2] Com base nas classificações da CF, julgue o próximo item:
Quanto ao modo de elaboração, a CF é dogmática, porque foi constituída ao longo do tempo mediante lento e
contínuo processo de formação, reunindo a história e as tradições de um povo.
Comentário:
A assertiva, ainda que mencione acertadamente que nossa CF/88 é dogmática, peca ao definir tal tipologia, pois
apresenta justamente o conceito de uma Constituição histórica.
Gabarito: Errado

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(E) Quanto à extensão


Segundo este critério, as Constituições podem ser analíticas ou concisas. Nosso documento constitucional de 1988,
com seus mais de 350 artigos, divididos em inúmeros incisos e parágrafos, é, claramente, uma Constituição analítica.

(E.1) Analítica
Igualmente chamada de “prolixa” (ou “extensa"), sua confecção se dá de maneira ampla, detalhada, já que regulamenta
vários assuntos: os considerados muito relevantes para a organização e funcionamento do Estado e outros que não são
tão importantes, mas mesmo assim são inseridos no texto da Constituição.
Constituições prolixas não se preocupam em cuidar apenas das matérias constitucionais, essenciais à formação e
organização do aparelho estatal e da vida em sociedade; ao contrário, descrevem os pormenores da vida no Estado,
através de uma infinidade de normas de conteúdo dispensável à estruturação estatal. Segundo a doutrina, é uma
Constituição que se desdobra “numa infinidade de normas no afã de constitucionalizar todo o conjunto da vida social"
[5]. Por resultado, temos uma Constituição inchada, com número sempre volumoso de artigos.
Como exemplo podemos citar a Constituição do Brasil de 1988, a de Portugal (1976) e a da Espanha (1978).

Por termos, cada vez mais, Constituições analíticas em vigor, os autores começaram a investigar as razões que levaram
os Estados a construírem documentos constitucionais tão longos e detalhados. Conforme André Ramos Tavares ensina,
a indiferença, que se tem formado em desconfiança, quanto ao legislador ordinário; a estatura de certos direitos
subjetivos, que estão a merecer proteção juridicamente diferenciada; a imposição de certos deveres, especialmente aos
governantes, evitando-se o desvio de poder e a arbitrariedade; a necessidade de certos institutos sejam perenes,
garantindo, assim, um sentimento de segurança jurídica decorrente da rigidez constitucional.

(E.2) Concisa
Sintética é a Constituição elaborada de forma reduzida, com preocupação única de enunciar os princípios básicos para a
estruturação estatal, mantendo-se restrita aos assuntos que realmente são constitucionais.
Por ser um documento sucinto, elaborado de modo bastante resumido, seu texto se encerra após estabelecer os
princípios fundamentais de organização do Estado e da sociedade. Tem-se como exemplo desse tipo de Constituição a
dos Estados Unidos da América, de 1787, possuidora de apenas sete artigos originais (redigidos em 4.400 palavras, tão
somente!).
Parcela da doutrina vê virtudes nestas Constituições em razão da sua maior duração ao longo do tempo, “por serem
mais facilmente adaptáveis às mudanças da realidade, dado o seu caráter principiológico, sem que haja necessidade de
constante alteração formal do seu texto"[6].
Outros juristas[7], no entanto, destacam as Constituições são um reflexo das crenças e das tradições de cada povo,
valores que não podem ser trocados por modelos estrangeiros[8]. Por isso, segundo Gisela Maria Bester, a evidente
prolixidade e extensão do nosso texto constitucional refletem as
virtudes e os defeitos do povo brasileiro. E se ela é extensa, é porque não somos sutis a ponto de termos regras claras e
objetivas com paralela economia de palavras. Não, não somos dados a sutilezas; nós somos explícitos, minudentes e
repetitivos, e bem por isso precisamos inserir e repetir no texto constitucional regras que pareceriam óbvias em outras
culturas. Se a Constituição é “exagerada”, é porque nós brasileiros, somos exatamente assim: exagerados, expansivos,
largos nos sorrisos e nas maneiras. Somos abundantes nas cores, nos decotes, das mesas postas, na voluptuosidade da
exibição dos corpos masculinos e femininos. Somos fartos na exposição de nossas vaidades, mas também na
administração do que vem de fora. Falamos alto, furamos filas, mas também somos exuberantemente solidários,
acolhedores, hospitaleiros, sensíveis, emotivos. Um sem-número de outros defeitos e qualidades poderiam ser
descritos, mas os listados já nos bastam para provarmos uma tese irrefutável: a tese de que a Constituição é o nosso

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retrato. A Constituição modelo, dos Estados Unidos, enxuta na forma, breve, objetiva, talvez não nos sirva porque
somos de uma exuberante extroversão, daí que para nós só poderia ser mesmo uma Constituição do tipo generosa.[9]
Superada essa classificação, vejamos como o examinador poderá cobra-la em sua prova:

Questões para fixar


[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2017 - UFVJM-MG - Assistente em Administração] A Constituição Brasileira de
1988, por tratar de muitos e variados assuntos que foram considerados relevantes, e não apenas dos princípios e
direitos fundamentais e das normas de organização do Estado, recebe a classificação de:
A) flexível.
B) analítica.
C) material
D) outorgada
Comentário:
É claro que marcaremos a letra ‘b’, certo? Sabemos que o que caracteriza uma Constituição como analítica é
justamente o fato de ela ser extensa e trazer em seu texto múltiplos assuntos, não só os temas considerados
materialmente constitucionais (os direitos fundamentais e as normas centrais de organização do Estado).
Gabarito: B

[FGV - 2010 - BADESC – Advogado] Considerando os critérios de classificação das constituições quanto à sua
origem, estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:
A) promulgada, rígida e sintética.
B) outorgada, semi-rígida e analítica.
C) promulgada, rígida e analítica.
D) outorgada, semi-rígida e sintética.
E) promulgada, flexível e analítica.
Comentário:
Vejamos cada um dos pontos. Quanto à origem, nossa Constituição Federal de 1988 é classificada como
promulgada, pois seu texto foi elaborado com a participação do povo, de modo indireto. Quanto à estabilidade,
trata-se de Constituição rígida, já que a modificação do texto é permitida somente por meio de um procedimento
legislativo mais complexo e rigoroso do que o previsto para a confecção das leis ordinárias e complementares (vale a
leitura do art. 60, CF/88). Por fim, quanto à extensão, é uma Constituição analítica, ou seja, o texto constitucional é
bastante prolixo, pois sua confecção se deu de modo amplo e detalhado. Assim, podemos marcar a alternativa ‘c’
como nossa resposta.
Gabarito: C

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(F) Quanto ao conteúdo


Quanto ao conteúdo, as Constituições podem ser materiais ou formais. Nosso documento constitucional de 1988,
representa uma Constituição formal.

(F.1) Material
Uma Constituição é material quando consideramos como constitucional toda norma que tratar de matéria
constitucional, independentemente de estar tal diploma inserido ou não no texto da Constituição. A doutrina ainda não
pacificou a definição do que seja ou não matéria constitucional, entretanto me parece que existe um acordo no que
tange ao reconhecimento de que alguns assuntos seriam indispensáveis a um texto constitucional, por serem essenciais
à organização e estruturação do Estado. Este rol mínimo seria formado, ao menos, pelos seguintes temas: estruturação
da forma de Estado, regime, sistema e forma de Governo; repartição de atribuições entre os entes estatais; direitos e
garantias fundamentais do homem.
Desta forma, toda norma que tratar de qualquer um dos assuntos acima listado é uma norma constitucional, seja ela
um artigo da Constituição, seja ela uma lei ordinária, seja ela uma decisão do Tribunal Constitucional...

(F.2) Formal
Nesta acepção, constitucional são todas as normas inseridas no texto da Constituição, independentemente de
versarem ou não sobre temas tidos por constitucionais, isto é, assuntos imprescindíveis à organização política do
Estado. Em outros termos, são constitucionais as normas que estão o documento constitucional, ainda que o conteúdo
de algumas delas não possa ser considerado materialmente constitucional.
Assim, em Constituições formais, como a nossa de 1988, teremos alguns artigos que serão considerados só
formalmente constitucionais (estão inseridos na Constituição, mas no que se refere ao seu conteúdo não podem ser
considerados constitucionais), enquanto outros serão formal e materialmente constitucionais, em razão de estarem no
texto da Constituição e tratarem de matéria considerada constitucional. Vamos exemplificar esses dois cenários com
artigos?
Pense no art. 242, § 2º, CF/88, que diz: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na
órbita federal”. Como você classificaria este artigo? Certamente ele é formalmente constitucional, pois está na CF/88.
No entanto, qual é a sua percepção quando à matéria: é assunto constitucional (que deveria estar mesmo na
Constituição) ou é uma matéria acessória, lateral, que poderia ter sido tratada em uma lei ordinária? Claro que ficamos
com a segunda opção, razão pela qual podemos classificar este artigo como sendo só formalmente constitucional (está
na Constituição, mas não trata de matéria constitucional).
Verifique agora o art. 5°, II, que consagra o princípio da legalidade ao dizer que “II - ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Sem dúvida é uma norma formalmente constitucional, pois está
na Constituição. E quanto ao conteúdo? Como consagra um direito fundamental, é também uma norma materialmente
constitucional. Ou seja, é um dispositivo que pode ser classificado como norma material e formalmente constitucional.
No mais, as explicações acima permitem algumas conclusões:

(i) o sentido formal de uma Constituição só é possível se ela for escrita, ou seja, se possuir todas as suas normas
agregadas em um único documento – afinal é justamente este texto codificado e sistematizado que reunirá a totalidade
das normas e princípios constitucionais;
(ii) na acepção formal, como só podem ser consideradas constitucionais as normas integradas ao texto da Constituição,
todas as demais normas, independentemente do conteúdo delas, serão consideradas infraconstitucionais, isto é,
inferiores à Constituição;
(iii) todas as normas infraconstitucionais, independentemente da matéria que regulem, são inferiores à Constituição,
por isso lhe devem respeito e obediência;

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(iv) qualquer norma infraconstitucional que contrarie a Constituição será considerada inconstitucional. Nesse sentido,
mesmo que uma norma infraconstitucional de conteúdo materialmente constitucional afronte o previsto numa norma
constitucional que não tenha conteúdo materialmente constitucional (isto é, seja só formalmente constitucional), esta
última prevalecerá, por ser a Constituição – com todas as suas normas – um documento superior aos demais.
(v) Por último, não há hierarquia normativa entre as normas constitucionais; todas possuem o mesmo status, a mesma
dignidade normativa, independentemente de qual seja seu conteúdo.
Veja como isso será cobrado:

Questões para fixar


[FGV - 2018 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária] Após um conflito armado interno, o grupo vitorioso
elaborou nova Constituição para o País Delta. Ato contínuo, submeteu o texto a plebiscito popular, daí resultando a
sua aprovação por larga maioria. A Constituição assim aprovada dispôs que parte de suas normas somente poderia
ser alterada com observância de um processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies
legislativas, enquanto que a outra parte poderia ser alterada com observância do processo legislativo adotado para
as leis ordinárias.
À luz da classificação das Constituições, a Constituição do País Delta pode ser classificada como:
A) democrática, material e rígida;
B) cesarista, formal e semirrígida;
C) promulgada, material e flexível;
D) participativa, formal e semirrígida;
E) popular, material e rígida.
Comentário:
Vamos assinalar a alternativa ‘b’ como nossa resposta. A Constituição do País Delta é uma Constituição cesarista,
pois teve seu texto elaborado exclusivamente pelo grupo vitorioso, sem participação do povo; entretanto, foi
submetida a um plebiscito para entrar em vigor (o que confere ao texto uma aparente legitimidade popular); é
também uma Constituição formal, já que todas as normas inseridas em seu texto são consideradas constitucionais,
independentemente do tema que versarem; por fim, é uma Constituição semirrígida, pois permite processos de
modificação distintos, já que parte das normas poderão ser alteradas segundo um processo legislativo rigoroso e a
outro parte submete-se à modificação feita por um processo legislativo ordinário.
Gabarito: B

[TRF 3ªR/Juiz Federal/TRF 3ªR/2016] Com relação a classificação das Constituições é correto dizer que:
A Constituição formal é aquela promulgada em sessão solene do Poder Constituinte que a elaborou, com a presença
do chefe do Poder Executivo.
Comentário:

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Assertiva falsa. O que classifica uma Constituição como formal é o seu conteúdo e não os aspectos referentes à sua
origem (promulgada ou outorgada), tampouco o modo como é desenrolada a sessão da sua apresentação ao povo.
Gabarito: Errada

[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988,
tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta:
A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável (cláusulas pétreas)
e outras normas passíveis de alteração.
B) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do exercício da democracia indireta, por
meio de representantes eleitos.
C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um texto escrito
quanto por usos e costumes internacionais.
D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas formalmente
constitucionais.
E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu núcleo rígido
não pode ser alterado nem mesmo por Emenda.
Comentário:
Nessa questão, a alternativa a ser marcada é a da letra ‘d’, diante da possibilidade de encontrarmos em nossa
Constituição Federal normas materialmente constitucionais (que tratam da estruturação da forma de Estado, do
regime, sistema e forma de Governo, da repartição de atribuições entre os entes estatais e dos direitos e garantias
fundamentais) e normas consideradas apenas formalmente constitucionais (estão inseridas no texto da
Constituição, contudo, não tratam de tema reconhecido como constitucional).
A alternativa ‘a’ apresentada um erro ao dizer que nossa Constituição é semirrígida (sabemos que é rígida), enquanto
a alternativa ‘c’ afirma que o legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica (nosso
documento constitucional é dogmático).
Por fim, a alternativa ‘e’ peca ao dizer que nossa Constituição é imutável: como já comentamos em várias
oportunidades nessa aula, nossa Constituição é rígida, ainda que possua em seu texto normas que não podem ser
alteradas por emenda constitucional.
Gabarito: D

[FGV - 2012 - Senado Federal - Analista Legislativo – Taquigrafia] A Constituição Federal pode ser classificada
como:
A) Rígida, formal, promulgada e analítica.
B) Analítica, outorgada, dogmática e escrita.
C) Escrita, definitiva, semirrígida e formal.
D) Formal, escrita, analítica e sintética.

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E) Escrita, promulgada, rígida e semântica.


Comentário:
Vamos assinalar a alternativa ‘a’ como nossa resposta. A Constituição Federal de 1988 é classificada (quanto à
estabilidade) como rígida, porque, embora sua alteração seja possível, exige-se um processo legislativo mais
complexo e difícil do que o procedimento previsto para elaboração das leis ordinárias e complementares. É também
(quanto ao conteúdo) uma Constituição formal, pois todas as normas que estão inseridas na Constituição são
constitucionais, ainda que o conteúdo de algumas não possa ser considerado materialmente constitucional. Além
disso, quanto à origem, é uma Constituição promulgada (ou democrática), pois seu texto foi elaborado mediante
participação popular indireta, por meio de uma Assembleia Constituinte formada por representantes eleitos. Por fim,
quanto à extensão, trata-se de uma Constituição analítica, pois seus mais de 350 artigos indicam ser um documento
extenso e prolixo.
Gabarito: A

(G) Quanto à finalidade


Quanto à finalidade, as Constituições podem ser classificadas de três formas: garantia, balanço e dirigente. Nosso
documento constitucional de 1988, representa uma Constituição dirigente.

(G.1) Garantia
Também denominada “Constituição-quadro”, restringe o poder estatal, criando esferas de não interferência do poder
público na vida dos indivíduos. Por possuir um corpo normativo repleto de direitos individuais oponíveis ao Estado,
podemos dizer que ela traz para os sujeitos liberdades-negativas, que estabelecem espaços de não atuação e não
interferência estatal na vida privada das pessoas.
A doutrina[10] aponta que a Constituição garantia é um documento com “olhar” direcionado ao passado, pois se
preocupa em garantir os direitos já conquistados outrora, protegendo-os diante de uma possível (e indesejável)
interferência do Estado.

(G.2) Balanço
Igualmente intitulada “Constituição-registro”, é própria dos regimes socialistas – as Constituições de 1924, 1936 e 1977
da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) são exemplos. Esta tipologia constitucional, cujo “olhar”
se volta para o presente, procura explicitar o desenvolvimento atual da sociedade e ser um espelho fiel capaz de
traduzir os patamares em que se encontram a economia e as instituições políticas.
Nos dizeres de Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

é a Constituição que descreve e registra a organização política estabelecida. Na verdade, segundo essa doutrina, a
Constituição registraria um estágio das relações de poder. Por isso é que a URSS, quando alcançado novo estágio na
marcha para o socialismo, adotaria nova Constituição, como o fez em 1924, a 1936 e 1977. Cada uma de tais
Constituições faria o balanço do novo estágio.[11]

(G.3) Dirigente
Contrapondo-se à Constituição-garantia, a dirigente é uma Constituição feita a partir de expectativas lançadas para o
futuro, pois ela cria um plano de fins e objetivos que serão perseguidos pelos poderes públicos e pela sociedade. É

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marcada, pois, pela presença de programas e projetos voltados à concretização de certos ideais políticos.
Comum em seu texto é a presença de normas de eficácia programática, destinadas aos órgãos estatais com a
finalidade de fixar os programas que irão guiar os poderes públicos na consecução dos planejamentos traçados. Tal qual
a Constituição de Weimar, de 1919, e a Constituição da República Portuguesa, de 1976, a nossa atual Constituição da
República é um dos clássicos exemplos utilizados para apresentar a Constituição dirigente.
Segundo Eros Grau, “Que a nossa Constituição de 1988 é uma Constituição dirigente, isso é inquestionável. O conjunto
de diretrizes, programas e fins que enuncia, a serem pelo Estado e pela sociedade realizados, a ela confere o caráter de
plano global normativo, do Estado e da sociedade”[12].

Questões para fixar


[FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01] Após uma revolução que culminou com a derrubada do
regime anterior, o grupo político dominante do País Alfa resolveu solicitar que uma comissão de notáveis elaborasse
um projeto de Constituição, submetendo-o, ato contínuo, a referendo popular. A Constituição assim elaborada
buscou conciliar inúmeras correntes políticas aparentemente opostas entre si e direcionar as políticas públicas a
serem adotadas para a implementação dos direitos sociais, além de ter exigido um procedimento qualificado para a
reforma de parte de seus comandos, considerados materialmente constitucionais, enquanto a outra parte poderia
ser alterada com observância do mesmo procedimento afeto à lei ordinária. Por fim, observa-se que essa
Constituição era demasiado extensa.
A Constituição assim descrita é classificada como
A) bonapartista, compromissória, de garantia, rígida e sintética.
B) cesarista, compromissória, dirigente, semirrígida e analítica.
C) bonapartista, ortodoxa, dirigente, semirrígida e analítica.
D) cesarista, pragmática, dirigente, semirrígida e sintética.
E) outorgada, eclética, de garantia, flexível e analítica.
Comentário:
Vamos analisar cada informação trazida pela banca acerca da Constituição do País Alfa, para que possamos
classificá-la segundo os múltiplos critérios apresentados:
(i) Uma Constituição que é elaborada por uma comissão e, posteriormente, submetida a referendo, pode ser
classificada como cesarista – constituições desse tipo são confeccionadas sem a participação do povo, mas, para
entrarem em vigor são submetidas a uma consulta popular (plebiscito ou referendo – consultas populares que
conferem ao texto uma aparente legitimidade popular). Nada obstante a população ser chamada ao processo de
formação do documento constitucional, não há que se falar em texto democrático exatamente porque tal integração
se dá apenas formalmente, através da concordância popular a um documento que será (ou já foi) confeccionado sem
sua participação.
(ii) Uma Constituição que busca conciliar inúmeras (e, por vezes, divergentes) correntes políticas é compromissória
(ou pluralista).
(iii) Por direcionar as políticas públicas a fim de implementar direitos sociais, a Constituição do País Alfa é dirigente,
pois este direcionamento é, em verdade, um plano de fins e objetivos a serem perseguidos pelos poderes públicos e

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pela sociedade.
(iv) Quanto às disposições sobre a feitura da reforma do texto constitucional, estas indicam se tratar de uma
Constituição semirrígida, (ou semiflexível), já que adota ritos diferentes para modificação do documento
constitucional: um mais rigoroso para os artigos que abrigam os assuntos mais importantes (os materialmente
constitucionais), e um rito ordinário para os demais artigos.
(v) Por fim, por tratar-se de uma Constituição demasiado extensa, estamos diante de uma Constituição analítica.
Com base em todo o exposto acima, podemos assinalar a alternativa ‘b’ como nossa resposta.
Gabarito: B

[CESPE - 2010 - DPU - Analista Administrativo] Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção
correta.
A) A CF é classificada como dogmática, mesmo que haja a possibilidade de modificação no seu texto.
B) Quanto à sua estabilidade, a CF é um exemplo de constituição classificada como flexível, pois possibilita a sua
evolução por intermédio de emendas constitucionais.
C) Trata-se de uma constituição balanço, pois visa garantir a permanência dos direitos, liberdades e garantias
fundamentais, voltando-se precipuamente para o passado.
D) Caso existissem normas programáticas na CF, ela seria um exemplo de constituição garantia.
E) Para que tivesse plena eficácia no mundo jurídico, a CF foi outorgada.
Comentário:
Muito interessante essa questão elaborada pelo CESPE. Vamos avaliar item a item, começando com a letra ‘e’: é
incorreta, pois menciona que nossa CF/88 foi outorgada, o que sabemos não ser verdade, já que o nosso texto
constitucional foi promulgado (é popular). A letra ‘d’ é falsa pois são as Constituições dirigentes que trazem em seu
corpo normas programáticas. Já a alternativa “C” peca em duas coisas: nos dizer que nossa Constituição é uma
Constituição-balanço (a CF/88 é dirigente) e afirmar que uma Constituição-balanço (ou registro) volta o seu olhar
para o passado (é para o presente). Também não poderemos marcar a letra ‘b’, pois sabemos que a nossa
Constituição Federal de 1988 é um exemplo de documento rígida, que pode ser alterado por uma emenda
constitucional, mas segundo um processo mais solene e dificultoso do que aquele previsto para a elaboração de leis
infraconstitucionais (leis ordinárias ou complementares). Só nos resta como alternativa a assinalar a constante da
letra ‘a’. está correta, pois nossa Constituição é dogmática, e isso não representa nenhum obstáculo para ela ser
alterada.
Gabarito: A

(H) Quanto ao local da decretação


No que se refere ao local de decretação, as Constituições podem ser classificadas de duas formas: heteroconstituição ou
autoconstituição (sendo que nosso documento constitucional de 1988 se enquadra nesse segundo tipo).

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(H.1) Heteroconstituição (ou Constituição heterônoma)


Muito raras são as Constituições que não são feitas naquele Estado em que irão viger, surgindo em Estado diverso
daquele em que o documento vai valer, ou então elaboradas por algum organismo internacional. A heteroconstituição
é, por isso, bastante incomum e causa grande perplexidade, pois o documento constitucional vai ser feito fora do
Estado onde suas normas produzirão efeitos. São exemplos de Constituição heterônoma as de países como Nova
Zelândia, Canadá e Austrália, pois, como integrantes da Commonwealth, suas Constituições foram aprovadas por leis
do Parlamento Britânico. Igualmente pode ser citada a Constituição cipriota, produto de acordos feitos em Zurique, na
década de 1960, entre Grécia, Turquia e a Grã-Bretanha.

(H.2) Autoconstituição
Também chamada de autônoma, é a Constituição elaborada dentro do próprio Estado que ela vai estruturar
normativamente e reger. Em regra, as Constituições são deste tipo – inclusive a nossa atual, de 1988.

(I) Quanto à interpretação


Segundo este critério, as Constituições podem ser divididas de duas formas: nominalista ou semântica. Nosso
documento constitucional de 1988 é classificado como uma Constituição semântica.

(I.1) Nominalista
É uma Constituição possuidora de normas tão precisas e inteligíveis que dispensa, para ser compreendida, de qualquer
outro método interpretativo que não o gramatical ou literal. Todas as possíveis ocorrências constitucionais da vida
fática já possuem, previamente, resposta no texto constitucional: basta aplicar na literalidade a norma jurídica cabível
na hipótese que solucionada está a controvérsia.
Atualmente é impensável um documento constitucional com dispositivos de conteúdo tão exato e certo que dê conta
de abraçar toda a colossal realidade fática (excessivamente complexa) a ser normatizada. A importância dessa tipologia
constitucional hoje é, portanto, meramente histórica.

(I.2) Semântica
Em sentido inverso à nominalista, Constituição semântica é aquela cujo texto exige a aplicação de uma diversidade de
métodos interpretativos para ser realmente entendido. Nesta tipologia, onde se enquadram os documentos
constitucionais atuais, a interpretação literal (ou gramatical) não é suficiente para a compreensão e deve ser aliada a
diversos outros processos hermenêuticos no intuito de viabilizar uma ampla assimilação do documento constitucional.
Finalmente, cumpre informar que algumas precauções devem ser tomadas no estudo do tema “classificações”, pois
diferentes autores se valem das mesmas palavras para obter conclusões próprias. É o que se passa com os termos
“nominalista” e “semântica”: utilizados neste item para dar conta das espécies de Constituições segundo a aplicação (ou
não) de diferentes processos hermenêuticos para o entendimento de seu texto, serão apresentados no próximo item
com outra, e absolutamente, diversa significância – como termos que, juntamente com o vocábulo “normativa”,
compõem a classificação das Constituições segundo a correspondência com a realidade, de Karl Loewenstein. Além
disso, a doutrina noticia[13] que o professor português J. J. Gomes Canotilho também utiliza os termos “semântica” e
“normativa” de maneira inusitada e inovadora: “semânticas”, na percepção do autor, são aquelas Constituições “de
fachada”, não possuidoras de justiça e bondade em seus conteúdos, meramente formais, e “normativas” são as
Constituições que preveem direitos e garantias fundamentais e limitam o poder do Estado, fazendo-o com efetiva
bondade – um altruísmo e benevolência que materialmente orientam a produção de todo o texto.

(J) Quanto à correspondência com a realidade = critério


ontológico

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Este critério foi desenvolvido em meados do século XX pelo alemão Karl Loewenstein, e ele pretende avaliar o grau de
comunicabilidade entre o texto constitucional e a realidade a ser normatizada, partindo de uma teoria ontológica das
Constituições. Efetivamente diferente das classificações apresentadas até aqui – que se propunham a analisar os
dispositivos constitucionais em si mesmos, sem estabelecer qualquer conexão ou correspondência com o mundo
externo – esta classificação se define a partir de um parâmetro extrínseco à Constituição, já que o intuito do autor é
examinar o documento constitucional considerando sua maior ou menor proximidade com a realidade. Vejamos quais
são as (três) modalidades que surgem a partir dessa tipologia classificatória.

(J.1) Normativa
Nesta Constituição há perfeita sintonia entre o texto constitucional e a conjuntura política e social do Estado, de forma
que a limitação ao poder dos governantes e a previsão de direitos à população sejam estritamente observadas e
cumpridas. O texto constitucional é de tal forma eficaz e seguido à risca que, na prática, vê-se claramente a harmonia
entre o que se estabeleceu no plano normativo e o que se efetiva no mundo fático[14]. O resultado é o reconhecimento
de que há verdadeira correspondência entre o que está escrito na Constituição e a realidade, afinal, os processos
políticos de poder se submetem às normas constitucionais, sendo por elas guiados. Um bom exemplo é a Constituição
Americana de 1787.

(J.2) Nominativa
Esta já não é capaz de reproduzir com exata congruência a realidade política e social do Estado, mas anseia chegar a
este estágio. Seus dispositivos não são, ainda, dotados de força normativa capaz de reger os processos de poder na
plenitude, mas almeja-se um dia alcançar a perfeita sintonia entre o texto (Constituição) e o contexto (realidade). Daí
advém a virtude principal deste tipo de Constituição: na sua função prospectiva, de almejar num futuro próximo a
adequação ideal entre normas e realidade fática, é bastante educativa. Outro ponto de destaque é que, assim como a
Constituição normativa, é dotada, inequivocamente, de valor jurídico.
Nossa Constituição de 1988 (aliás, como toda Constituição nominal) nasceu com o ideal de ser normativa – isso porque
saíamos de uma época ditatorial (Constituição semântica), que somente legitimava o poder autoritário, com o intuito
de construir um texto absolutamente compatível com a nova realidade democrática que se instaurava – mas,
obviamente, não conquistou essa finalidade, pois ainda hoje existem casos de absoluta ausência de concordância entre
o texto constitucional e a realidade. É, pois, um exemplo de Constituição nominal (ou nominalista). Outros exemplos: as
Constituições brasileiras de 1934 e 1946.

(J.3) Semântica
É a Constituição que nunca pretendeu conquistar uma coerência apurada entre o texto e a realidade, mas apenas
garantir a situação de dominação estável por parte do poder autoritário. Típica de estados ditatoriais, sua função única
é legitimar o poder usurpado do povo, estabilizando a intervenção dos ilegítimos dominadores de fato do poder
político. Por essa razão é tida como um simulacro de Constituição, afinal trai o significado do vocábulo “Constituição”
que é, necessariamente, um documento limitador do poder, com finalidade garantista, e não um corpo de normas
legitimadoras do arbítrio.
Não faltam exemplos na nossa história constitucional de documentos semânticos: além da Carta de 1937, temos as de
1967 e a EC nº 1/1969.
Bom, meu caro aluno, agora que já estudamos variados critérios, vale apresentar, em finalização ao tópico, um
esquema que organiza as classificações apresentadas:

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[1]. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 28ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 41-42.

[2]. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Editora Método, 2011, p. 111.

[3]. Art. 178, Constituição Imperial de 1824: “É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas
dos Poderes Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, póde ser
alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”(sic).
[4]. CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional: teoria do estado e da Constituição. Direito constitucional
positivo. 14ª ed. rev. atual e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2008, p. 276.
[5]. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito
Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.
[6]. CARVALHO, Kildare Gonçalves de. Direito Constitucional. 11ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 203.

[7]. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito
Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.
[8]. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito
Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.
[9]. BESTER, Gisela Maria. Direito Constitucional – fundamentos teóricos, p. 115-116, apud CARVALHO, Kildare Gonçalves
de. Direito Constitucional. 11ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 295.
[10]. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 12-13.

[11]. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 13.

[12]. CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários à
Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.
[13]. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011, p. 117.

[14]. Uma boa metáfora, apresentada pelo próprio Loewenstein (e citada por Dirley – Curso de Direito Constitucional. 6ª
ed. Salvador: Juspodivm, 2012, p. 128) refere-se à vestimenta, pois, nos dizeres do autor, a Constituição normativa é
aquela que tal qual uma roupa que “cai muito bem” e se assenta perfeitamente ao corpo, adorna precisamente a
realidade.

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Resumo direcionado

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Teste a sua Direção

Olá, meu caro aluno! Este arquivo traz um conjunto de assertivas formatadas no estilo “V ou F”, que servirá para você
avaliar se compreendeu bem os temas abordados em nosso último encontro. O objetivo deste Teste é lhe fornecer uma
ferramenta de controle sobre a sua progressão nos estudos: ao conferir o gabarito, ao final do arquivo, você terá um
ótimo diagnóstico da sua preparação até aqui. E só assim você saberá se está efetivamente evoluindo, ou seja, se está
caminhando na Direção correta!
É possível que, ao resolver os itens propostos, você identifique “lacunas de conhecimento”, isto é, tópicos que precisará
reforçar, assuntos que deverá reler, trechos dos vídeos que deverá assistir uma vez mais. Por isso, não hesite em voltar
às aulas anteriores e reestudar tudo aquilo que julgar necessário. Muito mais importante do que concluir rapidamente
nosso curso, é avançar de maneira sólida, consistente, aprendendo com segurança aquilo que será exigido em suas
futuras provas. Se após a resolução deste Teste e da revisita aos materiais ainda restarem dúvidas, lembre-se que
estamos em contato direto em nosso fórum. Me escreva sempre que precisar!
Faça um excelente Teste de Direção!

Exercícios para revisão


1. A Constituição que prevê, além dos princípios básicos e das normas gerais de regência do Estado, diversos outros
assuntos de forma detalhada, é classificada como sintética.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

2. Quanto ao modo de elaboração, a Constituição será histórica quando sistematizada a partir de ideias fundamentais.
Por outro lado, será dogmática quando se materializar a partir de costumes, que se modificam ao longo do tempo.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

3. Quanto à origem, uma Constituição pode ser classificada como “Material”, quando o documento é composto por
regras que exteriorizam a forma de Estado, organizações dos Poderes e direitos fundamentais. Portanto, suas normas
são aquelas essencialmente constitucionais, mas que podem ser escritas ou costumeiras, pois a forma tem importância
secundária.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

4. Quanto à origem, uma Constituição pode ser classificada como outorgada: tal como se passa com a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, documento elaborado sem a presença de legítimos representantes do povo,
imposta pela vontade de um poder absolutista ou totalitário, não democrático.
( ) Verdadeiro

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( ) Falso

5. Constituição Cesarista, Bonapartista, Plebiscitária ou Referendária: é originada de um compromisso instável de duas


forças políticas rivais, de modo que o equilíbrio fornecido por tal espécie de Constituição é precário. Esse modelo foi
muito utilizado na monarquia da Idade Média. A Magna Carta de 1215, Constituição escrita que os barões obrigaram
João Sem Terra a jurar, é um exemplo.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

6. Podemos dizer que Pactuada/Dualista é aquela Constituição criada por um ditador ou imperador e posteriormente
submetida à aprovação popular por plebiscito ou referendo.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

7. Quanto à origem, uma Constituição pode ser classificada como Democrática, Promulgada ou Popular quando é
elaborada por legítimos representantes do povo, normalmente organizados em torno de uma Assembleia Constituinte.
Foi o que se passou com nossa Constituição de 1824.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

8. A Constituição Brasileira de 1988 pode ser alterada por meio de emendas, que serão discutidas e votadas em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovadas se obtiverem, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros. Isso significa que a Constituição Federal de 1988 classifica-se, quanto à estabilidade,
como fixa.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

9. Classifica-se como imutável a Constituição que prevê um processo idêntico ao da feitura das leis ordinárias para que
haja a sua alteração.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

10. A Constituição Federal de 1988 classifica-se, quanto à finalidade, em Constituição garantia. Por sua vez, quanto à
ontologia, pode-se dizer que nossa Carta Magna é nominal.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

11. Toda Constituição rígida é, obrigatoriamente, escrita.

( ) Verdadeiro

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( ) Falso

12. A Constituição não escrita, de que são exemplos os documentos da Inglaterra, dos EUA e de Israel, possuem
somente normas não escritas, costumeiras e derivadas dos precedentes fixados judicialmente.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

13. A Constituição de 1988 é dogmática ortodoxa, vez que seu texto constitucional nitidamente reflete um pensamento
único, o da paz democrática.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

14. Na acepção formal de Constituição, são consideradas constitucionais todas as normas que estão integradas ao texto
constitucional, além de todas as demais que, independentemente do documento em que estejam formalizadas,
possuam conteúdo constitucional.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

15. Quanto à ideologia, uma Constituição pode ser classificada de duas formas: ou será uma heteroconstituição ou uma
autoconstituição – sendo que a Constituição de 1988 pode ser apresentada como um documento representante da
segunda tipologia.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

Gabarito

Nº DA QUESTÃO GABARITO ACERTEI ERREI

1 F

2 F

3 F

4 F

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5 F

6 F

7 F

8 F

9 F

10 F

11 V

12 F

13 F

14 F

15 F

Marque quantos itens você acertou

1ª tentativa 2ª tentativa

Resolução dos exercícios


1. A Constituição que prevê, além dos princípios básicos e das normas gerais de regência do Estado, diversos outros
assuntos de forma detalhada, é classificada como sintética.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

De forma alguma você vai marcar este item como correto! O item trata da classificação quanto à extensão e menciona
uma Constituição analítica ou prolixa. Sintética é a Constituição que regulamenta apenas os princípios básicos de um
Estado.

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2. Quanto ao modo de elaboração, a Constituição será histórica quando sistematizada a partir de ideias fundamentais.
Por outro lado, será dogmática quando se materializar a partir de costumes, que se modificam ao longo do tempo.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Eis um item falso em razão da inversão dos conceitos! Troque os termos “histórica” e “dogmática” de lugar e você verá que a
assertiva se tornará verdadeira.

3. Quanto à origem, uma Constituição pode ser classificada como “Material”, quando o documento é composto por
regras que exteriorizam a forma de Estado, organizações dos Poderes e direitos fundamentais. Portanto, suas normas
são aquelas essencialmente constitucionais, mas que podem ser escritas ou costumeiras, pois a forma tem importância
secundária.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O conceito de constituição material foi dado corretamente pela alternativa. Quanto ao conteúdo, a constituição pode ser
classificada como formal (compõe-se do que consta em documento solene que tem posição hierárquica de destaque no
ordenamento jurídico) ou material (composta por regras que exteriorizam a forma de Estado, organizações dos Poderes e
direitos fundamentais. Portanto, suas normas são aquelas essencialmente constitucionais, mas que podem ser escritas ou
costumeiras, pois a forma tem importância diminuta). Todavia, vale lhe alertar que o enunciado da questão pedia a
classificação quanto à origem (e não quanto ao conteúdo). Assim, em que pese o conceito ter sido dado de forma correta, o
enunciado pedia outra forma de classificação, exigindo sua atenção. O item, portanto, está errado.

4. Quanto à origem, uma Constituição pode ser classificada como outorgada: tal como se passa com a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, documento elaborado sem a presença de legítimos representantes do povo,
imposta pela vontade de um poder absolutista ou totalitário, não democrático.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Realmente a Constituição outorgada é aquela elaborada sem a presença de legítimos representantes do povo, imposta pela
vontade de um poder absolutista ou totalitário, não democrático. No entanto,nossa atual Constituição Federal não é
exemplo de constituição outorgada, vez que foi elaborada por legítimos representantes do povo, organizados em torno de
uma Assembleia Constituinte, merecendo ser classificada como Democrática, Promulgada ou Popular. Item falso.

5. Constituição Cesarista, Bonapartista, Plebiscitária ou Referendária: é originada de um compromisso instável de duas


forças políticas rivais, de modo que o equilíbrio fornecido por tal espécie de Constituição é precário. Esse modelo foi

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muito utilizado na monarquia da Idade Média. A Magna Carta de 1215, Constituição escrita que os barões obrigaram
João Sem Terra a jurar, é um exemplo
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Classifica-se como Constituição Cesarista, Bonapartista, Plebiscitária ou Referendária aquela criada por um ditador ou
imperador e posteriormente submetida à aprovação popular por plebiscito ou referendo. Pode marcar o item como falso,
portanto. Ademais, as Constituições escritas não surgiram na Idade Média! As primeiras que apareceram são fruto das
revoluções liberais do final do séc. XVIII (a dos EUA, de 1787; e a da França, de 1791).

6. Podemos dizer que Pactuada/Dualista é aquela Constituição criada por um ditador ou imperador e posteriormente
submetida à aprovação popular por plebiscito ou referendo.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Item equivocado. Classifica-se como Constituição Cesarista, Bonapartista, Plebiscitária ou Referendária aquela criada
por um ditador ou imperador e posteriormente submetida à aprovação popular por plebiscito ou referendo.

7. Quanto à origem, uma Constituição pode ser classificada como Democrática, Promulgada ou Popular quando é
elaborada por legítimos representantes do povo, normalmente organizados em torno de uma Assembleia Constituinte.
Foi o que se passou com nossa Constituição de 1824.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Quanto à origem, de fato uma Constituição pode ser classificada como Democrática (Promulgada ou Popular) quando for
elaborada por legítimos representantes do povo, normalmente organizados em torno de uma Assembleia Constituinte.
Exemplo disso é a Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, mas não a Constituição Monárquica de
1824, que é um documento outorgado.

8. A Constituição Brasileira de 1988 pode ser alterada por meio de emendas, que serão discutidas e votadas em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovadas se obtiverem, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros. Isso significa que a Constituição Federal de 1988 classifica-se, quanto à estabilidade,
como fixa.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

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Nossa Constituição de 1988 não se classifica como fixa, mas sim como rígida, no que se refere à sua estabilidade. Lembre-se
que as constituições rígidas são aquelas em que o processo para a alteração de qualquer de suas normas é mais difícil,
complexo e solene do que o utilizado para criar as normas infraconstitucionais (como leis ordinárias e complementares).
Assim, conforme o disposto no artigo 60 da Constituição Federal, a alteração é possível, desde que seja adotado, para
tanto, um procedimento mais rigoroso do que o utilizado para alteração das normas infraconstitucionais. Por último,
lembremos com a doutrina do meu caro amigo Dirley, que a Constituição Fixa só pode ser alterada pelo próprio Poder
Constituinte Originário (responsável pela elaboração da Constituição), “circunstância que implica, não em alteração, mas
em elaboração, propriamente, de uma nova ordem constitucional” (CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito
Constitucional. 6 ed. Salvador: Juspodivm, 2012, p. 122-123).

9. Classifica-se como imutável a Constituição que prevê um processo idêntico ao da feitura das leis ordinárias para que
haja a sua alteração.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Eis um item bem simples e bem errado. Imutável é a Constituição que não prevê qualquer processo para sua alteração. Claro
que um texto deste tipo estaria fadado ao insucesso, pois constituições escritas precisam sofrer, vez ou outra.

10. A Constituição Federal de 1988 classifica-se, quanto à finalidade, em Constituição garantia.


( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A Constituição Federal de 1988 classifica-se, quanto à finalidade, como Constituição Dirigente (e não Garantia). Pode
marcar o item como falso.

11. Toda Constituição rígida é, obrigatoriamente, escrita.


(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Curiosa para saber se você acertou este item! Ele está correto. Toda Constituição rígida tem que ser escrita, pois não há
rigidez sem supremacia formal da Constituição, característica que não é partilhada com documentos não-escritos ou
costumeiros (possuidores de supremacia material, tão somente).

12. A Constituição não escrita, de que são exemplos os documentos da Inglaterra, dos EUA e de Israel, possuem
somente normas não escritas, costumeiras e derivadas dos precedentes fixados judicialmente.
( ) Verdadeiro

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(X) Falso

COMENTÁRIO:

Espero que tenha sido tranquilo identificar a incorreção deste item! Ao contrário do afirmado, a Constituição não escrita não
possui somente normas não escritas! É formada pela junção destas com os textos escritos! Ou seja: nas Constituições não
escritas temos normas não escritas, como os costumes, mas temos também normas escritas. Como exemplo, além das
Constituições de Israel e a da Nova Zelândia, podemos mencionar a Constituição inglesa. A dos EUA é uma constituição
escrita (aliás, é só a primeira Constituição escrita da história!).

13. A Constituição de 1988 é dogmática ortodoxa, vez que seu texto constitucional nitidamente reflete um pensamento
único, o da paz democrática.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Esse item ficou interessante. De fato, valores democráticos e a preocupação com a paz permeiam nossa Constituição em
vários dispositivos. Mas constituições ortodoxas são distintas do que foi ali narrado. Nelas, só há espaço para uma exclusiva
ideologia – não havendo oportunidade de conciliação entre doutrinas múltiplas. São exemplos a Constituição da China, de
1982, e a da extinta União Soviética, de 1977. Nossa Constituição, ao contrário do afirmado pelo item, é eclética (heterodoxa
ou heterogênea),pois dá respaldo a várias formas de pensamento (tanto é que um dos seus fundamentos do art. 1° é
justamente o pluralismo político). Nela, o convívio harmônico entre várias ideologias é uma marca central do seu texto.
Portanto, por não haver uma única força política prevalente, no momento de sua feitura, nossa Constituição é o resultado
de uma composição variada de acordos heterogêneos, que demonstra a pluralidade de ideologias (as vezes colidentes) e
sinaliza a ocorrência de possíveis duelos (judiciais, legislativos e administrativos) entre os diversos grupos políticos, a serem
pacificados pelos operadores jurídicos.

14. Na acepção formal de Constituição, são consideradas constitucionais todas as normas que estão integradas ao texto
constitucional, além de todas as demais que, independentemente do documento em que estejam formalizadas,
possuam conteúdo constitucional.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Eis uma construção de assertiva interessante para recordarmos o conceito de Constituição formal! Quanto ao conteúdo, na
acepção formal são constitucionais somente as normas inseridas no texto da Constituição, independentemente de versarem
ou não sobre temas tidos por constitucionais, isto é, sobre assuntos imprescindíveis à organização política do Estado.
Destarte, neste tipo de Constituição só podem ser consideradas constitucionais as normas que estão no texto da
Constituição. Todas as demais normas, independentemente do conteúdo delas, serão consideradas infraconstitucionais, isto
é, inferiores à Constituição. Por todo o exposto, pode assinalar este item como falso!

15. Quanto à ideologia, uma Constituição pode ser classificada de duas formas: ou será uma heteroconstituição ou uma
autoconstituição – sendo que a Constituição de 1988 pode ser apresentada como um documento representante da
segunda tipologia.

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( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A classificação de uma constituição como heteroconstituição ou autoconstituição existe. Todavia, não é referente à
ideologia, mas sim ao local de decretação. Como nossa Constituição de 1988 foi elaborada dentro do próprio Estado que ela
vai estruturar normativamente e reger (a República Federativa do Brasil), ela é considerada uma autoconstituição, sem
dúvidas.

Fim do teste. Até o próximo encontro!

Abraços,

Prof. Nathalia Masson

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Questões para treinar - CESPE

QUESTÃO 01

[CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição, à
competência dos entes federativos, ao ato jurídico e à personalidade jurídica, julgue (C ou E) o item que se segue.
A vigente Constituição brasileira é, no que se refere à estabilidade, semirrígida, pois, além de conter normas
modificáveis por processo legislativo dificultoso e solene, possui também normas flexíveis, que podem ser alteradas por
processo legislativo ordinário.

QUESTÃO 02

[CESPE - 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição Federal de
1988, ao controle de constitucionalidade e à atividade administrativa do Estado brasileiro, julgue (C ou E) o item que se
segue.
A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à extensão, como sintética, pois suas matérias foram dispostas
em um instrumento único e exaustivo de seu conteúdo.

QUESTÃO 03

[CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] A respeito das classificações das
constituições, julgue o item:
Quanto à extensão, as constituições são classificadas como sintéticas — aquelas que preveem apenas princípios e
normas gerais do Estado — e analíticas — aquelas que regulamentam todos os assuntos entendidos como relevantes à
formação e ao funcionamento do Estado.

QUESTÃO 04

[CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública] A respeito das classificações das constituições e dos
princípios fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.
A constituição material, escrita e rígida, como a CF, consiste em um documento escrito formado por normas
substancialmente constitucionais que só podem ser alteradas por meio de processo legislativo especial e mais
dificultoso.

QUESTÃO 05

[CESPE - 2016 - TCE-PA - Auxiliar Técnico de Controle Externo - Área Administrativa] Com relação à Constituição
Federal de 1988 (CF), sua classificação e dispositivos, julgue o item a seguir:
A CF é considerada flexível, pois a sua alteração pode ocorrer por meio de procedimento ordinário do processo
legislativo comum.

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QUESTÃO 06

[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, das
concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o item a seguir.
A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal.

QUESTÃO 07

[CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa] Acerca do Estado federal brasileiro, tendo como
referência a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Dada a subordinação dos entes federados à força normativa da CF, seu preâmbulo deve ser obrigatoriamente
reproduzido nas constituições estaduais.

QUESTÃO 08

[CESPE - 2016 - PGE-AM - Procurador do Estado] Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de normas
constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito.
Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, ao elaborar as suas próprias leis
fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos naquilo que for cabível.

QUESTÃO 09

[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III] À luz dos princípios
fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro, julgue o item a seguir.
Quando um estado da Federação deixa de invocar a proteção de Deus no preâmbulo de sua constituição, contraria a CF,
pois tal invocação é norma central do direito constitucional positivo brasileiro.

QUESTÃO 10

[CESPE - 2012 - ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5] A respeito de constitucionalismo,
interpretação, eficácia e hierarquia das normas constitucionais, julgue o item que se segue.
As emendas constitucionais têm o mesmo grau hierárquico que as normas constitucionais originárias e, por isso, não
estão sujeitas a controle de constitucionalidade.

Gabarito Comentado
QUESTÃO 01

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[CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição, à
competência dos entes federativos, ao ato jurídico e à personalidade jurídica, julgue (C ou E) o item que se segue.
A vigente Constituição brasileira é, no que se refere à estabilidade, semirrígida, pois, além de conter normas
modificáveis por processo legislativo dificultoso e solene, possui também normas flexíveis, que podem ser alteradas por
processo legislativo ordinário.
Comentário:

Ora, meu caro aluno, eu tenho certeza que você já memorizou que quanto à estabilidade a nossa Constituição Federal
de 1988 é classificada como rígida, afinal a alteração do seu texto é possível, mas exige um processo legislativo mais
complexo e difícil do que aquele previsto para a elaboração das leis ordinárias e complementares. Por isso não há
dúvidas: o item é falso.

QUESTÃO 02

[CESPE - 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição Federal de
1988, ao controle de constitucionalidade e à atividade administrativa do Estado brasileiro, julgue (C ou E) o item que se
segue.
A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à extensão, como sintética, pois suas matérias foram dispostas
em um instrumento único e exaustivo de seu conteúdo.
Comentário:

A assertiva é falsa, por duas razões. Primeiro porque, quanto à extensão, a Constituição Federal de 1988 é classificada
como analítica, ou seja, sua confecção se deu de maneira ampla, detalhada, já que ela regulamenta vários assuntos: os
considerados muito relevantes para a organização e funcionamento do Estado e outros que não são tão importantes,
mas mesmo assim foram inseridos no texto da Constituição por opção da assembleia constituinte. O outro erro deriva
do seguinte: o fato de todas as normas constitucionais estarem dispostas em um único documento, faz com que ela
seja classifica quanto à forma como escrita.

QUESTÃO 03

[CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] A respeito das classificações das
constituições, julgue o item:
Quanto à extensão, as constituições são classificadas como sintéticas — aquelas que preveem apenas princípios e
normas gerais do Estado — e analíticas — aquelas que regulamentam todos os assuntos entendidos como relevantes à
formação e ao funcionamento do Estado.
Comentário:

Quanto à extensão as Constituições realmente podem ser classificadas como sintéticas, quando são elaboradas de
forma reduzida, com preocupação única de enunciar os princípios básicos para a estruturação estatal, mantendo-se
restritas aos assuntos que realmente são constitucionais. Mas poderão também ser classificadas como analíticas,
igualmente chamadas de “prolixas” (ou “extensas"), quando são elaboradas de maneira ampla, detalhada, já que
regulamentam vários assuntos. O item é verdadeiro.

QUESTÃO 04

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Aula 4: Classificações das Constituições

[CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública] A respeito das classificações das constituições e dos
princípios fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.
A constituição material, escrita e rígida, como a CF, consiste em um documento escrito formado por normas
substancialmente constitucionais que só podem ser alteradas por meio de processo legislativo especial e mais
dificultoso.
Comentário:

Muito interessante essa questão. Pra começar, ela se inicia classificando nossa Constituição de 1988 de modo errôneo.
Apesar de ser um documento escrito e rígido, não é material. Quanto ao conteúdo, uma Constituição é material quando
consideramos como constitucional toda norma que tratar de matéria constitucional, independentemente de estar tal
diploma inserido ou não no texto da Constituição. Segundo este critério, no entanto, nossa Constituição é formal. Você
deve, portanto, assinalar este item como falso.

QUESTÃO 05

[CESPE - 2016 - TCE-PA - Auxiliar Técnico de Controle Externo - Área Administrativa] Com relação à Constituição
Federal de 1988 (CF), sua classificação e dispositivos, julgue o item a seguir:
A CF é considerada flexível, pois a sua alteração pode ocorrer por meio de procedimento ordinário do processo
legislativo comum.
Comentário:

A assertiva é claramente falsa, pois a Constituição Federal de 1988 é classificada como rígida, visto que exige para a
aprovação de suas emendas constitucionais o respeito a um procedimento bem mais severo e rigoroso do que aquele
estabelecido para a construção da legislação ordinária, conforme preceitua o art. 60, CF/88.

QUESTÃO 06

[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, das
concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o item a seguir.
A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal.

Comentário:

Eis um item verdadeiro. Na estruturação do nosso ordenamento jurídico, a Constituição Federal, norma fundante, é
aquela que confere fundamento e validade a todas as demais, consideradas normas fundadas. Sendo assim, não se
situa no mesmo plano hierárquico das normas infraconstitucionais e infralegais: ocupa, sozinha, o ápice do
ordenamento jurídico. É, portanto, um diploma que goza de supremacia material e formal diante de todas as demais.
Material porque em seu texto estão estruturados os temas mais essenciais para a organização do Estado. Formal
porque suas normas são superiores e só podem ser modificadas por um rito mais solene e gravoso do que aquele
previsto para os diplomas inferiores.

QUESTÃO 07

[CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa] Acerca do Estado federal brasileiro, tendo como
referência a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.

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Dada a subordinação dos entes federados à força normativa da CF, seu preâmbulo deve ser obrigatoriamente
reproduzido nas constituições estaduais.
Comentário:

A assertiva é falsa. De acordo com entendimento firmado pelo STF, o preâmbulo não é norma jurídica e, tampouco,
norma constitucional. Deste modo, não vincula as Constituições estaduais, que não estão obrigadas a reproduzi-lo.

QUESTÃO 08

[CESPE - 2016 - PGE-AM - Procurador do Estado] Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de normas
constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito.
Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, ao elaborar as suas próprias leis
fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos naquilo que for cabível.
Comentário:

Os Estados, ao elaborar suas Constituições, não estão obrigados a reproduzir o preâmbulo da Constituição Federal, vez
que ele não possui força normativa. Sendo assim, nada impede que os Estados, caso optem por reproduzir o texto do
preâmbulo da CF, realizem adaptações. Deste modo, a assertiva apresentada pelo examinador é verdadeira.

QUESTÃO 09

[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III] À luz dos princípios
fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro, julgue o item a seguir.
Quando um estado da Federação deixa de invocar a proteção de Deus no preâmbulo de sua constituição, contraria a CF,
pois tal invocação é norma central do direito constitucional positivo brasileiro.
Comentário:

Não há dúvidas de que estamos diante de uma assertiva falsa. De acordo com o STF, o preâmbulo da Constituição
Federal não é norma jurídica e, sendo assim, não vincula os Estados na confecção de suas Constituições Estaduais. Foi
exatamente isso que nossa Suprema Corte firmou no julgamento da ADI 2076, ao explicitar que a ausência da expressão
“sob a proteção de Deus” na Constituição Estadual do Acre não violou a Constituição Federal.

QUESTÃO 10

[CESPE - 2012 - ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5] A respeito de constitucionalismo,
interpretação, eficácia e hierarquia das normas constitucionais, julgue o item que se segue.
As emendas constitucionais têm o mesmo grau hierárquico que as normas constitucionais originárias e, por isso, não
estão sujeitas a controle de constitucionalidade.
Comentário:

Ainda que não exista hierarquia entre as normas constitucionais originárias e derivadas, elas se diferem no seguinte
aspecto: as normas constitucionais derivadas, se não forem produzidas de acordo com as regras inseridas pelo Poder
Constituinte Originário, estão sujeitas à controle de constitucionalidade. Ao contrário das normas constitucionais
originárias, que serão sempre constitucionais. Sendo assim, não há dúvida meu caro aluno, que estamos diante de uma
assertiva é falsa.

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Questões para treinar - FCC

QUESTÃO 01

[FCC - 2015 - TCE-CE - Procurador de Contas - Adaptada] Julgue a assertiva:

A Constituição do Império do Brasil, de 1824, é considerada semirrígida porque apenas as matérias propriamente
constitucionais − e assim apontadas pelo texto constitucional − exigiam modificação com as formalidades inerentes à
rigidez constitucional, ficando as demais matérias ao alcance da lei comum.

QUESTÃO 02

[FCC - 2017 - DPE-PR- Defensor Público] Quanto às classificações das constituições, é correto afirmar que

a) as constituições-garantia se caracterizam por conterem em seu corpo um conjunto de normas que visam garantir aos
cidadãos direitos econômicos, sociais e culturais, estabelecendo metas de ações para o Estado.
b) a Constituição Brasileira de 1988 é democrática, rígida (ou super rígida), prolixa e ortodoxa.

c) as constituições cesaristas, normalmente autoritárias, partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios
e de ideologias bem declaradas.
d) as constituições escritas são caracterizadas por um conjunto de normas de direito positivo.

e) as constituições históricas são concebidas a partir de evento determinado no tempo, esvaziando a influência dos
demais períodos e costumes de determinado povo.

QUESTÃO 03

[FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] É correto classificar a
Constituição Federal brasileira de 1988, quanto
A) à origem, como outorgada, pois não foi votada e aprovada diretamente pelo povo, mas tão somente por seus
representantes.
B) à extensão, como sintética, por abordar, muitas vezes de forma minuciosa, todos os assuntos que os representantes
do povo entenderam fundamentais.
C) ao modo de elaboração, como histórica, constituída através de um lento e contínuo processo de formação ao longo
do tempo.
D) ao conteúdo, como formal, em razão de ter elegido como critério preponderante o processo de sua formação, e não
o conteúdo de suas normas.
E) à alterabilidade, como semirrígida, em razão de algumas matérias exigirem um processo de alteração mais
dificultoso do que o exigido para a alteração das espécies normativas infraconstitucionais.

QUESTÃO 04

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Aula 4: Classificações das Constituições

[FCC - 2016 - AL-MS - Agente de Apoio Legislativo] É possível classificar a Constituição Federal Brasileira de 1988
como
A) promulgada, escrita, formal e rígida.

B) outorgada, histórica, formal e rígida.

C) promulgada, material, não escrita e flexível.

D) outorgada, analítica, imutável e histórica.

E) cesarista, semirrígida, sintética e escrita.

QUESTÃO 05

[FCC - 2017 - FUNAPE - Analista Jurídico Previdenciário-Adaptada] Considerando a classificação das constituições
quanto a sua mutabilidade, a Constituição Federal vigente é
A) analítica, uma vez que é minuciosa, extensa, dispondo não somente sobre a organização do Estado brasileiro, mas
também sobre matérias que seriam próprias da legislação ordinária, o que dificulta a alteração do ordenamento jurídico
brasileiro.
B) dirigente, uma vez que estabelece diretrizes e metas ao legislador, demandando que seja reformada quando
alcançados os objetivos do constituinte.
C) flexível, uma vez que sua carga principiológica permite ao legislador interpretá-la e dar-lhe significado por
intermédio da legislação ordinária, o que permite a evolução da Constituição sem que ela seja formalmente alterada.
D) rígida, uma vez que apenas pode ser alterada por procedimento específico diverso do previsto para a elaboração das
leis ordinárias e complementares, dificultando sua modificação.

QUESTÃO 06

[FCC - 2016 - AL-MS - Auxiliar de Enfermagem] No que concerne à classificação das constituições, segundo a doutrina
constitucionalista brasileira, a Constituição Federal de 1988 é considerada escrita, dogmática,
A) promulgada, rígida, analítica e formal.

B) promulgada, semirrígida, analítica e material.

C) outorgada, rígida, analítica e formal.

D) promulgada, flexível, sintética e formal.

E) outorgada, semirrígida, sintética e material.

QUESTÃO 07

[FCC - 2015 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Judiciária] O Texto Constitucional decorrente dos
trabalhos realizados por órgão constituinte democraticamente eleito, que sistematiza as ideias e os princípios
fundamentais da teoria política e do direito prevalente em determinado momento histórico é denominado, quanto ao
modo de sua elaboração, de

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A) flexível.

B) rígido.

C) semirrígido.

D) dogmático.

E) outorgado.

QUESTÃO 08

[FCC - 2009 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados] A Constituição que
prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio
da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como:
A) sintética.

B) pactuada.

C) analítica.

D) dirigente.

E) dualista.

QUESTÃO 09

[FCC - 2015 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Técnico Judiciário - Administrativa] Em relação à sua mutabilidade ou
alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas em:
A) flexíveis, rígidas, semirrígidas ou semiflexíveis, e superrígidas.

B) delegadas, outorgadas ou consensuais.

C) analíticas ou sintéticas.

D) escritas, costumeiras ou mistas.

E) originárias ou derivadas.

QUESTÃO 10

[FCC - 2015 - Prefeitura de São Luís - MA - Auditor de Controle Interno - Engenharia Elétrica] Considera-se
dogmática a Constituição
A) não escrita, resultante de formação histórica e cultural que sedimenta as normas fundamentais de organização de
um determinado Estado.
B) escrita, elaborada por um órgão constituinte e que sistematiza as ideias fundamentais da teoria política e do Direito
predominantes em determinado momento histórico.

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C) que se origina de um órgão constituinte, composto de representantes do povo eleitos especificamente para elaborá-
la, podendo ser escrita ou não escrita.
D) que traz as normas constitucionais escritas ou costumeiras, que regulam a estrutura do Estado, a organização de
seus órgãos e os direitos fundamentais.
E) que pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmo processo de elaboração das leis ordinárias.

Gabarito Comentado
QUESTÃO 01

[FCC - 2015 - TCE-CE - Procurador de Contas - Adaptada] Julgue a assertiva:

A Constituição do Império do Brasil, de 1824, é considerada semirrígida porque apenas as matérias propriamente
constitucionais − e assim apontadas pelo texto constitucional − exigiam modificação com as formalidades inerentes à
rigidez constitucional, ficando as demais matérias ao alcance da lei comum.
Comentário:

Afirmativa correta. A Constituição Imperial foi a única da nossa história constitucional considerada do tipo semirrígida
(ou semiflexível), em virtude da previsão constante em seu art. 178, que exigia um procedimento especial de alteração
para apenas algumas normas constitucionais específicas, enquanto as demais poderiam ser reformadas seguindo
processo menos complexo, menos dificultoso. Não custa aproveitar o momento para, mais uma vez, lhe lembrar que
nossa atual Constituição, de 1988, é classificada como rígida.

QUESTÃO 02

[FCC - 2017 - DPE-PR- Defensor Público] Quanto às classificações das constituições, é correto afirmar que

a) as constituições-garantia se caracterizam por conterem em seu corpo um conjunto de normas que visam garantir aos
cidadãos direitos econômicos, sociais e culturais, estabelecendo metas de ações para o Estado.
b) a Constituição Brasileira de 1988 é democrática, rígida (ou super rígida), prolixa e ortodoxa.

c) as constituições cesaristas, normalmente autoritárias, partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios
e de ideologias bem declaradas.
d) as constituições escritas são caracterizadas por um conjunto de normas de direito positivo.

e) as constituições históricas são concebidas a partir de evento determinado no tempo, esvaziando a influência dos
demais períodos e costumes de determinado povo.
Comentário:

O item da letra ‘a’ está incorreto. As constituições-garantia, também denominadas constituições-quadro, se


caracterizam por conterem em seu corpo um conjunto de normas que visam garantir a liberdade dos cidadãos,
estabelecendo espaços de não atuação e não interferência estatal na vida privada dos indivíduos. Quanto a assertiva ‘b’,
o único erro foi classificar a Constituição brasileira como ortodoxa, uma vez que o documento constitucional dessa
natureza é construído a partir de um pensamento único e avesso ao pluralismo ideológico, isto é, um texto que descarta

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Aula 4: Classificações das Constituições

qualquer possibilidade de convivência entre diferentes grupos políticos e distintas teorias. Nossa Constituição vigente,
ao contrário, é considerada eclética, uma vez que seu texto é produto de uma composição variada de acordos
heterogêneos que denotam a existência de uma pluralidade de ideologias e diversos grupos políticos coexistentes.
Ainda sobre a letra ‘b’, não podemos deixar de notar que a FCC mencionou que nossa Constituição é rígida, seguindo a
doutrina majoritária. Todavia, citou entre parênteses a possibilidade de ela ser encarada como semirrígida, segundo a
doutrina minoritária (do Ministro Alexandre de Moraes).
Em relação a letra ‘c’, é uma assertiva incorreta, pois as constituições cesaristas, em verdade, caracterizam-se por
serem autoritárias, traduzindo a vontade do detentor do poder. A elaboração de seu texto não conta com a real
participação do povo, apesar de os cidadãos serem acionados para confirmar o documento (tentativa de conferir
aparência de legítima à tirânica e autoritária vontade do detentor do poder).
No que tange a letra ‘e’, é falsa porque a Constituição histórica é construída aos poucos, em um lento processo de
filtragem e absorção de ideais (por vezes contraditórias). Em outras palavras, este documento constitucional não é
formado de uma só vez, sendo produto da gradativa evolução jurídica e histórica de uma sociedade.
Por fim, a letra ‘d’ é a nossa resposta, visto que escrita é a Constituição na qual todos os dispositivos são escritos e estão
inseridos de modo sistemático em um único documento, de forma codificada — por isso diz-se que sua fonte normativa
é única.

QUESTÃO 03

[FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] É correto classificar a
Constituição Federal brasileira de 1988, quanto
A) à origem, como outorgada, pois não foi votada e aprovada diretamente pelo povo, mas tão somente por seus
representantes.
B) à extensão, como sintética, por abordar, muitas vezes de forma minuciosa, todos os assuntos que os representantes
do povo entenderam fundamentais.
C) ao modo de elaboração, como histórica, constituída através de um lento e contínuo processo de formação ao longo
do tempo.
D) ao conteúdo, como formal, em razão de ter elegido como critério preponderante o processo de sua formação, e não
o conteúdo de suas normas.
E) à alterabilidade, como semirrígida, em razão de algumas matérias exigirem um processo de alteração mais
dificultoso do que o exigido para a alteração das espécies normativas infraconstitucionais.
Comentário:

Você já sabe que, quanto à origem, nossa Constituição é promulgada, ou seja, foi construída com a participação
popular, razão pela qual você não marcará a alternativa ‘a’ como correta. A alternativa ’b’ também não poderá ser
assinalada, pois, ainda que nossa Constituição trate de todos os assuntos que os representantes do povo entenderam
como fundamentais para o funcionamento do Estado, isso a define como analítica e não sintética.
Quanto ao modo de elaboração, você já sabe que nossa Constituição é dogmática e não fruto de um lento processo
histórico. Sendo assim, a alternativa ‘c’ deverá ser excluída, assim como a alternativa ‘e’, que define nossa Constituição
como semirrígida quanto à sua alterabilidade (é rígida!).
Sendo assim, você deverá marcar a alternativa ‘d’ como correta, uma vez que, quanto ao conteúdo, nossa Constituição
é formal, ou seja, todas as normas ali inseridas são consideradas constitucionais, independente do tema que tratem.

QUESTÃO 04

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Aula 4: Classificações das Constituições

[FCC - 2016 - AL-MS - Agente de Apoio Legislativo] É possível classificar a Constituição Federal Brasileira de 1988
como
A) promulgada, escrita, formal e rígida.

B) outorgada, histórica, formal e rígida.

C) promulgada, material, não escrita e flexível.

D) outorgada, analítica, imutável e histórica.

E) cesarista, semirrígida, sintética e escrita.

Comentário:

Já sabemos que, quanto à origem, nosso texto constitucional é classificado como promulgado; sua forma é escrita; seu
conteúdo é formal e o seu processo de alteração é mais complexo do que aquele previsto para as normas
infraconstitucionais (o que denota sua rigidez). Deste modo, a alternativa ‘a’ deverá ser assinalada.

QUESTÃO 05

[FCC - 2017 - FUNAPE - Analista Jurídico Previdenciário-Adaptada] Considerando a classificação das constituições
quanto a sua mutabilidade, a Constituição Federal vigente é
A) analítica, uma vez que é minuciosa, extensa, dispondo não somente sobre a organização do Estado brasileiro, mas
também sobre matérias que seriam próprias da legislação ordinária, o que dificulta a alteração do ordenamento jurídico
brasileiro.
B) dirigente, uma vez que estabelece diretrizes e metas ao legislador, demandando que seja reformada quando
alcançados os objetivos do constituinte.
C) flexível, uma vez que sua carga principiológica permite ao legislador interpretá-la e dar-lhe significado por
intermédio da legislação ordinária, o que permite a evolução da Constituição sem que ela seja formalmente alterada.
D) rígida, uma vez que apenas pode ser alterada por procedimento específico diverso do previsto para a elaboração das
leis ordinárias e complementares, dificultando sua modificação.
Comentário:

Perceba que o examinador pede que você marque a alternativa que classifique nossa Constituição quanto à sua
mutabilidade, ou seja, quanto à sua estabilidade. Por esta razão você poderá excluir as alternativas ‘a’ e ‘b’ (uma trata
da extensão da CF, a outra da finalidade).
A alternativa ‘c’ também não poderá ser marcada, pois, ainda que trate da mutabilidade, o faz de forma equivocada,
classificando nossa Constituição como flexível (e ainda define referida classificação de forma equivocada, mencionando
um fenômeno distinto, que é a ‘mutação constitucional’).
Por fim, a alternativa que você deverá marcar é a ‘d’, visto que quanto a sua mutabilidade, a Constituição Federal pode
ser classificada como rígida, ou seja, há um processo específico que deve ser observado pelo poder constituinte
reformador e este processo é bem mais solene e complexo do que aquele previsto para a elaboração da legislação
ordinária.

QUESTÃO 06

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Aula 4: Classificações das Constituições

[FCC - 2016 - AL-MS - Auxiliar de Enfermagem] No que concerne à classificação das constituições, segundo a doutrina
constitucionalista brasileira, a Constituição Federal de 1988 é considerada escrita, dogmática,
A) promulgada, rígida, analítica e formal.

B) promulgada, semirrígida, analítica e material.

C) outorgada, rígida, analítica e formal.

D) promulgada, flexível, sintética e formal.

E) outorgada, semirrígida, sintética e material.

Comentário:

Para respondermos essa questão é necessário recordar que nossa atual Constituição pode ser assim classificada:

- Quanto à origem: é promulgada;

- Quanto à estabilidade: é rígida;

- Quanto à forma: é escrita;

- Quanto ao modo de elaboração: é dogmática;

- Quanto à extensão: é analítica;

- Quanto ao conteúdo: é formal.

Destarte, podemos assinalar a letra ‘a’.

QUESTÃO 07

[FCC - 2015 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Judiciária] O Texto Constitucional decorrente dos
trabalhos realizados por órgão constituinte democraticamente eleito, que sistematiza as ideias e os princípios
fundamentais da teoria política e do direito prevalente em determinado momento histórico é denominado, quanto ao
modo de sua elaboração, de
A) flexível.

B) rígido.

C) semirrígido.

D) dogmático.

E) outorgado.

Comentário:

Quanto ao modo de elaboração há duas classificações possíveis: dogmática ou história. A Constituição classificada
como dogmática, é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa, historicamente
determinada, por um órgão competente para tanto. Retrata os valores e os princípios que vigoravam na sociedade
naquele específico período de produção e os insere em seu texto, fazendo com que ganhem a força jurídica de

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dispositivos obrigatórios. É uma Constituição feita de uma só vez, em um período histórico delimitado. A letra ‘d’ está
correta.

QUESTÃO 08

[FCC - 2009 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados] A Constituição que
prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio
da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como:
A) sintética.

B) pactuada.

C) analítica.

D) dirigente.

E) dualista.

Comentário:

Como vimos acima, a Constituição elaborada de forma reduzida, com preocupação única de enunciar os princípios
básicos para a estruturação estatal, mantendo-se restrita aos assuntos que realmente são constitucionais classifica-se
como sintética. Nossa resposta é a letra ‘a’.

QUESTÃO 09

[FCC - 2015 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Técnico Judiciário - Administrativa] Em relação à sua mutabilidade ou
alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas em:
A) flexíveis, rígidas, semirrígidas ou semiflexíveis, e superrígidas.

B) delegadas, outorgadas ou consensuais.

C) analíticas ou sintéticas.

D) escritas, costumeiras ou mistas.

E) originárias ou derivadas.

Comentário:

Quanto à sua mutabilidade (ou estabilidade) a Constituição pode ser classificada como:

- Flexível: uma vez que pode ser modificada por intermédio de um procedimento legislativo comum, ordinário, não
requerendo qualquer processo específico para sua alteração;
- Rígida: a alteração desta Constituição é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que
aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais;
- Semirrígida: também conhecida como semiflexível – quando o mesmo documento constitucional pode ser modificado
segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma esteja para ser alterada;

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- Superrígida: quando em regra a Constituição poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas,
excepcionalmente, em alguns pontos é imutável.
Podemos concluir que a letra ‘a’ deve ser assinalada. Note que, mais uma vez, a FCC considerou como possível a
classificação apresentada pelo Ministro Alexandre de Moraes em sua obra doutrinária.

QUESTÃO 10

[FCC - 2015 - Prefeitura de São Luís - MA - Auditor de Controle Interno - Engenharia Elétrica] Considera-se
dogmática a Constituição
A) não escrita, resultante de formação histórica e cultural que sedimenta as normas fundamentais de organização de
um determinado Estado.
B) escrita, elaborada por um órgão constituinte e que sistematiza as ideias fundamentais da teoria política e do Direito
predominantes em determinado momento histórico.
C) que se origina de um órgão constituinte, composto de representantes do povo eleitos especificamente para elaborá-
la, podendo ser escrita ou não escrita.
D) que traz as normas constitucionais escritas ou costumeiras, que regulam a estrutura do Estado, a organização de
seus órgãos e os direitos fundamentais.
E) que pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmo processo de elaboração das leis ordinárias.

Comentário:

Recorde que a Constituição dogmática é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa,
historicamente determinada, por um órgão competente para tanto. Retrata os valores e os princípios que vigoravam na
sociedade naquele específico período de produção e os insere em seu texto, fazendo com que ganhem a força jurídica
de dispositivos obrigatórios. É uma Constituição feita de uma só vez, em um período histórico delimitado. Dessa forma,
a letra ‘b’ deve ser assinalada.

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Questões para treinar - VUNESP

QUESTÃO 01

[VUNESP - 2014 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento] Assinale a alternativa que define
corretamente uma Constituição rígida.
A) Constituição rígida é aquela elaborada e outorgada por um determinado governante e sem a participação popular.

B) Constituição rígida é aquela alterável somente por procedimentos especiais e solenes, diferentes daqueles exigidos
para a elaboração da legislação complementar ou ordinária.
C) Constituição rígida é aquela originada de um órgão formado por representantes do povo, especialmente eleitos para
a correspondente elaboração.
D) Constituição rígida é aquela aperfeiçoada por escrito e por um órgão constituinte específico, a definir os dogmas
fundamentais da política e do direito dominantes em determinado momento.

QUESTÃO 02

[VUNESP - 2018 - Câmara de Campo Limpo Paulista - SP - Procurador Jurídico] As constituições que resultam dos
trabalhos de um órgão constituinte sistematizador das ideias e princípios fundamentais da teoria política e do direito
dominante naquele momento são denominadas constituições
A) dogmáticas.

B) pactuadas.

C) democráticas.

D) semânticas.

E) ecléticas.

QUESTÃO 03

[VUNESP - 2018 - Câmara de Itaquaquecetuba - SP - Procurador Jurídico] Dentre as classificações atribuídas às


Constituições, é correto assinalar que a Constituição Brasileira de 1988 é
A) cesarista quanto à origem e sintética quanto à extensão.

B) dogmática quanto ao modo de elaboração e heterônoma quanto à sua origem de decretação.

C) rígida quanto à alterabilidade e analítica quanto à extensão.

D) pactuada quanto à origem e analítica quanto à extensão.

E) histórica quanto ao modo de elaboração e plástica quanto à alterabilidade.

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QUESTÃO 04

[VUNESP - 2018 - PGE-SP - Procurador do Estado] Assinale a alternativa correta que justifica a classificação da atual
Constituição Federal brasileira como rígida.
A) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma legislatura.
B) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta exclusiva do Presidente da República; de um terço,
no mínimo, dos membros do Congresso Nacional, ou das Assembleias Legislativas das unidades de Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria absoluta de seus membros.
C) A proposta de emenda à Constituição deverá ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Será então
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número, não estando
sujeita à sanção ou ao veto do Presidente da República.
D) Os tratados e convenções internacionais que forem aprovados, via decreto legislativo especial, com o respectivo
número, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais, após a devida sanção ou veto do Presidente da República.
E) A garantia de que somente as normas materialmente constitucionais possam ser submetidas ao processo de reforma
via emenda constitucional.

QUESTÃO 05

[VUNESP - 2016 - Câmara Municipal de Poá - SP - Procurador Jurídico] A Constituição Federal Brasileira de 1988 pode
ser classificada como
A) dogmática, outorgada e rígida.

B) histórica, promulgada e flexível.

C) dogmática, promulgada e rígida.

D) histórica, promulgada e rígida.

E) histórica, outorgada e flexível.

Comentário:

A Constituição Federal de 1988, por ser traduzida em um documento escrito, elaborado em ocasião certa, é classificada
quanto ao seu modo de elaboração como uma constituição dogmática. Além disso, teve seu texto criado através da
participação popular, sendo assim, é promulgada (ou popular) quanto à sua origem.
Por fim, por necessitar de um processo específico de modificação, mais dificultoso do que aquele previsto para leis
infraconstitucionais, é classificada, quanto à sua estabilidade, como rígida.
Sendo assim, nossa alternativa correta é a ‘c’.

Gabarito Comentado

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QUESTÃO 01

[VUNESP - 2014 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento] Assinale a alternativa que define
corretamente uma Constituição rígida.
A) Constituição rígida é aquela elaborada e outorgada por um determinado governante e sem a participação popular.

B) Constituição rígida é aquela alterável somente por procedimentos especiais e solenes, diferentes daqueles exigidos
para a elaboração da legislação complementar ou ordinária.
C) Constituição rígida é aquela originada de um órgão formado por representantes do povo, especialmente eleitos para
a correspondente elaboração.
D) Constituição rígida é aquela aperfeiçoada por escrito e por um órgão constituinte específico, a definir os dogmas
fundamentais da política e do direito dominantes em determinado momento.
Comentário:

Sem grandes dificuldades, marque como correta a alternativa ‘b’. Vamos agitar verificar o erro das demais proposições!

A letra ‘a’ conceitua uma Constituição outorgada, enquanto a alternativa ‘c’ se ocupa de definir uma Constituição
promulgada. A letra ‘d’ nos apresenta o conceito de Constituição dogmática.

QUESTÃO 02

[VUNESP - 2018 - Câmara de Campo Limpo Paulista - SP - Procurador Jurídico] As constituições que resultam dos
trabalhos de um órgão constituinte sistematizador das ideias e princípios fundamentais da teoria política e do direito
dominante naquele momento são denominadas constituições
A) dogmáticas.

B) pactuadas.

C) democráticas.

D) semânticas.

E) ecléticas.

Comentário:

O enunciado da questão define Constituições que podem ser classificadas como dogmáticas. A Constituição dogmática
é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa, historicamente determinada, por um
órgão competente para tanto. A letra ‘a’, portanto, deve ser assinalada.

QUESTÃO 03

[VUNESP - 2018 - Câmara de Itaquaquecetuba - SP - Procurador Jurídico] Dentre as classificações atribuídas às


Constituições, é correto assinalar que a Constituição Brasileira de 1988 é
A) cesarista quanto à origem e sintética quanto à extensão.

B) dogmática quanto ao modo de elaboração e heterônoma quanto à sua origem de decretação.

C) rígida quanto à alterabilidade e analítica quanto à extensão.

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D) pactuada quanto à origem e analítica quanto à extensão.

E) histórica quanto ao modo de elaboração e plástica quanto à alterabilidade.

Comentário:

Nossa alternativa correta é a constante da letra ‘c’! Já sabemos que a Constituição Federal Brasileira, para ser alterada,
depende de um processo mais dificultoso e solene do que aquele utilizado para a modificação das leis
infraconstitucionais. Quanto à sua extensão, vez que o texto constitucional não se preocupa em tratar apenas de
assuntos considerados fundamentais para a organização e funcionamento do Estado, descrevendo seus pormenores, é
classificada como analítica.

QUESTÃO 04

[VUNESP - 2018 - PGE-SP - Procurador do Estado] Assinale a alternativa correta que justifica a classificação da atual
Constituição Federal brasileira como rígida.
A) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma legislatura.
B) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta exclusiva do Presidente da República; de um terço,
no mínimo, dos membros do Congresso Nacional, ou das Assembleias Legislativas das unidades de Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria absoluta de seus membros.
C) A proposta de emenda à Constituição deverá ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Será então
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número, não estando
sujeita à sanção ou ao veto do Presidente da República.
D) Os tratados e convenções internacionais que forem aprovados, via decreto legislativo especial, com o respectivo
número, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais, após a devida sanção ou veto do Presidente da República.
E) A garantia de que somente as normas materialmente constitucionais possam ser submetidas ao processo de reforma
via emenda constitucional.
Comentário:

Nossa alternativa correta é a letra ‘c’: sabemos que em razão de ser rígida, nossa Constituição Federal, para ser
alterada, depende de um processo legislativo mais solene, complexo e dificultoso do que aquele previsto para a
confecção das normas infraconstitucionais (leis ordinárias e leis complementares). Tal procedimento está descrito no
art. 60 do texto constitucional. As demais alternativas contêm erros. Senão vejamos:
- Na letra ‘a’, temos o uso equivocado do termo ‘legislatura’, em substituição à expressão ‘sessão legislativa’ (prevista
no art. 60, § 5°, CF/88).
- Na letra ‘b’, há afronta ao previsto no art. 60, incisos II (1/3 dos membros da CD ou do SF) e III (a maioria é relativa e
não absoluta, como citado pela questão).
- Na letra ‘d’, há dissonância com o art. 5°, § 3°, CF/88.

- Na letra ‘e’, o erro está em afirmar que somente as normas materialmente constitucionais podem ser objeto de
reforma constitucional (sendo que, em verdade, qualquer norma constitucional pode ser submetida ao procedimento
de reforma, até mesmo as cláusulas pétreas do art. 60, § 4° – desde que a proposição não seja abolitiva ou restritiva).

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QUESTÃO 05

[VUNESP - 2016 - Câmara Municipal de Poá - SP - Procurador Jurídico] A Constituição Federal Brasileira de 1988 pode
ser classificada como
A) dogmática, outorgada e rígida.

B) histórica, promulgada e flexível.

C) dogmática, promulgada e rígida.

D) histórica, promulgada e rígida.

E) histórica, outorgada e flexível.

Comentário:

A Constituição Federal de 1988, por ser traduzida em um documento escrito, elaborado em ocasião certa, é classificada
quanto ao seu modo de elaboração como uma constituição dogmática. Além disso, teve seu texto criado através da
participação popular, sendo assim, é promulgada (ou popular) quanto à sua origem.
Por fim, por necessitar de um processo específico de modificação, mais dificultoso do que aquele previsto para leis
infraconstitucionais, é classificada, quanto à sua estabilidade, como rígida.
Sendo assim, nossa alternativa correta é a ‘c’.

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Questões para treinar

QUESTÃO 01

[FGV - 2015 - TJ-RO - Oficial de Justiça] Após um conflito armado interno, o líder do movimento revolucionário
vitorioso, rompendo com suas promessas, deixou de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte e elaborou,
sozinho, a nova Constituição. Ato contínuo, convocou um plebiscito para que o texto fosse aprovado pelo povo, o que
efetivamente foi feito, daí resultando a sua entrada em vigor. A nova Constituição estabeleceu um processo
diferenciado para a sua reforma, bem mais complexo que aquele afeto às leis em geral, isso com exceção de algumas
poucas normas afetas a certas matérias, que poderiam ser alteradas da mesma maneira que as leis ordinárias. Além
disso, dispôs que os direitos fundamentais seriam cláusulas pétreas, não podendo ser alterados por uma reforma
constitucional. Considerando os critérios de classificação dos textos constitucionais, essa Constituição é:
A) bonapartista quanto à origem e rígida quanto à estabilidade;

B) outorgada quanto à origem e flexível quanto à estabilidade;

C) promulgada quanto à origem e semirrígida quanto à estabilidade;

D) outorgada quanto à origem e semiflexível quanto à estabilidade;

E) cesarista quanto à origem e semiflexível quanto à estabilidade.

QUESTÃO 02

[FGV - 2012 - Senado Federal - Analista Legislativo – Taquigrafia] A Constituição Federal pode ser classificada como:

A) Rígida, formal, promulgada e analítica.

B) Analítica, outorgada, dogmática e escrita.

C) Escrita, definitiva, semirrígida e formal.

D) Formal, escrita, analítica e sintética.

E) Escrita, promulgada, rígida e semântica.

QUESTÃO 03

[FGV - 2015 - TJ-PI - Analista Judiciário - Analista Administrativo] A Constituição do Estado de Direito X, recém
promulgada, dispôs que (1) certas normas nela inseridas eram insuscetíveis de alteração por qualquer processo de
reforma constitucional, (2) outras poderiam ser alteradas com observância das regras do processo legislativo ordinário
e ainda indicou (3) aquelas que exigiriam um processo mais complexo para reforma, com menor número de legitimados
à sua deflagração e quórum qualificado de aprovação. Sob a ótica da estabilidade, é correto afirmar que essa
Constituição é:
A) rígida;

B) permeável;

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C) flexível;

D) oscilante;

E) semirrígida.

QUESTÃO 04

[FGV - 2013 - CONDER – Advogado - Adaptada] Acerca da classificação das Constituições e dos métodos de
interpretação constitucional, julgue a assertiva:
A Constituição-garantia tende a focalizar suas normas na estrutura do poder, delimitando as atividades políticas,
traçando metas, programas de ação e objetivos para as atividades do Estado no âmbito social, cultural e econômico.

QUESTÃO 05

[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988,
tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta:
A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e
outras normas passíveis de alteração.
B) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do exercício da democracia indireta, por
meio de representantes eleitos.
C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um texto escrito
quanto por usos e costumes internacionais.
D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas formalmente
constitucionais.
E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu núcleo rígido não
pode ser alterado nem mesmo por Emenda.

QUESTÃO 06

[FGV - 2010 - BADESC – Advogado] Considerando os critérios de classificação das constituições quanto à sua origem,
estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:
A) promulgada, rígida e sintética.

B) outorgada, semirrígida e analítica.

C) promulgada, rígida e analítica.

D) outorgada, semirrígida e sintética.

E) promulgada, flexível e analítica.

QUESTAO 07

[FGV - 2008 - TJ-PA – Juiz] A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 deve ser classificada como:

A) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; promulgada,
quanto à origem; flexível, quanto à estabilidade.

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B) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada,
quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade.
C) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à
origem; rígida, quanto à estabilidade.
D) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; outorgada,
quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade, haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes.
E) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada,
quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.

QUESTÃO 08

[FGV - 2018 - AL-RO - Advogado] O grupo que tomou o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão de
notáveis para elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação popular, tendo a população
liberdade para escolher entre as opções sim e não. Com a aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com
a edição de decreto da junta de governo.
Para facilitar a atualização do texto constitucional, foi previsto que parte de suas normas poderia ser alterada com
observância do processo legislativo regular, enquanto a alteração das normas restantes exigiria um processo legislativo
qualificado.
A Constituição, além disso, buscou encampar distintas concepções ideológicas, como a livre iniciativa e a função social
da propriedade.
A Constituição acima descrita pode ser classificada como:

A) revolucionária, semirrígida e ideologicamente neutra.

B) cesarista, semirrígida e compromissória.

C) promulgada, formal e compromissória.

D) liberal-social, outorgada e dirigente.

E) cesarista, flexível e dirigente.

QUESTÃO 09

[FGV - 2016 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - Prova II] Edilberto,
advogado constitucionalista, idealizou um modelo constitucional com as seguintes características: a primeira parte não
poderia sofrer qualquer tipo de alteração, devendo permanecer imutável; a segunda parte poderia ser alterada a partir
de um processo legislativo qualificado, mais complexo que aquele inerente à legislação infraconstitucional; e a terceira
parte poderia ser alterada com observância do mesmo processo legislativo afeto à legislação infraconstitucional.
À luz da classificação predominante das Constituições, é correto afirmar que uma Constituição dessa natureza seria
classificada como
A) rígida.

B) flexível.

C) semirrígida.

D) fortalecida.

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E) plástica.

QUESTÃO 10

[FGV - 2016 - MPE-RJ - Técnico do Ministério Público – Administrativa] Pedro, estudante de direito, disse ao seu
professor que lera, em um livro, que a Constituição brasileira era classificada como rígida. O professor explicou-lhe que
deve ser classificada como rígida a Constituição que:
A) precise ser observada por todos os que vivam no território do respectivo País;

B) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Constituições que se formam a partir do costume;

C) vincule todas as estruturas estatais de poder aos seus comandos;

D) só possa ser reformada mediante um processo legislativo qualificado, mais complexo que o comum;

E) não possa ser revogada por outra Constituição, ainda que haja uma revolução.

QUESTÃO 11

[FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01] Após uma revolução que culminou com a derrubada do
regime anterior, o grupo político dominante do País Alfa resolveu solicitar que uma comissão de notáveis elaborasse um
projeto de Constituição, submetendo-o, ato contínuo, a referendo popular. A Constituição assim elaborada buscou
conciliar inúmeras correntes políticas aparentemente opostas entre si e direcionar as políticas públicas a serem
adotadas para a implementação dos direitos sociais, além de ter exigido um procedimento qualificado para a reforma
de parte de seus comandos, considerados materialmente constitucionais, enquanto a outra parte poderia ser alterada
com observância do mesmo procedimento afeto à lei ordinária. Por fim, observa-se que essa Constituição era
demasiado extensa.
A Constituição assim descrita é classificada como

A) bonapartista, compromissória, de garantia, rígida e sintética.

B) cesarista, compromissória, dirigente, semirrígida e analítica.

C) bonapartista, ortodoxa, dirigente, semirrígida e analítica.

D) cesarista, pragmática, dirigente, semirrígida e sintética.

E) outorgada, eclética, de garantia, flexível e analítica.

QUESTÃO 12

[FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária] Após um golpe de Estado, o líder do movimento armado
vitorioso solicitou que uma comissão de apoiadores, sob sua orientação, elaborasse um projeto de Constituição, o qual
foi submetido a plebiscito popular, sendo, ao final, aprovado e publicado com força normativa. Essa Constituição dispôs
que parte de suas normas exigiria a observância de um processo legislativo mais rigoroso para a sua alteração, com
quórum qualificado para a iniciativa e a aprovação, enquanto a outra parte poderia ser alterada conforme o processo
legislativo da lei ordinária.
Essa Constituição deve ser classificada como:

A) outorgada e rígida;

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Aula 4: Classificações das Constituições

B) popular e dogmática;

C) bonapartista e flexível;

D) cesarista e semirrígida;

E) promulgada e analítica.

QUESTÃO 13

[FGV - 2018 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária] Após um conflito armado interno, o grupo vitorioso elaborou
nova Constituição para o País Delta. Ato contínuo, submeteu o texto a plebiscito popular, daí resultando a sua
aprovação por larga maioria. A Constituição assim aprovada dispôs que parte de suas normas somente poderia ser
alterada com observância de um processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies legislativas,
enquanto que a outra parte poderia ser alterada com observância do processo legislativo adotado para as leis
ordinárias.
À luz da classificação das Constituições, a Constituição do País Delta pode ser classificada como:

A) democrática, material e rígida;

B) cesarista, formal e semirrígida;

C) promulgada, material e flexível;

D) participativa, formal e semirrígida;

E) popular, material e rígida.

QUESTÃO 14

[FGV - 2017 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Acerca da Constituição classificada, quanto à origem,
como cesarista, é correto afirmar que
A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão.

B) é formada por meio de plebiscito popular sobre um projeto já elaborado.

C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.

D) é oriunda dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte eleita para tanto.

E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa estipulação
unilateral camuflada.

Gabarito Comentado
QUESTÃO 01

[FGV - 2015 - TJ-RO - Oficial de Justiça] Após um conflito armado interno, o líder do movimento revolucionário
vitorioso, rompendo com suas promessas, deixou de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte e elaborou,
sozinho, a nova Constituição. Ato contínuo, convocou um plebiscito para que o texto fosse aprovado pelo povo, o que

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efetivamente foi feito, daí resultando a sua entrada em vigor. A nova Constituição estabeleceu um processo
diferenciado para a sua reforma, bem mais complexo que aquele afeto às leis em geral, isso com exceção de algumas
poucas normas afetas a certas matérias, que poderiam ser alteradas da mesma maneira que as leis ordinárias. Além
disso, dispôs que os direitos fundamentais seriam cláusulas pétreas, não podendo ser alterados por uma reforma
constitucional. Considerando os critérios de classificação dos textos constitucionais, essa Constituição é:
A) bonapartista quanto à origem e rígida quanto à estabilidade;

B) outorgada quanto à origem e flexível quanto à estabilidade;

C) promulgada quanto à origem e semirrígida quanto à estabilidade;

D) outorgada quanto à origem e semiflexível quanto à estabilidade;

E) cesarista quanto à origem e semiflexível quanto à estabilidade.

Comentário:

Podemos marcar a alternativa ‘e’ como nossa resposta. A Constituição em questão é cesarista (quanto à origem), já que
sua elaboração não contou com a participação do povo, mas foi submetida a uma consulta popular para que seu texto
fosse aprovado. Quanto à estabilidade, é também uma Constituição semiflexível (ou semirrígida), pois permite a
observância de procedimentos de reforma diferentes: algumas normas podem ser alteradas de acordo com um
procedimento legislativo ordinário, ao passo que outras normas somente podem ser alteradas por um processo
legislativo mais complexo e rigoroso.

QUESTÃO 02

[FGV - 2012 - Senado Federal - Analista Legislativo – Taquigrafia] A Constituição Federal pode ser classificada como:

A) Rígida, formal, promulgada e analítica.

B) Analítica, outorgada, dogmática e escrita.

C) Escrita, definitiva, semirrígida e formal.

D) Formal, escrita, analítica e sintética.

E) Escrita, promulgada, rígida e semântica.

Comentário:

Vamos assinalar a alternativa ‘a’ como nossa resposta. A Constituição Federal de 1988 é classificada (quanto à origem)
como rígida, porque, embora sua alteração seja possível, exige-se um processo legislativo mais complexo e difícil do
que o procedimento previsto para elaboração das leis ordinárias e complementares. É também (quanto ao conteúdo)
uma Constituição formal, pois todas as normas que estão inseridas na Constituição são constitucionais, ainda que o
conteúdo de algumas não possa ser considerado materialmente constitucional. Além disso, quanto à origem, é uma
Constituição promulgada (ou democrática), pois seu texto foi elaborado mediante participação popular indireta, por
meio de uma Assembleia Constituinte formada por representantes eleitos. Por fim, quanto à extensão, trata-se de uma
Constituição analítica, pois seus mais de 350 artigos indicam ser um documento extenso e prolixo.

QUESTÃO 03

[FGV - 2015 - TJ-PI - Analista Judiciário - Analista Administrativo] A Constituição do Estado de Direito X, recém
promulgada, dispôs que (1) certas normas nela inseridas eram insuscetíveis de alteração por qualquer processo de

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reforma constitucional, (2) outras poderiam ser alteradas com observância das regras do processo legislativo ordinário
e ainda indicou (3) aquelas que exigiriam um processo mais complexo para reforma, com menor número de legitimados
à sua deflagração e quórum qualificado de aprovação. Sob a ótica da estabilidade, é correto afirmar que essa
Constituição é:
A) rígida;

B) permeável;

C) flexível;

D) oscilante;

E) semirrígida.

Comentário:

Quanto à estabilidade, as Constituições podem ser classificadas como rígidas, flexíveis, imutáveis e semirrígidas. De
acordo com o enunciado, estamos diante de uma Constituição semirrígida – também conhecida como semiflexível –
pois o documento constitucional pode ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma esteja
para ser alterada. Neste tipo de Constituição, alguns artigos do texto (os que abrigam os preceitos mais importantes)
compõem a parte rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento diferenciado e
rigoroso, enquanto os demais (que compõe a parte flexível) se alteram seguindo processo menos complexo, menos
dificultoso. Nossa Constituição Imperial de 1824, em virtude da previsão constante do art. 178, era assim considerada.

QUESTÃO 04

[FGV - 2013 - CONDER – Advogado - Adaptada] Acerca da classificação das Constituições e dos métodos de
interpretação constitucional, julgue a assertiva:
A Constituição-garantia tende a focalizar suas normas na estrutura do poder, delimitando as atividades políticas,
traçando metas, programas de ação e objetivos para as atividades do Estado no âmbito social, cultural e econômico.
Comentário:

Item falso! Notou o porquê? A constituição classificada quanto à sua finalidade como “garantia” é aquela que restringe
o poder Estatal por possuir em seu corpo normativo direitos individuais oponíveis ao Estado, prevendo para o sujeito
liberdades negativas, que estabelecem espaços de não-atuação e não interferência estatal na vida privada. A assertiva
em estudo narra, por seu turno, um documento que poderia ser classificado como dirigente, haja vista ele traçar metas
e objetivos para o futuro, dirigindo a atuação estatal.

QUESTÃO 05

[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988,
tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta:
A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e
outras normas passíveis de alteração.
B) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do exercício da democracia indireta, por
meio de representantes eleitos.
C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um texto escrito
quanto por usos e costumes internacionais.

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D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas formalmente


constitucionais.
E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu núcleo rígido não
pode ser alterado nem mesmo por Emenda.
Comentário:

Nossa resposta está na letra ‘d’: de fato, na Constituição de 1988 temos normas materialmente constitucionais (uma
vez que tratam de matéria constitucional) e normas formalmente constitucionais (que estão inseridas no documento
ainda que seu conteúdo não seja considerado constitucional). Lembrando que, quanto ao conteúdo, nossa Constituição
é formal, vale dizer, todas as normas que estão inseridas no documento constitucional são constitucionais,
independentemente da matéria de que tratem. Vejamos agora, o erro das demais opções que o examinador nos deu:
- Alternativa ‘a’: a CF/88 é considerada como rígida por prever procedimento mais dificultoso para a alteração de suas
normas.
- Alternativa ‘b’: a CF/88 foi elaborada por uma Assembleia Constituinte que representava o povo, o que caracteriza um
documento promulgado/democrático.
- Alternativa ‘c’: nossa CF/88 é dogmática, traduzida em um único documento, necessariamente escrito.

- Alternativa ‘e’: ainda que existam normas constitucionais consideradas como “cláusulas pétreas” (que não podem ser
objeto de emenda se esta for restritiva ou abolitiva), a CF/88 é considerada como rígida.

QUESTÃO 06

[FGV - 2010 - BADESC – Advogado] Considerando os critérios de classificação das constituições quanto à sua origem,
estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:
A) promulgada, rígida e sintética.

B) outorgada, semirrígida e analítica.

C) promulgada, rígida e analítica.

D) outorgada, semirrígida e sintética.

E) promulgada, flexível e analítica.

Comentário:

Vejamos cada um dos pontos. Quanto à origem, nossa Constituição Federal de 1988 é classificada como promulgada,
pois seu texto foi elaborado com a participação do povo, de modo indireto. Quanto à estabilidade, trata-se de
Constituição rígida, já que a modificação do texto é permitida somente por meio de um procedimento legislativo mais
complexo e rigoroso do que o previsto para a confecção das leis ordinárias e complementares (vale a leitura do art. 60,
CF/88). Por fim, quanto à extensão, é uma Constituição analítica, ou seja, o texto constitucional é bastante prolixo, pois
sua confecção se deu de modo amplo e detalhado. Assim, podemos marcar a alternativa ‘c’ como nossa resposta.

QUESTAO 07

[FGV - 2008 - TJ-PA – Juiz] A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 deve ser classificada como:

A) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; promulgada,
quanto à origem; flexível, quanto à estabilidade.

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B) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada,
quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade.
C) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à
origem; rígida, quanto à estabilidade.
D) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; outorgada,
quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade, haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes.
E) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada,
quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.
Comentário:

Quanto ao conteúdo, nossa Constituição é considerada como formal. Quanto à forma, nossa CF/88 é classificada como
escrita. Quanto ao modo de elaboração, é considerada como dogmática. Por ter sido confeccionada com a participação
popular, a CF/88 é classificada quanto à sua origem como promulgada. Por fim, por prever um processo de modificação
de suas normas mais dificultoso e complexo do que aquele previsto para a feitura da legislação infraconstitucional, a
CF/88 é classificada, quanto à sua estabilidade, como rígida.
Sendo assim, a alternativa que devemos assinalar é a da letra ‘e’.

QUESTÃO 08

[FGV - 2018 - AL-RO - Advogado] O grupo que tomou o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão de
notáveis para elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação popular, tendo a população
liberdade para escolher entre as opções sim e não. Com a aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com
a edição de decreto da junta de governo.
Para facilitar a atualização do texto constitucional, foi previsto que parte de suas normas poderia ser alterada com
observância do processo legislativo regular, enquanto a alteração das normas restantes exigiria um processo legislativo
qualificado.
A Constituição, além disso, buscou encampar distintas concepções ideológicas, como a livre iniciativa e a função social
da propriedade.
A Constituição acima descrita pode ser classificada como:

A) revolucionária, semirrígida e ideologicamente neutra.

B) cesarista, semirrígida e compromissória.

C) promulgada, formal e compromissória.

D) liberal-social, outorgada e dirigente.

E) cesarista, flexível e dirigente.

Comentário:

No caso em tela, o grupo que tomou o poder, após o golpe de estado, constituiu uma comissão de notáveis para
elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação popular, tendo a população acolhido a
proposição. Veja que estamos diante de uma constituição cesarista, pois seu texto foi elaborado sem a participação do
povo, mas só entrou em vigor ratificação popular.
O examinador nos informou, também, que para facilitar a atualização do texto constitucional foi previsto que parte de
suas normas poderia ser modificada com observância do processo legislativo regular, enquanto a modificação das

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normas restantes exigiria um processo legislativo qualificado. Por força de tal previsão, a constituição pode ser
classificada como semirrígida (também conhecida como semiflexível), pois o documento constitucional pode ser
modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma esteja para ser alterada.
Por fim, temos a informação de que a Constituição buscou encampar distintas concepções ideológicas, como a livre
iniciativa e a função social da propriedade. Com base nessa informação, podemos concluir que se trata de uma
Constituição compromissória (ou eclética), pois possui em seu texto distintas concepções políticas e ideológicas. Sendo
assim, a letra ‘b’ é a nossa resposta, pois apresenta, de forma correta e, ainda, em ordem, as classificações do novo
texto constitucional mencionado pela questão.

QUESTÃO 09

[FGV - 2016 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - Prova II] Edilberto,
advogado constitucionalista, idealizou um modelo constitucional com as seguintes características: a primeira parte não
poderia sofrer qualquer tipo de alteração, devendo permanecer imutável; a segunda parte poderia ser alterada a partir
de um processo legislativo qualificado, mais complexo que aquele inerente à legislação infraconstitucional; e a terceira
parte poderia ser alterada com observância do mesmo processo legislativo afeto à legislação infraconstitucional.
À luz da classificação predominante das Constituições, é correto afirmar que uma Constituição dessa natureza seria
classificada como
A) rígida.

B) flexível.

C) semirrígida.

D) fortalecida.

E) plástica.

Comentário:

Vejamos cada uma das alternativas:

- letra ‘a’: incorreta. A Constituição rígida é aquela que permite a alteração de seu texto observando um único processo
legislativo, mais complexo e mais difícil do que o previsto para a elaboração das leis ordinárias e complementares;
- letra ‘b’: incorreta. A Constituição flexível permite que seu texto seja modificado por um procedimento legislativo
comum, ordinário – o mesmo processo observado na elaboração das normas infraconstitucionais (leis ordinárias e
complementares);
- letra ‘c’: correta, sendo, portanto, o nosso gabarito. A Constituição semirrígida, ou semiflexível, é aquela em que há
previsão de mais de um rito para a modificação de seu texto. Via de regra, os artigos que abrigam assuntos mais
importantes só podem ser reformados por um procedimento legislativo complexo e rigoroso, ao passo que os demais
dispositivos podem ser alterados mediante processo legislativo ordinário. Nossa 1ª Constituição Histórica (a Imperial,
de 1824) era desse tipo.
- letra ‘d’: incorreta, pois não há previsão desta classificação;

- letra ‘e’: incorreta. Aqui falta acordo doutrinário: enquanto alguns autores preceituam ser a Constituição plástica um
sinônimo de Constituição flexível, os demais veem o termo “plástica” como caractere que confere ao texto
constitucional certa maleabilidade, que o permite acompanhar as oscilações típicas da realidade fática. Seria, portanto,
uma Constituição que permitiria constantes releituras, cujo texto seria permanentemente reinterpretado para melhor
acompanhar as mutações da sociedade.

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QUESTÃO 10

[FGV - 2016 - MPE-RJ - Técnico do Ministério Público – Administrativa] Pedro, estudante de direito, disse ao seu
professor que lera, em um livro, que a Constituição brasileira era classificada como rígida. O professor explicou-lhe que
deve ser classificada como rígida a Constituição que:
A) precise ser observada por todos os que vivam no território do respectivo País;

B) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Constituições que se formam a partir do costume;

C) vincule todas as estruturas estatais de poder aos seus comandos;

D) só possa ser reformada mediante um processo legislativo qualificado, mais complexo que o comum;

E) não possa ser revogada por outra Constituição, ainda que haja uma revolução.

Comentário:

De fato, a Constituição Federal de 1988 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como rígida – ou seja, é uma
Constituição cuja alteração textual somente será possível mediante processo legislativo complexo e mais difícil do que
o previsto para a elaboração de leis ordinárias e complementares. As regras de mutabilidade são estabelecidas pela
própria Constituição e, de acordo com o art. 60, CF/88, exigem discussão e votação da emenda constituição em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo necessário obter, em cada Casa e em cada turno, o voto favorável
de 3/5 dos componentes da Casa Legislativa respectiva. Assim, podemos marcar a alternativa ‘d’ como nossa resposta.

QUESTÃO 11

[FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01] Após uma revolução que culminou com a derrubada do
regime anterior, o grupo político dominante do País Alfa resolveu solicitar que uma comissão de notáveis elaborasse um
projeto de Constituição, submetendo-o, ato contínuo, a referendo popular. A Constituição assim elaborada buscou
conciliar inúmeras correntes políticas aparentemente opostas entre si e direcionar as políticas públicas a serem
adotadas para a implementação dos direitos sociais, além de ter exigido um procedimento qualificado para a reforma
de parte de seus comandos, considerados materialmente constitucionais, enquanto a outra parte poderia ser alterada
com observância do mesmo procedimento afeto à lei ordinária. Por fim, observa-se que essa Constituição era
demasiado extensa.
A Constituição assim descrita é classificada como

A) bonapartista, compromissória, de garantia, rígida e sintética.

B) cesarista, compromissória, dirigente, semirrígida e analítica.

C) bonapartista, ortodoxa, dirigente, semirrígida e analítica.

D) cesarista, pragmática, dirigente, semirrígida e sintética.

E) outorgada, eclética, de garantia, flexível e analítica.

Comentário:

Vamos analisar cada informação trazida pela banca acerca da Constituição do País Alfa, para que possamos classificá-la
segundo os múltiplos critérios apresentados:
(i) Uma Constituição que é elaborada por uma comissão e, posteriormente, submetida a referendo, pode ser
classificada como cesarista – constituições desse tipo são confeccionadas sem a participação do povo, mas, para

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entrarem em vigor são submetidas a uma consulta popular (plebiscito ou referendo – consultas populares que conferem
ao texto uma aparente legitimidade popular). Nada obstante a população ser chamada ao processo de formação do
documento constitucional, não há que se falar em texto democrático exatamente porque tal integração se dá apenas
formalmente, através da concordância popular a um documento que será (ou já foi) confeccionado sem sua
participação.
(ii) Uma Constituição que busca conciliar inúmeras (e, por vezes, divergentes) correntes políticas é compromissória (ou
pluralista).
(iii) Por direcionar as políticas públicas a fim de implementar direitos sociais, a Constituição do País Alfa é dirigente, pois
este direcionamento é, em verdade, um plano de fins e objetivos a serem perseguidos pelos poderes públicos e pela
sociedade.
(iv) Quanto às disposições sobre a feitura da reforma do texto constitucional, estas indicam se tratar de uma
Constituição semirrígida, (ou semiflexível), já que adota ritos diferentes para modificação do documento constitucional:
um mais rigoroso para os artigos que abrigam os assuntos mais importantes (os materialmente constitucionais), e um
rito ordinário para os demais artigos.
(v) Por fim, por tratar-se de uma Constituição demasiado extensa, estamos diante de uma Constituição analítica.

Com base em todo o exposto acima, podemos assinalar a alternativa ‘b’ como nossa resposta.

QUESTÃO 12

[FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária] Após um golpe de Estado, o líder do movimento armado
vitorioso solicitou que uma comissão de apoiadores, sob sua orientação, elaborasse um projeto de Constituição, o qual
foi submetido a plebiscito popular, sendo, ao final, aprovado e publicado com força normativa. Essa Constituição dispôs
que parte de suas normas exigiria a observância de um processo legislativo mais rigoroso para a sua alteração, com
quórum qualificado para a iniciativa e a aprovação, enquanto a outra parte poderia ser alterada conforme o processo
legislativo da lei ordinária.
Essa Constituição deve ser classificada como:

A) outorgada e rígida;

B) popular e dogmática;

C) bonapartista e flexível;

D) cesarista e semirrígida;

E) promulgada e analítica.

Comentário:

Nossa resposta está na alternativa ‘d’. A Constituição mencionada pelo examinador é uma Constituição cesarista, pois
foi elaborada por uma comissão, sem a participação do povo, mas submetida a um plebiscito para entrar em vigor (com
o intuito de conferir aparente legitimidade popular). É também uma Constituição semirrígida, já que o documento pode
ser alterado mediante dois processos legislativos distintos, sendo um mais rigoroso para determinadas normas, e o
outro mais simples para os demais dispositivos. Quanto às demais assertivas, vejamos o porquê de estarem incorretas:
- letra ‘a’: a Constituição outorgada é aquela imposta pelo governante, e não possui nenhum resquício de participação
popular; a Constituição rígida é aquela que, embora permita a alteração textual, exige um processo legislativo
complexo e mais difícil do que o processo de elaboração das leis ordinárias e complementares.

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- letra ‘b’: a Constituição popular (promulgada ou democrática), é aquela elaborada por intermédio da participação do
povo, de modo direto ou por meio de representantes eleitos; a Constituição dogmática é um documento
necessariamente escrito, elaborada em uma ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão competente.
- letra ‘c’: bonapartista é sinônimo de cesarista, de modo que são termos que referem-se à Constituição elaborada sem
a participação popular, mas submetida a referendo ou plebiscito; por sua vez, a Constituição flexível é aquela que pode
ser inteiramente modificada mediante um procedimento legislativo comum, ordinário, sendo o mesmo processo
utilizado para elaboração das normas infraconstitucionais (leis ordinárias e complementares).
- letra ‘e’: promulgada é a Constituição popular / democrática, elaborada com a participação direta ou indireta do povo;
Constituição analítica é a prolixa / extensa, pois elaborada de maneira ampla e detalhada, regulamentando vários
assuntos.

QUESTÃO 13

[FGV - 2018 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária] Após um conflito armado interno, o grupo vitorioso elaborou
nova Constituição para o País Delta. Ato contínuo, submeteu o texto a plebiscito popular, daí resultando a sua
aprovação por larga maioria. A Constituição assim aprovada dispôs que parte de suas normas somente poderia ser
alterada com observância de um processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies legislativas,
enquanto que a outra parte poderia ser alterada com observância do processo legislativo adotado para as leis
ordinárias.
À luz da classificação das Constituições, a Constituição do País Delta pode ser classificada como:

A) democrática, material e rígida;

B) cesarista, formal e semirrígida;

C) promulgada, material e flexível;

D) participativa, formal e semirrígida;

E) popular, material e rígida.

Comentário:

Vamos assinalar a alternativa ‘b’ como nossa resposta. A Constituição do País Delta é uma Constituição cesarista, pois
teve seu texto elaborado exclusivamente pelo grupo vitorioso, sem participação do povo; entretanto, foi submetida a
um plebiscito para entrar em vigor (o que confere ao texto uma aparente legitimidade popular); é também uma
Constituição formal, já que todas as normas inseridas em seu texto são consideradas constitucionais,
independentemente do tema que versarem; por fim, é uma Constituição semirrígida, pois permite processos de
modificação distintos, já que parte das normas poderão ser alteradas segundo um processo legislativo rigoroso e a
outro parte submete-se à modificação feita por um processo legislativo ordinário.

QUESTÃO 14

[FGV - 2017 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Acerca da Constituição classificada, quanto à origem,
como cesarista, é correto afirmar que
A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão.

B) é formada por meio de plebiscito popular sobre um projeto já elaborado.

C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.

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D) é oriunda dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte eleita para tanto.

E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa estipulação
unilateral camuflada.
Comentário:

Quanto à origem, as Constituições classificam-se em democrática, outorgada, cesarista e dualista. A Constituição


cesarista é aquela cujo texto será elaborado sem a participação do povo; no entanto, para aparentar legitimidade
popular, entrará em vigor após será submetida a um plebiscito ou a um referendo. Neste sentido, nossa resposta está
na alternativa ‘b’. Já a Constituição democrática é aquela elaborada por intermédio da participação do povo, de modo
direto ou indireto (por meio de representantes eleitos). A Constituição outorgada, por outro lado, é aquela feita
unilateralmente pelo governante e imposta aos nacionais. Por fim, a Constituição dualista, ou pactuada, é formada por
textos constitucionais que nascem do instável compromisso entre forças opositoras (o monarca e o Poder Legislativo),
de modo que o texto constitucional será alicerçado no princípio monárquico e no princípio democrático (entretanto, são
documentos absolutamente antiquados e inexistentes na atualidade).

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