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Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado Extreme para o concurso da


Assembleia Legislativa de Minas Gerais – 2023.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os assuntos mais


importantes dentro da disciplina de Noções de Direito – Parte 3.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca FUMARC e nos concursos anteriores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o seguinte e-mail: cadernomapeado@gmail.com

Bora pra cima

Bons estudos
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 6


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ....... 6
DOS PRINCÍPIOS............................................................................................................................................ 6
1) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS ......................................................................................................................... 6
1.1) Princípio da segurança jurídica ......................................................................................................... 6
1.2) Princípio da confiança legítima ......................................................................................................... 6
1.3) Teoria do fato consumado ................................................................................................................. 7
1.4) Princípio da continuidade dos serviços públicos .......................................................................... 7
1.5) Princípio da autotutela ........................................................................................................................ 7
1.6) Princípio da proporcionalidade ......................................................................................................... 8
1.7) Princípio da oficialidade...................................................................................................................... 8
1.8) Princípio da especialidade .................................................................................................................. 8
2) PRINCÍPIOS EXPRESSOS ......................................................................................................................... 8
2.1) Princípio da legalidade ........................................................................................................................ 8
2.2) Princípio da impessoalidade .............................................................................................................. 9
2.3) Princípio da moralidade ...................................................................................................................... 9
2.4) Princípio da publicidade ..................................................................................................................... 9
2.5) Princípio da eficiência ........................................................................................................................ 10
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................ 10
1) ABUSO DE PODER .................................................................................................................................. 10
2) ESPÉCIE DE PODERES............................................................................................................................. 11
2.1) poder vinculado .................................................................................................................................. 11
2.2) poder discricionário ........................................................................................................................... 12
2.3) poder disciplinar ................................................................................................................................. 12
2.4) poder hierárquico ............................................................................................................................... 12
2.5) poder normativo ................................................................................................................................. 12
2.6) poder regulamentar ........................................................................................................................... 12
2.7) poder de polícia .................................................................................................................................. 13
a) atributos ................................................................................................................................................... 13
b) ciclos .......................................................................................................................................................... 14
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ........................................................................................................ 15
1) CONCEITOS IMPORTANTES ................................................................................................................. 15
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2) ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS ................................................................................ 16


2.1) Entidades políticas .............................................................................................................................. 16
2.2) Entidades administrativas ................................................................................................................. 16
3) DAS TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS................................................................................................... 16
3.1) Centralização........................................................................................................................................ 17
3.2) Descentralização ................................................................................................................................. 17
3.3) Desconcentração ................................................................................................................................. 18
3.4) Concentração ....................................................................................................................................... 18
4) ÓRGÃOS PÚBLICOS................................................................................................................................ 18
4.1) Teoria do órgão ................................................................................................................................... 18
4.2) Conceito ................................................................................................................................................ 18
4.3) Criação dos órgãos ............................................................................................................................. 18
4.4) Classificação dos órgãos públicos ................................................................................................... 19
a) quanto à composição ............................................................................................................................ 19
b) quanto à estrutura ................................................................................................................................. 19
c) quanto à posição estatal (ou hierárquica) ........................................................................................ 19
d) quanto à esfera de atuação ................................................................................................................. 20
5) ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA................................................................ 20
5.1) Autarquias ............................................................................................................................................ 20
a) Autarquias corporativas ....................................................................................................................... 21
b) agências reguladoras e executivas..................................................................................................... 21
c) fundações ................................................................................................................................................. 22
5.2) Empresa pública e Sociedade de economia mista (Lei n. 13.303/2016) ................................ 23
a) aspectos comuns das estatais .............................................................................................................. 23
b) Sociedade de Economia Mista (SEM) ................................................................................................ 23
c) Empresa Pública ...................................................................................................................................... 23
d) Esquema de Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública .................................................. 23
5.3) Quadro esquematizado das entidades da administração indireta ......................................... 24
5.4) Empresas subsidiárias e controladas .............................................................................................. 25
a) Empresas controladas............................................................................................................................ 25
b) Empresas subsidiárias ........................................................................................................................... 25
AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................................... 26
1) CONCEITOS E LINHAS GERAIS ............................................................................................................ 26
A RESPONSABILIDADE NO CAMPO ADMINISTRATIVO .................................................................... 27
1) FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL .................................................................................................... 27
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2) HISTÓRICO ............................................................................................................................................... 27
3) EXCLUENTES ............................................................................................................................................ 28
4) RESPONSABILIDADE DO ESTADO ...................................................................................................... 28
5) DIREITO DE REGRESSO.......................................................................................................................... 29
6) PRAZO ....................................................................................................................................................... 29
7) RESPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO POR ATOS OMISSIVOS ........................................................ 29
7.1) Doutrina tradicional e do Superior Tribunal de Justiça ............................................................ 29
7.2) Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal .............................................................................. 29
8) RESPONSABILIDADE POR ATO JURISDICIONAL ............................................................................ 30
9) COVID-19.................................................................................................................................................. 30
10) RESPONSABILIDADE POR ATO LEGISLATIVO ............................................................................... 30
11) SITUAÇÕES ESPECÍFICAS .................................................................................................................... 30
CONCEITO, PRINCÍPIOS E MODALIDADES DE LICITAÇÃO (LEI FEDERAL Nº 14.133, DE 2021).
......................................................................................................................................................................... 32
Conceito ......................................................................................................................................................... 32
Princípios ........................................................................................................................................................ 32
Modalidades .................................................................................................................................................. 35
Concorrência .................................................................................................................................................. 35
Concurso ........................................................................................................................................................ 36
Leilão ............................................................................................................................................................... 36
Pregão............................................................................................................................................................. 37
Diálogo Competitivo..................................................................................................................................... 37
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Conforme apresentado no dia 01 da nossa revisão, dividimos o estudo de Noções de Direito em


três partes. Nesse momento, estudaremos a parte 3 do referido estudo.

CONTEÚDO

4 - Administração Pública: princípios, poderes e organização administrativa.

5 - Agentes públicos.

6 - A responsabilidade no campo administrativo.

7 - Conceito, princípios e modalidades de licitação (Lei Federal nº 14.133, de 2021).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

DOS PRINCÍPIOS

1) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

1.1) Princípio da segurança jurídica

É a estabilidade das relações jurídicas, evitando mudanças abruptas, sobressaltos e surpresas


decorrentes de ações governamentais.

Em tese, havendo conflito entre os princípios da legalidade x segurança, prevalece o princípio da


segurança jurídica.

Ex.: proibição de aplicação retroativa de novas interpretações da lei e das normas administrativas.

1.2) Princípio da confiança legítima

É basicamente a crença do administrado de que os atos administrativos serão mantidos e respeitados


pela Administração, tendo em vista a presunção de que esses atos são sempre lícitos;

Faz-se necessário, portanto, a manutenção dos atos administrativos, ainda que estes sejam
qualificados como antijurídicos, quando verificada a expectativa legítima.
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1.3) Teoria do fato consumado

Atos das partes podem influenciar a aplicação da teoria, tais como: ausência de dolo e sem
contestação de ninguém, vigorando por anos com aparência de legalidade;

Não se aplica essa teoria nos seguintes casos:

Remoção ilegal de servidor (STJ);

Em tema de Direito Ambiental (súmula 613 do STJ);

Nas tutelas provisórias contra a Fazenda Pública.

Quando o assunto for concurso público e tutela provisória para nomeação, você tem que defender
que não pode haver o instituto da posse precária (quando alguém assume cargo mediante tutela
provisória), porque depende de prévia aprovação.

1.4) Princípio da continuidade dos serviços públicos

Esse princípio impede a interrupção do fornecimento de serviço prestado ao cidadão.

Tome nota!

Exceções à continuidade do serviço público: (i) situações emergenciais; (ii) caso fortuito e força maior;
(iii) interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem técnica; (iv) inadimplência
do usuário.

As exceções à continuidade do serviço público estão presentes em situações emergenciais, como,


por exemplo, quedas de energia elétrica em razão de tempestade, ou situações de caso fortuito e
força maior.

Outra exceção é a interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem técnica, em
função de manutenções para segurança ou mesmo melhor funcionamento do sistema.

Cumpre frisar que o aviso prévio também é necessário quando há inadimplência do usuário, o que
se dá para priorizar a coletividade, que não pode ser prejudicada.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já estabeleceu que nem sempre os serviços


prestados ao usuário inadimplente poderão ser interrompidos. É dizer: o corte no fornecimento de
energia elétrica em razão de débito irrisório é ilegítimo. Do mesmo modo, o corte pressupõe o
inadimplemento da conta relativa ao mês do consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento
por débitos antigos.

1.5) Princípio da autotutela

É o direito que a Administração tem de anular e revogar seus atos. Se dá por:

A anulação ocorre quando o ato é iLegal = anuLação;

A revogação ocorre quando o ato não é mais de interesse da Administração, pois passou a ser
inoportuno ou inconveniente (ou seja, não tem a ver com a legalidade).
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1.6) Princípio da proporcionalidade

É a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

1.7) Princípio da oficialidade

O princípio da oficialidade é um princípio que torna o impulso oficial muito mais amplo no processo
administrativo do que no judicial. Trata-se do poder-dever de instaurar, fazer andar e rever de ofício
a decisão. Está previsto no inciso XII, do art. 2º, da Lei n. 9.784/99.

1.8) Princípio da especialidade

Reflete a ideia de descentralização da administração, em que se criam entidades (por meio de lei)
para o desempenho de finalidades específicas.

2) PRINCÍPIOS EXPRESSOS

Legalidade

Impessoalidade

Princípios expressos da Adm


Pública Moralidade

Publicidade
Mnemônico: L-I-M-P-E

Eficiência

2.1) Princípio da legalidade

A administração tem o poder-dever de só fazer o que estiver previsto em lei. Diferentemente do que
ocorre na órbita privada, onde o indivíduo pode fazer tudo o que a lei não vede.

A lei baliza toda a atuação da administração pública. Ninguém pode fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei.

O princípio da legalidade pode ser analisado sob dois sentidos:

a) aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei.

É dizer: o particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia
da vontade)
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b) à Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão
legal (princípio da legalidade estrita)

2.2) Princípio da impessoalidade

É o dever de realizar o interesse público sem a promoção do servidor público ou autoridade que
realizou o ato;

O princípio da impessoalidade possui cinco sentidos:

i) p. da finalidade (= interesse público): o ato administrativo deve seguir o fim público e a finalidade
discriminada em lei

ii) p. da igualdade (= isonomia): atender todos os administrados sem discriminação indevida.

iii) vedação à promoção pessoal

iv) impedimento e suspeição: visa evitar que as pessoas atuem com parcialidade

v) validado dos atos dos agentes de fato: diz-se agente de fato aquele cuja investidura no cargo
ou seu exercício esteja maculada por algum vício, como, por ex., agente que não possui formação
universitária exigida em cargo público, etc.

2.3) Princípio da moralidade

Moralidade administrativa é um conceito jurídico indeterminado;

A Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (nepotismo) é um exemplo da moralidade


administrativa;

Tome nota

Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

Consiste no respeito da Administração a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e


probidade.

O princípio da moralidade administrativa tem estreita ligação com a probidade administrativa.


Exemplo: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar
pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral.

2.4) Princípio da publicidade

Dá início à produção de efeitos do contrato administrativo, salvo previsão de alguma condição


suspensiva, permitindo a todos os administrados o conhecimento do negócio celebrado.
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A publicação resumida do contrato é condição indispensável para a eficácia e deve ser feita em até
5 dias úteis.

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais e justificadas: quando o


sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para intimidade dos envolvidos
(art. 5º, X, da CF).

Princípio intimamente ligado à perspectiva de transparência, dever da administração pública e direito


da sociedade.

2.5) Princípio da eficiência

O princípio da eficiência possui dois sentidos:

a) Modo de atuação do agente público

b) Organização e funcionamento da administração pública (Administração Gerencial)

Fique atento!

O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública


brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da Emenda Constitucional nº 19, de 1998
– Reforma Administrativa.

Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a
coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as metas
estabelecidas.

Alexandre de Moraes

O princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes
a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial,
neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade,
primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível
dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade
social.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1) ABUSO DE PODER

É o uso irregular do poder. Trata-se um vício que torna o ato administrativo nulo.
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Esse abuso é a conduta do gestor demarcada pela ilegalidade, que pode se subdividir em: ausência
de competência, falta de interesse público e por meio da omissão.

Quadro comparativo entre excesso de poder e desvio de poder (MAZZA, op. cit., p. 409)

ABUSO DE PODER (gênero)

Excesso de poder (espécie) Desvio de poder (espécie)

Agente competente Agente competente

Exorbitância de competência: o agente vai além da Ato visando interesse diverso do interesse público.

sua competência.

Desproporcionalidade entre situação de fato e a Defeito na finalidade

conduta praticada

Defeito no motivo e/ou objeto Não pode ser convalidado

Admite convalidação quando considerado efeito na

competência

2) ESPÉCIE DE PODERES

Poder vinculado

Poder discricionário

Poder disciplinar

Poder hierárquico

Poder normativo

Poder regulamentar

Poder de polícia

2.1) poder vinculado

A lei atribui competência e define todos os aspectos da conduta a ser praticada. Não há margem
de liberdade para o agente escolher a melhor forma de agir (competência, forma e finalidade são
requisitos sempre vinculados; motivo e objeto, não);
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2.2) poder discricionário

A lei atribui competência, mas reserva certa margem de discricionariedade para que, diante da
situação concreta, o agente possa selecionar a opção mais apropriada para a defesa do interesse
público. Essa discricionariedade só pode residir no motivo ou no objeto do ato administrativo.

2.3) poder disciplinar

É a possibilidade da Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometem infrações
funcionais.

Esse poder tem relação com a natureza, a gravidade da infração e com os danos que ela causar ao
serviço público.

Características do poder disciplinar:

Poder interno: só se aplica aos particulares quando eles forem contratados da Administração;

Não permanente: só se aplica quando o servidor cometer falta funcional;

É discricionário: a Administração pode escolher, com margem de liberdade, a punição mais


apropriada.

Tome nota!

Constatada a infração, a Administração é obrigada a punir, mas tem o poder discricionário de


ajustar a pena.

2.4) poder hierárquico

É o poder da administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e ordenar e rever
a atuação de seus agentes, estabelecendo relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.

a) Poder interno: só se manifesta dentro da mesma pessoa jurídica. Lembrando que não há
hierarquia entre administração direta e indireta.

b) Permanente: trata-se de exercício constante e permanente dos agentes públicos.

2.5) poder normativo

É mais amplo do que o "poder regulamentar", pois permite a edição de todas as categorias de atos
(regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias).

2.6) poder regulamentar

É mais restrito que o "poder normativo", pois é a possibilidade de edição de decretos e regulamentos,
tidos como atos administrativos gerais. ATENÇÃO: esse poder dispensa previsão na lei a ser
regulamentada.

Esse poder também decorre do poder hierárquico;


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Esse poder se estende aos chefes do executivo federal, estadual e municipal;

O agente não pode alterar a lei. Ele deve apenas regulamentá-la.

2.7) poder de polícia

É a imposição de limites à liberdade e propriedade dos particulares. Trata-se de poder do Estado


utilizado para condicionar, restringir, limitar, frenar o exercício das atividades particulares em busca
do interesse público.

Não é exclusivo do chefe do Executivo. Ele difunde-se por toda administração.

O poder de polícia é, em regra, preventivo.

Contraditório e ampla defesa podem ser diferidos, em casos de emergência.

Atos não são concretos, são normativos, ou seja, sem destinatários individualizados.

Não é possível o estabelecimento de penalidades, pois isso é assunto de reserva legal.

a) atributos

O poder de polícia possui três atributos (“DICA” DIscricionariedade, Coercibilidade e


Autoexecutoriedade).

Discricionariedade Razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e

conveniência de sua prática.

Coercibilidade Possibilidade de imposição coercitiva.

Autoexecutoriedade Possibilidade de executar diretamente suas decisões sem necessidade de

autorização do Judiciário.

Mnemônico: “DICA” DIscricionariedade, Coercibilidade e Autoexecutoriedade

Discricionariedade

Atributos do poder de polícia Coercibilidade

Autoexecutoriedade
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b) ciclos

Ciclos do poder de polícia (visão tradicional): (Ôce fais, hein)

Ordem é a norma legal que estabelece as restrições e as condições para o exercício das

atividades privadas (para o STF, é o único indelegável);

Consentimento é a anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada atividade ou

utilize a propriedade particular;

Fiscalização é a verificação (pela Administração) do cumprimento (pelo particular) da ordem e do

consentimento de polícia;

Sanção é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de polícia. Ex.:

multa de trânsito, interdição do estabelecimento;

Ordem

Consentimento

Ciclos do Poder de Polícia

Fiscalização

Sanções

Fique atento!

Delegação do poder de polícia:

Para o STF: Só a ordem é indelegável: "É constitucional a delegação do poder de polícia


[consentimento, fiscalização e sanções], por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.".
Assim, para o STF, a única fase do ciclo de polícia que é indelegável é a ORDEM (poder legislativo),
pois a sanção também é delegável a pessoas jurídicas que atuam em regime não concorrencial.
(Conforme decisão do STF no RE 633.782 - 2021)

Para o STJ e doutrina:


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Ordem e sanção são indelegáveis, pois são aplicadas com coercibilidade (para o STF, só a ordem
seria indelegável – vide abaixo).

Consentimento e fiscalização são delegáveis.

Quadro resumo entre polícia administrativa e judiciária (extraído das explicações do Prof. Cyonil
Borges)

PODER DE POLÍCIA

ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA

Natureza Preventiva Repressiva

Incidência Bens, direitos e atividades Pessoas

Finalidade Proteção do interesse público em geral Diz respeito basicamente à apuração

de crimes

Competência Toda a Administração Pública de direito Corporações específicas

público

Sanções Administrativas Criminais (CP e CPP)

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

1) CONCEITOS IMPORTANTES

Administração direta União, Estados, DF e Municípios.

Administração indireta Autarquias, fundações (públicas e governamentais), agências

reguladoras, associações públicas, empresas públicas, sociedades de

economia mista.

Pessoas jurídicas de direito U/E/DF/M, autarquias e fundações públicas, agências reguladoras e


público associações públicas.

Pessoas jurídicas de direito Associações, sociedades, fundações privadas, organizações religiosas e


privado partidos políticos
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Desconcentração É a distribuição interna de atividades dentro da mesma pessoa jurídica.

Em outras palavras, é a subdivisão da pessoa jurídica.

Descentralização É a atribuição de competências a pessoas jurídicas autônomas. Ex.

autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de

economia mista.

São pessoas jurídicas privadas, sem fins lucrativos, que não integram a

administração pública, mas colaboram com o Estado no desempenho

de atividades de interesse público, recebendo dele modalidades de

Entidades paraestatais fomento. Ex.: os serviços sociais autônomos (conhecido como sistema

“S”), as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de

interesse público, as instituições comunitárias de educação superior e

as denominadas entidades de apoio.

2) ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS

2.1) Entidades políticas

União, Estados, Distrito Federal e Municípios

Tem capacidade de (autonomia política):

a) Autoadministração

b) Auto-organização

c) Autogoverno

2.2) Entidades administrativas

São as pessoas jurídicas de direito público ou privado criadas pelas entidades políticas para exercer
parte de sua capacidade de autoadministração

São as entidades da administração indireta (autarquias, fundações - públicas e governamentais -,


agências reguladoras, associações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista).

3) DAS TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS

As técnicas administrativas são métodos utilizados pelo Estado para administrar o exercício de suas
competências. São elas: centralização, descentralização, desconcentração e concentração.
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Centralização

Descentralização

Das técnicas administrativas

Desconcentração

Concentração

3.1) Centralização

Ocorre quando a entidade política (Administração Direta) realiza a execução das tarefas
administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da administração
direta.

3.2) Descentralização

Criam Entidades. Essas entidades possuem Personalidade Jurídica Própria, podendo ser pública ou
privada. Não possuem relação de hierarquia com os entes políticos que os criaram (Administração
Direta), possuindo apenas uma relação de vinculação, denominando-se ''supervisão ministerial'' ou
''controle finalístico'', formando, assim, a chamada Administração Indireta (Autarquias, Fundações
Públicas, Empresas Públicas e por fim, as Sociedades de Economia Mista).

Essa descentralização pode ser por:

a) outorga: transfere a titularidade e a execução do serviço;

Também é conhecida como descentralização por serviços / descentralização por serviço / outorga /
técnica / funcional. O estado cria uma nova entidade (uma pessoa jurídica) e a ela transfere
determinado serviço público. É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta.

Estado cria a entidade administrativa;

Transfere a titularidade e execução;

Mediante lei.

b) delegação: transfere apenas a execução de determinado serviço.

Também é chamada descentralização por colaboração. O Estado transfere por contrato (concessão
ou permissão) ou por ato unilateral (autorização) unicamente a execução do serviço, para que a
pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização
do Estado.

Estado não cria entidade;

Transfere somente a execução da atividade (titularidade não) - O caso da questão.


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Mediante contrato administrativo por PRAZO DETERMINADO.

Esquema

DescEntralização criam Entidades

3.3) Desconcentração

Criam Órgãos Públicos. É uma técnica de distribuição interna de competências. Esses Órgãos não
possuem Personalidade Jurídica Própria e possuem relação de subordinação e hierarquização.
Denominando-se, assim, as chamadas Secretárias.

Esquema

DescOncentração criam Órgãos públicos

3.4) Concentração

É uma técnica administrativa que promove a extinção de determinado órgão público. Uma pessoa
jurídica integrante da Administração Pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura,
reunindo em um número menor de unidades as respectivas competências.

4) ÓRGÃOS PÚBLICOS

4.1) Teoria do órgão

Otto Gierke: os órgãos são centros de competências que tem o objetivo de desempenhar funções
públicas, e são ligados à pessoa jurídica a que pertencem. Toda conduta dos agentes é imputada ao
órgão, que é ligado ao ente (e este ente é quem responde civilmente). Essa teoria substitui as teorias
do mandato e da representação.

Nosso ordenamento adota a teoria da imputação volitiva, que sustenta que o agente público atua
em nome do Estado;

4.2) Conceito

Órgãos públicos são centros de competências – sem personalidade jurídica – instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica
a que pertencem. Ex.: Ministérios, suas secretarias, coordenadorias e departamentos.

4.3) Criação dos órgãos

Esses órgãos são criados por meio de desconcentração e, por isso, podem ser parte da
administração direta ou indireta (dependendo da pessoa jurídica original);
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4.4) Classificação dos órgãos públicos

Há diversos critérios que tratam da classificação dos órgãos públicos. No entanto, a mais utilizada
nas provas de concursos públicos é a classificação dada pelo Hely Lopes Meirelles, um dos principais
doutrinadores do Direito Administrativo do Brasil.

O referido autor classifica órgãos públicos quanto à: composição, estrutura, posição estatal e
atuação.

a) quanto à composição

Segundo essa classificação, os órgãos públicos podem ser definidos como: singulares ou colegiados.

i) singulares: são aqueles que atuam, ou são integrados, através de um único agente. Exemplo de
órgão simples: o cargo de Presidente da República.

ii) colegiados: também conhecidos como órgãos pluripessoais, são aqueles formados por vários
agentes e as decisões são tomadas por meio de uma deliberação coletiva. Exemplo de órgão
colegiado: Conselho Nacional de Justiça, Poder Judiciário, dentre outros.

b) quanto à estrutura

Quanto à sua estrutura os órgãos públicos podem ser classificados como simples (ou unitários) e
compostos.

i) simples: possuem um único centro de competência, não possui outro órgão em sua estrutura que
o auxilie na aplicação de suas funções. Esses órgãos contam com estruturas simplificadas, sem
subdivisões, como acontece em órgãos maiores.

ii) compostos: são formados pela união de diversos órgãos menores. Sob a supervisão de um órgão
chefe, as suas incumbências são distribuídas por outros centros de competência. São bons exemplos:
Ministérios de Estado, Secretarias Estaduais e Municipais.

c) quanto à posição estatal (ou hierárquica)

Independentes

Autonômos

Órgãos - posição hierárquica

Superiores

Subalternos

i) independentes: são os órgãos que decorrem diretamente da Constituição, sem que tenham
subordinação hierárquica a qualquer outro. Cúpula dos poderes. Ex. parlamentos, tribunais, MPs;
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ii) autônomos: estão logo abaixo dos independentes. São órgãos igualmente localizados no ápice
da Administração, contudo subordinados diretamente aos independentes, com plena autonomia
financeira, técnica e administrativa Ex. ministérios, secretarias e AGU;

iii) superiores: denominados diretivos, são os órgãos encarregados do controle, da direção, e de


soluções técnicas em geral e, diferentemente dos autônomos e dos independentes, não gozam de
autonomia financeira e administrativa. Ex.: gabinetes, secretarias-gerais, procuradorias
administrativas, divisões, inspetorias;

iv) subalternos: são os órgãos comuns dotados de atribuições meramente executórias. Ex.: portarias,
seções de expediente e protocolos.

d) quanto à esfera de atuação

Segundo essa classificação, os órgãos podem ser: centrais e locais.

i) centrais: executam atribuições no território nacional, estadual ou municipal. Os Ministérios de


Estado podem atuar em todo o Brasil, as Secretarias Estaduais atuam em todo o território do estado
em que está inserida e as Municipais no território do município.

ii) locais: atuam apenas em parte do território como é o caso das Delegacias de Polícia.

5) ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

5.1) Autarquias

Pessoas jurídicas de direito público, mas que fazem parte da Administração Pública Indireta.

Criadas e extintas por lei específica: como são criadas por lei, não precisam ser registradas nos
órgãos de registros públicos.

Dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial.

Não exercem atividade econômica.

Tem capacidade de autoadministração.

Possuem imunidade tributária.

Têm bens públicos.

Regime normal de contratação é estatutário.

Possuem prerrogativas da fazenda pública.

Devem realizar licitações.

Responsabilidade objetiva e direta.

Devem observar as regras de contabilidade pública.

Seus dirigentes ocupam cargos em comissão de livre provimento e exoneração.


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Controle finalístico (ou “tutela” ou "supervisão ministerial") exercido pelo ente que a criou: essa
supervisão é exercida pelo ente que criou a pessoa jurídica e visa à verificação da realização dos
objetivos que justificaram a criação da autarquia.

a) Autarquias corporativas

São os conselhos de Fiscalização de Profissões Regulamentadas

Tais conselhos são autarquias corporativas. Por isso, são pessoas jurídicas de direito público;

Exige-se concurso público para contratação dos agentes, que podem ser celetistas;

Tome nota!

OAB: entidade sui generis que não exige concurso público.

b) agências reguladoras e executivas

Dentro do gênero autarquias, temos as agências reguladoras e executivas.

i) agência reguladora

Possuem as seguintes características:

Pessoas Jurídicas Administrativas;

Dotada de natureza jurídica de autarquias sob regime especial;

Maior autonomia do que outras espécies autárquicas;

Criadas com o objetivo de regulação de determinado setor econômico;

Possuem caráter fiscalizatório e com poder de polícia;

Exemplos: ANVISA, ANP, ANCINE, ANAC, ANS e CADE.

ii) agências executivas

Conceito: É um título atribuído pelo governo federal.

Vale para: autarquias, fundações públicas e órgãos que celebrem contrato de gestão para ampliação
de sua autonomia mediante a fixação de metas de desempenho.

Proveniente de Decreto do Presidente da República ou portaria do Ministro de Estado.

Requisitos para qualificação como agência executiva:

Celebram um contrato de gestão com o Ministério supervisor;

Existência de plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional;

Veja um comparativo entre agência reguladora e agência executiva:


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Quadro comparativo entre as agências executivas e as reguladoras (MAZZA, 2022)

AGÊNCIAS EXECUTIVAS AGÊNCIAS REGULADORAS

Natureza É uma qualificação jurídica de algumas Autarquias com regime


autarquias e fundações. especial

Atuação Visa operacionalidade mediante exercício Controle e fiscalização de


descentralizado de tarefas públicas setores privados

Surgimento Contexto da reforma administrativa Contexto da reforma


administrativa

Exemplos Inmetro Anatel, Aneel, Anac

Base ideológica Modelo da Administração gerencial Modelo de Administração


gerencial

Âmbito Somente no âmbito federal Existentes em todas as esferas


federativo federativas

c) fundações

As Fundações públicas podem ter natureza jurídica de direito privado ou de direito público.

As fundações públicas de direito público, também chamada de fundação autárquica, são


efetivamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jurídica no momento da
vigência da lei instituidora. Lei complementar definirá as áreas de sua atuação.

Por outro lado, as fundações Públicas de direito privado recebem autorização legislativa para
criação, mas dependem do registro do ato constitutivo no registro civil de pessoas jurídicas para que
adquiram a personalidade jurídica. As Fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção
das custas processuais, somente as entidades com personalidade de direito público (info 676/STJ).

Fundação Pública de Direito Público Fundação Pública de Direito Privado

Criada por lei; Autorizada por lei;

É equiparada a uma autarquia (e por isso Necessita de registro civil (assim como as empresas

dispensa o registro civil) públicas e sociedade de economia mista)


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5.2) Empresa pública e Sociedade de economia mista (Lei n. 13.303/2016)

a) aspectos comuns das estatais

Não se sujeitam aos precatórios, salvo se: prestarem serviços públicos em regime não concorrencial.

Tribunais de Contas podem controlar as contas das estatais (pois há transferência de recursos
públicos a elas), exceto quando forem exploradoras de atividade econômica no que diz respeito à
atividade-fim.

Regime de trabalho:

Celetista;

Exige-se concurso público;

Demissão dos funcionários da ECT exige procedimento formal (quanto às demais, STF afirmou
que não possui entendimento consolidado – RE 589.998).

b) Sociedade de Economia Mista (SEM)

Sociedade empresária que conta com a participação da Administração e de entidades privadas na


composição do capital social.

Deve sempre ser adotada a forma de Sociedade Anônima.

Se a Sociedade de Economia Mista tiver ações negociadas na bolsa com finalidade de remunerar
capital dos controladores e acionistas, ela não tem direito à imunidade tributária recíproca, mesmo
que preste serviço público.

Tome nota!

Imunidade tributária recíproca é aquela em que um ente (U/E/DF/M) não pode cobrar tributo.
do outro
c) Empresa Pública

Pessoa de direito privado, com capital exclusivamente público, e poderá ser constituída em
qualquer uma das modalidades empresariais.

d) Esquema de Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública

Sociedade de Economia Mista Empresa Pública

Pessoas jurídicas de direito privado; Pessoas jurídicas de direito privado

Criadas mediante autorização legal; Criadas mediante autorização legal

Capital público e privado (o poder público Capital exclusivamente público

detém a maioria do capital votante)


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Prestação de serviço público ou exploração de Prestação de serviço público ou exploração de atividade

atividade econômica econômica

Sob a forma de sociedade anônima Qualquer forma de organização empresarial

Foro comum Foro Federal (apenas empresa pública federal)

5.3) Quadro esquematizado das entidades da administração indireta

ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Autarquia Fundação Pública SEM Empresa Pública

Natureza Direito Público Definição por lei: Direito privado


Jurídica direito público
(autárquicas) ou Direito privado
privado.

Criação Criada por lei Autorizada por lei Autorizada por lei Autorizada por lei
específica

Finalidade Serviço Público; Serviços de interesse Atua no domínio Atua do domínio


poder de polícia; da Administração e econômico ou econômico ou
fomento coletivo presta serviços presta serviços
públicos públicos

Regime de bens Direito Público: Direito público: Direito privado. Direito privado.
impenhoráveis, impenhoráveis, bens são Bens são
inalienáveis e inalienáveis e penhoráveis penhoráveis
imprescritíveis. imprescritíveis.

Contratos Licitação Licitação Não precisa de Não precisa de


licitação para licitação para
atividades-fim atividades-fim

Administração Autonomia Autonomia Autonomia Autonomia


administrativa e administrativa e administrativa e administrativa e
financeira financeira financeira financeira

Privilégios Imunidade tributária Privilégios próprios Sem privilégios Sem privilégios


e privilégios da da Fazenda pública
Fazenda

Regime de Estatutários Estatutários Celetistas Celetistas (emprego


pessoal (emprego público) público)
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Constituição do Descentralização do Descentralização do Capital misto: a Capital 100%


capital capital público capital público maioria tem que público
ser público

Forma jurídica Autarquias comuns, Fundação de Direito Sempre será Qualquer forma
agências Público (autárquica) sociedade
reguladoras, ou direito privado anônima
agências executivas
(contratos de
gestão)

Exemplos INMETRO / IBAMA FUNAI / IBGE / Banco do Brasil Caixa Econômica


FUNASA Federal

5.4) Empresas subsidiárias e controladas

a) Empresas controladas

São pessoas de direito privado adquiridas integralmente ou com parcela de seu capital social
assumido por empresa estatal.

Dispensa de autorização legal: como a sua instituição realiza-se independentemente de autorização


legislativa, as controladas não integram a Administração Pública.

b) Empresas subsidiárias

Pessoas de direito privado criadas para integrar um grupo empresarial encabeçado por uma
empresa-matriz estatal. Ex.: Petrobras (Transpetro, Gaspetro).

Podem ser subsidiárias integral (entidade matriz detém a totalidade do capital) ou subsidiária
controlada (quando a matriz detém apenas o controle societário).

Criadas por autorização legal, integram a Administração indireta como empresas públicas ou
sociedades de economia mista, conforme seus institutos.

Dispensa-se autorização legislativa expressa para criação de subsidiária quando já houver previsão
na lei de criação da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista (ainda que seja genérica – ADI
1.649).

Também se dispensa autorização legislativa expressa para vender controle acionário (info 1018). Em
palavras mais simples: como não se exige lei específica para criar, também não se exige lei específica
para “vender”.
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AGENTES PÚBLICOS

1) CONCEITOS E LINHAS GERAIS

Funcionário de fato: se apresenta como servidor, mas não é. Seus atos são considerados válidos
(teoria da confiança legítima).
Agente putativo: é aquele que está investido irregularmente;
Agente necessário: aquele que ajuda em situações emergenciais;
Agentes públicos: todos aqueles que exercem função pública, ainda que em caráter temporário ou
sem remuneração. Segundo Hely Lopes Meireles, se subdividem em:

a) Agentes políticos: exercem funções governamentais, judiciais e quase judiciais. Ex.: chefes do
executivo (e seus auxiliares), parlamentares, membros do judiciário, MP, membros dos Tribunais de
Contas, representantes diplomáticos;
b) Agentes administrativos: servidores concursados, exercentes de cargos em comissão, servidores
temporários, empregados públicos e militares, por exemplo;
c) Agentes honoríficos: convocados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao
Estado. São os famosos “particulares em colaboração com o poder público”. Ex.: jurados, mesário,
comissário de menores;
d) Agentes delegados: recebem a incumbência da execução de determinada atividade, a realizam
em nome próprio, mas segundo as normas (e fiscalização) do Estado. Ex.: concessionários,
permissionários, delegados de serviços notariais e registros (cartório), leiloeiros, tradutores,
intérpretes;

e) Agentes credenciados: recebem a incumbência de representar a Administração em determinado


ato ou praticar certa atividade específica.

É vedada a ascensão funcional: a equiparação de carreira de nível médio a outra de nível


superior constituição ilegítima ascensão funcional (info 977).
É inconstitucional o pagamento de pensão mensal e vitalícia a ex-governadores, mas eles
não precisam devolver o que já receberam.
É possível a contratação de estrangeiros, na forma da lei.
Só é possível limitar a idade em razão da natureza das atribuições do cargo.

Súmula 683 do STF. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face
do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo
a ser preenchido.

Súmula Vinculante 13 impede a contratação até 3º grau.


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Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse (16/STF).

Acumulação de cargos:

I) Teto  remuneração isolada de cada cargo;


II) Não há limite de jornada semanal: para o STF, não há fixação de carga horária limite;
III) Deve haver compatibilidade de horários;
IV) Restrição à cumulação na aposentadoria: só é permitida a acumulação de vencimento da
atividade com os proventos da aposentadoria se eles também fossem cumuláveis na atividade;
V) Médico veterinário NÃO é profissional da saúde (ex.: médicos, enfermeiros etc);

A RESPONSABILIDADE NO CAMPO ADMINISTRATIVO

1) FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

Previsão: art. 37, §6º, CF.

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

2) HISTÓRICO

(i) teoria da irresponsabilidade: Estado não responde civilmente, pois é representante de DEUS,
que não erra.

(ii) teorias civilistas: são três:

a) Atos de império X atos de gestão: o Estado não responde por atos de império, mas responde
por atos de gestão, caso em que sua responsabilidade será SUBJETIVA.

b) Culpa do servidor: o Estado responde SUBJETIVAMENTE, desde que comprovada a culpa do


agente público.

c) Culpa do serviço (faut du service ou culpa anônima): não precisa provar a culpa do agente,
mas apenas que (i) o serviço não foi prestado; (ii) foi prestado com falha ou (iii) foi prestado com
atraso.

(iii) teorias publicistas: A responsabilidade do Estado passa a ser objetiva. São duas:

a) Teoria do risco administrativo: embora a responsabilidade seja objetiva, admite-se a exclusão


do nexo causal em alguns casos (é a teoria adotada no Brasil, em regra). No entanto, o STJ e a
doutrina tradicional entendem que, em caso de omissão, a responsabilidade será SUBJETIVA. O STF,
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contudo, em alguns julgados, já disse que a responsabilidade será sempre objetiva, pois a CF (art.
37, §6º) não distingue ação de omissão.

b) Teoria do risco integral: não admite a exclusão do nexo causal (ex. dano ambiental).

3) EXCLUENTES

Aplicam-se normalmente todas as excludentes do nexo de causalidade (caso fortuito, força maior e
culpa exclusiva da vítima). Na hipótese de culpa concorrente, deve ser diminuído o valor da
indenização.

Caso fortuito

Excludentes de responsabilidade Força maior

Culpa exclusiva da vítima

Culpa exclusiva da vítima: o dano é causado pela própria pessoa que se lesou;

Força maior: é um acontecimento involuntário, imprevisível e incontrolável;

Culpa de terceiro: quando o ato foi praticado por outra pessoa (e não um agente do público).

Tome nota!

Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade
civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do
sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a
conduta praticada. STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão
Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).

4) RESPONSABILIDADE DO ESTADO

Em 2019, o STF pacificou, em sede de repercussão geral, a teoria da DUPLA GARANTIA, segundo a
qual a vítima só pode ajuizar a ação contra o Poder Público, e não contra o agente público causador
do dano, uma vez que o servidor tem, a seu favor, a garantia de só ser processado via ação de
regresso proposta pelo Estado.

Para o STF, a necessidade de ação de regresso (Estado X agente) representa uma dupla garantia: 1)
em favor do particular: que ajuíza ação diretamente contra quem pode pagar; 2) em favor do agente
público: que somente responderá futuramente.
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Quando há ato que possa gerar indenização, o trâmite é o seguinte:

1º passo: ação do cidadão contra o ente público (U/E/DF/M). Nessa ação, não se verifica se o agente
que causou o dano agiu com culpa ou dolo.

2º passo: ação de regresso: depois que ressarcir o cidadão, o Estado vai entrar com uma ação contra
o agente que praticou o ato e, nesse caso, irá verificar se ele agiu com culpa ou dolo. Se ele não teve
nem mesmo culpa, não vai pagar pelo erro.

Em resumo: primeiro o Estado paga o cidadão e depois tenta receber do agente público que
cometeu o erro.

Com base nas explicações acima, um ponto merece ATENÇÃO: a responsabilidade do estado é
objetiva, mas a do servidor é subjetiva.

5) DIREITO DE REGRESSO

O STJ entende que, processado apenas o Poder Público, NÃO É OBRIGATÓRIA a denunciação da lide
em face do servidor.

6) PRAZO

O STJ pacificou o entendimento de que o prazo prescricional é de 05 anos (D. 20.910/32).

Súmula 647 do STJ

São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de
perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.

7) RESPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO POR ATOS OMISSIVOS

7.1) Doutrina tradicional e do Superior Tribunal de Justiça

Na doutrina, ainda hoje, a posição majoritária é a de que a responsabilidade civil do Estado em caso
de atos omissivos é SUBJETIVA, baseada na teoria da culpa administrativa (culpa anônima). Assim,
em caso de danos causados por omissão, o particular, para ser indenizado, deveria provar: a) a
omissão estatal; b) o dano; c) o nexo causal; d) a culpa administrativa (o serviço público não
funcionou, funcionou de forma tardia ou ineficiente). Esta é a posição que você encontra na maioria
dos Manuais de Direito Administrativo. Vide: STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1345620/RS, Rel. Min.
Assusete Magalhães, julgado em 24/11/2015.

7.2) Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

Na jurisprudência do STF, contudo, tem ganhado força nos últimos anos o entendimento de que a
responsabilidade civil por atos OMISSIVOS também é OBJETIVA, com base na teoria do risco
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administrativo. (...) A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de que as pessoas jurídicas de


direito público respondem objetivamente pelos danos que causarem a terceiros, com fundamento
no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, tanto por atos comissivos quanto por atos omissivos, desde
que demonstrado o nexo causal entre o dano e a omissão do Poder Público. (...) STF. 2ª Turma. ARE
897890 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2015. No mesmo sentido: STF. 2ª Turma. RE
677283 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/04/2012.

Deve-se fazer, no entanto, uma advertência: para o STF, o Estado responde de forma objetiva pelas
suas omissões. No entanto, o nexo de causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos
particulares só restará caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal específico de agir
para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa obrigação legal. Em caso de
inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado
é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).

8) RESPONSABILIDADE POR ATO JURISDICIONAL

Em regra, o Estado não responde por ato jurisdicional. A CF/88 prevê a responsabilidade civil do
Estado apenas quando houver erro judiciário ou excesso de prisão. Nesses casos, haverá
responsabilidade objetiva, ou seja, a obrigação de indenizar independe de culpa ou dolo do
magistrado.

Fique atento!

O Estado poderá ajuizar ação de regresso contra o magistrado, que será responsabilizado quando
tiver agido com dolo ou fraude, ou tiver se recusado a providência que devesse ordenar, sem justa
causa (art. 143, CPC).

9) COVID-19

Será responsabilizado o agente no caso de ERRO GROSSEIRO. Configura erro grosseiro:

Ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado ou
impactos adversos à economia, por inobservância:

de normas e critérios científicos e técnicos; ou

dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção.

10) RESPONSABILIDADE POR ATO LEGISLATIVO

Em regra, não cabe indenização.

Exceção: lei inconstitucional + prejuízo específico e anormal e nos casos de leis de efeitos concretos
(porque são materialmente equivalentes aos atos administrativos).

11) SITUAÇÕES ESPECÍFICAS


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União não tem responsabilidade por prejuízos causados no caso de redução de impostos de
importação (Informativo 963 do STF);

Concurso fraudado: responsabilidade direta da organizadora e subsidiária do Estado: Estado


responde subsidiariamente caso a prova do concurso público seja suspensa ou cancelada por
indícios de fraude; a responsabilidade direta é da instituição organizadora;

Responsabilidade objetiva do Estado sobre os cartórios: Em casos de cartórios, o Estado tem


responsabilidade objetiva e deve ajuizar ação de regresso contra o responsável, sob pena de
improbidade administrativa;

Tome nota!

STF entendeu (fev/2019) que o Estado tem responsabilidade civil objetiva para reparar danos
causados a terceiros por cartorários tabeliães e oficiais de registro no exercício de suas funções
cartoriais. Além disso, deve ajuizar ação de regresso contra o responsável pelo dano, nos casos
de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.

Se o agente pratica crime com arma da corporação, o Estado responde objetivamente, mesmo que
ele esteja fora de suas funções. Detalhe: se for policial federal a responsabilidade é da União, se for
guarda municipal, responsabilidade do município;

Causas de responsabilidade objetiva do Estado:

Morte e suicídio de preso;

Atos praticados por cartorários;

Matérias ambientais;

Erro judiciário;

Questões nucleares (alguns chamam de responsabilidade integral do Estado).

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições
legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
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CONCEITO, PRINCÍPIOS E MODALIDADES DE LICITAÇÃO (LEI FEDERAL Nº 14.133, DE 2021).

Conceito

A Licitação é obrigatório em determinados casos. Sendo esta obrigatoriedade decorrente de


expressa previsão constitucional. Neste sentido, conforme preconiza o art. 37, XXI, da CF/88:

Art. 37. “(...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.”

Quanto ao conceito de licitação, ensina Marçal Justen Filho que a licitação é

um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que
determina critérios objetivos visando a seleção da proposta de contratação mais vantajosa e
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, com observância do princípio da
isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica.

Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro define a licitação como


o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitam às condições fixadas no
instrumento convocatório, formularem propostas, naquela mais vantajosa será selecionada.

Infere-se, portanto, que a licitação decorre de uma série ordenada de atos, possibilitando aos
interessados apresentarem à Administração Pública suas propostas, competindo de forma
isonômica.

Princípios

Os princípios que regem a licitação estão elencados no art. 5º da Lei 14.133/21, que assim dispõe:

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da


impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da
probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da
segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade,
da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do
Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro).
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Legalidde

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficiência

Interesse Público

Probidade Administrativa

Igualdade

Planejamento

Transparência

Eficácia
Princípios que regem as licitações:
Segregação de Funções

Motivação

Vinculação ao Edital

Julgamento Objetivo

Segurança Jurídica

Razoabilidade

Competitividade

Proporcionalidade

Celeridade

Economicidade

Desenvolvimento Nacional Sustentável

O art. 5º da Lei 14.133/21 enumera os seguintes princípios da licitação:


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Legalidade: adstrição do procedimento aos termos da lei, ou


seja, fiel observância dos trâmites legais;
Impessoalidade: veda a adoção de favoritismos ou
perseguições;
Moralidade: impõe o dever de agir conforme os padrões de
ética;
Publicidade: dever de transparência;
Eficiência: determina a atuação com presteza, perfeição e
rendimento funcional, para que se possa obter o melhor
resultado possível, dentro do padrão legal aplicável para o
caso concreto.
Interesse público: Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “o
interesse público deve ser conceituado como o interesse
resultante do conjunto dos interesses que os indivíduos
pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de
membros da Sociedade e pelo simples fato de o serem”.”
Probidade administrativa: desdobramento da moralidade,
Princípios da Licitação mas cujo desrespeito redunda em ato de improbidade a ser

atacado por ação própria;

Igualdade: É vedada qualquer espécie de tratamento

diferenciado que vise a beneficiar ou prejudicar algum dos

participantes do certame;

Planejamento: os entes federativos devem elaborar um plano

de contratação anual, com o objetivo de racionalizar as

contratações dos órgãos e entidades sob sua competência,

garantir o alinhamento com o seu planejamento estratégico e

subsidiar a elaboração das respectivas leis orçamentárias;

Transparência: permite a toda a sociedade o acesso a

quaisquer atos, documentos, decisões, atividades praticadas

por seus agentes públicos;

Eficácia: impõe a adoção da solução mais eficiente e

conveniente para a gestão dos recursos públicos;

Segregação de funções: cada etapa do procedimento

licitatório deve ser desempenhada por um agente público

diferente;
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Motivação: dever de a Administração justificar seus atos,

apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato;

Vinculação ao edital: o edital obriga tanto o licitante quanto

a Administração.

Julgamento objetivo: impede que a licitação seja decidida

sob o influxo de subjetivismos, impressões ou propósitos

pessoais ou sentimentos dos julgadores.

Segurança jurídica: garante aos administrados que não serão

surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica.

Razoabilidade e proporcionalidade: vedam a prática de atos

arbitrários, exigindo-se equilíbrio na tomada de decisões nas

licitações públicas.

Competitividade: permite a participação de todos em

igualdade de condições, para a escolha da melhor proposta.

Celeridade: busca a celeridade dos processos e, com isso, a

eficiência do provimento final.

Economicidade: onerar o menos possível a Administração;

Desenvolvimento nacional sustentável: é um dos objetivos

da República Federativa do Brasil;

Modalidades

Concorrência

Trata-se de modalidade licitatória genérica utilizada para a contratação de bens e serviços especiais,
bem como de obras e serviços comuns e especiais de engenharia, à qual podem afluir quaisquer
interessados que preencham as condições estabelecidas.

Admite-se a utilização dos seguintes tipos de licitação (critério de escolha do vencedor) previstos na
nova Lei: menor preço, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior retorno
econômico ou maior desconto.
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Concurso

Modalidade de licitação, para selecionar trabalhos técnicos, científicos ou artísticos com certas
capacidades personalíssimas, bem como para incentivar o desenvolvimento cultural. No concurso,
há a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.

Dispõe o art. 30 da Lei 14.133/21 que:

Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará:

I - a qualificação exigida dos participantes;

II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;

III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.

Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder
à

Administração Pública, nos termos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos
ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das
autoridades competentes.

Leilão

Trata-se de modalidade licitatória utilizável para venda de bens móveis ou imóveis inservíveis para a
Administração ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6º, XL da lei
14.133/21). Esta modalidade licitatória serve para alienação de bens pelo poder público àquele que
ofertar o maior preço, seja ele igual ou superior ao valor da avaliação.

Sobre esta modalidade, dispõe a nova Lei de Licitações:

Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela autoridade
competente da Administração, e regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos
operacionais.

§ 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial, a Administração


deverá selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o
critério de julgamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, utilizados
como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e
observados os valores dos bens a serem leiloados.

§ 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, que conterá:

I - a descrição do bem, com suas características, e, no caso de imóvel, sua situação e suas
divisas, com remissão à matrícula e aos registros;

II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as
condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;

III - a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes;

IV - o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, salvo se excepcionalmente for


realizado sob a forma presencial por comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para
a Administração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;

V - a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências existentes sobre os bens a


serem leiloados.
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§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do leilão será afixado em local de
ampla circulação de pessoas na sede da Administração e poderá, ainda, ser divulgado por
outros meios necessários para ampliar a publicidade e a competitividade da licitação.

§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de habilitação e deverá ser
homologado assim que concluída a fase de lances, superada a fase recursal e efetivado o
pagamento pelo licitante vencedor, na forma definida no edital.

Pregão

Trata-se de modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo
critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto, de acordo com o art.
6º, XLI, da Lei 14.133/21.

Diálogo Competitivo

Trata-se de modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a


Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios
objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

Conforme dispõe a nova lei de Licitações:


Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Administração:

I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:

a) inovação tecnológica ou técnica;

b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de


soluções disponíveis no mercado; e

c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela


Administração;

II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que possam


satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos:

a) a solução técnica mais adequada;

b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;

c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;

III - (VETADO).

§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as seguintes disposições:

I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial,


suas necessidades e as exigências já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e
cinco) dias úteis para manifestação de interesse na participação da licitação;

II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes deverão ser previstos em edital, e
serão admitidos todos os interessados que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos;

III - a divulgação de informações de modo discriminatório que possa implicar vantagem para
algum licitante será vedada;

IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções propostas ou as


informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o seu consentimento;
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V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração, em decisão fundamentada,
identifique a solução ou as soluções que atendam às suas necessidades;

VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão registradas em ata e gravadas


mediante utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo;

VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que cada fase poderá
restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas;

VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos autos do
processo licitatório os registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva
com a divulgação de edital contendo a especificação da solução que atenda às suas
necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta mais
vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-
selecionados na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão
conter os elementos necessários para a realização do projeto;

IX - a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes às propostas apresentadas,


desde que não impliquem discriminação nem distorçam a concorrência entre as propostas;

X - a Administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios divulgados no


início da fase competitiva, assegurada a contratação mais vantajosa como resultado;

XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo


menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros
permanentes da Administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento
técnico da comissão;

XII - (VETADO).

§ 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § 1º deste artigo assinarão termo


de confidencialidade e abster-se-ão de atividades que possam configurar conflito de
interesses.

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