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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ

MARCOS ALEXANDRE GEBING

MÚSICA E TECNOLOGIA: RELAÇÕES E INFLUÊNCIAS

CAPANEMA
2023
MARCOS ALEXANDRE GEBING

MÚSICA E TECNOLOGIA: RELAÇÕES E INFLUÊNCIAS

Projeto de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


Técnico de Nível Médio em Informática do Instituto
Federal do Paraná - Campus de Capanema como
requisito para aprovação na disciplina de TCC.

Orientador: Prof. Marcos Schmitt

CAPANEMA
2023
FOLHA DE APROVAÇÃO

Marcos Alexandre Gebing

MÚSICA E TECNOLOGIA: RELAÇÕES E INFLUÊNCIAS

O presente trabalho em nível de médio foi avaliado e aprovado por banca


examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Luiz Carlos da Silva


Instituto Federal do Paraná

Prof. Lidiane de Carvalho Alves


Instituto Federal do Paraná

Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi
julgado adequado para a obtenção do título de Técnico em Informática obtido pelo
Instituto Federal do Paraná

Rogério Pereira dos Santos

Prof. Marcos Schmitt


Orientador

Capanema
2023.
Dedico esse trabalho a Minha Família.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus.
Agradeço a minha família e aos meus orientadores pelo apoio na construção
desse trabalho.
Aos professores e a todos que de algum modo contribuíram nessa jornada.
Eu prefiro ser ruim do que desinteressante - Cave Flash
RESUMO

Esta pesquisa parte das discussões já desenvolvidas entre música-suporte


tecnológico. Nele, objetivamos desenvolver um debate a partir da bibliografia
existente, sobre impactos dos meios tecnológicos e midiáticos na música, entendida
na sua etapa de criação, circulação e a transmissão. Buscamos problematizar em
que medida essa relação interfere na indústria musical e qual o seu papel constante,
quais os recursos disponíveis. Também apresentamos o papel da música e sua
mercantilização destacando grandes gravadoras e o monopólio do mercado,
identificando o papel das mídias sociais na indústria musical, em especial o tik tok.
Através do levantamento de dados realizado por meio de formulários digitais
direcionados para músicos independentes no âmbito local, identificamos os recursos
e estratégias utilizados pelos músicos para a viralização das produções no tik tok.

Palavras-chave: música; redes sociais; indústria musical; tik tok; tecnologia.


ABSTRACT

This research is part of the discussions already developed between music and
technological support. In it, we aim to develop a debate based on the existing
bibliography, about the impacts of technological and media resources on music,
understood in its creation, circulation and transmission stage. We seek to
problematize the extent to which this relationship interferes in the music industry and
what its constant role is, what resources are available. We also present the role of
music and its commodification, highlighting large record companies and the market
monopoly, identifying the role of social media in the music industry, especially tik tok.
Through data collection carried out through digital forms aimed at independent
musicians at the local level, we identified the resources and strategies used by
musicians to make their productions go viral on Tik Tok.

Keywords: music; social media; music industry; tik tok; technology.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11
2 CAPÍTULO 1 - RELAÇÃO DA MÚSICA COM OS MEIOS DIGITAIS 14
2.1 RECURSOS DISPONÍVEIS 14
2.1.1 Acesso e democratização 15
2.1.2 Novos modelos de distribuição 16
2.1.3 Colaboração e criação musical 16
2.1.4 Interação e engajamento com o público 17
2.2 MÚSICA COMO MERCADORIA 19
2.2.1 Grandes Gravadoras e o Monopólio do Mercado 20
2.2.2 Indie, Underground e Mainstream: Uma Interação Complexa 21
3 CAPÍTULO 2 - ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO: TIKTOK E MÍDIAS 22
3.1 O TIKTOK NA INDÚSTRIA MUSICAL 23
3.2 RECURSOS E ESTRATÉGIAS PARA VIRALIZAR MÚSICAS NO TIKTOK 24
4 CONSIDERAÇÕES 28
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1 INTRODUÇÃO

A música esteve presente ao longo da história da humanidade, desde os


primeiros tambores até as mais complexas composições musicais. Ligado a ela, a
tecnologia vem desempenhando um papel cada vez mais importante neste mundo do
áudio, criando, produzindo e distribuindo música como nunca antes.
Sobre a relação da tecnologia com a música, é importante destacar que o
processo de digitalização da música vai ganhando alterações ao longo do século XX.
Como “o aparecimento, desenvolvimento e utilização de equipamentos, aparelhos,
dispositivos, programas e protocolos – hardwares e softwares – que, em última
instância, virtualizam a produção musical de forma mais geral”. Com o uso desses
equipamentos permitem uma ampla “manipulação das características do som obtido;
em especial, da altura, do volume, do timbre e da forma das ondas sonoras” (WAINER,
2017, p.314)
Música e tecnologia são parceiros inseparáveis sem a tecnologia, a música popular
não existiria em sua presente forma (Jones, 1992, p.1). Na composição, por exemplo,
temos o surgimento de instrumentos eletrônicos e digitais, que possibilitam a produção de
sons nunca antes ouvidos. Além disso, o software de gravação e edição de áudio está se
tornando cada vez mais disponível, permitindo que músicos e produtores independentes
criem e distribuam facilmente suas próprias músicas.
Na etapa de criação, a tecnologia tem permitido aos músicos explorar novos sons e
técnicas de composição. A introdução de software de produção musical e dispositivos
eletrônicos, como sintetizadores e samplers, permitiram que músicos experimentassem
com diferentes sons e criassem novos gêneros musicais. Além disso, a tecnologia
também permitiu que os músicos trabalhassem juntos, mesmo estando em diferentes
partes do mundo, através de ferramentas de colaboração online.
Na etapa de circulação, a tecnologia tem tido um impacto significativo na forma
como a música é distribuída e promovida. A internet e as plataformas de streaming, como
o Spotify e o Apple Music, permitiram que os músicos alcancem um público global sem a
necessidade de um contrato com uma grande gravadora. Isso também permitiu que novos
artistas emergissem e ganhassem popularidade através de plataformas de
compartilhamento de música, como o Soundcloud.
Além disso, a tecnologia tem permitido que os fãs de música acessem facilmente uma
ampla variedade de estilos e gêneros musicais através da internet. As plataformas de
12

streaming e as redes sociais também permitem que os fãs se conectem com seus artistas
favoritos, compartilhem suas opiniões e descubram novas músicas.
Na etapa de transmissão, a tecnologia tem permitido que a música seja transmitida
com alta qualidade para qualquer lugar do mundo. A introdução de serviços de streaming
de vídeo ao vivo, como o YouTube e o Facebook Live, permitiu que os músicos
transmitissem apresentações ao vivo para um público global, aumentando sua audiência
e permitindo que os fãs assistam a shows ao vivo de seus artistas favoritos, mesmo
estando em diferentes partes do mundo.
No entanto, apesar dos muitos benefícios que a tecnologia trouxe para a música,
também existem algumas preocupações. A facilidade de distribuição de música através
da internet pode levar à pirataria, e muitos músicos enfrentam dificuldades financeiras
devido à falta de receita proveniente de vendas de álbuns físicos. Além disso, a
dependência excessiva da tecnologia pode levar à perda de habilidades musicais
tradicionais, como a capacidade de tocar instrumentos acústicos.
Considerando a relação entre música e suporte tecnológico, o objetivo desta
pesquisa foi desenvolver um debate a partir da bibliografia existente sobre os impactos
dos meios tecnológicos e midiáticos na música, bem como, mapear experiências musicais
contemporâneas. A metodologia empregada foi pesquisa bibliográfica e análise de dados
levantados na pesquisa, especificamente no mês de setembro.
Para tanto, desenvolvemos dois capítulos, o primeiro intitulado de “relação da
música com os meios digitais”, no qual discutimos os recursos disponíveis, com ênfase
para: o acesso e a democratização; novos modelos de distribuição; colaboração e criação
musical; interação e engajamento com o público. Também abordamos o papel da música
e sua mercantilização destacando: grandes gravadoras e o monopólio do mercado; indie,
underground e mainstream. Nesta etapa da pesquisa dialogamos com as produções
Micael Herchmann.
No segundo capítulo buscamos identificar o papel das mídias sociais na indústria
musical, em especial o tik tok. Nesta etapa da pesquisa identificamos os recursos e
estratégias para viralização de músicas no tik tok, por meio de formulários digitais
direcionados para músicos independentes. Os dados levantados nos formulários nos
permitiram inferir sobre as experiências, a trajetória musical, os investimentos realizados e
o uso das mídias sociais.
Deste modo, compartilhamos da concepção de arte de Vigotski (1998), para o
autor “a arte é a mais importante concentração de todos os processos biológicos e sociais
13

do indivíduo na sociedade, é um meio de equilibrar o homem com o mundo nos


momentos mais críticos e responsáveis da vida” (VIGOTSKI, 1998, p. 328-329). Ou seja,
é no processo de criação artística que cada ser humano vive a experiência de lidar com
os sentimentos que parecem ser exteriores, mas que o constituem. Assim, “aquele que
frui arte pode reelaborar, transformar, superar os seus próprios sentimentos”, ou seja, é a
partir da relação do indivíduo com o seu meio social e com os seus sentimentos que
possibilitam a elaboração e reelaboração de sentimentos transmitidos pela arte, de modo
a transformar e/ou superar os sentimentos do artista.
Por fim, considerando a importância da arte para a humanização do homem e sua
expressão no tempo presente, destacamos a relevância deste trabalho, que deixa como
contribuição a reflexão sobre a produção musical atual, os limites e possibilidades das
tecnologias para o seu desenvolvimento.
14

2 CAPÍTULO 1 - RELAÇÃO DA MÚSICA COM OS MEIOS DIGITAIS

2.1 RECURSOS DISPONÍVEIS

No livro "A Indústria da Música em Transição", de autoria de Micael Herschmann


(2010), somos convidados a explorar a relação entre música e sociedade no contexto
contemporâneo. Destacando que a música, no tempo presente, está relacionada com as
transformações sociais e culturais que ocorrem em ritmo acelerado. Ele argumenta que a
música reflete os sentimentos, aspirações e preocupações de uma determinada época,
oferecendo um espelho da sociedade em que é produzida.
Uma das questões abordadas é a democratização do acesso à música. Com a
popularização da internet e o surgimento de plataformas de streaming, a música tornou-se
mais acessível, permitindo que pessoas de diferentes origens culturais e sociais tenham
contato com uma variedade de gêneros musicais. Além disso, a música desempenha um
papel importante na construção de identidades individuais e coletivas, servindo como uma
forma de expressão e pertencimento para diversos grupos sociais. Segundo o autor, a
música tem o potencial de mobilizar as pessoas e influenciar a opinião pública,
tornando-se uma voz poderosa na luta por justiça social1.
Herschmann explora as mudanças na indústria da música e suas consequências
para os artistas e consumidores. Com a transição para o meio digital, surgiram novos
modelos de negócios e desafios para os músicos, bem como para as gravadoras
tradicionais. Vendo a importância da adaptação e inovação por parte dos artistas, que
precisam explorar novas estratégias de distribuição, promoção e monetização de suas
obras. A partir das ideias de Micael Herschmann, podemos destacar alguns pontos-chave
dessa relação:

1
Como podemos identificar no uso da música por diferentes povos indígenas como instrumento de luta, de
mesmo modo, entre o movimento feninista que vem ganhando grande repercussão com suas músicas de
resistência; ou mesmo nas canções e estilos musicais desenvolvidos no seio do movimento negro, entre
muitos outros.
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2.1.1 Acesso e democratização

Os meios digitais2 proporcionam um acesso sem precedentes à música.


Plataformas de streaming, lojas online e redes sociais permitiram que um número cada
vez maior de pessoas descobrisse e desfrutasse de uma vasta gama de estilos musicais.
Essa democratização do acesso rompeu barreiras geográficas, culturais e econômicas,
proporcionando oportunidades para artistas emergentes e independentes alcançarem um
público global.
Mas, apesar das vantagens aparentes, a democratização da música digital também
trouxe desafios significativos. Enquanto o acesso à música aumentou, a quantidade
massiva de conteúdo disponível online dificulta a descoberta de novos artistas, os
algoritmos das plataformas de streaming tendem a favorecer artistas já estabelecidos,
dificultando a visibilidade para aqueles que estão começando. Isso cria uma desigualdade
no espaço digital, onde alguns artistas têm acesso privilegiado e outros lutam para se
destacar.
Outro aspecto contraditório é a questão dos royalties e compensação financeira
para os artistas, embora as plataformas de streaming tenham se tornado a principal forma
de consumo musical, os pagamentos recebidos pelos artistas muitas vezes são
insuficientes para sustentá-los. Com as receitas sendo divididas entre as gravadoras,
plataformas e artistas, muitos artistas lutam para ganhar a vida com sua música, tornando
difícil a democratização.
Outras também surgem quando se trata da exclusividade da música na era digital.
As grandes gravadoras e artistas estabelecidos muitas vezes optam por lançamentos
exclusivos em determinadas plataformas, limitando o acesso a seus trabalhos. Isso pode
criar uma divisão entre os ouvintes, onde alguns têm acesso privilegiado a lançamentos e
conteúdos especiais, enquanto outros ficam excluídos.
Além disso, a prática de contratos de exclusividade entre artistas e plataformas de
streaming também causa controvérsia. Esses acordos podem restringir a disponibilidade
de determinadas músicas ou álbuns a uma única plataforma, limitando a escolha do
consumidor. Isso cria uma competição entre as plataformas para conquistar
exclusividades, deixando os ouvintes presos a serviços específicos e fragmentando a
experiência musical.

2
Para esse trabalho estamos compreendendo como meios digitais as Digital Audio Workstation - DAW, as
plataformas de streaming, as lojas online e as redes sociais;
16

2.1.2 Novos modelos de distribuição

A digitalização da música possibilitou a adoção de novos modelos de distribuição.


O formato físico de CDs e vinis deu lugar aos arquivos digitais, que podem ser facilmente
compartilhados e reproduzidos em dispositivos eletrônicos. As plataformas de streaming,
como Spotify, Apple Music e Deezer, surgiram como principais canais de distribuição,
oferecendo acesso ilimitado a um vasto catálogo musical mediante assinatura ou
anúncios. Esses novos modelos de distribuição têm impactado a forma como a música é
consumida, oferecendo opções mais flexíveis e personalizadas para os ouvintes.
Os novos modelos de distribuição digital emergentes trouxeram uma série de
avanços para a indústria da música, tornando mais fácil e conveniente para os
consumidores acessarem e desfrutarem de suas músicas favoritas. No entanto, um dos
principais desafios enfrentados por esses modelos é a persistente ameaça da pirataria.
A pirataria musical ocorre quando músicas são disponibilizadas e compartilhadas
sem a devida autorização dos artistas e donos dos direitos autorais. Com o surgimento da
internet e a disseminação de tecnologias de compartilhamento de arquivos, como redes
de compartilhamento e sites de hospedagem de arquivos, a pirataria musical se tornou
uma preocupação generalizada.
As dificuldades com a pirataria são várias. Em primeiro lugar, a pirataria prejudica
os artistas e a indústria da música como um todo, pois implica em perdas financeiras
significativas. Muitos artistas dependem da venda de suas músicas para obter renda e
financiar futuros projetos, e a pirataria reduz drasticamente seus ganhos, isso pode
dificultar sua capacidade de continuar produzindo música e impactar negativamente sua
carreira.
A pirataria também afeta as plataformas de streaming e outras empresas
envolvidas na distribuição legal de música, quando os consumidores optam por acessar
músicas ilegalmente, em vez de pagar pelos serviços legítimos, as plataformas perdem
receita, o que pode prejudicar sua sustentabilidade a longo prazo. Isso, por sua vez, pode
levar a um declínio na qualidade dos serviços oferecidos aos usuários legítimos.

2.1.3 Colaboração e criação musical

Os meios digitais também têm facilitado a colaboração e a criação musical. Através


17

da internet, artistas podem trabalhar juntos, mesmo estando em locais distintos,


compartilhando idéias, arquivos e produzindo faixas colaborativas. Além disso, softwares
de produção musical e instrumentos virtuais permitem que músicos explorem novas
possibilidades sonoras, experimentem diferentes estilos e criem composições de forma
mais acessível e econômica.
Uma das principais ferramentas utilizadas nesse contexto são as DAWs (Digital Audio
Workstations), ou Estúdios de Trabalho de Áudio Digital, em português.
As DAWs são softwares de produção musical que permitem gravar, editar, mixar e
masterizar faixas de áudio, elas oferecem uma ampla gama de recursos e funcionalidades
para auxiliar os músicos no processo de criação e produção musical. Com uma DAW, é
possível importar e gravar diferentes fontes de áudio, como vocais, instrumentos
acústicos ou eletrônicos, e organizá-los em uma linha do tempo.
Uma das grandes vantagens das DAWs é a possibilidade de colaboração remota.
Os músicos podem trabalhar juntos, mesmo estando em locais distintos, através do
compartilhamento de projetos e arquivos de áudio pela internet. Isso permite que artistas
colaborem em tempo real ou em diferentes momentos, adicionando camadas de
instrumentos, editando partes musicais e trocando ideias de forma eficiente.
Além disso, as DAWs oferecem uma ampla variedade de instrumentos virtuais, que
são amostras ou sínteses digitais de instrumentos musicais reais. Com esses
instrumentos virtuais, os músicos podem explorar novas possibilidades sonoras,
experimentar diferentes timbres e criar arranjos musicais complexos sem a necessidade
de ter acesso físico a cada instrumento real. Isso amplia as opções criativas e permite que
músicos com recursos limitados tenham acesso a uma vasta gama de sons e texturas
musicais.
Os softwares também fornecem efeitos de áudio, como equalizadores,
compressores, reverberações, entre outros, que auxiliam na mixagem e na criação de um
som final equilibrado e profissional. Além disso, oferecem recursos de automação, que
permitem controlar parâmetros como volume, panorama e efeitos ao longo do tempo,
garantindo maior expressividade e dinamismo às faixas musicais.

2.1.4 Interação e engajamento com o público

Os meios digitais têm possibilitado uma maior interação entre os artistas e seu
público. Redes sociais, sites e aplicativos permitem que os fãs acompanhem o trabalho de
18

seus artistas favoritos, participem de promoções, compartilhem suas opiniões e


experiências musicais. Essa proximidade e engajamento pode fortalecer os laços entre os
artistas e seu público, criando uma comunidade em torno da música.
No entanto, essas plataformas também apresentam algumas contradições e
desafios significativos para os artistas em termos de custo e dificuldades na criação de
público e na divulgação de seus trabalhos. Vamos explorar esses aspectos com mais
detalhes:
Custos: Embora as plataformas digitais ofereçam um alcance global sem
precedentes, elas geralmente não são gratuitas para os artistas. Muitas vezes, eles
precisam investir em equipamentos, software, produção de alta qualidade e marketing
para se destacarem em um mar de conteúdo online. Além disso, algumas plataformas
cobram taxas de assinatura ou comissões sobre as vendas, o que pode diminuir a receita
dos artistas.
Concorrência acirrada: A facilidade de criação e compartilhamento de conteúdo
nas plataformas digitais resulta em uma concorrência intensa. Com milhões de artistas
lutando pela atenção do público, é difícil se destacar e construir uma base de fãs sólida. A
necessidade de se destacar e destacar-se na multidão pode ser desafiadora e exigir
estratégias de marketing criativas e consistentes.
Visibilidade limitada: Embora as plataformas digitais ofereçam acesso a um público
global, a visibilidade real de um artista pode ser limitada devido aos algoritmos dessas
plataformas. Muitas vezes, o conteúdo é impulsionado com base em métricas como
engajamento, popularidade e compartilhamentos, o que pode tornar difícil para artistas
emergentes alcançarem uma ampla audiência. A falta de visibilidade pode dificultar o
crescimento do público e a divulgação do trabalho.
Saturação de conteúdo: Com a abundância de conteúdo disponível nas
plataformas digitais, os artistas enfrentam o desafio de se destacarem em meio a essa
saturação. Mesmo que um artista tenha talento e crie trabalhos excepcionais, eles podem
se perder em um mar de postagens e uploads diários. Isso exige uma estratégia
cuidadosa de marketing e promoção para atrair a atenção do público.
Dependência das plataformas: Embora as plataformas digitais forneçam uma
maneira conveniente de alcançar o público, os artistas muitas vezes se tornam
dependentes delas. As mudanças nos algoritmos ou nas políticas das plataformas podem
afetar drasticamente a visibilidade e o alcance dos artistas, resultando em uma perda de
conexão com o público. Essa falta de controle total sobre sua própria presença online
19

pode ser frustrante e desafiadora.


No contexto da indústria da música, Micael Herschmann (2010) enfatiza a
importância de compreender e adaptar-se às transformações trazidas pelos meios
digitais. Os artistas e profissionais da indústria precisam explorar estratégias de
promoção, distribuição e monetização adequadas a esse novo cenário, a fim de se
manterem relevantes e sustentáveis em um mercado em constante evolução.
O autor reconhece a música como uma forma de arte que transcende fronteiras
culturais e linguísticas, capaz de evocar emoções e transmitir mensagens. Ele ressalta a
importância da música como uma expressão cultural e social, refletindo a identidade de
uma comunidade e desempenhando papéis variados, desde o entretenimento até a
expressão de valores e questões sociais (HERSCHMANN, 2010).
No entanto, Herschmann (2010) também enfatiza as mudanças que ocorreram na
indústria da música devido às transformações tecnológicas e à era digital.
Ele descreve a música como um fenômeno em constante evolução, afetado pelas
inovações digitais e pelas novas formas de consumo, o autor destaca que a digitalização
da música e o surgimento de plataformas de streaming têm impactado significativamente
a maneira como a música é distribuída, consumida e monetizada.
Herschmann (2010) também analisa a relação entre música e sociedade,
explorando como a música reflete as mudanças sociais e culturais do tempo presente. Ele
destaca o poder da música como uma forma de resistência e ativismo, destacando o
papel que ela desempenha nos movimentos sociais e na promoção da justiça social.
Discutindo as implicações dessas transformações na indústria musical para os
artistas, destacando a necessidade de adaptação e inovação diante dos desafios e
oportunidades oferecidos pelo cenário digital.

2.2 MÚSICA COMO MERCADORIA

Enquanto a música é uma forma de expressão artística profundamente pessoal e


cultural, ela também é tratada como um produto comercial, sujeito às forças do mercado.
Na criação da música envolve um amplo leque de processos, desde a composição
e gravação até a produção e distribuição, embora a música seja uma forma de expressão
artística, o aspecto comercial é essencial desde o momento em que os artistas buscam
financiamento para seus projetos. Nesse sentido, a música como mercadoria se torna
20

uma realidade desde a fase inicial do processo criativo.


A comercialização da música começa com a necessidade de recursos financeiros
para a produção adequada de um álbum. Os artistas frequentemente buscam patrocínios,
contratos com gravadoras ou recorrem a plataformas de financiamento coletivo para
viabilizar seus projetos. A necessidade de investimentos muitas vezes leva à adoção de
estratégias de mercado, em que as decisões criativas são influenciadas pelas demandas
comerciais, afetando o próprio conteúdo da música.
Uma vez produzida, a música precisa ser distribuída e promovida para alcançar o
público. As plataformas digitais revolucionaram esse processo, oferecendo acesso global
instantâneo. No entanto, essa democratização da distribuição também aumentou a
concorrência e a necessidade de investimento em marketing para se destacar em meio a
um mar de músicas disponíveis.
As gravadoras desempenham um papel crucial na promoção da música como
mercadoria. Elas têm a capacidade de alavancar recursos significativos para garantir que
os artistas atinjam um público mais amplo. No entanto, essa relação muitas vezes envolve
contratos complexos, nos quais os artistas abrem mão de parte de sua autonomia criativa
em troca de suporte financeiro e visibilidade. Assim, a música pode ser moldada e
adaptada para atender às demandas comerciais, potencialmente afetando sua
autenticidade e originalidade.
Os consumidores ditam o valor da música como mercadoria. A percepção do
público em relação ao valor da música pode ser influenciada por fatores como a
popularidade, o status do artista e as tendências culturais, a facilidade de acesso à
música por meio de serviços de streaming e downloads ilegais tem um impacto
significativo no mercado.
A música se tornou cada vez mais descartável na era digital, com uma ênfase no
consumo rápido e superficial. Isso levanta questões sobre a valorização adequada dos
artistas e seu trabalho. Muitas vezes, a compensação financeira pelos direitos autorais e
reprodução de música é insuficiente para sustentar uma carreira musical, especialmente
para artistas independentes.
Essa desvalorização da música como mercadoria afeta diretamente a vida e a
subsistência dos artistas, dificultando a criação de um público e o acesso à divulgação.

2.2.1 Grandes Gravadoras e o Monopólio do Mercado


21

Conhecidas como majors, as grandes gravadoras desempenham um papel crucial


na indústria da música. Essas empresas possuem uma infraestrutura estabelecida,
recursos financeiros significativos e uma ampla rede de contatos e distribuição. Eles têm o
poder de investir em artistas e promovê-los em escala global.
No mercado nacional, algumas gravadoras majors podem dominar o cenário,
controlando uma parcela considerável das vendas e da visibilidade. Essa concentração de
poder pode resultar em um ambiente competitivo desafiador para artistas independentes
que buscam se destacar. No entanto, com o surgimento das plataformas digitais e o
fortalecimento do mercado independente, essa dinâmica está passando por
transformações, permitindo que os artistas encontrem novos caminhos para sua música.
a) Músicos Alternativos e Espaços Fora das Gravadoras Tradicionais:
Em contraponto às grandes gravadoras, há uma cena grande de músicos
alternativos que optam por se afastar dos métodos tradicionais de produção e circulação.
Esses músicos independentes podem escolher manter total controle criativo sobre sua
música, evitando as pressões comerciais das majors.
Esses artistas frequentemente buscam alternativas para divulgar seu trabalho. Eles
exploram espaços fora das gravadoras, como selos independentes, distribuição digital,
plataformas e redes sociais. Essas ferramentas permitem que eles se conectem
diretamente com seu público, construam comunidades engajadas e tenham mais
liberdade para experimentar estilos e abordagens musicais.

2.2.2 Indie, Underground e Mainstream: Uma Interação Complexa

Os termos "indie", "underground" e "mainstream" são frequentemente usados para


descrever diferentes espaços da indústria musical. O indie (abreviação de independente)
geralmente se refere a artistas e selos independentes que operam fora das grandes
gravadoras. Eles se orgulham de sua independência criativa e buscam um som único e
autêntico, que quase sempre são os artistas menos afortunados e que não tem recursos
disponíveis para divulgação de seus trabalhos.
O underground representa a cena musical mais alternativa e menos conhecida,
muitas vezes, desafiam as convenções estabelecidas explorando gêneros e estilos não
convencionais. Essa cena é caracterizada por uma estreita conexão entre artistas e fãs,
com comunidades locais fortes e uma abordagem mais simples, caracterizado pelo DIY
(Do It Yourself - Faça Você Mesmo), artistas que gravam suas músicas em casa, ou
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estúdios improvizados, geralmente esses são responsáveis pelas criações das


ramificações ou sub-gêneros de algum estilo ou categoria musical.
O mainstream, por sua vez, refere-se à música que alcança uma ampla audiência e
penetra na cultura popular. Geralmente, está associado a artistas assinados por grandes
gravadoras e que têm acesso a recursos financeiros significativos para promover sua
música em escala global. No entanto, é importante notar que essas categorias não são
isoladas, e há uma interação complexa entre elas, na maioria das vezes participações
entre artistas undergrounds e mainstreams. Muitos artistas independentes buscam um
equilíbrio entre a autonomia criativa e a exposição mainstream, aproveitando as
oportunidades oferecidas pelo cenário musical atual.
23

3 CAPÍTULO 2 - ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO: TIKTOK E MÍDIAS

A ascensão das mídias sociais e plataformas de compartilhamento de conteúdo


tem revolucionado a maneira como a informação é consumida. Nesse contexto, o TikTok
surgiu como uma plataforma de mídia social, se tornando muito popular durante a
pandemia do Covid-19. Caracterizado por vídeos curtos e envolventes que cativam a
atenção do público, geralmente entre 15 e 60 segundos, o TikTok faz com que os
criadores de conteúdo sejam criativos e chamativos em sua abordagem. Além disso, a
plataforma oferece recursos de edição que possibilitam a aplicação de elementos visuais,
áudio e efeitos especiais, aumentando ainda mais o foco do conteúdo.
Formato de Conteúdo Inovador e Viralização Rápida:
O TikTok trouxe um formato de conteúdo inovador, baseado em vídeos curtos e
criativos, que rapidamente ganhou a atenção dos usuários. Esse formato permite que as
pessoas compartilhem histórias, talentos e criatividade de maneira rápida e envolvente.
Uma das características mais marcantes do TikTok é a capacidade de um vídeo se tornar
viral em questão de horas. Isso ocorre graças à função "Para Você", que expõe os
usuários a uma variedade de conteúdo com base em seus interesses, tornando cada
vídeo uma oportunidade de viralização.

a) Diversidade de Conteúdo, Música e Desafios:


O TikTok abriga uma ampla variedade de conteúdo, desde comédia e dança até
tutoriais e discussões educacionais. Isso atrai uma audiência diversificada e permite que
pessoas com diferentes interesses encontrem conteúdo relevante. A integração de
músicas em vídeos e a criação de desafios relacionados à música são elementos-chave
do TikTok. Isso não apenas fortalece a relação entre a plataforma e a indústria musical,
mas também cria oportunidades para que músicas se tornem virais.

b) Engajamento da Comunidade e Influência nas Mídias Sociais:


O TikTok promove o engajamento da comunidade por meio de likes, comentários e
compartilhamentos. Isso cria uma sensação de pertencimento e interação social que
mantém os usuários envolvidos. Além disso, o TikTok influenciou outras plataformas de
mídia social a adotar recursos semelhantes, como o Instagram Reels e o YouTube Shorts,
em uma tentativa de competir com seu sucesso.
24

3.1 O TIKTOK NA INDÚSTRIA MUSICAL

Emergindo como um grande impulsionador na indústria musical nos últimos anos, o


TikTok vem trazendo influência não só em novos lançamentos, mas também na
reanimação de faixas antigas.
Um estudo realizado pela Midia Research em 2020 destacou a influência do TikTok
na popularização de músicas. Eles descobriram que a canção "Savage Love" de Jawsh
685 e Jason Derulo ganhou mais de 17 milhões de vídeos gerados por usuários na
plataforma, o que levou a um aumento significativo nas vendas e streaming. Além disso,
uma pesquisa conduzida pela empresa de pesquisa de mercado MusicWatch revelou que
75% dos usuários do TikTok afirmam descobrir novas músicas na plataforma, enquanto
63% disseram que compraram ou transmitiram música que ouviram no aplicativo
Um exemplo notável da influência do TikTok na indústria musical é o caso de
"Dreams" da Fleetwood Mac. Após um vídeo viral de Nathan Apodaca andando de skate
e dublando a música enquanto bebia suco de cranberry, a faixa experimentou um
ressurgimento surpreendente, atingindo posições elevadas nas paradas de streaming e
vendas (Rolling Stone, 2020).
Em relação à criação de ‘trends’ as tendências musicais, artigos, como o da Rolling
Stone, destacaram como músicas como "Renegade" de K CAMP e "Say So" de Doja Cat
se tornaram virais devido aos desafios de dança associados (Rolling Stone, 2020).
No entanto, como mencionado por diversos autores, a relação entre o TikTok e a
indústria musical também gerou debates sobre questões de compensação para os
artistas. Conforme argumentado por Smith (2021), em seu artigo na Forbes, "a
monetização no TikTok não é tão direta quanto em outras plataformas de streaming, o que
levanta preocupações sobre a justa remuneração dos músicos cujas músicas se tornam
virais na plataforma."
Lil Nas X, um artista relativamente desconhecido no início de sua jornada musical,
lançou "Old Town Road" em dezembro de 2018. A faixa, que mescla elementos do
hip-hop e do country, ganhou popularidade inicialmente no TikTok, onde os usuários
começaram a criar vídeos curtos usando a música como trilha sonora.
25

O single viral se tornou notável por si só devido sua rejeição pelas 3paradas de
música country tradicionais. No entanto, também pode ser o primeiro exemplo claro de
TikTok transformando uma música em um meme, depois em um hit estrondoso. A música
em si foi lançada em 3 de dezembro de 2018, e Lil Nas X teve a habilidade desde o início
para tentar transformá-la em meme4 Strapagiel (2019).
A combinação de marketing orgânico no TikTok e a classificação musical fizeram
com que "Old Town Road" se tornasse um fenômeno global. A música não apenas
dominou as paradas de sucesso, mas também quebrou recordes nas plataformas e
solidificou Lil Nas X como uma das estrelas mais brilhantes da indústria musical.
Um relatório gerado pela Winnin, uma agência que utiliza inteligência artificial para
análise de dados, sete das dez músicas mais reproduzidas no Spotify em 2020
inicialmente alcançaram notoriedade no TikTok. Nesse processo as músicas são
popularizadas pelos criadores de conteúdo, gerando um aumento na audiência e,
consequentemente, estimulando as pessoas a buscar e ouvir essas faixas nas
plataformas de streaming.
A partir desse ponto, a música começa a se destacar, as estatísticas de reprodução
crescem exponencialmente e ela adquire o status de viral.

3.2 RECURSOS E ESTRATÉGIAS PARA VIRALIZAR MÚSICAS NO TIKTOK

A viralização de músicas no TikTok representa uma oportunidade única para novos


artistas e profissionais da indústria musical alcançarem um público grande e diversificado.
A plataforma oferece algumas estratégias específicas que podem ser empregadas para
aumentar a visibilidade e o engajamento com as músicas.
Desafios de danças, as famosas “trends”, têm sido algumas das opções para
promover músicas no TikTok, ao criar passos de dança simples e fáceis de reproduzir, os
artistas podem incentivar os usuários a participar do desafio, ampliando assim a
exposição da música. Parcerias com criadores de conteúdo influentes no TikTok podem
aumentar significativamente o alcance da música, esses criadores podem desenvolver

3
Uma parada de música (tabela musical ou lista musical) é um método de classificar canções de acordo
com sua popularidade durante um determinado período de tempo.
4
As traduções realizadas para este trabalho de conclusão de curso foram realizadas de modo livre pelo
autor.
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vídeos criativos que incorporam a música.


A estética visual no TikTok também desempenha um papel fundamental na hora de
captar a atenção do público. Efeitos visuais, cortes precisos, transição e sincronização
com a música são fatores que podem contribuir para a viralização. Embora a rede social
ofereça um potencial significativo como ferramenta de divulgação, também não se pode
ignorar seus desafios e limitações.
Anteriormente, artistas independentes frequentemente dependiam de
intermediários, como gravadoras e promotores, para alcançar audiências. Isso possibilita
que músicos independentes construam seu próprio público e estabeleçam conexões
autênticas.
No âmbito local no que se refere aos músicos independentes, os dados levantados
nos apontam para outra direção. Como podemos analisar nos gráficos a seguir a relação
dos músicos com as redes sociais ocupa um espaço intermediário nas suas atividades de
trabalho

3.2.1 Experiências com as mídias digitais

Buscamos realizar um levantamento de dados por meio da aplicação de


questionários para músicos independentes para identificar a relação que estão
estabelecendo entre as suas produções e as redes sociais. Todos os músicos que se
voluntariaram a responder possuem mais de 18 anos e trabalham com a música há mais
de um ano. As primeiras questões levantadas foram sobre o tempo na música e os
investimentos realizados nesse período.

Gráfico 1. Tempo na profissão e investimento

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.


27

A partir das respostas identificamos que 20% possuem mais de 5 anos de


profissão, 40% estão na carreira de 3 a 5 anos e outros 40% de 1 a 3 anos, ou seja, de
modo geral são profissionais ainda em início de carreira. Apenas 20% realizaram
investimentos superiores a 5 mil reais, empatado em 40% os que realizaram
investimentos de 1 a 3 mil reais e de 3 a 5 mil.
Uma das principais dificuldades enfrentadas por músicos independentes no Brasil é
a falta de recursos financeiros. Sem o apoio de uma gravadora, os artistas muitas vezes
precisam financiar a produção de músicas, clipes, e promoção por conta própria. A falta
de visibilidade é outro grande obstáculo.

Tabela 1. Interação com as redes sociais

Entrevistados Relação com Estratégias Melhor forma O papel do Produções no


redes sociais de visibilidade de Divulgação TikTok tik Tok

Músico 1 Fundamental stories & Redes - -


páginas de Sociais
divulgação

Músico 2 Fundamental anúncios e Redes - -


reacts Sociais

Músico 3 Fundamental Instagram e Redes Papel de Temáticas


Tik Tok Sociais visualização para a música

Músico 4 Fundamental Instagram e Redes Auxilia, mas Vídeos curtos


Tik Tok Sociais não é fácil e engraçados
viralizar

Músico 5 Difícil Originalidade Atividades ao - -


e qualidade vivo
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

A partir da tabela podemos identificar como os músicos independentes vêem o


papel das redes sociais, sua importância, relação e a forma como a utilizam para divulgar
seu trabalho, a maior parte deles vê como fundamental, mas também expõe suas
dificuldades.
28

Gráfico 2. Uso do Tik Tok e há quanto tempo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

Sobre o uso do TikTok como forma forma de divulgação, 40% não utilizam a
plataforma, dos que usam 50% a mais de um ano, e outros 50% a menos. A partir daí
podemos concluir que devido a ascensão recente do aplicativo, no âmbito local os
músicos ainda não estão 100% adaptados, mais como uma possibilidade e não uma
oportunidade, considerando os fatores externos como divulgação e métodos de
impulsionamento.
29

​4 CONSIDERAÇÕES

Em conclusão, a relação entre música e tecnologia tem sido uma área de grande
interesse e debate na academia e na indústria da música. Os avanços tecnológicos têm
tido um impacto significativo em todas as etapas da música, desde a criação até a
transmissão, permitindo que músicos experimentem com novos sons e técnicas,
alcancem um público global e transmitam apresentações ao vivo para um público mundial.
No entanto, também existem preocupações com a dependência excessiva da tecnologia e
a perda de habilidades musicais tradicionais.
A digitalização da música, a internet e as redes sociais transformaram a forma
como descobrimos novas músicas e interagimos com artistas. Plataformas de streaming,
revolucionaram a indústria da música, tornando-a mais acessível e oferecendo novas
oportunidades de monetização para os músicos. Além disso, a tecnologia tornou a criação
musical mais acessível a um público mais amplo, com softwares e equipamentos de
produção acessíveis que permitem a qualquer pessoa explorar sua criatividade musical.
Entretanto também levanta questões importantes, como direitos autorais, pirataria
e a saturação do mercado musical devido à facilidade de produção, também as
possibilidades de divulgação pagas favorecem apenas os músicos com um poder de
investimento, enquanto a maioria dos músicos independentes fica em desvantagem e não
conseguem aproveitar totalmente desse recurso. Além disso, a crescente automação e a
inteligência artificial estão começando a desempenhar um papel na criação musical, o que
pode levantar questões sobre a autenticidade e a singularidade da música.
Concluiu-se que a tecnologia e a música têm relações e influências constantes
uma na outra, à medida que a tecnologia avança é fundamental que músicos,
profissionais da indústria e ouvintes considerem as implicações dessa evolução para
preservar a integridade da música enquanto abraçam as oportunidades que a tecnologia
oferece. A relação em constante transformação entre música e tecnologia promete
continuar moldando o cenário musical e oferecendo novas possibilidades emocionais e
criativas para todos os envolvidos.
30

REFERÊNCIAS

HERCHSMANN, Micael. Na borda e fora do mainstream musical: novas tendências da


música independente no início do século xxi. São Paulo: Estação das Letras e Cores,
2011.

HERCHSMANN, Micael. Indústria da música em transição. São Paulo: Estação das Letras
e Cores, 2010.

JÚNIOR, F. M. M. tiktok e música pop: relações entre mídia, plataformas e produção de


conteúdo no meio digital. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN:
2358-212X), [S. l.], v. 10, n. 1, 2021. Disponível em:
https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/4978. Acesso em: 10 set. 2023.

GENUINO, Lianna Karla de Oliveira. EFEITO TIKTOK: o impacto da plataforma na indústria


musical. 2022. 94 f. TCC (Doutorado) - Curso de Publicidade e Propaganda, Comunicação
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https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/48119/1/TCC%20Lianna%20Karla%20de
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RESENDE, Guilherme. A INFLUÊNCIA DO TIKTOK NA INDÚSTRIA MUSICAL. 2021.


Disponível em: https://jornalismopoa.espm.br/a-influencia-do-tiktok-na-industria-musical/.
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31

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STRAPAGIEL, Lauren. How TikTok Made "Old Town Road" Become Both A Meme And A
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