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Universidade do Minho

Escola de Engenharia

Andresa Patrícia Dias Gomes

Avaliação e Gestão de Riscos em


Sistemas de Saneamento

e Gestão de Riscos em
Sistemas de Saneamento
Andresa Patrícia Dias Gomes Avaliação
UMinho | 2015

dezembro de 2015
Universidade do Minho
Escola de Engenharia

Andresa Patrícia Dias Gomes

Avaliação e Gestão de Riscos em


Sistemas de Saneamento

Dissertação de Mestrado
Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao
Grau de Mestre em Engenharia Civil

Trabalho efectuado sob a orientação do


Professor Doutor José Manuel Pereira Vieira

dezembro de 2015
AGRADECIMENTOS
À minha família e amigos, ao meu orientador e todos os restantes professores deste curso muito
obrigada por me acompanharem e ajudarem neste longo percurso.

iii
iv
RESUMO

A água é um bem essencial ao suporte da vida. O conceito de água segura e a crescente preocupação com
o meio ambiente conduz à adoção de políticas que promovem a proteção da qualidade deste bem.
Parte de todo este processo está centrado no correto tratamento das águas residuais, ponto fulcral
para a obtenção de uma água de qualidade disponível no meio ambiente.

A adoção de medidas preventivas revela-se, cada vez mais, uma política consciente e eficaz para a
resolução de possíveis problemas. Assim, seguindo o exemplo do plano de segurança da água para
consumo humano, chegou-se à necessidade de criar um documento idêntico para o saneamento, cuja
essência é a avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento, tema abordado nesta
dissertação.

Para tal foi feito um estudo inicial desta problemática e das razões para a sua existência, seguida de
um levantamento das características dos sistemas de saneamento utilizados correntemente nos
aglomerados populacionais.

De seguida procedeu-se à aplicação da metodologia adotada no plano de segurança da água a estes


sistemas, identificando os eventos perigosos em cada componente dos mesmos, os seus efeitos, as
medidas de controlo e a monitorização de cada um desses riscos.

Finalmente compilou-se todo o trabalho executado até então numa base de dados de avaliação e
gestão de riscos em sistemas de saneamento, que servirá de base a conceção de um futuro plano de
segurança para saneamento.

Palavras-chave: Plano de Segurança, Avaliação e Gestão de Riscos, Saneamento, Estação de


Tratamento de Águas Residuais, Águas Residuais, Eventos Perigosos, Monitorização, Medidas de
Controlo.

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ABSTRACT

Water is a fundamental good for the support of life. The concept of safe water and the growing concern
with the environment leads to the adoption of policies that promote the protection of the quality of this
good. Part of this process is centered on the correct waste water treatment, focal point to obtain quality
water available in the environment.

The adoption of preventive measures proves to be, increasingly, a conscious and effective policy for
solving possible problems. Thus, following the example of water safety plan for human consumption
appeared the need to create a similar document for sanitation, which essence is the risk evaluation and
management in sanitation systems, topic of this dissertation.

This is why it was made an initial study of this issue and the reasons for its existence, followed by a
survey of the characteristics of sanitation systems currently used in population areas.

Then it was followed by the application of the methodology adopted in the water safety plan for those
systems, identifying the hazardous events in each, their effects, the control measures and the
monitoring of each of those risks.

Finally all the work performed until then was piled up in a risk evaluation and management in sanitation
systems database, which will support the design of a future security plan for sanitation.

Keywords: Safety Plan, Risk Evaluation and Management, Sanitation, Wastewater Treatment Plant,
Sewage, Hazardous Events, Monitoring, Control Measures.

vii
viii
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO v

ABSTRACT vii

ÍNDICE ix

ÍNDICE DE FIGURAS xiii

ÍNDICE DE QUADROS xv

ABREVIATURAS xvii

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 1 - ESTADO DA ARTE

1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 3

1.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 6

1.2.1. O ciclo urbano da água 6

1.2.2. Tipos de sistemas de saneamento 7

1.2.3. Órgãos do sistema a estudar 8

1.2.4. Meios recetores 8

1.3. PLANO DE SEGURANÇA 9

1.3.1. O que é um plano de segurança 9

1.3.2. Objetivo de um Plano de Segurança para Saneamento 10

1.3.3. Metodologia do Plano de Segurança de Saneamento 10

1.4. IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA PARA SANEAMENTO 17

CAPÍTULO 2 - OS SISTEMAS DE SANEAMENTO

ix
2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 21

2.1.1. Tipos de sistemas de saneamento 22

2.1.2. Componentes dos sistemas de saneamento 23

2.2. ÓRGÃOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 25

2.2.1. Componente: Coleta ou Transporte 25

2.2.2. Componente: Tratamento 28

2.2.3. Componente: Meios recetores 40

CAPÍTULO 3 - EVENTOS PERIGOSOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS EVENTOS PERIGOSOS 43

3.1.1. Identificação de perigos na componente de coleta e transporte 43

3.1.2. Identificação de perigos na componente de distribuição 44

3.1.3. Identificação de perigos na componente do meio recetor 45

3.2. CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE RISCOS 47

3.2.1. Priorização de riscos 47

3.3. PONTOS DE CONTROLO 50

CAPÍTULO 4 - MONITORIZAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

4.1. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO 53

4.1.1. Identificação e avaliação de medidas de controlo na distribuição 54

4.1.2. Identificação e avaliação de medidas de controlo no tratamento 54

4.1.3. Identificação e avaliação de medidas de controlo nos meios recetores 55

4.2. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 56

x
4.2.1. Estabelecimento de limites críticos 57

4.2.2. Estabelecimento de procedimentos de monotorização 58

4.2.3. Estabelecimento de ações corretivas 59

4.3. PLANOS DE GESTÃO 59

4.3.1. Estabelecimento de procedimentos para a gestão de rotina 60

4.3.2. Estabelecimento de procedimentos para a gestão em condições excecionais 61

4.3.3. Estabelecimento de documentação e protocolos de comunicação 61

CAPÍTULO 5 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

5.1. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS 63

5.2. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: COLETA 66

5.2.1. C1 Origem Da Água Residual 66

5.2.2. C2 Tipo De Rede De AR 67

5.3. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: TRATAMENTO 68

5.3.1. T1 Pré-tratamento 68

5.3.2. T2 Tratamento Preliminar 69

5.3.3. T3 Tratamento Primário 70

5.3.4. T4 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas De Crescimento Em Suspensão:


Lamas ativadas 71

5.3.5. T5 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas De Crescimento Em Suspensão:


Lagoas De Estabilização 72

5.3.6. T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico 73

5.3.7. T7 Tratamento Terciário e de afinação 74

xi
5.3.8. T8 Tratamento De Lamas 76

5.3.9. T9 Órgãos Acessórios 77

5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR 78

5.4.1. M1 Meio Hídrico 78

5.4.2. M2 Solo 79

5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 80

5.6. PLANOS DE GESTÃO 80

CONCLUSÕES 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85

WEBGRAFIA 87

ANEXO 89

xii
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Evolução histórica do saneamento 5

Figura 2 – Ciclo Urbano da Água 6

Figura 3 – Esquema simplificado de uma rede de saneamento 8

Figura 4 – Metodologia de um PSA 10

Figura 5 – Base de dados de risco 12

Figura 6 – Exemplo de escala de probabilidade de ocorrência 12

Figura 7 – Exemplo de escala de severidade das consequências 13

Figura 8 – Matriz de classificação de riscos 13

Figura 9 – Matriz de priorização qualitativa de riscos 14

Figura 10 – Esquema de um SS unitário vs SS separativo 23

Figura 11 – Componentes do sistema de saneamento 24

Figura 12 – Extrato do no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto 28

Figura 13 – Esquema de tratamento secundário 32

Figura 14 – Esquema de tratamento com discos biológicos 35

Figura 15 – Tratamento avançado para remoção de fósforo 37

Figura 16 – Esquema concetual do tratamento de AR em ETAR 40

Figura 17 – Árvore de decisão da existência de um PCC 51

Figura 18 – Informação constituinte dos planos de monotorização 59

Figura 19 – Elementos de análise à aplicação de um plano de emergência 61

Figura 20 – Documentos constituintes de um plano de emergência 62

Figura 21 – Esquema conceptual dos sistemas de saneamento 64

Figura 22 – Esquema de organização da basse de dados 65

xiii
xiv
ÍNDICE DE QUADROS

Quadro1 – Componentes da rede de saneamento de AR domésticas 25

Quadro 2 – Componentes da rede de saneamento de AR pluviais 26

Quadro 3 – Componentes da rede de saneamento de um SS unitário 27

Quadro 4 – Órgãos do pré-tratamento 30

Quadro 5 – Órgãos do tratamento preliminar 30

Quadro 6 – Órgãos do tratamento primário 31

Quadro 7 – Órgãos do tratamento secundário: lamas ativadas 33

Quadro 8 – Órgãos do tratamento secundário: lagoas de estabilização 33

Quadro 9 – Órgãos do tratamento secundário: leitos percoladores 35

Quadro 10 – Órgãos do tratamento secundário: discos biológicos 36

Quadro 11 – Processos de tratamento terciário e avançado (fase líquida) 36

Quadro 12 – Tratamento de lamas 38

Quadro 13 – Características dos meios recetores 41

Quadro 14 – Eventos perigosos na coleta 44

Quadro 15 – Eventos perigosos no tratamento 45

Quadro 16 – Eventos perigosos no meio recetor 46

Quadro 17 – Escala de Probabilidade de Ocorrência 48

Quadro 18 – Escala de Severidade das Consequências 48

Quadro 19 – Matriz de Classificação de Riscos 49

Quadro 20 – Matriz de Priorização Qualitativa de Riscos 49

Quadro 21 – Medidas de controlo na coleta 54

Quadro 22 – Medidas de controlo no tratamento 55

Quadro 23 – Medidas de controlo no meio recetor 56

Anexo 89
xv
A – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NA COLETA 89

B – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO TRATAMENTO 98

C – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO MEIO RECETOR 142

D – QUADRO DE MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 155

E – QUADRO DE GESTÃO DE ROTINA 160

xvi
ABREVIATURAS

AR – Água residual.

SS – sistema de saneamento.

ETAR – estação de tratamento de águas residuais.

VLE - valor limite de emissão.

CBO - carência biológica de oxigénio.

OD – oxigénio dissolvido.

CO2 – Dióxido de carbono.

PSS – plano de segurança de saneamento.

PSA – plano de segurança da água.

PC – ponto de controlo.

PCC – ponto de controlo crítico.

LC – limite crítico.

xvii
xviii
INTRODUÇÃO

“At any given time, nearly half the population of the developing world will be affected by an illness or
disease directly linked to unsafe or too little water, poor or no sanitation, or poor management of water
resources.” (SSP, WHO 2015)

Esta citação integrante do planeamento de segurança do saneamento da Organização Mundial da


Saúde serve de mote para a criação de um Plano de Segurança de Saneamento (PSS) de modo a
reforçar o conceito de água segura, conceito esse que foi iniciado com a criação do Plano de
Segurança da Água. Adicionalmente o PSS visa também a proteção do meio ambiente.

A Avaliação e Gestão de Riscos em Sistemas de Saneamento insere-se no panorama do Plano de


Segurança de Saneamento (PSS) cujo objetivo é criar uma metodologia preventiva de ação sobre
incidentes nestes mesmos sistemas. Para tal vai-se recorrer a analogias com o Plano de Segurança da
Água (PSA), adotando a sua metodologia, aplicando-a aos sistemas de saneamento.

Paralelamente pretende-se explicar de que forma tudo isto se insere na problemática ambiental da
atualidade, pois ao contrário da água para consumo humano, que é exclusivamente um problema de
saúde pública, a conceção adotada para os sistemas de saneamento, tornam-nos também um
problema ambiental.

Trata-se de uma problemática atual, que se relaciona com a crescente consciência do Homem em
relação à proteção do meio ambiente e à gestão dos recursos naturais, que, ao longo dos anos, e, com
o crescimento exponencial da população mundial se vêm a esgotar, a uma velocidade estonteante. Por
outro lado com o desenvolvimento tecnológico e evolução da sociedade (que é cada vez mais uma
sociedade de consumo, com novas exigências a cada dia que passa) cresce também a preocupação
com as questões de reutilização de recursos.

Propõem-se assim a execução de um estudo exaustivo dos SS, enumerando os órgãos que os
constituem e para que servem, para que numa segunda fase se possam identificar os problemas que
neles podem surgir, os impactos que podem causar e as medidas corretivas e preventivas para atuar
sobre esses problemas.

O objetivo final é a criação de uma base de dados de avaliação e gestão de riscos para sistemas de
saneamento, o mais completa possível, para que, futuramente sirva de base à conceção de um Plano
de Segurança para Saneamento.

1
2
CAPÍTULO 1 - ESTADO DA ARTE

1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Ao longo dos tempos os sistemas de recolha/tratamento de águas residuais foram evoluindo até
chegar à complexidade dos dias de hoje.

Os primeiros sistemas de águas residuais remontam ao ano 3000 AC, cujos responsáveis foram a
civilização Hindu de Mohengo-Doro, atualmente Pasquistão Ocidental. Esse sistema era constituído
essencialmente por uma rede de drenos e coletores principais que visava a condução das águas
pluviais que escorriam pelas vias de comunicação (Webster 1962).

A próxima referência a sistemas de saneamento aparece na antiga Mesopotânia, nas cidades de Ur e


Babilónia em 2500 AC (Maner 1966) cujo sistema incluía uma espécie de sargetas para recolha de
águas pluviais e posterior encaminhamento para coletores. Muitos outros sistemas de saneamento
semelhantes surgiram após estes, nomeadamente: Cnossos, Creta (3000 a 1000 AC), Nineveb, Assíria
(800 AC), Marzobotto, Itália central (600 AC) entre outras.

O grande expoente dos sistemas de saneamento da antiguidade deu-se com a construção da Cloaca
Máxima de Roma (significando a palavra Cloaca – condutor de drenagem urbana) que foi considerado
a primeira obra de dimensão relevante no que toca a um serviço público de drenagem.

Desde o Império Romano até ao século XVII não houve qualquer tipo de avanço tecnológico relevante
nesta área, havendo mesmo um grande retrocesso na Idade Média (período compreendido entre os
séculos V e XV) cujas preocupações com higiene e limpeza eram totalmente postas de parte pela
população, sendo os resíduos domésticos deitados em valas a céu aberto ao longo do eixo das ruas e
transportados para a linha de água mais próxima durante as chuvadas. Foi um período da História
caracterizado por inúmeras pestes e epidemias.

O ressurgimento das preocupações com a drenagem e evacuação de águas residuais dá-se nas
principais cidades Europeias nos séculos XV e XVI, com a proliferação das políticas neoclássicas, que
retomam as ideologias da Antiguidade Clássica.

3
No século XVII foi planeado o primeiro coletor enterrado em Londres, no entanto, não foi concretizado.
A partir do século XVIII, estar limpo passa a ser uma prioridade, e, com ela surgem os primeiros
sanitários públicos (dado que até então poucas casas estavam dotadas destes equipamentos) bem
como a reintegração dos hábitos de tomar banho. Isso leva a uma crescente preocupação com o
destino a dar às ‘águas sujas’.

Então, no século XIX, dá-se o grande crescimento nesta área juntamente com o aparecimento do
abastecimento e distribuição de água domiciliária. No final deste século começam-se a estabelecer
critérios como os de auto-limpeza e declive das redes de drenagem, bem como a utilização de novos
materiais, por exemplo o betão, em detrimento dos até aí utilizados. São desenvolvidas obras de
grande dimensão na construção de redes de drenagem de águas residuais nas cidades de Paris e
Londres. O mesmo acontece nas principais cidades dos Estados Unidos da América (Chicago, Nova
Iorque) baseados nas práticas europeias.

É aí, nos Estados Unidos, que se começa a recorrer a sistemas separativos, mas, no entanto, na
segunda metade do século XIX começam as discussões entre técnicos e cientistas entre as vantagens
e desvantagens de se recorrer a esse tipo de sistemas.

Apesar de todos os avanços nesta área da implementação de sistemas separativos, nas grandes
cidades europeias continua-se a recorrer aos tradicionais sistemas unitários, por 3 razões: não havia
experiência sobre o comportamento dos sistemas separativos, prevalecia a opinião que os sistemas
unitários eram mais económicos e a comunidade científica não estava convencida que as águas
residuais domésticas não podiam ser utilizadas na agricultura sem diluição.

Atualmente na Europa cerca de 70% dos sistemas de águas residuais são unitários enquanto nos EUA
apenas cerca de 15% são deste tipo (Saldanha Matos 2003).

Em Portugal os primeiros registos das redes de drenagem remontam ao reinado de D. João II no


século XV, mas a inexistência deste tipo de sistemas continua dos séculos XVI a XVII, até que, com o
terramoto de 1755 e a reconstrução da cidade de Lisboa se construíram coletores unitários em malha,
com ligação ao estuário do Tejo, que, em alguns casos, se encontram ainda hoje em utilização. Com o
passar dos anos foram sendo remodelados os sistemas mais antigos das grandes cidades, mantendo
os casos em que são unitários, mas construindo os novos separativos.

4
No final do século XX, e início do século XXI houve uma grande evolução no que corresponde ao
tratamento das águas residuais antes da descarga nos meios recetores, o que levou à construção de
várias Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para evitar as descargas diretas em cursos
de água, que consequentemente provocavam a sua poluição. Até agora e com a evolução a nível
científico e tecnológico tem-se tornado essas estações cada vez mais eficientes na remoção de matéria
potencialmente poluente para os cursos de água.

A figura 1 representa um pequeno cronograma da evolução das políticas relacionadas com os sistemas
de saneamento a partir do século XIX.

Figura 1 – Evolução histórica do saneamento (adaptado de Burian, et al., 1999)

5
1.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Os sistemas de saneamento são estruturas complexas e constituídas por um grande número de


órgãos. As características destas estruturas dependem de um variado conjunto de fatores tais como as
dimensões do aglomerado populacional, a sua localização e o tipo de água residual produzida, entre
outras.

1.2.1. O ciclo urbano da água

O ciclo urbano da água representa todos os processos pelos quais a água passa, num aglomerado
urbano, desde a sua captação até à sua devolução a um meio recetor.
Este ciclo pode ser visto na imagem seguinte.

Figura 2 – Ciclo Urbano da Água ( http://aguasdivertidas.ccems.pt/)

O ciclo urbano da água pode ser descrito muito sucintamente da seguinte forma:

1. A água bruta é recolhida de um meio hídrico (captação em rio, albufeira ou subterrânea, entre
outras) e encaminhada para a estação de tratamento de água.
2. Na estação de tratamento, esta vai passar por um conjunto de processos/operações que
visam atribuir-lhe a qualidade necessária para o consumo humano.

6
3. Após o tratamento esta entra na rede de distribuição, que a irá levar até aos consumidores
finais, ou seja, até às habitações, estabelecimentos comerciais, indústrias, agricultura onde
será aplicada em diferentes usos.
4. Desses usos resultam águas residuais que podem ser divididas em dois tipos: domésticas, que
resultam essencialmente das atividades humanas, ou industriais que resultam das atividades
de produção industrial e de alguns serviços.
5. Adicionalmente a estes dois tipos, têm-se também as águas pluviais que resultam da recolha
das águas da chuva e das escorrências das áreas impermeabilizadas dos aglomerados
populacionais.
6. Esses três tipos de água residual são então encaminhados para a rede de águas residuais, que
as vão transportar até às estações de tratamento de águas residuais, usualmente conhecidas
como ETAR.
7. Na ETAR procede-se o tratamento destas águas de forma a conferir-lhe uma qualidade mínima,
através de operações/processos de tratamento, para que não provoquem poluição.
8. Por fim são devolvidas a um meio recetor, que pode ser variado, entre eles: rios, albufeiras e
oceanos ou podem, ainda, ser utilizadas para regadio agrícola.

A presente dissertação vai-se restringir apenas à fase do saneamento, ou seja, desde o consumo (que
pode ser doméstico ou industrial) até à fase de devolução ao meio recetor.

1.2.2. Tipos de sistemas de saneamento

O sistema de saneamento de um aglomerado urbano pode ser de quatro tipos: unitário, separativo,
pseudo separativo ou misto. A definição do tipo do sistema depende do esquema de
condução/tratamento das águas residuais. Assim sendo, tem-se que:

Sistema unitário: sistema de drenagem em que as águas residuais domésticas e industriais e as águas
residuais pluviais são recolhidas e tartadas na mesma estrutura. É um sistema em desuso mas que
ainda se verifica nos aglomerados com sistemas mais antigos.

Sistema separativo: é um sistema em que a recolha e tratamento das águas residuais domésticas e
industriais é feita, como o próprio nome indica, separadamente das águas residuais pluviais. É o
sistema mais utilizado nos dias de hoje.

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Pseudo separativo: é um sistema em que parte das águas pluviais são incorporadas no sistema de
águas domésticas.

Sistema misto: é a conjugação dos dois primeiros tipos, em que parte do sistema é separativo e outra
parte unitária.

1.2.3. Órgãos do sistema a estudar

Sendo o objetivo do trabalho em curso a elaboração de um Plano de segurança para saneamento,


todos os órgãos do sistema terão de ser objeto de estudo para a criação de uma base de dados de
possíveis problemas que possam ocorrer ao nível de cada um.

Para tal, é necessário identificar os órgãos que fazem parte dos sistemas de saneamento, que são
variados.

Figura 3 – Esquema simplificado de uma rede de saneamento (http://www.faroldanossaterra.net/)

Cada um destes órgãos têm, por sua vez um inúmero conjunto de fatores que poderão levar quer ao
seu mau funcionamento, quer ao mau funcionamento dos órgãos adjacentes. Na definição de um PSS
todos esses fatores/riscos têm de ser considerados aquando a análise do sistema e a criação da
matriz de riscos, pontos que serão definidos adiante.

1.2.4. Meios recetores

A primeira questão a referir quanto aos meios recetores é que após o tratamento da água residual, há
dois tipos de efluente a devolver ao meio ambiente: a água tratada e as lamas resultantes do
tratamento.

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A água tratada, após passar por todos os processos de tratamento na ETAR será devolvida, geralmente
a um meio hídrico que pode ser um rio, uma albufeira, um estuário ou o oceano. Dependendo da
sensibilidade do meio recetor é que se estabelece o grau de tratamento a adotar para a água residual
que deve ser tanto mais completo, quanto mais sensível for o meio em que se efetuará a descarga,
sem nunca esquecer as normas que limitam os valores de poluentes desta.

Do tratamento da água residual, resultam as lamas, que por sua vez também são tratadas na ETAR e
que podem ter destinos variados, tais como a destruição por inceneração, a aplicação das mesmas na
execução de aterros e ainda a utilização como fertilizante para a agricultura.

Cada vez mais a reutilização de recursos está em discussão na sociedade levando a uma constante
política de mudança. O Saneamento é uma área que não foge à regra havendo um grande
investimento na melhoria e otimização dos processos de tratamento para que mais recursos, e, neste
caso, um bem tão essencial como é a água, sejam cada vez menos desperdiçados, aproveitando a
máxima de Lavoisier:

“Nada se perde, tudo se transforma.”

Com estas crescentes preocupações ambientais de reutilização de recursos é necessário que se


garantam as melhores condições de funcionamento e é exatamente aí que se verificará a utilidade de
um Plano de Segurança para Saneamento.

1.3. PLANO DE SEGURANÇA

1.3.1. O que é um plano de segurança

Um plano de segurança é um conjunto de medidas preventivas aplicado a um sistema, que visa a


rápida intervenção sobre o mesmo, aquando um acidente. Por outro lado é uma metodologia de
prevenção, aplicado a cada sistema e considerando as suas características específicas.

Especificamente, o Plano de Segurança para Saneamento é uma metodologia de ação sobre riscos e
prevenção dos mesmos, aplicado a um sistema de saneamento de um determinado aglomerado.

9
1.3.2. Objetivo de um Plano de Segurança para Saneamento
Em analogia com o Plano de Segurança da Água (PSA), o Plano de Segurança de Saneamento (PSS)
tem por objetivo a criação de uma metodologia de identificação, intervenção e correção de
riscos/problemas que podem ocorrer nos sistemas de saneamento.

“Assegurar sistematicamente a segurança e a aceitabilidade do abastecimento de água para consumo


humano”, (AdP – Manual do PSA)

Da mesma forma um PSS tem por objetivo principal a constante manutenção da segurança em
sistemas de saneamento.

1.3.3. Metodologia do Plano de Segurança de Saneamento

A metodologia de um PSA pode ser vista na figura 3 e está dividida em 11 módulos de aprendizagem,
como exemplificado na figura 4:

Figura 4 – Metodologia de um PSA (PSA, Vieira et al. 2005)

Por sua vez, um PSA está dividido em 5 fases distintas, das quais fazem parte cada um dos módulos:

 Fase de preparação;
 Fase de avaliação do sistema;
 Fase de monitorização operacional;
 Fase de gestão e comunicação;
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 Fase de revisão e melhoria.

A mesma metodologia será aplicada à criação do PSS tendo em conta as respetivas modificações a
efetuar. Para tal serão apresentados os pontos-chave a ter em conta no desenvolvimento de cada um
dos módulos.

MÓDULO 1 - Constituir a equipa do PSS:

O ponto fulcral deste módulo é a seleção de profissionais que detenham quer as qualificações, quer a
dedicação necessária para a elaboração e aplicação e manutenção do plano.

“A constituição de uma equipa qualificada e dedicada é um pré-requisito para assegurar a


especialização técnica necessária para desenvolver um Plano de Segurança da Água (PSA)” – (AdP –
Manual do PSA)

Esta equipa deve ser constituída por elementos da entidade gestora do sistema de saneamento bem
como por elementos fora desta, mas que sejam considerados parte interessada.

Este módulo, por si só constitui a fase de preparação de um PSS.

MÓDULO 2 – Descrever o sistema de saneamento:

Como referido anteriormente os sistemas de saneamento são sistemas muito complexos. Embora
todos tenham pontos em comum, cada um deles (cada sistema independente) tem particularidades
especiais, devendo ser analisados com cuidado devido a este facto.

Assim, antes de se iniciar a criação do Plano de segurança é necessário fazer um estudo cuidado de
cada sistema para que nada passe despercebido.

“A primeira tarefa da equipa do PSA é descrever todo o sistema de abastecimento de água.” – (AdP –
Manual do PSA)

Para tal é necessário estudar todos os pontos-chave do sistema, tais como:

 A composição e a origem da água residual a tratar;


 O traçado e especificidades da rede de drenagem e os materiais que a constituem;
 O esquema de tratamento na ETAR, incluindo os processos de tratamento e os reagentes a
utilizar;
 As características do meio recetor.

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Só com uma cuidada análise destes fatores se poderá implementar um PSS fidedigno.

MÓDULO 3 – Identificar os perigos e eventos perigosos e avaliar os riscos.

Este módulo tem dois pontos distintos que devem ser desenvolvidos em simultâneo: a identificação dos
perigos/eventos perigosos e a avaliação dos seus riscos.

No primeiro ponto é necessário criar uma base de dados de todas as possíveis ocorrências no sistema,
as suas características e estabelecer uma correlação com outros possíveis riscos a ocorrer,
nomeadamente implicações que estes possam ter a jusante no sistema, ou se pode ser um problema
causado por efeitos a montante.

Para tal pode-se aplicar o mesmo sistema utilizado no PSA:

Figura 5 – Base de dados de risco (PSA, Vieira et al. 2005)

No segundo ponto, deve-se iniciar pela criação de uma matriz de classificação de riscos como a
utilizada no PSA, para tal considera-se um peso crescente para cada risco ou ocorrência conforme a
probabilidade de isso acontecer ao longo de um dia.

Figura 6 – Exemplo de escala de probabilidade de ocorrência (PSA, Vieira et al. 2005)

De seguida cruzam-se estes dados com uma escala de severidade das consequências provocadas por
um acidente no sistema, o qual terá um peso crescente conforme a gravidade das consequências para
o próprio sistema e o meio envolvente.

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Figura 7 – Exemplo de escala de severidade das consequências (PSA, Vieira et al. 2005)

Resultando assim, pelo cruzamento destas duas escalas, a matriz de Classificação de riscos.

Figura 8 – Matriz de classificação de riscos (PSA, Vieira et al. 2005)

Que será aplicada a cada um dos riscos identificados na primeira fase, concluindo-se assim este
módulo.

MÓDULO 4 – Determinar e validar as medidas de controlo, reavaliar e priorizar os riscos.

Para validar a aplicação do PSS é necessário que os métodos de controlo sejam apertados e
fidedignos.

“As medidas de controlo (também referidas como "barreiras" ou "medidas de mitigação de riscos")
são etapas no sistema de abastecimento de água para consumo humano que afetam diretamente a
sua qualidade e garantem que a água cumpre permanentemente as metas de qualidade estabelecidas.
São atividades e processos aplicados para reduzir ou diminuir os riscos.” – (AdP – Manual do PSA)

Se houver falhas na monitorização do sistema é impossível determinar se o plano está a ser aplicado
de forma eficaz. Logo um dos primeiros pontos deste módulo é garantir uma correta monitorização do
sistema.

13
A outra questão a ter em conta nesta fase é a reavaliação dos riscos, bem como a criação de uma
matriz de priorização qualitativa dos riscos que será obtida a partir da matriz de Classificação de riscos.

Figura 9 – Matriz de priorização qualitativa de riscos (PSA, Vieira et al. 2005)

Estes dois módulos deverão ser efetuados conjuntamente devido à sua interdependência.

MÓDULO 5 – Desenvolver, implementar e manter um plano de melhoria.

É importante que o PSS esteja em constante atualização e melhoria. Assim é necessário manter um
constante desenvolvimento do mesmo, mantendo-o o mais adequado possível a novos problemas a
ocorrer no sistema.

“Identificar no plano de melhoria a curto, médio e longo prazo as medidas de mitigação ou controlo
para cada risco significativo, reconhecendo que essas medidas podem controlar também outros riscos
menos significativos.” – (AdP – Manual do PSA)

Os módulos 2 a 5 constituem a fase de avaliação do sistema.

MÓDULO 6 – Definir a monitorização das medidas de controlo

“A monitorização operacional inclui a definição e validação da monitorização das medidas de controlo e


o estabelecimento de procedimentos para demonstrar que os controlos continuam a funcionar. Estas
ações devem ser documentadas nos procedimentos de gestão.

A definição da monitorização das medidas de controlo requer também a inclusão de ações corretivas
necessárias quando as metas operacionais não estão a ser alcançadas” – (AdP – Manual do PSA)

Neste módulo define-se e documentam-se quais as medidas de monitorização a adotar para que os
requisitos exigidos nos módulos anteriores sejam sempre cumpridos.

MÓDULO 7 - Verificar a eficácia do PSS

14
“A verificação deve demonstrar que a conceção global e a operação do sistema são capazes de
fornecer sistematicamente água de qualidade especificada para cumprir as metas de proteção da
saúde. Caso não cumpra essas metas, o plano de melhoria deve ser revisto e implementado.” – (AdP –
Manual do PSA)

No módulo 7 deve ser verificada a eficácia das medidas adotadas no PSS e se estas estão a ter os
resultados esperados na gestão de riscos para o sistema de saneamento.

Ao contrário do PSA em que este pode ser feito consultando os consumidores de água, no PSS é
necessário que haja um controlo apertado dos meios recetores das águas residuais tratadas e do meio
ambiente em que se inserem as condutas de drenagem de águas residuais, recorrendo a etapas de
monitorização periódicas previamente definidas.

Aquando a deteção de uma anomalia não considerada no plano de segurança deve-se proceder à
atualização do mesmo.

Com os módulos 6 e 7 conclui-se a fase de monitorização operacional do PSS.

MÓDULO 8 - Preparar os procedimentos de gestão

Todas as ações do PSS devem estar devidamente documentadas, quer para quando o sistema está a
funcionar na normalidade, quer para uma situação de acidente. Essas ações devem ainda ter em conta
diferentes medidas a adotar consoante a severidade e o tipo de acidente em causa.

Assim sendo, apenas com uma correta definição de medidas de ação, devidamente documentadas e
conhecidas por toda a equipa interveniente no PSS se poderá alcançar um eficaz Plano de Segurança
para Saneamento.

“A documentação de todos os aspetos do PSA é essencial. (…) Se a monitorização detetar que um


processo está a funcionar fora dos limites críticos ou operacionais especificados, é necessário agir para
restabelecer o funcionamento, corrigindo o desvio.” – (AdP – Manual do PSA)

MÓDULO 9 - Desenvolver programas de suporte

“Programas de suporte são atividades que suportam o desenvolvimento de competências e


conhecimentos dos colaboradores, o seu compromisso com a metodologia de PSA e a sua capacidade
para gerir sistemas de abastecimento para o fornecimento de água potável.” – (AdP – Manual do PSA)

15
Em analogia o mesmo ocorre para sistemas de saneamento. É necessário criar metodologias de
suporte à implementação do PSS, de forma direta ou indireta, entre as quais se verificam medidas que
possam colmatar a falta de conhecimentos em determinadas áreas, nomeadamente qual será a
resposta do meio ambiente a um acidente deste tipo.

Os módulos 8 e 9 compõem a fase de gestão e comunicação do Plano de Segurança de Saneamento.


Os dois últimos módulos constituem a fase de revisão e melhoria do mesmo.

MÓDULO 10 - Planear e executar a revisão periódica do PSS

Com já foi referido, o PSS necessita de estar em constante atualização para que seja possível combater
todos os possíveis riscos/problemas que podem ocorrer, quer na atualidade, quer no futuro.

Assim é de extrema importância que este acompanhe os desenvolvimentos científicos e tecnológicos


na área do saneamento, bem como a constante atualização das normas que regem estes sistemas.

Estas revisões devem ser executadas pela equipa responsável pelo PSS e efetuadas periodicamente ou
sempre que haja alterações ou avanços importantes para o mesmo. A periocidade das revisões deve
ser estabelecida por esta mesma equipa.

“A Equipa do PSA deverá reunir-se periodicamente para a revisão do plano como um todo e aprender
com as novas experiências e novos procedimentos (para além das revisões regulares do PSA através
da análise dos dados obtidos na monitorização).” – (AdP – Manual do PSA)

Este processo é fundamental para a correta aplicação do PSS.

MÓDULO 11 - Rever o PSS na sequência de um incidente

Da mesma forma que é necessário rever o PSS periodicamente, isto também deve ser feito na
sequência de um acidente/incidente no sistema, ou seja após a sua aplicação que resultou de uma
ocorrência deste tipo. Essa ocorrência introduzirá alterações no sistema, sendo, muitas vezes
necessária a sua remodelação e consequente atualização do PSS.

Por outro lado é importante que se faça uma análise cuidada da resposta do plano ao acidente, com
vista a melhorá-lo no futuro, de forma a que se evitem novos acidentes do género, ou ainda a deteção
de novos problemas, que só foi possível na sequência do ocorrido.

16
“Para além da revisão periódica acima mencionada, é também importante efetuar uma revisão do PSA
sempre que ocorram situações de emergência, incidentes ou eventos inesperados, independentemente
de serem identificados novos perigos, de maneira a assegurar que a situação não ocorra novamente e
verificar se a resposta foi suficiente ou se poderia ter havido uma resposta melhor.” – (AdP – Manual
do PSA)

A utilização desta metodologia visa a construção de um Plano de Segurança de Saneamento fidedigno,


cuja aplicação seja fácil e que contemple uma vasta gama de respostas a todas as possíveis
ocorrências num sistema de saneamento.

1.4. IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA PARA


SANEAMENTO

O saneamento tem implicações a nível de duas grandes áreas, a problemática ambiental e a


problemática da saúde pública, que estão, de certa forma interligadas.

Problemática: ambiental

As questões ambientais são as primeiras que ocorrem quando se fala em acidentes em sistemas de
saneamento. As mais frequentes são a poluição imediata causada no meio recetor aquando uma
descarga poluente num meio aquático, quer seja deliberada ou não (acidental). As primeiras estão
devidamente regulamentadas por Lei. É nas segundas que se pretende que o PSS tenha ação,
menorizando os seus efeitos, diminuindo a frequência com que ocorrem e gerindo as consequências
quando não é possível evitá-las.

Essas alterações no meio recetor, traduzem-se geralmente em problemas na fauna e na flora desse
meio, tais como a morte de peixes ou de vegetação subaquática, problemas de eutrofização, alteração
da composição da água, aumentando os níveis de toxicidade da mesma e o seu aspeto.

Mas existe todo um conjunto de problemas ambientais que podem resultar de acidentes nos sistemas
de saneamento fora deste âmbito, que se prendem com acidentes que podem ocorrer a nível da rede
de drenagem de águas residuais como por exemplo a contaminação do solo aquando o rompimento de
uma conduta ou dos aquíferos subterrâneos da zona.
17
Outra questão a ter em conta é a possibilidade de acidentes numa dada secção do sistema, poder
causar uma deficiente resposta a jusante desta, afetando da mesma forma, o meio recetor.

Por fim, com a crescente valorização dos resíduos e a sua possível utilização como fertilizantes e para
irrigação na agricultura as abordagens preventivas têm uma crescente importância para a proteção
destes meios.

Problemática: saúde pública

Indiretamente um acidente nos sistemas de saneamento pode constituir um problema de saúde


pública, essencialmente devido à interligação que existe entre os pontos de rejeição de águas residuais
tratadas e pontos de captação de água para consumo humano a jusante desta, no mesmo curso de
água. Alterações na toxicidade do meio podem tornar o tratamento da água para consumo insuficiente,
dado que este é projetado para as ‘características normais’ dessa mesma água.

Outras questões resultantes de acidentes em sistemas de saneamento, que podem ter o mesmo efeito,
são descargas poluentes perto de zonas balneares, descargas poluentes que possam contaminar áreas
destinadas a pesca, que, posteriormente possam causar danos aos seres humanos que os consumam
ou ainda a poluição de aquíferos subterrâneos que possam ser utilizados como fonte de água para
consumo humano.

A criação de um PSS serve exatamente para a definição de medidas preventivas que possam evitar a
ocorrência destes acidentes, ou, em último recurso, o estabelecimento de um plano de ação que possa
minorar as consequências dos mesmos.

Segundo Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente:

“Os países têm a oportunidade de fazer progressos substanciais para a saúde pública através da
definição e aplicação de normas eficazes e adequadas para assegurar água potável”

Estas palavras foram proferidas no âmbito da criação do Plano de Segurança da Água, mas o mesmo
se pode aplicar ao PSS, que para além de assegurar melhores condições para obtenção de água
potável visa a proteção do meio ambiente. Adicionalmente, e, devido à interdependência entre a água
expelida nos meios hídricos e a captada para consumo, quanto melhor e mais eficaz for o tratamento
de AR, maior será a segurança da água pois a sua qualidade na fonte será superior.

18
A aplicação de medidas preventivas revela-se mais eficaz e económico em relação a medidas
corretivas, justificando-se assim a criação do PSS como ferramenta preventiva para os sistemas de
saneamento em particular e do meio ambiente e ser humano numa perspetiva mais geral.

19
20
CAPÍTULO 2 - OS SISTEMAS DE SANEAMENTO

2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Os sistemas de saneamento são sistemas extremamente complexos responsáveis pela coleta,


transporte, tratamento e devolução ao meio ambiente de águas residuais provenientes de toda a ação
humana.

Água residual (AR) pode ser definida como uma água cujas características foram alteradas devido ao
seu uso em variadas atividades, ou seja, é uma água poluída por agentes físicos, químicos e biológicos.
Consequentemente foi necessário caracterizar cada uma das águas residuais de acordo com a sua
proveniência, atendendo ao facto que diferentes utilizações provocam tipos e níveis de poluição
diferentes. Assim chegou-se aos seguintes tipos de águas residuais:

 Águas residuais domésticas – são águas provenientes de toda a atividade doméstica habitual,
tais como, águas provenientes de banhos, cozinhas e máquinas de lavar nas residências,
estabelecimentos comerciais e serviços;
 Águas residuais pluviais – são águas provenientes das chuvas e/ou lavagem de pavimentos
impermeabilizados;
 Águas residuais industriais – são águas provenientes de toda a atividade industrial e de
transformação de produtos ou matérias-primas que suportam toda a atividade humana.

Os sistemas de saneamento estão intrinsecamente ligados com o ciclo urbano da água que é todo o
percurso que a água faz, desde que é captada no meio hídrico, até ser devolvida ao meio ambiente,
como representado na figura 2, no capítulo anterior.

Seguidamente vai-se estudar todos os tipos de sistemas de saneamento e as suas características


principais.

21
2.1.1. Tipos de sistemas de saneamento

Os sistemas de saneamento estão divididos em quatro tipos diferentes: Sistemas de saneamento


unitários, separativos, mistos e pseudo separativos.

Os SS unitários recolhem todos os tipos de águas residuais acima apresentados num único sistema,
em que estas são misturadas nas condutas, encaminhadas para as estações de tratamento e tratadas
como um todo, antes de ser devolvida ao meio ambiente.

Já os SS separativos são constituídos por duas redes independentes, tal como o próprio nome indica.
Assim obtém-se uma rede de águas residuais pluviais destinada a recolher as águas provenientes da
precipitação (vulgarmente denominadas apenas como rede de águas pluviais) e uma segunda rede de
águas residuais domésticas (simplesmente conhecidas por rede de águas residuais), que englobam o
transporte e tratamento das águas residuais domésticas e industriais.

Os SS mistos são uma conjugação dos dois anteriores que pressupõem que parte da rede funciona
como um SS unitário e a restante como separativo. É uma situação muito comum em aglomerados
urbanos onde previamente existia uma rede de saneamento unitária, que foi alargada. A parte nova do
sistema é construída como separativa.

Por fim os sistemas pseudo separativos funcionam como sistemas separativos no geral, mas em
condições especiais, permite-se que partes do sistema que deveriam estar ligados à rede de águas
pluviais (como águas recolhidas em pátios interiores) estejam ligados à rede de AR domésticas.

Atualmente os sistemas unitários não se utilizam, optando-se por sistemas separativos pois estes
revelaram-se muito mais eficazes no correto tratamento das AR já que separam desde o início águas de
características muito diferentes, que necessitam, consequentemente, de tratamentos distintos. No
entanto, o estudo destes sistemas é necessário no âmbito desta dissertação pois está presente nas
cidades que possuem SS mais antigos.

Nos SS separativos há uma questão a salientar, estes misturam águas residuais domésticas com
industriais que apesar de muito distintas podem ser misturadas desde que asseguradas determinadas
condições. Habitualmente as AR industriais sofrem um pré-tratamento à saída das indústrias antes de
serem injetadas na rede pública. Esse pré-tratamento será objeto de estudo mais pormenorizado no
subcapítulo seguinte.

22
Quanto aos sistemas mistos, para o seu estudo, é necessário analisar cada uma das partes em
separado e os pseudo separativos, podem, por simplificação, ser encarados como um sistema
totalmente separativo, embora originem caudais superiores.

A figura 10 esquematiza os dois primeiros SS aqui referidos, na qual o primeiro esquema se refere a
um sistema unitário e a segunda a um sistema separativo.

AR pluviais

Tratamento

(ETAR)

AR domésticas
Transporte

AR pluviais
Tratamento
Meio recetor
(ETAR)
AR domésticas

Transporte
Figura 10 – Esquema de um SS unitário vs SS separativo

2.1.2. Componentes dos sistemas de saneamento

Como já referido, os sistemas de saneamento são extremamente complexos e possuem um grande


número de órgãos na sua constituição. Para uma melhor compreensão dos SS deve-se dividi-los em
três componentes distintas:

 Coleta e Transporte: esta fase inicia-se no coletor da rede pública onde a AR dá entrada no
sistema de saneamento até à entrega da mesma no primeiro órgão da fase seguinte. É a fase

23
mais crítica do sistema devido à dificuldade de identificação de problemas na mesma.
Normalmente só são identificados quando as suas consequências se manifestam.
 Tratamento: esta é a fase de todo o sistema onde podem ocorrer um grande número de
problemas, no entanto também as suas consequências não são, por norma, muito graves
devido à permanente monitorização da mesma. Aqui a AR é submetida a um conjunto de
operações e processos que visam a remoção da grande maioria dos agentes poluentes da
água, para que esta atinja um mínimo de qualidade para ser devolvida ao meio ambiente. Esta
fase é toda concebida numa estação de tratamento de águas residuais (ETAR) e termina com a
devolução num meio recetor.
 Meio recetor: é o meio que irá receber a água tratada, normalmente um meio hídrico

A figura 11 ilustra as três fases distintas que podemos verificar num sistema de saneamento.

TRANSPORTE
ETAR (tratamento)

MEIO RECETOR

FONTE

Figura 11 – Componentes do sistema de saneamento

Vai-se agora proceder à descrição de todos os órgãos que compõem cada uma das fases dos SS para
que posteriormente se possam identificar os possíveis problemas a ocorrer em cada um deles. Visto
que os órgãos presentes nos sistemas unitários e separativos são os mesmos sendo a grande diferença
a constituição da AR o estudo de ambos os sistemas não será diferenciado de momento, exceto na
componente da distribuição ou transporte.

24
2.2. ÓRGÃOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Para cada componente vai-se agora proceder à identificação dos órgãos do sistema incluindo uma
pequena descrição dos mesmos e dos processos e operações que neles ocorrem.

2.2.1. Componente: coleta ou transporte.

Como referido anteriormente, apenas neste ponto se irá fazer a distinção dos órgãos que compõem os
sistemas de saneamento unitários e separativos. Para tal serão analisados os componentes da rede de
saneamento de águas residuais domésticas e de águas residuais pluviais em separado, as quais
compõem os SS separativos.

O quadro seguinte resume os órgãos da rede de saneamento de águas residuais domésticas. Esta
análise será feita de montante do sistema para jusante, ou seja desde o ponto em que a AR é
descarregada no sistema, à saída do edifício particular, até ao ponto de entrega na estação de
tratamento.

Quadro1 – Componentes da rede de saneamento de AR domésticas

Órgão Função
Identificar a fonte da água residual em causa (doméstica ou
Água residual
industrial).
Ramal de ligação Proceder à descarga da AR na rede de drenagem.
Coletores ou rede de Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais
drenagem desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.
Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de
Câmara ou caixa de visita
AR em situações de desnível do terreno que não podem ser
ou queda
asseguradas pela inclinação do coletor.
Promover a limpeza dos coletores quando não podem ser
Dispositivos de lavagem
garantidas as condições de auto limpeza.
Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a
Sistemas elevatórios
drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.

25
Órgão Função
Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para
Descarregadores encaminhar as AR quando existe uma avaria na rede principal ou
em situações de afluência excessiva de AR.
Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.

O quadro 2 apresenta os órgãos que constituem as redes de AR pluviais. A constituição desta rede é
muito semelhante à anterior, contendo, no entanto, órgãos acessórios responsáveis por recolher as
águas pluviais e dar uma resposta às maiores variações de caudais.

Quadro 2 – Componentes da rede de saneamento de AR pluviais

Órgão Função
Órgãos que permitem o acesso das águas pluviais à rede de
Sarjetas ou sumidouros
drenagem.
Coletores ou rede de Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais
drenagem desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.
Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de
Câmara ou caixa de visita
AR em situações de desnível do terreno que não podem ser
ou queda
asseguradas pela inclinação do coletor.
Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a
Sistemas elevatórios
drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.
Descarregadores de Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para
tempestade encaminhar as AR em situações de afluência excessiva de AR.
Dispositivos destinados a armazenar temporariamente um volume
Bacias de retenção
de AR em situações de cheia, para regularização de caudais.
Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.

Nos SS unitários, pode-se, por simplificação, assumir que a rede de transporte de AR contém todos
estes órgãos na mesma rede. Assim a lista de órgãos de um SS seria a apresentada no quadro 3.

26
Quadro 3 – Componentes da rede de saneamento de um SS unitário

Órgão Função
Identificar a fonte da água residual em causa (doméstica, industrial
Água residual
ou pluvial).
Ramal de ligação Proceder à descarga da AR na rede de drenagem.
Órgãos que permitem o acesso das águas pluviais à rede de
Sarjetas ou sumidouros
drenagem.
Coletores ou rede de Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais
drenagem desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.
Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de
Câmara ou caixa de visita
AR em situações de desnível do terreno que não podem ser
ou queda
asseguradas pela inclinação do coletor.
Promover a limpeza dos coletores quando não podem ser
Dispositivos de lavagem
garantidas as condições de auto limpeza.
Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a
Sistemas elevatórios
drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.
Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para
Descarregadores encaminhar as AR quando existe uma avaria na rede principal ou
em situações de afluência excessiva de AR.
Dispositivos destinados a armazenar temporariamente um volume
Bacias de retenção
de AR em situações de cheia, para regularização de caudais.
Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.

Pode-se assim constatar que a constituição da rede dos sistemas unitários e separativos são muito
semelhantes. No entanto deve-se fazer um estudo em separado nesta primeira fase, pois as
consequências e problemas resultantes de acidentes na rede, que serão estudados posteriormente,
terão efeitos muito distintos e agravados no caso dos sistemas unitários em relação aos sistemas
separativos.

27
2.2.2. Componente: tratamento

Esta é a componente mais extensa e crítica de todo o sistema de saneamento. É nesta fase, que em
local próprio, ou seja, na ETAR, se vai proceder a um conjunto de tratamentos da água residual de
modo a dotá-la de características menos poluentes para que possa ser devolvida ao meio ambiente,
sem que possa causar um desastre ambiental.

Através de um conjunto de processos e operações a água residual irá percorrer um circuito interno por
um número variável de dispositivos em cada ETAR, cada um deles, responsável pela remoção de vários
poluentes específicos e perigosos. No final deste circuito, a AR deve possuir as características descritas
no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto que regula os critérios e objetivos da qualidade das
descargas para proteção dos meios aquáticos. Neste documento são enumerados os valores limite de
emissão (VLE) de vários elementos, compostos orgânicos ou micro-organismos que uma água residual
pode possuir quando descarregada num meio aquático. A figura 12 mostra um extrato do quadro de
VLE em descargas em meio hídrico, presente no Decreto-Lei acima referido.

Figura 12 – Extrato do no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto

28
Há duas principais razões pelas quais esta fase se torna a mais crítica e extensa de todo o SS: existe
um grande número de dispositivos diferentes para o tratamento de AR em ETAR, cada um deles
podendo, por sua vez tratar mais do que um problema e há uma grande interdependência entre os
mesmos, isto é, por norma, um problema num órgão de tratamento terá consequências diretas nos
seguintes. Isto torna o tratamento cada vez menos eficaz à medida que se vão acumulando erros, que
terão repercussões no resultado final.

Dentro da fase de tratamento pode-se ainda subdividir esta em cinco fases distintas:

 Pré-tratamento: (no caso de AR provenientes de atividade industrial) é realizado antes da


descarga da AR na rede pública e pretende a remoção de matéria orgânica, sólidos
suspensos, cor, dureza e metais;
 Tratamento preliminar: no qual se vai proceder à remoção de substâncias grosseiras,
sólidos sedimentáveis e gorduras através de meios mecânicos;
 Tratamento primário: remoção parcial de sólios suspensos, CBO e correção de pH;
 Tratamento secundário: redução da matéria orgânica em solução ou suspensão, sólidos
suspensos e nutrientes utilizando processos biológicos e desinfeção;
 Tratamento terciário: afinação do efluente tratado através da remoção de poluentes
remanescentes.

De seguida será apresentada um quadro resumo com os órgãos de tratamento para cada fase, com
indicação da sua função e das operações e/ou processos que nelas ocorrem.

Devido ao pré-tratamento (já referido no subcapítulo anterior) ser executado apenas para AR industriais,
e antes de estas serem introduzidas na rede de saneamento, será este o primeiro ponto objeto de
estudo.

O quadro 4 resume os órgãos que constituem esta fase do processo de tratamento, a sua função e as
operações e processos que neles ocorrem.

29
Quadro 4 – Órgãos do pré-tratamento.

Órgão Função Operações e processos


Sedimentação de sólidos
suspensos de densidade
superior à da água e adição
de um floculante para Sedimentação por gravidade
Sedimentador gravítico promover a floculação de com floculação;
sólidos mais pequenos para
que estes sedimentem.
Adição de cal para correção
do pH.
Filtração convencional
Remoção de partículas em
Tanque de filtração (passagem da AR por um
suspensão fina e coloidais.
meio poroso)
Eliminar agentes patogénicos.
Tanque de cloração e Cloração.
Desinfeção química.
adsorção Adsorção
Eliminação de odores.

No quadro seguinte serão descritos os órgãos de tratamento preliminar, que consistem essencialmente
num conjunto de operações físicas para a remoção dos poluentes de maiores dimensões.

Quadro 5 – Órgãos do tratamento preliminar.


Órgão Função Operações e processos
Remoção de sólidos
Gradagem grosseiros e corpos Gradagem
flutuantes.
Redução das dimensões dos
Trituradores Trituração
materiais sólidos.
Redução de odores e insetos.
Evitar visualização do material Desintegração de matéria
Desintegradores
depositado na câmara de sólida.
grades.

30
Órgão Função Operações e processos
Retenção de areias e outros
Desarenadores _
materiais inertes.
Reduzir a variação diária do
caudal para que seja possível
obter um caudal constante a
Tanque de equalização ou Equalização e
entrar na ETAR.
homogeneização homogeneização.
Reduzir a variação da
concentração de poluentes no
caudal afluente.

O tratamento preliminar, também conhecido como obras de entrada, pretende não só remover as
partículas acima referidas, mas também criar uma barreira protetora para todos os órgãos que virão a
seguir. Ao retirar essas partículas está-se a aumentar a durabilidade dos materiais que as compõem,
que estão menos sujeitos a abrasão e a permitir uma maior eficiência do tratamento.
Consequentemente diminuem os problemas de manutenção e operação.

O tratamento primário baseia-se essencialmente no tanque de sedimentação primária ao qual podem


ser adicionados mecanismos e processos químicos que aumentem a eficácia do seu desempenho. O
quadro 6 resume os órgãos deste tratamento.

Quadro 6 – Órgãos do tratamento primário.

Órgão Função Operações e processos


Remoção de matéria
suspensa e coloidal através
de separação gravítica.
Sedimentador primário Sedimentação
Produção de um efluente
líquido para otimização do
restante tratamento.

31
Órgão Função Operações e processos
Mesma função do
sedimentador primário com
Sedimentação
Sedimentador primário + introdução de um mecanismo
+
flutuador de recolha de sobrenadantes
Flutuação
(partículas menos densas que
a água)
Utilizados antes do tanque de
sedimentação para melhorar
a sua eficiência. Servem para
Coagulação
Tanque de mistura a introdução de químicos que
Floculação
promovam a floculação e/ou
coagulação de partículas mais
finas.
Dispositivos alternativos ao
Tamisadores sedimentador mas com um _
menor grau de eficácia.

O tratamento secundário introduz o início dos tratamentos biológicos. Aqui pretende-se a remoção de
CBO (solúvel e coloidal) e nutrientes através da ação de agentes biológicos (bactérias) e para tal, é
necessário dividir os vários processos de tratamento biológico em dois grandes grupos: em suspensão
e crescimento em suporte físico.

Nos processos de tratamento biológico em suspensão tem-se dois tipos: Lamas ativadas e lagoas de
estabilização. O processo de tratamento biológico em suspensão por lamas ativadas tem dois grandes
órgãos distintos: o tanque de arejamento e o sedimentador ou decantador secundário e ainda um
sistema auxiliar de recirculação de lamas, como se pode ver na figura 13.

Figura 13 – Esquema de tratamento secundário (Aula teórica 8 CEET)

32
No entanto a constituição das lamas ativadas (mistura de micro organismos responsáveis pela digestão
da matéria poluente) é diferente em cada ETAR, dependendo das características da AR a tratar. As
funções de cada órgão serão resumidas no quadro 7.

Quadro 7 – Órgãos do tratamento secundário: lamas ativadas

Órgão Função Operações e processos


Misturar as lamas ativadas
com a água residual. Adição
de ar para permitir a Arejamento
Tanque de arejamento ou
sobrevivência e proliferação Nitrificação
reator
das bactérias (no caso das Digestão aeróbia
aeróbias) e manter os flocos
formados em suspensão.
Separar as lamas ativadas do
Sedimentador secundário Sedimentação
efluente tratado.
Recirculação de parte das
lamas ativadas de forma a
Sistema de recirculação manter a cultura de micro _
organismos viva e promover a
sua multiplicação.

Os processos de tratamento biológico em lagoas de estabilização por outro lado, são caracterizados
pela utilização de processos inteiramente naturais, em lagoas pouco profundas e sem recurso (ou
muito pequeno) a mecanismos auxiliares de índole mecânica. Estas lagoas são geralmente
classificadas em função da atividade biológica como: aeróbias, anaeróbias e facultativas. Podem ainda
existir lagoas de sedimentação para complementar o processo de tratamento. O quadro 8 apresenta as
principais características de cada tipo de lagoa.

Quadro 8 – Órgãos do tratamento secundário: lagoas de estabilização

Órgão Função Operações e processos


Remoção de matéria orgânica
Lagoas anaeróbias ou de pré- Digestão anaeróbia
por digestão anaeróbia nas
tratamento Sedimentação
lamas sedimentadas

33
Órgão Função Operações e processos
Na camada superior formam-
se algas que em conjunto
com bactérias aeróbias vão
digerindo a matéria orgânica.
Digestão aeróbia
Lagoas facultativas (mistas Na camada intermédia a
Digestão anaeróbia
formadas por 3 camadas digestão é assegurada por
Sedimentação
distintas) bactérias facultativas
Flutuação
(aeróbias ou anaeróbias).
Camada inferior (anóxica)
onde se dá a digestão feita
por bactérias anaeróbias.
Afinação do tratamento após
os dois tipos de lagoas
Lagoas aeróbias ou de anteriores. Remoção de micro Digestão aeróbia
maturação organismos patogénicos, Sedimentação
CBO, sólidos suspensos e
amónia.
Elemento facultativo para
promover a sedimentação de
Lagoas de sedimentação Sedimentação
matéria de forma a otimizar
os outros processos.

Os processos de tratamento biológico de crescimento em suporte físico podem-se também dividir em


dois tipos: leitos percoladores (filtros biológicos) ou discos biológicos (biodiscos). Este tipo de
tratamento pressupõe que a biomassa (conjunto de organismos que vai tratar o afluente) está “colada”
a um suporte físico que depende do sistema utilizado.

Nos leitos percoladores o afluente a tratar será despejado gradualmente sobre um meio poroso
constituído por brita ou grelhas plásticas que funciona como um filtro. O biofilme presente no meio
poroso vai aprisionando os poluentes tornando-se cada vez mais espesso até que se desprende e é
encaminhada para o sedimentador secundário. O esquema de tratamento é semelhante ao de lamas

34
ativadas, não havendo neste caso necessidade de recirculação de lamas. No entanto faz-se uma
recirculação do efluente saído do leito percolador para garantir uma maior eficácia do processo.

Quadro 9 – Órgãos do tratamento secundário: leitos percoladores

Órgão Função Operações e processos


Floculação
Filtrar o afluente através do
Leito percolador Filtração
filtro biológico.
Digestão aeróbia
Sedimentação dos flocos
Sedimentador secundário resultantes do processo Sedimentação
anterior.
Recirculação para maior
Sistema de recirculação (do eficácia do tratamento através
_
efluente) do aumento do tempo de
contato.

No processo de tratamento com biodiscos, a lógica de tratamento é semelhante à dos leitos


percoladores, só que aqui o biofilme é suportado por discos plásticos rotativos, de grande diâmetro,
colocados em tanques e parcialmente submersos. À medida que estes discos vão rodando dá-se,
sequencialmente, o contacto com a AR a tratar (parte submersa) e com ar (parte emersa que permite a
entrada de oxigénio necessário para a atividade bacteriológica).

Figura 14 – Esquema de tratamento com discos biológicos; (Chambel, 2011)

35
Quadro 10 – Órgãos do tratamento secundário: discos biológicos

Órgão Função Operações e processos


Suporte do biofilme de micro
Floculação
Discos biológicos organismos responsável pelo
Digestão aeróbia
tratamento da AR.
Sedimentação dos flocos
Sedimentador secundário Sedimentação
resultantes.

O tratamento terciário, como referido anteriormente, serve para a afinação do efluente tratado através
da remoção de poluentes remanescentes coloidais, em suspensão ou dissolvidos. Este tratamento
divide-se em 2 fases: tratamento avançado e a desinfeção.

A desinfeção pretende tratar o afluente, antes de o devolver ao meio ambiente, dotando-o de


características que respeitem os VLE definidos no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto. Mas
para desinfeção ser mais eficaz pode ser necessário a utilização de alguns processos e operações
complementares, que podem ser introduzidos ao longo do restante tratamento (ao que se chama
tratamento avançado). O quadro seguinte apresenta os poluentes remanescentes da AR a e os
processos utilizados no seu tratamento, terciário e avançado.

Quadro 11 – Processos de tratamento terciário e avançado (fase líquida)


Poluentes removidos Processos
Remoção de partículas orgânicas e
Filtração
inorgânicas coloidais e em suspensão
Adsorção
Osmose inversa
Remoção de constituintes orgânicos Precipitação química
dissolvidos Oxidação química (normal ou avançada)
Eletrodiálise
Destilação
Precipitação química
Adição de cal + coagulação + filtração
Remoção de nutrientes: Fósforo
Remoção biológica em reator anaeróbio
antes do tratamento secundário (figura 14)

36
Poluentes removidos Processos
Arejamento
Oxidação com compostos de cloro
Permuta iónica (ião amónia)
Remoção de nutrientes: Azoto
Acão biológica de agentes nitrificantes
(nitrificação e desnitrificação) antes do
tratamento secundário
Cloração (cloro gasoso, líquido ou sólido)
Remoção de micro-organismos patogénicos
Ozonização
ou desinfeção
Radiação UV
Remoção de sub-produtos da desinfeção
Descloração
(quando utilizado cloro como desinfetante)

Figura 15 – Tratamento avançado para remoção de fósforo

Após todo este tratamento a água está agora em condições de ser devolvida ao meio ambiente
(normalmente um meio hídrico) através de uma obra de saída da ETAR. É comum utilizarem-se
cascatas de arejamento nestas situações para aumentar a quantidade de oxigénio dissolvido do
efluente.

De todas estas fases referidas, desde o tratamento preliminar ao terciário geram-se subprodutos
denominados de lamas (que são o conjunto de poluentes removidos da AR) que necessitam ser
tratadas pois contêm uma grande carga poluente. Como o próprio nome indica, lamas são uma
mistura de material sólido com material líquido, e o seu tratamento inicia-se exatamente na remoção
de uma grande quantidade da água presente nesta mistura ao qual se dá o nome de espessamento.

37
De seguida é necessário proceder à sua estabilização e por fim ao tratamento final. O quadro 12
apresenta os tipos de tratamentos possíveis para cada uma destas fases de tratamento de lamas.

Quadro 12 – Tratamento de lamas

Fase do tratamento de
Processos e operações Descrição
lamas
É criado um manto de
sedimentos que sob ação do
Co-sedimentação
seu próprio peso vai fazendo
a separação sólido-líquido.
Sedimentação por ação de
gravidade que provoca a
Gravidade/sedimentação deposição no fundo do tanque
Espessamento
dos materiais mais densos
(separação de grande parte
que a água.
do líquido da matéria sólida)
Utilização de tambor giratório
que expulsa a água,
Centrifugação
mantendo os sólidos no
interior.
Utilização de um dispositivo
Compressão mecânico que comprime as
lamas deixando sair o fluido.
Adição de cal para elevar o
Alcalina pH e destruir organismos
patogénicos.
Estabilização
Fermentação biológica da
(reduzir os organismos
matéria orgânica na ausência
patogénicos e a libertação de Digestão anaeróbia
de oxigénio (produz CO2 e gás
odores)
metano).
Digestão biológica em tanque
Digestão aeróbia
aberto.

38
Fase do tratamento de
Processos e operações Descrição
lamas
Digestão autotérmica Semelhante à digestão
Estabilização
termofílica aeróbia.
(reduzir os organismos
Conversão biológica da
patogénicos e a libertação de
Compostagem matéria sólida orgânica num
odores)
reator fechado .
Deposição das lamas à
Absorção natural pelo solo
superfície do solo.
Deposição das mesmas em
Tanques de lamas
tanques.
Em fornos a altas
temperaturas (370ºC para
Incineração
secar e 600 a 650ºC para
Tratamento final
incinerar).
(destino dado às lamas após
Recuperar óleos, gorduras e
tratamento)
Recuperação e valorização metais para reutilizar e
produção de fertilizantes.
Formas de extrair o máximo
Secagem (leitos de secagem, de água possível para que
filtração a vácuo, compressão seja mais económico a sua
e centrifugação) deposição final (normalmente
em aterro sanitário).

De salientar que de todo o tratamento de lamas resulta muita água. Esta é uma água residual, e, por
isso será reintroduzida no sistema, à cabeça do tratamento, ou seja no início do tratamento (primário
ou secundário) na ETAR, para ser tratada novamente.

Finalmente, na fase de tratamento, há ainda que se ter em atenção todos os órgãos acessórios ao
funcionamento da ETAR, que fazem a ligação entre todos os órgãos de tratamento. Aqui estão
incluídos: tubagens (responsáveis pela canalização da AR entre órgãos de tratamento), válvulas
(destinadas ao controlo dos caudais circulantes nas tubagens), estações elevatórias e/ou bombas (que

39
promovem a recirculação de fluídos) e silos de armazenamento (utilizados para o armazenamento de
substâncias químicas utilizadas no tratamento ou de lamas antes de serem enviadas para o destino
final).

A figura 16 representa o esquema conceptual do tratamento de águas residuais em ETAR, para uma
melhor compreensão do mesmo.

AR

Tratamento preliminar

AR

Tratamento primário

Tratamento secundário Tratamento de lamas

Tratamento terciário

Resíduos sólidos
Meio recetor

Figura 16 – Esquema concetual do tratamento de AR em ETAR

2.2.3. Componente: Meios recetores

Os meios recetores não sendo um órgão de tratamento em si, são os pontos onde a introdução da AR
tratada (e produtos resultantes do tratamento) poderão provocar as alterações mais significativas e
visíveis. Mantendo uma boa monitorização destes meios podem-se tirar ilações importantes sobre os
problemas que ocorrem durante a fase de tratamento, adotando medidas corretivas para os mesmos.

No entanto, e como o objetivo principal é a criação de medidas preventivas é importante realçar que é
essencial que os problemas sejam identificados mais precocemente, sob pena de os seus efeitos
serem nefastos para estes meios.

40
Há um conjunto de preocupações específicas a considerar com cada tipo de meio recetor que serão
avaliadas no quadro seguinte, caso a caso.

Quadro 13 – Características dos meios recetores

Meio recetor Características a considerar


Caudal do rio
Singularidades do leito do rio
Fauna e flora
Proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio
Rio
Existência de pontos de captação de água bruta para abastecimento
público a jusante
Existência de pontos de captação de água para rega
Proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.
Volume da massa de água
Fauna e flora
Proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio
Albufeira Existência de pontos de captação de água bruta para abastecimento
público a jusante
Existência de pontos de captação de água para rega
Problemas de eutrofização
Caudal
Fauna e flora (tratam-se de zonas particularmente sensíveis)
Existência de reserva biológica
Estuário
Mistura de massas de água de características diferentes (doce e
salgada)
Existência de zonas de atividade recreativa
Proximidade a zonas balneares e de atividades recreativas
Oceano Proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola
Fauna e flora
Uso do solo
Solo Existência de reservas de água subterrânea
Proximidade a massas de água

41
A existência de zonas sensíveis, tais como zonas balneares, zonas de captação de água bruta e
reservas biológicas, entre outras, obrigam a medidas extraordinárias com o tratamento para além do
respeito aos valores limite de emissão para descargas de ETAR (Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de
Agosto). O mesmo documento regula os parâmetros da qualidade da água a serem respeitados
nestas zonas mais sensíveis. Adicionalmente podem-se considerar também as normas da Diretiva
Quadro da Água, que é o instrumento mais recente no estabelecimento de medidas de proteção das
massas de água na União Europeia.

42
CAPÍTULO 3 - EVENTOS PERIGOSOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS EVENTOS PERIGOSOS

Ao longo de todo o sistema de saneamento existe um número infindável de problemas ou acidentes


que podem ocorrer, que terão consequências e severidades diferentes dependendo da componente do
sistema em que se desenvolvem e do seu impacto no meio ambiente. Por outro lado, um acidente
numa determinada componente do sistema tem, por norma, implicações nas componentes seguintes e
no meio ambiente em si.

Na identificação dos acidentes pode adotar-se uma metodologia análoga à do plano de segurança da
água, que consiste em:

 Análise dos perigos em cada componente do SS:


o Identificação do acidente;
o Medidas de controlo para cada acidente.
 Consideração de outros fatores que têm influência sobre cada perigo:
o Variação de circunstâncias ao longo do tempo;
o Causa acidental ou deliberada;
o Estado de manutenção da rede;
o Medidas de controlo dos procedimentos adequadas;
o Eventos regulares ou excecionais.

Para se iniciar o estudo dos acidentes que podem ocorrer num SS foi criada uma listagem de eventos
perigosos em cada componente do sistema em questão, que será apresentada de seguida.

3.1.1. Identificação de perigos na componente de coleta e transporte

Nesta componente as principais ocorrências que se podem verificar correspondem à constituição da


água residual, a eventos que provoquem uma sobrecarga da rede e à proximidade desta à população.

43
Os eventos perigosos que podem ter impacto na coleta ou transporte e que devem ser tidos em
consideração como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os
elementos constantes do quadro 14.

Quadro 14 – Eventos perigosos na coleta

Componente do sistema Evento perigoso


 Constituição da água residual;
 Descargas de AR não correspondentes ao sistema;
 Descargas e ligações ilegais;
 Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas;
 Obstrução de sargetas e sumidouros;
 Singularidades da rede;
 Odores;
 Acumulação de gases nas caixas de visita;
 Corrosão dos materiais constituintes da rede;
 Acesso não autorizado de pessoas e animais;
Coleta ou transporte
 Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos;
 Condições de auto limpeza não garantidas;
 Falhas de energia nas estações elevatórias;
 Falha nos equipamentos de monitorização das estações
elevatórias;
 Infiltrações na rede;
 Operações ou reparações inadequadas da rede;
 Sabotagem e desastres naturais;
 Obstrução de condutas;
 Caudais excessivos.

3.1.2. Identificação de perigos na componente de tratamento

O tratamento é a fase com maior probabilidade de ocorrência de acidentes devido quer à sua
dimensão, quer à sua complexidade. Esta visa a redução dos elementos poluentes da AR para valores
residuais (que respeitem os VLE do Decreto-Lei nº 236/98) ou até mesmo a sua total remoção. Os

44
principais eventos perigosos nesta fase relacionam-se com o deficiente funcionamento dos órgãos de
tratamento, com a sua inadequabilidade à AR a tratar ou com uma má manutenção dos mesmos.

Os eventos perigosos que podem ter impacto no tratamento e que devem ser tidos em consideração
como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os elementos
constantes do quadro 15.

Quadro 15 – Eventos perigosos no tratamento

Componente do sistema Evento perigoso


 Constituição da água residual diferente da esperada;
 Variações de caudal afluente (diárias, semanais e sazonais);
 Processos ou operações de tratamento inadequados;
 Erros no controlo dos processos e operações;
 Utilização de reagentes e produtos inadequados ao
tratamento;
 Falhas mecânicas, elétricas, estruturais ou de operação dos
órgãos de tratamento;
 Mau funcionamento dos equipamentos;
Tratamento
 Falha no sistema de monotorização de equipamento;
 Má dosagem de produtos químicos;
 Formação de subprodutos da desinfeção;
 Cheias no meio recetor;
 Proliferação de odores e insetos;
 Sabotagem e desastres naturais;
 Condições de armazenamento de produtos químicos
indevidas;
 Deficiente armazenamento de lamas.

3.1.3. Identificação de perigos na componente do meio recetor

Embora os meios recetores não se tratem de um órgão específico do tratamento, apenas do meio que
irá receber a água residual tratada, uma correta análise dos efeitos neles sofridos, pode indicar muito
sobre a eficácia do tratamento e os acidentes que ocorreram nas componentes anteriores. Além do

45
mais, a sua grande sensibilidade a pequenas variações, constituem um indicador da qualidade do
tratamento, e não sendo este o local onde grande parte dos acidentes aqui estudados acontecem, será
fonte de inúmeras e valiosas informações sobre o que pode ter ocorrido.

Por outro lado, a diversidade das características de cada um destes meios obrigam à sua integração
como parte do sistema de tratamento.

Os eventos perigosos que podem ter impacto nos meios recetores e que devem ser tidos em
consideração como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os
elementos constantes do quadro 16.

Quadro 16 – Eventos perigosos no meio recetor

Componente do sistema Evento perigoso


 Poder de diluição insuficiente;
 Baixo OD;
 Concentrações excessivas de matéria orgânica e produtos
químicos;
 Concentrações excessivas de nutrientes;
 Morte de espécies animais e vegetais;
 Cor, odor e turvação;
 Variações sazonais de caudal;
Meio recetor  Eutrofização;
 Impactos em zonas balneares, reservas biológicas e
aquíferos próximos;
 Impacto nos seres humanos (proliferação de doenças);
 Infiltração de produtos poluentes no solo;
 Poluição de reservas de água subterrâneas.
 Introdução de produtos tóxicos na agricultura (na utilização
de lamas como fertilizante);
 Descarga direta (sem tratamento) de AR pluviais.

46
3.2. CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE RISCOS

O que é um risco? Entre várias definições esta é a que melhor o carateriza no âmbito desta
dissertação:

“Na literatura científica encontram-se variadas formas para definir risco. A mais comum considera um
risco como sendo a probabilidade de ocorrência de um perigo causador de danos a uma certa
população a ele exposta num determinado intervalo de tempo e considerando a magnitude desse dano.
Um risco pode, assim, traduzir-se pelo produto da probabilidade de ocorrência de um acontecimento
indesejado pelo respectivo efeito causado numa determinada população. Os eventos perigosos com
maior severidade de consequências e maior probabilidade de ocorrência devem merecer maior
consideração e prioridade relativamente àqueles cujos impactos são insignificantes ou cuja ocorrência
é muito improvável.”- (PSA, Vieira et al. 2005)

Um aspeto importante que distingue os efeitos dos riscos num PSA em relação a um PSS: enquanto no
PSA a população em causa se trata dos seres humanos que irão consumir a água tratada, no PSS têm-
se três tipos de população distintos: os seres humanos, a fauna e a flora que têm de ser objeto de
estudo diferenciados pois os riscos têm efeitos diferentes em cada um destes tipos de população. Esta
separação não será evidente aqui neste capítulo, mas sim na conjugação final de todos os módulos.

3.2.1. Priorização de riscos

Exatamente como no plano de segurança da água:

“A avaliação dos perigos identificados, usando uma metodologia de priorização de riscos, assenta,
genericamente, numa apreciação baseada em bom senso e no conhecimento profundado das
características do sistema em apreciação, podendo definir-se para tal uma matriz de classificação de
riscos semi-quantitativa.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

A mesma metodologia de avaliação aplicada ao PSA será utilizada no PSS. Para a avaliação do risco
associado a cada perigo avalia-se a probabilidade deste ocorrer, em função da conjugação de duas
escalas distintas: a Escala de Probabilidade de Ocorrência e a Escala de Severidade das
Consequências.

47
Na Escala de Probabilidade de Ocorrência a frequência em que o acontecimento pode ocorrer é
medido em número de ocorrências por período de tempo. Esta escala está descrita no quadro 17.

Na Escala de Severidade das Consequências a severidade é classificada em três classes de eventos:

 Letal – mortalidade significativa para uma parte da população;


 Nociva – morbilidade que afeta uma parte da população;
 Negligenciável ou nula – os efeitos causados na população podem ser desprezados.

De referir que nesta escala, quando se fala de população, é necessário referir que essa população pode
ser os seres humanos, a fauna ou a flora e quando esta escala é aplicada a um determinado risco,
deve ser descrita a população a que se refere. No quadro 18 pode-se encontrar a sua representação.

As pontuações a aplicar a cada uma das escalas utilizam uma escala de pesos de 1 a 5 de acordo com
a gravidade crescente do perigo.

Quadro 17 – Escala de Probabilidade de Ocorrência (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Probabilidade de Peso
Descrição
ocorrência
Quase certa Espera-se que ocorra 1 vez por dia 5
Muito provável Vai acontecer provavelmente 1 vez por semana 4
Provável Vai ocorrer provavelmente 1 vez por mês 3
Pouco provável Pode ocorrer 1 vez por ano 2
Raro Pode ocorrer em situações excecionais (1 vez em 10 anos) 1

Quadro 18 – Escala de Severidade das Consequências (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Severidade das Peso


Descrição
consequências
Catastrófica Letal para uma parte significativa da população (≥ 10%) 5
Grande Letal para uma pequena parte da população (< 10%) 4
Moderada Nocivo para uma parte significativa da população (≥ 10%) 3
Pequena Nocivo para uma pequena parte da população (< 10%) 2
Insignificante Sem qualquer impacto detetável 1

48
Através do cruzamento destas duas matrizes obtém-se a Matriz De Classificação De Riscos, resultante
da multiplicação do peso de cada classe da probabilidade de ocorrência pelo peso da severidade das
consequências. O quadro 19 apresenta o resultado deste cruzamento.

Quadro 19 – Matriz de Classificação de Riscos (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Probabilidade Severidade das consequências


de ocorrência Insignificante Pequena Moderada Grande Catastrófica
Quase certa 5 10 15 20 25
Muito provável 4 8 12 16 20
Provável 3 6 9 12 15
Pouco provável 2 4 6 8 10
Raro 1 2 3 4 5

Estabelecendo uma escala qualitativa com os valores da Matriz de Classificação de Riscos, definida por
quatro categorias:

 Baixo: de 1 a 5;
 Moderado: de 6 a 10;
 Elevado: de 11 a 15;
 Extremo: de 16 a 25

Obtém-se a matriz de priorização qualitativa de riscos, como demonstra o quadro 20.

Quadro 20 – Matriz de Priorização Qualitativa de Riscos (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Probabilidade Severidade das consequências


de ocorrência Insignificante Pequena Moderada Grande Catastrófica
Quase certa Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo
Muito provável Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo
Provável Baixo Moderado Moderado Elevado Elevado
Pouco provável Baixo Baixo Moderado Moderado Moderado
Raro Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo

A escolha de uma metodologia de análise exatamente igual à do PSA justifica-se com base em três
critérios distintos. O primeiro é que esta metodologia está correntemente aplicada aos sistemas de

49
abastecimento de água, tendo-se revelado adequada e funcional, logo é credível. A adoção de
classificações diferentes desta seriam puramente intuitivas, não estando garantida a sua credibilidade.
O segundo critério está relacionado com as semelhanças dos sistemas em estudo. Tratando-se ambos
de sistemas de tratamento de água com muitos pontos em comum (desde órgãos de tratamento,
operações e processos, componentes das redes, entre outros), a utilização deste sistema de
classificação é possível. Por fim as exigências de qualidade para a água para consumo humano são
muito superiores às das descargas de efluentes das ETAR, logo, ao utilizar estas escalas está-se a
tomar uma posição conservativa, do lado da segurança.

3.3. PONTOS DE CONTROLO

Sempre que num ponto do sistema se apresente uma avaliação de risco a partir de 6 da Matriz De
Classificação De Riscos, é necessário criar um ponto de controlo (PC) no local onde esse risco é
verificado.

“Para cada PC encontrado, segue-se a identificação dos locais onde é absolutamente essencial
prevenir, eliminar ou reduzir um perigo dentro de limites aceitáveis (Pontos de Controlo Críticos – PCC)
que pode ser feita, de forma estruturada e sistemática, com auxílio de uma árvore de decisão como a
que se apresenta na Figura 5, pressupondo-se o conhecimento prévio das medidas de controlo
implementadas no sistema.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

A árvore de decisão referida na citação está representada na figura 17 a qual estabelece o processo
iterativo de avaliação da existência de um PCC para um determinado risco.

50
Figura 17 – Árvore de decisão da existência de um PCC: (PSA, Vieira et al. 2005)

Com a análise desta árvore de decisão, de acordo com o PSA, pode-se concluir que:

 “uma fase subsequente do processo pode ser mais eficiente no controlo de um perigo e,
como tal, identificar-se aí o PCC;”
 “mais do que um perigo pode ser controlado por uma medida de controlo;”
 “mais do que uma fase do processo pode estar envolvida no controlo de um determinado
perigo.”

Identificados os PCC de todo o sistema conclui-se o capítulo de identificação de eventos perigosos e


avaliação de riscos. No capítulo seguinte serão abordadas as medidas de monotorização a adotar em
cada um destes pontos.

51
52
CAPÍTULO 4 - MONITORIZAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

4.1. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO

A motorização dos sistemas de saneamento é um ponto fundamental da identificação de acidentes


nestes sistemas. Através de operações de inspeção e monotorização regulares podem-se identificar
problemas antes que estes causem um desastre ambiental. Estas medidas podem ser de caráter
regular (inspeções periódicas a todos os equipamentos e devidamente programadas) ou de caráter
pontual (sempre que é verificado algum erro sobre o qual haja suspeita que pode dar origem a um
evento perigoso.

A existência de um plano de monotorização regular e rotineiro, com medidas de controlo claramente


estabelecidas, corretos protocolos de análise e parâmetros análise precisos, são a primeira barreira de
prevenção a um evento perigoso. Este tipo de monotorização deve ser suficiente para identificar os
eventos perigosos ou riscos que ocorrem de forma mais regular.

Na criação e avaliação de medidas de controlo devem ser considerados dois pontos fulcrais: os eventos
perigosos e a sua classificação na matriz de classificação de riscos. As medidas adotadas devem ser
tanto maiores e mais precisas, quanto mais graves forem as consequências de um dado evento ou
risco. Por outro lado, estas devem estar em permanente atualização à medida que novos eventos
perigosos forem identificados.

“A identificação e aplicação das medidas de controlo devem ser baseadas no princípio das barreiras
múltiplas.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
Este princípio diz que uma falha numa barreira em determinado ponto do sistema, pode ser
compensada por outra barreira, num ponto seguinte. Na prática isto quer dizer que, por exemplo no
tratamento, se um poluente deveria ter sido removido num determinado órgão, mas por alguma razão
isso não aconteceu, os órgãos seguintes ainda poderão ser capazes de o remover. Mas isto não é um
processo linear e há organismos que não se integram neste princípio.

53
4.1.1. Identificação e avaliação de medidas de controlo na coleta ou
transporte

Uma correta manutenção das redes de saneamento pode eliminar grande parte dos eventos perigosos
que nela podem ocorrer. Entre as principais medidas tem de se considerar:

 Verificações e operações de manutenção periódicas por parte dos serviços responsáveis pela
sua gestão;
 Fiscalização das descargas na rede;

As principais medidas de controlo a estabelecer nas redes de saneamento podem ser encontradas,
entre outras, no quadro 21

Quadro 21 – Medidas de controlo na coleta

Componente do sistema Medidas de controlo


 Manutenção programada da rede de distribuição;
 Limitação do acesso aos órgãos da rede
 Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e
limpeza;
Coleta ou transporte  Desobstrução da rede de águas pluviais após longos períodos
sem precipitação;
 Supervisão das descargas na rede (para evitar descargas ilegais);
 Disponibilidade de mecanismos de reserva.

4.1.2. Identificação e avaliação de medidas de controlo no tratamento

O tratamento de AR em ETAR, devido à sua complexidade é, por si só, um procedimento


cuidadosamente monitorizado e controlado. Todos os órgãos de tratamento e os processos ou
operações que neles ocorrem são controlados automaticamente por um sistema integrado de
monotorização e alerta. A qualidade da água residual também é constantemente avaliada após cada
um dos processos de forma a garantir que estes estão a funcionar corretamente. No entanto é

54
necessário uma constante afinação dos processos de tratamento pois o caudal e a constituição da AR
que aflui à ETAR não é constante.

As principais medidas de controlo a estabelecer no tratamento podem ser encontradas, entre outras,
no quadro 22.

Quadro 22 – Medidas de controlo no tratamento


Componente do sistema Medidas de controlo
 Formação regular dos recursos humanos intervenientes;
 Afinação dos processos de tratamento para dar resposta a
variação de caudal e da constituição da AR;
 Controlo do funcionamento dos equipamentos;
 Otimização dos processos de tratamento;
Tratamento  Planos de ação preventivos de acidentes;
 Histórico de ocorrências (acidentes de qualquer tipo) e medidas
de intervenção e correção adotadas;
 Histórico de todas as afinações ao tratamento, de quando foram
executadas e razões pela qual ocorreram.

4.1.3. Identificação e avaliação de medidas de controlo nos meios


recetores

A grande sensibilidade destes meios faz deles o ponto central do controlo de todo o sistema pois é
neles que se sentem os principais efeitos de problemas que ocorreram ao longo do restante sistema.
No entanto, são o ponto de mais difícil monotorização e quando os resultados da ocorrência de um
evento perigoso se manifestam, as suas consequências já são graves.

As principais medidas de controlo a estabelecer nos meios recetores podem ser encontradas, entre
outras, no quadro 23.

55
Quadro 23 – Medidas de controlo no meio recetor

Componente do sistema Medidas de controlo


 Análise periódica da água imediatamente à saída da ETAR e em
pontos estratégicos a jusante;
 Listagem dos pontos sensíveis a jusante da ETAR;
 Protocolos de cooperação entre a entidade gestora da ETAR e as
entidades gestoras das zonas sensíveis a jusante
(nomeadamente acesso aos registos das análises à qualidade da
água nessas zonas);

Meio recetor  Histórico das análises à qualidade da água efetuadas no meio


recetor.
 Criação de mecanismos de alerta de acidentes a jusante da
ETAR;
 Criação de equipas multidisciplinares de análise e controlo da
qualidade da água nesses meios;
 Mapa de reservas subterrâneas em toda a área de
implementação do SS;

4.2. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL

“A monitorização operacional assegura, de forma estruturada e organizada, o suporte à gestão da


operação do sistema, contribuindo para que as medidas de controlo sejam eficazes.” – (PSA, Vieira et
al. 2005)

É necessário estabelecer um conjunto de parâmetros de controlo para garantir a eficácia de cada uma
das medidas, para que ultrapassados esses limites, se proceda a uma intervenção rápida. Esses
parâmetros devem ser suscetíveis de medição imediata.

56
A monotorização operacional baseia-se no estabelecimento de três pontos-chave: limites críticos,
procedimentos de monotorização e ações corretivas.

4.2.1. Estabelecimento de limites críticos

Para cada potencial perigo é necessário estabelecer limites críticos (LC) dos parâmetros poluentes.
Com estes limites determinam-se os objetivos a serem cumpridos pelo sistema, especialmente pela
componente de tratamento, para que a legislação em vigor que regula a atividade dos SS seja
respeitada.

Sempre que durante as atividades de monotorização, se verifique que o limite de um dado parâmetro
ou indicador foi ultrapassado, está-se perante uma situação de incumprimento e provavelmente existiu
um evento perigoso que o desencadeou.

Aplicando a mesma metodologia do Plano da Água:

“Os limites a impor podem ser limites superiores, limites inferiores, um intervalo ou um conjunto e
medidas de desempenho (decorrentes de observação directa). Os LC constituem valores que separam
a aceitabilidade da inaceitabilidade do funcionamento do sistema e devem ser mensuráveis directa ou
indirectamente.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

A legislação em vigor em Portugal, que deve ser considerada no estabelecimento dos LC é:

 Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de Junho – regulamentação de descargas de AR em meios


hídricos;
 Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto – estabelecimento de normas, critérios e objetivos de
qualidade da água relativamente a diferentes usos e regulamentação de descargas;
 Decreto-Lei nº 348/98 de 9 de Novembro – atualização do Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de
Junho relativamente a descargas de nutrientes;
 Decreto-Lei nº 149/2004 de 22 de Junho - atualização do Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de
Junho relativamente a zonas sensíveis.

Adicionalmente pode-se considerar também a Diretiva-Quadro da Água (Diretiva 2000/60/CE do


Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000) que estabelece um quadro de ação
comunitária para a proteção das águas de superfície interiores, das águas de transição, das águas

57
costeiras e das águas subterrâneas. Foi transposta para o direito nacional através da Lei n.º 58/2005,
de 29 de Dezembro.

O Plano de Segurança da Água recomenda também:

“Na definição paramétrica dos LC é recomendável que se imponha uma margem de segurança
relativamente aos valores estabelecidos nas normas legais em vigor, assim como se deve atender ao
histórico dos dados de qualidade, registados num período suficientemente alargado, para garantir
fiabilidade na análise de tendência dos parâmetros em causa.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Medida a aplicar também aos planos de segurança dos sistemas de saneamento.

4.2.2. Estabelecimento de procedimentos de monotorização

A verificação do cumprimento dos LC estabelecidos deve ser feita através da monitorização da


qualidade da água nos PCC identificados, especialmente em pontos intermédios da fase de tratamento
e no efluente final. Para que esta verificação seja fidedigna é necessário a criação de um plano de
monotorização programada e de um histórico de análises em cada ponto, com relevância para os
momentos em que os LC não foram cumpridos.

Para se obter uma monitorização de qualidade é importante que se responda a questões essenciais,
tais como as colocadas no Plano de Segurança da Água:

“A monitorização deverá ser efetuada, procurando dar respostas a questões do tipo “O Quê?”,
“Onde?”, “Como?”, “Quando?”, “Quem?”” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Para além do controlo da qualidade da água em pontos estratégicos uma correta identificação das
frequências de amostragem é essencial. Essa frequência deve ser definida consoante a probabilidade
de ocorrência de um evento perigoso de forma a assegurar que o tempo de resposta do sistema à
violação de um LC é o menor possível.

A informação contida nos planos de monotorização deve ser a apresentada na figura 17.

58
Figura 18 – Informação constituinte dos planos de monotorização (PSA, Vieira et al. 2005)

Os parâmetros a monitorizar nos sistemas de saneamento são os que estão limitados pelos VLE,
nomeadamente turvação, sólidos suspensos, vários tipos de partículas, coliformes fecais, pH,
nutrientes, entre outros. Devem ainda ser consideradas outras medidas tais como a monotorização de
pontos-chave dos processos ou operações decorrentes bem como os acontecimentos meteorológicos
mais relevantes e a atividade da fauna e flora nos meios recetores.

4.2.3. Estabelecimento de ações corretivas

Quando são verificados incumprimentos relativamente aos LC , é necessário a aplicação de ações


corretivas de modo a eliminar ou minimizar os efeitos do perigo verificado, de forma a que os valores
possam retornar ao admissível. Estas ações devem estar devidamente identificadas para que haja uma
ação rápida sobre os problemas pois as suas consequências podem ser catastróficas e manifestarem-
se imediatamente após a ocorrência.

4.4. PLANOS DE GESTÃO

Os planos de gestão podem ser de dois tipos distintos: gestão de rotina e gestão de condições
excecionais.

Para que seja executada uma gestão eficiente do sistema de saneamento é necessário que os planos
de gestão contenham a seguinte informação:

59
 Avaliação do sistema de saneamento;
 Monotorização operacional programada;
 Procedimentos sistematizados para a qualidade da água (tratada e do meio recetor)
incluindo documentação e comunicação;
 Desenvolvimento de programas pra a renovação e melhorias a introduzir no sistema;
 Estabelecimento de protocolos para responder a incidentes (planos de emergência).

Os planos podem ainda ter vários níveis de alerta consoante o tipo de ocorrência verificada: mínimo
(para acontecimentos menos graves e com maiores probabilidades de ocorrência), aviso prévio (para
acontecimentos pontuais na presença de condições propícias à sua ocorrência) e de emergência (para
eventos raros e de consequências catastróficas). As entidades envolvidas nas ações corretivas são
distintas dependendo do nível de alerta, enquanto no nível mínimo e no de aviso prévio estão sob ação
da entidade gestora do sistema, no nível de emergência será necessário a intervenção das autoridades
de saúde e da proteção civil, entre outras.

4.4.1. Estabelecimento de procedimentos para a gestão de rotina

A gestão de rotina implica um trabalho diário de registo de todas as atividades desenvolvidas


relacionadas com os sistemas de saneamento, criando assim uma ferramenta de análise, que
baseando-se no histórico de funcionamento do sistema, vai permitir que sejam feitas previsões sobre
acontecimentos futuros, e otimizar as medidas corretivas sobre os mesmos.

“Após terem sido definidos os perigos, os PCC, os LC, os procedimentos de monitorização e as ações
corretivas, ou seja, após a constatação de que a instalação é adequada e de que estão definidas as
regras de funcionamento para uma devida manutenção do sistema, é necessário criar um mecanismo
de verificação que garanta a sua fiabilidade.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Os procedimentos para a gestão de rotina irão funcionar como um “caderno de encargos” para os SS,
no qual se tem de garantir a execução de verificações sistemáticas e periódicas, a utilização de
aparelhos de medição adequados e fiáveis e a permanente formação da mão-de-obra especializada
interveniente.

60
4.4.2. Estabelecimento de procedimentos para a gestão em condições
excecionais

A manifestação de condições excecionais dá origem aos planos de emergência que devem contemplar
eventuais desastres naturais, condições de inoperabilidade da ETAR e ações humanas (tais como
sabotagens). Os planos de emergência devem identificar os responsáveis pela aplicação das medidas,
as medidas de mitigação dos efeitos e um plano de comunicação e de alerta destinado aos utilizadores
do meio hídrico afetado e à população em geral.

Após a ocorrência de um evento extremo, que originou consequências passíveis da aplicação de um


plano de emergência, é necessário a realização de uma investigação aprofundada para que seja
possível a avaliação da sua aplicação e a introdução de novas mediadas com vista ao seu
melhoramento. Essa investigação deve conter os elementos de análise apresentados na figura 19.

Figura 19– Elementos de análise à aplicação de um plano de emergência (PSA, Vieira et al. 2005)

4.2.3. Estabelecimento de documentação e protocolos de comunicação

“O registo de informação é essencial para avaliar a consistência de um PSA e demonstrar o grau de


adesão do sistema (…)”– (PSA, Vieira et al. 2005)

A documentação que constitui um plano de gestão deve incluir cinco tipos de registos, identificados na
figura 20.

61
Figura 20 – Documentos constituintes de um plano de emergência (PSA, Vieira et al. 2005)

Com o acesso a toda a documentação referida até agora e com a devida formação, os operadores e os
gestores dos sistemas de saneamento podem, facilmente, identificar e avaliar a possibilidade de
ocorrência de um evento perigoso. Nesta situação podem tomar imediatamente medidas preventivas,
sejam elas ajustes operacionais para evitar o perigo em causa, ou na impossibilidade de o evitar,
acionar os mecanismos de alerta e comunicação de emergências.

As estratégias de comunicação, podem incluir, em analogia ao PSA:

 Procedimentos para alerta imediato, sempre que ocorram incidentes significativos no sistema,
podendo, de acordo com a sua gravidade, incluir a notificação das autoridades de saúde
pública e da proteção civil;
 Informação sumária sobre o sistema a ser disponibilizada aos seus utentes através de meios
de comunicação oficiais;
 Estabelecimento de mecanismos de receção e resposta, em tempo útil, a reclamações
apresentadas pela comunidade.

62
CAPÍTULO 5 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE
SANEAMENTO

5.1. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

Da união do trabalho realizado nos capítulos anteriores, pode-se agora juntar toda a informação para a
criação de uma base de dados de avaliação e gestão de riscos para os sistemas de saneamento, em
que:

 Do capítulo 2 resultou a listagem de todos os órgãos existentes nos sistemas de


saneamento;
 Do capítulo 3 a listagem dos eventos perigosos que podem originar riscos pra o sistema, a
sua priorização e o mecanismo de decisão da criação de pontos de controlo;
 Do capítulo 4 a listagem das medidas de controlo e dos parâmetros de monotorização
operacional.

A partir destes dados de caráter mais geral pretende-se agora o estudo intensivo dos riscos a ocorrer
em cada um dos órgãos, a sua avaliação e as medidas de controlo a plicar a cada um deles. Para tal, e
adotando a metodologia até agora utilizada, a do plano de segurança da água, vai-se extrapolar os
resultados para os sistemas de saneamento.

Com base no esquema concetual dos sistemas de saneamento apresentado na figura 21 (resultado do
trabalho realizado no capítulo 2), resulta a figura 22 que representa o esquema de organização da base
de dados obtida, já com a referenciação de cada um dos pontos para cada componente do sistema.

Esta figura descreve sucintamente a interligação entre cada uma das componentes do sistema e
também entre as fases de tratamento, os produtos resultantes e o seu destino final.

63
AR Rede de coleta
AR

Tratamento preliminar
AR
Tratamento primário

Tratamento de lamas
Tratamento secundário

Tratamento terciário
Lamas
AR tratada
Valorização ou
Meio recetor deposição no solo

Figura 21 – Esquema conceptual dos sistemas de saneamento

64
Coleta Tratamento Meio Recetor

C1 Origem da AR T1 Pré-tratamento M1 Meio Hídrico

T2 Tratamento Preliminar
M2 Solo
C2 Tipo de Rede de AR
T3 Tratamento Primário

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas

65
T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização

T6 Tratamento Secundário: Crescimento Em Suporte Físico

T7 Tratamento Terciário

T8 Tratamento de Lamas

T9 Órgãos acessórios

Figura 22 – Esquema de organização da basse de dados (adaptado de PSA)


5.2. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: COLETA

5.2.1. C1 Origem Da Água Residual

Um dos principais problemas na rede de saneamento advém da origem da água residual. Origens
diferentes podem causar riscos diferentes quando ocorre um evento perigoso. A constituição da água
residual varia conforme a sua fonte, doméstica, industrial ou pluvial e, no caso das industriais, varia
ainda consoante o tipo de indústria que as produz.

Nos quadros A.1 a A.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
coleta, no que respeita à origem da água residual.

C1.1 AR Domésticas

Para este ponto de controlo os principais perigos relacionam-se com a elevada carga orgânica da água,
com as suas variações de caudal diárias e sazonais. No que respeita às variações de caudal existem
picos de descarga na rede nas horas correspondentes ao início e final do dia, que coincide com as
atividades domésticas da população, tais como hábitos de higiene e preparação de refeições. Há ainda
um problema que tem vindo a ser alvo de alarme nos últimos anos, relacionado com a utilização do
saneamento como destino final de produtos farmacêuticos fora de prazo.

C1.2 AR Industriais

A grande diversidade na composição das águas residuais industriais, consoante o tipo de indústria em
causa, é o principal problema desta fonte. Pode-se admitir que a indústria agropecuária produz
efluentes com elevada carga de matéria orgânica enquanto uma indústria de coloração de tecidos
produz uma água residual carregada de produtos químicos. Outros problemas levantados neste tipo de
fonte são a inexistência de pré-tratamento antes da sua injeção na rede e as variações semanais de
caudal, pois no período correspondente ao fim de semana, grande parte destas indústrias não trabalha.

Vai-se considerar, por efeitos de simplificação, que as escorrências de aterros sanitários são AR
industriais.

C1.3 AR Pluviais

O principal problema das AR pluviais relaciona-se com a ocorrência de eventos meteorológicos


extremos tais como cheias que podem provocar sobrecargas do sistema, ou seja, grandes variações de

66
caudal. Existem também preocupações crescentes com a existência de óleos, gorduras e alguns metais
pesados na composição destas águas, devidas ao facto de, salvo raras exceções, estas AR serem
descarregadas diretamente nos meios recetores (sem tratamento prévio).

5.2.2. C2 Tipo De Rede De AR

Os principais perigos nesta fase são a ocorrência de situações meteorológicas adversas que possam
provocar cheias, picos de caudal descarregado na rede, obstrução de condutas, danos estruturais na
rede e avarias nos sistemas elevatórios.

Para os sistemas separativos serão estudadas as redes de AR domésticas e pluviais em separado. Nos
sistemas unitários admite-se que os problemas que ocorrem em cada uma das redes dos separativos
possam ocorrer também em todo este sistema, sendo apenas mencionados os perigos específicos
destes sistemas. Para os sistemas mistos e os pseudo separativos admite-se que o seu modo de
funcionamento é análogo aos dos sistemas separativos, e, por isso têm os mesmos problemas destes.

Nos quadros A.4 a A.6 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
coleta, no que respeita ao tipo de rede de água residual.

C2.1 Rede de águas residuais domésticas.

O maior problema nas redes de AR domésticas está relacionado com a oscilação dos caudais
transportados e com problemas pontuais como danos estruturais na rede ou a sua obstrução.

Outra questão relevante são as descargas ilegais na rede que influenciam não só o caudal
transportado, como a composição da água residual.

C2.2 Rede de águas residuais pluviais.

Nas redes de AR pluviais, os principais riscos estão associados à ocorrência de chuvadas intensas que
possam provocar cheias e à obstrução dos mecanismos de recolha das AR pluviais.

Como nas domésticas, estão sujeitas a descargas ilegais, mas com uma maior probabilidade de
ocorrência devido a uma maior facilidade de acesso à rede, através dos órgãos de recolha das AR
pluviais. Por outro lado estas descargas têm impactos mais significativos porque estas águas são,
geralmente, encaminhadas diretamente para o meio recetor, sem tratamento.

67
C2.3 Sistemas unitários

Para além de possuírem os mesmos problemas dos sistemas separativos (de ambas as redes acima
referidas), os sistemas unitários apresentam, como principal barreira, o caudal que têm de transportar,
que é muito superior ao caso anterior.

Adicionalmente tem de se considerar uma maior proliferação de odores e insetos junto aos órgãos de
recolha das águas pluviais.

5.3. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: TRATAMENTO

A componente de tratamento é aquela que mais riscos acarreta para todo o sistema, não só devido à
sua complexidade e sensibilidade, mas também por ser a responsável pela atribuição de uma
qualidade aceitável à água residual antes da devolução ao meio ambiente. Trata-se da última barreira
antes de um eminente desastre ambiental.

Os riscos aqui contidos podem ser de origem química ou microbiológica, dependendo do evento que os
desencadeou.

5.3.1. T1 Pré-tratamento

O pré-tratamento destina-se essencialmente ao tratamento de águas residuais industriais para que lhe
sejam conferidas características similares às das águas residuais domésticas, para poderem ser
introduzidas na rede de distribuição de AR domésticas, sem o acréscimo de poluição introduzido pela
atividade industrial.

Por se tratar de um pré-tratamento os processos e operações executados são os mais simples do seu
género. É também importante referir que as consequências de um evento perigoso a nível do pré-
tratamento não terão um impacto muito negativo, pois uma falha nesta fase, tende a ser amenizada ou
eliminada durante as fases subsequentes.

68
Nos quadros B.1 a B.4 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
tratamento, no que respeita ao pré-tratamento.

T1.1 Sedimentador Gravítico

Para que a sedimentação seja mais eficaz é usual a adição de coagulantes e floculantes químicos. Os
principais problemas desta fase estão relacionados com uma dosagem incorreta destes químicos.

Quanto à operação de sedimentação, o principal obstáculo é a retenção por tempo insuficiente no


tanque.

T1.2 Correção de pH: Adição De Cal

Como em qualquer processo que recorra à adição de químicos, o seu incorreto doseamento é um dos
principais problemas.

T1.3 Filtração Convencional (rápida)

O principal problema da filtração rápida é a passagem de matéria orgânica, mas como se trata de pré-
tratamento (não exigindo um efluente de elevada qualidade) deve-se dar especial atenção à colmatação
dos filtros e ao seu mecanismo de lavagem.

T1.4 Desinfeção Química: Cloração

Da mesma forma, a principal barreira é uma incorreta dosagem do agente químico, com adição da
formação de subprodutos da desinfeção.

5.3.2. T2 Tratamento Preliminar

O tratamento preliminar tem por objetivo a remoção de substâncias grosseiras, sólidos sedimentáveis e
gorduras através de meios mecânicos. Este tipo de tratamento serve essencialmente para a remoção
dos poluentes acima referidos como forma de proteção dos equipamentos que a eles se seguem e à
otimização dos seus processos.

Por estas razões, os principais problemas que podem ocorrer estão relacionados com avarias
mecânicas nos seus órgãos.

69
Nos quadros B.5 a B.7 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
tratamento, no que respeita ao tratamento preliminar.

T2.1 Gradagem, Trituradores e Desintegradores

Os principais problemas associados a estes órgãos estão relacionados com a sua limpeza e com
avarias nos seus mecanismos. No caso dos trituradores e desintegradores, que servem para diminuir o
tamanho das partículas a tratar, podem dar origem a partículas que causarão danos ou problemas nos
órgãos seguintes.

T2.2 Desarenadores

A passagem de areias e outros inertes podem provocar danos nos componentes das ETAR. Os seus
principais problemas relacionam-se com avarias mecânicas e com algumas especificidades no tipo de
desarenador a ser utilizado.

T2.3 Tanque de equalização ou homogeneização

Os principais riscos a ocorrer neste tipo de órgãos são a possível proliferação de insetos e odores
devido à constituição da água nele contida. A utilização deste tipo de órgãos obriga à introdução de
sistemas de bombagem para elevar os caudais, podendo resultar daí alguns riscos. Existe
sedimentação, logo é necessário proceder a operações de manutenção do equipamento.

5.3.3. T3 Tratamento Primário

O tratamento primário baseia-se essencialmente na sedimentação. Assim, os principais problemas a


ter em conta são os desta operação e dos processos auxiliares tais como a adição de químicos
coagulantes e floculantes (semelhante ao pré-tratamento). No entanto a fase do tratamento em estudo
leva a uma utilização de critérios mais apertados pois, à medida que este vai avançando, pretende-se
um efluente de qualidade cada vez mais refinada.

A análise dos riscos do tratamento primário será subdividida em três órgãos distintos: tanque de
arejamento ou mistura, o sedimentador e o tamisador (órgão alternativo ao sedimentador).

Nos quadros B.8 a B.10 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento primário.

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T3.1 Tanque De Mistura/Arejamento

Os principais problemas desta fase estão relacionados com uma dosagem incorreta de químicos e com
tempos de contacto insuficientes com os mesmos

T3.2 Sedimentador Primário

Na sedimentação, o principal obstáculo é a retenção por tempo insuficiente no tanque. Os


sedimentadores primários encontram-se, geralmente, associados a um sistema de recolha de
sobrenadantes, sendo os principais problemas destes a possibilidade de ocorrência de avarias
mecânicas.

Entre outras ocorrências podem-se ainda encontrar problemas relacionados com a recolha das lamas e
a exposição aos agentes climatéricos.

T3.3 Tamisadores

Sendo este um processo totalmente mecânico o problema aqui encontrado relaciona-se com a
existência de avarias ou falhas no abastecimento de energia.

5.3.4. T4 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas


De Crescimento Em Suspensão: Lamas ativadas

Sendo a principal característica do tratamento por lamas ativadas a utilização de micro-organismos


biológicos para digestão do material poluente orgânico contido na água, os principais problemas
apresentados nesta fase estão relacionados com a sua atividade, nomeadamente tempos de retenção
insuficientes, a presença de compostos químicos que possam atacar a comunidade de bactérias
(propriedades bactericidas) e insuficiência de oxigénio na mistura (trata-se de um processo aeróbio).

Nos quadros B11 a B.13 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a lamas ativadas.

T4.1 Tanque De Arejamento Ou Reator

No tanque de arejamento as principais preocupações são as avarias nos mecanismos de injeção de


oxigénio, nos mecanismos de mistura e a sedimentação das lamas no tanque.

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T4.2 Sedimentador Secundário

A sedimentação secundária apresenta os mesmos problemas de qualquer outra sedimentação utilizada


em tratamento de águas residuais. Nesta fase, os problemas específicos advém essencialmente da
presença de bulking, que são bactérias que não sedimentam nem espessam com facilidade, levando a
uma menor eficácia do processo. É necessário garantir que as lamas recirculadas sejam espessadas
durante a sedimentação.

T4.3 Sistema De Recirculação De Lamas

O bom funcionamento do sistema de recirculação de lamas depende essencialmente de uma boa


operacionalidade do sistema elevatório por isso, os problemas a ocorrer são aqueles provenientes do
mau funcionamento deste órgão.

5.3.5. T5 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas


De Crescimento Em Suspensão: Lagoas De Estabilização

Processos de tratamento de águas residuais naturais cujos maiores problemas decorrem da grande
dependência de condições climatéricas favoráveis.

No quadro B.14 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de


tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a lamas ativadas.

T5.1 Lagoas De Estabilização

Temperaturas baixas, sensibilidade a AR com elevadas concentrações de químicos (AR industriais),


dependência da luz solar, ação dos ventos nas lagoas de sedimentação, proliferação de odores e
mosquitos, avarias em órgãos acessórios de arejamento, fissuras na camada de impermeabilização
das lagoas e erosão são os principais problemas associados a este tipo de órgão.

72
5.3.6. T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De
Crescimento Em Suporte Físico

Ao contrário dos sistemas de crescimento suspenso, aqui é necessário um suporte físico para o
biofilme responsável pelo tratamento. Os principais problemas a identificar nesta fase estão
relacionados com os mecanismos constituintes dos órgãos, com o desprendimento do biofilme do seu
suporte e com a presença de agentes bactericidas na AR a tratar.

Nos quadros B.15 a B.17 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a tratamento biológico de
crescimento em suporte físico.

T6.1 Leito percolador

O principal problema identificado nesta fase é a avaria do sistema rotativo de distribuição de caudal.
Adicionalmente pode-se considerar fatores como a presença de agentes bactericidas e a colmatação
dos interstícios do meio filtrante.

T6.2 Discos Biológicos

Assim como nos discos biológicos, o principal problema advém de avarias mecânicas do órgão, mas
também se pode considerar a sua exposição aos agentes climatéricos como um problema. A radiação
UV proveniente da luz solar degrada a qualidade do plástico que formam os discos e promove o
crescimento de algas.

T6.3 Sedimentador Secundário

O sedimentador secundário tem as mesmas características do utilizado nos sistemas de lamas


ativadas. No entanto ao não existir uma recirculação de lamas neste tipo de tratamento, mas sim do
caudal tratado (que pode ser o filtrado ou o sedimentado) e apenas no caso da utilização de leitos
percoladores, excluem-se os problemas daí originados.

73
5.3.7. T7 Tratamento Terciário e de afinação

O tratamento terciário e de afinação destina-se à remoção de poluentes remanescentes e pode ser


executado no final, após os tratamentos já estudados ou introduzido como etapas complementares dos
mesmos (afinação).

Os principais problemas aqui encontrados relacionam-se com o recurso a produtos químicos, no seu
incorreto doseamento ou tempos de contacto, com a formação de subprodutos da desinfeção ou com
más práticas de execução de processos mais sensíveis.

Nos quadros B.18 a B.26 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento terciário ou de afinação.

T7.1 Filtração

Destinada à remoção de partículas orgânicas e inorgânicas coloidais e em suspensão, os principais


problemas resultantes deste processo poderão surgir da passagem de matéria orgânica e de partículas.

Devido às exigências da fase de tratamento considera-se a utilização da filtração lenta.

T7.2 Adsorção e biodegradação (filtros de carvão ativado)

Para remoção de constituintes orgânicos dissolvidos, é o processo mais adotado para a remoção
destes poluentes remanescentes.

Os principais problemas que podem ocorrer nesta fase são a incorreta dosagem de carvão ativado e
uma deficiente filtração.

T7.3 Remoção biológica de fósforo

Tratamento de afinação realizado durante o tratamento secundário para o fósforo seja posteriormente
eliminado nas lamas produzidas no sedimentador secundário.

O principal problema desta fase é a necessidade de garantir condições anaeróbias para a proliferação
das bactérias que acumulam o fósforo (acinetobacter) presente na água residual.

74
T7.4 Remoção química de fósforo: Adição de cal + coagulação + filtração

Processo químico de remoção de fósforo, cujos principais problemas resultam da deficiente


administração de compostos químicos e dos problemas que podem ocorrer durante a filtração.

T7.5 Remoção biológica de azoto: Nitrificação e desnitrificação biológica

Utilização de bactérias autotróficas que reduzem o azoto em nitratos (nitrificação) em condições


aeróbias e posteriormente, em condições anaeróbias, outras bactérias digerem os nitratos, formando
compostos de azoto passíveis de ser eliminadas. Este processo ocorre durante o tratamento
secundário.

Os principais problemas desta fase são a sensibilidade das bactérias às condições do meio em que se
inserem: concentração de OD, pH, temperatura, alcalinidade e a presença de compostos tóxicos,
especialmente metais pesados.

T7.6 Cloração

Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.

Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de


contacto insuficientes e formação de subprodutos da desinfeção.

T7.7 Descloração

No caso de AR é necessário proceder à eliminação do cloro residual que é prejudicial para o meio
recetor, sendo tóxico para a vida aquática.

Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de


contacto insuficientes

T7.8 Ozonização

Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.

Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de


contacto insuficientes.

75
T7.9 Radiação UV

Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.

O principal problema a ocorrer é o incorreto doseamento de radiação UV.

5.3.8. T8 Tratamento De Lamas

O objetivo do tratamento das lamas é a sua secagem (para diminuição do volume de lamas
produzidas) e a eliminação de componentes tóxicos presentes nelas presentes, pois estas resultam da
eliminação de toda a carga poluente, estando grande parte dela, aqui contida.

Os principais problemas aqui encontrados relacionam-se com o mau funcionamento dos equipamentos
responsáveis pelo tratamento das lamas, com a proliferação de odores e insetos, com os mecanismos
de digestão das lamas e com os produtos que a digestão origina.

Nos quadros B.27 a B.33 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento de lamas.

T8.1 Espessamento de lamas por meios mecânicos

Com o objetivo de diminuir o teor de água presente nas lamas e com recurso a aparelhos que
promovem a separação sólido/líquido, os principais problemas aqui encontrados resultam de avarias
ou mau funcionamento dos equipamentos.

T8.2 Espessamento de lamas por sedimentação

Recorrendo a sedimentação por gravidade ou em manto, os principais problemas aqui encontrados são
os mesmos das sedimentações até agora estudadas.

T8.3 Estabilização alcalina

Baseando-se num processo de adição de um reagente (cal) os principais problemas aqui presentes
estão relacionados com a administração incorreta de químicos.

76
T8.4 Estabilização por digestão anaeróbia

Processo de digestão de lamas na ausência de oxigénio cujos principais problemas são o seu mau
funcionamento e a libertação de gás metano como produto da digestão.

T8.5 Estabilização por digestão aeróbia ou digestão autotérmica termofílica

Processo de digestão de lamas em tanque aberto cujo principal problema é a possibilidade de avarias
nos sistemas de injeção e mistura de oxigénio.

No caso da digestão autotérmica termofílica o funcionamento é análogo ao aqui apresentado (a


diferença é que este ocorre em tanque isolado). Como os seus problemas são os mesmos, são
apresentadas em conjunto.

T8.6 Estabilização por compostagem

Processo de conversão da matéria orgânica num reator fechado, cujos principais problemas que
podem ocorrer são danos estruturais no reator e proliferação de odores e insetos.

T8.7 Tratamento final

O tratamento final é a última fase de tratamento das lamas antes de serem encaminhadas para o meio
recetor (em alguns dos casos coincide com o tratamento final).

Os principais problemas a ocorrer nesta fase são o mau funcionamento de mecanismos de secagem
de lamas digeridas, problemas de infiltração de cargas poluentes remanescentes no solo e problemas
estruturais de alguns órgãos.

5.3.9. T9 Órgãos Acessórios

Para que seja assegurada a ligação entre todos os órgãos de tratamento, existe em ETAR, órgãos tais
como: condutas, válvulas e estações elevatórias onde podem ocorrer problemas tais como corrosão,
problemas estruturais e falhas de energia entre outros que podem comprometer a qualidade do
tratamento.

Nos quadros B.34 a B.35 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita aos órgãos acessórios.

77
T9.1 Condutas, válvulas e silos.

Os principais problemas a ocorrer nestes órgãos são problemas estruturais resultantes do seu
desgaste.

T9.2 Estações elevatórias

Os principais problemas a ocorrer nestes órgãos resultam de falhas de energia elétrica e avarias nas
bombas que promovem a circulação da AR.

5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR

Os meios recetores, não sendo um órgão de tratamento, são componentes muito sensíveis do mesmo,
que servem de indicador da qualidade do tratamento dos sistemas de saneamento. Os problemas aí
detetados são pontos-chave para a identificação de riscos ao longo da fase de tratamento.

Por outro lado, a sensibilidade do meio recetor, vai influenciar o grau de tratamento a dar a uma água
residual porque para além de ser necessário verificar os VLE estabelecidos no Decreto-Lei nº
236/98, a existência de algumas atividades específicas nos meios recetores, obrigam ao
cumprimento de parâmetros especiais de qualidade do efluente.

5.4.1. M1 Meio Hídrico

Destino dos efluentes líquidos (AR tratada), a análise destes meios revelam muitos dos problemas
decorrentes da fase de tratamento.

Nos quadros C.1 e C.2 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do
meio recetor: Meio Hídrico.

M1.1 Rio

Os principais problemas aqui identificados estão relacionados com a existência de espécies de fauna e
flora sensíveis a poluentes, a proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio, existência de

78
pontos de captação de água bruta para abastecimento público a jusante, a existência de pontos de
captação de água para rega e a proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.

Adicionalmente é necessário considerar os perigos da variação sazonal de caudal do rio, quer em


situações de seca, quer de cheias.

M1.2 Oceano

Os principais problemas aqui identificados são a existência de fauna e flora sensíveis a poluentes, a
proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio e a proximidade a pontos de pesca ou de
reserva de vida aquícola.

É necessário considerar o efeito das marés e a localização dos pontos de descarga (situados junto à
costa ou ao largo).

5.4.2. M2 Solo

Destino das lamas tratadas, resultantes do tratamento de AR, para vários fins, alguns dos problemas
aqui identificados podem revelar algumas deficiências do tratamento das lamas.

No quadro C.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do meio


recetor: Solo.

M2.1 Solo

Os principais problemas a considerar são a utilização das lamas como fertilizantes para a agricultura, a
existência de águas subterrâneas e a proximidade a meios hídricos.

79
5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL

Seguindo a metodologia adotada no PSA transposta no capítulo anterior para os sistemas de


saneamento é necessário proceder à monitorização dos pontos de controlo críticos identificados até ao
momento.

Dado o caráter geral desta dissertação, que avalia todos os SS existentes, não é possível proceder à
monitorização nos pontos intermédios dos sistemas de saneamento, pois os limites críticos a definir
em cada um destes pontos depende das características quer da AR a tratar, quer das especificidades
de cada um dos sistemas em particular. No entanto é possível definir os LC no final do tratamento,
imediatamente antes da libertação da água tratada no meio recetor, através dos VLE impostos pela
legislação em vigor.

Apesar de não ser o ponto ideal para uma análise preventiva, por ser feita no final do tratamento, e,
sendo essa mais eficaz nos PCC intermédios, servirá como exemplo de aplicação da metodologia
adotada para a monitorização operacional.

Será então apresentado o esquema do quadro para a monitorização operacional correspondente à


descarga do efluente tratado, atendendo aos VLE impostos pela legislação em vigor. Este ponto
corresponde nas tabelas de avaliação e gestão de riscos ao PCC44.

No Quadro D.1 do anexo apresenta-se o esquema do quadro para a monitorização operacional, no


ponto de descarga no meio recetor, quando este é um rio (PCC44).

5.5. PLANOS DE GESTÃO

Finalmente, compilando todo o trabalho executado, cria-se um plano de gestão (neste caso de rotina)
para cada um dos PCC identificados, que resumem toda a informação necessária para uma
abordagem preventiva à ocorrência de um evento perigoso.

Estes planos devem estar deviamente identificados, acessíveis em qualquer momento e devem ser do
conhecimento de todos os responsáveis e intervenientes no sistema de saneamento. É também

80
necessário que estejam em constante atualização para que possam ser melhorados a cada nova
ocorrência.

Como a monitorização operacional faz parte dos planos de gestão, será apenas apresentado um
exemplo de aplicação correspondente ao PCC44 (no qual foi feito o quadro de monotorização
operacional).

No quadro E.1 do anexo está representado um exemplo para o plano de gestão de rotina do PCC44.

81
82
CONCLUSÕES

A avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento revelou-se, como esperado, uma


ferramenta essencial para uma futura conceção de um plano de segurança de saneamento. Ao mesmo
tempo, provou-se que os sistemas de saneamento são estruturas de grande complexidade e
envergadura, propícias à ocorrência de eventos perigosos devido à natureza da água residual que
transportam e à sua interligação com o meio ambiente.

A adoção das políticas preventivas exploradas neste documento e o conhecimento destas por parte das
entidades gestoras e reguladoras dos sistemas de saneamento, permitem uma ação mais rápida e
eficaz sobre os efeitos causados por cada um destes eventos perigosos, quer no meio ambiente, quer
na saúde pública.

As medidas de monitorização e a existência de planos de ação pré-concebidos revelaram-se de extrema


importância para uma intervenção precoce na resolução de problemas no saneamento.

Pretende-se que a implementação deste trabalho na conceção de um plano de segurança para


saneamento, e, que uma posterior aplicação aos sistemas existentes espalhados por todo o mundo,
possibilitem a proteção de todo o meio ambiente e da água em particular pois este é o recurso mais
importante e valioso que a humanidade dispõem.

Perspetivas futuras

O primeiro objetivo a realizar na continuidade deste trabalho é a elaboração de um Plano de Segurança


para Saneamento como até então tem vindo a ser referido.

No entanto para a elaboração desse plano é necessário a implementação dos pontos estudados nesta
dissertação a um caso prático (aplicação a um sistema de saneamento de um aglomerado urbano
existente) e a sua posterior validação para que esteja em constante atualização. Assim é garantida a
produção de um documento de qualidade e adequado a cada caso específico.

Finalmente pretende-se garantir a aplicabilidade dos PSS a todos os sistemas existentes para que
sejam cada vez mais eficientes e seguros.

83
84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Burian, S.; Nix, S.; Durrans, R.; Pitt, R.; Fan, c.;Field, R. – Historical Development of Wet-Weather Flow
Management. Journal of water Resources Planning and Management, ASCE. 1999.

Hodge, A.T. – Roman aqueducts & water supply. Gerald Duck-worth & Co. Ltd., London, 1992.

Maner, A.W. – Public works in ancient Mesopotamia. Civ. Engineering., 1966.

Webster, C. – The sewers of Mohenjo-Daro. J. Water Pollution Control Fed, 1962.

Vieira, J.M.P.; Morais, C.; - Planos de Segurança da Água Para Consumo Humano em Sistemas
Públicos de Abastecimento. Universidade do Minho, 2005.

Saldanha Matos J. - Aspectos Históricos a Actuais da Evolução da Drenagem de Águas Residuais em


Meio Urbano. Universidade do Minho, 2003.

Vieira, J.M.P.; Morais, C.; Coelho, J.P.; Freitas, I.; Reis, R.; Calvinho, A.; Sancho, R. – Manual para o
desenvolvimento de planos de segurança da água. Águas de Portugal, 2009.

Techneau - Identification and description of hazards for water supply systems – A catalogue of today’s
hazards and possible future hazards – Preliminary version. Techneau, 2007.

Sousa, E.R. – Sistemas de drenagem de águas residuais e pluviais – Instituto Superior Técnico, Lisboa,
2001.

Chambel, J.H.M. - Contribuição para o estudo da remoção em ETAR de 17β-estradiol e de 17α-


etinilestradiol no tratamento biológico –Tese de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 201.

Bonito, A.J.C. - Infiltrações na rede de drenagem de águas residuais – Tese de Mestrado, Universidade
do Porto, 2014.

World Health Organization – Sanitation safety planning - Manual for safe use and disposal of wastewater,
greywater and excreta, WHO, 2015.

Barrenberg, E - Concept Note: Sanitation Safety Plans (SSP): A vehicle for guideline implementation -
WHO, 2015.

85
Lima, M.M.C.L - Conceção e exploração de estações de tratamento: documento de apoio pedagógico –
DEC – Universidade do Minho, 2014.

Duarte, A.S. – Processos em hidráulica ambienta documento de apoio pedagógico – DEC –


Universidade do Minho, 2014.

86
WEBGRAFIA

United States Environmental Protection Agency: http://epa.gov/

Water Safety Portal: http://www.wsportal.org/ibis/water-safety-portal/eng/home

Plano de Segurança da Água: http://www.portalpsa.com/

Global Water, Sanitation, & Hygiene (WASH): http://www.cdc.gov/healthywater/global/

World Health Organization: http://www.who.int/en/

Agência Portuguesa do Ambiente: http://www.apambiente.pt/

Diretiva Quadro da Água: http://www.apambiente.pt/dqa/

Naturlink: http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Gestao-Ambiental/content/Remocao-de-
Nutrientes-de-aguas-Residuais?bl=1 (ùltima consulta 30/10/2015)

87
88
ANEXO

A – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NA COLETA E TRASPORTE


Quadro A.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR domésticas

C1 Origem Da Água Residual


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C1.1.1
Existência de
C1.1.1.1
atividades 2 2 4 _ _
Substâncias químicas perigosas.
industriais ilegais
- Políticas de sensibilização dos
em habitações.
utentes da rede;
C1.1.2
- Identificação de possíveis
C1.1 AR Domésticas

Introdução de C1.1.2.1
4 3 12 _ _ atividades ilegais por parte das
medicamentos no Substâncias químicas perigosas.
autoridades;
SS.

PCC1
C1.1.3
Objetos de C1.1.3.1
5 1 5 _ _
grandes Obstrução da rede.
dimensões.
C1.1.4.1 - Separação na rede interna
C1.1.4
Micro-organismos patogénicos dos efluentes mais perigosos;
Águas residuais 5 3 15 _ _
C1.1.4.2 - Pré-tratamento dos efluentes
hospitalares
Substâncias químicas perigosas hospitalares.
Controlo dos projetos de
C1.1.5
C1.1.5.1 infraestruturas em novas
Ligação de AR 3 1 3 _ _
Caudais excessivos construções e fiscalização nas
pluviais
antigas.

89
Quadro A.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR Industriais

C1 Origem Da Água Residual


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C1.2.1.1
Elevada carga orgânica
C1.2.1
C1.2.1.2
Indústrias 5 2 10 _ _
Micro-organismos patogénicos
agropecuárias.
C1.2.1.3
Substâncias químicas perigosas
C1.2.2 5 1 5 _ _ - Pré-tratamento de efluentes;
Indústrias de C1.2.2.2 - Análise periódica da
composição dos efluentes;
C1.2 AR Industriais

transformação Elevada carga orgânica


de alimentos - Criação de legislação
específica de limitação de
C1.2.3

PCC2
C1.2.3.1 concentrações de cargas
Indústrias de Presença elevada de nutrientes poluentes;
produção de 5 1 5 _ _
C1.2.3.2 - Fiscalização por parte das
adubos e
Substâncias químicas perigosas autoridades públicas;
fertilizantes
- Monotorização de
C1.2.4 C1.2.4.1
equipamentos e processos de
Indústrias de Substâncias químicas tóxicas
5 2 10 _ _ produção industrial.
produtos C1.2.4.2
químicos Cor, turvação e odores
C1.2.7 C1.2.7.1 5 2 10 _ _
Escorrências de Presença de lixiviados
aterros C1.2.7.2
sanitários Elevada carga orgânica

90
Quadro A.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR Pluviais

C1 Origem Da Água Residual


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C1.3.1
Condições C1.3.1.1
C1.3 AR Pluviais

2 3 6 _ _
meteorológicas Produção de caudais excessivos
- Criação de redes de apoio ou

PCC3
extremas
emergência;
C1.3.2.1
- Realização de estudos de
Óleos e gorduras
viabilidade de tratamento de
C1.3.2 C1.3.2.2
3 3 9 _ _ águas residuais pluviais.
Lixiviados Metais pesados
C1.3.2.3
Substâncias tóxicas ou nocivas

91
Quadro A.4 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Rede de AR Domésticas

C2 Tipo De Rede De AR
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C2.1.1
C2.1.1.1 - Supervisão das descargas na
Descargas/infiltr
A rede não consegue assegurar o 3 3 9 _ _ rede;
ação de AR
C2.1 Rede de águas residuais domésticas.

escoamento de todo o caudal - Fiscalização de atividades


pluviais
relacionadas com a rede pelas
C2.1.2 C2.1.2.1
autoridades.
Descargas e A rede não consegue assegurar o 3 3 9 _ _
ligações ilegais escoamento de todo o caudal
C2.1.3.1
C2.1.3
Infiltração de AR pluviais

PCC4
Cheias
C2.1.3.2 - Criação de redes de descarga
provocadas por
Transbordo de água residual 2 3 6 _ _ de emergência
condições
C2.1.3.3
meteorológicas
A rede não consegue assegurar o
extremas
escoamento de todo o caudal
C2.1.4 C2.1.4.1
- Monitorização e manutenção
Singularidades Problemas de escoamento e obstrução 3 2 6 _ _
regular destes pontos.
da rede das condutas
C2.1.5
C2.1.5.1 - Introdução de respiradouros
Matéria orgânica
Acumulação de gases nas caixas de 4 3 12 _ _ ao longo da rede para a sua
em
visita libertação
decomposição

92
C2 Tipo De Rede De AR
Eventos Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Risco
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C2.1.6 C2.1.6.1 - Manutenção programada da
Corrosão dos Infiltrações de matéria poluente no rede de distribuição
materiais subsolo 1 4 4 _ _ - Boas práticas em trabalhos
constituintes da C2.1.6.2 de reparação e manutenção e
C2.1 Rede de águas residuais domésticas.

rede Interrupção no escoamento limpeza.


C2.1.7 C2.1.7.1 - Limitação do acesso aos
Acesso não Danos acidentais ou deliberados na órgãos da rede;
autorizado de rede 1 5 5 _ _ - Fiscalização de atividades
pessoas e C2.1.7.2 relacionadas com a rede pelas
animais Sabotagem autoridades.

PCC4
C2.1.8
Ruturas e C2.1.8.1
fissuras de Infiltrações de matéria poluente no 1 4 4 _ _
condutas e subsolo
- Manutenção programada da
outros órgãos
rede de distribuição
C2.1.9 C2.1.9.1
- Boas práticas em trabalhos
Falhas nas Interrupção do escoamento
1 4 4 S,N,S,N PCC de reparação e manutenção e
estações C2.1.9.2
limpeza.
elevatórias Infiltrações de material poluente
- Monitorização de órgãos
C2.1.10
sensíveis
Operações ou C2.1.10.1
reparações Danos estruturais ou dos materiais 1 2 2 _ _
inadequadas da constituintes da rede
rede

93
C2 Tipo De Rede De AR
Eventos Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Risco
C2.1 Rede de águas residuais

Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo


C2.1.11.1 - Manutenção programada da
Interrupção do escoamento rede de distribuição
domésticas.

C2.1.11 - Boas práticas em trabalhos

PCC4
Obstrução de 1 4 4 _ _ de reparação e manutenção e
D2.1.11.2
condutas limpeza.
Infiltrações de material poluente
- Monitorização de órgãos
sensíveis
D2.1.12
D2.1.12.1
Desastres 1 5 5 _ _ _
Colapso integral ou parcial da rede
naturais

94
Quadro A.5 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Rede de AR Pluviais

C2 Tipo De Rede De AR
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C2.2.1.1 - Supervisão das descargas na
C2.2.1 A rede não consegue assegurar o 2 3 6 _ _ rede;
Descargas e escoamento de todo o caudal - Fiscalização de atividades
ligações ilegais C2.2.1.2 relacionadas com a rede pelas
1 4 4 _ _
C2.2 Rede de águas residuais pluviais.

Introdução de AR doméstica autoridades.


C2.2.2
Cheias
C2.2.2.1 - Criação de redes de descarga
provocadas por
A rede não consegue assegurar o 2 3 6 _ _ de emergência
condições
escoamento de todo o caudal
meteorológicas

PCC5
extremas
C2.2.3
Obstrução de C2.2.3.1
2 3 6 _ _
sargetas e Cheias
- Manutenção programada da
sumidouros
rede de distribuição
C2.2.4 C2.2.4.1
- Boas práticas em trabalhos
Singularidades Problemas de escoamento e obstrução 2 3 6 _ _
de reparação e manutenção e
da rede das condutas
limpeza.
C2.2.5
- Monitorização de órgãos
Corrosão dos
C2.2.5.1 sensíveis
materiais 1 3 3 _ _
Interrupção no escoamento
constituintes da
rede

95
C2 Tipo De Rede De AR
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C2.2.6 C2.2.6.1
Obstrução de Interrupção no escoamento 1 3 3 _ _
condutas
C2.2.7
Ruturas e
C2.2.7.1
fissuras de 1 3 3 _ _ - Manutenção programada da
C2.2 Rede de águas residuais pluviais.

Interrupção no escoamento
condutas e rede de distribuição
outros órgãos - Boas práticas em trabalhos
C2.2.8 de reparação e manutenção e
Operações ou C2.2.8.1 limpeza.
reparações Danos estruturais ou dos materiais 1 3 3 _ _ - Monitorização de órgãos

PCC5
inadequadas da constituintes da rede sensíveis
rede
C2.2.9
Falhas nas C2.2.9.1
1 3 3 S,N,S,N PCC
estações Interrupção no escoamento
elevatórias
C2.2.10
Sabotagem e C2.2.10.1
1 5 5 _ _ _
desastres Colapso integral ou parcial da rede
naturais
C2.2.11.1
C2.2.11 A rede não consegue assegurar o
Infiltrações na escoamento de todo o caudal 2 5 10 _ _ _
rede C2.2.11.2
Introdução de AR doméstica

96
Quadro A.6 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Sistemas Unitários

C2 Tipo De Rede De AR
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
C2.3 Sistemas unitários

C2.3.1 C2.3.1.1 - Manutenção programada da


Cheias Transbordo de água residual contendo rede;
2 3 6 _ _
matéria orgânica em decomposição - Criação de redes de descarga

PCC6
de emergência;
C2.3.2 C2.3.2.1 - Instalação de respiradouros
Odores nos Proliferação de insetos e mosquitos em pontos estratégicos para
órgãos de junto às sargetas 3 2 6 _ _ libertação dos mesmos;
recolha de água
pluviais

97
B – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO TRATAMENTO
Quadro B.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Sedimentador Gravítico

T1 Pré-tratamento
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T1.1.1 T1.1.1.1
Doseamento Partículas em excesso
2 3 6 S,S PCC
incorreto de T1.1.1.2 - Histórico de doseamento de
coagulante Matéria orgânica em excesso químicos;
T1.1.2 T1.1.2.1 - Estabelecimento de planos de
T1.1 Sedimentador Gravítico

Doseamento Matéria orgânica em excesso ação para avarias;


2 3 6 S,S PCC
incorreto de T1.1.2.2 - Instalação de mecanismos de
floculante Excesso de turvação alerta de alteração da
T1.1.3.1 constituição da água;

PCC7
T1.1.3
Partículas em excesso - Planos de revisão e
Avarias nos
T1.1.3.2 manutenção dos equipamentos
mecanismos de 2 3 6 _ _
Matéria orgânica em excesso mecânicos.
dosagem/mistur
T1.1.3.3
a dos químicos
Excesso de turvação
- Supervisão regular das
condições de
T1.1.4
T1.1.4.1 acondicionamento;
Mau
Formação de substâncias químicas 1 3 3 _ _ - Instalação de mecanismos de
acondicionamen
perigosas alerta de deteção de reações
to de químicos
químicas no local de
acondicionamento

98
T1 Pré-tratamento
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T1.1.5.1
- Gestão eficiente do stock;
Partículas em excesso
T1.1.5 - Instalação de mecanismos de
T1.1.5.2
Rutura de stock 1 3 3 _ _ alerta de final de stock nos
Matéria orgânica em excesso
de químicos depósitos de produtos
T1.1.5.3
químicos
Excesso de turvação
T1.1 Sedimentador Gravítico

T1.1.6 T1.1.6.1
Tempo de Matéria orgânica em excesso
contacto com o 3 3 9 _ _
floculante T1.1.6.2 - Estabelecimento de planos de

PCC7
insuficiente Excesso de turvação ação para avarias;
T1.1.7.1 - Instalação de mecanismos de
T1.1.7
Partículas em excesso alerta de alteração da
Tempo de
T1.1.7.2 constituição da água;
retenção no 3 3 9 _ _
Matéria orgânica em excesso - Planos de revisão e
sedimentador
T1.1.7.3 manutenção dos equipamentos
insuficiente
Excesso de turvação mecânicos.
T1.1.8.1 - Histórico de ocorrências em
T1.1.8
Partículas em excesso cada equipamento e medidas
Avarias no
T1.1.8.2 Não é de correção.
sistema de 2 3 6 S,N,S,S
Matéria orgânica em excesso PCC
recolha de
T1.1.8.3
lamas
Excesso de turvação

99
Quadro B.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Correção de pH

T1 Pré-tratamento
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T1.2.1 T1.2.1.1 - Estabelecimento de planos de
Preparação e pH elevado ação para avarias;
doseamento 2 3 6 S,S PCC - Instalação de mecanismos de
incorreto da T1.2.1.2 alerta de alteração da
água de cal pH baixo constituição da água;
T1.2 Correção de pH: Adição De Cal

- Planos de revisão e
T1.2.2 T1.2.2.1
manutenção dos equipamentos
Avarias nos pH elevado
mecânicos.
mecanismos de 2 3 6 _ _
- Histórico de ocorrências em
dosagem/mistur T1.2.2.2
cada equipamento e medidas
pH baixo

PCC8
a dos químicos
de correção.
- Gestão eficiente do stock;
T1.2.3 - Instalação de mecanismos de
T1.2.3.1
Rutura de stock 1 3 3 _ _ alerta de final de stock nos
pH inadequado
de reagentes depósitos de produtos
químicos
- Supervisão regular das
T1.2.4
condições de
Contaminação
T1.2.4.1 acondicionamento;
do reagente
Formação de substâncias químicas 2 3 6 _ _ - Instalação de mecanismos de
devido a
perigosas alerta de deteção de reações
acondicionamen
químicas no local de
to deficiente
acondicionamento

100
Quadro B.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Filtração Convencional (rápida)

T1 Pré-tratamento
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T1.3.1 T1.3.1.1
Controlo da Matéria orgânica - Garantir a existência de um
3 2 6 S,S PCC
coluna de água T1.3.1.2 plano de calibração eficiente;
deficiente Turvação
- Instalação de mecanismos de
T1.3 Filtração Convencional (rápida)

T1.3.1.1 alerta de alteração da


T1.3.2
Matéria orgânica constituição da água;
Colmatação dos
- Planos de revisão e
filtros (tempos
3 2 6 S,S PCC manutenção dos equipamentos
demasiado
mecânicos.
longos entre T1.3.1.2

PCC9
- Histórico de ocorrências no
lavagens) Turvação equipamento e medidas de
correção
T1.3.1.1 - Adaptar os ciclos de lavagem
T1.3.3
Matéria orgânica às concentrações de carga
Incorreta
3 2 6 _ _ poluente;
lavagem dos T1.3.1.2 - Criar parâmetros de controlo
filtros Turvação dos ciclos de lavagem
T1.3.4.1 - Planos de revisão e
T1.3.4
Excesso de matéria orgânica manutenção dos equipamentos
Mau
mecânicos.
funcionamento 2 4 8 S,S PCC
- Histórico de ocorrências no
dos analisadores T1.3.4.2
equipamento e medidas de
em linha Excesso de turvação
correção

101
Quadro B.4 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Desinfeção Química: Cloração

T1 Pré-tratamento
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T1.4.1
Doseamento T1.4.1.1 Não é
2 3 6 S,N,S,S
incorreto do Micro-organismos patogénicos PCC
- Histórico de doseamento de
químico
químicos;
T1.4.2
T1.4 Desinfeção Química: Cloração

- Estabelecimento de planos de
Tempo
ação para avarias;
insuficiente de T1.4.2.1
2 3 6 _ _ - Instalação de mecanismos de
contacto do Micro-organismos patogénicos
alerta de alteração da
químico com a
constituição da água;
água

PCC10
- Planos de revisão e
T1.4.3
manutenção dos equipamentos
Avarias nos
T1.4.3.1 mecânicos
mecanismos de 2 3 6 _ _
Micro-organismos patogénicos
dosagem/mistur
a dos químicos
- Gestão eficiente do stock;
T1.4.4 - Instalação de mecanismos de
T1.4.4.1
Rutura de stock 1 3 3 _ _ alerta de final de stock nos
Micro-organismos patogénicos
de reagentes depósitos de produtos
químicos
T1.4.5 - Garantir corretas dosagens do
T1.4.5.1 Não é
Formação de 3 3 9 S,N,S,S químico e tempos de contacto
Trihalometanos PCC
subprodutos suficientes.

102
Quadro B.5 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Tratamento Preliminar – Gradagem, Trituradores E
Desintegradores

T2 Tratamento Preliminar
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T2.1.1
- Planos de revisão e
Falhas e avarias T2.1.1.1
manutenção dos equipamentos
T2.1 Gradagem, Trituradores e Desintegradores

mecânicas, Passagem de elementos grosseiros que


2 2 4 _ _ mecânicos
elétricas ou podem originar danos e corrosão dos
- Fontes alternativas de energia
estruturais nos órgãos a jusante
elétrica.
órgãos
T2.1.2
- Correta formação de recursos
Limpeza
T2.1.2.1 humanos;
deficiente de 3 3 9 S,S PCC
Obstrução das grades - Planos de revisão e

PCC11
órgãos (com
manutenção dos equipamentos
limpeza manual)
T2.1.3 T2.1.3.1
- Otimização da sequência dos
Materiais Avarias nos sistemas mecânicos dos 3 3 9 _ _
órgãos
filamentosos órgãos
T2.1.4
Passagem de T2.1.4.1
- Otimização da sequência dos
materiais Composição das lamas fora dos 3 3 9 _ _
órgãos
sintéticos (não parâmetros regulamentares
biodegradáveis)
T2.1.5 T2.1.5.1 - Injeção de ar para promover a
Deposição de Obstrução parcial dos canais onde 3 2 6 S,S PCC mistura dos componentes da
sólidos estão instalados os órgãos água

103
Quadro B.6 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Tratamento Preliminar – Desarenadores

T2 Tratamento Preliminar
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T2.2.1
Falhas e avarias T2.2.1.1
mecânicas, Passagem de elementos inertes que
2 2 4 _ _
elétricas ou podem originar danos e corrosão dos
estruturais nos órgãos a jusante
- Planos de revisão e
órgãos
manutenção dos equipamentos
T2.2.2
mecânicos.
Avarias nos T2.2.2.1
2 2 4 _ _ - Fontes alternativas de energia
T2.2 Desarenadores

sistemas de Sedimentação de matéria orgânica


elétrica.
injeção de ar
- Planos de otimização das
T2.2.3

PCC14
operações.
Excesso de ar T2.2.3.1
2 2 4 S,S PCC - Lavagem dos inertes para
injetado Os inertes não sedimentam
remoção de matéria orgânica.
(arejados)
T2.2.4
Insuficiência de T2.2.4.1
2 2 4 S,S PCC
ar injetado Sedimentação de matéria orgânica
(arejados)
T2.2.5 T2.2.5.1
Órgãos não Libertação de compostos orgânicos 5 2 10 _ _ - Cobrir os equipamentos
cobertos voláteis e odores
T2.2.6
Não instalação T2.2.6.1
1 2 2 _ _ - Instalação de defletores
de defletores Curto circuito hidráulico
(arejados)

104
Quadro B.7 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Tanque De Equalização Ou Homogeneização

T2 Tratamento Preliminar
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T2.3 Tanque de equalização ou homogeneização

T2.3.1
T2.3.1.1
Problemas
Infiltração de águas com elevada carga 1 5 5 _ _
estruturais e
poluente
fissuras
T2.3.2 - Planos de revisão e
Falhas no T2.3.2.1 manutenção dos
2 3 6 _ _
suprimento de Sistema de bombagem inoperacional equipamentos;

PCC15
energia elétrica - Fontes alternativas de energia
T2.3.3.1 elétrica.
T2.3.3 Produção de lamas
Ocorrência de T2.3.3.2 4 1 4 S,S PCC
sedimentação Diminuição do volume de água
armazenado
T2.3.4
Elevada carga
T2.3.4.1
orgânica da 4 2 8 _ _ - Cobertura do tanque
Proliferação de odores e insetos
água
armazenada

105
Quadro B.8 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Tanque De Mistura/Arejamento

T3 Tratamento Primário
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T3.1.1 T3.1.1.1
Doseamento Partículas em excesso
2 3 6 S,S PCC
incorreto de T3.1.1.2 - Histórico de doseamento de
coagulante Matéria orgânica em excesso químicos;
T3.1.2 T3.1.2.1 - Estabelecimento de planos de
Doseamento Matéria orgânica em excesso ação para avarias;
T3.1 Tanque De Mistura/Arejamento

2 3 6 S,S PCC
incorreto de T3.1.2.2 - Instalação de mecanismos de
floculante Excesso de turvação alerta de alteração da
T3.1.3.1 constituição da água;
T3.1.3
Partículas em excesso - Planos de revisão e
Avarias nos
T3.1.3.2 manutenção dos equipamentos

PCC16
mecanismos de 2 3 6 _ _
Matéria orgânica em excesso mecânicos.
dosagem/mistura
T3.1.3.3
dos químicos
Excesso de turvação
- Supervisão regular das
T3.1.4
T3.1.4.1 condições de acondicionamento;
Mau
Formação de substâncias químicas 1 3 3 _ _ - Mecanismos de alerta de
acondicionamento
perigosas deteção de reações químicas no
de químicos
local de acondicionamento
T3.1.5.1
Partículas em excesso - Gestão eficiente do stock;
T3.1.5
T3.1.5.2 - Instalação de mecanismos de
Rutura de stock 1 3 3 _ _
Matéria orgânica em excesso alerta de final de stock nos
de químicos
T3.1.5.3 depósitos de produtos químicos
Excesso de turvação
106
T3 Tratamento Primário
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T3.1.6 T3.1.6.1
T3.1 Tanque De Mistura/Arejamento

Tempo de Matéria orgânica em excesso


contacto com o 3 3 9 _ _ - Estabelecimento de planos de
floculante T3.1.6.2
Excesso de turvação ação para avarias;
insuficiente - Instalação de mecanismos de
T3.1.7 T3.1.7.1 alerta de alteração da

PCC16
Avaria nos Mistura de químicos menos eficaz constituição da água;
2 2 4 _ _ - Planos de revisão e
mecanismos de T3.1.7.2
pré-arejamento Menor flutuação de espumas manutenção dos equipamentos
mecânicos.
T3.1.8 - Histórico de ocorrências em
Problemas T3.1.8.1 cada equipamento e medidas de
estruturais do Infiltração de água com elevada 1 5 4 _ _ correção.
tanque e concentração de material poluente
fissuração

107
Quadro B.9 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Sedimentador Primário

T3 Tratamento Primário
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T3.2.1
T3.2.1.1
Problemas
Infiltração de água com elevada 1 5 5 _ _ - Estabelecimento de planos de
estruturais ou
concentração de material poluente ação para avarias;
fissuração
- Instalação de mecanismos de
T3.2.2 T3.2.2.1 alerta de alteração da
Avarias no Matéria orgânica em excesso _ _ constituição da água;
T3.2 Sedimentador Primário

dispositivo de 3 3 9
T3.2.2.2 _ _ - Planos de revisão e
recolha de
Excesso de turvação manutenção dos equipamentos
sobrenadantes mecânicos.
T3.2.3 T3.2.3.1 - Histórico de ocorrências em

PCC17
Avarias no Matéria orgânica em excesso cada equipamento e medidas de
3 3 9 _ _
dispositivo de T3.2.3.2 correção.
recolha de lamas Excesso de turvação
T3.2.4 T3.2.4.1
- Utilização de tanque de
Tempo de Matéria orgânica em excesso Não é
3 3 9 S,N,S,S equalização para homogeneizar
retenção T3.2.4.2 PCC
as características água
inadequado Excesso de turvação
T3.2.5 T3.2.5.1
- Instalação de elementos de
Turbulência nos Matéria orgânica em excesso
regulação do caudal à entrada;
mecanismos de 2 3 6 _ _
- Conceção adequada dos
entrada e saída de T3.2.5.2
mecanismos de descarga
água Excesso de turvação

108
T3 Tratamento Primário
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T3.2.6.1
T3.2 Sedimentador Primário

T3.2.6 - Amenização dos diferenciais de


Matéria orgânica em excesso
Curto-circuito 3 3 9 _ _ carga poluente afluente e
T3.2.6.2
hidráulico presente no órgão
Excesso de turvação
- Conceção dos órgãos com base

PCC17
T3.2.7 T3.2.7.1
3 3 9 _ _ nos ventos dominantes;
Efeito dos ventos Perturbações no escoamento
T3.2.8
Diferenciais de
- Utilização de tanque de
temperatura entre T3.2.8.1
3 3 9 _ _ equalização para homogeneizar
água afluente e a Estratificação termal
as características água
que está no
sedimentador

109
Quadro B.10 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Tamisador

T3 Tratamento Primário
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
- Estabelecimento de planos de
T3.3 Tamisador

T3.2.6.1 ação para avarias;


T3.3.1

PCC18
Matéria orgânica em excesso - Planos de revisão e
Falhas e avarias
manutenção dos equipamentos
mecânicas, 2 3 6 _ _
mecânicos.
elétricas ou
T3.2.6.2 - Histórico de ocorrências em
estruturais
Excesso de turvação cada equipamento e medidas de
correção.

110
Quadro B.11 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – TA/ Reator

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T4.1.1
Avarias no T4.1.1.1 - Estabelecimento de planos de
2 3 6 _ _
sistema de injeção Baixa concentração de OD ação para avarias;
de ar - Planos de revisão e
T4.1.2 manutenção dos equipamentos
T4.1 Tanque De Arejamento Ou Reator

Avarias nos T4.1.2.1 mecânicos.


2 3 6 _ _
sistemas Sedimentação de lamas - Histórico de ocorrências em
misturadores cada equipamento e medidas de
T4.1.3. correção
T4.1.3.1
Problemas - Existência de mecanismos de
Infiltração de água com elevada carga 1 5 5 _ _

PCC19
estruturais ou backup.
orgânica
fissuração
T4.1.4 T4.1.4.1 - Planos de ajustamento do
Tempo de Excesso de matéria orgânica processo com base nas
3 3 9 S,S PCC
contacto T4.1.4.2 flutuações das características a
insuficiente Excesso de nutrientes tratar
T4.1.5
T4.1.5.1
Presença de - Reserva de colonias de micro-
Morte dos micro-organismos
agentes 2 4 8 S,N,S,N PCC organismos;
responsáveis pela digestão de
bactericidas na
poluentes
água residual
T4.1.6 - Utilização de mecanismos de
T4.1.6.1
Sólidos flutuantes 3 3 9 _ _ remoção destes constituintes
Obstrução dos difusores de ar.
e em suspensão nos processos antecessores.

111
Quadro B.12 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – Sedimentador Secundário

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T4.2.1
T4.2.1.1 - Estabelecimento de planos de
Problemas
Infiltração de água com elevada carga 1 5 5 _ _ ação para avarias;
estruturais ou
orgânica - Planos de revisão e
fissuração
manutenção dos equipamentos
T4.2.2 T4.2.2.1 mecânicos.
Avarias no Excesso de matéria orgânica - Histórico de ocorrências em
T4.2 Sedimentador Secundário

2 3 6 _ _
dispositivo de T4.2.2.2 cada equipamento e medidas de
recolha de lamas Excesso de nutrientes correção
T4.2.3 T4.2.3.1 - Planos de ajustamento do

PCC20
Tempo de Excesso de matéria orgânica processo com base nas
3 3 9 S,S PCC
retenção T4.2.3.2 flutuações das características a
inadequado Excesso de nutrientes tratar
T4.2.4.1
T4.2.4 - Histórico de ocorrências e
Excesso de matéria orgânica
Presença de 3 3 9 S,S PCC medidas de correção
T4.2.4.2
bulking - Correta conceção dos
Excesso de nutrientes
equipamentos;
T4.2.5
T4.2.5.1 - Controlo da composição do
Não existência de 1 3 3 _ _
Ressuspensão de matéria orgânica substrato ativo.
defletores
T4.2.6
- Garantir condições de
Não formação de T4.2.6.1
3 3 9 _ _ estabilidade que permitam
manto de Lamas de recirculação não espessadas
correta floculação das lamas
sedimentação

112
Quadro B.13 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – Sistema De Recirculação De
Lamas

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
T4.3 Sistema De Recirculação De Lamas

Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo


T4.3.1
Lamas T4.3.1.1
3 3 9 _ _ - Estabelecimento de planos de
recirculadas não Caudal excessivo de lamas
ação para avarias;
espessadas
- Planos de revisão e
T4.3.2

PCC21
manutenção dos equipamentos
Falhas e avarias
T4.3.2.1 mecânicos.
mecânicas, 2 4 8 _ _
Interrupção da recirculação de lamas - Histórico de ocorrências em
elétricas ou
cada equipamento e medidas de
estruturais
correção
T4.3.3
T4.3.3.1 - Revisão dos processos
Avarias nas
Caudal insuficiente de lamas 2 4 8 S,N,S,N PCC utilizados
bombas do
recirculadas
sistema elevatório

113
Quadro B.14 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lagoas De Estabilização

T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T5.1.1
T5.1.1.1
Temperaturas 3 3 9 _ _
Inibição da atividade de bactérias
baixas
- Correta conceção dos sistemas:
T5.1.2 T5.1.2.1
utilização deste tipo de órgão
Períodos longos Inibição da fotossíntese por parte das 2 3 6 _ _
apenas quando verificadas as
T5.1 Lagoas De Estabilização

sem luz solar algas


condições naturais para sua
T5.1.3 T5.1.3.1
3 3 9 _ _ utilização;
Ação dos ventos Perturbação da sedimentação
- Aumento dos tempos de
T5.1.4
T5.1.4.1 retenção;

PCC22
Presença de
Morte dos micro-organismos
agentes 1 5 5 _ _
responsáveis pela digestão de
bactericidas na
poluentes
água residual
- Estabelecimento de planos de
ação para avarias;
- Planos de revisão e
T5.1.5
T5.1.5.1 manutenção dos equipamentos
Avarias em órgãos
Baixa concentração de OD em lagoas 1 3 3 _ _ mecânicos.
acessórios de
com processos de digestão aeróbia - Histórico de ocorrências em
arejamento
cada equipamento e medidas de
correção

114
T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T5.1.6
T5.1 Lagoas De Estabilização

Fissuras na T5.1.6.1
camada de Infiltração de água com materiais 1 5 5 _ _ - Corretas práticas de construção
impermeabilizaçã poluentes e manutenção;
o da lagoa - Construção de barreiras

PCC22
T5.1.7.1 protetoras dos órgãos
T5.1.7
Infiltração de água com materiais 1 5 5 _ _
Erosão
poluentes
T5.1.8.1
T5.1.8 - Planos de ajustamento do
Excesso de concentrações de
Tempos de processo com base nas
poluentes 3 3 9 S,S PCC
retenção flutuações das características a
T5.1.8.2
insuficientes tratar
Proliferação de insetos e odores

115
Quadro B.15 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Leitos Percoladores

T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T6.1.1 - Estabelecimento de planos de
T6.1.1.1
Problemas ação para avarias;
Infiltração de água com elevada carga 1 5 5 _ _
estruturais ou - Planos de revisão e
orgânica
fissuração manutenção dos equipamentos
mecânicos.
T6.1.2.1
- Histórico de ocorrências em
T6.1.2 Interrupção do processo
cada equipamento e medidas de
Avarias no
correção
T6.1 Leito Percolador

dispositivo de 2 4 8 _ _
- Revisão dos processos
distribuição de T6.1.2.1
utilizados
caudal Excesso de matéria orgânica

PCC23
- Utilização de linhas de
tratamento em pararlelo
T6.1.3.1 - Planos de ajustamento do
T6.1.3
Morte dos micro-organismos processo com base nas
Presença de 2 4 8 _ _
responsáveis pela digestão de flutuações das características a
bactericidas
poluentes tratar
T6.1.4
Colmatação dos T6.1.4.1 - Lavagem do meio filtrante;
2 3 6 S,S PCC
interstícios do Aumento do tempo da filtragem - Recirculação do efluente
meio filtrante
T6.1.5 - Introdução de colunas de
Zona microbiana T6.1.5.1 ventilação nas camadas
3 3 9 _ _
anaeróbia próxima Proliferação de odores e insetos superiores;
da superfície

116
Quadro B.16 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Discos Biológicos

T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T6.2.1 - Estabelecimento de planos de
T6.2.1.1
Problemas ação para avarias;
Infiltração de água com elevada carga 1 5 5 _ _
estruturais ou - Planos de revisão e
orgânica
fissuração manutenção dos equipamentos
mecânicos.
- Histórico de ocorrências em
T6.2 Discos Biológicos

T6.2.2
cada equipamento e medidas de
Avarias no
T6.2.2.1 correção
dispositivo de 2 3 6 _ _

PCC 24
Excesso de matéria orgânica - Revisão dos processos
rotação dos
utilizados
discos
- Utilização de linhas de
tratamento em paralelo
T6.2.3.1 - Planos de ajustamento do
T6.2.3
Morte dos micro-organismos processo com base nas
Presença de 2 4 8 _ _
responsáveis pela digestão de flutuações das características a
bactericidas
poluentes tratar
T6.2.4.1
T6.2.4
Degradação do meio de suporte - Cobertura do órgão de
Exposição à luz 5 2 10 _ _
T6.2.4.2 tratamento
solar
Crescimento de algas no suporte

117
Quadro B.17 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Sedimentador Secundário

T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T4.2.1
T4.2.1.1 - Estabelecimento de planos de
Problemas
Infiltração de água com elevada carga 1 5 5 _ _ ação para avarias;
estruturais ou
orgânica - Planos de revisão e
T4.2 Sedimentador Secundário

fissuração
manutenção dos equipamentos
T4.2.2 T4.2.2.1 mecânicos.
Avarias no Excesso de matéria orgânica - Histórico de ocorrências em
2 3 6 _ _
dispositivo de T4.2.2.2 cada equipamento e medidas de

PCC25
recolha de lamas Excesso de nutrientes correção
T4.2.3 T4.2.3.1 - Planos de ajustamento do
Tempo de Excesso de matéria orgânica processo com base nas
3 3 9 S,S PCC
retenção T4.2.3.2 flutuações das características a
inadequado Excesso de nutrientes tratar
- Histórico de ocorrências e
medidas de correção
T4.2.5
T4.2.5.1 - Correta conceção dos
Não existência de 1 3 3 _ _
Ressuspensão de matéria orgânica equipamentos;
defletores
- Controlo da composição do
substrato ativo.

118
Quadro B.18 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Filtração

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.1.1 T7.1.1.1 - Garantir a existência de um
Deficiente controlo Excesso de matéria orgânica plano de calibração
3 3 9 S,S PCC - Instalação de mecanismos de
da coluna de água T7.1.1.2
sobre o filtro alerta de alteração da
Excesso de turvação constituição da água;
T7.1.2.1 - Planos de revisão e
T7.1.2 Excesso de matéria orgânica manutenção dos equipamentos
Deficiente controlo mecânicos.
2 3 6 _ _
de tempos de T7.1.2.2 - Histórico de ocorrências no
filtração equipamento e medidas de
T7.1 Filtração

Excesso de turvação
correção

PCC26
T7.1.3.1
T7.1.3
Excesso de matéria orgânica
Colmatação dos 2 3 6 _ _ - Adaptar os ciclos de lavagem
T7.1.3.2
filtros às concentrações de carga
Excesso de turvação
poluente;
T7.1.4.1
T7.1.4 - Criar parâmetros de controlo
Excesso de matéria orgânica
Incorreta lavagem 2 3 6 _ _ dos ciclos de lavagem
T7.1.4.2
dos filtros
Excesso de turvação
- Planos de revisão e
T7.1.5 T7.1.5.1
manutenção dos equipamentos
Mau Excesso de matéria orgânica
mecânicos.
funcionamento 2 4 8 S,S PCC
- Histórico de ocorrências no
dos analisadores T7.1.5.2
equipamento e medidas de
em linha Excesso de turvação
correção

119
Quadro B.19 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Adsorção E Biodegradação

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.2.1 - Histórico de doseamento de
T7.2 Adsorção e biodegradação (filtros de carvão ativado)

Doseamento 7.2.1.1 químicos;


2 3 6 _ _
incorreto de Excesso de matéria orgânica - Estabelecimento de planos de
carvão ativado ação para avarias;
- Instalação de mecanismos de
T7.2.2
alerta de alteração da
Avarias nos
T7.2.2.1 constituição da água;
mecanismos de 2 3 6 _ _
Excesso de matéria orgânica - Planos de revisão e
dosagem/mistura
manutenção dos equipamentos
dos químicos
mecânicos.

PCC27
- Supervisão regular das
T7.2.3 condições de acondicionamento;
Mau T7.2.3.1 - Instalação de mecanismos de
1 4 4 _ _
acondicionamento Substâncias químicas perigosas alerta de deteção de reações
de químicos químicas no local de
acondicionamento
- Gestão eficiente do stock;
T7.2.4
T7.2.4.1 - Instalação de mecanismos de
Rutura de stock 1 3 3 _ _
Excesso de matéria orgânica alerta de final de stock nos
de químicos
depósitos de produtos químicos
T7.2.5
- Garantir que o processo de
Colmatação do T7.2.5.1
2 3 6 _ _ tratamento a montante está a
leito de carvão Excesso de matéria orgânica
funcionar adequadamente.
ativado
120
T7 Tratamento Terciário e de afinação
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.2 Adsorção e
biodegradação

T7.2.6
Quantidade de

PCC27
carvão ativado - Garantir que a profundidade do
T7.2.6.1
insuficiente 2 3 6 _ _ leito de carvão ativado é
Excesso de matéria orgânica
para garantir a adequada para o caudal a tratar
adsorção
pretendida

121
Quadro B.20 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção Biológica De Fósforo

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
7.3.1.1
T7.3.1
T7.3 Remoção biológica de fósforo

Condições para proliferação de


Tempo de
acinetobacter deficientes
retenção 3 3 9 S,S PCC
insuficiente no T7.3.1.2
reator anaeróbio Excesso de fósforo - Planos de revisão e
manutenção dos equipamentos.

PCC28
T7.3.2
- Histórico de ocorrências em
Problemas T7.3.2.1
cada equipamento e medidas de
estruturais ou Infiltração de água com material 1 3 3 _ _
correção.
fissuração do poluente
- Controlo dos processos a
reator
montante do dispositivo.
T7.3.3.1
T7.3.3 Condições para proliferação de
pH demasiado acinetobacter deficientes 3 3 9 S,S PCC
alto ou baixo T7.3.3.2
Excesso de fósforo

122
Quadro B.21 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção De Química Fósforo

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.4.1 T7.4.1.1 - Estabelecimento de planos de
Preparação e pH elevado ação para avarias;
T7.4 Adição de cal + coagulação + filtração

doseamento 2 3 6 S,S PCC - Instalação sistemas de alarme


incorreto da água T7.4.1.2
pH baixo para s perigos verificados;
de cal - Planos de revisão e
T7.4.2 T7.4.2.1 manutenção dos equipamentos
Avarias nos pH elevado mecânicos.
mecanismos de 2 3 6 _ _ - Histórico de ocorrências em

PCC29
dosagem/mistura T7.4.2.2 cada equipamento e medidas de
dos químicos pH baixo correção.
- Gestão eficiente do stock;
T7.4.3
T7.4.3.1 - Instalação de mecanismos de
Rutura de stock 1 3 3 _ _
pH inadequado alerta de final de stock nos
de reagentes
depósitos de produtos químicos
- Supervisão regular das
T7.4.4
condições de acondicionamento;
Contaminação do T7.4.4.1
- Instalação de mecanismos de
reagente devido a Formação de substâncias químicas 2 3 6 _ _
alerta de deteção de reações
acondicionamento perigosas
químicas no local de
deficiente
acondicionamento

123
T7 Tratamento Terciário e de afinação
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
- Histórico de doseamento de
químicos;
- Estabelecimento de planos de
T7.4.5
ação para avarias;
Doseamento T7.4.5.1
T7.4 Adição de cal + coagulação + filtração

2 3 6 S,S PCC - Instalação sistemas de alarme


incorreto de Excesso de fósforo
para s perigos verificados;
coagulante
- Planos de revisão e
manutenção dos equipamentos
mecânicos.

PCC29
- Garantir a existência de um
plano de calibração
T7.4.6
- Instalação de mecanismos de
Deficiente controlo T7.4.6.1
3 3 9 S,S PCC alerta de alteração da
da coluna de água Excesso de fósforo
constituição da água;
sobre o filtro
- Planos de revisão e
manutenção dos equipamentos
mecânicos.
- Histórico de ocorrências no
T7.4.7 equipamento e medidas de
Deficiente controlo T7.4.7.1 correção
2 3 6 _ _
de tempos de Excesso de fósforo
filtração

124
T7 Tratamento Terciário e de afinação
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.4 Adição de cal + coagulação +

T7.1.3
T7.1.3.1
Colmatação 2 3 6 _ _ - Adaptar os ciclos de lavagem
Excesso de fósforo
dos filtros às concentrações de carga
T7.1.4 poluente;
filtração

Incorreta T7.1.4.1 - Criar parâmetros de controlo

PCC29
2 3 6 _ _
lavagem dos Excesso de fósforo dos ciclos de lavagem
filtros
T7.1.5 - Planos de revisão e
Mau manutenção dos equipamentos
funcionamento T7.1.5.1 mecânicos.
2 4 8 S,S PCC
dos Excesso de fósforo - Histórico de ocorrências no
analisadores equipamento e medidas de
em linha correção

125
Quadro B.22 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção Biológica De Azoto

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas
Perigosos Prob. Sev. Class. Resposta PCC de Controlo
s
T7.5.1.1
Condições inadequadas para a proliferação das
T7.5.1
bactérias 3 3 9 _ _
OD baixo
T7.5.1.2
Excesso de azoto
T7.5.2.1
T7.5 Remoção biológica de azoto

- Criação de
T7.5.2 Condições inadequadas para a proliferação das
mecanismos de medição
pH inferior a 6 bactérias 3 3 9 _ _ permanente destas
ou superior a 9 T7.5.2.2 condições;
Excesso de azoto - Criação de

PCC30
T7.5.3.1 mecanismos de alerta
T7.5.3
Condições inadequadas para a proliferação das para condições
Temperaturas
bactérias indesejadas;
inferiores a 25ºC 3 3 9 _ _
ou superiores a T7.5.3.2 - Criação de planos de
32ºC Excesso de azoto ação sobre estas
ocorrências;
T7.5.3.1
T7.5.4 - Histórico de
Condições inadequadas para a proliferação das
Alcalinidade ocorrências e de
bactérias
residual >50 e 3 3 9 _ _ medidas corretivas.
<100 mg T7.5.3.2
CaCO3 /L Excesso de azoto
T7.5.5 T7.5.1.1
Presença de Condições inadequadas para a proliferação das 3 3 9 _ _
metais pesados bactérias
126
T7 Tratamento Terciário e de afinação
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.5.6 T7.5.6.1
Tempo de
T7.5 Remoção biológica de azoto

Processo de nitrificação deficiente


retenção 3 3 9 S,S PCC
insuficiente no T7.5.6.2
reator aeróbio Excesso de azoto
- Planos de revisão e
T7.5.7 T7.5.7.1

PCC30
manutenção dos equipamentos.
Tempo de Processo de desnitrificação deficiente
- Histórico de ocorrências em
retenção 2 3 6 S,S PCC
cada equipamento e medidas de
insuficiente no T7.5.7.2
correção.
reator anaeróbio Excesso de azoto
T7.5.8
Problemas T7.5.8.1
estruturais ou Infiltração de água com material 1 4 3 _ _
fissuração do poluente
reator

127
Quadro B.23 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Cloração

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.6.1
Incorreto T7.6.1.1
2 4 8 S,N,S,N PCC
doseamento de Micro-organismos patogénicos - Estabelecimento de planos de
químicos ação para avarias;
T7.6.2 - Instalação sistemas de alarme
Tempo de para s perigos verificados;
T7.6.2.1
contacto 2 4 8 _ _ - Planos de revisão e
Micro-organismos patogénicos
insuficiente com a manutenção dos equipamentos
água. mecânicos.
T7.6 Cloração

T7.6.3 - Histórico de ocorrências em

PCC31
Avarias nos cada equipamento e medidas de
T7.6.3.1
mecanismos de 1 4 4 _ _ correção.
Micro-organismos patogénicos
dosagem/mistura
dos químicos
- Gestão eficiente do stock;
T7.6.4
T7.6.4.1 - Instalação de mecanismos de
Rutura de stock 1 4 4 _ _
Micro-organismos patogénicos alerta de final de stock nos
de reagentes
depósitos de produtos químicos
- Supervisão regular das
T7.6.5
condições de acondicionamento;
Contaminação do T7.6.5.1
- Instalação de mecanismos de
reagente devido a Formação de substâncias químicas 1 5 5 _ _
alerta de deteção de reações
acondicionamento perigosas
químicas no local de
deficiente
acondicionamento

128
T7 Tratamento Terciário e de afinação
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.6 Cloração

T7.6.6.1 - Garantir corretas dosagens do

PCC31
T7.6.6
Trihalometanos químico e tempos de contacto
Formação de
3 5 15 S,S PCC suficientes.
subprodutos da T7.6.6.2
- Evitar a cloração o ponto
desinfeção Ácidos haloacéticos
crítico.

129
Quadro B.24 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: descloração

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.7.1
Incorreto T7.7.1.1
2 4 8 S,N,S,N PCC
doseamento de Excesso de cloro - Estabelecimento de planos de
químicos ação para avarias;
T7.7.2 - Instalação sistemas de alarme
Tempo de para os perigos verificados;
T7.7.2.1
contacto 2 4 8 _ _ - Planos de revisão e
Excesso de cloro
insuficiente com a manutenção dos equipamentos
água. mecânicos.
T7. Descloração

T7.7.3 - Histórico de ocorrências em

PCC32
Avarias nos cada equipamento e medidas de
T7.7.3.1
mecanismos de 1 4 4 _ _ correção.
Excesso de cloro
dosagem/mistura
dos químicos
- Gestão eficiente do stock;
T7.7.4
T7.7.4.1 - Instalação de mecanismos de
Rutura de stock 1 4 4 _ _
Excesso de cloro alerta de final de stock nos
de reagentes
depósitos de produtos químicos
- Supervisão regular das
T7.7.5
condições de acondicionamento;
Contaminação do T7.7.5.1
- Instalação de mecanismos de
reagente devido a Formação de substâncias químicas 1 5 5 _ _
alerta de deteção de reações
acondicionamento perigosas
químicas no local de
deficiente
acondicionamento

130
Quadro B.25 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Ozonização

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.8.1
Incorreto T7.8.1.1
2 4 8 S,N,S,N PCC
doseamento de Micro-organismos patogénicos
químicos
T7.8.2
- Estabelecimento de planos de
Avarias nos
T7.8.2.1 ação para avarias;
T7.8 Ozonização

mecanismos de 1 4 4 _ _
Micro-organismos patogénicos - Instalação sistemas de alarme
dosagem/mistura

PCC33
para os perigos verificados;
dos químicos
- Planos de revisão e
T7.8.3
manutenção dos equipamentos
Fuga de ozono a
mecânicos.
montante dos
- Histórico de ocorrências em
difusores ou má
cada equipamento e medidas de
repartição no T7.8.3.1
2 4 8 _ _ correção.
tanque de Micro-organismos patogénicos
contacto por
colmatação
parcial dos
difusores

131
Quadro B.26 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Radiação UV

T7 Tratamento Terciário e de afinação


Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T7.9.1 - Estabelecimento de planos de
Doseamento T7.9.1.1 ação para avarias;
2 4 8 S,N,S,N PCC
incorreto de Micro-organismos patogénicos - Instalação sistemas de alarme
radiação UV para os perigos verificados;
- Planos de revisão e
T7.9.2
manutenção dos equipamentos
Avarias nos
T7.9 Radiação UV

T7.9.2.1 mecânicos.
mecanismos de 1 4 4 _ _
Micro-organismos patogénicos - Histórico de ocorrências em
administração de

PCC34
cada equipamento e medidas de
UV
correção.
- Criação de planos de calibração
T7.9.3.1 do processo;
T7.9.3
Micro-organismos patogénicos - Planos de revisão e
Cor ou turvação
manutenção dos equipamentos
excessivas que
mecânicos.
inviabilizam a 3 4 12 _ _
- Histórico de ocorrências em
correta difusão de
T7.9.3.2 cada equipamento e medidas de
UV por todo o
Matéria orgânica correção.
efluente
- Controlo da eficiência dos
processos a montante

132
Quadro B.27 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Espessamento De Lamas Por Meios Mecânicos

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
T8.1 Espessamento: meios mecânicos

Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo


T8.1.1 - Fontes alternativas de
Interrupção no T8.1.1.1 fornecimento de energia elétrica.
1 3 3 _ _
fornecimento de Teor de água excessivo - Estabelecimento de planos de
energia elétrica ação para avarias;
T8.1.2 - Instalação sistemas de alarme

PCC35
Avarias nos T8.1.2.1 para os perigos verificados;
1 3 3 _ _
compressores de Teor de água excessivo - Planos de revisão e
lamas manutenção dos equipamentos
mecânicos.
T8.1.3 - Histórico de ocorrências em
T8.1.3.1
Avarias nos 1 3 3 _ _ cada equipamento e medidas de
Teor de água excessivo
centrifugadores correção.

133
Quadro B.28 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Espessamento De Lamas Por Sedimentação

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T8.2.1
T8.2.1.1 - Estabelecimento de planos de
T8.2 Espessamento: Sedimentação

Problemas
Infiltração de água com elevada 1 5 5 _ _ ação para avarias;
estruturais ou
concentração de material poluente - Instalação de mecanismos de
fissuração
alerta de alteração da
T8.2.2
constituição da água;
Avarias no T8.2.2.1
2 3 6 _ _ - Planos de revisão e

PCC36
dispositivo de Teor de água excessivo
manutenção dos equipamentos
recolha de lamas
mecânicos.
T8.2.3
- Histórico de ocorrências em
Tempo de T8.2.3.1 Não é
3 3 9 S,N,S,S cada equipamento e medidas de
retenção Teor de água excessivo PCC
correção.
inadequado
T8.2.4
- Garantir condições de
Não formação de T8.2.4.1
3 3 9 _ _ estabilidade que permitam
manto de Teor de água excessivo
correta floculação das lamas
sedimentação

134
Quadro B.29 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Alcalina

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T8.3.1
Incorreto T8.3.1.1
2 3 6 S,N,S,N PCC
doseamento de Organismos patogénicos - Estabelecimento de planos de
químicos ação para avarias;
T8.3.2 - Instalação sistemas de alarme
Tempo de para os perigos verificados;
T8.3 Estabilização alcalina (cal)

T8.3.2.1
contacto 2 3 6 _ _ - Planos de revisão e
Organismos patogénicos
insuficiente com a manutenção dos equipamentos
lama mecânicos.
T8.3.3 - Histórico de ocorrências em

PCC37
Avarias nos cada equipamento e medidas de
T8.3.3.1
mecanismos de 1 3 3 _ _ correção.
Organismos patogénicos
dosagem/mistura
dos químicos
- Gestão eficiente do stock;
T8.3.4
T8.3.4.1 - Instalação de mecanismos de
Rutura de stock 1 3 3 _ _
Organismos patogénicos alerta de final de stock nos
de reagentes
depósitos de produtos químicos
- Supervisão regular das
T8.3.5
condições de acondicionamento;
Contaminação do T8.3.5.1
- Instalação de mecanismos de
reagente devido a Formação de substâncias químicas 1 5 5 _ _
alerta de deteção de reações
acondicionamento perigosas
químicas no local de
deficiente
acondicionamento

135
Quadro B.30 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Digestão Anaeróbia

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
T8.4 Estabilização por digestão anaeróbia

Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo


T8.4.1
- Estabelecimento de planos de
Problemas
T8.4.1.1 ação para avarias;
estruturais ou 1 3 3 _ _
Matéria orgânica - Instalação sistemas de alarme
fissuração do
para os perigos verificados;
órgão

PCC38
- Planos de revisão e
T8.4.2
manutenção dos equipamentos
Tempos de T8.4.2.1
2 3 6 S,N,S,N PCC mecânicos.
retenção Matéria orgânica
- Histórico de ocorrências em
insuficientes
cada equipamento e medidas de
T8.4.3.1
T8.4.3 correção.
Explosão
Fugas de gás 1 5 5 _ _ - Recurso a mão-de-obra
T8.4.3.2
metano especializada
Poluição atmosférica

136
Quadro B.31 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Digestão Aeróbia Ou Digestão
Autotérmica Termofílica

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T8.5.1
Avarias nos
T8.5 Estabilização por digestão aeróbia

T8.5.1.1
sistemas de 1 3 3 _ _
Matéria orgânica - Fontes alternativas de
injeção e mistura
fornecimento de energia elétrica.
de ar
- Estabelecimento de planos de
T8.5.2 ação para avarias;
Tempos de T8.5.2.1
2 3 6 S,N,S,N PCC - Instalação sistemas de alarme
retenção Matéria orgânica

PCC39
para os perigos verificados;
insuficientes - Planos de revisão e
T8.5.3 manutenção dos equipamentos
Interrupção no T8.5.3.1 mecânicos.
2 3 6 _ _
fornecimento de Matéria orgânica - Histórico de ocorrências em
energia elétrica cada equipamento e medidas de
correção.
T8.5.4
- Exigência de mão de obra
Problemas
T8.5.4.1 especializada.
estruturais ou 1 3 6 _ _
Matéria orgânica
fissuração do
órgão

137
Quadro B.32 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Compostagem

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
T8.6 Estabilização Por Compostagem

Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo


- Fontes alternativas de
fornecimento de energia elétrica.
- Estabelecimento de planos de
T8.6.1.1
ação para avarias;
T8.6.1 Matéria orgânica

PCC40
- Instalação sistemas de alarme
Problemas
para os perigos verificados;
estruturais ou 1 3 3 _ _
- Planos de revisão e
fissuração do
manutenção dos equipamentos
órgão
mecânicos.
T8.6.1.2
- Histórico de ocorrências em
Proliferação de odores e insetos
cada equipamento e medidas de
correção.

138
Quadro B.33 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Tratamento Final

T8 Tratamento De Lamas
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T8.7.1
Problemas T8.7.1.1
estruturais ou Infiltrações de material poluente 1 3 3 _ _
fissuração tanque remanescente
- Fontes alternativas de
de lamas
fornecimento de energia elétrica.
T8.7.2 - Estabelecimento de planos de
Interrupção no T8.7.2.1 ação para avarias;
2 3 6 _ _
T8.7 Tratamento final

fornecimento de Teor de água excessivo - Instalação sistemas de alarme


energia elétrica para os perigos verificados;
T8.7.3 - Planos de revisão e

PCC41
Avarias nos T8.7.3.1 manutenção dos equipamentos
1 3 3 _ _
compressores de Teor de água excessivo mecânicos.
lamas - Histórico de ocorrências em
T8.7.4 cada equipamento e medidas de
T8.7.4.1
Avarias nos 1 3 3 _ _ correção.
Teor de água excessivo
centrifugadores
T8.7.5
T8.7.5.1
Avarias nos 1 3 3 _ _
Produção excessiva de escórias
incineradores
T8.7.6.1
T8.7.6 - Criação de soluções
Proliferação de odores e insetos
Deposição de lamas alternativas à deposição
T8.7.6.2 3 3 9 _ _
em leitos de - Impermeabilização prévia dos
Infiltrações de material poluente
secagem leitos de secagem
remanescente

139
Quadro B.34 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Órgãos Acessórios: Condutas, Válvulas E Silos

T9 Órgãos Acessórios
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T9.1.1 T9.1.1.1
Problemas Infiltrações de água residual
estruturais ou 1 3 3 _ _
fissuração de T9.1.1.2
T9.1 Condutas, válvulas e silos.

condutas Interrupção do escoamento


T9.1.2 T9.1.2.1 - Estabelecimento de planos de
2 3 6 _ _
ação para avarias;
Avarias nas válvulas Interrupção do escoamento
T9.1.3 T9.1.3.1 - Instalação sistemas de alarme

PCC42
Problemas Degradação de qualidade dos para os perigos verificados;
estruturais ou reagentes armazenados - Planos de revisão e
1 3 3 _ _ manutenção dos equipamentos
fissuração de silos T9.1.3.2
de armazenamento Formação de substâncias químicas mecânicos.
de reagentes perigosas - Histórico de ocorrências em
cada equipamento e medidas de
T9.1.4 T9.1.4.1 correção.
Problemas Proliferação de odores e insetos
estruturais ou
1 3 3 _ _
fissuração de silos
T9.1.4.2
de armazenamento
Infiltrações de material poluente
de lamas tratadas
remanescente

140
Quadro B.35 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Órgãos Acessórios: Estações Elevatórias

T9 Órgãos Acessórios
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
T9.2.1 - Fontes alternativas de
T9.2 Estações elevatórias

Falhas e avarias fornecimento de energia elétrica.


T9.2.1.1
mecânicas, 2 3 6 _ _ - Estabelecimento de planos de
Interrupção do escoamento
elétricas ou ação para avarias;

PCC43
estruturais - Instalação sistemas de alarme
para os perigos verificados;
- Planos de revisão e
T9.2.2
manutenção dos equipamentos
Avarias nas T9.2.2.1
2 3 6 S,N,S,N PCC mecânicos.
bombas do Interrupção do escoamento
- Histórico de ocorrências em
sistema elevatório
cada equipamento e medidas de
correção.

141
C – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO MEIO RECETOR
Quadro C.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Rio

M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.1.1 M1.1.1.1
Períodos de Baixo poder de diluição de poluentes 2 4 8 _ _
- Previsão de eventos
seca remanescentes
meteorológicos que possam
M1.1.2.1
provocar estes eventos;
Inundações de áreas da ETAR
M1.1.2 - Histórico de ocorrências e
M1.1.2.2 2 4 8 _ _
Cheias medidas preventivas
Introdução de AR não tratadas no meio
aquático
M1.1.3.1 - Monitorização das populações
2 5 10
M1.1 Rio

Morte de espécies animais de fauna e flora;

PCC44
M1.1.3.2 - Monitorização de afluências aos
2 5 10
Morte de espécies vegetais hospitais por problemas
M1.1.3.3 resultantes da utilização de
1 5 5
Morte de seres humanos meios hídricos;
M1.1.3
M1.1.3.4 - Histórico de ocorrências e
Micro- 3 3 9
Doenças em espécies animais S,N,S,N PCC medidas corretivas;
organismos
M1.1.3.5 - Verificação dos processos
patogénicos 3 3 9
Doenças em espécies vegetais responsáveis pela eliminação
M1.1.3.6 destes poluentes em ETAR;
2 3 6
Doenças em seres humanos - Estabelecimento de protocolos
M1.1.3.7 de alerta e ação entre entidades
Perturbações da qualidade de zonas sensíveis 2 3 6 gestoras da ETAR e restantes
a jusante zonas.

142
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.1.4.1
2 5 10
Morte de espécies animais - Monitorização das populações
M1.1.4.2 de fauna e flora existente;
2 5 10
Morte de espécies vegetais - Monitorização de afluências
M1.1.4.3 aos hospitais devido a
1 5 5
Morte de seres humanos problemas relacionados com a
M1.1.4.4 utilização de meios hídricos;
2 3 6
Doenças em espécies animais - Histórico de ocorrências e
M1.1.4
M1.1.4.5 medidas corretivas;
Subprodutos da 2 3 6 S,N,S,N PCC
Doenças em espécies vegetais - Verificação dos
desinfeção
M1.1 Rio

M1.1.4.6 processos/operações

PCC44
2 3 6
Doenças em seres humanos responsáveis pela eliminação
M1.1.4.7 destes poluentes em ETAR;
Perturbações da qualidade da água de - Estabelecimento de
zonas balneares, de atividades protocolos de alerta e ação
2 3 6 entre entidades gestoras da
recreativas, pontos de captação de
água para rega, zona de pesca e ETAR e restantes zonas.
reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.5.1 - Verificação dos
2 3 6
Eutrofização processos/operações em
ETAR;
M1.1.5 M1.1.5.2
S,N,S,N PCC - Estabelecimento de
Nutrientes Degradação da qualidade da água em
3 3 9 protocolos de alerta e ação
pontos de captação de água bruta para
entre entidades gestoras da
abastecimento
ETAR e restantes zonas.

143
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.1.6.1
2 5 10
Morte de espécies animais - Monitorização das populações
M1.1.6.2 de fauna e flora existente;
2 5 10
Morte de espécies vegetais - Monitorização de afluências aos
M1.1.6.3 hospitais devido a problemas
1 5 5
Morte de seres humanos relacionados com a utilização de
M1.1.6.4 meios hídricos;
2 3 6
Doenças em espécies animais - Histórico de ocorrências e
M1.1.6
M1.1.6.5 medidas corretivas;
Substâncias 2 3 6 S,N,S,N PCC
Doenças em espécies vegetais - Verificação dos
químicas tóxicas
M1.1.6.6 processos/operações
2 3 6
M1.1 Rio

Doenças em seres humanos responsáveis pela eliminação

PCC44
M1.1.6.7 destes poluentes em ETAR;
Perturbações da qualidade da água de - Estabelecimento de protocolos
zonas balneares, de atividades de alerta e ação entre entidades
2 3 6 gestoras da ETAR e restantes
recreativas, pontos de captação de
água para rega, zona de pesca e zonas.
reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.7.1
- Verificação dos
Odores
processos/operações
M1.1.7.2
2 3 6 responsáveis pela eliminação
M1.1.7 Turvação
destes poluentes em ETAR;
Matéria orgânica M1.1.7.3 S,N,S,N PCC
- Estabelecimento de protocolos
em decomposição Insetos
de alerta e ação entre entidades
M1.1.6.7
gestoras da ETAR e restantes
Perturbações da qualidade da água de 2 3 6
zonas.
zonas balneares
144
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.1.8.1
2 2 4 - Verificação dos
Turvação
M1.1.8 processos/operações
M1.1.8.2 S,N,S,N PCC
Partículas responsáveis pela eliminação
Perturbações da qualidade da água de 2 3 6
destes poluentes em ETAR;
zonas balneares
- Estabelecimento de protocolos
M1.1.9.1
M1.1.9 de alerta e ação entre entidades
Mutações em espécies animais
Substâncias 2 4 8 _ _ gestoras da ETAR e restantes
M1.1.9.2
farmacêuticas zonas.
Mutações em espécies vegetais
M1.1.10.1
Micro-organismos patogénicos
M1.1 Rio

PCC44
M1.1.10.2
Partículas
M1.1.10.3
2 5 10
Substâncias químicas tóxicas - Monitorização de atividades
M1.1.10.4 ilegais por parte das autoridades
M1.1.10
Substâncias farmacêuticas civis;
Descargas ilegais
M1.1.10.5 S,N,S,N PCC - Histórico de descargas ilegais e
de efluentes não
Matéria orgânica de medidas corretivas
tratados
M1.1.10.6 - Estabelecimento de planos de
Perturbações da qualidade da água de ação
zonas balneares, de atividades
recreativas, pontos de captação de 2 5 10
água para rega e para abastecimento,
zona de pesca e reservas de vida
aquícola a jusante

145
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.1.11.1
Substâncias químicas
- Histórico de descargas que
M1.1.11.2
5 3 15 originaram problemas e medidas
Partículas
corretivas;
M1.1.11.3
- Estabelecimento de planos de
M1.1.11 Metais pesados
ação;
Descargas de M1.1.11.4 S,N,S,N PCC
- Estabelecimento de protocolos
águas pluviais Perturbações da qualidade da água de
de alerta e ação entre entidades
zonas balneares, de atividades
gestoras dos sistemas
M1.1 Rio

recreativas, pontos de captação de 5 3 15

PCC44
municipalizados e restantes
água para rega e para abastecimento,
zonas
zona de pesca e reservas de vida
aquícola a jusante
M1.1.12.1
- Histórico de problemas e
Massa de água estanque – baixo poder 5 3 15
medidas corretivas;
de diluição
- Estabelecimento de planos de
M1.1.12 M1.1.12.2
ação;
Existência de Perturbações da qualidade da água de
S,N,S,N PCC - Estabelecimento de protocolos
albufeira a zonas balneares, de atividades
de alerta e ação entre entidades
jusante recreativas, pontos de captação de 2 3 6
gestoras dos sistemas
água para rega e para abastecimento,
municipalizados e restantes
zonas de pesca e reservas de vida
zonas.
aquícola.

146
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.1.13.1 - Monitorização das populações
Mistura de massas de água de de fauna e flora existente;
2 3 6
características diferentes: possibilidade - Histórico de problemas e
M1.1 Rio

de reações químicas medidas corretivas;

PCC44
M1.1.13
M1.1.13.2 - Estabelecimento de planos de
Existência de
Existência de espécies de fauna e flora 2 5 10 S,N,S,N PCC ação;
estuário a
sensíveis - Estabelecimento de protocolos
jusante
M1.1.13.3 de alerta e ação entre entidades
Perturbações da qualidade da água de gestoras dos sistemas
2 3 6
zonas de atividades recreativas, zona municipalizados e restantes
de pesca e reservas de vida aquícola. zonas.

147
Quadro C.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Oceano

M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
- Previsão de eventos
M1.2.1 M1.2.1.1 meteorológicos que possam
Efeito de Transporte de material poluente para a 4 3 12 _ _ provocar estes eventos;
correntes e marés costa ou para zonas sensíveis - Histórico de ocorrências e
medidas preventivas
M1.2.2.1
Morte de espécies animais - Monitorização das populações
de fauna e flora existente;
M1.2.2.2
1 5 5 - Monitorização de afluências aos
M1.2 Oceano

Morte de espécies vegetais


hospitais devido a problemas

PCC45
M1.2.2.3
relacionados com a utilização de
Morte de seres humanos
meios hídricos;
M1.2.2.4
- Histórico de ocorrências e
M1.2.2 Doenças em espécies animais
medidas corretivas;
Micro-organismos M1.2.2.5 S,N,S,N PCC
2 3 6 - Verificação dos
patogénicos Doenças em espécies vegetais
processos/operações
M1.2.2.6
responsáveis pela eliminação
Doenças em seres humanos
destes poluentes em ETAR;
M1.2.2.7 - Estabelecimento de protocolos
Perturbações da qualidade da água de de alerta e ação entre entidades
zonas balneares, de atividades 2 3 6 gestoras da ETAR e restantes
recreativas, zonas de pesca e reservas zonas.
de vida aquícola.

148
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.2.3.1
2 5 10 - Monitorização das populações
Morte de espécies animais
de fauna e flora existente;
M1.2.3.2
2 5 10 - Monitorização de afluências aos
Morte de espécies vegetais
hospitais devido a problemas
M1.2.3.3
1 5 5 relacionados com a utilização de
Morte de seres humanos
meios hídricos;
M1.2.3.4
2 3 6 - Histórico de ocorrências e
M1.2.3 Doenças em espécies animais
medidas corretivas;
Subprodutos da M1.2.3.5 S,N,S,N PCC
M1.2 Oceano

2 3 6 - Verificação dos
desinfeção Doenças em espécies vegetais

PCC45
processos/operações
M1.2.3.6
2 3 6 responsáveis pela eliminação
Doenças em seres humanos
destes poluentes em ETAR;
M1.2.3.7 - Estabelecimento de protocolos
Perturbações da qualidade da água de de alerta e ação entre entidades
zonas balneares, de atividades 2 3 6 gestoras da ETAR e restantes
recreativas, zonas de pesca e reservas zonas.
de vida aquícola
- Verificação dos
processos/operações em ETAR;
M1.2.4 M1.2.4.1 - Estabelecimento de protocolos
2 3 6 _ _
Nutrientes Eutrofização de alerta e ação entre entidades
gestoras da ETAR e restantes
zonas.

149
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.2.5.1
2 5 10 - Monitorização das populações
Morte de espécies animais
de fauna e flora existente;
M1.2.5.2
2 5 10 - Monitorização de afluências aos
Morte de espécies vegetais
hospitais devido a problemas
M1.2.5.3
1 5 5 relacionados com a utilização de
Morte de seres humanos
meios hídricos;
M1.2.5.4
2 3 6 - Histórico de ocorrências e
M1.2.5 Doenças em espécies animais
medidas corretivas;
Substâncias M1.2.5.5 S,N,S,N PCC
2 3 6 - Verificação dos
químicas tóxicas Doenças em espécies vegetais
processos/operações
M1.2.5.6
M1.2 Oceano

2 3 6 responsáveis pela eliminação


Doenças em seres humanos

PCC45
destes poluentes em ETAR;
M1.2.5.7 - Estabelecimento de protocolos
Perturbações da qualidade da água de de alerta e ação entre entidades
zonas balneares, de atividades 2 3 6 gestoras da ETAR e restantes
recreativas, zona de pesca e reservas zonas.
de vida aquícola
M1.2.6.1
Odores - Verificação dos
M1.2.6.2 processos/operações
2 3 6
Turvação responsáveis pela eliminação
M1.2.6
M1.2.6.3 destes poluentes em ETAR;
Matéria orgânica S,N,S,N PCC
Insetos - Estabelecimento de protocolos
em decomposição
M1.2.6.7 de alerta e ação entre entidades
Perturbações da qualidade da água de gestoras da ETAR e restantes
2 3 6
zonas balneares e de atividades zonas.
recreativas
150
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.2.7.1
2 2 4 - Verificação dos
Turvação
M1.2.7 processos/operações
M1.2.7.2 S,N,S,N PCC
Partículas responsáveis pela eliminação
Perturbações da qualidade da água de 2 3 6
destes poluentes em ETAR;
zonas balneares
- Estabelecimento de protocolos
M1.2.8.1
M1.2.8 de alerta e ação entre entidades
Mutações em espécies animais
Substâncias 2 4 8 _ _ gestoras da ETAR e restantes
M1.2.8.2
farmacêuticas zonas.
Mutações em espécies vegetais
M1.2 Oceano

M1.2.9.1

PCC45
Micro-organismos patogénicos
M1.2.9.2
Partículas
M1.2.9.3 - Monitorização de atividades
2 5 10
Substâncias químicas tóxicas ilegais por parte das autoridades
M1.2.9
M1.2.9.4 civis;
Descargas ilegais
Substâncias farmacêuticas S,N,S,N PCC - Histórico de descargas ilegais e
de efluentes não
M1.2.9.5 de medidas corretivas
tratados
Matéria orgânica - Estabelecimento de planos de
M1.2.9.6 ação
Perturbações da qualidade da água de
zonas balneares, de atividades 2 5 10
recreativas, zonas de pesca e reservas
de vida aquícola

151
M1 Meio Hídrico
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M1.2.10.1
- Histórico de descargas que
Substâncias químicas
originaram problemas e medidas
M1.2.10.2
5 3 15 corretivas;
Partículas
- Estabelecimento de planos de
M1.2.10 M1.2.10.3
ação;
Descargas de Metais pesados S,N,S,N PCC
- Estabelecimento de protocolos
águas pluviais M1.2.10.4
de alerta e ação entre entidades
M1.2 Oceano

Perturbações da qualidade da água de


gestoras dos sistemas

PCC45
zonas balneares, de atividades 5 3 15
municipalizados e restantes
recreativas, zonas de pesca e reservas
zonas
de vida aquícola
- Histórico de problemas e
medidas corretivas;
M1.2.11 M1.1.12.2 - Estabelecimento de planos de
Localização do Perturbações da qualidade da água de ação;
ponto de zonas balneares, de atividades 2 3 6 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de protocolos
descarga junto à recreativas, zonas de pesca e reservas de alerta e ação entre entidades
costa de vida aquícola. gestoras dos sistemas
municipalizados e restantes
zonas.

152
Quadro C.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Solo

M2 Solo
Eventos Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M2.1.1.1
Contaminação dos produtos agrícolas
M2.1.1 cultivados
Utilização das M2.1.1.2
lamas como Infiltração de materiais poluentes em 2 4 8 _ _
fertilizante para reservas de água subterrâneas
agricultura M2.1.1.3
Infiltração de materiais poluentes em - Conhecer o destino das lamas
meios hídricos próximos antes do tratamento;
M2.1.2.1 - Controlo da composição das
M2.1 Solo

PCC46
Infiltração de materiais poluentes em lamas usadas para agricultura;
M2.1.2
reservas de água subterrâneas - Histórico de ocorrências e
Micro-organismos 2 4 8 _ _
M2.1.2.2 medidas corretivas;
patogénicos
Infiltração de materiais poluentes em - Estudo das características do
meios hídricos próximos meio onde se depositam as
M2.1.3.1 lamas
Contaminação dos produtos agrícolas
cultivados
M2.1.3 M2.1.3.2
Substâncias Infiltração de materiais poluentes em 2 4 8 _ _
químicas tóxicas reservas de água subterrâneas
M2.1.3.3
Infiltração de materiais poluentes em
meios hídricos próximos

153
M2 Solo
Eventos Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Risco
Perigosos Prob. Sev. Class. Respostas PCC Controlo
M2.1.4.1 - Conhecer o destino das lamas
Contaminação dos produtos agrícolas antes do tratamento;
cultivados - Controlo da composição das
M2.1.4.2 lamas usadas para agricultura;
M2.1.4
Infiltração de materiais poluentes em 2 4 8 _ _ - Histórico de ocorrências e
Metais pesados
M2.1 Solo

reservas de água subterrâneas medidas corretivas;

PCC46
M2.1.4.3 - Estudo das características do
Infiltração de materiais poluentes em meio onde se depositam as
meios hídricos próximos lamas
M2.1.5.2 - Conhecer o destino das lamas
M2.1.5 Infiltração de materiais poluentes em antes do tratamento;
Deposição de reservas de água subterrâneas - Histórico de ocorrências e
2 3 6 _ _
lamas à superfície M2.1.5.3 medidas corretivas;
dos solos Infiltração de materiais poluentes em - Impermeabilização prévia da
meios hídricos próximos área de deposição

154
D – QUADRO DE MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL
Quadro D.1 – Exemplo de esquema do quadro para monitorização operacional: PCC44

O Quê? Limite Crítico Ações


Onde? Como? Quando? Quem?
(parâmetro) Valor Unidade Corretivas
Escala de
pH 6,0-9,0 Eletrometria. Operação
Sorensen
Aumento
Temperatura ºC Termometria. Operação
de 3ºC
Determinação de O2
dissolvido antes e após
- Ajuste dos
CBO5, 20ºC cinco dias de incubação a
40 mg/l O2 processos e
(20) 20ºC ao abrigo da luz, com
operações de
adição de inibidor da
tratamento;
nitrificação.
- Utilização de
PCC4 Método do dicromato de
CQO 150 mg/l O2 mão-de-obra
4 Órgão de potássio.
Semanal qualificada;
descarga Centrifugação (cinco
- Criação de
minutos. Aceleração
Laboratório histórico de
média de 2800g a 3200g),
ocorrências e
secagem a 105ºC e
medidas
SST 60 mg/l pesagem.
corretivas;
Filtração através de
membrana de 0,45µm,
secagem a 105ºC e
pesagem.
Espectrometria atómica.
Alumínio 10 mg/l Al Espectrometria de emissão
ótica com plasma (ICP)

155
O Quê? Limite Crítico Ações
Onde? Como? Quando? Quem?
(parâmetro) Valor Unidade Corretivas
Espectrometria atómica.
Espectrometria de
absorção molecular.
Ferro total 2,0 mg/l Fe
Espectrometria de
emissão ótica com plasma Laboratório
(ICP).
- Ajuste dos
Espectrometria atómica.
processos e
Manganés total 2,0 mg/l Mn Espectrometria de
operações de
absorção molecular.
tratamento;
Não
- Utilização de
PCC4 detetável
mão-de-obra
4 Cheiro na — Órgão de Inspeção olfativa. Operação
Semanal qualificada;
diluição descarga
- Criação de
1:20
histórico de
Não Método fotométrico, após
ocorrências e
visível na filtração simples, com
Cor — medidas
diluição padrões da
corretivas;
1:20 escala Pt-Co
Cloro residual
Laboratório
disponível: 0,5 mg/l Cl2
Livre Método DPD (N, N-dietil-p-
Cloro residual fenilenodiamina).
disponível: 1,0 mg/l Cl2
Total

156
O Quê? Limite Crítico Ações
Onde? Como? Quando? Quem?
(parâmetro) Valor Unidade Corretivas
Espectrometria de
absorção molecular.
Fenóis 0,5 mg/l C6H5OH Método da 4-
aminoantipirina.
Método da paranitranilina.
Inspeção visual e olfativa.
Óleos e Extração a partir de um - Ajuste dos
15 mg/l
gorduras volume suficiente e processos e
pesagem do resíduo seco. operações de
Sulfuretos 1,0 mg/l S Análise gravimétrica. tratamento;
Sulfitos 1,0 mg/l SO3 Complexometria com - Utilização de
PCC4
EDTA. mão-de-obra
4 Órgão de
Sulfatos 2000 mg/l SO4 Espectrometria de Semanal Laboratório qualificada;
descarga
absorção molecular - Criação de
Espectrometria de histórico de
Fósforo total 1 mg/l P
absorção molecular ocorrências e
Espectrometria de medidas
Azoto
10 mg/l NH4 absorção molecular. corretivas;
amoniacal
Volumetria.
Mineralização, destilação
segundo o método
Kjeldahl,
Azoto total 10 mg/l N
espectrometria de
absorção molecular
ou volumetria.

157
O Quê? Limite Crítico Ações
Onde? Como? Quando? Quem?
(parâmetro) Valor Unidade Corretivas
Espectrometria de
absorção molecular.
Nitratos 50 mg/l NO3
Cromatografia iónica.
Elétrodos específicos.
Cromatografia em fase
gasosa, com deteção por
Aldeídos 1,0 mg/l captura de eletrões, após
extração por solvente - Ajuste dos
adequado e purificação. processos e
Espectrometria atómica operações de
com geração de hidretos. tratamento;
Arsénio total 1,0 mg/l As
Espectrometria de - Utilização de
PCC4
absorção molecular. mão-de-obra
4 Órgão de
Espectrometria atómica. Semanal Laboratório qualificada;
Chumbo total 1,0 mg/l Pb descarga
Polarografia. - Criação de
Espectrometria atómica. histórico de
Cádmio total 0,2 mg/l Cd
Polarografia. ocorrências e
Crómio total 2,0 mg/l Cr Espectrometria atómica. medidas
Crómio Espectrometria de corretivas;
0,1 mg/l Cr (VI)
hexavalente absorção molecular.
Espectrometria de
absorção molecular.
Espectroscopia de
Cobre total 1,0 mg/l Cu absorção atómica.
Espectrometria de
emissão ótica com plasma
(ICP).

158
O Quê? Limite Crítico Ações
Onde? Como? Quando? Quem?
(parâmetro) Valor Unidade Corretivas
Espectrometria atómica.
Espectrometria de
Níquel total 2,0 mg/l Ni
emissão ótica com plasma - Ajuste dos
(ICP) processos e
Espectrometria atómica operações de
Mercúrio total 0,05 mg/l Hg sem chama (vaporização tratamento;
a frio). - Utilização de
PCC4
Volumetria. mão-de-obra
4 Órgão de
Cianetos totais 0,5 mg/l CN Espectrometria de Semanal Laboratório qualificada;
descarga
absorção molecular. - Criação de
Inspeção visual e olfativa. histórico de
Extração a partir de um ocorrências e
Óleos minerais 15 mg/l
volume suficiente e medidas
pesagem do resíduo seco. corretivas;
Detergentes
Espectrometria de
(sulfato de 2,0 mg/l
absorção molecular
lauril e sódio)

159
E – QUADRO DE GESTÃO DE ROTINA
Quadro E.1 – Exemplo de ficha de gestão de rotina para o PCC44

PCC44 M1 Meio Hídrico M1.1 Rio


Eventos Perigosos
M1.1.3
Micro-organismos patogénicos
M1.1.4
Subprodutos da desinfeção
M1.1.6
Substâncias químicas tóxicas
M1.1.5
Nutrientes
M1.1.7
Matéria orgânica em decomposição
M1.1.8
Partículas
M1.1.10
Descargas ilegais de efluentes não tratados
M1.1.11
Descargas de águas pluviais
M1.1.12
Existência de albufeira a jusante
M1.1.13
Existência de estuário a jusante
M1.1 Rio
M1.1.3.1
Morte de espécies animais
M1.1.3.2
Morte de espécies vegetais
M1.1.3.3
Morte de seres humanos
M1.1.3.4
Doenças em espécies animais
M1.1.3.5
Doenças em espécies vegetais
M1.1.3.6
Doenças em seres humanos
M1.1.3.7
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação
de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.4.1
Morte de espécies animais
M1.1.4.2
Morte de espécies vegetais
M1.1.4.3
Morte de seres humanos

160
M1.1.4.4
Doenças em espécies animais
M1.1.4.5
Doenças em espécies vegetais
M1.1.4.6
Doenças em seres humanos
M1.1.4.7
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação
de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.5.1
Eutrofização
M1.1.5.2
Degradação da qualidade da água em pontos de captação de água bruta para abastecimento
M1.1.6.1
Morte de espécies animais
M1.1.6.2
Morte de espécies vegetais
M1.1.6.3
Morte de seres humanos
M1.1.6.4
Doenças em espécies animais
M1.1.6.5
Doenças em espécies vegetais
M1.1.6.6
Doenças em seres humanos
M1.1.6.7
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação
de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.7.1
Odores
M1.1.7.2
Turvação
M1.1.7.3
Insetos
M1.1.6.7
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares
M1.1.8.1
Turvação
M1.1.8.2
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares
M1.1.10.1
Micro-organismos patogénicos
M1.1.10.2
Partículas
M1.1.10.3
Substâncias químicas tóxicas
M1.1.10.4
Substâncias farmacêuticas

161
M1.1.10.5
Matéria orgânica
M1.1.10.6
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação
de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.11.1
Substâncias químicas
M1.1.11.2
Partículas
M1.1.11.3
Metais pesados
M1.1.11.4
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação
de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
M1.1.12.1
Massa de água estanque – baixo poder de diluição
M1.1.12.2
Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação
de água para rega e para abastecimento, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.
M1.1.13.1
Mistura de massas de água de características diferentes: possibilidade de reações químicas
M1.1.13.2
Existência de espécies de fauna e flora sensíveis
M1.1.13.3
Perturbações da qualidade da água de zonas de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de
vida aquícola.
Medidas De Controlo
- Monitorização das populações de fauna e flora existente;
- Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de
meios hídricos;
- Histórico de ocorrências e medidas corretivas;
- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR;
- Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
- Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis;
- Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas
- Estabelecimento de planos de ação.
- Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas.
Monitorização Operacional
O Quê? LC Unidade Quando? Quem? Ações Corretivas
Escala de
pH 6,0-9,0
Sorensen Operação - Ajuste do
Temperatura Aumento de 3ºC ºC tratamento;
CBO5, 20ºC - Utilização de mão-
40 mg/l O2
(20) Semanal de-obra qualificada;
CQO 150 mg/l O2 - Histórico de
Laboratório
SST 60 mg/l ocorrências e
Alumínio 10 mg/l Al medidas corretivas;
Ferro total 2,0 mg/l Fe
162
Manganés
2,0 mg/l Mn
total
Não detetável
Cheiro na diluição — Operação
1:20
Não visível na
Cor —
diluição 1:20
Cloro residual
disponível: 0,5 mg/l Cl2
Livre
Cloro residual
disponível: 1,0 mg/l Cl2
Total
Fenóis 0,5 mg/l C6H5OH
Óleos e
15 mg/l
gorduras
Sulfuretos 1,0 mg/l S - Ajuste dos
Sulfitos 1,0 mg/l SO3 processos e
Sulfatos 2000 mg/l SO4 operações de
Fósforo total 1 mg/l P tratamento;
- Utilização de mão-
Azoto Semanal
10 mg/l NH4 de-obra qualificada;
amoniacal
Laboratório - Criação de histórico
Azoto total 10 mg/l N
de ocorrências e
Nitratos 50 mg/l NO3
medidas corretivas;
Aldeídos 1,0 mg/l
Arsénio total 1,0 mg/l As
Chumbo total 1,0 mg/l Pb
Cádmio total 0,2 mg/l Cd
Crómio total 2,0 mg/l Cr
Crómio
0,1 mg/l Cr (VI)
hexavalente
Cobre total 1,0 mg/l Cu
Níquel total 2,0 mg/l Ni
Mercúrio total 0,05 mg/l Hg
Cianetos totais 0,5 mg/l CN
Óleos minerais 15 mg/l
Detergentes
(sulfato de 2,0 mg/l
lauril e sódio)

163
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