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Introdução
● Milza inicia seu texto citando a questão do boicote ao Mundial de 1978 feito por
alguns países que não interferiu na participação francesa no torneio. Todavia, as
autoridades francesas anularam a tournée da seleção sul-africana de Rúgbi em
território francês por achar “imprópria” assim como a ida da equipe francesa à África
do Sul três anos depois.
● O autor prossegue trazendo à tona acontecimentos esportivos com viés geopolítico por
trás do contexto.
● Teóricos do Esporte como Thomas Arnold acreditavam que a prática esportiva tinha
como objetivo desenvolver responsabilidade, proatividade entre os praticantes,
sobretudo os mais jovens. A disciplina do corpo e da alma, a convivência em
sociedade são fatores que dialogam com os ideais positivistas de progresso pela
educação que foram célebres nas últimas décadas do século XIX na França, momento
onde o modelo britânico do esporte começa a aparecer no território francês.
● O caso dos JOs de Helsinque 1952: tensão entre leste/oeste estava mais acirrada.
Primeira participação soviética, o autor questiona o motivo da participação.
● O segundo ponto aborda os elos entre os Direitos do Homem com ideologia e a
Realpolitik (iniciativas governamentais, movimentos a favor e contra os Jogos de
Berlin de 1936. Milza fala sobre o boicote dos JOs de Moscou em 1980.
● Milza discorre da pauta doss direitos humanos ganhando cada vez mais notoriedade
(presidência Carter) nas relações internacionais (boicote de 1978 copa do mundo na
Argentina)
● Dialética que Milza aponta sendo o esporte como componente e também reflexo das
relações entre os estados e povos.
● Traz a tese de doutorado de Marcel Spivak sobre o papel do esporte como meio
formador físico, moral e cívico da juventude francesa antes de 1914.
● Ideia de militarização da juventude rejeitada pela opinião pública francesa mas deixa
livre para a crescente des sociétes de gymnastique et de tir
● O autor acredita que os princípios esportivos se relacionam bem com a lógica de uma
corrida à forjar tendo vista as dificuldades da guerra. Uma tendência não tão adepta
entre as democracias liberais antes de 1914 mas que assume um papel fundamental no
nazifascismo.
● Milza cita como exemplo a participação da URSS nos JOs de Helsinque em 1952
como uma prova de força da pátria socialista mesmo com o cenário destrutivo ao fim
da SGM. Além disso, a participação de atletas como Emil Zatopek como porta-vozes
da estratégia soviética de se apresentar como um país pacífico.
● O autor argumenta sobre o esforço de cada país de construir sua imagem utilizando o
prestígio internacional dos esportes. No caso francês, Milza aponta sobre o contexto
da década de 40 e a década de 50. Conseguiu o terceiro lugar no quadro geral dos JOs
de 1948 em Londres. Em particular o caso do campeão olímpico francês de peso
médio Marcel Cerdan que o governo utiliza essa conquista como propaganda francesa.
Conclusão
● A relação entre esporte e relações internacionais trata-se de um campo amplo a ser
explorado não somente pelo historiador das RIs. Milza incita uma série de questões
para se refletir e a necessidade de se examinar com mais precisão a articulação entre
política nacional, política estrangeira que é algo bastante complexo.