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Firmados em Cristo
“E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo
em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações” (Atos 2.42)
Sinopse
Três anjos são autorizados por Deus para, entre os humanos, participarem de um
programa de natal numa igreja cristã luterana. Disfarçados entre as crianças
vestidas de anjo, os anjos celestes dão ao programa de Natal um leve tom de
humor, ao mesmo tempo em que o Narrador do Programa dirige o roteiro
conclamando o público espectador a se identificar com os personagens do presépio,
a compartilhar experiências de vida, a assumir o seu lugar na história do Natal, e
assim revivê-lo, promovendo reflexão, consolo, paz e alegria no nascimento de
Jesus Cristo, e também o amor ao próximo.
Cenário: Altar da igreja, preparado para culto, com uma estrebaria montada
num dos lados e encoberta por cortina ou panos. Os efeitos de som e luz, bem
como a inclusão de hinos e corais no programa, ficam ao encargo da
comunidade.
Seja louvado o teu nome, Senhor! (3x) [cada anjo por vez eleva uma vela]
Para sempre, amém. [os anjos juntam as chamas das velas para que se veja uma
só]
Glorificamos o teu nome, Senhor! (3x) [cada anjo por vez eleva uma vela]
Para sempre, amém. [os anjos juntam as chamas das velas para que se veja uma
só]
Enaltecemos o Teu nome, Senhor! (3x) [cada anjo por vez eleva uma vela]
Para sempre, amém. [os anjos juntam as chamas das três velas para que se veja
uma só]
NARRADOR – [Invocação] Com este canto, invocamos ao Deus Pai, Filho e Espírito
Santo que se faça presente nesta noite de Natal, em que relembramos o
cumprimento da promessa feita a Adão e Eva de que nasceria entre nós o Salvador,
que é Cristo, o Senhor. Amém. [Saudação] Amados irmãos aqui presentes, sejam
bem-vindos a casa do Senhor Deus, sejam bem-vindos ao Natal de Jesus Cristo
em você. Aos nossos visitantes [pode-se pedir que se levantem], certamente Deus
trouxe vocês a esta comemoração do Natal de Jesus Cristo que também é para
vocês. Sintam-se bem, acolhidos e certos de que estamos muito felizes pela vossa
presença. [Introdução] Todos nós conhecemos a história do nascimento de Jesus
narrada pelos evangelistas Mateus e Lucas. Todos nós temos ciência que, desde a
queda de Adão e Eva, Deus manteve viva a sua promessa, levantando servos e
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servas que agiram como porta-voz da vontade e da providência divina para o povo
de Deus. [Foco no público] Talvez você esperasse encontrar nessa noite um cenário
mais contextualizado, mais estilizado, mais parecido com “decoração de natal”. E, no
entanto, pelo menos por enquanto, no altar só temos caixas, [andar entre as caixas]
caixas de vestimentas e de adereços dos personagens do Natal. Pois esse é o
programa, irmãos: Festejar o Natal de Jesus Cristo em você com você! Nossa
intenção é reviver o natal de Jesus Cristo, que é para mim, para você, para
todos nós, e compartilhar o Natal de Jesus Cristo com você e com quem está ao
seu lado. Com essas palavras, convidamos cada um que está aqui presente,
também as crianças e os que vivem a melhor idade, a se identificarem com os
personagens do Natal e a assumirem seu lugar nesta história que revelou ao mundo
a grandiosidade do amor de Deus por nós, por todas as pessoas.
Cena 4: Os anjos
(Todas as crianças devem estar vestidas de anjo, prontas para entrar e se assentar
no altar, onde ficarão durante todo o programa)
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ANJO 3 Como anjos no céu, quero voar!
Como anjos no céu, quero cantar!
Como anjos no céu, quero, um dia,
Ver a Jesus, que me dá tanta alegria!
(Nesta altura, podem ser acrescidas mais poesias, de acordo com o número de
crianças)
Cena 5: Maria
(As personagens de Maria – moças - estão entre o público, de onde virão quando
chamadas)
NARRADOR – A Palavra de Deus registra, em Lucas 1.26, que o anjo Gabriel foi
enviado por Deus para anunciar a uma virgem da cidade de Nazaré que Deus a
havia escolhido para ser mãe do filho de Deus. Essa jovem se chamava Maria. O
anjo entrou onde Maria estava e disse [BIEL interrompe e responde, de pé, em voz
alta... os amigos anjos tentam contê-lo]
NARRADOR – [Foco nas crianças] Isso mesmo, anjinho! Quando Deus nos escolhe,
quando Deus está conosco, temos razões de sobra para nos sentirmos felizes!
[Foco no público] Mas o anjo Gabriel não havia terminado de falar. Ele prossegue
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dizendo: Não tenha medo (Lc 1.30), você vai ficar grávida e dará à luz um menino,
seu nome será Jesus (Lc 1.31), ele será muito importante, reinará para sempre... (Lc
1.32-33), essa criança será gerada do Espírito Santo, ela será Filho de Deus (Lc
1.35). [Reflexão] Meus irmãos, na sociedade em que vivia Maria, ouvir essas
palavras poderia ter sido até desesperador. Engravidar? Um filho de Deus Espírito
Santo? Como vou explicar isso? O que os outros vão pensar? O que dizer para a
família, e para José, o noivo? Como enfrentar as pedras de julgamento que lançarão
sobre mim? Como poupar essa criança dos olhares e das palavras cruéis que
dirigirão contra ela? Como o chamarão? Filho de pai desconhecido? Filho de Deus?
Meus queridos irmãos, é este o lugar que precisamos ocupar agora: o lugar de
Maria. Quem vai viver a sua história de Natal como a jovem Maria? [Foco no
programa] Eu convido a todas as moças aqui presentes, as nossas Marias, jovens
dedicadas a Deus e escolhidas desde o Batismo para serem servas, que se
levantem e se mostrem preparadas e dispostas a seguirem suas vidas cumprindo,
com alegria, o propósito que Deus lhes reservou. [Moças se levantam] Alegrem-se!
E mesmo que venham as dificuldades, as lágrimas, vocês foram escolhidas. Não
tenham medo de viver como Maria no Natal de Jesus Cristo em você.
(As três moças do programa de Natal vão ao altar enquanto falam. Elas se dirigem à
caixa da personagem JOVEM MARIA e distribuem entre si as peças de roupa. Na
caixa, estão um lenço para cobrir a cabeça, uma túnica aberta à frente para facilitar
que seja vestida e um cesto de panos que poderão ser usados para aumentar a
barriga de Maria quando estiver de costas para o público, na cena com José.
Enquanto as moças falam, elas seguram as peças do vestuário. Depois, ajudam a
vestir aquela que será a Maria)
MARIA 1 – Eu me sinto um pouco como Maria. Eu sinto que Deus me escolheu para
uma missão neste mundo.
MARIA 2 – Eu também sinto a mesma coisa. Eu me identifico com a vida de Maria.
MARIA 3 – E eu gostaria de compartilhar com vocês a minha história e como ela me
lembra a história de Maria.
MARIA 1 – Pra mim, antes de qualquer coisa, a missão de Maria era ser uma mulher
fiel a Deus. Por sua fidelidade, Deus a escolheu.
MARIA 2 – Verdade, Deus viu em Maria uma mulher agraciada, uma mulher
virtuosa.
MARIA 3 – Fiel, virtuosa e humilde, porque ela colocou a sua vida diante de Deus
para cumprir o que o Senhor havia determinado.
MARIA 1 – Eu me sinto tocada por Deus para ser fiel como Maria, para confiar e
esperar, para me guardar em pureza de vida, e rejeitar a falsa liberdade que o
mundo oferece.
MARIA 2 – Sim, Maria foi uma jovem de muita determinação. Eu, a exemplo de
Maria, quero buscar força em Deus para resistir às dificuldades deste mundo.
Carregar o filho de Deus no ventre não a poupou de dores, de desconforto, de
indiferença. Mas Deus a amparou e ela cumpriu sua missão de ser a mãe humana
do Filho de Deus.
MARIA 3 – Eu também quero ser como Maria. Sabem por quê? Quando jovem, a
minha mãe enfrentou todos os olhares e os julgamentos da sociedade porque
engravidou de alguém que não a honrou, e desprezou a criança que ela gerava. Mas
mamãe dizia que eu, o fruto do seu ventre, era uma bênção de Deus para ela e que
ela jamais deixaria que a maldade do ser humano chegasse a mim. Mamãe se
chamava Maria.
MARIA 1 – Somos Marias diferentes. Mas somos mulheres fiéis, servas do Senhor.
Somos Marias irmãs.
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MARIA 2 – Sim, somos Marias irmãs. Então, irmã e filha de Maria, esse lugar é seu!
Você será a nossa personagem Maria! Vamos compartilhar, com sua história, bons
sentimentos neste Natal: amor, respeito, solidariedade e compaixão.
MARIA 1 – Que Deus abençoe a sua vida, Maria, neste Natal de Jesus Cristo em
você!
Cena 6: José
(Os personagens de José – rapazes - estão entre o público, de onde virão quando
chamados)
(Os três jovens do programa de Natal vão ao altar enquanto falam. Eles se dirigem à
caixa do personagem JOSÉ e distribuem entre si as peças de roupa. Na caixa, estão
três peças que compõem o vestuário de José. Enquanto falam, eles seguram as
peças do vestuário. Depois, ajudam a vestir aquele que será o personagem José)
JOSÉ 1 – Mano, eu admiro muito o José. Do jeito que Deus escolheu Maria, José
também foi escolhido por Deus. Ele foi muito importante para que a mãe do Messias
prometido pudesse cumprir a sua missão na sociedade daquele tempo.
JOSÉ 2 – Eu também concordo! José é um exemplo para mim. No mundo do hoje, é
difícil encontrar jovens que se ponham a serviço de Deus e da família, como José.
JOSÉ 3 – No mundo de hoje, está difícil ser família!
JOSÉ 2 – Se houvesse mais homens como José, talvez não teríamos tantas
crianças nas ruas, não haveria tantas mulheres desrespeitadas, não haveria tantas
famílias desfeitas.
JOSÉ 1 – Verdade. Precisamos ser homens diferentes. Precisamos ser homens de
Deus.
JOSÉ 3 – E agora, nosso presépio precisa de um José! Quem de nós representará
esse grande homem?
JOSÉ 2 – Se me derem essa honra, eu quero dar vida ao personagem José com a
minha vida e assim testemunhar que Deus é Senhor do homem!
JOSÉ 1 e JOSÉ 3 – O lugar é seu!
JOSÉ 1 - Você vai representar José e vai nos representar também!
JOSÉ 3 - Que Deus te abençoe para viver o Natal de Jesus Cristo em você.
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(JOSÉ 1 e 3 vestem JOSÉ 2 e se despedem dele. JOSÉ 2 e MARIA 3 encontram-se,
cumprimentam-se e aguardam em cena, virados para o altar, de forma que Maria
consiga colocar sua barriga de gestante)
Cena 6: Hospedeiro
(Os personagens do Hospedeiro - donos de negócios - estão entre o público, de
onde virão quando chamados)
HOSPEDEIRO 1 – [Com a placa NÃO HÁ LUGAR] Meu amigo, confesso que essa
passagem bíblica, essa cena da história do nascimento de Jesus me toca a alma.
Houve um tempo em que eu precisava de trabalho, tinha família grande, filhos
pequenos, e eu só ouvia: “Não temos lugar para você, não há vagas”. É difícil
compreender que o próprio filho de Deus também tenha encontrado portas
fechadas.
HOSPEDEIRO 2 – [Com a placa HÁ LUGAR] Verdade, meu amigo. A história do
nascimento de Jesus é mesmo a nossa história. Eu também me lembro... quando a
minha mulher estava para dar à luz ao nosso primeiro filho, tivemos que correr de
hospital em hospital... até encontrar uma vaga, um leito. Que desespero... Eu temia
que o mal pudesse acontecer... [se emociona, e o colega o abraça]. Mas, Deus é
Pai, e tudo terminou bem! Trabalhamos muito nesta vida e Deus nos abençoou! E
hoje eu tenho orgulho de segurar essa placa HÁ LUGAR para ajudar alguém que
precisa.
HOSP. 1 – Mas eu também me orgulho desta placa: NÃO HÁ LUGAR! [O amigo se
surpreende]. Na minha vida de empresário, nos meus negócios, e também na minha
vida de filho de Deus e de pai de família, todos os dias eu peço a ajuda de Deus
para que não haja lugar, na minha empresa e na minha vida, para a ganância e a
exploração, para a ingratidão e a corrupção, para preguiça e reclamação! E eu tenho
certeza de que na sua vida também é assim!
HOSP. 2 – Com certeza, amigo! Com todos os problemas que enfrentamos com a
crise econômica e social de nosso país, eu sou grato a Deus e digo que a minha fé e
o meu coração não estão em crise: na minha empresa e na minha vida, compaixão
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pela humanidade, respeito e dignidade para o outro, justiça e solidariedade têm
lugar!
HOSP. 1 – Então, por favor! Seja o meu representante e o representante de todos
aqueles que servem a Deus também em sua vida profissional! Você me representa
na história do Natal de Jesus Cristo em você!
Cena 7: Jesus
(Na caixa “JESUS” não há nada)
(A luz da igreja se apaga. Acende-se uma luz sobre a caixa “JESUS”. Ouve-se uma
mensagem gravada com fundo musical sereno, com várias vozes, inclusive a voz de
Jesus)
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NARRADOR – [Foco no presépio] Deus pensou em nós quando enviou o seu filho
para nascer em forma humana. [Foco no público] Deus se colocou em nosso lugar
quando enviou o seu filho para morrer na cruz. Quanto amor! No Natal, Deus
mostrou ao mundo que Jesus só precisava de uma coisa: da sua família - projeto de
Deus. José e Maria eram pessoas diferentes, sem necessariamente fator sanguíneo
entre elas, mas unidas pelo amor. Pessoas comprometidas com o bem-estar um do
outro e, em especial, da criança que logo chegaria. Vocês se veem nesta família?
Vocês conseguem relembrar histórias pessoais de dificuldades, mas também de
bênçãos, em família? Quem gostaria de demonstrar a sua gratidão a Deus
compartilhando a história de sua família no Natal de Jesus Cristo em você?
(Três famílias - com histórias de superação, adoção, reconciliação - vêm, uma a uma
ao altar e dão depoimento pessoal da providência divina em suas vidas e em suas
famílias. Ao final, elas se abraçam.)
NARRADOR – Queridos irmãos, o nosso Deus é um Deus de amor. Ele não apenas
é o criador da instituição família, como também se fez Pai de cada um de nós, e
entregou seu único filho, Jesus Cristo, à morte para, assim, resgatar quem nEle crer.
Agora, somos irmãos. Pessoas diferentes, histórias diferentes, opiniões diferentes,
temperamentos diferentes... mas o mesmo Pai, a mesma fé, a mesma convicção de
que estamos aqui de passagem e que aguardamos o dia em que Deus nos reunirá,
os seus filhos, nas mansões celestiais. Dificuldades, injustiças, crueldades, até
mesmo o filho de Deus as conheceu. Mas de que adianta ouro, luxo e poder sem
Jesus? Isso não é nada. [foco no presépio] Somente quem crer neste menino
nascido nesta noite, em Belém, conhecerá a salvação eterna. Ele é o nosso tesouro.
E ele nos reuniu como filhos de Deus. Em nome de Jesus, abrace o seu irmão ao
lado e diga-lhe: “Feliz Natal, irmã(o)!”
(Ao final, todos se abraçam e pedem também que o público abrace o irmão ao lado
como pertencentes da família de Deus).
Cena 8: Pastores
(Os personagens Pastores – leitos e candidatos ao ministério - estão no público e
vão ao altar quando chamados)
(De surpresa, Biel levanta-se e completa com o versículo bíblico. Os colegas anjos
tentam contê-lo de novo)
ANJO BIEL – “Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande
alegria, que será para todo povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o
Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto servirá a vocês de sinal: vocês encontrarão
uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura” (Lc 2.12).
NARRADOR – [Foco no anjo Biel] Parabéns! Você falou muito bem! São exatamente
essas as palavras do texto bíblico! [Foco em todas as crianças] E havia outros anjos!
E eles louvavam a Deus e diziam:
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TODOS OS ANJOS – [Levantam e falam ou cantam em conjunto] “Glória a Deus
nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc
2.14).
NARRADOR – Ser pastor é reconhecer que também somos ovelhas. Que o Bom
Pastor nos reúne como rebanhos e cuida de nós com a sua própria vida. Ser pastor
é reconhecer-se dependente da graça, da misericórdia e da proteção de Deus.
(os quatro se dirigem à caixa PASTORES. Para cada um, há roupas e cajado.
Enquanto se vestem, conversam)
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PASTOR 1 – Ore a Deus, amigo. Peça a orientação do Senhor. Se Ele tem um
chamado para você, o seu coração ouvirá.
PASTOR 4 – E se você não for para o Seminário, você pode ser um servo dedicado
em sua igreja, em sua comunidade. As ovelhas estão em todos os lugares. E elas
reconhecem a voz do pastor Jesus até mesmo quando quem fala é um irmão na fé.
PASTOR 3 – Eu também penso assim. Procuro ser alguém que lidera, que anima,
que cuida, que está junto do pastor da minha comunidade para ajudar a conduzir
pessoas para Cristo.
PASTOR 2 – De fato, todos nós somos um pouco pastores e também rebanho. E
como rebanho de Cristo, confessamos...
PASTOR 1 - Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das
águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor
de seu nome.
PASTOR 2 – Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal
nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado de consolam.
Cena 9: Magos
(Os personagens Magos – frutos de missão, (i)migrantes, pessoas cultas, pessoas
de etnias diferentes - vêm de fora/do fundo da igreja)
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longe em busca de uma nova história, de um recomeço? Onde estão aqueles a
quem o Senhor mais concedeu dons, bens, sucesso! Será que vocês prestaram
atenção na estrela que dizia: “a estrela maior é o Senhor, Jesus é o principal, sigam
a Ele!”? Será que nós conhecemos a promessa e reconhecemos o cumprimento da
promessa? Quantos magos nós temos entre nós?
(Três pessoas vêm juntas de fora da igreja até o altar e falam para o público. De
preferência, personagens com histórico pessoal de (i)migração e missão. Depois,
dirigem-se à caixa MAGOS e distribuem entre si as peças de vestuário e os
presentes)
MAGOS – Somos de longe e vamos contar para vocês como conhecemos esse
menino.
MAGO 1 – [Imigrante] Minhas origens estão em outro país, diferente em língua, em
cultura, em religião.
MAGO 2 – [Prospecto] Eu venho de perto, mas me sentia distante, até conhecer o
Salvador.
MAGO 3 – [Viajante] Eu conheci vários lugares e várias crenças, até que o Senhor
me mostrou o meu lugar e o meu Salvador.
MAGO 1 – Meus pais, como também os de vocês, criaram a mim e aos meus irmãos
nos costumes em que também eles foram criados. Herdei deles, e também dos
meus compatriotas, idioma, costumes, valores, entre esses a fé.
MAGO 2 – Eu nasci aqui perto, muitos me conheciam, e até cresceram comigo. Mas
essa proximidade não queria dizer que eu e vocês éramos amigos ou irmãos.
MAGO 3 – Eu, por força de minha profissão, já viajei muito e conheci diferentes
culturas. Quando chegava a um lugar, estranho para mim em relação aos meus
costumes, procurava respeitar aquele povo e a história que o constituía.
MAGO 1 – [Para MAGO 3] Você está certo, amigo! O coração do outro, a história do
outro, o sentimento do outro é um território que precisa ser respeitado. Entre com
delicadeza. Nunca imponha a sua verdade. Melhor despir-se de sua superioridade
[Foco na estrebaria] Esse menino, a quem os cristãos adoram, é exemplo do que eu
estou falando: a humildade e a servidão em que viveu e o amor com que tratou a
todos, sem distinção, serviram de exemplo para mim e para o meu povo. E por isso
estou aqui e também quero adorá-lo.
MAGO 2 – Essa é a minha história também. A diferença é que estava aqui, do lado
deste templo. Quantos passaram por mim e não me viram como irmão? Quantos
estrelas brilharam perto de mim, mas seu brilho não apontava para Jesus? Quantos
encontraram e adoraram o menino e não me chamaram para também vir adorá-lo?
Até que Deus planejou tudo e aqui cheguei para conhecer e adorar esse menino,
meu Senhor.
MAGO 3 – Eu também aqui cheguei depois de ter percorrido um longo caminho.
Entendi que precisamos crescer, amadurecer, desaprender. Percebi que Jesus é a
Verdade que liberta, que Jesus é meu Salvador, mas que outros ainda buscam
salvação em palavras, divindades, pessoas e lugares diferentes. Entendi que a
estrela que brilhou na noite santa atraiu por sua beleza e promessa de amor, não
por supremacia e horror. E acima de tudo,
MAGOS - Entendi que Jesus me atraiu para Si, cuidadosamente, pelo brilho de uma
estrela que já não estava mais no céu,
MAGO 3 - mas estava na fala respeitosa,
MAGO 2 - no gesto caridoso,
MAGO 1 - na oferta generosa,
MAGO 3 - na mão estendida,
MAGO 2 - na prece sincera,
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MAGO 1 – no olhar amigo.
NARRADOR – [Foco nos magos] O nosso Natal de Jesus Cristo em você se torna
cada vez mais real quando compartilhamos da promessa cumprida com outras
pessoas. E os magos nos deram importante contribuição de como deve ser esse
compartilhar. Que sejamos estrelas que atraem a Jesus pela beleza do testemunho
de fé e de obras que podemos dar. [Foco no público] Mas, meus queridos irmãos, o
Natal de Jesus Cristo em você tem um personagem revelador: Herodes. Quem de
nós se sentiria confortável no papel de Herodes? Governante enganador, egoísta e
matador de criancinhas, será mesmo que precisamos desse personagem no Natal
de Jesus Cristo em você? Acredito que ninguém aqui presente queira representar
um personagem tão cruel na história da humanidade...
HERODES – Um homem egoísta, que não pensava nos outros. Um homem mal e
frio em sentimentos. Um homem apegado ao poder, ao luxo, à corrupção. Um
homem que não cumpre a sua palavra, um homem que condena inocentes, um
homem que não perdoa. Um homem que rejeita o Salvador e persegue os que estão
em seu caminho. Vocês pensam que estou me referindo a Herodes, não é? Estou
me referindo a todos os Herodes, incluindo eu e você, na condição de pecadores.
Ou vamos nos enganar? Quantas vezes nossas palavras não traduzem as reais
intenções do nosso coração? Quantas pessoas gostaríamos de tirar do nosso
caminho para que não atrapalhem os nossos planos? As palavras falsas de Herodes
poderiam ter enganado os magos. Mas não enganaram a Deus. Assim, nossos
disfarces não são capazes de esconder nosso verdadeiro eu diante de Deus. Meus
irmãos, não somente eu, mas todos nós somos Herodes. Essa é a natureza do
homem, essa é a vocação natural daquele que nasceu depois da queda de Adão e
Eva. Herodes sou eu e você quando não nos arrependemos de nosso pecado,
quando resistimos ao amor desse menino.
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consagrada ao Senhor, como todo primogênito devia ser. No templo onde Jesus foi
levado por seus pais, dois personagens chamam a atenção: Lucas nos apresenta
Simeão: Este homem se destacava dos demais porque era justo e piedoso e
esperava o cumprimento da promessa do Messias. Deus lhe havia relevado que ele
“não morreria antes de ver o Cristo do Senhor” (Lc 2.26). Seu nome era Simeão.
Avançado em idade, Simeão seguia firme na fé e em obras e teve, pela fidelidade de
Deus em suas promessas, em suas mãos, o filho de Deus humanado. O outro
personagem apresentado pelo evangelista é a profetisa Ana, viúva, de 84 anos. Ana
não deixava o templo. Ela vivia lá, adorando dia e noite, jejuando e orando. E assim,
pode ver o bebê Jesus no templo e pode testemunhar “a respeito do menino a todos
os que esperavam a redenção de Jerusalém” (Lu 2.36-38). Pela graça de Deus, nós
temos homens e mulheres com uma vida inteira de fé e de obras entre nós. Quantos
Simeão podemos contar nesta igreja que também conhecem e aguardam o
cumprimento das promessas de Deus? Quantos Ana em sua idade avançada já
estão consolados pela certeza absoluta de que o Salvador nasceu e está entre nós?
[Orientar para que todos os idosos se levantem] Para representar a todos vocês, nós
queremos convidar o(s) irmão(s) mais idoso(s) de nosso templo, o Simeão / a Ana
do nosso Natal de Jesus Cristo em você, o(a) sr.(a) ...
(Dois anjos retiram dois objetos da caixa SIMEÃO/ANA: Um traz uma Bíblia, outro
traz a cruz. Um terceiro anjo traz Jesus, da manjedoura. Os anjos se põem atrás de
Simeão/Ana até o momento de se colocaram mais à frente)
(Os anjos que seguram a bíblia e a cruz levantam-nas aos céus. Simeão e Ana,
juntos, também levantam o menino Jesus. Todos os demais personagens se
colocam de joelhos, na linha de trás onde estão Simeão / Ana acompanhados dos
anjos)
NARRADOR – [Bênção final] “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo,
segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual
preparaste diante de todos os povos; [neste momento, pode-se soltar rojão de
estrelas] luz para revelação aos gentios, e para a glória do teu povo de Israel” (Lc
2.29-32). Amém.
(palmas)
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(Entra o ASSISTENTE correndo, cansado, em direção ao NARRADOR...)
ASSISTENTE – [desesperado] Só um momento, por favor, vai dar tudo certo... Foi
só um atraso... Meu Deus! O programa acabou? E eu cheguei agora!? É que o carro
quebrou... eu ia pedir ajuda... daí que vi que esqueci o celular... tentei consertar...
tentei carona... me bateu um desespero... eu comecei a correr e cheguei agora...
NARRADOR – Mas deu tudo certo, aconteceu tudo como previsto, eu não estou
entendendo... Se você não estava nos bastidores do programa, quem cuidou do
som, da luz, dos efeitos especiais?
(Nael e Zael levantam, põem a mão na cintura, desconfiados de Biel, que se levanta
também)
BIEL – [Confiante] Eu não fiz nada! Mas eu sei quem fez... Feliz Natal para todos!
Fim
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