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Roteiro da peça da Consciência Negra: Cientistas negros que

fizeram a diferença na história


Cena 2: Jaqueline Goes de Jesus (Larissa)
A cena se passa em um laboratório de microbiologia, onde a cientista Jaqueline
Goes trabalha. Um de seus novos colegas estava mexendo nos equipamentos
quando fala:
(Colega) - Sabe Jaqueline, ouvi falar muito bem de você. Soube que você trabalhou
ativamente no período da pandemia de COVID. Me conte mais um pouco sobre seu
trabalho que estou interessado.
(Jaqueline/Larissa) - Falo sim, com muito gosto, mas não só pra você.
(dirige-se ao público)
(Jaqueline/Larissa) - Oi, pessoal, para aqueles que não me conhecem, meu nome
é Jaqueline Goes, sou cientista, pesquisadora, biomédica, baiana e umas coisinhas
mais. Tenho o prazer de compartilhar com vocês um pouco do meu trabalho,
principalmente durante a pandemia de COVID-19. Bem, desde o início da
pandemia, a equipe que eu integrei se dedicou bastante à pesquisa e
desenvolvimento de métodos de diagnóstico mais eficazes da covid. Até porque, a
identificação prematura da doença é crucial e uma das maneiras mais importantes
para contermos a disseminação do vírus.
Com isso, nós mapeamos os primeiros genomas do coronavírus aqui no país, ou
seja, investigamos a sequência de seu DNA, e apenas 48 horas após a primeira
confirmação de um caso de covid no Brasil, conseguimos finalizar esse
mapeamento que diferenciava a sequenciação dos genes que formavam esse vírus.
Dessa forma, desenvolvemos testes rápidos e precisos para detectar a presença do
vírus, permitindo uma resposta mais ágil e eficiente para segurança pública.
Além de tudo isso, nosso trabalho se estendeu ainda à pesquisa de tratamentos e
vacinas. E sim, conseguimos trazer a vacina para o povo, como vocês bem sabem,
em pouco mais de ano, o que foi uma conquista extraordinária para combater essa
doença.
(Colega) - Que incrível, Jaqueline. Seu trabalho foi sensacional. Se não fosse por
você, ainda poderíamos estar enfrentando momentos terríveis por conta desse
vírus.
(Jaqueline/Larissa) - Obrigada, meu jovem. Mas olha, não se esqueçam: todos
vocês desempenham um papel crucial para termos um futuro mais seguro e
saudável, só têm que lembrar de tomar a vacina direitinho.
Cena de Maria Firmina dos Reis:
- (Larissa): Olá, meu povo! Vim contar um pouco da minha luta e da minha história
pra vocês. Eu sou Maria Firmina dos Reis, além de maranhense, também sou
escritora. A primeira romancista negra desse país! Luto contra a escravidão e pelos
direitos das mulheres há tempos e fui a primeira brasileira a escrever um romance
abolicionista, "Úrsula", minha maior obra. Mas nunca o vi por entre os cânones. Por
que será, hein? Mas vocês não se preocupem, que já vou deixar minha obra aqui
pra vocês verem. Eu ainda escrevo poesias, contos e artigos em jornais, falando
sobre questões sociais, raciais e de gênero, estou trazendo representatividade para
a minha comunidade e ainda assim, não ouço ninguém falando das minhas
contribuições para a literatura nacional. Cadê o reconhecimento pelos esforços de
uma vida toda? Eu nem sou mencionada na história como uma das autoras do
século XIX. Mas tudo bem, não irei deixar de batalhar pelos meus direitos e da
minha comunidade. Sabe uma boa forma de vocês também me ajudarem nisso e
conhecerem mais um pouco sobre as lutas da nossa gente? Lendo um livro.

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