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Exercícios de

Hidrostática do Navio
Prof. Roberto Vettor

Departamento de Engenharia Mecânica


Instituto Superior Técnico
Universidade de Lisboa

Licenciatura em Engenharia Naval e Oceânica

2020
Nota do autor
O presente texto propõe a resolução de alguns exercícios uteis para a familiarização com
os cálculos necessários na disciplina de Hidrostática do Navio, ministradas pelo autor ao
curso de Licenciatura em Engenharia e Arquitetura Naval, do Departamento de Engenharia
Mecânica, do Instituto Superior Técnico (IST), durante a partir do ano letivo 2020/2021 em
que foi responsável por esta cadeira.

Esclarece-se que o autor teve o privilégio de receber diverso material didático dos docentes
anteriormente responsáveis por esta cadeira de Hidrostática do Navio, em particular em
relação aos enunciados dos exercícios propostos.

O documento está em evolução, sendo que só parte do programa da Hidrostática do Navio


está representado nos exercícios resolvidos no texto que segue.

2
Conteúdo
Nota do autor............................................................................................................................... 2
1. Conceitos básicos de hidrostática ................................................................................. 5
Problema 1.1......................................................................................................................................... 5
Problema 1.2......................................................................................................................................... 7
Problema 1.3......................................................................................................................................... 8
Problema 1.4....................................................................................................................................... 10
Problema 1.5....................................................................................................................................... 11
Problema 1.6....................................................................................................................................... 12
Problema 1.7....................................................................................................................................... 14
Problema 1.8....................................................................................................................................... 16
2. Teoria Metacêntrica ............................................................................................................. 19
Problema 2.1....................................................................................................................................... 19
Problema 2.2....................................................................................................................................... 20
Problema 2.3....................................................................................................................................... 22
Problema 2.4....................................................................................................................................... 23
Problema 2.5....................................................................................................................................... 24
Problema 2.6....................................................................................................................................... 26
Problema 2.7....................................................................................................................................... 27
Problema 2.8....................................................................................................................................... 28
Problema 2.9....................................................................................................................................... 30
Problema 2.10 .................................................................................................................................... 33
Problema 2.11 .................................................................................................................................... 34
Problema 2.12 .................................................................................................................................... 34
Problema 2.13 .................................................................................................................................... 35
Problema 2.14 .................................................................................................................................... 35
Problema 2.15 .................................................................................................................................... 37
Problema 2.16 .................................................................................................................................... 39
Problema 2.17 .................................................................................................................................... 42
3. Estabilidade geral do navio ............................................................................................... 45
Problema 3.1....................................................................................................................................... 45
Problema 3.2....................................................................................................................................... 47
Problema 3.3....................................................................................................................................... 48
Problema 3.4....................................................................................................................................... 50
Problema 3.5....................................................................................................................................... 52
Problema 3.6....................................................................................................................................... 54

3
Problema 3.7....................................................................................................................................... 56
Problema 3.8....................................................................................................................................... 59
Problema 3.9....................................................................................................................................... 61
4. Critérios de estabilidade..................................................................................................... 63
Problema 4.1....................................................................................................................................... 63
Problema 4.2....................................................................................................................................... 64
5. Flutuabilidade e estabilidade em avaria .......................................................................... 67
Problema 5.1....................................................................................................................................... 67
Problema 5.2....................................................................................................................................... 69
Problema 5.3....................................................................................................................................... 70
Problema 5.4....................................................................................................................................... 72
Problema 5.5....................................................................................................................................... 75
Problema 5.6....................................................................................................................................... 76
6. Encalhe e docagem ............................................................................................................. 77
Problema 6.1....................................................................................................................................... 77
Problema 6.2....................................................................................................................................... 78
Problema 6.3....................................................................................................................................... 80
Problema 6.4....................................................................................................................................... 81

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1. Conceitos básicos de hidrostática
________________________________________________________________________________
Problema 1.1

No depósito de água de densidade 1.0 representado na figura existe uma válvula.

Sabendo que o diâmetro do tubo é igual a 200 𝑚𝑚 e que o centro da válvula está a 1 𝑚 da
superfície, calcule:
a) A impulsão hidrostática na válvula (resultado em unidades do sistema SI).
b) A cota do centro de impulsão à superfície.
c) O diagrama de forças de pressão na parede 𝐴𝐵𝐶 do reservatório.
d) A impulsão hidrostática sobre a parede 𝐵𝐶 sabendo que a parede do reservatório tem
𝑙 = 2 𝑚 de comprimento.
e) A profundidade do centro de impulsão sobre 𝐵𝐶.

?@A
Nota: o momento de inércia de uma secção circular é 𝐼>> = BC
.

a) 𝐼 = 𝛾𝐴ℎF = 1000 ∙ 9.81 ∙ 𝜋 ∙ 0.1K ∙ 1 = 308.19𝑁


b) Colocando o centro dos eixos na intersecção entre a superfície livre e o traço do
plano da válvula e o eixo 𝑥 passante pelo centro da área 𝐺:
1
𝑥> = = 2𝑚
cos 60°
𝐴 = 𝜋𝑟 K = 0.03146𝑚K
𝜋𝑑 C
𝐼>> = = 7.854 ∙ 10WX 𝑚C
64
Logo a coordenada x do centro de impulsão será
𝐼>>
𝑥Y = 𝑥> + = 2.00125𝑚
𝑥> 𝐴
e a cota:
ℎY = 𝑥Y cos 60° = 1.000625𝑚

5
c) A pressão nos pontos A, B e C é calculada a partir da profundidade dos pontos:
𝑝\ = 𝛾ℎ\ = 1000 ∙ 9.81 ∙ 0 = 0 𝑃𝑎
𝑝_ = 𝛾ℎ_ = 1000 ∙ 9.81 ∙ 1 = 9810 𝑃𝑎
𝑝` = 𝛾ℎ` = 1000 ∙ 9.81 ∙ 3.6 = 35316 𝑃𝑎
A pressão entre os pontos AB e BC segue uma lei linear.

d) É possível calcular a impulsão hidrostática na parede CB de duas formas


equivalentes:
` (𝑝_ + 𝑝` )dddd𝐵𝐶 (9810 + 35516) 2.6
𝐼 = a 𝑝𝑑𝐴 = 𝑙= ∙ ∙ 2 = 135478 𝑁
_ 2 2 sin 60°
ou
𝐼 = 𝛾ℎ>dddd dddd 𝑙 = 1000 ∙ 9.81 ∙ 2.3 ∙ 3.0022 ∙ 2 = 135478 𝑁
𝐵𝐶
ef

dddd = 2.6/ sin 60° e ℎ>dddd = 1 + (𝐵𝐶


onde 𝐵𝐶 dddd /2) sin 60°.
ef

e) Colocando o centro dos eixos na intersecção entre a superfície livre e o traço do


plano BC, a coordenada 𝑥 do centro de impulsão calcula-se como:
𝐼>>
𝑥Y = 𝑥> + = 2.939𝑚
𝑥> 𝐴
sendo
dddd
𝐵𝐶 dddd
𝐴𝐵
𝑥> = + = 2.656𝑚
2 sin 60°
𝐴 = dddd
𝐵𝐶 𝑙 = 6.004𝑚K
dddd h 𝑙
𝐵𝐶
𝐼>> = = 4.51𝑚C
12
Logo a cota do centro de impulsão será:
ℎY = 𝑥Y sin 60° = 2.545𝑚

6
________________________________________________________________________________
Problema 1.2

Calcule a força de compressão na barra 𝐵𝐷 articulada em D, sabendo que esta suporta a


comporta retangular com dimensões 6 × 10 𝑚K articulada em C, e que B está a meio da
comporta. Considere água salgada e despreze o peso próprio da comporta.

A barra BD tem de suportar a impulsão na comporta AC. Esta impulsão pode ser calculada
como:
𝐼 = 𝛾ℎ> \` dddd
𝐴𝐶 𝐿 = 1025 ∙ 9.81 ∙ (2 + 3 sin 60°) ∙ 6 ∙ 10 = 2774088𝑁
Como a comporta está articulada em C, a força de compressão 𝐹_m será tal de equilibrar o
momento gerado pela impulsão 𝑀Y = 𝐼𝐶𝑋 dddddY , onde ddddd
𝐶𝑋Y refere-se á distancia entre o ponto C
e o ponto de aplicação da impulsão.
Colocando o centro dos eixos na intersecção entre o traço da superfície livre e o traço do
plano AC, a coordenada 𝑥 do centro de impulsão calcula-se como:
𝐼>>
𝑥Y = 𝑥> + = 5.874𝑚
𝑥> 𝐴
sendo
ℎ\
𝑥> = dddd
𝐴𝐵 + = 5.309𝑚
sin 60°
𝐴 = dddd
𝐴𝐶 𝐿 = 60𝑚K
dddd
𝐴𝐶 h 𝐿
𝐼>> = = 180𝑚C
12
O centro de impulsão encontra-se a uma distancia do centro de gravidade 𝐺 de 𝑥Y − 𝑥> =
5.874 − 5.309 = 0.565𝑚 longo o eixo 𝑥, e de ddddd dddd − 0.565 = 2.435𝑚 do ponto C.
𝐶𝑋Y = 𝐶𝐵
Portanto o momento da impulsão será:
dddddY = 6754904 𝑁𝑚
𝑀Y = 𝐼𝐶𝑋
Por outro lado, o braço do momento da força de compressão respeito ao ponto C é igual a
dddd na barra 𝐵𝐷
projeção de 𝐶𝐵 dddd sin 45° = 2.121𝑚. Para equilíbrio dos momentos,
dddd , ou seja 𝐶𝐵
terá de ser verificada a seguinte relação:
𝐹_m ∙ 2.121 = 𝑀Y

7
Portanto:
𝑀Y
𝐹_m = = 3184292 𝑁
2.121

________________________________________________________________________________
Problema 1.3

Calcule as componentes horizontais e verticais da impulsão hidrostática num cilindro com


𝐿 = 1.0 𝑚 de comprimento, conforme mostra a figura. Considere água doce.

Componente horizontal.
Lembramos que, numa superfície curva, a componente horizontal pode ser calculada como
a impulsão que atuaria numa superfície plana vertical igual à projeção da superfície curva
num plano vertical.

Assumindo positivas as forças orientadas pela direita, a componente horizontal da impulsão


no cilindro será igual a impulsão positiva entre A e C e a impulsão negativa entre A e B.
As pressões nos pontos A, B e C podem ser calculadas como:
𝑝\ = 𝛾ℎ\ = 1000 ∙ 9.81 ∙ (0.612 + 0.3) = 8946.72 𝑃𝑎
𝑝_ = 𝛾ℎ_ = 1000 ∙ 9.81 ∙ (0.612 + 0.3 cos 45°) = 8084.73 𝑃𝑎
𝑝` = 𝛾ℎ` = 1000 ∙ 9.81 ∙ (0.612 − 0.3 cos 45°) = 3922.70 𝑃𝑎
Sendo a pressão linear entre C e A e B e A, as impulsões podem ser calculadas como:
(𝑝\ + 𝑝` )
𝐼\` = (ℎ\ − ℎq )𝐿 = 3295.4 𝑁
2
(𝑝\ + 𝑝_ )
𝐼\_ = − (ℎ\ − ℎ_ )𝐿 = 748.2 𝑁
2
Portanto a componente horizontal será:
𝐼r = 𝐼\` + 𝐼\_ = 2547.2 𝑁
8
Componente vertical.

Lembramos que, numa superfície curva, a componente vertical é igual ao peso do volume
de líquido delimitado pela superfície considerada e pelas projetantes verticais tiradas do
contorno da superfície para a superfície livre do líquido, ou seja:
𝐼 = 𝛾𝑉
Assumindo positivas as forças orientadas para cima, a componente vertical da impulsão no
cilindro será igual a impulsão positiva entre B e D e a impulsão negativa entre D e C.
O volume a cima das superfícies curvas entre B e D, e D e C, podem ser calculados com
simples considerações geométricas como:
𝜋𝑟 K (𝑟 cos 45°)K
𝑉_m = tℎm (𝑟 + 𝑟 cos 45°) + 3 + u 𝐿 = 0.442𝑚h
8 2
𝜋𝑟 K (𝑟 cos 45°)K
𝑉`m = tℎm (𝑟 − 𝑟 cos 45°) − + u 𝐿 = 0.041𝑚h
8 2
Logo as respetivas impulsões serão:
𝐼_m = 𝛾𝑉_m = 1000 ∙ 9.81 ∙ 0.442 = 4335 𝑁
𝐼`m = −𝛾𝑉`m = −1000 ∙ 9.81 ∙ 0.041 = −401 𝑁
Portanto a componente horizontal será:
𝐼v = 𝐼_m + 𝐼`m = 3934 𝑁

A impulsão total obtém-se como suma vetorial das componentes vertical e horizontal:
𝐼 = w𝐼vK + 𝐼rK = 4687 𝑁

9
________________________________________________________________________________
Problema 1.4

Calcule as forças horizontal e vertical que atuam sobre uma fatia de 1.0 𝑚 de comprimento
do costado e fundo do navio, cheio com um determinado fluido, cuja secção se representa
na figura. Desenhe o diagrama de pressões no costado e fundo.

A força que atua no costado e no fundo será igual á diferencia entre impulsão do fluido
contido no interior 𝐼x do navio e aquela do fluido exterior 𝐼y .

Assumindo positivas as forças orientadas pela direita, na direção horizontal será:


10.5
𝐼xr = 𝛾z ℎF x 𝐴x = 0.86 ∙ 9.8 ∙ 10h ∙ ∙ 10.5 ∙ 1 = 464593 𝑁
2
10
𝐼yr = 𝛾K ℎF y 𝐴y = −9.8 ∙ 10h ∙ ∙ 10 ∙ 1 = −490000 𝑁
2
𝐹 r = 𝐼xr + 𝐼yr = 25406 𝑁

Assumindo positivas as forças orientadas para cima, na direção vertical será:


v h K
𝜋 ∙ 1K
𝐼x = 𝛾z 𝑉z = −0.86 ∙ 9.8 ∙ 10 ∙ {10.5 ∙ 12.5 − 1 + | = −1104366 𝑁
4
v h K
𝜋 ∙ 1K
𝐼y = 𝛾K 𝑉K = 9.8 ∙ 10 ∙ {10 ∙ 12.5 − 1 + | = 1222897 𝑁
4
𝐹 v = 𝐼xv + 𝐼yv = 118531 𝑁

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Problema 1.5

A comporta retangular de 2 × 3 𝑚K de um canal, representada na figura, articulada


livremente em no ponto superior, pesa 2 𝑡.
Calcule a partir de que valor da altura de água (ℎ) é que a água começa a ser escoada pela
comporta.

A agua iniciará ser ecoada quando o momento da impulsão hidrostática supera o momento
do peso da comporta respeito ao ponto de articulação, ou seja quando 𝑀Y > 𝑀• .
O momento do peso é constante e pode ser calculado como:
2
𝑀• = 𝑃 sin 30° = 2000 ∙ 9.81 ∙ sin 30° ∙ 1 = 9810 𝑁
2
A impulsão da agua em função da altura é:
ℎ ℎ ℎK
𝐼=𝛾 3 = 1000 ∙ 9.81 ∙ ∙ 3 = 16991.42ℎK 𝑁
2 cos 30° 2 cos 30°
e o braço da impulsão 𝑏Y respeito ao ponto de articulação pode ser calculado considerando
que a distribuição da pressão hidrostática é linear e igual a zero na superfície livre da água,
portanto o ponto de aplicação da impulsão localiza-se a uma distancia da superfície livre
de 2/3 da parte submersa da comporta, ou seja:
1 ℎ ℎ
𝑏Y = 2 − = •2 − ‚𝑚
3 cos 30° 2.5981
Consequentemente o momento da impulsão obtém-se como:

𝑀Y = 𝐼𝑏Y = 16991.42ℎK •2 − ‚
2.5981

Para calcular a altura máxima da água será portanto necessário resolver a equação:
𝑀Y = 𝑀•

16991.42ℎK •2 − ‚ = 9810
2.5981
6539.94ℎh − 33982.84ℎK + 9810 = 0
As soluções da equação de terceiro grau são:
ℎz = 5.139𝑚
ℎK = −0.5126𝑚
ℎh = 0.5694𝑚
Sendo que só a ℎh é aceitável no caso considerado.

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Problema 1.6

Considere o túnel para impulsor transversal de proa do navio na figura, o qual está a flutuar
em água salgada. O túnel cilíndrico tem 2.0 𝑚 de diâmetro, 12.0 𝑚 de comprimento e o seu
eixo localiza-se a uma profundidade de 3.85 𝑚.

a) Desenhe diagrama de pressões hidrostáticas na face do cilindro e quantifique os


valores nos seus quadrantes (horizontais e verticais).
b) Calcule o valor da componente vertical da impulsão no cilindro, indicando o sentido
da força.
c) Represente e quantifique o diagrama de pressões horizontais no meio cilindro de
vante do túnel.
d) Calcule o valor da componente horizontal da impulsão hidrostática no meio cilindro
de vante do túnel.

a) Indicando como A, B, C e D os quadrantes N, E, S e O respetivamente, será:


𝑝\ = 𝛾ℎ\ = 1025 ∙ 9.81 ∙ (3.85 − 1) = 28657.5 𝑃𝑎
𝑝_ = 𝑝m = 𝛾ℎ_ = 1025 ∙ 9.81 ∙ (3.85) = 38712.7 𝑃𝑎
𝑝` = 𝛾ℎ` = 1025 ∙ 9.81 ∙ (3.85 + 1) = 48768.0 𝑃𝑎

b) A componente vertical da impulsão nos lados superior D-A-B e inferior D-C-B pode ser
calculado como:
𝜋 ∙ 1K
𝐼ƒv = 𝛾𝑉ƒ = 1025 ∙ 9.81 ∙ {3.85 ∙ 2 − | ∙ 12 = 739568 𝑁
2
𝜋 ∙ 1K
𝐼xv = 𝛾𝑉x = 1025 ∙ 9.81 ∙ {3.85 ∙ 2 + | ∙ 12 = 1118642 𝑁
2
A impulsão vertical terá será direita para baixo e terá intensidade:
𝐼 v = 𝐼xv − 𝐼ƒv = 379074 𝑁

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c) Como a pressão é sempre normal á superfície, a sua componente horizontal em cada
ponto da superfície do cilindro pode ser calculada como:
𝑝r = −𝑝 sin 𝜃
Onde 𝜃 representa o angulo respeito á vertical e o sinal menos é devido á convenção sobre
a orientação do eixo. Portanto os valores nos pontos A, B e C serão:
𝑝\r = −𝑝\ sin 0° = 0 𝑃𝑎
r
𝑝_ = −𝑝_ sin 90° = 38712.7 𝑃𝑎
𝑝`r = −𝑝` sin 180° = 0 𝑃𝑎

d) A componente horizontal da impulsão pode ser calculada como a impulsão que atuaria
numa superfície plana vertical igual à projeção da superfície curva num plano vertical,
portanto, indicando com 𝐴• a área da projeção:

𝐼 r = 𝛾ℎ> 𝐴• = 1025 ∙ 9.81 ∙ 3.85 ∙ 2 ∙ 12 = 929105.1 𝑁

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Problema 1.7

Considere a seguinte embarcação fluvial de transporte de água e azeite, com 30 𝑚 de


comprimento entre perpendiculares, e cujas semi-bocaduras são dadas em metros na
primeira figura.
Ao chegar ao estuário do rio, no fim da viagem, a condição de carga da embarcação é dada
na segunda figura, flutuando sem caimento. As massas específicas dos fluidos são:
Água Doce: 𝜌@ = 1000 𝑘𝑔𝑚h
Água do estuário: 𝜌ƒ = 1015 𝑘𝑔𝑚h
Azeite: 𝜌ˆ = 800 𝑘𝑔𝑚h
Óleo combustível: 𝜌‰ = 850 𝑘𝑔𝑚h

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a) Represente o diagrama de pressões hidrostáticas apenas nas chapas do costado e
fundo a um dos bordos, indicando os valores da pressão em cada ponto indicado na
figura.
b) Calcule o deslocamento da embarcação sabendo que o seu coeficiente de finura
total à linha de água no fim de viagem é igual a 𝐶_ = 0.68.
c) Calcule a nova imersão ao desembarcar a água doce dos tanques de meio-navio em
ambos os bordos, sabendo que o seu centro de volume se encontra na mesma
vertical do centro de flutuação, têm secção constante, e comprimento igual a 3.0 𝑚.
A área da figura de flutuação na condição de carga apresentada é de 254 𝑚K.
d) Diga justificando, do ponto de vista da estabilidade, qual dos fluidos deve
desembarcar primeiro, a água doce ou o azeite?

a) As pressões hidrostáticas tem de ser calculadas nos lados internos e externos dos pontos
indicados, segundo a equação 𝑝 = 𝛾Š ℎ‹ , onde 𝛾Š indica o peso especifico do fluido
interessado e ℎ‹ a imersão do ponto em consideração, sendo indicada como positiva uma
pressão dirigida pelo exterior do casco. Para os pontos C e D, onde as pressões são
diferentes nos dois lados, será indicado o fluido interno ao qual se refere. Portanto:
𝑝\ = 0 𝑃𝑎
𝑝_ = 800 ∙ 9.81 ∙ (2 + 3 − 4) = 7848 𝑃𝑎
𝑝`ˆ = 800 ∙ 9.81 ∙ 2 − 1015 ∙ 9.81 ∙ 1 = 5738.8 𝑃𝑎
𝑝`@ = 1000 ∙ 9.81 ∙ 0 − 1015 ∙ 9.81 ∙ 1 = −9957.1 𝑃𝑎
𝑝m@ = 1000 ∙ 9.81 ∙ 3 − 1015 ∙ 9.81 ∙ 4 = −10398.6 𝑃𝑎
𝑝m‰ = 𝑝Œ = 850 ∙ 9.81 ∙ 2 − 1015 ∙ 9.81 ∙ 4 = −23151.6 𝑃𝑎
b) O coeficiente de finura total é dado pela equação:

𝐶_ =
𝐿•• 𝐵𝑇
A imersão ao chegar ao estuário é 𝑇 = 4𝑚 e a boca pode ser obtida, conhecendo as semi-
bocaduras por imersões de 3𝑚 (𝐵/2 = 5.10𝑚) e de 4.5𝑚 (𝐵/2 = 5.75𝑚), por interpolação
linear como:
𝐵 4−3
= 5.10 + (5.75 − 5.10) = 5.533𝑚 → 𝐵 = 11.07𝑚
2 4.5 − 3
O volume de carena resulta:
∇= 𝐶_ 𝐿•• 𝐵𝑇 = 0.68 ∙ 30 ∙ 11.07 ∙ 4 = 903.3𝑚h
E finalmente o deslocamento:
∆= ∇γ’ = 903.3 ∙ 1015 ∙ 9.81 = 8994294 𝑁 (916.850𝑡)

c) O volume da água doce nos dois tanques pode ser calculado por integração segundo a
regra de Simpson:
0.5 1
𝑉@ = 2 ∙ 3 ∙ “ (1 ∙ 0 + 4 ∙ 2 + 1 ∙ 2.5) + (1 ∙ 2.5 + 4 ∙ 3.4 + 1 ∙ 4.1)” = 50.9𝑚h
3 3
Portanto o seu peso será igual á
𝑃@ = 𝑉@ 𝛾@ = 50.9 ∙ 1000 ∙ 9.81 = 499329 𝑁 = ∆𝑃
A correspondente perde de volume de carena será portanto igual á:
−∆P −499329
∆V = = = −50.15𝑚h
γ’ 1015 ∙ 9.81
A variação de imersão pode ser aproximada pelo valor:

15
∆V −50.15
∆𝑖 = = = −0.197𝑚
A™ 254
E a nova imersão obtém-se como:
𝑖z = 𝑖š + ∆𝑖 = 4 − 0.197 = 3.803𝑚

d) Deve-se desembarcar primeiro o azeite porque o seu centro de gravidade vertical está
acima do centro de gravidade vertical da água doce.

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Problema 1.8

Considere o seguinte cais no rio com água com massa específica de 𝜌› = 1016 𝑘𝑔/𝑚h , no
qual atracou uma barcaça com as características apresentadas na figura, para abastecer
de água doce (𝜌@ = 1000 𝑘𝑔/𝑚h ) um tanque do duplo fundo com 1.0 𝑚 de altura.
A figura mostra um corte na secção mestra da barcaça e no centro do depósito de água.
A trasfega de água para o tanque de água doce da barcaça é feita por gravidade ao abrir a
válvula do tanque. O tanque de água doce tem secção constante, tem um comprimento de
𝐿œ = 15.0 𝑚, e as semi-bocaduras são dadas na tabela.

Características da barcaça ao chegar ao cais


𝐿•• = 60.0 m
𝐵•žŸ = 12.0 m
𝐻 = 7.0 m (pontal)
𝑐š = 4.0 m (calado)
𝐴Š = 630.0 m

Semi-bocaduras
𝑧 [𝑚] 𝑦 [𝑚]
0.00 0.00
0.25 2.47
0.50 3.23
0.75 3.80
1.00 4.25

16
Sabendo que a barcaça atracou com o tanque de água doce vazio e com um calado
uniforme de 4.0 𝑚, calcule:
a) O nível de água no interior do depósito após encher completamente o tanque de
água doce (despreze o volume de água no interior do tubo do depósito e da
mangueira flexível).
b) O calado da barcaça após encher completamente o tanque de água doce.
c) As pressões hidrostáticas (em unidades do SI) nos pontos A e B, conforme a figura,
para as seguintes situações:
I. Tanque de água doce vazio e válvula do tanque fechada.
II. Tanque de água doce completamente cheio e válvula do tanque aberta.
III. Na condição de partida, após fechar a válvula do tanque, remover a
mangueira flexível e com o tanque completamente cheio.
d) Desenhe o diagrama de pressões hidrostáticas nas chapas do casco na condição
de saída do cais (tanque cheio, válvula do tanque fechada) indicando os seus valores
nos pontos significativos.

a) O volume de água “perdido” do depósito 𝑉‹ será igual ao volume total do tanque 𝑉œ que
tem de ser calculado numericamente (regra de Simpson) a partir das semi-bocaduras:
\
0.25
𝑉œ = 𝐿œ a 2𝑦 𝑑𝑧 = 15 ∙ 2 ∙ ∙ (1 ∙ 0.00 + 4 ∙ 2.47 + 2 ∙ 3.23 + 4 ∙ 3.80 + 1 ∙ 4.25) = 89.47𝑚h
_ 3

Os 4𝑚 superiores do depósito contribuem para um volume de: 𝜋 ∙ 4.5K ∙ 4 = 254.5𝑚h,


portanto o nível final da água não será inferior aos 4𝑚. Sendo assim podemos igualar os
volumes:
89.47
𝑉‹ = 𝑉œ → 𝜋𝑅K ∆𝑖ž = 89.47𝑚h → ∆ℎ = = 1.406𝑚
𝜋 ∙ 4.5K
Portanto o nível final da água será ℎ = 8 − 1.406 = 6.594𝑚.

b) O peso acrescido devido ao embarque da água doce corresponde a:


∆𝑃 = 𝑉œ 𝛾@ = 89.47 ∙ 1000 ∙ 9.81 = 877700.7 𝑘𝑔
Que, considerando o peso especifico da água do rio, tem de ser compensado para um
aumento de volume submerso de:
∆𝑃 877700.7
∆𝑉 = = = 88.06𝑚h
𝛾› 1016 ∙ 9.81
A variação de calado pode ser aproximada pelo valor:
∆V 88.06
∆𝑐 = = = 0.14𝑚
A™ 630
Chegando assim ao calado final de:
𝑐z = 𝑐š + ∆𝑐 = 4.14𝑚

c) Nos cálculos será considerada positiva uma pressão dirigida pelo interior do navio.

I. Enquanto a válvula esta fechada e o tanque vazio não há pressão hidrostática no ponto
A, ou seja 𝑝\ = 0𝑃𝑎 e no ponto B a pressão é devida apenas á pressão do fluido exterior,
sendo:
𝑝_ = 𝛾› 𝑐š = 1016 ∙ 9.81 ∙ 4 = 39868𝑃𝑎

17
II. Quando o tanque está cheio, mas a válvula ainda aberta, a profundidade dos pontos A e
B respeito ao fluido interno (água doce) tem de ter ser calculado a partir da superfície livre
no depósito, que será:
ℎ_ = 17 − 1.406 + 5 + 4.14 = 24.73𝑚
ℎ\ = ℎ_ − 1 = 23.724𝑚
A pressão hidrostática no ponto A é apenas devida ao fluido interno ao tanque, em vez no
ponto B será em parte compensada da pressão hidrostática externa ao navio, ou seja:
𝑝\ = 𝛾@ ℎ\ = 1000 ∙ 9.81 ∙ 23.724 = 232732 𝑃𝑎
𝑝_ = 𝛾› 𝑐zW 𝛾@ ℎ_ = 1016 ∙ 9.81 ∙ 4.14 − 1000 ∙ 9.81 ∙ 24.724 = −201279 𝑃𝑎

III. Finalmente, quando a válvula é fechada, a superfície livre da água no interior do tanque
coincide com limite superior do tanque, portanto as pressões resultam:
𝑝\ = 0 𝑃𝑎
𝑝_ = 𝛾› 𝑐z − 𝛾@ ℎœž§¨©y = 1016 ∙ 9.81 ∙ 4.14 − 1000 ∙ 9.81 ∙ 1 = 31453 𝑃𝑎

c) Os valores das pressões serão zero ao nível da superfície livre do rio, 𝑝_ = 31453 𝑃𝑎 já
calculado antes e no limite superior do tanque (indicado com C):
𝑝` = 𝛾› ℎ` = 1016 ∙ 9.81 ∙ (4.14 − 1) = 31296 𝑃𝑎

18
2. Teoria Metacêntrica
________________________________________________________________________________
Problema 2.1

O batelão representado na figura tem um comprimento de 𝐿 = 15𝑚, boca de 𝐵 = 4𝑚 e


deslocamento de 𝐷 = 70𝑡. A altura do centro de gravidade é 𝐾𝐺 = 1.5𝑚.
Qual a sua altura metacêntrica transversal em água salgada?

A altura metacêntrica transversal é dada pela equação:


𝐺𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − 𝐾𝐺
onde 𝐶 é o centro de carena.
O primeiro passo é a identificação da imersão correspondente á um deslocamento de 70𝑡,
ou seja á um volume de carena igual á:
𝐷 70000
∇= = = 68.28𝑚h
𝜌 1025
O volume de carena pode ser calculado como:
3
∇= 𝐿𝐵𝑖 + 𝐵𝑖 K = 36𝑖 + 4𝑖 K
5
Portanto a imersão encontra-se resolvendo e equação 4𝑖 K + 36𝑖 − 68.28 = 0 que tem uma
solução negativa (𝑖 = −10.609𝑚) que não tem significado físico e uma solução aceitável
𝑖 = 1.609𝑚
Sabendo que o centro da porção central do batelão coloca-se á uma altura de 𝑖/2 e o das
duas extremidades a uma altura de 2/3𝑖, a altura do centro de carena calcula-se como:
3
¬5 𝐿𝐵𝑖- 𝑖/2 + (𝐵𝑖 K )2/3𝑖
𝐾𝐶 = = 0.845𝑚

A equação que fornece o raio metacêntrico transversal é:
𝐼ŸŸ
𝐶𝑀« =

Onde 𝐼ŸŸ é o momento de inercia da área de flutuação. Sabendo que o comprimento da
área de flutuação corresponde a:
3
𝐿Š = 𝐿 + 2𝑖 = 12.218𝑚
5

19
Sendo a área de flutuação retangular, o momento de inercia será:
𝐿Š 𝐵h
𝐼ŸŸ = = 65.163𝑚C
12
Portanto o raio metacêntrico resulta:
𝐼ŸŸ 65.163
𝐶𝑀« = = = 0.954𝑚
∇ 68.28
Finalmente obtém-se a altura metacêntrica a partir da equação inicial como:
𝐺𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − 𝐾𝐺 = 0.845 + 0.954 − 1.5 = 0.299𝑚

________________________________________________________________________________
Problema 2.2

A figura representa uma plataforma semi-submersível de prospeção de nafta. Esta


plataforma possui um deslocamento leve de 900𝑡 e a sua altura do centro de gravidade é
de 5.0𝑚. A plataforma foi construída no estuário de um rio e pretende-se transportá-la para
o mar cuja água tem um peso específico de 1.025𝑡/𝑚h .

a) Verifique se esta plataforma poderá flutuar na água doce do rio, tendo este 11.0𝑚
de profundidade.
b) Na situação de mar aberto, verifique se a plataforma é estável.

20
c) Na condição de trabalho é possível armazenar nos flutuadores submersos nafta
com um peso específico de 0.7𝑡/𝑚h . Verifique se a plataforma se mantém estável
quando os reservatórios submersos se encontram cheios.

?@A
Nota: o momento de inércia de uma secção circular é 𝐼>> = BC
.

a) O deslocamento de 900𝑡 corresponde a um volume de carena, em água doce, de


900/1.000 = 900𝑚h. Os flutuadores submersos só contribuem por uma parte da
impulsão necessária, tendo um volume de:
𝑉Šƒ = 2 ∙ 18 ∙ 4 ∙ 4 = 576𝑚h
Portanto o volume submerso dos pilares terá de corresponder á 900 − 576 = 324𝑚h ,
que pode ser calculado como:
𝑉‹ = 4 ∙ 𝜋 ∙ 2K ∙ ℎ
Sendo ℎ = 𝑖 − 4. Obtém-se que:
324
ℎ= = 6.446𝑚h → 𝑖 = 10.446𝑚h
4 ∙ 𝜋 ∙ 2K
Conclui-se que a plataforma pode flutuar na água doce do rio.

b) A plataforma será estável se:


ddddd
𝐺𝑀« > 0
Sendo que a altura metacêntrica ddddd
𝐺𝑀« pode ser calculada como:
ddddd
𝐺𝑀« = dddd
𝐾𝐶 + ddddd
𝐶𝑀 − dddd
𝐾𝐺
O volume de carena em mar aberto será:
900
∇•ž› = = 878𝑚h
1.025
Por causa desta variação de volume submerso, a imersão também diminui,
considerando que os flutuadores fiquem completamente submerso, o contributo do
volume dos pilares terá neste caso de ser de 878 − 576 = 302𝑚h, portanto:
302
𝑖•ž› = 4 + = 10𝑚
4 ∙ 𝜋 ∙ 2K
O mesmo resultado podia ser obtido por meio do deslocamento unitário
𝛾𝐴Š 1000 ∙ 4 ∙ 𝜋 ∙ 2K
𝐷© = = = 0.503𝑡/𝑐𝑚
100 100
Sendo a variação de imersão na passagem á agua salgada do mar dada por:
𝐷 𝛾š 900 1000
∆𝑖 = • − 1‚ = • − 1‚ = −43.67𝑐𝑚
𝐷© 𝛾z 0.515 1025
Sabendo o valor da imersão, a posição vertical do centro de carena calcula-se a
partir dos momentos do volume:
𝑉 dddd
𝐾𝐶 + 𝑉‹ dddd
𝐾𝐶‹ 576 ∙ 2 + 302 ∙ (4 + 3)
dddd = ƒŠ Šƒ
𝐾𝐶 = = 3.72𝑚
𝑉•ž› 878
Para o calculo do raio metacêntrico é necessário saber o momento de inercia da
figura de flutuação respeito ao eixo passante pelo centro da figura, ou seja neste
caso pelo centro de simetria. Indicando com 𝐼« o momento de transporte:
𝜋 ∙ 4K
𝐼ŸŸ = 𝐼>> + 𝐼« = 4 t + (𝜋 ∙ 2K ) ∙ 5K u = 1306.9𝑚C
64

21
Segue o raio metacêntrico ser:
𝐼ŸŸ
ddddd
𝐶𝑀« = = 1.488𝑚
𝑉•ž›
Resultando assim numa condição de estabilidade, sendo:
ddddd« = 𝐾𝐶
𝐺𝑀 dddd + 𝐶𝑀
ddddd − 𝐾𝐺
dddd = 3.72 + 1.488 − 5.0 = 0.208𝑚 > 0

c) Ao encher os flutuadores submersos de nafta, há um aumento do peso da


plataforma igual a:
∆𝑃 = 𝑉Šƒ 𝛾§žŠœž = 576 ∙ 0.7 = 403.2𝑡 (= 3955.4𝑁)
Com um novo volume de carena de 𝑉z = 878 + 403.2/1.025 = 1271.4𝑚h .
O deslocamento unitário no mar será:
𝛾•ž› 𝐴Š
𝐷© = = 0.515𝑡/𝑐𝑚
100
Portanto a nova imersão fica:
∆𝑃 403.2
𝑖z = 𝑖š + ∆𝑖 = 𝑖š + = 10 + /100 = 17.826𝑚
𝐷© 0.515
Como a plataforma subiu uma variação de peso e (consequentemente) de volume
submerso, os novos valores da altura do centro de gravidade e do centro de
carena, e do raio metacêntrico tem portanto de ser calculados:
dddd
𝐾𝐺š 𝐷 + dddd
𝐾𝐺§žŠœž ∆𝑃
dddd
𝐾𝐺z = = 4.07𝑚
𝐷 + ∆𝑃
𝑉ƒŠ dddd
𝐾𝐶Šƒ + 𝑉‹ dddd
𝐾𝐶‹ 576 ∙ 2 + (1271.4 − 576) ∙ (4 + 13.826/2)
dddd
𝐾𝐶 = = = 6.875𝑚
𝑉z 1271.4
𝐼ŸŸ 1306.9
ddddd« =
𝐶𝑀 = = 1.028𝑚
𝑉z 1271.4
Chegando ao valor da altura metacêntrica de:
ddddd
𝐺𝑀« = dddd
𝐾𝐶 + ddddd
𝐶𝑀 − dddd
𝐾𝐺 = 3.83𝑚 > 0
Portanto a plataforma mantem-se estável.

________________________________________________________________________________
Problema 2.3

Um corpo flutuante paralelepípedo tem comprimento de 20𝑚, boca de 4𝑚 e imersão


máxima de 6𝑚.
Calcule a expressão da altura do metacentro
transversal (𝐾𝑀« ) em função da imersão, faça a sua
representação gráfica.
𝐵h 𝐿
𝑖 𝑖 1.33
𝐾𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« = + 12 = +
2 𝐿𝐵𝑖 2 𝑖
Na figura ao lado é representado o andamento de
𝐾𝑀« em função da imersão.

22
________________________________________________________________________________
Problema 2.4

O catamaran da figura tem 20 𝑚 de comprimento, 𝐷 = 6 𝑚 de pontal de construção e a


boca de cada flutuador é de 4 𝑚. Os flutuadores são prismas triangulares e simétricos.

a) Calcule a expressão da altura do metacentro transversal (𝐾𝑀« ) em função da


imersão, faça a sua representação gráfica e explique o seu comportamento.
b) Para que valores da ordenada vertical do centro de gravidade perde o catamaran o
equilíbrio estável se a imersão for de 2 𝑚.

a) A altura do metacentro é dada pela suma da altura do centro de carena e do raio


metacêntrico:
𝐾𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀«
A altura do centro de carena em depende da imersão, sendo calculado como:
x x 𝑧 𝐿2𝐵 x K
∫š 𝑧𝐴Š (𝑧)𝑑𝑧 ∫š 𝑧𝐿2𝐵 𝐷 𝑑𝑧 𝐷 ∫š 𝑧 𝑑𝑧 𝑖 h /3 2
𝐾𝐶 (𝑖 ) = x = x 𝑧 = = K = 𝑖
∫š 𝐴Š (𝑧)𝑑𝑧 ∫š 𝐿2𝐵 𝐷 𝑑𝑧 𝐿2𝐵 x 𝑖 /2 3
𝐷 š∫ 𝑧𝑑𝑧

O raio metacêntrico também depende da imersão e se calcula como:


𝑖 h
¬𝐵 𝐷- 𝐿 𝑖
2 ¯ 12 + 4K 𝐿𝐵 𝐷°
𝐼ŸŸ (𝑖 ) 32
𝐶𝑀« (𝑖 ) = = = 0.0741𝑖 +
∇(𝑖 ) 𝐿2𝐵 𝑖 K 𝑖
𝐷 2
Substituindo:
2 32 32
𝐾𝑀« (𝑖 ) = 𝑖 + 0.0741𝑖 + = 0.74𝑖 +
3 𝑖 𝑖
Na figura em baixo é representado o andamento de 𝐾𝑀« em função da imersão.

23
b) A uma imersão de 2𝑚, o 𝐾𝑀« resulta ser:
32
𝐾𝑀« (2) = 0.74 ∙ 2 +
= 17.48𝑚
2
Portanto a altura do centro de gravidade terá de ultrapassar este valor para o
catamaran ficar estável.

________________________________________________________________________________
Problema 2.5

Um navio com 63𝑚 de comprimento entre perpendiculares e 3400𝑡 de deslocamento, flutua


a uma imersão uniforme de 4𝑚 em água salgada. A figura de flutuação com as ordenadas
igualmente espaçadas possui as seguintes semi-bocaduras:

Secção PPAR 1 2 3 4 5 6 PPAV


y [m] 0.41 9.10 10.42 10.53 8.80 6.42 3.54 0.0

a) Calcule o deslocamento unitário.


b) Considere a coordenada vertical do centro de querena igual a 0.55 do valor da
imersão. Diga a partir de que valor da coordenada vertical do centro de gravidade o
navio fica instável.
c) Diga qual o valor do caimento e das imersões nas perpendiculares se embarcarmos
um peso de 40𝑡 na secção 5.
a) A equação do deslocamento unitário é:
𝜌𝐴Š
𝐷© =
100
Será portanto necessário calcular a área de flutuação a partir das semi-bocaduras
com um método de integração numérica. O intervalo entre as secções será
ℎ = 63/7 = 9𝑚
Como o número de intervalos é 7, será necessário dividir a integração em duas
partes:
Ÿ±±²³
𝐴Š = 2 a 𝑦 𝑑𝑥
Ÿ±±²´

3 3.54 ∙ 9
= 2 “ ∙ 9 ∙ (0.41 + 3 ∙ 9.1 + 3 ∙ 10.42 + 2 ∙ 10.53 + 3 ∙ 8.8 + 3 ∙ 6.42 + 3.54) + ”
8 2
= 904.16𝑚K

24
Substituindo o valor da área de flutuação, o deslocamento unitário resulta:
1.025 ∙ 904.16
𝐷© = = 9.268𝑡/𝑐𝑚
100

b) O navio ficara instável quando a altura metacêntrica transversal acaba por ser
negativa, ou seja:
𝐺𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − 𝐾𝐺 < 0 → 𝐾𝐺 > 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀«
Para o calculo do raio metacêntrico 𝐶𝑀« é preciso calcular antes o momento de
inercia da figura de flutuação em relação ao eixo 𝑥, a partir das semi-bocaduras da
figura de flutuação este pode ser obtido por integração numérica como:
2 Ÿ±±²³ h
𝐼ŸŸ = a 𝑦 𝑑𝑥
3 Ÿ±±²´
2 3
= t ∙ 9 ∙ (0.41h + 3 ∙ 9.1h + 3 ∙ 10.42h + 2 ∙ 10.53h + 3 ∙ 8.8h + 3 ∙ 6.42h + 3.54h )
3 8
3.54h ∙ 9
+ u = 24596.5𝑚C
2
m hCšš
O volume de carena obtém-se do deslocamento como ∇= ¶ = z.šKX = 3317.1𝑚h,
resultando assim num raio metacêntrica igual á:
𝐼ŸŸ
𝐶𝑀« = = 7.415𝑚

Logo, para que o navio fica instável se:
𝐺𝑀« > 0.55 ∙ 4 + 7.415 = 9.615𝑚

c) Um embarque de peso na vertical do centro de flutuação determina apenas um


aumento de imersão igual á:
∆𝑃 40
∆𝑖z = = = 4.32𝑐𝑚 = 0.0432𝑚
𝐷© 9.268
O momento inclinante devido ao embarque de peso pode ser calculado como o
produto do peso embarcado pela distancia entre o ponto de embarque e o centro de
flutuação, sendo a distancia do centro de flutuação da PPAR calculada por
integração numérica como:
2 Ÿ±±²³
𝑥· = a 𝑥𝑦 𝑑𝑥
𝐴Š Ÿ±±²´
2 3
= “ ∙9
𝐴Š 8
∙ (0 ∙ 0.41 + 3 ∙ 9 ∙ 9.1 + 3 ∙ 18 ∙ 10.42 + 2 ∙ 27 ∙ 10.53 + 3 ∙ 36 ∙ 8.8 + 3 ∙ 45 ∙ 6.42 + 54
54 ∙ 3.54 ∙ 9 24570.9
∙ 3.54) + ”= = 27.175 𝑚
2 904.16
Ou seja 6.86%𝐿•• a ré do meio-navio.
A secção 5 encontra-se a uma distancia de 9 ∙ 5 = 45𝑚 da PPAR, portanto a 45 −
27.175 = 17.82𝑚 do centro de flutuação. Logo o momento inclinante devido ao
embarque de peso será:
𝑀Y = ∆𝑃(𝑥• − 𝑥· ) = 40 ∙ 17.82 = 712.98𝑡𝑚
O calculo do caimento é imediato uma vez que o momento de caimento unitário é
noto, sendo:

25
𝐼¹¹ 𝜌
𝑀© =
100𝐿••
Onde o momento de inercia da figura de flutuação é calculado por integração
numérica (sendo 𝑥º agora a coordenada respeito ao centro de flutuação) como:
Ÿ±±²³
𝐼¹¹ = 2 a 𝑥ºK 𝑦 𝑑𝑥
Ÿ±±²´

3
= 2t ∙9
8
∙ ((−27.18)K ∙ 0.41 + 3 ∙ (−18.18)K ∙ 9.1 + 3 ∙ (−9.18)K ∙ 10.42 + 2 ∙ (−0.18)K ∙ 10.53
26.82K ∙ 3.54 ∙ 9
+ 3 ∙ (8.82)K ∙ 8.8 + 3 ∙ (17.82)K ∙ 6.42 + (26.82)K ∙ 3.54) + u=
2
= 175987.4 𝑚C
Portanto 𝑀© = 175987.4 ∙ 1.025/(100 ∙ 63) = 28.63𝑡𝑚/𝑐𝑚 e o caimento resulta:
𝑀Y 712.98
𝑑= = = 24.9𝑐𝑚 = 0.249𝑚
𝑀© 28.63
As variações de imersões nas perpendiculares resultam:
(𝑥\» − 𝑥· ) (−27.18)
∆𝑖\» = ∆𝑖z + 𝑑 = 0.0432 + 0.249 = −0.064𝑚 → 𝑖\» = 3.936𝑚
𝐿•• 63
(𝑥\v − 𝑥· ) (35.82)
∆𝑖\v = ∆𝑖z + 𝑑 = 0.0432 + 0.249 = 0.185𝑚 → 𝑖\v = 4.185𝑚
𝐿•• 63

________________________________________________________________________________
Problema 2.6

Calcule a variação da altura metacêntrica devido ao embarque de um peso de 152𝑡, cujo


centro de gravidade vertical está localizado 11𝑚 acima da linha base e na vertical do centro
de flutuação, numa fragata cujas características hidrostáticas antes do embarque do peso
são as seguintes:

𝐷š (𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜) = 2743 𝑡
𝐷© (𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜) = 7.2 𝑡/𝑐𝑚
𝑇š (𝑖𝑚𝑒𝑟𝑠ã𝑜) = 4.27 𝑚
𝐾𝐺š (𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙) = 6.49 𝑚
𝐾𝐶š (𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑒𝑛𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 ) = 2.5 𝑚
𝐶𝑀« š (𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑚𝑒𝑡𝑎𝑐ê𝑛𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙) = 5.64 𝑚

A variação da altura metacêntrica é causada por uma variação da altura do centro de


gravidade, da altura do centro de carena e do raio metacêntrico.
Como o centro de gravidade do peso está localizado acima do centro de gravidade inicial
do navio, este subirá, chegando a uma altura de:
𝐾𝐺 ∙ 𝐷š + 𝐾𝐺• ∙ ∆𝑃 6.49 ∙ 2743 + 11 ∙ 152
𝐾𝐺z = = = 6.73𝑚 → 𝛿𝐾𝐺 = 0.24𝑚
𝐷š + ∆𝑃 2743 + 152
O volume de carena adicional necessário para suportar o peso embarcado é:
∆𝑃 152
∆∇= = = 148.3𝑚h
𝜌 1.025

26
A variação de imersão obtém-se como:
∆𝑃 152
∆𝑖 = = = 21𝑐𝑚 = 0.21𝑚
𝐷© 7.2
Assumindo a figura de flutuação não subir variações significativas, o centro do volume
adicional considera-se localizado a metade da sobre-imersão, portanto a altura final do
centro de carena calcula-se como:
∆𝑖 0.21
∇š 𝐾𝐶š + ∆∇ ¬𝑖 + 2 - 2676.1 ∙ 2.5 + 148.3 ∙ ¬4.27 + 2 -
𝐾𝐶z = = 2.598𝑚
∇š + ∆∇ 2676.1 + 148.3

𝛿𝐾𝐶 = 0.098𝑚
Sendo ∇š = 𝐷š /1.025 = 2676.1𝑚h .
Como a figura de flutuação é considerada constante, também o seu momento de inercia
relativamente ao eixo x será constante e pode ser obtido como:
𝐼ŸŸ = 𝐶𝑀« š ∇š = 5.64 ∙ 2676.1 = 15093.2𝑚C
Portanto o raio metacêntrico final será:
𝐼ŸŸ 15093.2
𝐶𝑀« z = = = 5.34𝑚 → 𝛿𝐶𝑀« = −0.3𝑚
∇š + ∆∇ 2676.1 + 148.3
A variação da altura metacêntrica após o embarque do peso fica logo:
𝛿𝐺𝑀« = 𝛿𝐾𝐶 + 𝛿𝐶𝑀« − 𝛿𝐾𝐺 = 0.098 − 0.3 − 0.24 = −0.442𝑚

________________________________________________________________________________
Problema 2.7

Um navio com deslocamento de 22600 𝑡, e com centro de gravidade localizado a 8.2 𝑚


acima da linha base, desembarca 3000 𝑡 de lastro com o centro de gravidade a 2.0 𝑚
acima da linha base. Posteriormente embarca 11400 𝑡 de carga a um 𝐾𝐺̅̅=7.8 ̅ 𝑚. Calcule
o centro de gravidade vertical de uma carga de 1200 𝑡 que terá que ser embarcada para
que a altura metacêntrica transversal final do navio não seja inferior a 0.5 𝑚, sabendo que
a altura do metacentro é igual a 9.0 𝑚.

O deslocamento após desembarque do lastro e embarque da carga fica:

𝐷z = 22600 − 3000 + 11400 = 31000𝑡

e a nova altura do centro de gravidade:

22600 ∙ 8.2 − 3000 ∙ 2.0 + 11400 ∙ 7.8


𝐾𝐺z = = 8.653𝑚
31000

Vem aqui depreciada a variação do 𝐾𝑀« . Tal aproximação é feita por falta do gráfico das
carenas diretas ou de outra informações uteis para calcular a variação da posição do
centro de carena e do metacêntro, mas em geral 𝐾𝑀« com o embarque (ou
desembarque) de peso.
Portanto a variação do centro de gravidade para que a altura metacêntrica transversal
final do navio não seja inferior a 0.5 𝑚 deverá ser:

𝛿𝐾𝐺 = 𝐾𝐺•žŸ − 𝐾𝐺z = (𝐾𝑀« − 𝐺𝑀« ) − 𝐾𝐺z = 9.0 − 0.5 − 8.653 = −0.153𝑚

27
Sabendo que a variação do 𝐾𝐺 do navio devido a um embarque de peso 𝑃 é dada por:

𝑃(𝐾𝐺• − 𝐾𝐺§žÉx‰ )
𝛿𝐾𝐺 =
𝐷§žÉx‰
A altura do centro de gravidade do peso adicional pode ser calculada como:
∆𝛿𝐾𝐺 31000 ∙ (−0.153)
𝐾𝐺• = 𝐾𝐺z + = 8.653 + = 4.55𝑚
𝑃 1200

________________________________________________________________________________
Problema 2.8

Um navio tem caimento de construção a ré de 1.2 𝑚 e flutua com os calados 𝐴𝑉 e 𝐴𝑅 de


2.92 𝑚 e 3.72 𝑚, respetivamente. O seu centro de gravidade está a 4.12 𝑚 acima da linha
base.
Calcule a sua altura metacêntrica, o ângulo de inclinação, o caimento, e os novos calados
nas perpendiculares, quando um peso de 40 𝑡 é deslocado de um ponto situado a 21.1 𝑚
a vante de meio navio, 1.2 𝑚 a 𝐸𝐵 e a 2.0 𝑚 de altura, para outro situado a 17.5 𝑚 a ré de
meio-navio, 2.3 𝑚 a 𝐵𝐵 e 6.0 𝑚 de altura.
O gráfico das carenas diretas é reportado na figura em baixo.

O gráfico de carenas diretas reporta varias quantidades em relação ao calado a meio da


carena sem caimento. Quando a carena tem caimento, a rotação vai ser a torno do centro
de flutuação. Por esta razão o calado da carena inclinada longitudinalmente terá de ser

28
calculado na coordenada longitudinal do centro de flutuação sendo assim o correspondente
ao calado a meio (ou seja para o qual não há variação de volume), dito calado isocarenico.
É possível verificar que o navio está a navegar, na condição inicial, com um caimento a
vante, sendo:
𝑑 = 𝑐\v − 𝑐\» − 𝑑q = 2.92 − 3.72 − (−1.2) = 0.4𝑚

O calado meio obtém-se como média dos calados AV e AR:


𝑐\v + 𝑐\» 2.92 + 3.72
𝑐• = = = 3.32𝑚
2 2
Do gráfico das carenas diretas podemos retirar o valor da coordenada longitudinal do centro
de flutuação correspondente ao calado a meio. Sendo que no GCD resulta cerca de 8cm a
ré da PPAR, e que está referido que 1cm no GCD corresponde á 0.5m no navio,
𝐿𝐶𝐹qË = −4.0𝑚
Por esta imersão o calado isocarenico resulta:
Î
𝑑 0.4
𝑐YÌÍ = 𝑐• + 𝐿𝐶𝐹qË = 3.32 + ∙ (−4) = 3.02𝑚
𝐿•• 88
A coordenada do centro de flutuação correspondente a imersão isocarenica será um pouco
diferente daquela agora calculada (correspondente á imersão média). Portanto é
Î
recomendável retirar do GCD um novo valor do LCF correspondente ao 𝑐YÌÍ , sendo
𝐿𝐶𝐹qÏÐÑ
Ò = −3.8𝑚
Recalculando o calado isocarenico resulta:
𝑑 0.4
𝑐YÌÍ = 𝑐• + 𝐿𝐶𝐹qÏÐÑ
Ò = 3.32 + ∙ (−3.8) = 3.03𝑚
𝐿•• 88
Sendo pouco diferente do valor obtido na primeira estimativa.
Com este valor é agora possível retirar do gráfico de carenas diretas as seguintes
informações:
œ
Deslocamento: ∆(𝑐YÌÍ ) = 17𝑐𝑚 ∙ 100 q• = 1700𝑡

Altura do metacentro: 𝐾𝑀« (𝑐YÌÍ ) = 24𝑐𝑚 ∙ 0.2 q• = 4.8𝑚
œ•/q•
Momento de caimento unitário: 𝑀© (𝑐YÌÍ ) = 16.5𝑐𝑚 ∙ 2 q•
= 33𝑡𝑚/𝑐𝑚

Efeitos da movimentação do peso:

1) Variação da altura do centro de gravidade.


O centro de gravidade subirá de uma quantidade proporcional á entidade do peso, á
sua movimentação vertical, e inversamente proporcional ao deslocamento do navio,
sendo
Ó𝑧• K − 𝑧•Ô Õ𝑃
𝛿𝐾𝐺 = = 0.094𝑚

Resultando numa altura metacêntrica transversal de:
𝐺𝑀« = 𝐾𝑀« − (𝐾𝐺 + 𝛿𝐾𝐺) = 4.8 − (4.2 + 0.094) = 0.586𝑚

2) Adornamento.
O momento inclinante transversal 𝑀Y = Ó𝑦• K − 𝑦•Ô Õ𝑃 causado da movimentação
transversal do peso resulta num novo equilibro as inclinações transversais calculado
como:
Ó𝑦• K − 𝑦•Ô Õ𝑃 (2.3 + 1.2) ∙ 40
tan 𝜃 = = = 0.1406 → 𝜃 ≅ 8𝑑𝑒𝑔
∆𝐺𝑀« 1700 ∙ 0.586

29
3) Caimento.
O momento inclinante causado da movimentação longitudinal do peso resulta
𝑀Y = Ó𝑥• K − 𝑥•Ô Õ𝑃 = −1544𝑡𝑚
A aplicação deste momento causa uma variação de caimento proporcional ao
momento aplicado e inversamente proporcional ao momento de caimento unitário,
resultando em:
𝑀Y −1544
𝛿𝑑 = = = −46.8𝑐𝑚
𝑀© 33
Portanto o caimento final será:
𝑑Š = 𝑑 + 𝛿𝑑 = 0.4 − 0.468 = −0.068𝑚
O calado final em qualquer ponto com coordenada longitudinal 𝑥 alongo do navio
com calado inicial 𝑐Ÿ pode ser calculado como:
(𝑥 − 𝑥 · )
𝑐Ÿ× = 𝑐Ÿ + 𝛿𝑑
𝐿••
Nas perpendiculares este resulta:
(𝑥••\v − 𝑥· ) 88/2 − 3.8
𝑐••\v× = 𝑐••\v + 𝛿𝑑 = 2.92 + (−0.468) = 2.71𝑚
𝐿•• 88
(𝑥••\» − 𝑥· ) −88/2 − 3.8
𝑐••\»× = 𝑐••\» + 𝛿𝑑 = 2.92 + (−0.468) = 3.97𝑚
𝐿•• 88

________________________________________________________________________________
Problema 2.9

Considere o navio cuja tabela de carenas diretas (TCD) é fornecida em baixo, e que flutua
na seguinte condição:
𝑖••\» = 4.1 𝑚
𝑖••\v = 3.8 𝑚
𝐾𝐺 = 8.0 𝑚
𝐿𝐶𝐺 = 3.5 𝑚 AR de meio-navio

a) Calcule o deslocamento unitário em água salgada e a posição longitudinal do centro


de flutuação do navio para uma linha de água dada pelas seguintes semi-bocaduras
uniformemente espaçadas:

b) Calcule o deslocamento correto do navio para as imersões acima indicadas e


verifique se o navio é estável nesta condição de carga.

c) Calcule, aplicando a teoria metacêntrica, as imersões nas perpendiculares do navio


após embarcar um peso de 120 𝑡 num ponto situado 70 𝑚 a vante da 𝑃𝑃𝐴𝑅.

30
a) A área de flutuação obtém-se por integração das semi-bocaduras no comprimento
do navio, a qual resolução (não reportada nos detalhes) é feita numericamente
segundo a primeira regra de Simpson:
𝐴Š = 2 a 𝑦𝑑𝑥 = 2220.1𝑚K
Logo o deslocamento unitário resulta:
𝜌𝐴Š
𝐷© = = 22.76𝑡/𝑐𝑚
100
O a coordenada longitudinal do centro de flutuação, respeito á perpendicular AR,
encontra-se por equilíbrio dos momentos estáticos da área:
2 ∫ 𝑦𝑥𝑑𝑥 𝐿••
𝑥· = = 57.54𝑚 → 𝐿𝐶𝐹 = 𝑥· − = −7.06𝑚
𝐴Š 2

b) O deslocamento pode ser retirado da TCD uma vez que seja nota a imersão
isocarenica. Esta, pode ser calculada a partir da imersão media como:
𝑑
𝑖YÌÍ = 𝑖• + 𝐿𝐶𝐹
𝐿‹‹
Onde 𝑑 = 𝑖••\v − 𝑖••\» = −0.3𝑚 é o caimento do navio, a imersão média 𝑖• =
(𝑖••\v − 𝑖••\» )/2 = 3.95𝑚 e um valor aproximado do 𝐿𝐶𝐹, correspondente a uma
carena direta com imersão igual á imersão média, pode ser obtido da TCD por
interpolação a partir do valor de 𝑖• como:
3.95 − 3.9
𝐿𝐶𝐹′ = −4.329 + (−4.446 + 4.329) = −4.3875𝑚
4.0 − 3.9

31
Logo uma primeira estimativa da imersão isocarenica resulta:
Î
(−0.3)
𝑖YÌÍ = 3.95 + (−4.3875) = 3.9601𝑚
129.2
Para obter uma estimativa mais correta é possível retirar da TCD um valor da
coordenada longitudinal do centro de flutuação mais próximo ao real considerando
a imersão isocarenica agora calculada, ou seja:
3.9601 − 3.9
𝐿𝐶𝐹 = −4.329 + (−4.446 + 4.329) = −4.3994𝑚
4.0 − 3.9
E assim recalcular a imersão isocarenica:
(−0.3)
𝑖YÌÍ = 3.95 + (−4.3994) = 3.9602𝑚
129.2
Î
a qual difere muito pouco 𝑖YÌÍ anteriormente estimada.
Finalmente o deslocamento e a altura do metacêntro podem ser retirados da TCD
por interpolação como:
3.9602 − 3.9
∆= 5437.94 + (5618.98 − 5437.94) = 5546.95𝑡
4.0 − 3.9
3.9602 − 3.9
𝐾𝑀« = 10.31 + (10.221 − 10.31) = 10.256𝑚
4.0 − 3.9
Logo a altura metecêntrica 𝐺𝑀« = 𝐾𝑀« − 𝐾𝐺 = 10.256 − 8 = 2.256𝑚 > 0, portanto
esta condição de carga é estável.

c) A resolução do problema pode ser dividas em duas fases.

1. Sendo o peso embarcado inferior a 6% do deslocamento, embarque num ponto


situado na vertical do centro de flutuação, o qual vai apenas gerar uma sobre
imersão proporcional ao peso embarcado e inversamente proporcional ao
deslocamento unitário do navio. Este pode ser retirado da TCD como:
3.9602 − 3.9
𝐷© = 18.01 + (18.18 − 18.01) = 18.11𝑡/𝑐𝑚
4.0 − 3.9
Logo a sobre imersão será:
𝑃 120
∆𝑖 = = = 6.6𝑐𝑚
𝐷© 18.11

2. a movimentação longitudinal do peso para a sua localização final, que vai gerar
um caimento que será proporcional ao momento inclinante longitudinal causado
pela movimentação e inversamente proporcional ao momento de caimento
unitário. O momento inclinante longitudinal resulta:
129.2
𝑀Y = 𝑃(𝑥• − 𝑥· ) = 120 ∙ “70 − • − 4.3994‚” = 1175.93𝑡𝑚
2
O momento de caimento unitário, pode ser retirado da TCD nas unidades [𝑡𝑚/°],
resultando:
3.9602 − 3.9
𝑀© = 25566 + (26154 − 25566) = 25920𝑡/𝑐𝑚
4.0 − 3.9
Portanto variação de inclinação e de caimento causados pela movimentação
será:
𝑀Y 1175.93
𝛿𝜃Ù = = = 0.0454° → 𝛿𝑑 = 𝐿•• tan 𝜃Ù = 10.23𝑐𝑚
𝑀© 25920
Resultando num caimento total (que inclue o caimento inicial de 0.3𝑚 a ré) de
𝑑Šx§žÚ = 𝑑 + 𝛿𝑑 = −0.3 + 0.1023 = −0.1977𝑚

Finalmente as imersão na PPAV pode ser calculada como:

32
𝑖••\v×ÛÜÝÞ = 𝑖••\v + ∆𝑖 + (𝑥••\v − 𝑥· ) tan 𝜃Ù
= 3.8 + 0.066 + (129.2/2 + 4.3994) tan 0.000792 = 3.92𝑚
A imersão na PPAR pode ser calculada com a mesma equação, ou mais
simplesmente como:
𝑖••\»×ÛÜÝÞ = 𝑖••\v×ÛÜÝÞ − 𝑑 = 3.92 + 0.1977 = 4.12𝑚

________________________________________________________________________________
Problema 2.10

Um navio com 180 𝑚 de comprimento entre perpendiculares, flutua com calados de 7.0 𝑚
e 8.0 𝑚 a vante e a ré respetivamente. Calcule a distribuição duma carga de 600 𝑡 (inferior
a 6% do deslocamento do navio) entre o compartimento 1 cujo centro de gravidade
longitudinal (𝐿𝐶𝐺z ) se situa a 75 𝑚 a vante da perpendicular de ré, e o compartimento 2
com o 𝐿𝐶𝐺K a 130.0 𝑚 a vante da perpendicular de ré, para que o navio mantenha o calado
a ré constante. Indique o calado final a vante. Do Gráfico de Carenas Direitas (GCD) vem
que:

𝐷© = 23 𝑡/𝑐𝑚
𝑀© = 180 𝑡𝑚/𝑐𝑚
𝑥· = 92 𝑚 a vante da PPAR

O efeito do embarque do peso, assumindo inicialmente localizado na vertical do centro de


flutuação, é uma sobre imersão calculada como:
𝑃 600
∆𝑖 = = = 26.09𝑐𝑚
𝐷© 23
Indicando com 𝑃z o peso da carga no primeiro compartimento e 𝑃K = 𝑃 − 𝑃z o peso da carga
nos segundo, o momento inclinante gerado será:
𝑀Y = 𝑃z (LCGz − 𝑥· ) + 𝑃K (LCGK − 𝑥· ) = 𝑃z (LCGz − 𝑥· ) + (𝑃 − 𝑃z )(LCGK − 𝑥· )
= 𝑃z (LCGz − LCGK ) + 𝑃(LCGK − 𝑥· ) = 𝑃z (75 − 130) + 600(130 − 92)
= 22800 − 55𝑃z
A variação de caimento causada pelo momento inclinante será:
𝑀Y 22800 − 55𝑃z
𝛿𝑑 = =
𝑀© 180
Finalmente a variação de imersão na PPAR, que tem de ser nula, calcula-se como:
𝑥••\» − 𝑋· 22800 − 55𝑃z (−92)
𝛿𝑐••\» = ∆𝑖 + 𝑑 = 26.09 + = 65.002 − 0.15617𝑃z = 0
𝐿•• 180 180

−38.654
𝑃z = = 247.5𝑡
0.15617
Resultando portanto 𝑃K = 600 − 𝑃z = 352.5𝑡.
Substituindo o valor de 𝑃z ao calculo do caimento resulta 𝑑 = 51𝑐𝑚
O calado final na PPAV pode ser calculado como:
𝑐••\v×ÛÜÝÞ = 𝑐••\v + 𝛿𝑑 = 7 + 0.5104 = 7.51𝑚

33
________________________________________________________________________________
Problema 2.11

Uma grua flutuante com um deslocamento de 1135 𝑡 e altura metacêntrica igual a 2.5 𝑚,
desloca um peso de 50 𝑡 para o cais, localizado inicialmente ao centro, 2 𝑚 acima do
convés.
O alcance máximo do guindaste é de 6 𝑚 e a altura do ponto de suspensão em relação ao
convés é de 10 𝑚.
Calcule o ângulo de inclinação transversal quando o peso está suspenso no guindaste ao
alcance máximo pelo través.

O ângulo de inclinação transversal encontra-se resolvendo a equação:


𝑃𝛿𝑦
tan 𝜃« =
∆𝐺𝑀«
No instante que a grua eleva o peso, a altura metacêntrica muda por causa da suspensão
e de tal peso. Isto porque a aplicação do peso passa do ponto de apoio, localizado 2m
acima do convés, para o ponto de suspensão, localizado 10 m acima do convés. Portanto
a variação do centro de gravidade do navio será:
𝑃𝛿𝑧• 50 ∙ 8
𝛿𝐾𝐺 = = = 0.352𝑚
∆ 1135
e a altura metacêntrica resultante será:
𝐺𝑀«×ÛÜÝÞ = 𝐺𝑀«_x§xqxžÚ − 𝛿𝐾𝐺 = 2.5 − 0.352 = 2.147𝑚
Como a altura metacêntrica está ainda positiva, até quando o peso fica no centro não há
nenhum adornamento. Quando a grua movimenta o peso transversalmente para o cais, o
aplica-se um momento inclinante que chega ao seu máximo com o máximo do alcance,
sendo isto de 6m. Da primeira equação resulta então:
50 ∙ 6
tan 𝜃« = = 0.1231 → 𝜃« = 7.02°
1135 ∙ 2.147

________________________________________________________________________________
Problema 2.12

Um batelão retangular com 40 𝑚 de comprimento e 12 𝑚 de boca flutua a uma imersão de


3.0𝑚 em água salgada. O seu centro de gravidade está 2.4 𝑚 acima da base.
Um compartimento central que ocupa toda a boca, e limitado por duas anteparas
transversais distantes de 9 𝑚, é enchido até uma altura de 1.8 𝑚 com água doce.
Qual a imersão e a altura metacêntrica transversal resultantes?

Como o batelão tem figura de flutuação retangular, o seu centro de flutuação fica
exatamente ao meio-navio, assim como o centro do compartimento. Sendo assim, a água
embarcada apenas causará uma sobre imersão sem caimento.
O peso embarcado pode ser calculado como:
𝑃\m = 𝜌\m 𝑉\m = 1.000 ∙ 12 ∙ 9 ∙ 1.8 = 194.4𝑡
A sobre imersão consequente será:
𝑃\m 194.4
∆𝑖 = = = 0.395𝑚
𝜌\Ì 𝐴Š 1.025 ∙ 40 ∙ 12
A imersão final então resulta 3.395𝑚, correspondente a um volume de carena de:

34
∇= 40 ∙ 12 ∙ 3.395 = 1629.66𝑚h
A altura metacêntrica pode ser calculada a partir das coordenadas verticais dos centro de
carena, de gravidade e do metacêntro como:
𝐺𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀 − 𝐾𝐺
Onde:
𝑖Šx§žÚ
𝐾𝐶 = = 1.698𝑚
2
𝐼ŸŸ 40 ∙ 12h /12
𝐶𝑀 = = = 3.534𝑚
∇ 1629.66
onde 𝐼ŸŸ representa o momento de inercia transversal da figura de flutuação.
A altura do centro de gravidade tem de ter em conta da variação devida ao embarque da
água e também da subida virtual devida ao efeito de espelho liquido.
𝑃\m (𝐾𝐺\m − 𝐾𝐺x§xqxžÚ ) 194.4 ∙ (1.8/2 − 2.4)
𝛿𝐾𝐺•²ä = = = −0.175𝑚
∆Šx§žÚ 1.025 ∙ 1629.66
𝜌\m 𝑖ŸŸ 1.000 ∙ 9 ∙ 12h /12
𝛿𝐾𝐺yÚ = = = 0.776𝑚
∆Šx§žÚ 1.025 ∙ 1629.66
onde 𝑖ŸŸ representa o momento de inercia transversal do espelho liquido.
Portanto a altura metacêntrica final resulta:
𝐺𝑀« = 1.698 + 3.534 − (2.4 − 0.175 + 0.776) = 2.231𝑚

________________________________________________________________________________
Problema 2.13

Um navio flutua em água salgada com deslocamento de 8000 𝑡, 𝐾𝐺 de 6.20 𝑚 e 𝐾𝑀T de


7.0 𝑚.
O navio embarca num tanque de duplo fundo, a uma cota de 0.8 𝑚, um peso de 300 𝑡 de
combustível de 0.8𝑡/𝑚3, ficando o tanque parcialmente cheio.
Sendo o momento de inércia da superfície livre do tanque, em torno do eixo longitudinal,
igual a 200 𝑚4, calcule a altura metacêntrica corrigida, assumindo que a posição do
metacentro transversal se mantém constante.

Sem resolução (𝐺𝑀« = 0.975 𝑚)

________________________________________________________________________________
Problema 2.14

Um batelão retangular de dimensões 36×12 𝑚 tem, a meio do seu comprimento, dois


tanques iguais justapostos separados por uma antepara longitudinal no plano de mediania.
Cada tanque tem 10 𝑚 de comprimento, 4 𝑚 de largura e 4 𝑚 de altura.
Inicialmente o batelão flutua direito em água doce com um calado de 2.5 𝑚, tendo um dos
tanques (tanque 1) completamente cheio da água em que o mesmo flutua e o outro (tanque
2) vazio, e o centro de gravidade encontra-se 3.55 𝑚 acima da linha base.

a) Determine o ângulo de inclinação do batelão quando os dois tanques são postos em


comunicação pela abertura de uma válvula na antepara longitudinal.

35
b) Prove, calculando o novo ângulo de inclinação, que ao fechar a válvula de ligação
este se mantem constante.

Preliminarmente convém calcular:


- o deslocamento do batelão ∆= 𝜌𝐿𝐵𝑇 = 1 ∙ 36 ∙ 12 ∙ 2.5 = 1080𝑡
- o peso da água a bordo 𝑃\m = 𝜌𝐿œ 𝐵œ 𝑇œ = 1 ∙ 10 ∙ 4 ∙ 4 = 160𝑡
- a altura do centro de carena 𝐾𝐶 = 𝑖/2 = 1.25𝑚
Yææ Ù_ ç /zK
- a altura do metacêntro transv. 𝐶𝑀« = ∇
= Ù_«
= 4.8𝑚

a) Ao abrir a válvula o liquido se distribui entre os dois tanques, portanto há uma


descida do centro de gravidade do liquido, inicialmente colocado a 2m, para 1m.
Mais, a criação de uma superfície livre resulta numa subida virtual do centro de
gravidade do navio. As correspondentes variações podem ser calculadas como:
𝑃\m 𝛿𝑧\m 160 ∙ 1
𝛿𝐾𝐺• = = = −0.148𝑚
∆ 1080
𝜌𝑖ŸŸ 1 ∙ 10 ∙ 8h /12
𝛿𝐾𝐺yÚ = = = 0.395𝑚
∆ 1080
A altura metacêntrica transversal será então:
𝐺𝑀«Ý = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − (𝐾𝐺 + 𝛿𝐾𝐺• + 𝛿𝐾𝐺yÚ ) =
1.25 + 4.8 − (3.55 − 0.148 + 0.395) = 2.253𝑚
Finalmente o ângulo de adornamento será:
𝑃\m 𝛿𝑦\m 160 ∙ 2
𝜃« = atan { | = atan • ‚ = 7.49°
∆𝐺𝑀«Ý 1080 ∙ 2.253

b) Se a válvula é fechada quando o batelão está inclinado, o tanque no lado para o qual
há inclinação contém mais água de que o outro tanque. Está simples verificar que o
nível médio da água nos dois tanques será respetivamente:
(𝑇• − 𝐵œ tan 𝜃« ) + 𝑇•
𝑇• z = = 1.737𝑚
2
𝑇• + (𝑇• + 𝐵œ tan 𝜃« )
𝑇• K = = 2.263𝑚
2
Portanto o peso da água contida nos dois tanques será:
𝑃\mÔ = 10 ∙ 4 ∙ 1.737 = 69.48𝑡
𝑃\mè = 10 ∙ 4 ∙ 2.263 = 90.52𝑡
A água contida no tanque 1 de facto não mudou a sua posição transversal do centro
de gravidade respeito a condição inicial (tanque 1 completamente cheio).
Diferentemente o centro de gravidade da água agora contida no tanque 2 passou do
centro do tanque 1 ao centro do tanque 2, com um 𝛿𝑦\mè = 4𝑚. O centro de
gravidade da água será o mesmo do caso anterior (válvula aberta), portanto a
variação 𝛿𝐾𝐺• será a mesma.
Será agora necessário calcular a nova subida vertical do centro de gravidade devida
aos dois espelhos líquidos, sendo:
4h
𝜌𝑖ŸŸ 1 ∙ 10 ∙ 12
𝛿𝐾𝐺KyÚ = 2 =2∙ = 0.099𝑚
∆ 1080
A altura metacêntrica nesta condição será:
𝐺𝑀«é = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − (𝐾𝐺 + 𝛿𝐾𝐺• + 𝛿𝐾𝐺KyÚ ) = 2.549𝑚

E o ângulo de adornamento:
36
𝑃\mè 𝛿𝑦\mè 90.52 ∙ 4
𝜃« = atan { | = atan • ‚ = 7.49°
∆𝐺𝑀« 1080 ∙ 2.549

________________________________________________________________________________
Problema 2.15

Considere um batelão paralelepipédico a flutuar com um calado uniforme de 2 𝑚 e uma


altura do centro de gravidade de 1.5 𝑚 acima da linha base.
Considere que começa a acumular-se água no seu interior.
Mostre que o batelão não se mantém direito no início do embarque de água e determine a
que altura de água no seu interior é que ele recupera a estabilidade.

A altura metacêntrica pode ser calculada como:


𝐺𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − 𝐾𝐺
Ao acumular água no seu interior, o calado varia igualmente ao nível ℎ de água acumulado,
sendo:
𝑖 = 2+ℎ
A altura do centro de carena será portanto:

𝐾𝐶 = 1 +
2
E o volume de carena:
∇= 𝐿𝐵(2 + ℎ)
O raio metacêntrico obtém-se como:
𝐼ŸŸ 𝐿𝐵h /12 𝐵K
𝐶𝑀« = = =
∇ 𝐿𝐵(2 + ℎ) 12(2 + ℎ)
e a variação do centro de gravidade ao embarcar a água será:
𝑃\ (𝐾𝐺\ − 𝐾𝐺 ) 𝜌(𝐿𝐵ℎ)(ℎ/2 − 𝐾𝐺 ) ℎK /2 − 𝐾𝐺ℎ
𝛿𝐾𝐺•² = = =
∆ 𝜌𝐿𝐵(2 + ℎ) (2 + ℎ )
Mais há uma subida virtual do centro de gravidade devida ao espelho liquido:
𝜌𝑖ŸŸ 𝜌𝐿𝐵h /12 𝐵K
𝛿𝐾𝐺yÚ = = =
∆ 𝜌𝐿𝐵(2 + ℎ) 12(2 + ℎ)
Ao substituir obtém-se:
ℎK ℎK
ℎ 𝐵K − 1.5ℎ 𝐵 K
ℎ − 1.5ℎ
𝐺𝑀« = •1 + ‚ + − ê1.5 + 2 + ë = −0.5 + − 2
2 12(2 + ℎ) (2 + ℎ ) 12(2 + ℎ) 2 (2 + ℎ )
Para ℎ → 0, 𝐺𝑀« = −0.5𝑚, portanto o batelão está instável.
O batelão ficará estável quando 𝐺𝑀« > 0, portanto para encontrar a altura mínimo da água
para recuperar estabilidade, será necessário resolver a equação:
ℎK
ℎ − 1.5ℎ
−0.5 + − 2 =0
2 (2 + ℎ )
A equação foi neste caso resolvida por via gráfica, como mostrado na figura em baixo,
resultando ℎ = 0.5.

37
38
________________________________________________________________________________
Problema 2.16

Considere a doca seca flutuante cuja Secção Mestra é apresentada na figura. A doca tem
um comprimento igual a 275.0 𝑚, uma altura do centro de gravidade de 7.0 𝑚 e um calado
máximo uniforme de 19.05 𝑚 quando enche todos os tanques de lastro com água salgada
(𝜌Ìì = 1.025 𝑡/𝑚h ), conforme mostra a figura.

a) Desenhe o diagrama de pressões hidrostáticas nas paredes da doca (apenas a um


dos bordos), na condição da figura (com os tanques de lastro cheios), indicando os
seus valores nos pontos relevantes (A, B,..., H).

b) Calcule o Peso Leve da doca sabendo que o peso dos consumíveis é igual a 550 𝑡
(despreze o volume dos picadeiros no fundo da doca).

c) Calcule o valor máximo do centro de gravidade vertical para que a doca seja estável
na condição apresentada na figura (antes do navio chegar à doca).

d) Durante a operação de docagem do navio, quando o nível de água nos tanques de


lastro C-EB e C-BB da doca já havia baixado 1.5 𝑚, verificou-se que teria que ser
retirado o peso de 600 𝑡 indicado na figura com centro de gravidade localizado 2.0 𝑚
acima do convés. Calcule os calados da doca flutuante a bombordo e estibordo
quando o peso é elevado (despreze a espessura da estrutura dos tanques).

39
a) As pressões nos pontos indicados calculam-se como diferencia entre a pressão
interna e a pressão externa. Considerando que o fluido interno é igual ao fluido
externo (água salgada), a equação será:
𝑝 = 𝛾Ìì (ℎx − ℎy )
Onde ℎx e ℎy indicam a distancia vertical entre o ponto considerado e a superfície
livre interna e externa respetivamente. Sendo 𝛾Ìì = 1.025 ∙ 9.81 = 10.055 𝑘𝑁/𝑚h :
𝑝\ = 0 𝑘𝑃𝑎
𝑝_ = 10.055 ∙ [0 − (19.05 − 6.5 − 9.5)] = −30.67 𝑘𝑃𝑎
𝑝` = 𝑝míÛîïð = 10.055 ∙ [(6.5 + 9.5) − 19.05] = −30.67 𝑘𝑃𝑎
𝑝mÞñ×ð = 𝑝Œ = 10.055 ∙ [6.5 − 19.05] = −126.19 𝑘𝑃𝑎
𝑝· = 𝑝>íÛîïð = 10.055 ∙ [9.5 − (19.05 − 6.5)] = −30.67 𝑘𝑃𝑎
𝑝>Þñ×ð = 𝑝r = 10.055 ∙ [0 − (19.05 − 6.5)] = −126.19 𝑘𝑃𝑎

b) O deslocamento na condição indicada em figura resulta:


∆= ρóô ∇= 1.025 ∙ 164469.25 = 168580.98 𝑡

sendo o volume de carena ∇= 275 ∙ 70 ∙ 19.05 − 275 ∙ 58.6 ∙ (19.05 − 6.5) =


164469.25𝑚h

O peso do lastro é igual á:


𝑃Úžƒœ›‰ = ρóô ∇õö’÷øù = 1.025 ∙ [275 ∙ 70 ∙ 6.5 − 275 ∙ (70 − 58.6) ∙ 9.5] = 158780.19 𝑡

Portanto o deslocamento leve será:


∆õúûú = ∆ − Põö’÷øù − Püùý’þÿíûú"’ = 168580.98 − 158780.19 − 550 = 9250.79 𝑡

c) Para que a doca seja estável, a altura meracêntrica tem de ser positiva:
𝐺𝑀« = 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« − 𝐾𝐺 > 0 → 𝐾𝐺 < 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀«

A altura do centro de carena calcula-se por equilíbrio dos momentos verticais dos
volumes respeito ao fundo, sendo:
(275 ∙ 70 ∙ 6.5) ∙ (6.5/2) + [275 ∙ (70 − 58.6) ∙ (19.05 − 6.5)] ∙ [6.5 + (19.05 − 6.5)/2]
𝐾𝐶 = = 5.53 𝑚
164469.25

Para obter o raio metacêntrico fica necessário calcular antes o momento de inercia
da figura de flutuação respeito a um eixo passante pelo plano de simetria (o qual
contem o centro de flutuação):
(70 − 58.6) h
⎧275 ∙ “ ” 70 − 58.6 70 (70 − 58.6) ⎫
K
2
𝐼## = 2 ∙ + •275 ∙ ‚∙t − u = 3248894.55 𝑚C
⎨ 12 2 2 4 ⎬
⎩ ⎭

Obtendo:
𝐼## 3248894.55
𝐶𝑀« = = = 19.75 𝑚
∇ 164469.25

Finalmente será:
𝐾𝐺 < 𝐾𝐶 + 𝐶𝑀« = 5.53 + 19.75 → 𝐾𝐺 < 25.28 𝑚

d)
1. Consideramos inicialmente o efeito do vazamento parcial dos tanques.

40
O vazamento parcial dos tanques C-EB e C-BB causa uma variação do
deslocamento, portanto tem de ser atualizados os valores da imersão, da altura
do centro de carena, do centro de gravidade e do metacêntro.
A perda de volume será:
𝛿𝑉 = 2 ∙ 1.5 ∙ 16.5 ∙ 275 = 13612.5 𝑚h

A correspondente variação de imersão, sendo as paredes verticais:


𝛿𝑉 −13612.5
𝛿𝑖 = = = −3.34𝑚
𝐴Š 275 ∙ (70 − 58.6)

A resultante altura do centro de carena será:


∇𝐾𝐶 − 𝛿𝑉(𝑖 − 𝛿𝑖/2) 164469.25 ∙ 5.53 − 13612.5 ∙ (19.05 − 3.34/2)
𝐾𝐶z = = = 4.46 𝑚
∇ − 𝛿𝑉 164469.25 − 13612.5

E do raio metacêntrico:
𝐼## 3248894.55
𝐶𝑀« z = = = 21.54 𝑚
∇ − 𝛿𝑉 164469.25 − 13612.5

O centro de gravidade varia, resultando, após o vazamento parcial dos tanques:


∆𝐾𝐺 − 𝜌Ìì 𝛿𝑉(6.5 − 1.5/2) 168580.98 ∙ 7 − 1.025 ∙ 13612.5 ∙ (6.5 − 1.5/2)
𝐾𝐺z = = = 7.11 𝑚
∆ − 𝜌Ìì 𝛿𝑉 168580.98 − 1.025 ∙ 13612.5

Ficando os dois tanques parcialmente cheios, a presença de um espelho liquido


causa uma subida virtual do centro de gravidade de:
2𝜌Ìì 𝑖ŸŸ 2 ∙ 1.025 ∙ (275 ∙ 16.5h )/12
𝛿𝐾𝐺yÚ = = = 1.36 𝑚
∆z 168580.98 − 1.025 ∙ 13612.5

Antes do levantamento do peso, portanto, a imersão media e a altura


metacêntrica transversal ficam:
𝑖z = 19.05 − 3.34 = 15.71 𝑚
𝐺𝑀« z = 4.46 + 21.54 − 7.11 − 1.36 = 17.52 𝑚

2. O levantamento do peso por meio da grua corresponde neste caso a um


embarque. Assim comporta um aumento da imersão média e uma inclinação
transversal. Sendo as paredes verticais, o aumento de imersão se pode calcular
como:
𝑃 600
𝛿𝑖• = = = 0.19 𝑚
𝐴Š 𝜌Ìì 275 ∙ (70 − 58.6) ∙ 1.025

As resultante coordenadas dos pontos 𝐶, 𝐺 e 𝑀« serão:


∇z 𝐾𝐶z + 𝑃/𝜌Ìì (𝑖z + 𝛿𝑖• /2)
𝐾𝐶K =
∇ + 𝑃/𝜌Ìì
150856.75 ∙ 4.46 + 600/1.025 ∙ (15.71 + 0.19/2)
= = 4.54 𝑚
150856.75 − 600/1.025

𝐼## 3248894.55
𝐶𝑀« K = = = 21.45 𝑚
∇z + 𝑃/𝜌Ìì 150856.75 + 600/1.025

41
∆z 𝐾𝐺z + 𝑃𝑧ƒ©ƒ‹y§ƒã‰ 154628.2 ∙ 7.11 + 600 ∙ 60
𝐾𝐺K = = = 7.31 𝑚
∆+𝑃 154628.2 + 600

Portanto:
𝐺𝑀«è = 4.54 + 21.45 − 7.31 = 18.68 𝑚

𝑃𝑦‹ 600 ∙ 15
tan 𝜃« = = = 0.0031
∆K 𝐺𝑀« K 155228.2 ∙ 18.85

Os calados a bombordo e estibordo finais são:


𝐵
𝑐__ = 𝑖K − tan 𝜃« = (15.71 + 0.19) − 35 ∙ 0.0031 = 15.79 𝑚
2
𝐵
𝑐Œ_ = 𝑖K + tan 𝜃« = (15.71 + 0.19) + 35 ∙ 0.0031 = 16.01 𝑚
2

________________________________________________________________________________
Problema 2.17

Um navio com 175 𝑚 de cumprimento e 25.4 𝑚 de boca está a flutuar em água salgada
com imersões de 9.15 𝑚 e 9.00 𝑚 respetivamente a vante e a ré.
O navio tem uma piscina, inicialmente vazia, de forma paralelepipedal com cumprimento
de 25 𝑚, boca de 13 𝑚, o qual fundo encontra-se a uma altura de 15 𝑚 acima da linha base.
A tabela das carenas direitas é fornecida em baixo.

a) Calcule o deslocamento, o caimento, e a coordenada longitudinal do centro de


gravidade respeito ao meio navio.

b) Calcule a altura máxima do centro de gravidade inicial para que seja possível encher
a piscina de água doce até o nível de 1.65 𝑚 sem que o navio fique instável.

c) Considerando a piscina vazia, calcule o peso que tem de ser embarcado e a sua
posição longitudinal respeito ao meio-navio para que o navio flutue sem caimento,
aumentando a sua imersão isocarenica de 5 𝑐𝑚.

d) Para permitir a saída de um pequeno submarino, o navio é dotado, na parte vertical


do casco, de uma abertura quadrada com 2 𝑚 por cada lado e com o lado superior
a uma distancia vertical de 8 𝑚 da linha base. A abertura está fechada com uma
comporta articulada no lado superior, paralelo á superfície do mar. Calcule, na
condição da alinha c) (após o embarque do peso), a força que tem de ser exercida
no lado inferior da comporta para manter esta fechada. (No caso não resolveu a
alinha anterior, considere uma imersão constante de 9.10 𝑚).

42
Tabela das carenas direitas
𝜌 = 1.025𝑡/𝑚h

a) Caimento 𝑑 = 𝑖\v − 𝑖\» = 0.15𝑚


Será necessário calcular a imersão isocarenica (imersão correspondente ao centro
de flutuação). Por isso calcula-se antes a imersão media:
𝑖\v + 𝑖\»
𝑖• = = 9.075𝑚
2
Por esta imersão, retira-se por interpolação linear do GDC a coordenada longitudinal
aproximada do centro de flutuação 𝐿𝐶𝐹z = −6.053𝑚. Com este valor calcula-se a
imersão isocarenica como:
𝑑 0.15
𝑖xƒ‰ = 𝑖• + 𝐿𝐶𝐹 = 9.075 − 6.053 = 9.070𝑚
𝐿•• 175
Uma ulterior iteração pode ser feita, mas não melhora significativamente o resultado.
Com a imersão isocarenica retira-se por interpolação linear do GCD o deslocamento
∆= 22988.89𝑡.

b) Para o navio ficar estável será necessário que a altura do centro de gravidade após
o enchimento da piscina fique maior da altura do metacentro: 𝐾𝐺z > 𝐾𝑀«Ô , sendo
este calculado como:
𝐾𝐺š ∆ + 𝑧>Ý* 𝑃ž@
𝐾𝐺z = + 𝛿𝐾𝐺yÚ > 𝐾𝑀«Ô
∆ + 𝑃ž@
Onde o peso e a atura do centro de gravidade da água doce na piscina serão:
𝑃ž@ = 1.000 ∙ 25 ∙ 13 ∙ 1.65 = 536.25𝑡
1.65
𝑧>Ý* = 15 + = 15.825𝑚
2
e a correção para espelhos líquidos:
𝜌ž@ 𝑖ŸŸ 1.000 ∙ (25 ∙ 13h /12) 4577.083
𝛿𝐾𝐺yÚ = = =
∆ + 𝑃ž@ ∆ + 𝑃ž@ ∆ + 𝑃ž@
Por causa do embarque da água a imersão sobe para (obtendo o deslocamento
unitário da tabela das carenas direitas):

43
𝑃ž@ 536.25
𝑖xƒ‰Ô = 𝑖xƒ‰ + = = 9.070 + 0.17 = 9.24𝑚
100𝐷© 100 ∙ 31.503
A qual corresponde 𝐾𝑀«Ô = 10.581𝑚 (da TCD).
Ao considerar 𝐾𝐺z = 𝐾𝑀«Ô e ao por na esquerda o centor de gravidade inicial 𝐾𝐺š ,
obtém-se:
𝐾𝐺z (∆ + 𝑃ž@ ) − 𝑧>Ý* 𝑃ž@ − 𝜌ž@ 𝑖ŸŸ
𝐾𝐺š = = 10.26𝑚

c) Para aumentar de 5𝑐𝑚 a imersão isocarenica terá se ser embarcado um peso de:
𝑃 = 𝐷© 𝛿𝑖 = 31.503 ∙ 5 = 157.515𝑡
onde o deslocamento unitário 𝐷© é retirado do GCD pela imersão isocarenica
calculada na alínea a).
Para que o navio flutue direito, é necessário obter uma variação de caimento igual e
de sinal oposto ao caimento inicial 𝛿𝑑 = −0.15𝑚 = −15𝑐𝑚. Está variação pode ser
obtida ao aplicar um momento inclinante igual á:
𝑀Y = 𝑀© 𝛿𝑑 = 269.637 ∙ (−15) = −4044.561𝑡𝑚
onde o deslocamento unitário 𝑀© é retirado do GCD pela imersão isocarenica
calculada na alínea a).
Sendo o momento igual á:
𝑀Y 4044.561
𝑀Y = 𝑃(𝑥• − 𝑥· ) → 𝑥• = 𝑥· + = −6.048 − = −31.725𝑚
𝑃 157.515

d) A imersão do navio será igual a 𝑖 = 𝑖xƒ‰ + 0.05 = 9.12𝑚, portanto o centro da


comporta encontra-se a uma profundidade:
ℎ> = 9.12 − 8 − 1 = 2.12𝑚
A impulsão na comporta é calculado como:
𝐼 = 𝜌𝑔ℎ> 𝐴 = 1.025 ∙ 9.81 ∙ 2.12 ∙ 2K = 85.26𝑘𝑁
O centro de impulsão encontra-se pela equação:
𝐼> 2 ∙ 2h /12
𝑥Y = 𝑥> + = 2.12 + = 2.277𝑚
𝑥> 𝐴 2.12 ∙ 2K
A força de aplicar no labo inferior da comporta terá de equilibrar o momento da
impulsão respeito ao ponto de articulação, sendo:
𝐹𝑙 = 𝐼(𝑥Y − 𝑖ÙÌ )

𝑥Y − 𝑖ÙÌ 2.277 − 1.12
𝐹=𝐼∙ = 85.26 = 49.33𝑘𝑁
𝑙 2

44
3. Estabilidade geral do navio
________________________________________________________________________________
Problema 3.1

Considere um navio com um deslocamento de 2000𝑡, altura metacêntrica de 0.65𝑚 e


braços de estabilidade indicados na tabela.
Trace o diagrama de estabilidade do navio e determine o ângulo de inclinação quando um
peso de 100𝑡 é deslocado verticalmente de 2 𝑚 e transversalmente de 6𝑚.

𝜃« [deg] 15 30 45 60 75
GZ [m] 0.18 0.39 0.50 0.41 0.14

O gráfico em baixo representa a curva de estabilidade, sendo uma clássica curva para
navios de formas tradicionais.

0,6

0,5

0,4

0,3
GZ

0,2

0,1

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
q

Neste caso a altura metacêntrica foi fornecida. Se não for assim podia também ser estimada
como o declive da curva de estabilidade na origem:
𝐺𝑍(𝜃« )
𝐺𝑀« = lim
,- →š 𝜃«
O primeiro valor disponível do GZ é por 𝜃« = 15° (= 0.2618𝑟𝑎𝑑), portanto é esperavel um
certo erro na estimativa, de qualquer forma podemos obter:
𝐺𝑍 (15°)
𝐺𝑀« ≅ = 0.688𝑚
0.2618
Só pouco superior ao 𝐺𝑀« real.

A movimentação vertical do peso tem como efeito uma subida do centro de gravidade do
navio igual á:
𝑃𝛿𝑧• 100 ∙ 2
𝐺𝐺z = = = 0.1 𝑚
∆ 2000
Tal subida vai comportar uma variação do braço de estabilidade calculado pela equação:
𝐺𝑍z = 𝐺𝑍 − 𝐺𝐺z sin 𝜃«

45
O resultante braço de estabilidade está representada em cor de laranja no gráfico em baixo,
em comparação com o GZ inicial em azul.

0,60

0,50

0,40

0,30
GZ

0,20

0,10

0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00
q

O momento inclinante devido á movimentação transversal do peso é calculado como:


𝑀Y = 𝑃𝛿𝑦• cos 𝜃«
O ângulo de equilíbrio pode ser encontrado igualando tal momento inclinante ao momento
endereitante 𝑀Œ = ∆𝐺𝑍.
Para representar no gráfico esta condição de equilíbrio é possível considerar um braço
inclinante dado como: 𝑏Y = 𝑀Y /∆, indicado em cinzento no gráfico em cima.
A tabela em baixo indica os valores das quantidades calculadas. O ângulo de equilíbrio
pode ser calculado por interpolação linear.

𝜃« 𝐺𝑍 𝐺𝑍z 𝑀Œ 𝑀Y 𝑏Y
[deg] [m] [m] [tm] [tm] [m]
0 0.00 0.00 0.00 600.00 0.30
15 0.18 0.15 308.24 579.56 0.29
30 0.39 0.34 680.00 519.62 0.26
45 0.50 0.43 858.58 424.26 0.21
60 0.41 0.32 646.79 300.00 0.15
75 0.14 0.04 86.81 155.29 0.08

46
________________________________________________________________________________
Problema 3.2

Considere um batelão paralelepipédico com 100.0 𝑚 de comprimento, 20.0 𝑚 de boca e


pontal igual a 10.0 𝑚.
Construa uma tabela de carenas inclinadas para o batelão, considerando ângulos de
inclinação de 10° e 20°, e uma gama de deslocamentos entre 8000 𝑡 e 12000 𝑡 com
intervalos de 2000 𝑡.

A resolução é fornecida só para o caso de deslocamentos = 12000 e ângulos de inclinação


de 20°. Tal condição está representada na figura em baixo. O braço de estabilidade com
polo K pode ser dividido em duas partes, entre K e a linha verde sendo igual a 𝑦` cos 𝜃 e
entre a linha verde e N sendo igual a 𝑧` sin 𝜃, onde 𝑦` e 𝑧` são as coordenadas transversal
e vertical do centro da carena inclinada.
Resulta portanto fundamental encontrar a posição do centro da carena inclinada. Isto pode
ser feito considerando que os centros das figuras geométricas contornadas em vermelho
são conhecidos, sendo respetivamente um triangulo e um retângulo.

A imersão média calcula-se como:


∆/𝜌
𝑖• = = 5.85𝑚
𝐿𝐵
As imersões a BB e EB são:
𝑖__ = 𝑖• − 𝐵/2 tan 𝜃 = 2.214𝑚 𝑖Œ_ = 𝑖• + 𝐵/2 tan 𝜃 = 9.493𝑚

As coordenadas dos centros (𝑦` , 𝑧q ) do retângulo e do triangulo, e os respetivos volumes


são:
Retângulo: 𝐶z (0, 𝑖__ /2) → (0,1.107), ∇z = 𝐿𝐵𝑖__ = 44279𝑚h
Triangulo: 𝐶K (𝐵/2 − 𝐵/3, 𝑖__ + (𝑖Œ_ − 𝑖__ )/3) → (3.33, 4.64), ∇K = 𝐿𝐵𝑖__ = 7.279.4𝑚h

Portanto as coordenadas do centro da carena inclinada são:


¹f ∇Ô/¹f ∇è ˆf ∇Ô /ˆf ∇è
𝑦` = Ô ∇ è = 2.023 𝑧` = Ô ∇ è = 3.304

Finalmente o braço de estabilidade referente ao polo K calcula-se como:


𝐾𝑁 = 𝑦𝑐 cos 𝜃 + 𝑧𝑐 sin 𝜃 = 3.078𝑚

47
________________________________________________________________________________
Problema 3.3

Um navio, cujo gráfico de carenas inclinadas está fornecido na figura, tem um deslocamento
de 2240𝑡 em água salgada e o centro de gravidade a uma cota de 4.0 𝑚.
Um peso de 112𝑡 é deslocado 4 𝑚 verticalmente e para cima.

Gráfico de carenas inclinadas

a) Calcule as curvas de estabilidade antes e depois do movimento do peso.


b) Deduza os valores da altura metacêntrica, do ângulo de extinção de estabilidade e
do braço de estabilidade máxima na última condição.
c) Se o peso subir 16𝑚, qual a curva dos braços de estabilidade?
d) Calcule o ângulo de banda.

a) Do gráfico de carenas inclinaras retiram-se os valores do braço de estabilidade para


o deslocamento de 2240𝑡 e referentes á um 𝐾𝐺š de 3.2m, reportados na coluna 𝐺𝑍š
da tabela em baixo.
Sendo a altura do centro de gravidade 𝐾𝐺 diferente respeito ao polo 𝐾𝐺š do gráfico
de carenas inclinadas, os braços de estabilidade na condição de carga (coluna GZ
na tabela) encontram-se da equação:
𝐺𝑍 = 𝐺𝑍š − (𝐾𝐺 − 𝐾𝐺š ) sin 𝜃

A sucessiva movimentação vertical do peso causará uma subida do centro de


gravidade de:
𝑃𝛿𝑧• 112 ∙ 4
𝛿𝐾𝐺 = = = 0.2𝑚
∆ 2240
Por tal subida a curva dos braços de estabilidades (coluna 𝐺𝑍z) recalcula-se como:
𝐺𝑍z = 𝐺𝑍š − 𝛿𝐾𝐺 sin 𝜃

48
𝜃 𝐺𝑍š 𝐺𝑍 𝐺𝑍z
0 0.000 0.000 0.000
15 0.390 0.183 0.131
30 0.845 0.445 0.345
45 1.230 0.664 0.523
60 1.310 0.617 0.444
75 1.195 0.422 0.229
90 0.965 0.165 -0.035

b) A altura metacêntrica inicial corresponde á tangente dos braços de estabilidade na


origem. O ângulo mínimo para o qual temos informações sobre o braço de
estabilidade é de 15°, enquanto a curva é geralmente linear até 7°/10°, portanto uma
aproximação é esperavel. Uma estimativa pode ser feita como:
0.131
𝐺𝑀« ≅ = 0.501𝑚
0.2618
onde 0.2618 é o angulo de 15° em radiantes.
O ângulo de extinção de estabilidade encontra-se por interpolão linear entre 75° e
90°, resultando 𝜃š = 88.01°
O braço de estabilidade máxima é de 0.523m para um ângulo de 45°.

c) No caso a movimentação do peso fosse de 16m para cima, a consequente subida


do centro de gravidade, calculada com a mesma equação do caso anterior, será esta
vez de 0.8m e a curva dos braços de estabilidade indicado na tabela em baixo.
d)
𝜃 0 15 30 45 60 75 90
𝐺𝑍K 0 -0.024 0.045 0.099 -0.076 -0.35 -0.635

e) O ângulo de banda encontra-se por interpolação linear entre 15° e 30°, resultando:
𝜑 = 20.23°.

Os braços de estabilidade das alinhas anteriores são representados na figura em baixo.

49
________________________________________________________________________________
Problema 3.4

Uma embarcação com 255.0 𝑡 de deslocamento, sem adornamento, possui os seguintes


braços de estabilidade:

a) Calcule os valores aproximados da altura metacêntrica, do ângulo crítico estático e


da energia endireitante até aos 30° de adornamento.
b) Se elevarmos um peso de 6.0𝑡 a uma distância de 4.0𝑚 e em seguida o
movimentarmos transversalmente uma distância de 4.5𝑚, diga o valor da altura
metacêntrica e do ângulo de adornamento da embarcação.
c) Calcule a curva da energia endireitante para a situação antes da movimentação do
peso.

š.šCh
a) GM2 = š.š34h = 0.493𝑚
O ângulo crítico estático aproxima-se com o ângulo de máxima estabilidade, sendo:
𝜃q ≅ 50°.
A energia endereitante aos 30° calcula-se como produto do deslocamento pelo
integral dos braços de estabilidade entre 0° e 30°:

𝑈hš = ∆ a 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 18.84 𝑡𝑚 ∙ 𝑟𝑎𝑑
š

b) A elevação do peso causa uma variação da curva dos braços de estabilidade. Os


valores após ás subida do peso calculam-se como:
𝑃𝛿𝑧•
𝐺𝑍z = 𝐺𝑍š − sin 𝜃

𝜃 𝐺𝑍z 𝑏Y
0 0.000 0.106
5 0.035 0.105
10 0.071 0.104
20 0.151 0.099
30 0.260 0.092
40 0.391 0.081
50 0.429 0.068
60 0.383 0.053
70 0.292 0.036
O resultado é indicado na coluna 𝐺𝑍z da tabela.
A movimentação transversal gera um momento inclinante 𝑀Y = 𝑃𝛿𝑦• cos 𝜃. O braço
inclinante (𝑏Y = 𝑀Y /∆) é fornecido na tabela.
Verifica-se que o braço inclinante fica igual ao braço endereitante para um ângulo
entre 10° e 20°, que pode ser encontrado por interpolação, resultando em 𝜃y¨ =
13.95°.

50
c) A energia endereitante ao genérico ângulo 𝜃 encontra-se pela integração:
,
𝑈, = ∆ a 𝐺𝑍𝑑𝜃
š
O resultado de tal integração, resolvida por via numérica, está na tabele em baixo,
onde está também indicado o braço de estabilidade dinâmica 𝑢.

𝜃 𝑢 𝑈
0 0.000 0.000
5 0.002 0.478
10 0.008 1.925
20 0.031 7.933
30 0.074 18.837
40 0.140 35.705
50 0.223 56.890
60 0.307 78.386
70 0.381 97.190

A figura em baixo resume os resultados obtidos.

51
________________________________________________________________________________
Problema 3.5

Considere o navio com 𝐿•• = 76.05𝑚, 𝐵 = 11.80𝑚 e 𝐻 = 6.15𝑚, cujas curvas cruzadas de
estabilidade são fornecidas na tabela em baixo.
O navio flutua em água salgada a uma imersão de 5.0 𝑚 com um deslocamento de 3415 𝑡
e uma cota do centro de gravidade de 4.108 𝑚.

Nesta condição de carga, calcule/verifique:


a) A altura metacêntrica inicial.
b) O ângulo de estabilidade máxima e braço de estabilidade máximo.
c) O ângulo de extinção de estabilidade.
d) O ângulo de imersão da borda.
e) O braço de estabilidade dinâmica aos 30° (não considere o valor de GZ a 12°).
f) O braço de estabilidade dinâmica aos 40° (não considere o valor de GZ a 12°).
g) A diferença entre os braços de estabilidade dinâmica aos 40° e aos 30°.
h) A reserva de estabilidade.
i) O momento a aplicar ao navio para este atingir o ângulo crítico estático.
j) Se o navio resiste ao momento inclinante subitamente aplicado de 𝑀𝐼=1000 [𝑡∙𝑚]
sem embarque de peso.

52
O primeiro passo essencial é o calculo do braço de estabilidade 𝐺𝑍 referido ao
deslocamento e á cota do centro de gravidade na condição de carga indicada. O 𝐾𝑁 para
o deslocamento de 3415t encontra-se para interpolação linear entre os deslocamentos de 3400t
e 3500t. Consequentemente, o braço de estabilidade 𝐺𝑍 calcula-se com a equação:
𝐺𝑍 = 𝐾𝑁 − 𝐾𝐺 sin 𝜃

Os resultados são reportados na tabela em baixo.

𝜃 𝐾𝑁 [m] 𝐺𝑍
[°] 3400t 3500t 3415t [m]
5 0.454 0.452 0.454 0.096
10 0.914 0.912 0.914 0.200
12 1.095 1.092 1.095 0.240
20 1.730 1.704 1.726 0.321
30 2.397 2.366 2.392 0.338
40 3.008 2.980 3.004 0.363
50 3.492 3.447 3.485 0.338
60 3.797 3.763 3.792 0.234
70 3.946 3.925 3.943 0.083

>6(,7X°) š.š8B
a) 𝐺𝑀« = š.š34h = š.š34h = 1.096𝑚
b) 𝜃•žŸ ≅ 40°, 𝐺𝑍•žŸ = 0.363𝑚
c) O ângulo de extinção de estabilidade obtém-se por extrapolação linear como:
0 − 0.083
𝜃š = 70 + (70 − 60) = 75.45°
0.083 − 0.234

d) Quando a borda vem imersa, a tangente do ângulo de inclinação pode ser calculada
dividindo o bodo livre pela semi-bocadura, ou seja tan 𝜃 = 1.15/5.9. O ângulo
correspondente será de 11.03°.
e) O braço de estabilidade dinâmica aos 30° calcula-se resolvendo numericamente a
integração:

𝑢hš = a 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 0.122 𝑟𝑎𝑑 ∙ 𝑚
š
f) De forma semelhante é possível calcular o braço de estabilidade dinâmica aos 40°:

𝑢Cš = a 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 0.183 𝑟𝑎𝑑 ∙ 𝑚
š
g) 𝑢Cš − 𝑢hš = 0.061 𝑟𝑎𝑑 ∙ 𝑚
h) A reserva de estabilidade é à energia absorvida pelo momento endireitante quando
o navio é inclinado de 0º até ao ângulo de estabilidade nula, portanto se encontra
pela integração:
,9
𝑈,9 = ∆ a 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 1111.67 𝑡𝑚 ∙ 𝑟𝑎𝑑
š
i) Aproxima-se o braço de estabilidade estática com o braço de estabilidade máximo
𝐺𝑍•žŸ = 0.363𝑚. Um momento ao ângulo de estabilidade máxima será 𝑀Y cos 𝜃•žŸ .
Portanto para encontrar o momento a aplicar para atingir o ângulo critico estático se
deve resolver a equação:

53
∆𝐺𝑍•žŸ 3415 ∙ 0.363
∆𝐺𝑍•žŸ = 𝑀Y cos 𝜃•žŸ → 𝑀Y = = = 1619.26 𝑡𝑚
cos 𝜃•žŸ cos 0.698
j) Para resistir o momento endereitante tem de absorber a energia do momento
inclinante antes de chagar ao ângulo de estabilidade nula 𝜃š . A energia do momento
inclinante, até 𝜃š , calcula-se como:
,9
,
𝑈Y = a 𝑀Y cos 𝜃 𝑑𝜃 = [𝑀Y sin 𝜃]š9 = 𝑀Y sin 𝜃š = 1000 ∙ sin 75.45° = 967.9 𝑡𝑚 ∙ 𝑟𝑎𝑑
š
Como 𝑈Y < 𝑈,9 , calculado ao ponto h), o navio resiste.

________________________________________________________________________________
Problema 3.6

O navio do Problema 3.3 está a flutuar com um deslocamento de 1873𝑡 e um centro de


gravidade 4.3𝑚 acima da linha base. Embarcam-se os seguintes pesos:

Determine a altura metacêntrica e os elementos característicos do diagrama de estabilidade


depois do embarque de pesos. Compare a altura metacêntrica estimada com a altura
metacêntrica obtida do GDC disponível no Problema 2.8.

Ao embarcar os pesos os novos valores do deslocamento e da cota do centro de gravidade


calculam-se como:
∆z = ∆ + : 𝑃 = 2088𝑡
∆𝐾𝐺 + ∑ 𝑃𝑍F
𝐾𝐺z = = 4.07𝑚
∆z

Nesta condição de carga os braços de estabilidade tem de ser obtidos. Inicialmente com
referência o polo 𝐺š , localizado 3.2m acima da linha base, retiram-se do gráfico das carenas
inclinadas. Destes valores, reportados na coluna 𝐺š 𝑍 da tabela em baixo, calculam-se os
braços de estabilidade 𝐺z 𝑍 referentes á altura metacêntrica 𝐾𝐺z como:
𝐺z 𝑍 = 𝐺š 𝑍 + (𝐾𝐺z − 3.2) sin 𝜃

𝜃 𝐺š 𝑍 𝐺z 𝑍
0 0.000 0.000
15 0.395 0.169
30 0.855 0.418
45 1.265 0.648
60 1.345 0.589
75 1.220 0.377
90 0.980 0.107

54
Da tabela, cujas curvas são representadas na figura em baixo, obtém-se que, depois do
embarque:
- o braço de estabilidade máximo é 𝐺𝑍•žŸ = 0.648m;
- o ângulo de estabilidade máxima é 𝜃•žŸ = 45°
- o ângulo de extinção de estabilidade é (por extrapolação linear) é 𝜃š = 93.96°
- o domínio de estabilidade é de 93.96°
,
- a reserva de estabilidade 𝑈š = ∆ ∫š 9 𝐺z 𝑍𝑑𝜃 = 1231.9 𝑡𝑚 ∙ 𝑟𝑎𝑑
- o ângulo crítico estático pode aproximar-se com 𝜃•žŸ : 𝜃q< ≅ 45°;
- o momento máximo estático (momento que pode ser aplicado lentamente sem o navio
∆>6
não soçobrar): 𝑀Y ƒ ≅ üù’ ,ËÝæ = 1912.1 𝑡𝑚
ËÝæ
- o momento máximo dinâmico (momento que pode ser aplicado subitaneamente sem o
=
navio não soçobrar): 𝑀Y @ ≅ ’"ý9, = 1234.8 𝑡𝑚
9
- o ângulo crítico dinâmico 𝜃q* = 34.35°
- o braço de estabilidade ao ângulo crítico dinâmico 𝐺z 𝑍@ = 0.485𝑚.

55
________________________________________________________________________________
Problema 3.7

Considere um navio com cumprimento entre as perpendiculares 𝐿•• = 129.2𝑚 e boca 𝐵 =


19.9𝑚, cuja secção mestra é apresentada na figura, e que flutua em água salgada com
deslocamento 𝛥 = 6879.1𝑡 e cota do centro de gravidade 𝐾𝐺 = 8.5𝑚.

a) Calcule e represente a curva dos braços de estabilidade nesta condição de carga, e


deduza os seus elementos característicos.
b) Verifique se o navio resiste, sem soçobrar, à movimentação transversal lenta de um
peso de 1500 𝑡, uma distância de 5.5 𝑚. Indique o ângulo de adornamento final.
c) Indique o valor da reserva de estabilidade do navio na condição final da alínea
anterior.
d) Considere o mesmo navio mas com Δ=6651.26t e 𝐾𝐺=10.2 𝑚 (sem adornamento).
É embarcado combustível (𝜌𝑓=0.890 𝑡/𝑚3) no tanque central paralelepipédico a
meio navio com 20 𝑚 de comprimento e 16 𝑚 de largura, até um nível de 0.8 𝑚,
conforme representado na figura. Calcule o ângulo de adornamento quando um
guindaste com o ponto de suspensão situado 15.0 𝑚 acima do convés eleva um
peso com 80 𝑡 cujo centro de gravidade se encontrava ao centro a meio navio e a
1.0 𝑚 acima do duplo fundo.

𝜃 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
KN 0.000 1.881 3.812 5.593 6.983 8.143 8.901 9.146 8.933 8.369

56
a) A curva dos braços de estabilidade KN para um polo localizado na linha base retira-se
diretamente da tabela das carenas inclinadas para o deslocamento de 6879.1t. Logo a curva
tem de ser corrigida tendo em conta a cota do centro de gravidade, segundo a equação:
𝐺𝑍š = 𝐾𝑁 − 𝐾𝐺 sin 𝜃
O resultado é reportado na tabela em baixo e representado na figura.
Obtém-se que:
š.CšX
- 𝐺𝑀« = š.z4X = 2.32𝑚
- 𝐺𝑍•žŸ = 1.632𝑚; 𝜃•žŸ = 50°
(Wš.XBK)
- 𝜃š = 80 + 10 ∙ Wš.zhzWš.XBK = 88.11° (por interpolação linear).

b) A movimentação do peso causa uma movimentação lateral do centro de gravidade,


resultando numa coordenada transversal de:
𝑃𝛿𝑦 1500 ∙ 5.5
𝑌> = = = 1.2𝑚
∆ 6879.1

O efeito desta movimentação na estabilidade aos grandes ângulos é uma diminuição do


braço de estabilidade, calculado como:
𝐺𝑍z = 𝐺𝑍š − 𝑌> cos 𝜃
Resultando num ângulo de inclinação que pode ser obtido por interpolação linear:
0.222
𝜃y = 20 + 10 ∙ = 24.22°
0.304 + 0.222
c) A reserva de estabilidade calcula-se como o deslocamento vezes a área abaixo do braço de
estabilidade entre o ângulo de equilíbrio e o ângulo de estabilidade nula, que após a

57
movimentação do peso baixou-se para 𝜃š = 87.3° (por interpolação linear no 𝐺𝑍z ), ou
seja:
,9 34.h
𝑈š = ∆ a 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 6879.1 a 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 4437.7 𝑡𝑚 ∙ 𝑟𝑎𝑑
,ñ KC.KK

d) O centro de gravidade do combustível embarcado fica a uma cota de 0.4m e o seu peso é
de:
𝑃q = 𝜌q 𝐿œ 𝐵œ 𝑖œ = 0.89 ∙ 20 ∙ 16 ∙ 0.8 = 227.84𝑡
O resultado do embarque co combustível no deslocamento e na cota KG é:
∆K = ∆z + 𝑃q = 6651.26 + 227.84 = 6879.1𝑡
𝑃` (𝑍q − 𝐾𝐺z ) 227.84 ∙ (0.4 − 10.2)
𝛿𝐾𝐺 = = = −0.325𝑚
∆K 6879.1
Adicionalmente, há uma subida virtual do centro de gravidade devido ao efeito do espelho
liquido, sendo:
𝜌` 𝑖## 0.89 ∙ (20 ∙ 16h /12)
𝛿𝐾𝐺yÚ = = = 0.883𝑚
∆K 6879.1
Portanto a altura final do centro de gravidade resulta:
𝐾𝐺K = 𝐾𝐺z + 𝛿𝐾𝐺 + 𝛿𝐾𝐺yÚ = 10.76𝑚

A partir do mesmo KN da alinha a), a curva dos braços de estabilidade obtém-se como:
𝐺𝑍K = 𝐾𝑁 − 𝐾𝐺K sin 𝜃

Finalmente a suspensão do peso de 𝑃 = 80𝑡 causa uma ulterior subida do centro de


gravidade que resulta:
𝑃(𝑍Ì − 𝑍• )
𝐾𝐺h = 𝐾𝐺K + = 11.10𝑚
∆K
e a consequente variação do braço de estabilidade:
𝐺𝑍h = 𝐺𝑍K − (𝐾𝐺h − 𝐾𝐺K ) sin 𝜃
Neste caso o navio não fica estável da posição direita, portanto vai encontrar um novo
equilíbrio ao ângulo de banda 𝜃A , que encontra-se por interpolação linear como:
0.0458
𝜃A = 10 + 10 ∙ = 17.3°
0.0170 + 0.0458

58
________________________________________________________________________________
Problema 3.8

Um navio com pontal de 5 𝑚, cujo gráfico de carenas inclinadas está fornecido na figura,
está a flutuar com um deslocamento de 2100 𝑡 em água salgada e o centro de gravidade a
uma cota de 4.2 𝑚.
O navio está equipado com uma grua com altura do ponto de suspensão em relação ao
convés de 10 𝑚.

a) Calcule e represente a curva dos braços de estabilidade nesta condição de carga.

b) Calcule
i. A altura metacêntrica inicial e comente sobre a precisão da estimativa.
ii. O ângulo de estabilidade máxima e braço de estabilidade máximo.
iii. O ângulo de extinção de estabilidade.
iv. O braço de estabilidade dinâmica aos 30°.
v. O momento a aplicar lentamente para o navio atingir o ângulo crítico
estático (ou uma sua aproximação).
vi. Verifique se o navio resiste a um momento inclinante subitamente aplicado
de 𝑀Y = 650 𝑡𝑚, e calcule o ângulo máximo de inclinação atingido.

c) Calcule o ângulo de banda e a reserva de estabilidade quando um peso de 83𝑡,


inicialmente localizado 1m a cima da linha base, é elevado por meio da grua.

a) A curva dos braços de estabilidade 𝐺𝑍š para o deslocamento indicado, respeito ao


polo 𝐾𝐺š , retira-se diretamente da figura cruzando as curvas para os diferentes
degraus com a vertical nos passante para 2100𝑡. A partir destes valores, calcula-se
a curva dos braços de estabilidade para o centro de gravidade de 4.2 𝑚 com a
equação:
𝐺𝑍 = 𝐺𝑍š − (𝐾𝐺 − 𝐾𝐺š ) sin 𝜃

59
Os resultados são reportados na tabela em baixo.

𝜃 𝐺𝑍š 𝐺𝑍
0 0.000 0.000
15 0.395 0.136
30 0.850 0.350
45 1.260 0.553
60 1.345 0.479
75 1.220 0.254
90 0.975 -0.025

b)
š.zhB
i. 𝐺𝑀« = š.KBK = 0.52𝑚
onde 0.262 é o ângulo de 15° exprimido em radiantes. A altura metacêntrica
inicial pode ser calculada como a tangente da curva dos braços de
estabilidade na origem, portanto como ratio entre o braço de estabilidade e o
ângulo quando o ângulo aproxima-se a zero. A curva dos braços de
estabilidade tem forma quase linear até 7° ou 10°. Sendo o ângulo mínimo
para o qual o braço de estabilidade está disponível fora deste domínio, a
aproximação pode trazer erros significativos.
ii. 𝐺𝑍•žŸ = 0.553𝑚 aos 𝜃•žŸ = 45°
iii. O ângulo de extinção de estabilidade encontra-se por interpolação linear entre
75° e 90° por 𝐺𝑍 = 0, resultando: 𝜃š = 88.66°.
hš°
iv. 𝑢hš° = ∫š° 𝐺𝑍𝑑𝜃 = 0.078 𝑟𝑎𝑑 𝑚, resolvido numericamente com a primeira
regra de Simpson.
v. O ângulo critico estático fica muito próximo ao ângulo de estabilidade máxima,
portanto pode ser aproximado com este valor de 40°(= 0.7854𝑟𝑎𝑑). O
momento da aplicar lentamente para atingir tal ângulo será:
𝐺𝑍•žŸ
𝑀=∆ = 1642𝑡𝑚
cos 0.7854

vi. A energia que o momento endereitante tem de absorber antes de atingir o


ângulo de extinção de estabilidade para que o navio não soçobre é igual a
,9 ,9
∫š 𝑀Y 𝑑𝜃. Verifica-se que a reserva de estabilidade ∫š ∆𝐺𝑍𝑑𝜃 é superior a
este valor portanto o navio resiste.
O ângulo máximo de inclinação será o ângulo para o qual a energia absorbida
é igual á energia do momento inclinante, ou seja:
,ÛËÝæ ,ÛËÝæ
a 𝑀Y cos 𝜃 𝑑𝜃 = a ∆𝐺𝑍𝑑𝜃
š š

,ÛËÝæ
𝑀Y cos 𝜃
a 𝐺𝑍 − 𝑑𝜃 = 0
š ∆
O integral anterior pode ser calculado por vários ângulo, resultando igual a
−0.02141 aos 60° e 0.07535 aos 75°. Logo por interpolação linear encontra-
se 𝜃xËÝæ = 63.32°.

60
c) A variação da altura do centro de gravidade devida á suspensão do peso por meio
da grua resulta:
𝑃𝛿𝑧• 83 ∙ (5 + 10 − 1)
𝛿𝐾𝐺 = = = 0.553𝑚
∆ 2100
Esta subida do centro de gravidade causa uma variação do braço de estabilidade,
resultando:
𝐺𝑍z = 𝐺𝑍 − (𝐾𝐺z − 𝐾𝐺 ) sin 𝜃
como reportado na tabela em baixo.

𝜃 𝐺𝑍z
0 0.000
15 -0.007
30 0.073
45 0.162
60 0.000
75 -0.280
90 -0.578

Sendo assim a altura metacêntrica inicial acaba por ser negativa e a posição direita
já não fica estável. O navio portanto inclina-se até encontrar uma nova posição
estável, quando a curva do braço de estabilidade resulta novamente igual a zero e
com declive positivo, ou seja entre 15° e 30°. O ângulo de banda encontra-se por
interpolação linear entre estes dois ângulos por 𝐺𝑍z = 0, resultando em 𝜃Ú = 16.31°.
A reserva de estabilidade será calculada como a área abaixo da curva dos braços
de estabilidade no domínio no qual esta resulta positiva multiplicada pelo
deslocamento do navio:
Bš°
𝑈 = ∆a 𝐺𝑍z 𝑑𝜃 = 128.57 𝑡𝑚 𝑟𝑎𝑑
zB.hz°

(Caso o peso elevado for de 100𝑡, resultava 𝜃Ú = 24.80° e 𝑈 = 38.72 𝑡𝑚 𝑟𝑎𝑑.)

________________________________________________________________________________
Problema 3.9

Um ferry com comprimento entre perpendiculares de 122.9𝑚 e boca de 19.9𝑚, cuja tabela
de carenas inclinadas é dada em baixo, encontra-se na seguinte condição de carga:

a) Calcule a curva dos braços de estabilidade nesta condição de carga.


b) Represente graficamente a curva e deduza os seus elementos característicos.
c) Verifique se o navio cumpre o seguinte critério de estabilidade:
1. Energia endireitante superior a 0.055𝑚∙𝑟𝑎𝑑 até aos 30°

61
2. Energia endireitante superior a 0.090𝑚∙𝑟𝑎𝑑 até aos 40° ou até ao ângulo de
alagamento, se este for menor do que 40°
3. Energia endireitante superior a 0.030𝑚∙𝑟𝑎𝑑 entre os 30° e os 40°, ou entre os
30° e o ângulo de alagamento, se este for menor do que 40°
4. O braço de estabilidade deverá ser pelo menos igual a 0.2𝑚 a um ângulo de
inclinação igual ou superior a 30°
5. O braço máximo de estabilidade deverá ocorrer a um ângulo, de preferência,
superior a 30° e nunca inferior a 25°
6. A altura metacêntrica inicial não deverá ser inferior a 0.15𝑚

Cross curves of stability


Showing righting arms in heel at VCG=0.00
Trim: zero at zero heel
Distances in meters. 𝜌 = 1.025𝑡/𝑚h

Sem resolução.

62
4. Critérios de estabilidade
________________________________________________________________________________
Problema 4.1

Considere um navio de carga com 129.2𝑚 de comprimento entre as perpendiculares, 19.9𝑚


de boca, a navegar numa condição de carga caracterizada por ∆= 7290.9𝑡 e 𝐾𝐺 = 10.3𝑚.

a) Trace a curva de estabilidade;


b) Calcule o ângulo de extinção de estabilidade;
c) Verifique se o navio cumpre os requisitos do critério de estabilidade.

Considere um ângulo de alagamento de 38°. A curva dos braços de estabilidade para o


deslocamento de 7290.9𝑡 encontra-se na tabela em baixo.

𝜃 [ °] 10 20 30 40 50 60 70 80 90
𝐾𝑁 [𝑚] 1.831 3.716 5.522 6.969 8.165 8.906 9.139 8.919 8.356

a) O a curva de estabilidade para a condição de carga indicada, reportada na tabela


em baixo, encontra-se pela equação:
𝐺𝑍 = 𝐾𝑁 − 𝐾𝐺 sin 𝜃

𝜃 [ °] 10 20 30 40 50 60 70 80 90
𝐺𝑍 [𝑚] 0.025 0.159 0.322 0.284 0.198 -0.101 -0.634 -1.323 -2.044

b) Por interpolação é possível verificar que o ângulo de extinção de estabilidade é:


−0.198
𝜃š = 50 + 10 ∙ = 56.6°
−0.101 − 0.198

c) Os critérios de estabilidade para navio de carga são:


1. Área abaixo da curva dos braços de estabilidade igual ou superior a
0.055𝑚∙𝑟𝑎𝑑 até aos 30°;
3
𝐴hš = ∙ 10 ∙ (1 ∙ 0 + 3 ∙ 0.025 + 3 ∙ 0.159 + 1 ∙ 0.322) = 0.0572 m ∙ rad > 0.055 √
8

2. Área abaixo da curva dos braços de estabilidade igual ou superior a


0.090𝑚∙𝑟𝑎𝑑 até aos 40° ou até ao ângulo de alagamento, se este for menor do
que 40°;
Ao ângulo de alagamento progressivo, o braço de estabilidade resulta:
38 − 30
GZh3° = 0.322 + (0.284 − 0.322) ∙ = 0.292𝑚
40 − 30

Portanto obtém-se:
(0.322 + 0.292)
𝐴Cš° = 𝐴hš° + 0.1745 ∙ = 0.1 m ∙ rad > 0.09 √
2

63
3. Área abaixo da curva dos braços de estabilidade igual ou superior a 0.030𝑚∙𝑟𝑎𝑑
entre os 30° e os 40°, ou entre os 30° e o ângulo de alagamento, se este for
menor do que 40°, logo:
𝐴CšWhš = 0.1 − 0.0572 = 0.0428 m ∙ rad > 0.03 √

4. O braço de estabilidade deverá ser pelo menos igual a 0.2𝑚 a um ângulo de


inclinação igual ou superior a 30°.
O braço de estabilidade é superior a 0.2m a 30° e a 40°. √

5. O braço máximo de estabilidade deverá ocorrer a um ângulo, de preferência,


superior a 30° e nunca inferior a 25°.
O braço máximo, igual a 0.322 ocorre aos 30°, portanto este critério está
marginalmente cumprido. √

6. A altura metacêntrica inicial não deverá ser inferior a 0.15𝑚.


A altura metacêntrica pode ser estimada como o declive na origem da curva dos
braços de estabilidade:
0.025
𝐺𝑀« ≅ = 0.144𝑚 X
0.1745

Na referida condição de carga o navio não cumpre o critério de estabilidade por causa da
altura metacêntrica ser inferior ao limite de 0.15m. Todavia a estimativa deste parâmetro
com o método utilizado sofre de uma certa imprecisão, portanto num caso real o calculo
do 𝐺𝑀« terá de ser feito mais acuradamente.

________________________________________________________________________________
Problema 4.2

Considere um navio com as seguintes características:

∆= 2000𝑡 Area velica superestrutura = 265𝑚K


𝐿•• = 78𝑚 Centro da área velica: (𝑥, 𝑧) = (9.8, 6.0)𝑚
𝐵 = 11.9𝑚 Ângulo de alagamento progressivo 𝜃ž = 45°
𝐶_ = 0.675 Área da projeção lateral da quilha 𝐴K = 11.5𝑚K
𝐾𝐺 = 4𝑚
𝐺𝑀« = 0.35𝑚

Verifique se o navio cumpre o critério do mau tempo, e represente no diagrama de


estabilidade as quantidades significativas em relação ao seu cumprimento.

Braços de impulsão KN (m)


q = 15° q = 30° q = 45° q = 60° q = 75°
1.47 2.89 4.04 4.74 4.97

Para verificar o critério de mau tempo, será necessário calcular a curva de estabilidade para
o 𝐾𝐺 indicado, também considerando ângulos negativos, com a equação:
𝐺𝑍 = 𝐾𝑁 − 𝐾𝐺 sin 𝜃
Sendo que o 𝐾𝑁 é antissimétrico, ou seja 𝐾𝑁(−𝜃) = −𝐾𝑁(𝜃), resultando:

64
𝜃 [ °] −30 −15 0 15 30 45 60 75
𝐺𝑍 [𝑚] −0.39 −0.18 0 0.18 0.39 0.50 0.41 0.14

Os braços inclinantes devido ao vento constante é:


𝑃𝐴𝑍 514 ∙ 265 ∙ (6 + 3.11/2)
𝐿Lz = = = 0.0525𝑚
1000𝑔∆ 1000 ∙ 9.81 ∙ 2000

sendo a imersão 𝑇 = ∇/𝐿𝐵𝐶_ = 3.11𝑚. O ângulo de inclinação correspondente encontra-


se por interpolação entre 0° e 15°:
0.0525
𝜃š = 0 + 15 ∙ = 4.37°
0.18

Será então necessário calcular os parâmetros para estimar o ângulo de balanço devido á
ação da vaga:

- Como 𝐵/𝑇 = 3.82, 𝑋z = 0.8.

- O 𝑋K calcula-se por interpolação:


0.675 − 0.65
𝑋K = 0.97 + (1 − 0.97) = 0.985
0.70 − 0.65

zšš\
- Da projeção lateral da área da quilha, obtém-se Ù_ M = 1.14 e por interpolação:
1.12 − 1.0
𝑘 = 0.98 + (0.95 − 0.98) ∙ = 0.966
1.5 − 1.0

K>W«
- 𝑟 = 0.73 + 0.6 «
= 0.901

K`_ _ Ù
- sendo 𝑇𝑅 = = 17.19, com 𝐶 = 0.373 + 0.023 « − 0.043 zšš = 0.427, o parâmetro s
N>O-
calcula-se por interpolação como:
17.19 − 16
𝑠 = 0.044 + (0.038 − 0.044) ∙ = 0.034
18 − 16

Finalmente chegando ao ângulo de balanço 𝜃z = 109𝑘𝑋z 𝑋K √𝑟𝑠 = 15.96°, portanto o ângulo


a barlavento de inclinação máxima será 𝜃š − 𝜃z = −11.58°.
Considerando uma rajada de vendo que causa um braço inclinante igual á:
𝐿LK = 1.5𝐿Lz = 0.787𝑚

65
Os ângulos de primeira e segunda interseção de 𝐿LK com a curva dos braços de
estabilidade calculam-se por interpolação, obtendo, respetivamente: 𝜃ší = 6.56° e 𝜃q =
78.4°.

Para cumprir o critério de mau tempo, será necessário que a área “a” na figura seja ser
inferior á área “b”, ou seja, sendo o ângulo de alagamento progressivo 𝜃ž = 45° inferior aos
50° e ao 𝜃q :
,9í ,Ý
a (𝐺𝑍 − 𝐿LK )𝑑𝜃 < a (𝐺𝑍 − 𝐿LK )𝑑𝜃
,9 W,Ô ,9í
Ou mais simplesmente:

a (𝐺𝑍 − 𝐿LK )𝑑𝜃 > 0
,9 W,Ô
O braço de estabilidade correspondente ao ângulo 𝜃š − 𝜃z = −11.58° é encontrado por
interpolação entre −15° e 0°:
−11.58 + 15
𝐺𝑍(−11.58°) = −0.18 + 0.18 = −0.139𝑚
15
O integral é resolvido numericamente utilizando a regra trapezoidal entre 𝜃š − 𝜃z = −11.58°
e 0° e com a segunda regra de Simpson entre 0° e 45°:

a (𝐺𝑍 − 𝐿LK )𝑑𝜃 = 0.125 𝑚 ∙ 𝑟𝑎𝑑 > 0
,9 W,Ô

Portanto o critério está cumprido.

66
5. Flutuabilidade e estabilidade em avaria
________________________________________________________________________________
Problema 5.1

Considere um pontão flutuante com 20.0 𝑚 de comprimento, 10.0 𝑚 de boca e 4.0 𝑚 de


pontal. Este encontra-se a flutuar sem caimento a um calado de 2.0 𝑚. O centro de
gravidade encontra-se a uma altura de 2.5 𝑚 acima da linha base.

Calcule com os métodos da massa acrescentada e da perda de impulsão o calado e a altura


metacêntrica inicial depois de se ter alagado um compartimento de 3.0𝑚 de comprimento,
a toda a largura do pontão, e a meio do mesmo.
Calcule com ambos métodos o adornamento causado pela movimentação transversal de
5𝑚 de um peso de 10𝑡.

Considere uma permeabilidade igual a 1.00.

Método da perda de impulsão


O volume do compartimento alagado vai ser considerado perdido aos fins da impulsão, esta
volume é:
𝑉• = 3 ∙ 10 ∙ 2 = 60𝑚h
De forma igual, a área parte da área de flutuação correspondente ao compartimento
alagado vai ser perdida:
𝐴Š • = 3 ∙ 10 = 30𝑚h
Como não há variação de deslocamento, o volume perdido terá de ser recuperado com
uma sobre imersão que, sendo as paredes verticais, pode ser calculada como:
𝑉• 60
𝛿𝑖 = = = 0.353𝑚
𝐴Š − 𝐴Š± 20 ∙ 10 − 30
Chegando assim a imersão final de 2.353𝑚. Mais, sendo o centro do compartimento na
mesma vertical do centro de carena, não há variação de adornamento ou de caimento.

Com o método da perda de impulsão a água que alagou o compartimento não é


considerada pertencer ao navio, portanto não há variação de deslocamento nem da posição
do centro de gravidade.
Há contudo variação na distribuição do volume de carena e na figura de flutuação, portanto
para calcular a altura metacêntrica será necessário encontrar as novas posições do centro
de carena e do metacentro:
𝑉• [(𝑖 + 𝛿𝑖/2) − 𝑖/2] 𝑖 + 𝛿𝑖
𝛿𝐾𝐶 = → sendo parallelepipedo → 𝐾𝐶z = = 1.176𝑚
∇š 2
𝐼##² − 𝐼## \ (20 − 3) ∙ 10h /12
×9 ×±
𝐶𝑀«Ô = = = 3.542𝑚
∇š 20 ∙ 10 ∙ 2
Resultando:
𝐺𝑀«±Ï = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀«Ô − 𝐾𝐺 = 2.218𝑚

Método da massa acrescentada

Inicialmente pode ser considerado um embarque de água no compartimento alagado até o


um nível igual ao calado inicial. O peso da água embarcada será assim:

67
𝑃žÔ = 3 ∙ 10 ∙ 2 ∙ 1.025 = 61.5𝑡
A sobre imersão devida a tal embarque de peso será:
𝑃ž 61.5
𝛿𝑖z = Ô = = 0.3𝑚
𝐴Š 𝜌 20 ∙ 10 ∙ 1.025
Chegando a uma imersão final de 2.3𝑚, 0.3𝑚 superior ao nível da água interno.

Podemos agora supor um nível da água no interior do compartimento de 2.5𝑚. Se for assim,
o peso embarcado seria:
𝑃žè = 3 ∙ 10 ∙ 2.5 ∙ 1.025 = 76.875𝑡
E a correspondente sobre imersão:
𝑃ž 76.875
𝛿𝑖 = è = = 0.375𝑚
𝐴Š 𝜌 20 ∙ 10 ∙ 1.025
Chegando a uma imersão final de 0.375𝑚, 0.125𝑚 inferior ao nível da água interno.

Como o nível da água interno tem ser igual ao nível externo (imersão no centro de
compartimento), podemos encontrar o valor correto por interpolação linear ao impor a
diferencia igual a zero, ou seja:
0 − (−0.3)
ℎ = 2.0 + (2.5 − 2.0) ∙ = 2.353𝑚 = 𝑖z
0.125 − (−0.3)
Sendo assim pode ser calculado o peso da água efetivamente embarcado, sendo:
𝑃ž = 3 ∙ 10 ∙ 2.533 ∙ 1.025 = 72.353𝑡

A partir deste valor os cálculos são iguais ao considerar um embarque de peso liquido.
Portanto será necessário calcular a variação do centro de gravidade, do centro de carena
e do metacentro:
∆š = 20 ∙ 10 ∙ 2 ∙ 1.025 = 410𝑡
𝐾𝐺š ∆š + 𝑧>Ý 𝑃ž 2.5 ∙ 410 + (2.353/2) ∙ 72.353
𝐾𝐺z = = = 2.301𝑚
∆š + 𝑃ž 410 + 72.353
𝑖z
𝐾𝐶z = = 1.176𝑚
2
𝐼##² 20 ∙ 10h /12
×Ô
𝐶𝑀« z = = = 3.542𝑚
∇z 20 ∙ 10 ∙ 2.353

Haverá também uma subida virtual do centro de gravidade devido ao espelho liquido
formado:
1.025 ∙ 3 ∙ 10h /12
𝛿𝐾𝐺yÚ = = 0.531𝑚
410 + 72.353
Resultando assim uma altura metacêntrica de:
𝐺𝑀«P² = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀«Ô − (𝐾𝐺z + 𝛿𝐾𝐺yÚ ) = 1.895𝑚

Efeito da movimentação do peso

Nota-se que a altura metacêntrica calculada com os dois métodos difere, contudo o efeito
de uma movimentação do peso não pode depender do método utilizado pela resolução.
Assim:
𝑃𝛿𝑦• 10 ∙ 5
Perda de impulsão → tan 𝜃« = = = 0.055
∆š 𝐺𝑀«±Ï 410 ∙ 2.218

68
𝑃𝛿𝑦• 10 ∙ 5
Massa adicionada: → tan 𝜃« = = = 0.055
(∆š + 𝑃ž )𝐺𝑀«P² (410 + 72.353) ∙ 1.895

________________________________________________________________________________
Problema 5.2

O pontão paralelepipédico da figura tem 100.0 𝑚 de comprimento, 15.0 𝑚 de boca, 10.0 𝑚


de pontal e flutua em água salgada (𝜌=1.025 𝑡/𝑚3) a uma imersão uniforme de 2.0 𝑚. O
seu centro de gravidade situa-se a 4.0 𝑚 acima da linha base.
Um rombo no compartimento 1 provoca o seu alagamento. Posteriormente, embarca-se um
peso de 100.0 𝑡, localizado 1.5 𝑚 acima do convés, 4.0 𝑚 a vante de meio-navio e 5.0 𝑚 a
bombordo do plano de mediania.
Calcule as imersões finais nos 4 cantos do pontão, aplicando o método de perda de
impulsão.

Sendo o cumprimento de cada compartimento igual a 20m, o volume e a área de flutuação


perdidos são:
𝑉• = 20 ∙ 15 ∙ 2 = 600𝑚h
𝐴Š± = 20 ∙ 15 = 300𝑚K
Resultando assim numa variação da imersão de:
𝑉• 600
𝛿𝑖ž = = = 0.5𝑚
𝐴Š − 𝐴Š± 100 ∙ 15 − 300
Não há variação de caimento ou adornamento.
O peso embarcado causará uma ulterior sobre-imesão de:
𝑃 100
𝛿𝑖• = = = 0.0813𝑚
𝜌Ó𝐴Š − 𝐴Š± Õ 1.025 ∙ (100 ∙ 15 − 300)

Para avaliar as consequentes inclinações, está agora necessário obter as alturas


metacêntricas transversal e longitudinal, considerando as alterações na distribuição dos
volumes e da área de flutuação e do peso a bordo (apenas devido ao embarque):

∆š = 1.025 ∙ 100 ∙ 15 ∙ 2 = 3075𝑡

3075 + 100
∇z = = 3097.56𝑚h
1.025
𝐾𝐺 ∙ ∆š + 𝑃 ∙ 𝑧>± 4 ∙ 3075 + 100 ∙ 11.5
𝐾𝐺z = = = 4.24𝑚
∆š + 𝑃 3075 + 100

𝑖š + 𝛿𝑖ž + 𝛿𝑖•
𝐾𝐶z = = 1.129𝑚
2
𝐼##9 − 𝐼##² (100 − 20) ∙ 15h /12
×±
𝐶𝑀«Ô = = = 7.264𝑚
∇z 3097.56

69
𝐼QQ9 − 𝐼QQ² (100h − 20h ) ∙ 15/12
×±
𝐶𝑀ÙÔ = = = 400.31𝑚
∇z 3097.56

Resultando:
𝐺𝑀«Ô = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀«Ô − 𝐾𝐺z = 1.129 + 7.264 − 4.24 = 4.318𝑚

𝐺𝑀ÙÔ = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀ÙÔ − 𝐾𝐺z = 1.129 + 400.31 − 4.24 = 397.369𝑚

Será possível então obter os valores do caimento e do adornamento:


𝑃 (𝛿𝑦• − 𝑦> ) 100 ∙ 5
tan 𝜃« = = = 0.036
∆z 𝐺𝑀«Ô (3075 + 100) ∙ 4.318

𝑃(𝛿𝑥• − 𝑥> ) 100 ∙ 4


𝑑= 𝐿= 100 = 0.032𝑚
∆z 𝐺𝑀ÙÔ (3075 + 100) ∙ 397.369

Finalmente a imersão de qualquer ponto do navio pode ser calculada a partir da equação:
𝑥• − 𝑥·
𝑖• = 𝑖YÌÍÔ + 𝑑 + (𝑦• − 𝑦· ) tan 𝜃«
𝐿

Sendo neste caso 𝑥· = 0𝑚 e 𝑦· = 0𝑚 e 𝑖YÌÍÔ = 𝑖š + 𝛿𝑖ž + 𝛿𝑖• = 2.581𝑚.


Portanto as imersões nos quatro cantos do pontão podem ser calculadas como

𝐿/2 𝐵
𝑖\vee = 𝑖YÌÍÔ + 𝑑 + tan 𝜃« = 2.87𝑚
𝐿 2
𝐿/2 𝐵
𝑖\vRe = 𝑖YÌÍÔ + 𝑑 − tan 𝜃« = 2.32𝑚
𝐿 2
(−𝐿/2) 𝐵
𝑖\»ee = 𝑖YÌÍÔ + 𝑑 + tan 𝜃« = 2.84𝑚
𝐿 2
(−𝐿/2) 𝐵
𝑖\»ee = 𝑖YÌÍÔ + 𝑑 − tan 𝜃« = 2.29𝑚
𝐿 2

________________________________________________________________________________
Problema 5.3

Um navio está a navegar no mar com calados 𝑐\» = 5.08𝑚 e 𝑐\v = 5.00𝑚 e centro de
gravidade a uma cota 𝐾𝐺 = 4 𝑚. Por esta condição de carga, retiram-se do GCD os
seguintes valores:
𝛥 = 4800 𝑡
𝑡
𝐷= = 19.6
𝑐𝑚
𝑡𝑚
𝑀= = 100
𝑐𝑚
𝑋· = 0.0 𝑚
𝐾𝑀« = 4.5 𝑚

Por causa da abertura de uma válvula de fundo, um tanque paralelepipédico de estibordo


do duplo-fundo fica alagado. O tanque tem ℎœ = 1.2 𝑚 de altura, capacidade de 𝑉œ =
62.0 𝑚h , e o seu centro encontra-se 34.0 𝑚 a ré de meio-navio e 3.2 𝑚 a estibordo do plano
de mediania. Considere a permeabilidade igual a 1.0.

70
Calcule os calados produzidos e o ângulo de adornamento.

O peso da água embarcada é 𝑃ž = 𝑉œ 𝜌 = 62 ∙ 1.025 = 63.55𝑡.


Como o tanque está fechado no topo e completamente cheio, o nível da água não pode
subir. Portanto será possível tratar este alagamento como um qualquer embarque de peso.
A sobre imersão será:
𝑃ž 63.55
𝛿𝑖 = = = 3.24𝑐𝑚 = 0.0324𝑚
𝐷© 19.6
E a variação de caimento:
𝑀Y 63.55 ∙ (−34)
𝛿𝑑 = = = −21.6𝑐𝑚 = −0.216𝑚
𝑀© 100

O calados médios finais a vante e a ré resultam portanto:


𝑥••\» − 𝑥· −𝐿•• /2
𝑐\»Ô = 𝑐\» + 𝛿𝑖 + 𝛿𝑑 = 5.08 + 0.0324 + (−0.216𝑚) = 5.22𝑚
𝐿•• 𝐿••
𝑥••\v − 𝑥· 𝐿•• /2
𝑐\vÔ = 𝑐\v + 𝛿𝑖 + 𝛿𝑑 = 5.00 + 0.0324 + (−0.216𝑚) = 4.92𝑚
𝐿•• 𝐿••

Sendo 𝑥· = 0, portanto 𝑥••\v − 𝑥· = 𝐿•• /2 e 𝑥••\» − 𝑥· = −𝐿•• /2.

O embarque do peso causa também uma variação da posição do centro de gravidade,


sendo:
𝐾𝐺∆ + 𝑧>ð 𝑃ž 4 ∙ 4800 + 0.6 ∙ 63.55
𝐾𝐺z = = = 3.96𝑚
∆ + 𝑃ž 4800 + 63.55

A altura metacêntrica transversal resulta então:


𝐺𝑀«Ô = 𝐾𝑀« − 𝐾𝐺z = 0.54𝑚

Portanto o ângulo de adornamento resulta:


𝑃ž 𝑦ž 63.55 ∙ 3.2
tan 𝜃 = = = 0.0774 → 𝜃 = 4.43°
∆z 𝐺𝑀«Ô (4800 + 63.55) ∙ 0.54

71
________________________________________________________________________________
Problema 5.4

Considere um navio com comprimento 𝐿•• = 140.0𝑚, boca 𝐵 = 16.0𝑚, navega com um
calado uniforme 𝑐 = 4.6𝑚 e a cota do centro de gravidade 𝐾𝐺 = 7.2𝑚. As seguintes
características hidrostáticas são retiradas do GCD:

𝛥 = 8400𝑡
𝐾𝐶 = 2.44 𝑚
𝑥` = 0.06 𝑚 a ré do meio navio
𝑥· = 0.26 𝑚 a ré do meio navio
𝐶𝑀« = 7.2 𝑚
𝐷= = 21.0𝑡/𝑐𝑚
𝑀= = 138.1 𝑡𝑚/𝑐𝑚
Um compartimento com permeabilidade de 𝜇 = 0.7 é alagado. Até à linha de água original
compartimento tem volume de 205.0 𝑚h e coordenadas do seu centro de gravidade
Ó𝑋>U , 𝑌>U , 𝑍>U Õ = (40.0, 9.0, 2.4 )𝑚. A área do compartimento à linha de água tem
comprimento 𝑙œ = 15.0𝑚 e boca de 𝑏œ = 3.0𝑚 com centro na vertical do centro do tanque.
Calcule os calados finais e o ângulo de adornamento pelos métodos da massa adicionada
e da perda de impulsão.

Método da perda de impulsão

Calcula-se inicialmente a sobre imersão que vai equilibrar a perde da impulsão devida ao
volume perdido, considerando que:
- volume inicial: ∇= ∆/𝜌 = 8400/1.025 = 8195.12𝑡
- área flutuação inicial: 𝐴· = 100𝐷© /𝜌 = 100 ∙ 21/1.025 = 2048.78𝑚K
- volume perdido: 𝑉‹ = 𝜇𝑉œ = 0.7 ∙ 205 = 143.5𝑚h
- área flutuação perdida: 𝐴‹ = 𝜇𝐴œ = 0.7 ∙ 15 ∙ 3 = 31.5𝑚K
- área flutuação final: 𝐴·Ô = 2048.78 − 31.5 = 2017.28𝑚K
- sobre-imersão: 𝛿𝑖 = 𝑉‹ /𝐴·Ô = 0.071𝑚

A perda de parte da área de flutuação causa uma movimentação do centro de flutuação:


𝐴· 𝑥· − 𝐴• 𝑥·U 2048.78 ∙ (−0.26) − 31.5 ∙ 40
𝑥·Ô = = = −0.889𝑚
𝐴·Ô 2017.28
−𝐴• 𝑦·U −31.5 ∙ 9
𝑦·Ô = = = −0.141𝑚
𝐴·Ô 2017.28

A perda de volume causa uma movimentação do centro de carena, que passa do centro de
gravidade do compartimento ao centro do volume ganho com a sobre-imersão, localizado
no centro de flutuação final a uma cota média entre a imersão inicial e a imersão final.
𝑉• 143.5
𝛿𝑥` = Ó𝑥·Ô − 𝑥>U Õ = (−0.889 − 40) = −0.716𝑚 → 𝑥`Ô = −0.776𝑚
∇ 8195.12
𝑉• 143.5
𝛿𝑦` = Ó𝑦·Ô − 𝑦>U Õ = (−0.141 − 9) = −0.16𝑚 → 𝑦`Ô = −0.16𝑚
∇ 8195.12
𝑉• 143.5
𝛿𝐾𝐶 = V(𝑖 + 𝛿𝑖/2) − 𝑧>U W = (2.44 + 0.071/2 − 2.4) = 0.039𝑚 → 𝐾𝐶z = 2.479𝑚
∇ 8195.12

72
Como o centro de gravidade não mudou de posição, há assim um desalinhamento entre o
centro de carena e o centro de gravidade (aliás entre a impulsão e o peso), que causa uma
inclinação, dividida nas suas componentes transversal e longitudinal. Estas inclinações
podem ser calculadas como:
𝛿𝑦`
tan 𝜃« =
𝐺𝑀«Ô
𝛿𝑥`
𝛿𝑑 = 𝐿
𝐺𝑀ÙÔ ••
Contudo, por causa da movimentação do centro de carena e da perda de parte da área de
flutuação, as alturas metacêntricas mudam.
𝐺𝑀«Ô = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀«Ô − 𝐾𝐺
𝐺𝑀ÙÔ = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀ÙÔ − 𝐾𝐺
Onde:
𝐼##Ô
𝐶𝑀«Ô =

𝐼QQÔ
𝐶𝑀ÙÔ =

Onde 𝐼##Ô e 𝐼QQÔ são os momentos de inercia da figura de flutuação final (após alagamento),
respeito ao centro de flutuação final Ó𝑥·Ô , 𝑦·Ô Õ.
Os momentos de inercia da figura de flutuação intacta (antes do alagamento), podem ser
obtidos da altura metacêntrica inicial e do momento de caimento unitário como:
𝐼##
𝐶𝑀« = → 𝐼## = 𝐶𝑀« ∇= 7.2 ∙ 8195.12 = 59004.88mC

𝜌𝐼QQ 100𝐿•• 𝑀=
𝑀= = → 𝐼QQ = = 1886243.9𝑚C
100𝐿•• 𝜌

Os momentos de inercia da figura de flutuação perdida, respeito ao centro de flutuação


inicial, são:
𝜇𝑙q 𝑏qh K 0.7 ∙ 15 ∙ 3h
𝐼##± = + 𝐴‹ Ó𝑦·U − 𝑦· Õ = + 31.5 ∙ 9K = 2575.125𝑚C
12 12
𝜇𝑙qh 𝑏q K 0.7 ∙ 15h ∙ 3
𝐼QQ± = + 𝐴‹ Ó𝑥·U − 𝑥· Õ = + 31.5 ∙ (40 + 0.26)K = 51647.954𝑚C
12 12

Os momentos de inercia da figura após alagamento respeito ao centro de flutuação inicial


são:
𝐼## · = 𝐼## − 𝐼##± = 59004.88 − 2575.125 = 56429.75𝑚C
𝐼QQ · = 𝐼QQ − 𝐼QQ± = 1886243.9 − 51647.954 = 1834595.95𝑚C

Finalmente, os momentos de inercia da figura de flutuação final respeito ao centro de


flutuação final podem ser calculados como:
K
𝐼## z = 𝐼## · − 𝐴·Ô Ó𝑦·Ô − 𝑦· Õ = 56429.75 − 2017.28 ∙ (−0.141)K = 56389.9𝑚C
K
𝐼QQ z = 𝐼QQ · − 𝐴·Ô Ó𝑥·Ô − 𝑥· Õ = 1834595.95 − 2017.28 ∙ (−0.889 + 0.26)K = 1833798.7𝑚C

Calculando agora os raios e as alturas metacêntricas:


𝐼##Ô 56389.9
𝐶𝑀«Ô = = = 6.881𝑚 → 𝐺𝑀«Ô = 2.479 + 6.881 − 7.2 = 2.16𝑚
∇ 8195.12

73
𝐼QQÔ 1833798.7
𝐶𝑀ÙÔ = = = 223.77𝑚 → 𝐺𝑀ÙÔ = 2.479 + 223.77 − 7.2 = 219.05𝑚
∇ 8195.12

Finalmente é possível calcular o ângulo de adornamento, a variação de caimento, e os


calados médios a vante e a ré resultam, com as equações usuais:
𝛿𝑦` 0.16
tan 𝜃 = = = 0.0741 → 𝜃 = 4.24°
𝐶𝑀«Ô 2.16
𝛿𝑥` 0.716
𝛿𝑑 = 𝐿•• = ∙ 140 = 0.458𝑚
𝐶𝑀ÙÔ 219.05

𝑥••\v − 𝑥·Ô
𝑐\v z = 𝑐 + 𝛿𝑖 + 𝛿𝑑 = 4.90𝑚
𝐿••
𝑥••\» − 𝑥·Ô
𝑐\» z = 𝑐 + 𝛿𝑖 + 𝛿𝑑 = 4.44𝑚
𝐿••
Método da massa adicionada

A hipótese inicial é que o nível da água ℎz no interior do compartimento é igual á imersão


inicial uniforme, 4.6𝑚. Sendo assim, o volume da água que alaga o compartimento será:
𝑉žÔ = 𝜇𝑉q = 143.5𝑚h

Ficam então conhecidos: o peso da água adicionada 𝑃žÔ = 𝜌𝑉žÔ = 1.025 ∙ 143.5 = 147.09𝑡,
o deslocamento resultante ∆z = ∆ + 𝑃ž = 8400 + 147.09 = 8547.09𝑡 e o volume de carena
resultante ∇z = ∇ + 𝑉žÔ = 8195.12 + 143.5 = 8338.62𝑚h.

Agora podemos calcular a imersão no centro do compartimento alagado causada por este
peso de água embarcada, tratando como um qualquer embarque de peso liquido. Sendo
assim calculamos os seguintes.
•Ý zC4.š8
Sobre imersão: 𝛿𝑖z = (zššmÔ )
= (zšš∙Kz) = 0.07𝑚
X

•ÝÔ ÓŸYU WŸZ Õ zC4.š8∙(Cš/š.KB)


Variação de caimento: 𝛿𝑑 = (zššOX )
= (zšš∙zh3.z)
= 0.429𝑚

Variação dos centro de carena, de gravidade e do raio metacêntrico:


𝐾𝐶∇ + (𝑖 + 𝛿𝑖z /2)𝑉žÔ 2.44 ∙ 8195.12 + (4.6 + 0.07/2) ∙ 143.5
𝐾𝐶z = = = 2.478𝑚
∇z 8338.62
𝐼ŸŸ 𝐶𝑀« ∇ 7.2 ∙ 8195.12
𝐶𝑀«Ô = = = = 7.076𝑚 Óhipótese 𝐼ŸŸÔ = 𝐼ŸŸ Õ
∇z ∇z 8338.62
𝐾𝐺∆ + 𝑧>ÝÔ 𝑃žÔ 7.2 ∙ 8400 + 2.4 ∙ 147.09
𝐾𝐺z = = = 7.117𝑚
∆z 8547.09
Sendo o centro de gravidade da água embarcada 𝑧>ÝÔ igual ao centro de gravidade do
compartimento 𝑧>U .
Será ainda necessário considerar que a água no interior do compartimento alagado forma
agora um espelho liquido, causando uma subida virtual do centro de gravidade:
𝜌𝑖ŸŸ 𝜌(𝜇𝑙œ 𝑏œh /12) 1.025 ∙ (0.7 ∙ 15 ∙ 3h /12)
𝛿𝐾𝐺yÚ = = = = 0.0028𝑚
∆z ∆z 8547.09

A altura metacêntrica resultante será:

74
𝐺𝑀«Ô = 𝐾𝐶z + 𝐶𝑀«Ô − (𝐾𝐺z + 𝛿𝐾𝐺yÚ ) = 2.434𝑚
Pode então ser calculado o ângulo de adornamento:
𝑃ž 𝑦> 147.09 ∙ 9
tan 𝜃 = Ô U = = 0.0648
∆z 𝐺𝑀«Ô 8547.09 ∙ 2.434

A imersão no centro do compartimento, causada do embarque do peso 𝑃žÔ , pode ser


calculada como:
𝑥> − 𝑥· 40 + 0.26
𝑖qÔ = 𝑐 + 𝛿𝑖z + 𝑑 U + 𝑦>U tan 𝜃 = 4.6 + 0.07 + 0.429 ∙ + 9 ∙ 0.0648 = 5.376𝑚
𝐿•• 140

Como esperavel, a nova imersão no centro do tanque resulta maior do nível de água
considerado, portanto no rombo a pressão hidrostática interna será superior á pressão
hidrostática externa, significando que não se trata de uma condição de equilíbrio, mas a
água do mar continuará entrar no compartimento.

A segunda hipótese será de ter um nível interno ℎK da água superior ao inicial, e também
superior á 𝑖qÔ . Assumimos ℎK = 5.8𝑚. O volume da água embarcado até o nível ℎK será:
𝑉žè = 𝜇𝑉q + 𝜇𝑙q 𝑏q (ℎK − 𝑖 ) = 181.3𝑚h → 𝑃žè = 𝜌𝑉žè = 185.83𝑡
Como o nível da água interna subiu, também o seu centro de gravidade subiu:
𝑧> 𝑃ž + [ℎz + (ℎK − ℎz )/2]Ó𝑃žè − 𝑃žÔ Õ
𝑧>Ýè = U Ô = 3.46𝑚
𝑃žè
Os cálculos seguintes para encontrar a imersão resultante no centro do compartimento são
iguais ao caso anterior, chegando ao valor:
𝑖qè = 5.588𝑚

A imersão no centro do compartimento fica neste caso inferior ao nível de água assumido
ℎK = 5.8𝑚, portanto esta condição também não será de equilíbrio.
Uma boa aproximação do nível correto de água no interior do compartimento ℎ, pode ser
obtida por interpolação linear entre e ℎz e ℎK para ℎ − 𝑖q = 0, resultando ℎ = 5.54𝑚.

Ao repetir todos os cálculos anteriores para este novo nível, resultam:


𝛿𝑑 = 0.517𝑚
tan 𝜃 = 0.0786

________________________________________________________________________________
Problema 5.5

Um pontão de forma paralelepipédica tem 120 𝑚 de comprimento, 15 𝑚 de boca e 8 𝑚 de


pontal a flutuar em água salgada com um calado de 3 𝑚 e centro de gravidade 6.55 𝑚
acima da linha base. O pontão está subdividido por 11 anteparas transversais
uniformemente espaçadas e por 1 antepara longitudinal localizada no plano de simetria.
Calcule os calados finais nos vértices da figura de flutuação pontão ao inundar-se o primeiro
compartimento à proa e a bombordo, considerando uma permeabilidade do espaço alagado
de 0.9.

Sem resolução.

Soluções: 𝐶𝐴𝑉/𝐵𝐵=4.548 m; 𝐶𝐴𝑉/𝐸𝐵=2.435 m; 𝐶𝐴𝑅/𝐵𝐵=3.867 m; 𝐶𝐴𝑅/𝐸𝐵=1.712 m

75
________________________________________________________________________________
Problema 5.6

Um pontão paralelepipédico com 80m de comprimento, 24.5m de boca e 7m de pontal,


flutua em agua salgada a uma imersão de 3.5m. O pontão sofre um rombo, alagando um
compartimento com permeabilidade de 0.9, delimitado por duas anteparas colocadas
respetivamente 14m e 5m a ré da extremidade de vante.
Qual o valor da imersão nas extremidades de vante e de ré?

Sem resolução.

76
6. Encalhe e docagem
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Problema 6.1

Um navio com 61 𝑚 de comprimento entre perpendiculares, possui uma imersão a vante


de 2.67 𝑚 e a ré de 3.00 𝑚. As marcas de calado a vante estão a 6.1 𝑚 a ré da 𝑃𝑃𝐴𝑉 e as
marcas a ré estão 12.2 𝑚 a vante da 𝑃𝑃𝐴𝑅. O deslocamento unitário do navio é de 3.57
𝑡/𝑐𝑚, o momento de caimento unitário é de 7.66 𝑡∙𝑚/𝑐𝑚, e a abcissa do centro de flutuação
é 2.45 𝑚 a ré de meio-navio.
O navio encalhou numa rocha a 9.15 𝑚 a ré da 𝑃𝑃𝐴𝑉. Sabendo-se que a maré está a vazar,
calcule:
a) A força de encalhe
b) As imersões nas perpendiculares quando o bordo livre na 𝑃𝑃𝐴𝑅 diminuir 1 𝑚.
c) A localização da força de encalhe para que o bordo livre na 𝑃𝑃𝐴𝑅 aumente 0.1 𝑚,
sabendo que o valor máximo da força de encalhe é de 87 𝑡.

a) O ângulo de inclinação longitudinal na condição inicial (antes da maré descer), será:


𝑖O²³ − 𝑖O²´ 2.67 − 3.00
tan 𝜃Ù = = = 0.00773
𝐿•• − 𝑡O²³ − 𝑡O²´ 61 − 6.1 − 12.2
Assim, as imersões iniciai a vante e a ré são portanto:
𝑖\v9 = 𝑖O²³ + Ó𝑥••\v − 𝑥O²³ Õ tan 𝜃Ù = 2.67 + 6.1 ∙ 0.00773 = 2.623𝑚
𝑖\»9 = 𝑖O²´ + Ó𝑥••\» − 𝑥O²´ Õ tan 𝜃Ù = 3.00 + (−12.2) ∙ 0.00773 = 3.094𝑚

Por causa da descida da maré, vai aparecer uma reação 𝑅 no ponto de encalhe 𝑥Œ =
𝐿•• /2 − 9.15 = 21.35𝑚 e um momento inclinante longitudinal 𝑀Y = 𝑅 (𝑥Œ − 𝑥· ). Esta
força e este momento, causam respetivamente uma variação da imersão 𝛿𝑖 = 𝑅/𝐷=
e uma variação de caimento 𝛿𝑑 = 𝑀Y /𝑀= . A imersão final em qualquer ponto do
navio, pode ser portanto calculada como:
𝑅 𝑀Y 𝑥 − 𝑥·
𝑖Ÿ Ô = 𝑖Ÿ 9 + +
𝐷= 𝑀= 𝐿••
Em particular, sendo conhecida a imersão final na PPAR, sendo 𝑖\»Ô = 𝑖\»9 + 1 =
4.094𝑚, podemos escrever:
𝑅 𝑀Y 𝑥••\» − 𝑥·
𝑖\»Ô = 𝑖\»9 + +
100𝐷= 100𝑀= 𝐿••

61
𝑅 𝑅 (21.35 + 2.45) ¬− 2 + 2.45- 𝑅 667.59 ∙ 𝑅
4.094 = 3.094 + + = 3.094 + −
3.57 ∙ 100 7.66 ∙ 100 61 357 46726

46726 ∙ 357
𝑅= = −87.06𝑡
46726 − 357 ∙ 667.59

b) O caimento final pode ser calculado como:


𝑀Y
𝑑z = 𝑑š + 𝛿𝑑 = 𝑖\v9 − 𝑖\»9 +
100𝑀=
−87.06 ∙ (21.35 + 2.45)
= 2.623 − 3.094 + = −3.176𝑚
766

77
A imersão na PPAV resultará então:
𝑖\vÔ = 𝑖\»Ô + 𝑑z = 4.094 − 3.176 = 0.918𝑚

c) Será possível utilizar a mesma equação da imersão final a ré, mas agora sendo
desconhecida a coordenada 𝑥Œ :
𝑅 𝑅(𝑥Œ − 𝑥· ) 𝑥••\» − 𝑥·
𝑖\»Ô − 𝑖\»9 = +
100𝐷= 100𝑀= 𝐿••

61
87 87(𝑥Œ + 2.45) ¬− 2 + 2.45-
−0.1 = − −
357 766 61

61
87 87 ∙ 2.45 ¬− 2 + 2.45-
−0.1 + 357 + 766 61
𝑥Œ = = 0.301𝑚
61
87 ¬− 2 + 2.45-
− 766 61

________________________________________________________________________________
Problema 6.2

Um navio com comprimento entre as perpendiculares 𝐿•• = 134.4𝑚, cujas características


hidrostáticas são apresentadas na tabela um baixo, encalhou às 9:40, num ponto
longitudinalmente na vertical do centro de flutuação e transversalmente a 1.0 𝑚 a estibordo
da mediania.
Na altura do encalhe, os seus calados e caraterísticas eram:
𝐶\v = 7.90 𝑚
𝐶\» = 8.10 𝑚
𝐺𝑀« = 1.186 𝑚 (não corrigido pelos espelhos líquidos)
∑ 𝜌« 𝐼ŸŸ- = 149.5 𝑡 ∙ 𝑚

Às 10:20, quando a maré baixou 36 𝑐𝑚, calcule:


a) A reação da força de encalhe.
b) Os calados e a altura metacêntrica.
c) O ângulo de adornamento.

78
a) Como o encalhe aconteceu na vertical do centro de flutuação, não haverá algum
caimento.
A imersão inicial no centro de flutuação terá de ser calculada para retirar as
informações necessárias da TCD.
7.90 + 8.10
𝑖• = = 8.00𝑚
2
Da TCD retiramos a posição longitudinal do centro de flutuação, sendo 62.203𝑚 da
Ù
PPAR, ou seja 𝑥· = ±± K
− 62.203 = −4.997𝑚, e calculamos a imersão isocarenica
como:
𝑥· −4.997
𝑖YÌÍ = 𝑖• + 𝑑 = 8 + (7.90 − 8.10) = 8.007𝑚
𝐿•• 134.4
A força de reação pode ser calculada de forma mais aproximativa como:
𝑅 = 100𝐷= 𝛿𝑖 = 100 ∙ 24.624 ∙ (−0.36) = −886.45𝑡

Onde o deslocamento unitário é retirado da TCD pela 𝑖YÌÍ . Como variação do


deslocamento (retirados da TCD):
𝑅 = ∆(𝑖YÌÍ − 0.36) − ∆(𝑖YÌÍ ) = 16165.41 − 17047.50 = −882.09𝑡

b) Como o encalhe não provoca nenhuma variação de caimento, as imersões finais


serão:
𝑐\vÔ = 𝑐\v − 0.36 = 7.54𝑚
𝑐\»Ô = 𝑐\» − 0.36 = 7.74𝑚

Á nova imersão isocarenica 𝑖YÌÍÔ − 0.36 = 7.647𝑚, a cota do metacentro é retirada


da TCD, sendo 𝐾𝑀«Ô = 8.146𝑚.
Sendo a cota inicial do centro de gravidade igual a 𝐾𝐺š = 𝐾𝑀«9 − 𝐺𝑀«9 = 8.187 −
1.186 = 7𝑚, a subida virtual do centro de gravidade devido á força de reação resulta:

79
|𝑅| 𝐾𝐺x 882.09 ∙ 7
𝛿𝐾𝐺 = = = 0.38𝑚
∆(𝑖YÌÍ − 0.36) 16165.41

A altura metacêntrica final, considerando também o efeito dos espelhos liquido, será
portanto:
∑ 𝜌« 𝐼ŸŸ-
𝐺𝑀«Ô = 𝐾𝑀«Ô − (𝐾𝐺š + 𝛿𝐾𝐺) − = 0.754𝑚
∆(𝑖YÌÍ − 0.36)

c) O ângulo de adornamento devido á reação de encalhe será:


𝑅𝑦Œ −882.09 ∙ 1
tan 𝜃« = = = −0.0724 → 𝜃« = −4.12°
∆(𝑖YÌÍ − 0.36)𝐺𝑀«Ô 16165.41 ∙ 0.754

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Problema 6.3

O navio com comprimento entre as perpendiculares de 134.4m, flutua com os calados de


7.0 𝑚 𝐴𝑉 e 8.2 𝑚 𝐴𝑅 as características hidrostáticas são reportadas a seguir:

𝑥· = −4.398 𝑚
𝐷= = 24.373 𝑡/𝑐𝑚
𝑀= = 234.478 𝑡𝑚/𝑐𝑚

O navio encalha, ficando com os calados de 6.7 𝑚 𝐴𝑉 e 8.3 𝑚 𝐴𝑅.


Determine:
a) A reação da força de encalhe.
b) O ponto de encalhe
c) O peso de água necessário alijar de um tanque cujo centro de gravidade está 15.0𝑚
a vante de meio navio para o navio voltar a flutuar livremente.

a) A reação pode ser calculada considerando a variação da imersão isocarenica


como:
𝑅 = 100𝐷= 𝛿𝑖YÌÍ

Sendo as imersões isocarenicas antes e após o encalhe:


𝑥· 7.0 + 8.2 −4.398
𝑖YÌÍ9 = 𝑖•9 + 𝑑š = + (7.0 − 8.2) ∙ = 7.639𝑚
𝐿•• 2 134.4
𝑥· 6.7 + 8.3 −4.398
𝑖YÌÍÔ = 𝑖•Ô + 𝑑z = + (6.7 − 8.3) ∙ = 7.552𝑚
𝐿•• 2 134.4

A reação resulta:
𝑅 = 100 ∙ 24.373 ∙ (7.552 − 7.639) = −211.83𝑡

b) Além de uma variação da imersão isocarenica, o encalhe causou uma variação do


caimento:
𝛿𝑑 = 𝑑z − 𝑑š = (6.7 − 8.3) − (7.0 − 8.2) = −0.4𝑚

Sendo o momento inclinante causado da reação 𝑀Y = 𝑅(𝑥Œ − 𝑥· ), e 𝛿𝑑 = 𝑀Y /𝑀= ,


então resulta:
100𝑀= 𝛿𝑑 100 ∙ 234.478(−0.4)
𝑥Œ = + 𝑥· = − 4.398 = 39.879𝑚
𝑅 −211.83

80
c) Para que o navio desencalhe, a variação de imersão, no ponto de encalhe,
causada pelo desembarque da água do tanque tem de ser igual a variação de
imersão causada pelo encalhe, ou seja.
As imersões no tal ponto antes e depois do encalhe são:
𝑥Œ 7.0 + 8.2 39.879
𝑖Œ9 = 𝑖•9 + 𝑑š = + (7.0 − 8.2) ∙ = 7.244𝑚
𝐿•• 2 134.4
𝑥Œ 6.7 + 8.3 39.879
𝑖ŒÔ = 𝑖•Ô + 𝑑z = + (6.7 − 8.3) ∙ = 7.025𝑚
𝐿•• 2 134.4

Portanto 𝛿𝑖Œ = −0.219𝑚. O desembarque de um peso de água 𝑃ž do tanque vai


causar uma variação de imersão no ponto de encalhe de:
𝑃ž 𝑃ž (𝑥œ − 𝑥· ) (𝑥Œ − 𝑥· )
𝛿𝑖Œ = + → 𝑃ž = 320.27𝑡
𝐷= 𝑀= 𝐿••

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Problema 6.4

Um navio com 64.0 𝑚 de comprimento entre perpendiculares possuía um deslocamento de


2400 𝑡 e um 𝐾𝐺=5.2𝑚, quando entrou em doca com plano de picadeiros horizontal. Á
entrada o navio tem caimento igual a 2.0m AR e centro de carena 3.72 𝑚 𝐴𝑅 de meio-navio.
O navio toca num ponto dos picadeiros 1.48 𝑚 𝐴𝑉 da PPAR.
Calcule a força de encalhe no instante em que o navio assenta nos picadeiros a todo o
comprimento da quilha, assim como a altura metacêntrica.

Os valores de impulsão, as coordenadas longitudinais dos centros de carenas e as alturas


do metacentro para linhas de água paralelas à quilha são fornecidos na tabela em baixo.

𝐼 [𝑡] 𝑥q [𝑚] 𝐾𝑀«


1800 -0.71 6.08
2000 -0.89 5.93
2200 -1.07 5.79
2400 -1.27 5.64
2600 -1.47 5.52

O navio assenta nos picadeiros quando o momento do deslocamento em torno do ponto de


assentamento a ré é igual ao momento da impulsão.
Como o navio fica em equilíbrio ao momento da entrada na doca, coordenada longitudinal
do centro de gravidade é igual á coordenada do centro de carena 𝑥> = 𝑥` š . Sendo a
coordenada do ponto de assentamento mais a ré 𝑥• = −𝐿•• /2 + 1.48 = −30.52𝑚, o
momento do deslocamento será:
𝑀∆ = ∆(𝑥> − 𝑥• ) = 2400 ∙ (−3.72 + 30.52) = 64320𝑡𝑚

O momento da impulsão por linhas de água paralelas ao plano dos picadeiros é calculado
por meio da equação:
𝑀Y = 𝐼(𝑥` − 𝑥• )

Da tabela em baixo, é agora possível obter o valor da impulsão no momento do assento


completo por interpolação linear quando 𝑀Y = 𝑀∆ :

81
64320 − 59260
𝐼z = 2000 + (2200 − 2000) = 2183𝑡
64790 − 59260
𝐼 [𝑡] 𝑀Y [𝑡𝑚]
1800 53658
2000 59260
2200 64790
2400 70200
2600 75530

Logo a reação no instante antes do assento completo será:


𝑅 = ∆ − 𝐼z = 2400 − 2183 = 217𝑡

Esta ração causa uma subida virtual do centro de gravidade de:


𝑅𝐾𝐺 217 ∙ 5.2
𝛿𝐾𝐺 = = = 0.517𝑚
∆ − 𝑅 2400 − 217

Obtendo o 𝐾𝑀«Ô da tabela inicial por interpolação linear, a altura metacêntrica final resulta:
𝐺𝑀«Ô = 𝐾𝑀«Ô − (𝐾𝐺 + 𝛿𝐾𝐺 ) = 5.802 − (5.2 + 0.517) = 0.085𝑚

82

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