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NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 8186
Segunda edição
14.02.2011

Válida a partir de
14.03.2011
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Guia de aplicação de coordenação de isolamento


Guide application of insulation coordination

ICS 29.240.10 ISBN 978-85-07-02620-4

Número de referência
ABNT NBR 8186:2011
78 páginas

© ABNT 2011
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Sumário Página

Prefácio ...............................................................................................................................................iv
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referências normativas .....................................................................................................1
3 Termos e definições ...........................................................................................................2
4 Solicitação de tensão em operação .................................................................................2
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4.1 Generalidades.....................................................................................................................2
4.2 Tensão à freqüência industrial..........................................................................................3
4.3 Sobretensões temporárias ................................................................................................3
4.3.1 Generalidades.....................................................................................................................3
4.3.2 Faltas para terra .................................................................................................................3
4.3.3 Perda súbita de carga ........................................................................................................4
4.3.4 Ressonância e ferroressonância ......................................................................................4
4.4 Surtos de manobra e atmosféricos ..................................................................................5
4.4.1 Generalidades.....................................................................................................................5
4.4.2 Sobretensões devidas à energização e religamento de linhas......................................6
4.4.3 Sobretensões devidas a faltas e remoção de faltas .......................................................6
4.4.4 Sobretensões devidas à interrupção de correntes indutivas e capacitivas .................6
4.4.5 Sobretensões devidas a perdas súbitas de carga ..........................................................7
4.4.6 Surtos atmosféricos...........................................................................................................7
4.5 Determinação do nível de sobretensão esperado ..........................................................7
4.5.1 Faixa A .................................................................................................................................7
4.5.2 Faixa B .................................................................................................................................9
4.5.3 Faixa C .................................................................................................................................9
5 Suportabilidade ................................................................................................................10
5.1 Generalidades...................................................................................................................10
5.2 Seleção do tipo de ensaio ...............................................................................................11
5.2.1 Equipamento auto-recuperante ......................................................................................11
5.2.2 Equipamento composto ..................................................................................................11
5.2.3 Equipamento não auto-recuperante ...............................................................................11
5.3 Comportamento da isolação sob tensões de freqüência industrial e sobretensões
temporárias .......................................................................................................................11
5.4 Probabilidade de descarga de isolação submetida a impulsos de tensão.................12
5.5 Equipamentos com enrolamentos ..................................................................................14
6 Dispositivos de proteção .................................................................................................15
6.1 Generalidades...................................................................................................................15
6.2 Pára-raios de resistores não-lineares ............................................................................................15
6.2.1 Nível de proteção a impulso atmosférico ......................................................................15
6.2.2 Nível de proteção a impulso de manobra ......................................................................16
6.3 Pára-raios de expulsão ....................................................................................................16
6.4 Centelhadores ..................................................................................................................16
6.4.1 Características de proteção de um centelhador ...........................................................17

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6.4.2 Limitações de centelhadores de proteção .....................................................................17


6.5 Aplicação dos dispositivos de proteção ........................................................................18
6.5.1 Proteção por pára-raios de resistor não-linear .............................................................18
6.5.2 Proteção com pára-raios tipo expulsão .........................................................................18
6.5.3 Proteção com centelhadores ..........................................................................................19
7 Coordenação entre solicitações e suportabilidiade – Considerações comuns
às faixas A, B e C..............................................................................................................19
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7.1 Determinação da isolação para tensões de operação à freqüência industrial


e sobretensões temporárias – problemas de poluição e envelhecimento .................19
7.2 Poluição.............................................................................................................................20
7.3 Envelhecimento ................................................................................................................20
8 Coordenação entre solicitações e suportabilidade na faixa A ....................................20
8.1 Seleção da tensão suportável nominal à freqüência industrial...................................20
8.2 Seleção da tensão suportável nominal de impulso atmosférico .................................21
8.2.1 Equipamento sem conexão a uma linha aérea ..............................................................21
8.2.2 Equipamento ligado a linha aérea por meio de transformador ...................................21
8.2.3 Equipamento diretamente ligado a uma linha aérea ....................................................24
8.2.4 Equipamento ligado a uma linha aérea através de cabo ..............................................25
9 Coordenação entre solicitações e suportabilidade na faixa B ....................................27
10 Coordenação entre solicitações e suportabilidade na faixa C ....................................27
10.1 Seleção de níveis de isolamento em função da tensão à freqüência industrial
e das sobretensões temporárias ....................................................................................27
10.2 Seleção da isolação em função das sobretensões de manobra e das sobretensões
atmosféricas .....................................................................................................................27
10.2.1 Método convencional .......................................................................................................28
10.2.2 Método estatístico ............................................................................................................28
10.2.3 Método estatístico simplificado ......................................................................................31
10.3 Diagrama de blocos para projeto e coordenação de isolamento de uma instalação
elétrica ...............................................................................................................................33
Anexo A (normativo) Transferência de surtos através de transformadores .................................36
A.1 Derivação das expressões ..............................................................................................36
A.1.1 Tensão transferida capacitivamente...............................................................................36
A.1.2 Tensão transferida indutivamente ..................................................................................37
A.1.3 Correção devida à tensão de 60 Hz ................................................................................39
A.1.4 Comentários .....................................................................................................................39
A.2 Exemplos numéricos .......................................................................................................40
A.2.1 Exemplo A: Instalação da categoria 1 (ver 8.2.2.2) .......................................................40
A.2.2 Exemplo B: Instalação da categoria 2 (ver 8.2.2.2) .......................................................41
Anexo B (normativo) Validade dos ensaios em 6.3, 6.4 e 6.5 da ABNT NBR 6939 ........................44
B.1 Limites de confiança do ensaio ......................................................................................44
B.2 Exame dos diferentes métodos de ensaio .....................................................................45
Anexo C (normativo) Avaliação estatística da proteção fornecida por centelhadores ................48
Anexo D (informativo) Exemplos de aplicação.................................................................................51

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Anexo E (normativo) Espaçamentos no ar entre partes condutoras energizadas e estruturas


aterradas para assegurar uma tensão suportável de impulso
especificada, em condições secas ...............................................................53
Anexo F (informativo) Tabelas ............................................................................................................54
Anexo G (informativo) Figuras ...........................................................................................................60
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Figuras
Figura G.1 – Sobretensões ...............................................................................................................60
Figura G.2 – Probabilidade de descarga disruptiva em uma isolação submetida a tensões
de impulso....................................................................................................................61
Figura G.3 – Aplicação de centelhadores .......................................................................................62
Figura G.4 – Comprimento máximo permissível de cabos no caso de pára-raios instalados
apenas na junção de linhas aéreas e subterrâneas .................................................62
Figura G.5 – Avaliação do risco de falha de uma isolação............................................................63
Figura G.6 – Método estatístico simplificado .................................................................................63
Figura G.7 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico
(γ) para diversas distribuições de sobretensões de manobra ................................65
Figura G.8 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico
(γ) para diversas distribuições de sobretensões de manobra ................................66
Figura G.9 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico
(γ) para diversas distribuições de sobretensões de manobra ................................67
Figura G.10 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico
(γ) para diversas distribuições de sobretensões atmosféricas.............................68
Figura G.11 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico
(γ) para diversas distribuições de sobretensões atmosféricas.............................68
Figura G.12 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico
(γ) para diversas distribuições de surtos atmosféricos ........................................69
Figura G.13 – Diagrama de bloco de projeto e da coordenação do isolamento .........................70
Figura G.14 – Pico inicial de tensão capacitiva ..............................................................................71
Figura G.15 – Valores do fator r .......................................................................................................72
Figura G.16 – Definição da suportabilidade de um equipamento no tempo t em função
do parâmetro k ...........................................................................................................73
Figura G.17 – Densidade de freqüência da suportabilidade 90 % medida de uma população
de equipamentos .......................................................................................................74
Figura G.18 – Probabilidade de um equipamento resistir a diferentes tipos de ensaios como
função de suas características ................................................................................75
Figura G.19 – Riscos .........................................................................................................................76
Figura G.20 – Risco do consumidor em função da probabilidade de Pf de falha no ensaio .....77
Figura G.21 – Risco do consumidor Rc em função do risco do fabricante Rm ...........................78

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Tabelas
Tabela F.1 – Escala provisória dos níveis de poluição naturais ...................................................54
Tabela F.2 – Relação provisória entre níveis de poluição, tipo de ensaio e distâncias
de escoamento .............................................................................................................55
Tabela F.3 – Escolha de isolamento para um equipamento do caso I
(por exemplo, transformador protegido por pára-raios)...........................................56
Tabela F.4 – Escolha do nível de isolamento para equipamento do caso II
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(por exemplo, seccionador não protegido)................................................................57


Tabela F. 5 – Risco de falha de uma isolação, em função da tensão suportável nominal
de impulso de manobra dos equipamentos da Tabela F.4 .......................................57
Tabela F.6 – Correlação entre o nível de isolamento e o espaçamento mínimo fase-terra
no ar para tensões suportáveis nominais de impulso atmosférico até 750 kV ......58
Tabela F.7 – Correlação entre o nível de isolamento e o espaçamento mínimo fase-terra no ar
para tensões suportáveis nominais de impulso de manobra a partir de 650 kV ...59

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ABNT NBR 8186:2011

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
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Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras das Diretivas ABNT, Parte 2.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.

A ABNT NBR 8186 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), pela Comissão
de Estudo de Coordenação de Isolamento em Sistemas de Alta Tensão (CE-03:028.01). O Projeto
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 10, de 22.10.2010 a 22.11.2010, com o número de
Projeto ABNT NBR 8186.

Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 8186:1983), a qual foi ade-
quada à Diretiva ABNT, Parte 2, sem mudanças técnicas.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This Standard establishes guidelines for the selection of equipment and supportability for the selection
of surge arresters or spark gaps and how far it is justifiable to limit overvoltages

This Standard is not intended to provide strict rules for the insulation coordination and projects, but
rather to give guidance to obtain technical solutions and economically satisfactory. So few cases are
considered basic, making it clear that facilities whose design characteristics are exceptional or are
included in systems of very particular characteristics, should be subject of special studies.

Although this standard is based on equipment type and rating existing at the date of publication, this
can not be regarded as an obstacle to the adoption of new equipment or have different characteristics,
which will be developed and have proven performance later.

This Standard, according to the guidelines established by ABNT NBR 6939 applies only to phase-
ground insulation and treats separately the following three tracks maximum voltage of the equipment:

a) the range: greater than 1 kV and less than 52 kV;

b) band B: greater than or equal to 52 kV and 300 kV;

c) band C: greater than or equal to 300 kV.

Are covered by this standard installations above 1 kV, of any kind and in any situation, or not exposed
to lightning, with the exception of airlines. However the test methods are also applicable to the latter.

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NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 8186:2011

Guia de aplicação de coordenação de isolamento

1 Escopo
1.1 Esta Norma estabelece diretrizes para a seleção da suportabilidade de equipamentos e para a es-
colha de pára-raios ou centelhadores e até que ponto é justificável limitar as sobretensões de manobra.
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1.2 Esta Norma não pretende proporcionar regras estritas para a coordenação de isolamento e pro-
jetos, mas sim dar orientação para a obtenção de soluções técnicas e economicamente satisfatórias.
Assim sendo, são considerados apenas alguns casos básicos, ficando evidente que instalações cujo
projeto apresente características excepcionais, ou que estejam incluídas em sistemas de característi-
cas muito particulares, são objeto de estudos especiais.

1.3 Embora essa Norma esteja baseada em equipamentos de tipo e características nominais exis-
tentes à data da publicação, isto não pode ser considerado como um obstáculo à adoção de equi-
pamentos novos ou que apresentem características diferentes, que venham a ser desenvolvidos
e tenham desempenho comprovado posteriormente.

1.4 Esta Norma, conforme as diretrizes estabelecidas na ABNT NBR 6939, aplica-se apenas a isola-
mentos fase-terra e trata separadamente as três seguintes faixas de tensão máxima dos equipamentos:

a) faixa A: maior que 1 kV e menor que 52 kV;

b) faixa B: maior ou igual a 52 kV e menor que 300 kV;

c) faixa C: maior ou igual a 300 kV.

1.5 Estão cobertas por esta Norma as instalações acima de 1 kV, de qualquer natureza e em qual-
quer situação, expostas ou não a descargas atmosféricas, com exceção de linhas aéreas. Os métodos
de ensaio, entretanto, são também aplicáveis a estas últimas.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para refe-
rências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 5287, Pára-raios de resistor não linear a carboneto de silício (Sic) para circuitos de potên-
cia decorrente alternada

ABNT NBR 6939, Coordenação do isolamento – Procedimento

ABNT NBR IEC 60439-1, Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão – Parte 1: Conjuntos com
ensaio de tipo totalmente testados (TTA) e conjuntos com ensaio de tipo parcialmente testados (PTTA)

IEC 60071-1, Insulation co-ordination – Part 1: Definitions, principles and rules

IEC 60099-5, Surge arresters – Part 5: Selection and application recommendations

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3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 6939.

4 Solicitação de tensão em operação


4.1 Generalidades
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4.1.1 As solicitações dielétricas sobre a isolação podem ser classificadas como a seguir:

a) tensões à freqüência industrial sob condições normais de operação, que não excedam a tensão
máxima do equipamento;

b) sobretensões temporárias;

c) surtos de manobra;

d) surtos atmosféricos.

NOTA As duas últimas classes de sobretensões são geralmente designadas como “sobretensões
transitórias”.

4.1.2 Na ABNT NBR 6939, as sobretensões são classificadas com relação à sua forma de onda, a
qual determina o seu efeito sobre a isolação e sobre os dispositivos de proteção, e não com referência
às causas da sobretensão.

4.1.3 O termo “sobretensões temporárias” refere-se a sobretensões sustentadas ou a sobretensões


com várias cristas sucessivas com um decremento de amplitude tal que as torne comparáveis com
uma tensão sustentada à freqüência industrial ou à freqüência harmônica.

4.1.4 Os termos “surto atmosférico” e “surto de manobra” referem-se a sobretensões transitórias,


para as quais somente é necessário considerar o valor da crista máximo e as quais, no que diz res-
peito aos efeitos sobre a isolação e sobre os dispositivos de proteção, podem ser representadas,
respectivamente, pelo impulso atmosférico e pelo impulso de manobra normalizados utilizados para
fins de ensaio.

NOTA Estes termos foram escolhidos por se originarem estas sobretensões freqüentemente, mas nem
sempre, de descargas atmosféricas e de operações de manobra, respectivamente.

4.1.5 Para melhor caracterizar os surtos no que diz respeito às suas formas de onda, são dados a
seguir exemplos de fenômenos que podem causar sobretensões que se enquadram em uma ou outra
classe:

a) a energização de uma linha terminada em transformador dá origem a uma sobretensão que pode
ser considerada como surto de manobra ou sobretensão temporária na dependência dos decre-
mentos das cristas sucessivas (isto é, dos parâmetros do circuito);

b) uma falta fase-terra, embora seja realmente uma operação de manobra (o mesmo fenômeno seria
causado se uma fase fosse conectada à terra através da operação de um disjuntor); as reignições
através dos espaçamentos dielétricos de equipamentos de manobra podem dar origem a sobre-
tensões com taxas de crescimento elevadas similares àquelas devidas às descargas atmosféricas;

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c) um surto atmosférico transferido através de um transformador por acoplamento indutivo entre os


enrolamentos pode produzir no lado secundário ondas de curta duração similares àquelas devi-
das às operações de manobra.

NOTA A energização de uma linha terminada em transformador dá origem a uma sobretensão que pode
ser considerada sobretensão transitória ou temporária, na dependência dos decrementos das cristas suces-
sivas (isto é, dos parâmetros do circuito).

4.2 Tensão à freqüência industrial


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4.2.1 Em condições normais de operação, pode ser esperada alguma variação no valor da tensão à
freqüência industrial de um sistema, em função das características próprias deste sistema, entretanto,
para fins de projeto e coordenação de isolamento, ela deve ser considerada constante e no mínimo
igual à tensão máxima do sistema.

4.2.2 Em estudos de coordenação de isolamento, visto que sobretensões e tensões de impulso são
definidas em função dos seus valores de crista para a terra, é também conveniente empregar o valor
de crista fase-terra da tensão do sistema, o qual é 2 3 = 0, 816 vez a tensão eficaz de linha.

4.3 Sobretensões temporárias


4.3.1 Generalidades

4.3.1.1 A severidade de sobretensões temporárias é caracterizada principalmente pela amplitude


e pela sua duração.

4.3.1.2 A importância das sobretensões temporárias na coordenação de isolamento é dupla:

a) as características das sobretensões temporárias no local de instalação do pára-raios são de


grande importância para sua escolha;

b) a repetição de sucessivas cristas de polaridades opostas, mesmo de amplitudes inferiores a de


outras sobretensões, pode ser determinante no projeto tanto da isolação interna de equipamento
como da isolação externa (em particular no caso de superfícies expostas à contaminação).

4.3.1.3 As sobretensões temporárias normalmente surgem de:

a) faltas para terras;

b) perda súbita de carga;

c) ressonância e ferroressonância.

4.3.2 Faltas para terra

4.3.2.1 Quando uma fase for acidentalmente aterrada em dado ponto do sistema, a sobretensão à
freqüência industrial das fases sem falta depende das condições de aterramento do neutro do sistema,
caracterizado pelo seu fator de falta para terra neste ponto.

4.3.2.2 Para a avaliação dos fatores de falta para terra, devem-se levar em conta as seguintes
considerações:

a) geralmente, para o cálculo deste fator em uma dada localização, admite-se, para simplificar, que
a falta esteja localizada no ponto para o qual se deseja determinar o fator; mas, em alguns casos
especiais, pode ser desejável investigar o efeito de faltas em outras localizações sobre o valor
máximo de tensão fase-terra no ponto estudado;

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b) em princípio, há tantos valores particulares do fator de falta para terra em determinado ponto
quantas forem as possíveis configurações do sistema, porém o fator que caracteriza a localização
é o maior destes valores;

c) as configurações do sistema a serem consideradas são as existentes durante a falta; portanto,


devem ser levadas em consideração aquelas modificações no sistema que possam ser produzidas
pela própria falta, por exemplo, as devidas à operação de disjuntores;

d) em muitos sistemas é suficiente considerar somente um valor do fator de falta para terra que
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cubra todas as localizações no sistema;

e) deve-se dar atenção ao fato de que a maior tensão à freqüência industrial que pode aparecer
numa fase sem falta durante uma falta para terra não depende somente do valor do fator de falta
para terra, mas também do valor da tensão da linha por ocasião da falta; esta tensão de linha deve
ser geralmente tomada como a tensão máxima do sistema, mas, em alguns casos, a fim de prever
a operação de dispositivos de proteção e especificar as suas características, é necessário levar
em conta o valor aumentado da tensão de linha que possa aparecer na localização escolhida nas
condições anormais não abrangidas pela definição de tensão máxima.
NOTA Independentemente do fator de falta para terra, podem surgir sobretensões de valor particularmente
elevado, nas redes pertencentes às faixas A e B, quando houver:

a) falta para terra em redes com neutro aterrado através de bobina de supressão de arco, quando o
circuito estiver subcompensado;

b) arcos intermitentes para terra em redes com neutro isolado e, em alguns casos, em redes com
neutro aterrado através de bobina de supressão de arco.

4.3.3 Perda súbita de carga

Nas condições usuais de operação, a tensão de linha não excede a tensão máxima do sistema (Um),
mas, no caso de desligamento súbito de grandes cargas ativas e reativas, podem ser atingidos tem-
porariamente valores mais elevados, que dependem da configuração do sistema após o desligamento
e das características das fontes (potência de curto-circuito da usina geradora, regulação de velocidade
e de tensão de geradores etc.).

Este acréscimo de tensão pode ser especialmente significativo no caso de perda súbita de carga na
extremidade afastada de uma linha longa (efeito Ferranti), que afeta principalmente os equipamentos
na extremidade receptora da linha, antes do disjuntor.
NOTA Do ponto de vista de sobretensões, convém que seja feita distinção entre vários tipos de configura-
ção do sistema. Como casos extremos de valores podem ser considerados: aqueles com linhas relativamente
curtas e valores elevados de potência de curto-circuito do lado da fonte; e aqueles com linhas longas e valor
reduzido de potência de curto-circuito do lado da fonte. Esta última configuração é particularmente impor-
tante no caso de sistemas de EAT em estágio inicial de operação, pois podem se produzir sobretensões à
freqüência industrial de valor bastante elevado se uma grande carga for desligada.

As sobretensões desse tipo, em geral, são mais severas na faixa C de tensão do que na faixa B; na
faixa A, ocorrem nos circuitos envolvendo a composição gerador-transformador.

4.3.4 Ressonância e ferroressonância

4.3.4.1 Condições de ressonância são estabelecidas quando um circuito contendo capacitâncias


e indutâncias lineares é excitado por uma tensão à freqüência próxima ou igual à sua freqüência natu-
ral, enquanto que podem ser caracterizados como ferroressonância os efeitos peculiares introduzidos
pela presença de saturação no circuito magnético da indutância.

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4.3.4.2 Sobretensões temporárias devido a estas causas geralmente ocorrem quando circuitos com
elevadas capacitâncias (linhas, cabos blindados, linhas compensadas em série) e indutâncias lineares
(linhas, cabos blindados, parcela devida à dispersão de máquinas rotativas ou transformadores ou
reatores) ou não lineares (magnetização de transformadores ou reatores) são energizados ou subme-
tidos a súbitas variações de corrente.

4.3.4.3 Estas situações são geralmente encontradas na faixa A para os seguintes casos:

a) ressonância que ocorre quando capacitores são usados para correção de fator de potência,
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particularmente na condição de circuito em vazio e com resistência de amortecimento desprezível;

b) ressonância que ocorre entre cabos de elevada capacitância e reatores limitadores de corrente;

c) ressonância que ocorre quando cabos subterrâneos de elevada capacitância e grande comprimento
são alimentados por longas linhas aéreas e transformadores cuja indutância seja predominante;

d) ferroressonância que ocorre com transformadores de potencial conectados a um sistema de


neutro isolado cuja capacitância de seqüência zero seja muito pequena;

e) ferroressonância que ocorre entre a reatância de transformadores de potencial e a capacitância


entre enrolamentos de um transformador de alimentação;

f) ferroressonância que ocorre quando um transformador em vazio ou levemente carregado é ali-


mentado acidentalmente por uma ou duas fases. Estas condições anormais podem ser causadas
por: queima de fusíveis, operação não simultânea dos polos de um disjuntor ou pelo rompimento
de condutores.

4.3.4.4 Nas faixas B e C, os casos mais comuns de ressonância e ferroressonância são:

a) ressonância à freqüência fundamental em sistemas de neutro isolado quando ocorre uma falta
fase-terra;

b) ressonância que ocorre entre a indutância linear e a capacitância de um sistema constituído por
uma linha levemente carregada alimentada ou terminada por um transformador, devido aos hor-
mônios da corrente de magnetização;

c) ferroressonância entre os capacitores de linhas compensadas em série e a indutância de mag-


netização de transformadores levemente carregados ou de reatores em derivação instalados no
fim da linha;

d) ferroressonância em sistemas que contêm elementos saturáveis e filtros de harmônicos;

e) ferroressonância entre um reator em derivação em um transformador de potencial indutivo ligado


a uma linha desenergizada, e as capacitâncias mútuas com outra linha paralela e energizada;

f) ferroressonância entre a indutância de um transformador de potencial e as capacitâncias de equa-


lização de potencial das câmaras de um disjuntor com contatos abertos.

4.4 Surtos de manobra e atmosféricos


4.4.1 Generalidades

4.4.1.1 Surtos de manobra são, para fins desta Norma, aqueles que podem ser simulados por um im-
pulso de manobra normalizado, isto é, uma onda aperiódica com tempo de frente da ordem de centenas
de microssegundos e tempo até o meio valor da ordem de milhares de microssegundos. Eles solicitam

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as várias partes da isolação aproximadamente na mesma proporção que as tensões de freqüência


industrial, porém não são repetitivos e somente uma crista, de qualquer polaridade, é normalmente
significante.

4.4.1.2 Surtos atmosféricos são, para fins desta Norma, aqueles que podem ser simulados por um
impulso atmosférico normalizado, isto é, uma onda aperiódica com tempo de frente da ordem de um
microssegundo e tempo até o meio valor da ordem de dezenas de microssegundos. Devido à forte
atividade da frente, eles solicitam mais que os anteriores a isolação longitudinal de enrolamentos
indutivos, e, devido à sua curta duração, uma dada isolação pode suportar uma solicitação ligeiramente
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maior.

4.4.1.3 Estas sobretensões geralmente se originam de:

a) energização e religamento de linha;

b) faltas e remoção de faltas;

c) interrupção de correntes capacitivas e de médias ou pequenas correntes indutivas;

d) perda súbita de carga;

e) descargas atmosféricas (componentes inicial e subseqüentes).

4.4.2 Sobretensões devidas à energização e religamento de linhas

Sobretensões devidas à energização e religamento monofásico ou trifásico são de grande importân-


cia na escolha da isolação de alguns sistemas da faixa B e em todos os sistemas da faixa C. Nestes
casos, utilizavam-se geralmente disjuntores isentos de reacendimento.

Estas sobretensões podem geralmente ser reduzidas pela escolha adequada de disjuntores com
resistores de pré-inserção ou reatores e podem ser limitadas pela instalação de pára-raios.

NOTA A energização difere do religamento pois o segundo encontra cargas armazenadas nas linhas.

4.4.3 Sobretensões devidas a faltas e remoção de faltas

4.4.3.1 Na faixa A, e raramente na faixa B, podem surgir elevadas sobretensões de manobra no iní-
cio de faltas para terra nas condições descritas na nota de 4.3.2.2.

4.4.3.2 Nas tensões mais elevadas da faixa C, procura-se normalmente conseguir elevado grau
de controle de sobretensões causadas por energização e religamento de linhas. Entretanto, sobre-
tensões devidas a faltas e remoção de faltas (de uma ou duas fases para terra) podem suplantar as
anteriormente citadas e, por esta razão, requerem cuidadosa consideração, pois não são controláveis.

NOTA Devido à ocorrência de faltas, ondas de tensão transitam pelo sistema. A composição destas pode
ser causadora de sobretensões do tipo acima mencionado em outros pontos do sistema.

4.4.4 Sobretensões devidas à interrupção de correntes indutivas e capacitivas

4.4.4.1 Na faixa A, a interrupção de correntes indutivas ou capacitivas pode dar origem a sobreten-
sões que podem requerer atenção especial em sistemas de distribuição de alta tensão, instalações
industriais e centrais elétricas. No caso das correntes indutivas, podem surgir elevadas sobretensões,
quando o disjuntor se desionizar com rapidez tal que provoque prematura redução da corrente a zero,
o assim chamado corte de corrente.

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Em particular, devem ser levadas em consideração as seguintes operações de manobra:

a) interrupção de corrente de partida de motores;

b) interrupção de corrente magnetizante de transformador ou reator;

c) manobra e operação de forno a arco e dos seus transformadores, no decorrer das quais pode
ocorrer corte de corrente;
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d) manobra de cabos em vazio e de bancos de capacitores;

e) interrupção de correntes por fusíveis de alta tensão.

4.4.4.2 Na faixa B, as sobretensões devidas à interrupção de correntes capacitivas (desligamento


de linhas em vazio, cabos ou bancos de capacitores) podem ser partucularmente perigosas visto não
se poder assumir a utilização de disjuntores isentos de reacendimentos.

4.4.5 Sobretensões devidas a perdas súbitas de carga

As sobretensões devidas a perdas súbitas de carga podem ter início com um elevado surto de mano-
bra seguido de uma sobretensão temporária.

Sobretensões desta ordem são particularmente importantes quando nas tensões mais elevadas da
faixa C se tenta conseguir um elevado grau de controle de surtos causados por religamento.

4.4.6 Surtos atmosféricos

4.4.6.1 Os surtos atmosféricos são causados por: incidência de raios diretamente em condutores
de fase; descarga de retorno; indução devido à incidência de raios nas proximidades da linha.
As sobretensões que solicitam a isolação de uma subestação são funções das características cons-
trutivasda linha e da configuração do sistema. A configuração da própria subestação será de grande
influência, quando o tempo de percurso de surtos dentro da subestação não for desprezível com rela-
ção ao tempo de frente do surto. Dependendo da configuração do sistema, podem ocorrer, também,
como resultado de descargas atmosféricas, sobretensões, cujos parâmetros de tempo se acham na
faixa de surtos de manobra.

4.4.6.2 Nas faixas B e C, as descargas atmosféricas que produzem sobretensões significativas ficam
restritas a descargas diretas em condutores de linhas ou descargas em torres ou cabos pára-raios
com subseqüentes descargas de retorno.

Na faixa A devem ser levados em consideração também surtos atmosféricos induzidos. Nesta faixa,
além disto, os surtos transferidos de um sistema de tensão mais elevada através de transformadores
devem também ser levados em consideração.

4.5 Determinação do nível de sobretensão esperado

4.5.1 Faixa A

No caso de tensões inferiores a 52 kV (faixa A), os surtos de manobra não constituem geralmente
problema sério para redes aéreas, e a coordenação de isolamento é baseada nos surtos atmosféricos.
Os surtos de manobra transferidos de uma linha aérea para uma instalação através de transformadores
ou cabos geralmente podem ser também desprezados pela mesma razão.

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Em instalações industriais e subestações, as amplitudes e formas de onda de surtos de manobra


gerados dentro da instalação variam numa faixa muito ampla e embora na grande maioria dos
casos não sejam perigosas, em alguns, no entanto, poderm ocorrer amplitudes e taxas de variação
consideráveis. Assim, variações bruscas de tensão podem ser causadas pelo reacendimento de um
dispositivo de manobra; a taxa de variação da tensão resultante pode igualar-se a causada por uma
descarga atmosférica violenta e próxima.

Constitui caso de sobretensão temporária elevada a situação de uma instalação ligada ao lado de
baixa tensão de um transformador de potência, se ocorrer ressonância entre os dois sistemas, ao
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serem energizadas uma ou duas fases.

Existe ampla experiência na operação de instalações industriais e subestações e, em conseqüência,


as sobretensões e variações de tensão mais severas podem geralmente ser evitadas pela eliminação
da ressonância e pela escolha correta do dispositivo de manobra a ser empregado.

Nesta faixa de tensão (faixa A), a representação do sistema considerado em computador digital ou
em analisador de transitórios só é justificada economicamente em casos muito especiais, visto ser
requerida uma representação detalhada para se obterem resultados confiáveis, pois uma instalação
complexa freqüentemente consiste em apreciável quantidade de equipamentos e conexões. Além do
mais, é difícil simular com grau de precisão suficiente a operação de alguns tipos de equipamentos
de manobra e o comportamento de arcos para terra. A experiência freqüentemente fornece a melhor
orientação e, em casos excepcionais, a informação mais valiosa é obtida por meio de manobras efe-
tuadas a título de ensaio, de forma que medidas corretivas possam ser tomadas.

As amplitudes, formas de onda e freqüência de ocorrência de surtos atmosféricos em sistemas de


faixa A podem ser estimadas com grau de precisão razoável. Como nesta faixa a tensão disruptiva
sob impulso de isoladores em linhas aéreas é baixa em comparação com a tensão aplicada nessa
linha por uma descarga atmosférica direta, os esforços aos quais o equipamento da subestação poder
estar sujeito são determinados em primeiro lugar pelo tipo de construção da linha. Desta forma, é
requerida proteção cuidadosa do equipamento da subestação, se este estiver ligado a uma linha de
postes de madeira com cruzetas não aterradas. A proteção necessária pode ser reduzida, quando as
linhas possuírem postes de aço, postes de concreto armado ou cruzetas metálicas aterradas. À parte
desta diferença importante, as amplitudes e formas de onda são afetadas pelos seguintes fatores que
caracterizam a configuração do sistema e o arranjo da subestação:

a) impedância de surto de linhas ou cabos ligados à subestação, por exemplo, quando somente uma
linha estiver ligada ao transformador terminal, o surto é refletido na terminação e a sua amplitude
de tensão é duplicada; quando n linhas com a mesma impedância de surto forem ligadas ao
barramento de uma subestação e se a descarga atmosférica na linha não ocorrer próxima à
subestação, a tensão nos barramentos se torna 2 u/n, onde u é a amplitude do surto de tensão
transmitido ao longo da linha na qual se originou o surto atmosférico; quando a descarga ocorrer
próxima à subestação, é necessário considerar as reflexões e podem ser necessários cálculos;

b) cabos com capa metálica aterrada que se achem ligados em série com a linha entre o barramento
da subestação e o equipamento a ser protegido – qualquer cabo tende a reduzir a inclinação da
frente de onda do surto, porém um cabo precisaria ter, no mínimo, 1 km a 2 km antes que hou-
vesse um efeito apreciável na amplitude do surto. No caso de uma descarga atmosférica direta
no último vão antes da subestação, um trecho de cabo entre a linha aérea e a subestação não
proporciona, praticamente, qualquer alívio ao equipamento da subestação;

c) cabos pára-raios em linhas aéreas que se estendem até alguns quilômetros a partir da subestação
– estes cabos são eficazes contra descargas atmosféricas nas linhas próximas à subestação e que
são as mais perigosas. Isso pressupõe que a blindagem proporcionada pelos cabos pára-raios

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seja suficientemente bem projetada para impedir que descargas diretas atinjam os condutores de
fase e que a resistência de aterramento das torres seja suficientemente baixa pra reduzir o risco
de descarga de retorno;

d) centelhadores de proteção ou cabos pára-raios que se estendem sobre um ou dois vãos antes
da subestação – estes podem reduzir substancialmente as amplitudes de surtos entrantes em
linhas com elevado isolamento para terra, por exemplo, em linhas sobre postes de madeira com
isolação plena;
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e) resistências de aterramento e indutâncias dos condutores de aterramento dos suportes, particular-


mente, nas proximidades da subestação – nos casos de elevados valores da resistência de ater-
ramento ou da indutância do condutor de aterramento de suporte, uma descarga atmosférica no
referido suporte ou num cabo pára-raios pode causar elevadas sobretensões nos condutores de
fase por descargas de retorno através dos isoladores de linha para um ou mais condutores de fase.

Na faixa A são também importantes os surtos atmosféricos transferidos através de transformador.


No Anexo A são deduzidas expressões analíticas para os termos eletrostáticos e eletromagnéticos da
tensão transferida.

4.5.2 Faixa B

Também nesta faixa de tensão, a coordenação de isolamento é geralmente baseada em surtos atmos-
féricos em sistemas aéreos, sendo, portanto válidas as considerações a respeito, efetuadas em 4.5.1.
Entretanto, cuidados especiais devem ser tomados nas tensões mais elevadas da faixa quando se tra-
tar de sistemas de transmissão com linhas muito longas, pois que nestas condições os níveis de surto
de manobra podem se tornar determinantes para a coordenação de isolamento, devendo ser realizados
estudos de sobretensões, como descrito na faixa C.

4.5.3 Faixa C

Nesta faixa de tensão, os surtos de manobra constituem, de modo geral, o fator preponderante na
coordenação de isolamento, o que explica a introdução dos ensaios de impulso de manobra para os
equipamentos desta faixa.

O elevado custo do equipamento leva a considerar concepções mais econômicas em matéria de


coordenação de isolamento, enquanto, em contrapartida, as sérias conseqüências de uma falha
exigem estimativas mais precisas das sobretensões previsíveis. Estas conseqüências devem ser
avaliadas para cada tipo de sobretensão significativa do sistema particular considerado.

Devido ao volume de cálculos necessários, praticamente todas as previsões de sobretensões devem


ser feitas utilizando-se analisadores de transitórios ou computadores digitais.

A experiência adquirida em estudos de uma ampla variedade de sistemas mostrou que é difícil o esta-
belecimento de um procedimento geral para avaliação de sobretensões, devido ao grande número de
parâmetros que afetam o valor da sobretensão.

A solução dos problemas, seja pelas técnicas de cálculo analógico, seja pelas de cálculo numérico,
requer alto nível de competência. Esta é útil principalmente para a escolha de casos significativos
(por não ser prático estudar todos os casos possíveis), para a redução do sistema a um número
razoável de linhas e barramentos (não é prática a representação do sistema completo em analisadores
de transitórios ou computadores digitais) e para a representação dos parâmetros do sistema e das
características dos equipamentos.

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Recomenda-se a execução de ensaios de campo, sempre que possível, para verificação da validade
dos parâmetros utilizados.

Com métodos sofisticados de coordenação do isolamento cada vez mais em uso para os sistemas
de tensões mais elevadas, as amplitudes de sobretensões esperadas em dado ponto, provocadas
por dado tipo de ocorrência, não podem ser definidas por um valor único (Figura G1). Somente é pos-
sível indicar a probabilidade fo (U) dU de ocorrência de um valor de sobretensão compreendido entre
U e U + dU, sendo fo (U) a densidade de probabilidade de sobretensão. A probabilidade Fo (U’) de ser
excedido o valor U’ é então dada por:
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Fo (U') = ∫U'
∞ f (U) du
o (1)

5 Suportabilidade
5.1 Generalidades

As isolações podem ser divididas em auto-recuperantes e não auto-recuperantes, em função do seu


comportamento durante um ensaio dielétrico, ou seja, recuperação ou não de suas propriedades iso-
lantes (ABNT NBR 6939).

Em isolações auto-recuperantes, é possível efetuar ensaios em condições que levam a várias des-
cargas, como, por exemplo, à obtenção de descarga disruptiva a 50 %. Em isolações não auto-recu-
perantes, uma descarga disruptiva destrói as propriedades isolantes da isolação. Por outro lado, um
grande número de impulsos na tensão suportável convencional pode resultar em uma deterioração
gradual. Por estas razões, isolações não auto-recuperantes são ensaiadas com um número limitado
de impulsos à tensão suportável nominal.

Pode-se compreender que a quantidade de informações sobre a suportabilidade de equipamentos


com isolações auto-recuperantes é muito maior. Entretanto, para a isolação não auto-recuperante,
devido à importância econômica do equipamento para o fabricante, ele o projetará com uma probabi-
lidade de falha muito baixa na tensão de ensaio.

Levando-se em consideração o que foi anteriormente mencionado, não foi feita, na ABNT NBR 6939
diferença entre níveis de isolamento (tensões suportáveis a impulso) em função do tipo de isolamento
ou da natureza do ensaio.

É importante lembrar que o fato da isolação auto-recuperante não perder ou modificar suas proprieda-
des após uma descarga durante um ensaio não implica que o mesmo aconteça em operação normal,
se a descarga for seguida por um arco de potência de grande intensidade.

Além do mais, para se selecionar um risco de falha aceitável, deve-se levar em conta não só o dano
do equipamento, mas também a confiabilidade do suprimento. Por exemplo, barramentos requerem
um risco de falha bem menor do que linhas de transmissão.

É preciso enfatizar que todas as estruturas isolantes que fazem parte de um equipamento são sem-
pre compostas de partes auto-recuperantes e não auto-recuperantes. O que varia é a probabilidade
de descarga da parte auto-recuperante em presença da não auto-recuperante, para diferentes tipos
de equipamentos.

Devido a características tensão-tempo de descarga diferentes para isolações sólidas e a ar, esta
probabilidade aumenta com o aumento da amplitude do impulso, podendo, portanto, ser desprezível
na tensão suportável nominal e apreciável na tensão crítica de descarga (V 50 %).

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5.2 Seleção do tipo de ensaio

5.2.1 Equipamento auto-recuperante

Alguns equipamentos, dentro da faixa de sobretensões que os ensaios devem simular, apresentam
uma probabilidade desprezível de descarga através das partes não auto-recuperantes. Neste caso,
a probabilidade de descarga do equipamento coincide com a das partes auto-recuperantes, e sua
isolação pode ser classificada como “essencialmente auto-recuperante” ou, simplesmente, “auto-
recuperante”.
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As chaves seccionadoras podem ser consideradas um exemplo deste tipo, pois, mesmo aplicado-se
impulsos bem acima da tensão a 50 %, a descarga sempre ocorre no ar, sem perfurações na porcelana.

Para este tipo de equipamento, o ensaio recomendado é o de descarga disruptiva a 50 %


(ver ABNT NBR 6939).

5.2.2 Equipamento composto

Neste tipo de equipamento (como, por exemplo, buchas, alguns tipos de transformadores de instru-
mentos de disjuntores), grande parte de sua isolação é não auto-recuperante. Devido ao alto custo
desta parte da isolação, não se deve ensaiar o equipamento com tensões superiores à tensão supor-
tável nominal, pois a necessidade de tornar a probabilidade de descarga desprezível para este valor
de tensão já implica uma superisolação destas partes.

Para verificar o desempenho da parte auto-recuperante da isolação, seria necessário um grande


número de impulsos. Entretanto, como esta não pode, geralmente, ser separada do equipamento,
e como a possibilidade de deterioração gradual da isolação não auto-recuperante aumenta com
o número de impulsos, este tipo de equipamento deve ser ensaiado de acordo com a ABNT NBR 6939
(ensaio de suportabilidade de 15 impulsos).

5.2.3 Equipamento não auto-recuperante

Finalmente, para equipamentos com isolação essencialmente não auto-recuperante ou, simplesmente,
não auto-recuperante, como, por exemplo, transformadores de potência, deve ser utilizado o ensaio
de suportabilidade convencional de impulso (ver ABNT NBR 6939) para ensaiar esta isolação e
o ensaio de descarga disruptiva a 50 %, da mesma norma, para ensaiar, separadamente, as partes
auto-recuperantes.

O Anexo B apresenta detalhes sobre a validade destes ensaios.

5.3 Comportamento da isolação sob tensões de freqüência industrial e sobretensões


temporárias

De uma forma geral, para este tipo de solicitação, uma descarga será causada pela deterioração pro-
gressiva da isolação do equipamento ou por excepcionais reduções das propriedades isolantes devido
a condições ambientais severas.

Devido às dificuldades envolvidas, não são apresentados conceitos estatísticos relativos ao compor-
tamento da isolação sob tensão de freqüência industrial e sobretensões temporárias.

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5.4 Probabilidade de descarga de isolação submetida a impulsos de tensão

A capacidade de uma isolação de suportar solicitações elétricas causadas pela aplicação de um im-
pulso de uma determinada forma de onda e amplitude (valor de crista) U é, na grande maioria dos
casos, um fenômeno aleatório, mesmo considerando-se um intervalo de tempo, para realizar o ensaio
dielétrico no equipamento, tão pequeno que as condições da isolação e do ambiente possam ser con-
sideradas constantes, pelo menos com respeito aos parâmetros pressão, temperatura e umidade, que
podem ser medidos, e que são utilizados para definir as condições do ambiente e da isolação, durante
os ensaios.
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A probabilidade de descarga de uma isolação submetida a um impulso de determinada forma de onda


e polaridade, de amplitude U, dentro de um curto intervalo de tempo (duração do ensaio), pode ser
determinada, se a isolação for auto-recuperante, aplicando-se “N” vezes, o impulso “U” dentro do inter-
valo de tempo, e contando o número “n” de descargas. Portanto, a probabilidade de descarga é dada
por P = n , sendo este valor tão mais preciso quanto maior for o valor de “N”.
N
Para o caso da isolação não auto-recuperante, naturalmente não se obtém esta probabilidade, pois
não pode haver descargas durante o ensaio.

A tensão disruptiva de uma população de equipamentos com isolação não auto-recuperante pode ser
descrita estatisticamente por meio de uma curva de distribuição que dê a relação entre a amplitude de
tensão disruptiva e a fração da população que não suporta esta tensão. Para determinar esta curva,
devem-se fazer ensaios, com tensões de amplitudes crescentes até a ruptura em uma amostra de
unidades da população. A exatidão da determinação da curva aumentar com o número de unidades
da amostra. Porém, como uma descarga disruptiva provoca em geral a destruição do equipamento, o
número de unidades da amostra é limitado por razões econômicas.

NOTA Até o momento não se conhece nenhum método para determinar a probabilidade de descarga
disruptiva de um único equipamento com isolação não auto-recuperante.

Se forem considerados vários impulsos de manobra ou atmosféricos de diferentes valores de cristas U,


pode-se associar a cada um deles uma probabilidade de descarga Pt, estabelecendo, portanto, a fun-
ção Pt (U) para uma dada isolação em um pequeno intervalo de tempo Δt ou simplesmente no tempo t
(ver Figura G.2 a)).

Os valores de Pt (U) aumentam desde o valor próximo a 0 até um valor próximo a 100 % dentro de
uma faixa estreita de valores de tensão. De uma forma geral, pode-se definir a curva por uma lei
bi-paramétrica, sendo um parâmetro associado com a posição da faixa e dando uma indicação do
nível de suportabilidade, e o outro sendo associado com a largura de faixa e dando uma indicação da
dispersão dos valores de tensão que levam à proporção apreciável de descargas ou de nãodescargas.

Geralmente em um laboratório, o parâmetro que define a posição é escolhido como a tensão que cor-
responde a 50 % de probabilidade de suportar impulsos ou de haver descargas (Ut50), e o parâmetro
que expressa a dispersão é o desvio da distribuição (σt), definido como a raiz quadrada da soma dos
quadrados dos desvios em relação à média. Para uma distribuição normal (Gaussiana), o desvio corres-
ponde à metade da diferença entre as tensões que dão probabilidades de descargas de 16 % a 84 %.

Em condições de operação, o isolamento não permanece constante devido principalmente às condi-


ções atmosféricas. Portanto, a curva de probabilidade de descarga mudar de um momento para outro
(Pt’, Pt’’...), conforme mostrado na Figura G.2 a).

Considerando-se as condições do isolamento e ambientais como aleatórias, é necessário conceituar


para cada isolação, além da probabilidade de descarga Pt(U), a probabilidade de descarga da isolação

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PT(U) para sobretensões de valor de crista U que podem ocorrer a qualquer momento durante um
longo intervalo T de operação. Para o projeto da isolação, é esta segunda distribuição que é de inte-
resse (ver Figura G.2 c)).

Analogamente à distribuição Pt (U), esta nova distribuição PT(U) pode ser definida pela tensão (Ut50)
que corresponde a 50 % de probabilidade de descarga ou de suportabilidade, e pelo desvio-padrão σt.

As variações de Pt (U) dentro do intervalo ΔT podem ser convenientemente definidas pela densidade
de probabilidade Pn (Ut50), ou seja, a distribuição da variação dos valores de Ut50 no intervalo de tempo
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(ver Figura G.2 b)). Esta distribuição pode ser caracterizada pela média Ut50 e seu desvio-padrão σn.

Supondo-se de uma forma simplificada que o desvio padrão σt de Pt seja constante no intervalo de
tempo ΔT, tem-se:

σT = σ2t + σn2 (2)

Na ABNT NBR 6939, o parâmetro que define a posição da curva probabilística P (U) é o valor da
tensão para a qual a probabilidade de não ocorrerem descargas disruptivas na isolação é de 90 %.
A razão para esta escolha é que o ensaio de descarga disruptiva a 50 % (obtenção da tensão crítica
de descarga V 50 %) não pode ser aplicado em todos os tipos de isolação, conforme anteriormente
mencionado. Assim sendo, para ter os mesmos valores de tensão suportável nominal de impulso,
dependente do tipo de equipamento ou de isolação, e para que estes valores sejam utilizados dire-
tamente nas definições de distribuições estatísticas, considera mais adequado fazer referência a um
valor mais elevado de suportabilidade (V 90 %), sendo a tensão suportável nominal de impulso (URW)
idêntica ao mais baixo valor permissível de tensão suportável estatística de impulso (Ut90).

Para avaliações de risco de falha, entretanto, é conveniente expressar as curvas de probabilidade de


descarga em termos da tensão crítica (V 50 %) e seu desvio-padrão.

Supondo que Pt (U) é uma distribuição normal, tem-se:

Ut 90 (3)
Ut 50 =
1 − 1, 3 σ t

Onde σt, dado em porcentagem de UT50, depende da forma da onda, polaridade, configuração do
objeto, natureza do dielétrico etc.

Para equipamentos da faixa C (tensões superiores a 300 kV), σt é tomado como 0,03 para impulsos
atmosféricos e 0,06 para impulsos de manobra, a menos de recomendação específica da norma
do equipamento considerado.

Partindo-se do princípio que o valor desejado de suportabilidade é URW, deve-se que obter como
resultado dos ensaios:
Ut 90 URW
Ut 50 = ≥ (4)
1 − 1, 3 σ t 1 − 1, 3 σ t

A probabilidade de descarga em serviço PT(U), defina anteriormente, refere-se às condições mais


severas de ensaio para o equipamento pois URW é a tensão suportável nominal de impulso de manobras
ou de impulso atmosférico. Portanto, se os impulsos têm de ser aplicados em ambas condições, a seco
e sob chuva, Pt (U) geralmente refere-se às condições sob chuva.

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A probabilidade de descarga em serviço PT (U) somente pode ser obtida a partir de ensaios de campo,
dependendo do ponto de instalação. Entretanto, como uma indicação de caráter geral, pode-se ter:
URW (5)
Ut50 ≥ K
1 − 1, 3 σ t

σT = σ2t + σn2

onde K é a razão entre V 50 % de um equipamento em serviço no intervalo de tempo Δt e V 50 %


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obtido no ensaio mais rigoroso (a seco ou sob chuva, polaridade negativa e positiva).

Para impulsos de manobra U de polaridade negativa, os valores K e σn são altamente dependentes


do tipo de condições atmosféricas no intervalo de tempo Δt considerado. A simultaneidade de mau
tempo (chuva, neblina, neve etc.) e poluição não desprezível conduz a baixos valores de K, bem como
ao aumento de σn.

Para cobrir a hipótese de pior polaridade e assumindo intervalo de tempo Δt igual a um ano, sob con-
dições normais, sugere-se os valores abaixo, para impulsos de manobra e atmosféricos:

K = 1,0

σn = 5 %

Portanto, pode-se obter, para impulsos atmosféricos:


σ t = 0, 032 + 0, 052 = 0, 058 ≅ 6 %

E, para impulsos de manobra:


σ t = 0, 062 + 0, 052 = 0, 078 ≅ 8 %

Estas informações são meramente indicativas, devendo ser usadas informações de ensaios de campo
ou de laboratório, sempre que disponíveis.

5.5 Equipamentos com enrolamentos

Equipamentos com enrolamentos de alta tensão (transformador, reator), projetados para suportar
somente ensaios de ondas plenas, são vulneráveis, até certo ponto, a surtos de grandes amplitudes
cortados em suas vizinhanças devido às grandes solicitações internas desenvolvidas entre espiras e
bobinas adjacentes, superiores às resultantes de uma onda plena.

Todas as descargas para terra em uma subestação resultam em ondas cortadas de variadas formas
e taxas de crescimento.

Se devido à utilização de centelhadores for provável a ocorrência de descargas freqüentes, deve ser
estabelecida a suportabilidade do enrolamento a ondas cortadas. Maiores detalhes devem ser obtidos
nas normas específicas de cada equipamento.

Com a utilização de pára-raios de resistor não-linear para proteger transformadores, as ondas cortadas
tendem a ser menos severas e menos freqüentes.

Para todos os tipos de equipamento com enrolamentos (tais como máquinas rotativas, transformado-
res e reatores), tensões de frente íngreme, como as devidas ao reacendimento em equipamentos de
manobra, podem produzir distribuições de tensão não-lineares no enrolamento, como as causadas
por surtos atmosféricos.

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Por esta razão, é recomendado para estes equipamentos, independentemente de que no local de ins-
talação sejam submetidos ou não a surtos atmosféricos, que sejam ensaiados com impulsos atmosfé-
ricos para ensaiar a suportabilidade da isolação para tensões entre espiras e entre bobinas.

6 Dispositivos de proteção
6.1 Generalidades
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Estes dispositivos enquadram-se em três classes:

a) pára-raios de resistores não-lineares;

b) pára-raios de expulsão (somente faixa A);

c) centelhadores.

Estes três dispositivos não proporcionam o mesmo grau de proteção, e a escolha entre eles depende
de vários fatores, por exemplo, a importância do equipamento a ser protegido, as conseqüências
de uma interrupção na operação etc. A seguir, as suas características são examinadas do ponto de
vista de coordenação de isolamento.

6.2 Pára-raios de resistores não-lineares 1)

Estes dispositivos de proteção devem ser projetados e instalados de modo a limitar as amplitudes
de sobretensões contra as quais eles protegem o equipamento, de forma que a tensão nos terminais
do pára-raios, durante a operação deste, não exceda um valor aceitável. Os pára-raios são definidos
e suas características estabelecidas na ABNT NBR 5287. A sua tensão nominal é definida como
o valor máximo especificado de tensão eficaz à freqüência industrial, aceitável nos seus terminais,
e na qual devem operar corretamente. Esta tensão pode ser aplicada aos pára-raios continuamente,
sem alterar as suas características de operação. Além desta capacidade, alguns tipos de pára-raios
suportam adequadamente uma tensão superior à nominal durante uma curta duração especificada ou
um número especificado de descargas sucessivas. Estes tipos especiais de pára-raios são geralmente
aplicáveis na faixa C.

Qualquer que seja o caso, a capacidade do pára-raios de interromper a corrente subseqüente, tanto
na tensão nominal como em sobretensões temporárias mais elevadas, constitui um fator seletivo na
escolha do pára-raios. É de importância primordial levar em conta a tensão nos terminais do pára-raios
a qualquer instante, antes e durante a operação, na determinação do nível de proteção a impulso de
manobra e atmosférico.

6.2.1 Nível de proteção a impulso atmosférico

O nível de proteção a impulso atmosférico de um pára-raios é caracterizado pelas seguintes tensões:

a) tensão disruptiva para uma tensão de impulso atmosférico normalizado;

b) tensão residual na corrente nominal normalizada escolhida;

c) tensão disruptiva de frente de onda.

1) Não foi considerada nesta Norma a utilização de pára-raios de óxido de zinco.

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NOTA As tabelas da ABNT NBR 5287 estabelecem, para cada tensão nominal de pára-raios, o limite
superior para cada uma das tensões mencionadas nas alíneas de 6.2.1. Para fins de coordenação de isolamento
recomenda-se, entretanto, a utilização das tensões características dos pára-raios, caso sejam disponíveis.

O nível de proteção a impulso atmosférico, para fins desta Norma, é tomado como o maior dos
seguintes valores:

a) máxima tensão disruptiva com impulso 1,2/50;


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b) máxima tensão residual para a corrente especificada;

c) máxima tensão disruptiva de frente de onda, dividida por 1,15.

Esta avaliação do nível de proteção fornece um valor convencional que constitui uma aproximação
geralmente aceitável. Para melhor definição da proteção de frente de onda proporcionada por um
pára-rios, deve ser feita referência à ABNT NBR 5287.

6.2.2 Nível de proteção a impulso de manobra

O nível de proteção a impulso de manobra de um pára-raios é caracterizado pelas seguintes tensões:

a) máxima tensão disruptiva para as formas de onda normalizadas (ABNT NBR 5287);

b) tensão nos terminais do pára-raios ao descarregar surtos de manobra.

O nível de proteção a impulso de manobra é o maior dos valores de a) ou b). Até que seja adotado um
método de ensaio normalizado para b), o fabricante deve ser consultado.

6.3 Pára-raios de expulsão

Estes dispositivos de proteção operam para limitar sobretensões e interromper correntes subseqüen-
tes dentro da sua característica nominal. Eles possuem baixas tensões residuais. As características
destes dispositivos são estabelecidas na IEC 60099-5.

As características tensão disruptiva de impulso-tempo assemelham-se às de centelhadores de prote-


ção, mas são geralmente mais baixas e mais planas, para a mesma distância entre eletrodos.

Estes pára-raios podem não limitar apreciavelmente a amplitude da corrente subseqüente antes
de interrompê-la, e suas características nominais de interrupção de corrente devem ser compatí-
veis com a corrente de falta presumida e com a tensão de restabelecimento presumida do sistema,
no ponto de instalação.

6.4 Centelhadores

O centelhador é um dispositivo protetor contra surtos que consiste em um espaçamento em ar livre


entre um eletrodo energizado e um eletrodo aterrado.

Em sistemas de alimentação com tensões iguais ou inferiores a 300 kV, os centelhadores têm-se
mostrado satisfatórios em regiões de moderada incidência de descargas atmosféricas. O ajuste da
abertura do centelhador constitui freqüentemente compromisso entre proteção e continuidade de
operação, mas esta dificuldade pode ser contornada pela utilização de religamento automático.

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A tensão disruptiva e o tempo até a descarga do centelhador dependem principalmente da distância


entre eletrodos; eles são também influenciados pela forma dos eletrodos e pela sua disposição e dis-
tância relativa a partes vivas ou aterradas vizinhas.

Para melhorar a operação de um centelhador sob surtos com frentes de forte aclividade e proporcionar
característica tensão disruptiva-tempo mais plana, a configuração de eletrodos haste-haste pode ser
modificada, por exemplo, dando-se uma forma adequada aos eletrodos e/ou adotando-se um eletrodo
central auxiliar. Na faixa A, este tipo de centelhador composto mostrou-se vantajoso em regiões onde
pássaros e pequenos animais causam problemas.
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6.4.1 Características de proteção de um centelhador

A proteção obtida por meio de centelhadores é menos precisa e o nível de proteção não pode ser
indicado tão precisamente como o nível de proteção de pára-raios de resistor não-linear, pelos
seguintes motivos:

a) a dispersão da tensão disruptiva de um centelhador;

b) o aumento da tensão disruptiva com o aumento do valor de crista da onda aplicada, quando
a descarga ocorrer na frente da onda.

O comportamento de um centelhador sob impulso (de amostra ou atmosférico) é caracterizado pela


tensão disruptiva a 50 % e pelo desvio-padrão da sua tensão disruptiva sob condições normalizadas
de ensaio em laboratório. Visto os centelhadores constituírem tipicamente isolação auto-recuperante,
a eles é igualmente aplicável o disposto em 5.4. Além do mais, pelas razões expostas na alínea b)
acima, freqüentemente é necessário conhecer os tempos até a descarga do centelhador para tensões
de impulso aplicadas de valores bem superiores à tensão disruptiva a 50 % (Anexo C).

6.4.2 Limitações de centelhadores de proteção

6.4.2.1 Quando o centelhador atua devido a um surto de tensão e disto resultar um arco de potência,
este freqüentemente persiste até a sua extinção por um dispositivo de proteção contra faltas; no caso
de sistemas com neutro aterrado, isto resulta em curto-circuito fase-terra, em esforços mecânicos em
várias partes do sistema e pode causar perturbações aos consumidores. A localização do centelhador
deve por isso ser decidida em função dos seus efeitos sobre a proteção e a operação de sistema.

6.4.2.2 O centelhador é aceitável do ponto de vista de continuidade de operação se a sua presença


causar aumento do número de interrupções do circuito, caso estas descargas disruptivas não se ex-
tingam por si só nem sejam interrompidas por meio de disjuntores seguindo-se um religamento rápido.

6.4.2.3 A operação de centelhadores provoca o corte de onda, aumentando, desta forma, a probabi-
lidade de produção de ondas cortadas próximo aos terminais do equipamento protegido. Isto deve ser
levado em consideração na isolação de enrolamentos de alta tensão (ver 5.5).

6.4.2.4 Se o centelhador não for instalado em posição adequada, o arco de potência através do cen-
telhador pode causar danos ao equipamento. Por exemplo, se um centelhador for instalado na bucha
de um transformador ou de um disjuntor, a sua distância à superfície da bucha deve ser suficiente para
evitar que o arco de potência seja soprado de encontro à mesma.

6.4.2.5 O arranjo relativo dos centelhadores em cada uma das fases deve ser escolhido de modo
a minimizar o risco de que um arco se espalhe para as fases vizinhas, o que transformaria uma falta
monofásica em trifásica.

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6.5 Aplicação dos dispositivos de proteção

6.5.1 Proteção por pára-raios de resistor não-linear

A fim de assegurar-se que um equipamento não fique sujeito a um surto superior àquele nos termi-
nais do pára-raios, instala-se, regra geral, o pára-raios o mais próximo possível do equipamento. Em
particular, os pára-raios devem, de preferência, ser instalados no tanque do transformador ou os seus
terminais de linha e de terra ligados ao transformador por conexões as mais curtas possíveis.
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Analogamente, os pára-raios devem ser instalados próximos às extremidades de cabos, se estes


necessitarem de proteção, por conexões as mais curtas possíveis entre os terminais de linha e de
terra do pára-raios e, respectivamente o condutor fase e a blindagem do cabo.

A instalação de pára-raios próximos ao equipamento a ser protegido pode ser efetuada mais facilmente
na faixa de tensão A que nas faixas de tensão B e C.

Quando o pára-raios for separado do equipamento a ser protegido, este fica sujeito a um surto que
excede o nível de proteção do pára-raios O excesso de tensão é devido, em primeiro lugar, à queda de
tensão indutiva nas conexões entre o próprio pára-raios e o equipamento a ser protegido.

NOTA No caso de pára-raios próximos ao equipamento a ser protegido, recomendam-se os seguintes


fatores de segurança convencionais:

a) faixa A − deve ser estabelecido um fator de segurança de aproximadamente 1,4 entre a tensão suportável
nominal de impulso do equipamento e o nível de proteção a impulso do pára-raios. Em certos casos espe-
cíficos, o fator de segurança pode ser reduzido a 1,2;

b) faixa B − para surtos atmosféricos é normalmente estabelecido um fator de segurança mínimo de 1,2;

c) faixa C − para surtos de manobra é normalmente estabelecido um fator de segurança mínimo de 1,15,
enquanto que para surtos atmosféricos o fator de segurança mínimo deve ser 1,25.

As considerações feitas na ABNT NBR 5287 e ABNT NBR IEC 60439-1 devem também ser levadas
em conta.

Em segundo lugar, se o tempo de propagação do surto entre o pára-raios e o equipamento não for
desprezível em relação à duração da frente da onda do surto, o efeito é um aumento da tensão sobre
o nível de proteção do pára-raios por um curto espaço de tempo nos terminais do equipamento a ser
protegido.

O aumento devido a ambos os fatores depende de algumas condições: distância do pára-raios ao


equipamento a ser protegido, características de linha, capacitância do equipamento a ser protegido,
arranjo da subestação e taxa de crescimento do surto. Este aumento pode ser controlado por qualquer
artifício que limite a taxa de crescimento do surto que chega à subestação: cabos pára-raios, capaci-
tâncias, cabos, grande número de linhas. O uso de um nível de isolamento reduzido (nos trechos de
linhas próximos à subestação) também pode apresentar resultados satisfatórios.

6.5.2 Proteção com pára-raios tipo expulsão

Estes pára-raios são algumas vezes usados em sistemas de distribuição de alta tensão, quando não
se dispõe de proteção (cabos pára-raios) contra descargas atmosféricas (faixa A).

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As características tempo-tensão de descarga deste pára-raios é mais plana que a de um centelhador


haste-haste de mesma distância disruptiva, mas não tão plana quanto a de alguns tipos de equipa-
mento, como por exemplo, enrolamento de transformador, cabos etc.

Por isso, é necessário uma margem de segurança adequada entre a tensão disruptiva de impulso
atmosférico do pára-raios e a do equipamento a ser protegido e também entre as correspondentes
tensões disruptivas para frente de onda. Estas condições são complementadas pela prática usual de
se instalar este tipo de pára-raios próximo ao equipamento a ser protegido.
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Outras recomendações relativas a aplicações desses dispositivos se encontram na IEC 60099-5.

6.5.3 Proteção com centelhadores

A curva característica tensão disruptiva de impulso-tempo de um centelhador é geralmente muito menos


plana que as de alguns tipos de equipamento a serem protegidos, principalmente transformadores
e cabos.

Devido à forma curva da característica tensão-tempo de um centelhador, a distância do equipamento


para a qual existe proteção para todos os surtos é muito pequena, geralmente não mais que alguns
metros. Se o centelhador for aplicado para proteção contra surtos de taxa de crescimento limitada
(consideravelmente menor que a taxa de crescimento da onda padrão de impulso atmosférico), uma
distância de algumas dezenas de metros entre o centelhador e o equipamento a ser protegido não
modifica apreciavelmente as condições para proteção contra estes surtos. Um centelhador, devido
à maior inclinação de sua curva (em relação à da suportabilidade dos equipamentos) é suscetível
de atuar desnecessariamente um número de vezes bem maior que um pára-raios que tivesse a mesma
função (ver Figura G.3).

Em um grande número de casos, a operação do centelhador causa a saída do circuito, se ele estiver
localizado no lado da fonte do disjuntor que abrir. Se o fornecimento puder ser restabelecido rapida-
mente através de religamento automático, o centelhador pode ser ajustado de modo a fornecer um
aceitável grau de proteção ao equipamento sem um número excessivo de interrupções do circuito que
provoquem problemas aos consumidores.

NOTA Fatores de segurança da mesma ordem que os fornecidos para pára-raios asseguram em geral
uma proteção satisfatória, desde que não seja considerada a possibilidade de ocorrência de ondas de frente
muito íngreme (ver Anexo C).

7 Coordenação entre solicitações e suportabilidiade – Considerações comuns


às faixas A, B e C
7.1 Determinação da isolação para tensões de operação à freqüência industrial e
sobretensões temporárias – problemas de poluição e envelhecimento

A ABNT NBR 6939 deixa a critério das comissões de estudo específicas de cada equipamento o
encargo de especificar ensaios de freqüência industrial de longa duração com a finalidade de
demonstrar o comportamento do equipamento com respeito ao envelhecimento de sua isolação
interna ou à poluição externa.

Somente uma orientação genérica é dada, para fins de elaboração de normas técnicas de equipa-
mentos, indicando-se que, sob as condições normais de operação, a isolação deve suportar operação
permanente na tensão máxima do equipamento.

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7.2 Poluição

A especificação de um método de ensaio adequado e de níveis de severidade de poluição, para as


isolações suscetíveis de poluição, cabe às comissões de estudo específicas de cada equipamento.

Quando forem estabelecidos ensaios de poluição, cabe ao projetista fixar o grau de severidade de
poluição do ambiente no qual o equipamento vai ser instalado.

A Tabela F1 dá uma indicação ao projetista para estabelecer uma classificação de níveis de severidade
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de poluição.

Uma escala definida em termos quantitativos, fazendo referência a um método de ensaio, deve ser
associada a cada um destes diferentes níveis de severidade da poluição natural para os diversos tipos
de isoladores.

O método de ensaio, além de reprodutível, deve, na medida do possível, satisfazer as condições de


validade, isto é, simular satisfatoriamente as condições naturais nas quais o equipamento vai ser ins-
talado. Por isso, os ensaios mais satisfatórios, escolhidos entre os adotados presentemente, podem
variar de caso para caso.

Cabe ressaltar que a Tabela F1 não abrange certos ambientes, tais como áreas desérticas, nas quais
longos períodos de seca são seguidos de condensação ou chuva leve.

A titulo de exemplo, a Tabela F2 indica a correspondência entre os níveis de poluição natural e sua
simulação de acordo com dois tipos de ensaios. A referida tabela também apresenta indicações de
distâncias de escoamento, embora seja reconhecido que o desempenho da isolação superficial é alta-
mente afetado pela forma do isolador. Além disso, no presente estágio de pesquisa, essas indicações
são válidas somente para isolamentos do tipo disco.

Os valores da Tabela F2 foram escolhidos de forma a correspondem ao comportamento do equipa-


mento sob tensão fase-terra, ou seja, Um / 3 . Entretanto, no caso de um sistema que pode operar
com uma fase aterrada durante longo tempo, esses dados são válidos para a tensão de linha Um (por
exemplo, falta para terra no sistema com neutro isolado aterrado através de impedância elevada). Se
as sobretensões temporárias forem freqüentes e severas, pode ser necessário levá-las em conta na
especificação do ensaio de poluição.

No caso de subestações com elevado grau de poluição e quando for impossível ou extremamente dis-
pendioso exigir o desempenho necessário do equipamento nessas condições de poluição, devem-se
considerar as alternativas de passar graxa na superfície isolante ou de lavá-las.

7.3 Envelhecimento

No caso de isolações sujeitas a envelhecimento, cabe às comissões específicas de cada equipamento


estabelecer métodos de ensaio adequados.

8 Coordenação entre solicitações e suportabilidade na faixa A


8.1 Seleção da tensão suportável nominal à freqüência industrial

A Tabela 1 da ABNT NBR 6939 indica, para cada tensão do sistema (Um), somente um valor de tensão
suportável nominal à freqüência industrial.

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8.2 Seleção da tensão suportável nominal de impulso atmosférico

A Tabela 1 da ABNT NBR 6939 oferece duas opções para a seleção de tensão suportável nominal
de impulso atmosférico.

Os valores reduzidos foram introduzidos na mencionada tabela com o objetivo de torná-los aceitáveis
para todas as comissões de equipamentos.

Estes valores reduzidos têm sido utilizados com bons resultados em muitos países, para uma grande
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variedade de equipamentos e por largos períodos. Foram também realizados ensaios em diferentes
tipos de equipamentos para esta faixa de tensão com o objetivo de determinar as tensões suportáveis
de impulso, tanto para impulsos atmosféricos normalizados quanto para impulsos de manobra.

Observou-se, particularmente, que a tensão disruptiva da isolação sob impulsos de manobra típicos
é sempre maior que o valor de crista da tensão de ensaio à freqüência industrial. Esta é uma das
razões da não necessidade de se introduzir um ensaio específico para suportabilidade de impulso de
manobra para a faixa A.

A escolha entre os valores apresentados na Tabela 1 da ABNT NBR 6939 deve ser feita de acordo
com 5.1 da mesma norma e considerando as seguintes condições de instalação dos equipamentos:

a) equipamento sem conexão a uma linha aérea;

b) equipamento ligado a uma linha aérea por meio de transformador;

c) equipamento ligado a uma linha aérea, seja diretamente, seja através de um cabo.

8.2.1 Equipamento sem conexão a uma linha aérea

Esta categoria abrange ampla variedade de instalações (por exemplo, usinas e instalações em navios,
grandes instalações subterrâneas nas cidades e instalações industriais). O equipamento em tais
situações não está sujeito a sobretensões externas (surtos atmosféricos), mas pode ser submetido a
surtos de manobra.

Em 5.1.2.5 da ABNT NBR 6939 são especificadas as condições para o uso de equipamentos de acordo
com o menor valor da tensão suportável nominal de impulso atmosférico em tais instalações. Se forem
utilizados equipamentos dimensionados com a tensão suportável nominal de impulso atmosférico de
maior valor, não é necessário colocar dispositivos de proteção na maioria dos casos. Uma exceção
são as instalações elétricas para forno e arco onde há possibilidade de ocorrerem altas sobretensões
devido a cortes de corrente pelo disjuntor. Neste caso pode ser necessária uma proteção através de
pára-raios especiais entre fases e entre fase e terra.

8.2.2 Equipamento ligado a linha aérea por meio de transformador

8.2.2.1 Os equipamentos ligados ao lado de baixa tensão de um transformador, cujo lado de alta
tensão seja alimentado por uma linha aérea, não são diretamente submetidos a surtos atmosféricos
ou de manobra originados na linha aérea. Entretanto, devido à transferência eletrostática e eletromag-
nética de tais surtos, do enrolamento de alta tensão para o enrolamento de baixa tensão do transfor-
mador, estes equipamentos podem ser submetidos a surtos que, sob certas circunstâncias, podem
exceder sua tensão suportável.

NOTA No Anexo A, são discutidas expressões analíticas para os termos eletrostáticos e eletromagnéti-
cos da tensão transferida.

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ABNT NBR 8186:2011

8.2.2.2 Para um dado transformador, as amplitudes e formas de onda destes surtos transferidos
dependem principalmente da natureza do circuito de baixa tensão e, por esta razão, é conveniente
considerar em separado a escolha da tensão suportável de impulso atmosférico nominal do equipamento
e a sua proteção, para as duas categorias básicas de instalação seguintes.

a) categoria 1 – equipamentos ligados a linhas aéreas de tensão mais elevada por meio de trans-
formadores, e com conexões de comprimento moderado (por exemplo, até 100 m) entre o lado
de baixa tensão do transformador e o equipamento, tal como o conjunto de manobra da fonte
principal de uma rede subterrânea ou de uma instalação industrial;
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b) categoria 2 – instalação gerador-transformador.

8.2.2.3 Para equipamentos de categoria 1, é dada a seguinte orientação básica:

a) os fatores que tendem a aumentar a amplitude dos surtos transferidos para tal equipamento são:

— transformador com alta relação de transformação e elevada capacitância entre enrolamentos;

— transformador sem carga do lado de baixa tensão;

— ligações de baixa capacitância entre um transformador e o equipamento associado;

— enrolamento de alta tensão não aterrado (por exemplo, triângulo ou estrela não aterrada),
ou com neutro aterrado por meio de elevada reatância (por exemplo, bobina de supressão
de arco);

— surtos com frente de forte aclividade e surtos de longa duração;

— surtos de manobra devido à energização de um transformador a partir de um ponto remoto


da linha aérea (isto é, energização de uma linha terminada em transformador);

NOTA O Anexo A indica métodos de cálculo e fornece exemplos explicativos para fazer estimativas
da amplitude dos surtos transferidos.

b) os equipamentos da categoria 1 podem geralmente ser protegidos por meio de pára-raios e,


quando essa proteção constituir prática corrente, não há necessidade de efetuar os cálculos
acima mencionados; para outros casos, é dada orientação básica, nas alíneas a seguir, sobre
a natureza dos surtos transferidos, a influência geral das condições do circuito e os critérios
a serem utilizados para determinar se há necessidade de precauções;

NOTA Uma condição de ressonância entre dois sistemas ligados por um transformador pode causar
tensões anormalmente elevadas a serem transferidas pelo transformador. Recomenda-se verificar as pos-
sibilidades de ressonância entre circuitos e efetuar modificações, para evitá-las.

c) a aplicação de surtos de pequena duração, ou de frente de forte aclividade, no enrolamento


de alta tensão do transformador, como, por exemplo, uma descarga atmosférica na linha de trans-
missão bem próxima ao transformador, pode, por meio de acoplamento capacitivo, provocar um
pico de tensão de curta duração no enrolamento de baixa tensão. Este pico pode exceder as
tensões de impulso constantes da tabela de níveis de isolamento normalizados para a faixa A da
ABNT NBR 6939; entretanto, o tempo de frente mais curto possível, determinado pela impedância
do surto da linha e pela capacitância de entrada do transformador, é freqüentemente tão longo
que a tensão transferida capacitivamente pode ser desprezada;

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d) para equipamentos de categoria 1, a condição mais severa surge quando os circuitos de carga
estiverem desligados, isto é, na parte do circuito de baixa tensão entre o transformador e o equi-
pamento de manobra, visto que sua capacitância com a carga ligada é geralmente suficiente para
reduzir a amplitude da crista inicial de tensão a um valor seguro;

e) se a capacitância das ligações entre o transformador e o equipamento de manobra de baixa


tensão não for suficiente para reduzir a amplitude da crista inicial de tensão, pode-se ligar
capacitâncias adicionais entre os terminais do transformador e terra, ou utilizar equipamentos
com tensão suportável nominal de impulso atmosférico de valor superior, conforme a Tabela 1 da
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ABNT NBR 6939;

f) deve ser também considerada a eventual instalação de pára-raios; chama-se atenção também
para o fato de que uma capacitância adicional pode aumentar os surtos transferidos indutiva-
mente, podendo este aumento ser reduzido pela introdução de um resistor de amortecimento em
série, com o valor da resistência ajustado cuidadosamente;

g) a aplicação de um surto de duração mais longa no enrolamento de alta tensão de um transfor-


mador, por exemplo, uma descarga atmosférica na linha de transmissão a alguma distância do
transformador, apresentando duração mais longa e amplitude comparável ao valor de crista da
tensão de ensaio de freqüência industrial;

h) surtos perigosamente elevados podem ser transferidos por meio de acoplamento capacitivo do lado
do enrolamento de alta tensão para o lado de baixa tensão, em caso de falta no sistema de alta
tensão, se o neutro do sistema de baixa tensão for aterrado por meio de uma bobina de supressão
de arco ou quando for isolado; em tais casos, a ligação de capacitâncias adicionais entre terminais
de baixa tensão do transformador e terra é um método de proteção largamente utilizado.

8.2.2.4 Para os equipamentos da categoria 2, é dada a seguinte orientação básica:

a) as recomendações relativas à necessidade de proteger instalações gerador-transformador contra


surtos e quanto aos tipos adequados de equipamentos de proteção devem referir-se somente aos
surtos atmosféricos, visto que os estudos não revelam casos mais severos devidos à transmissão
de surtos de manobra; associado à frente de um surto atmosférico incidente ou à queda de tensão
devida ao corte de uma onda, pode ocorrer uma sobretensão de curta duração transferida por
efeito capacitivo (pico inicial de tensão), que é independente da tensão de duração mais longa
geralmente transferida pelo efeito combinado dos acoplamentos indutivos e capacitivo;

b) a amplitude máxima do pico inicial de tensão depende principalmente dos detalhes de projeto
da instalação; quando estes forem de natureza a reforçar a transferência capacitiva, pode haver
justificativa para a realização de um ensaio de injeção de surto de baixa tensão na instalação
ou no grupo gerador-transformador ligado a um circuito representativo do gerador e das suas
conexões externas;

c) os fatores que tendem a aumentar a amplitude dos surtos transferidos para este equipamento
são:

— elevada capacitância entre os enrolamentos do transformador;

— ligações de baixa capacitância entre transformador e gerador;

— elevada relação de transformação do transformador;

— um enrolamento de baixa tensão do transformador não ligado ao gerador;

— surtos com frentes de forte aclividade e surtos de longa duração;

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d) se houver razões que indiquem a conveniência de reduzir-se a amplitude do pico inicial de tensão,
isto pode ser realizado ligando-se capacitores entre cada fase e terra, por meio de ligações de
baixa indutância, de preferência nos terminais de baixa tensão do transformador; deve-se, contudo,
dar atenção à possibilidade de os capacitores aumentarem os surtos transferidos indutivamente;

e) a transferência de duração mais longa geralmente toma a forma de uma tensão unidirecional com
oscilações sobrepostas com freqüências de vários quilohertz e, se houver necessidade de reduzi-
la, deve-se cogitar a utilização de pára-raios, entretanto, a divisão da tensão entre as reatâncias do
transformador e gerador normalmente assegura que a amplitude da onda transferida de duração
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mais longa não justifique a utilização de pára-raios;

f) para instalações de grandes geradores, não é geralmente aceitável instalar pára-raios nos ter-
minais do gerador, o que exige efetuar cálculos mais detalhados, enquanto que, em pequenas
instalações, sempre que possam ser facilmente empregados pára-raios, não há necessidade de
efetuar cálculos de transferência;

g) se o transformador do gerador puder ser energizado pelo sistema de alta tensão sem estar ligado
ao gerador, esta divisão de tensão entre gerador e transformador não ocorre, devendo-se então
levar em conta o aumento da amplitude de onda transferida de maior duração que afeta aquela
parte do circuito de baixa tensão que permanece ligada ao transformador;

h) as considerações expostas para o equipamento da categoria 1 são válidas para os efeitos da


aplicação de surtos de longa duração ao enrolamento de alta tensão de um transformador, e da
sua transferência ao enrolamento de baixa tensão, quando houver falta para terra no sistema de
alta tensão e quando o neutro deste sistema for aterrado por bobina de supressão de arco ou for
isolado.

8.2.2.5 A decisão sobre a escolha da tensão nominal suportável de surto atmosférico e sobre a
necessidade de proteção adicional contra surtos deve ser buscada, em primeiro lugar na experiência
de operação com instalações semelhantes. Pode ser útil, também, fazer medições em instalações
semelhantes já existentes, utilizando-se o método de injeção de impulsos de baixa tensão.

Para uma grande instalação gerador-transformador e quando forem disponíveis os dados necessá-
rios relativos ao transformador e ao equipamento de proteção, é útil calcular os surtos suscetíveis
de serem transferidos e comparar os resultados com as tensões suportáveis do equipamento a ser
protegido. Normalmente isto somente é aconselhável para ligações diretas entre gerador e transfor-
mador e para enrolamentos terciários de baixa tensão de transformadores para grandes sistemas.
Se for instalado um disjuntor entre o transformador de uma instalação transformador-gerador e o gera-
dor associado, deve-se-á levar em conta a hipótese do disjuntor estar fechado e a de ele estar aberto,
embora haja geralmente uma carga ligada ao lado de baixa tensão do transformador e ela reduza
os surtos transferidos mesmo neste último caso.

Existem publicados vários métodos de cálculo e todos parecem dar resultados semelhantes. Embora
nenhum método de cálculo possa pretender exatidão absoluta, a comparação entre cálculos e resul-
tados experimentais numa variedade de instalações tem mostrado concordância satisfatória. Por isso,
considera-se conveniente ilustrar um método de cálculo por referência a dois exemplos numéricos,
abrangendo, respectivamente, as categorias 1 e 2, dados em A.2.

8.2.3 Equipamento diretamente ligado a uma linha aérea

Os equipamentos instalados numa subestação ligados diretamente a uma linha aérea estão sujeitos
a surtos atmosféricos diretos ou indiretos. Estes equipamentos devem, regra geral, estar de acordo
com as tensões suportáveis de impulso atmosférico nominais superiores dentre as especificadas na
Tabela 1 da ABNT NBR 6939.

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Todo equipamento e, particularmente, transformadores em tais situações requerem proteção por meio
de pára-raios ou centelhadores. Levando-se em conta que a característica tensão de impulso disrupti-
va-tempo de um enrolamento de transformador é bastante plana, os transformadores devem, de pre-
ferência, ser protegidos por pára-raios de resistores não-lineares em áreas de elevado ou moderado
nível ceráunico.

As buchas de disjuntores, transformadores para instrumento ou isoladores de pedestal, por terem


características tensão de impulso disruptiva-tempo sensivelmente encurvadas, podem ser protegidos
eficazmente pelos dispositivos de proteção existentes nos transformadores. Considerações relativas à
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distância entre dispositivo de proteção e equipamento protegido, desenvolvidas em 6.5.1, são válidas
também aqui.

Nas áreas com baixa ou moderada atividade de surtos atmosféricos, os equipamentos especifi-
cados com o menor valor da tensão nominal suportável de surto atmosférico dado na Tabela 1 da
ABNT NBR 6939 podem ser usados, mas, nesse caso, especial atenção deve ser dada à proteção
contra sobretensões. Num sistema aterrado através de baixa resistência, pára-raios ou centelhadores
podem ser empregados para essa finalidade. Num sistema aterrado através de reator, este deve ser
provido de proteção adequada contra sobretensões. Se forem empregados pára-raios, estes devem
suportar repetidas operações durante a persistência do arco para terra.

Na ausência de equipamento de proteção contra sobretensões, os surtos atmosféricos que se propa-


gam numa linha aérea são limitados somente pelas descargas na linha nos pontos mais fracos dela.
Se esses pontos não forem corretamente localizados, as descargas através dele poderam causar da-
nos ao equipamento como resultado de reflexões de surto entre o ponto de descarga e equipamentos
vulneráveis, tais como o enrolamento de um transformador.

No caso de subestações com várias linhas normalmente ligadas aos barramentos, o surto de tensão
que chega no barramento, é provavelmente, de valor suficientemente reduzido para que os equi-
pamentos da estação não sejam demasiadamente solicitados (ver 4.5.1). Entretanto, tal solução
(ausência de dispositivo de proteção contra sobretensões) pode ser aceitável, na prática, em sistemas
aéreos localizados em regiões de baixo nível ceráunico, quando o equipamento usado estiver dimen-
sionado pelo maior valor de tensão suportável de impulso atmosférico apresentado na Tabela 1 da
ABNT NBR 6939.

8.2.4 Equipamento ligado a uma linha aérea através de cabo

Nesse caso, a coordenação de isolamento não se refere somente à proteção dos equipamentos da
subestação, mas também ao cabo.

Quando um surto atmosférico se propaga ao longo de uma linha aérea e atinge o cabo, o surto se
decompõe numa onda refletida e uma refratada. A amplitude u2 do surto refratado ao longo do cabo
é dada por:
2z 2
u2 = u1
z1 + z2

A amplitude u2 da onda refletida é dada por:


z − z1
ur = 2 u1
z1 + z2

onde

U1 é a amplitude do surto de tensão na linha aérea;

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Z1 é a impedância de surto da linha aérea (na prática 400 Ω a 500 Ω);

Z2 é a impedância de surto do cabo (na prática 25 Ω a 50 Ω, porém, para alguns tipos de cabo,
pode ser tão baixa quanto 5 Ω).

O surto U2 é refletido no terminal do cabo na estação de acordo com a impedância de surto efetiva
do barramento. Reflexões subseqüentes nos terminais do cabo continuam a ser governadas pelas
equações citadas, nas quais U1 e Z1 se referem invariavelmente à onda que atinge o ponto de reflexão,
ao passo que U2 e Z2 se referem à onda refratada e Ur à onda refletida.
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Desde que no mínimo um outro cabo de algumas centenas de metros de comprimento esteja perma-
nentemente ligado ao barramento, o surto de tensão ao qual o cabo e os equipamentos da estação
estão sujeitos é apreciavelmente inferior àquele na linha onde se originou o surto, e essa redução é
tanto maior quanto menor for a impedância de surto do cabo.

Para uma estação à qual estejam conectados no mínimo dois cabos, a decisão quanto à adequaci-
dade do equipamento especificado segundo o menor valor da tensão suportável nominal de impulso
atmosférico dado na Tabela 1 da ABNT NBR 6939, quanto à necessidade da proteção contra sobre-
tensão, pode ser determinada pelas equações dadas anteriormente.

Entretanto, no caso de uma estação terminal, a amplitude do máximo surto de tensão desenvolvi-
do nos terminais do cabo, como um resultado de sucessivas reflexões, é uma função da amplitude
e duração do surto atmosférico original de tensão na linha, do comprimento do cabo e, se o raio atingiu
um ponto de linha razoavelmente próximo ao cabo, também das reflexões no ponto atingido. Para linhas
com cruzetas plenamente isoladas, as amplitudes de tensão resultantes são tão altas que, mesmo
utilizando-se equipamento de subestação e cabo de tensão especificada segundo o maior valor de
tensão suportável nominal de impulso atmosférico dado na Tabela 1 ABNT NBR 6939, tem-se que usar
pára-raios no ponto de junção linha/cabo. Como exemplo, os comprimentos máximos de cabo estão
indicados na Figura G.4, onde o cabo e os equipamentos da subestação somente podem ser protegi-
dos por pára-raios colocados no ponto de junção linha/cabo. A Figura G.4 demonstra os consideráveis
benefícios de utilizar-se um cabo com baixo valor de impedância de surto. A proteção é plenamente
efetiva contra surtos atmosféricos diretos e indiretos e contra descargas de retorno, desde que estes
tenham se originado a uma distância de poucos vãos do ponto de junção linha/cabo. Se o comprimento
do cabo exceder o valor indicado na Figura G.4, devem ser instalados pára-raios adicionais no terminal
do cabo na subestação. Se forem usados pára-raios com valor de tensão de descarga mais baixo do
que aqueles especificados na ABNT NBR 5287, os comprimentos de cabo indicados na Figura G.4
podem ser aumentados na proporção das diferenças indicadas pela comparação de, por exemplo, um
pára-raios de 10,5 kV com um de 12 kV. Entretanto, se o cabo alimentar somente um transformador
terminal, a onda incidente dobra em sua amplitude no transformador. Como um resultado de sucessivas
reflexões nos terminais do cabo, essa tensão vai dobrando de amplitude até cessar a energia fornecida
pela onda incidente original.

Para linhas com cruzetas aterradas alimentando um cabo com transformador terminal, a tensão de
impulso de descarga para terra da isolação da linha é apenas ligeiramente superior aos valores cor-
respondentes aos especificados segundo o maior valor de tensão suportável nominal de impulso
atmosférico dado na Tabela 1 da ABNT NBR 6939. Nesse caso, pode ser necessária a instalação de
pára-raios na junção linha/cabo e também no terminal do cabo na estação.

As considerações anteriores se aplicam a quedas diretas de raios distantes poucos vãos do terminal
de cabo. Não é geralmente possível obter proteção total contraraios muito próximos.

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Em áreas de moderado ou baixo nível ceráunico, pode-se utilizar proteção através de centelhadores
em vez de pára-raios. Entretanto, se os centelhadores colocados na junção linha/cabo forem aterrados
através de baixa resistência (caso comum) e se o cabo terminar em um transformador, perigosos sur-
tos de tensão podem se desenvolver através dos enrolamentos do transformador. Os centelhadores
na junção linha/cabo devem, por esta razão, ser aterrados através de uma resistência de dezenas de
ohms (sendo o valor ideal igual à impedância de surto do cabo).

Pode-se aumentar sensivelmente o nível de proteção instalando-se centelhadores adicionais nos iso-
ladores da linha no primeiro e no segundo poste antes da junção linha/cabo e, nesse caso, as resis-
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tências de aterramento dos centelhadores adicionais não têm qualquer importância.

9 Coordenação entre solicitações e suportabilidade na faixa B


Para a seleção da tensão suportável nominal à freqüência industrial e da tensão suportável nominal de
impulso atmosférico, muitas das considerações concernentes à faixa A também se aplicam à faixa B,
contudo a variedade de equipamentos e sua localização não são tão grandes como na faixa A.

Como é mostrado na Tabela 2 da ABNT NBR 6939 a cada valor de Um (tensão máxima equipamento)
está associado um ou mais valores de tensão suportável nominal de impulso atmosférico. Para cada
valor de suportabilidade a impulsos atmosféricos, existe, correspondentemente, um único valor de ten-
são suportável nominal à freqüência industrial. Assim, há somente uma escolha para o par de valores
de tensão suportável nominal de impulso atmosférico e à freqüência industrial.

A escolha entre as possíveis alternativas deve levar em conta os seguintes fatores:

a) condições de aterramento do neutro (que determinam os níveis de sobretensões sustentadas no


sistema);

b) a existência de dispositivos de proteção, suas características e sua distância em relação ao equi-


pamento considerado (que determinam a sua tensão suportável nominal de impulso atmosférico).

Nesta faixa de tensão, em se tratando de sistemas com linhas longas, é conveniente, em alguns
casos, utilizar-se da metodologia aplicável à faixa C.

Os fatores de segurança normalmente empregados na aplicação de pára-raios, na faixa B, são encon-


trados em 6.5.1.

10 Coordenação entre solicitações e suportabilidade na faixa C


10.1 Seleção de níveis de isolamento em função da tensão à freqüência industrial e das
sobretensões temporárias
Para esta faixa de tensões, os ensaios à freqüência industrial devem ser especificados pelas comis-
sões específicas de cada equipamento de acordo com as considerações do capítulo 7 e levando em
conta que as sobretensões temporárias fase-terra não podem usualmente exceder 1,5 pu durante um
segundo, em cada ocasião.

10.2 Seleção da isolação em função das sobretensões de manobra e das sobretensões


atmosféricas
A ABNT NBR 6939 propõe dois métodos para coordenação de isolamento, em função das sobreten-
sões de manobra e das sobretensões atmosféricas: um método convencional e um método estatístico.

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10.2.1 Método convencional

O método convencional é baseado nos conceitos estabelecidos de máximas sobretensões solicitando


a isolação e mínima suportabilidade de isolação (definições 3.30 e 3.35 da ABNT NBR 6939).

As noções de mínima suportabilidade e de máxima sobretensão são um pouco arbitrárias, uma vez
que não se pode seguir uma regra estrita para a avaliação dos limites superior e inferior da suportabi-
lidade da isolação e dos valores das sobretensões de solicitação que são, intrinsecamente, variáveis
aleatórias.
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O nível de isolamento é determinado de forma a obter uma margem suficiente entre a máxima sobre-
tensão e a mínima suportabilidade. Esta margem destina-se a cobrir as incertezas na obtenção das
máximas sobretensões e da mínima suportabilidade, e nenhum esforço é feito no sentido de obter,
quantitativamente, o risco de falha da isolação.

Os fatores de segurança normalmente empregados na aplicação de pára-raios na faixa C de tensão


são encontrados em 6.5.1.

10.2.2 Método estatístico

O método estatístico tenta quantificar o risco de falha para ser usado como índice de segurança na
determinação da isolação.

Um projeto racional da isolação de um sistema de transmissão deve ser baseado na tentativa de se


obter o valor mínimo da soma do custo de instalação com o custo operacional capitalizado anualmente
e com o custo anual das falhas, sendo o último calculado como custo estimado de uma falha de isola-
ção multiplicado pelo número médio esperado de falhas de isolação por ano.

A fim de quantificar o número médio esperado de falhas por ano, de um componente da isolação loca-
lizado em um dado ponto do sistema, em conseqüência de sobretensões, devem-se considerar todos
os eventos que possam dar origem a sobretensões que possam afetar o projeto de isolamento. Em
seguida, é necessário conhecer, para cada tipo de evento considerado, a freqüência anual de ocorrên-
cia e a distribuição estatística das amplitudes das sobretensões correspondentes.

NOTA É evidente que as amplitudes de todas as sobretensões que podem ocorrer em um sistema não
podem ser combinadas em uma única distribuição, e que somente aquelas identificadas pela mesma loca-
lização e causa podem ser consideradas como estatisticamente homogêneas. Na realidade, uma vez que a
severidade das sobretensões dependa da forma das ondas, sendo estas associadas a impulsos atmosféricos
ou de manobra (ver nota em 3.20 da ABNT NBR 6939), as amplitudes das sobretensões somente podem ser
assumidas como homogêneas se identificadas pelo mesmo local, causa e forma de onda. Contudo, sobreten-
sões devidas à mesma causa e ocorrendo no mesmo local têm aproximadamente a mesma forma e podem,
por simplicidade, ser consideradas homogêneas. Caso se pretenda uma padronização dos equipamentos de
um sistema inteiro, uma extensão do conceito de grupo homogêneo de sobretensões necessita ser conside-
rada. Neste caso, um grupo de sobretensões pode ser dito homogêneo se as sobretensões ocorrerem em
locais similares no sistema, devido à mesma causa. Por exemplo, sobretensões de religamento no final das
linhas do sistema em estudo podem ser consideradas como um grupo homogêneo de sobretensões.

Contudo, um procedimento de projeto e coordenação de isolamento, como descrito anteriormente,


envolve muitas dificuldades. A abordagem estatística considerada aqui, é por isso, restrita a verificar
se o risco de falha da isolação, devido a qualquer tipo previsível de evento que cause sobretensões no
sistema, está dentro de limites aceitáveis. Estes limites dependem da freqüência de ocorrência, do tipo
de evento e das conseqüências de uma falha da parte da isolação em questão.

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Felizmente, os tipos de eventos que sejam significativos em projetos de isolamento são, em geral,
pouco numerosos, permitindo desta forma um enfoque analítico. Por exemplo, a suportabilidade de
isolação aos surtos de manobra de maior parte dos elementos isolantes dos equipamentos de um
sistema é, em geral, determinada fundamentalmente por sobretensões de religamento.

Se a distribuição de freqüências de sobretensões causadas por um dado tipo de evento e a suporta-


bilidade correspondente da isolação forem conhecidas, o risco de falha poder ser expresso numerica-
mente como mostrado a seguir.
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Suponhamos que a suportabilidade de um dado componente da isolação, dentro de um dado intervalo


de tempo ΔT, seja definida pela suportabilidade PT(U) de descarga disruptiva da isolação quando sub-
metida a uma sobretensão de valor U (ver Figura G.5). Suponhamos, por outro lado, que a distribuição
de sobretensões solicitando o mesmo componente da isolação, para o tipo específico de evento consi-
derado, seja definida pela densidade de probabilidade fo(U). Então, a probabilidade de que a sobreten-
são de valor compreendido entre U’ e U + dU possa ocorrer é fo(U) dU. A densidade de probabilidade
de uma falha de isolação causada por uma sobretensão de valor U é, por isso, o produto da densidade
de probabilidade que a sobretensão de valor U’ possa ocorrer pela probabilidade de que a isolação
possa falhar em virtude desta sobretensão.

Assim:

dR = fo(U’) . PT(U’) . dU (6)

A probabilidade de uma falha para um valor de U tomado aleatoriamente, isto é, o risco de falha (R)
para um evento do tipo considerado, é então:
+∞
R = ∫o fo (U) ⋅ PT (U) ⋅ dU (7)

Esta expressão mostra o princípio geral do método pelo qual a probabilidade de falha pode ser esti-
mada. É assumido que fo(U) e PT(U) não sejam correlacionados.

NOTA Em princípio, a Equação 7 aplica-se somente a componentes monofásicos da isolação. Se vários


equipamentos ligados em paralelo na mesma fase estiverem sujeitos à mesma sobretensão, pode-se assumir
que o risco total seja igual àquele de um único componente do equipamento multiplicado pelo número de
componentes em paralelo. Isto é válido se for levado em conta o fato de que o risco de falha aceitável para
a isolação de subestações é usualmente muito baixo.

Algumas vezes é necessário avaliar o risco de falha de pelo menos uma fase de uma parte trifásica do
sistema, após uma manobra (por exemplo, uma energização). Este risco pode ser obtido multiplican-
do-se por três o risco estimado pela Equação 7, se for possível assumir que a distribuição de sobre-
tensões fo(U) seja igual nas três fases e que o risco admitido seja usualmente muito baixo.

Um método alternativo seria estabelecer a densidade de probabilidade de sobretensões fo(U) tomando


somente o maior valor dentre as sobretensões causadas nas três fases, pela manobra de energização.
Então, o risco de falha seria avaliado usando a Equação 7. O primeiro tipo de enfoque dá valores de
risco maiores do que os reais; o último proporciona valores menores.

Obviamente, os dois enfoques dão resultados diferindo de uma relação menor do que 3:1.

O modelo matemático escolhido para definir a severidade de uma sobretensão na Equação 7 é base-
ado em algumas simplificações.

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São feitas as seguintes premissas:

a) outras cristas que não sejam a maior, na onda da sobretensão, são desprezadas;

b) as formas de onda de todos os impulsos atmosféricos e de manobra pertencentes à distribuição


estatística definida por fo(U) são supostas como idênticas à forma de onda da maior sobretensão;

c) as maiores cristas de sobretensões são assumidas como sendo todas de mesma polaridade,
embora, durante uma manobra, possam ser causados surtos de polaridade positiva ou negativa
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com igual probabilidade; para estar no lado mais seguro, uma polaridade mais severa é usada.

Com relação a surtos de manobra, que são as sobretensões transitórias de importância predominante
em projetos de isolação de sistemas de EAT, a consideração a) é tal que fornece um risco de falha
calculado menor do que o risco real. A consideração c) resulta em riscos calculados maiores do que os
reais, pelas razões já indicadas e porque as formas de onda padrão são escolhidas de forma a corres-
ponderem à menor suportabilidade do equipamento (ver 6.2 da ABNT NBR 6939). Considerados os
efeitos opostos destas hipóteses, em geral, o risco de falha calculado por meio da Equação 7 produz
resultados três a dez vezes superiores aos valores reais. Normalmente, a Equação 7 é, portanto, con-
servativa. Como já foi dito acima, a equação pode ser aplicada a todos os tipos específicos de eventos
significativos para o projeto da isolação.

Além disso, é claro que a exatidão no cálculo do risco de falha depende geralmente da exatidão na
determinação das sobretensões e da probabilidade de descarga disruptiva da isolação (ver Anexos C
e D). Desde que a exatidão destas medidas dificilmente é satisfatória, a exatidão do risco de falha
decorrente é, freqüentemente, baixa.

Contudo, o risco de falha tem um significado físico preciso (ao contrário do fator de segurança).
Utilizando-se métodos estatísticos, é assim possível coordenar os níveis de segurança das diversas
partes do sistema de acordo com as conseqüências de uma falha. Além disso, é possível proceder
a análises de sensibilidade (por exemplo, avaliar o efeito de uma mudança na severidade das
sobretensões ou na suportabilidade da isolação com relação ao valor do risco de falha). Métodos
estatísticos permitem, desta forma, tomar decisões com bases racionais.

De acordo com o método estatístico, a isolação é selecionada de forma que a probabilidade de falha
calculada seja menor ou igual a um valor prédeterminado, que caracteriza o nível de segurança requerido.
Referindo-se à Figura G.5, uma mudança dos níveis de isolamento translada a curva que representa
a probabilidade de descargas na isolação PT(U) ao longo do eixo U, com a conseqüente modificação da
área hachurada A, que representa a probabilidade de falha R para um valor aleatório de U.

O enfoque estatístico pode requerer séries sucessivas de tentativas de escolha de isolações e avalia-
ção de riscos, até que se encontre uma solução que corresponda ao risco prédeterminado.

A Equação 7 pode também ser aplicada para determinar a probabilidade de falha de uma isolação
protegida por centelhadores (gaps) ou pára-raios, se PT(U) for tomado como a probabilidade de des-
carga da isolação na presença do dispositivo de proteção. Se o tempo para descarga do dispositivo de
proteção puder ser considerado sempre menor que o da isolação a ser protegida, um método igual-
mente válido e mais simples seria usar a Equação 7 e tomar fo(U) como a densidade de probabilidade
de sobretensões modificadas pelo dispositivo de proteção (ver Anexo C).

O uso de computadores digitais facilita a avaliação do risco de falha e, por conseqüência, do projeto
da isolação, uma vez que a distribuição estatística das sobretensões e a curva da probabilidade de
descarga da isolação sejam conhecidas.

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10.2.3 Método estatístico simplificado

Análises de sensibilidade e rápidas avaliações do risco de falha podem ser feitas com base em méto-
dos estatísticos simplificados, nos quais os cálculos são realizados fazendo-se algumas suposições,
geralmente aceitáveis, com respeito às leis matemáticas pelas quais as distribuições reais das sobre-
tensões e das probabilidades de descarga das isolações são representadas, por exemplo, supondo-se
serem distribuições de Gauss com desvios-padrão conhecidos.

Com estas suposições, a curva completa de distribuição das sobretensões e a curva de probabilidade
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de descarga da isolação podem ser definidas apenas por um ponto correspondente a uma dada
probabilidade de referência, chamada, na ABNT NBR 6939, de “surto estatístico” e “tensão suportável
estatística de impulso”, respectivamente. O risco de falha pode ser correlacionado com a margem
entre estes dois valores, o que torna o método muito similar ao convencional.

A Figura G.6, faz uma explanação gráfica do método.

A Figura G.6 a) mostra as distribuições da freqüência de ocorrência de sobretensões e da suportabilidade


da isolação. O surto estatístico é indicado por Us e a tensão suportável estatística de impulso por UW.
Na Figura G.6.b), a distribuição das sobretensões e da suportabilidade da isolação está superposta
para valores do fator de segurança estatístico “Y” tomado como a relação UW/Us, iguais a 1,0, 1,2
e 1,4. A correlação entre “Y” e o risco de falha “R” é mostrada na Figura G.6 c).

A probabilidade de referência das sobretensões é utilizada neste guia como 2 %.

As razões para esta escolha são mostradas adiante. O valor de 90 % para a probabilidade de referência
da tensão suportável foi escolhido na ABNT NBR 6939 para razões mostradas em 5.4 desta Norma.

Com respeito a surtos de manobra, as Figuras G.7, G.8 e G.9 ilustram, para diferentes casos,
a correlação entre o risco de falha e o fator de segurança estatístico para isolação a ar.

A curva de probabilidade de descarga da isolação é suposta normal, como estabelecido em 5.4,


com k (Equação 5) igual a 1 e σT (Equação 2) igual a 6 %, 8 % e 10 %, (ver Figuras G.7, G.8 e G.9),
respectivamente. Se k for tomado diferente de 1, o fator de segurança estatístico dado para k = 1 deve
ser multiplicado por 1/k.

A Figura G.7 é aplicável a condições de laboratório, enquanto que a Figura G.8 é aplicável, de uma
forma geral, a condições de serviço. A Figura G.9 pode ser usada para condições particularmente
severas (altos valores de σn na Equação 2). Em todos os três casos, as distribuições de sobretensões
são supostas distribuições normais truncadas em 3 σs e 4 σs, ou não truncadas e σs igual a 10 % 15 %
e 20 %. As Figuras G.7, G.8 e G.9 mostram a correlação entre o fator de segurança estatístico e o risco
de falha, assim como as envolventes superior e inferior das correlações obtidas quando se consideram
as nove distribuições de sobretensões resultantes de todas as combinações possíveis de valores de
desvio-padrão e ponto de truncamento superior.

A escolha da distribuição normal para definir as probabilidades relacionadas com sobretensões não
significa que outras distribuições (por exemplo, “distribuições de valores extremos”) não possam for-
necer melhores aproximações. Essa distribuição é usada porque ajusta-se razoavelmente bem às
distribuições reais na faixa de interesse.

A correlação entre o fator de segurança estatístico e o risco de falha parece ser apenas ligeiramente
afetada por mudanças na forma da distribuição de sobretensões. Isto se deve ao fato de que o valor de
2 %, escolhido como probabilidade de referência das sobretensões, encontra-se na parte da distribui-
ção de sobretensões que fornece a maior contribuição ao risco de falha na faixa de risco considerada.

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Se um valor muito menor ou muito maior fosse escolhido, a influência da forma da distribuição de
sobretensões seria muito pronunciada.

As Figuras G.7, G.8 e G.9 mostram o risco de falha de um equipamento monofásico (como, por exem-
plo, um isolador de pedestal). Deve-se observar a segunda nota de 10.2.2 se for procurado o risco de
falha de vários equipamentos.

Por exemplo, se o número de equipamentos monofásicos em uma entrada de linha for igual a 21
(sete em cada fase) e o risco de falha de cada um para um religamento trifásico for 10-4, então, para
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toda entrada de linha, o risco de falha está bastante próximo a 2,1 x 10-3. Este cálculo simplificado
é somente válido na condição do risco ser baixo (ver segunda nota de 10.2.2) e se o número de
equipamentos em paralelo não for muito grande.

A extensão deste método para linhas aéreas é possível, mas apresenta problemas, principalmente
para linhas longas, que não são objeto deste guia.

Este método pode ser aplicado a surtos atmosféricos, observando-se as limitações práticas indicadas
no Anexo D. Na realidade, ele não é usado atualmente. As correlações entre o fator de segurança
estatístico e o risco de falha são mostradas nas Figuras G.10, G.11 e G.12, apenas para fins de com-
paração, para isolação em ar submetida a surtos atmosféricos.

Suposições similares às das seções anteriores têm sido feitas com respeito à curva de probabilidade
de descarga da isolação para surtos atmosféricos.

As distribuições de surtos atmosféricos são supostas normais e não truncadas com desvios-padrão
iguais a 40 % e 60 %. Estima-se que tais distribuições aproximam-se bem das distribuições reais de
surto atmosférico em torno do valor de 2 %.

As Figuras G.10, G.11 e G.12 mostram a correlação entre o fator de segurança estatístico e o risco
de falha para ambas as distribuições de sobretensões e para desvios-padrão de suportabilidade da
isolação iguais a 3 %, 5 % e 7 %, respectivamente.

As correlações entre o fator de segurança estatístico e o risco de falha dados acima aplicam-se ape-
nas às isolações auto-recuperantes. Entretanto, na maioria dos casos, essas correlações podem ser
consideradas aceitáveis, para todo o equipamento, pelas razões a seguir.

Os ensaios descritos em 6.3 e 6.4 da ABNT NBR 6939 têm por finalidade verificar a suportabilidade
a impulso de equipamentos com isolação auto-recupaerante e de isolação mista, respectivamente.
Em nenhum destes ensaios é admitida qualquer descarga nas partes não auto-recuperantes do
equipamento.

Conseqüentemente, uma vez que partes auto-recuperantes e não auto-recuperantes da isolação


do mesmo equipamento são projetadas com base em um mesmo risco do equipamento ser rejeitado
no ensaio (isto é, quando o conjunto estiver sujeito à mesma solicitação), as partes não auto-recu-
perantes têm intrinsecamente uma menor probabilidade de descarga do que as partes auto-recupe-
rantes, no que diz respeito a sobretensões de mesma amplitude que aquelas dos impulsos aplicados
durante os ensaios.

Portanto, pode-se afirmar que o risco de falhas das partes não auto-recuperantes de equipamentos
de isolação mista (ensaiados de acordo com 6.4 da ABNT NBR 6939) é mais baixo que o das partes
auto-recuperantes se a contribuição principal para o risco de falha estiver compreendida dentro de
U 50 % ± 2 σ.

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Para equipamentos de isolação mista, as partes não auto-recuperantes devem ser projetadas para um
baixo risco de falha sob a tensão de ensaio. Nos casos onde a maior contribuição para o risco de falha
(calculado com base na tensão suportável estatística) for dada pelas sobretensões em torno da ten-
são de ensaio, a avaliação do risco de falha pode ser calculada como para isolação auto-recuperante.
Para as considerações anteriores, pressupõe-se, naturalmente, que o corte de ondas durante descar-
gas, efetuado por uma parte da isolação auto-recuperante, não cause sérios esforços na isolação não
auto-recuperante do equipamento e não acelere o envelhecimento da isolação.

10.3 Diagrama de blocos para projeto e coordenação de isolamento de uma instalação


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elétrica

A maioria das estimativas ou análises de níveis de sobretensões de um sistema assume que um equi-
pamento (por exemplo, um disjuntor) operar como projetado. Em outros casos, deve ser estabelecido
um limite arbitrário para a severidade estimada dos surtos, como é feito freqüentemente no caso de
surtos atmosféricos.

É óbvio que níveis de surtos baseados em tais suposições são algumas vezes excedidos.

A necessidade de considerar esta hipótese depende, essencialmente, das conseqüências das falhas
que possam resultar destas sobretensões anormalmente altas. Por exemplo, as conseqüências de
falhas em transformadores ou reatores são tão sérias que a coordenação de seu isolamento deve
admitir, inclusive, contingências extremas. Por este motivo são aplicados pára-raios nos seus terminais.
Existem outros tipos de equipamentos, tais como isoladores de pedestal, seccionadores etc., onde as
conseqüências de uma falha não são tão sérias que justifiquem a aplicação de pára-raios.

Ao se desenvolver uma seqüência para o projeto e a coordenação do isolamento de um sistema elé-


trico, sob a forma de diagrama de blocos, é conveniente fazer uma distinção entre o caso I (proteção
por pára-raios) e o caso II (nenhuma proteção por pára-raios próximos ou remotos). Um diagrama de
blocos ilustrando o método a ser adotado é mostrado na Figura G.13.

O primeiro passo na coordenação de isolamento (bloco 5), comum a todos os tipos de equipamento, tem
o propósito de assegurar a capacidade do equipamento de suportar a tensão à freqüência industrial sob
condições normais de operação e durante sobretensões temporárias. O engenheiro de sistemas deve
especificar um nível de ensaio de severidade de poluição equivalente para isolações sujeitas à poluição;
porém, nenhuma especificação especial é dada às isolações sujeitas a envelhecimento (ver 10.1).

Se as sobretensões temporárias fase-terra esperadas (bloco 3) forem mais severas do que as sobre-
tensões consideradas pela norma do equipamento, na especificação dos ensaios à freqüência indus-
trial discutida em 4.1.5 da ABNT NBR 6939, é necessário especificar ensaios com níveis de tensão
diferentes ou com a duração do ensaio diferente ou então, adotar meios ou procedimentos operacio-
nais adequados para reduzir as sobretensões temporárias no sistema (realimentação do bloco 5 para
o bloco 2, linha tracejada).

O projeto da isolação, em função das tensões de operação e das sobretensões temporárias, implica
uma certa suportabilidade do equipamento para surtos de manobra e atmosféricos, simultaneamente.
Por exemplo, se uma dada suportabilidade é requerida para um isolador de pedestal, sujeito a uma
determinada condição de poluição salina, obtém-se uma distância mínima no ar que varia com o tipo
de isolador de pedestal considerado. O equipamento apresenta, portanto, uma certa suportabilidade
a surtos de manobra em virtude dos requisitos impostos pela suportabilidade para a tensão de ope-
ração e sobretensões temporárias. Estas influências são indicadas na Figura G.13, pelas linhas pon-
tilhadas (por exemplo, do bloco 5 para o bloco 7 e bloco 8).

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Neste ponto, é necessário considerar, separadamente, o caso I e o caso II. No Anexo D são apresentados
exemplos de seleção da tensão suportável nominal de impulso de manobra e de impulso atmosférico.

Com relação aos equipamentos do primeiro tipo (caso I), a escolha das tensões suportáveis nominais
de impulso de manobra e de impulso atmosférico é usualmente feita como a seguir:

a) escolhe-se a tensão nominal dos pára-raios com base nas sobretensões temporárias (bloco 6);
assim os níveis de proteção dos pára-raios sob impulso de manobra e atmosférico são também
determinados, pelo menos dentro de certos limites;
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b) escolhem-se as tensões suportáveis nominais de impulso de manobra e atmosférico dos equipa-


mentos com base nos fatores de segurança ditados pela experiência (ver 6.4.1 e 6.5.1);

c) adotam-se meios adequados no projeto dos sistema ou sugerem-se procedimentos operacionais


convenientes para reduzir as sobretensões temporárias, se existir uma justificativa econômica
para a redução dos níveis de isolamento (começar outra vez a partir do bloco 2).

Este processo de seleção das tensões suportáveis nominais de impulso de manobra e atmosférico dos
equipamentos despreza a severidade dos surtos de manobra e atmosférico reais que podem solicitar
os equipamentos ligados em paralelo com pára-raios, visto que o processo baseia-se somente no
nível de proteção dos pára-raios.

Os níveis de isolamento dos equipamentos do caso II são usualmente escolhidos de acordo com
os seguintes passos:

a) escolhe-se a tensão suportável nominal a impulso de manobra dos equipamentos com base em um
risco aceitável que pode ser estimado diretamente a partir das distribuições previstas das sobre-
tensões esperadas e das tensões de descarga (método estatístico), ou por meio das correlações
dadas em 10.2.3 entre o risco de falha e o fator de segurança estatístico (método estatístico simpli-
ficado). Na realidade, essas correlações aplicam-se somente a isolações auto-recuperantes, mas
normalmente pode-se considerá-las aceitáveis para a totalidade dos equipamentos (ver 10.2.3);

NOTA A proteção contra surtos de manobra, através de pára-raios instalados próximos dos equipa-
mentos no caso I e centelhadores instalados nas entradas de linha, pode freqüentemente ser desprezada,
em se tratando de equipamentos do caso II, pelas seguintes razões:

a) a maioria dos tipos de equipamentos pertencentes ao caso II (especialmente equipamentos de entrada


de linha) pode às vezes estar isolada dos pára-raios instalados na estação para proteger equipamentos
do caso I;

b) com a tecnologia atual dos pára-raios, o nível de proteção contra impulsos de manobra é freqüente-
mente superior ou igual às maiores sobretensões de manobra que possam ocorrer com os equipa-
mentos do sistema operando corretamente. É suficiente, portanto, que a isolação seja projetada para
suportar essas sobretensões;

c) os centelhadores não podem prover um grau suficiente de proteção contra surtos de manobra, se
caso se pretenda evitar descargas disruptivas indesejadas. Informações mais detalhadas sobre este
assunto são dadas no Anexo C.

Por estas razões, na Figura G.13, o bloco situado entre os blocos 4 e 8 é indicado por linhas
tracejadas.

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b) adotam-se meios adequados no projeto do sistema para reduzir as sobretensões de manobra, se


isto for possível e se existir uma justificativa econômica para a redução da tensão suportável nomi-
nal de impulso de manobra do equipamento. Pode não haver incentivo econômico para a redução
do nível de isolamento, por exemplo, se a suportabilidade temporária exigir um nível de isolamento
superior ao exigido pelos surtos de manobra (linha pontilhada entre o bloco 5 e o bloco 8);

c) verifica-se se a tensão suportável nominal a impulso atmosférico, correspondente (na Tabela 3


da ABNT NBR 6939) à tensão suportável nominal a impulso de manobra determinada acima
(alíneas a e b), garante um desempenho satisfatório dos equipamentos quanto a sobretensões
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atmosféricas. Isto dever ser feito com base na distribuição prevista das sobretensões atmosféricas
e das tensões de descarga, ou por meio das correlações dadas em 10.2.3, mas, por simplicidade,
isto é freqüentemente feito do modo convencional (ver Anexo D).

Considera-se que somente os maiores valores de tensão suportável nominal de impulso


atmosférico de cada linha devam ser usados para os equipamentos não efetivamente protegidos
por pára-raios (ver 5.3.4 da ABNT NBR 6939);

d) faz-se previsão de meios para reduzir a amplitude dos surtos atmosféricos (realimentação do
bloco 12 para o bloco 10, no diagrama de blocos da Figura G.13) ou escolher-se uma tensão
suportável nominal de impulso atmosférico maior que a determinada com base na Tabela 3 da
ABNT NBT 6939, se resultar, do item 3, um risco de falha para sobre-tensões atmosféricas muito
alto. Neste último caso, o valor da tensão suportável nominal de impulso atmosférico deve ser
selecionado da série dada em 5.3.1 da ABNT NBR 6939.

NOTA Recomenda-se considerar as possíveis mudanças no projeto da linha (por exemplo, melhorar as
condições de aterramento da torre e a proteção por cabos pára-raios), a instalação de outros pára-raios, além
daqueles usados para proteger os equipamentos do caso I, e fazer uso de centelhadores. O grau de proteção
real provido pelos centelhadores é discutido no Anexo C.

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Anexo A
(normativo)

Transferência de surtos através de transformadores


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A.1 Derivação das expressões

A.1.1 Tensão transferida capacitivamente

Durante o período inicial de aproximadamente 1 µs, sob as condições de um surto atmosférico,


o transformador pode ser representado, aproximadamente, como indicado na Figura G.14.a), como
um divisor de tensão capacitivo de relação s, onde s < 1. Na Figura G.14.a), tem-se ainda:

CAT capacitância entre o enrolamento de alta e baixa tensão de transformador;

CBT capacitância do enrolamento de baixa tensão para a terra.

No caso de transformadores sem ligações externas nos terminais de baixa tensão, o valor do fator s
pode variar de 0 a 0,4, dependendo do arranjo dos enrolamentos.

O valor de s pode ser medido num ensaio de resposta a impulsos de baixa tensão (por exemplo, com
um oscilógrafo).

Considerando-se Ct como a soma das capacitâncias dos braços de alta e baixa tensão do divisor,
a transferência inicial pode ser simulada como nas Figuras G.14.b), G.14.c) e G.14.d), por um circuito
série composto por uma fonte Uo = sU1, uma capacitância Ct, e a capacitância ou resistência do cir-
cuito de baixa tensão, externo ao transformador.

U1 é a tensão de surto no terminal de alta tensão durante o período inicial.

Os valores de Ct estão geralmente compreendidos entre 10-8 F e 10-9 F.

NOTA Os valores de s e Ct são difíceis de serem calculados em novos projetos de transformadores,


e o fabricante pode dar somente uma estimativa, sem garantia.

A tensão da fonte Uo é a tensão transferida em circuito aberto.

Se, o sistema externo puder ser representado por uma capacitância Cs, como na Figura G.14.c),
o circuito equivalente é um divisor de tensão tendo a relação:
Ct
C t + Cs

Se durante o período inicial, a impedância do circuito externo for a impedância de surto de um


cabo ou a resistência da carga, este sistema pode ser representado por uma resistência R, como na
Figura G.14.d).

Os valores típicos de R variam de 10 Ω até algumas centenas de ohms. A tensão de surto transferida
é então dependente tanto da inclinação como da amplitude do surto.

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Para valores elevados de R, a tensão inicial é aproximadamente Uo, e para valores baixos de R,
a tensão inicial é dada por:

U2c = sKRCt

onde

K é a máxima inclinação do surto, expressa em volts/segundo,


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U2c é a tensão nos terminais do enrolamento de baixa tensão.

A resposta do circuito da Figura G.14d) para uma solicitação do tipo rampa é dada por:

U2c (t) = sKRCt (1 − e − t / RCt)

No caso do valor de R ser baixo (por exemplo, 10 Ω), a tensão transferida para o lado de baixa tensão
fica limitada a U2c = sKRCt, em um intervalo de tempo de aproximadamente 1 μs, mesmo que a tensão
de surto no lado primário cresça indefinidamente.

Para os valores de R em torno de centenas de ohms, a tensão transferida atingiria valores muito ele-
vados, em um intervalo de tempo de 1 μs.

Esta condição não é, entretanto, real, pois o surto incidente, no mesmo intervalo de tempo conside-
rado, já teria alcançado, por exemplo, 1 200 kV (caso se admita K = 1 200 kV/μs). Evidentemente, tal
valor excederia a tensão disruptiva de frente de onda do pára-raios instalado no lado de alta tensão.

Portanto, quando o valor de R for elevado, ou o lado de baixa tensão estiver em vazio, a condição mais
realista é aplicada ao circuito indicado na Figura G.14.d, uma tensão do tipo degrau, igual à tensão
disruptiva de frente de onda do pára-raios (Up).

Para este tipo de solicitação, a resposta do circuito da Figura G.14.d é dada por:

U2c (t) = sUp e − t / RCt

cujo valor máximo é:

U2c = sUp = Uo

Para solicitações diferentes das anteriores consideradas (rampa e degrau), os estudos devem utilizar,
face à complexidade envolvida, simulações digitais ou analógicas.

Em qualquer caso, deve haver compatibilidade entre a forma de onda da tensão de surto e a tensão
disruptiva do pára-raios (por exemplo, de frente de onda ou 1,2 μs /50 μs).

A.1.2 Tensão transferida indutivamente

A transferência de uma força eletromotriz (f.e.m) por acoplamento indutivo entre enrolamentos de um
transformador trifásico ou de um grupo de transformadores pode ser avaliada, para qualquer tipo de
ligações, considerando-se a tensão de surto como uma sobretensão alternada monofásica. Deve-
se considerar a influência de enrolamentos delta sobre o componente de seqüência zero da tensão
monofásica.

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A Figura G.15 mostra os resultados correspondentes a oito ligações diferentes de transformadores,


sendo a relação de transformação considerada igual à unidade.

Analogamente às freqüências industriais, pode-se determinar as tensões transferidas nos terminais a


partir das f.e.m e da divisão de tensões que se estabelece entre a impedância interna do transforma-
dor e a impedância do circuito externo. Pode-se admitir que a forma de onda da f.e.m seja a mesma da
do surto no sistema de altatensão se forem desprezadas as oscilações produzidas nos enrolamentos.
A resposta do sistema de baixatensão a estas f.e.m corresponde, geralmente, a uma tensão de mes-
ma forma de onda que o surto incidente com uma oscilação superposta.
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A amplitude da tensão transferida indutivamente depende igualmente da relação de transformação


e das ligações trifásicas do transformador, assim como das impedâncias relativas do sistema de baixa
tensão e do transformador.

A tensão no lado de baixatensão do transformador que, como pode ser visto na Figura G.15, pode ser
uma tensão fase-terra ou entre fases, é dada por:

U2I = q r Up / N

onde

q é o fator de resposta do circuito de baixa-tensão à f.e.m de surto transferida;

r é o fator que depende das ligações do transformador (ver Figura 15 do Anexo G);

Up é o valor de crista da tensão em relação à terra, no lado de alta tensão;

N é a relação de tensões do transformador.

O valor de q depende da forma de onda do surto e dos parâmetros elétricos do circuito de baixatensão.

Para os surtos atmosféricos que atinjam um transformador ligado a equipamentos de categoria 1


(ver 8.2.2.2), sem carga apreciável do lado de baixa tensão, o valor de q é geralmente inferior a 1,3,
embora este valor possa ser ultrapassado. Para surtos de manobra em um sistema similar, sem carga
apreciável, o valor de q não ultrapassa aproximadamente 1,8.

Em geral, se existir uma carga apreciável, deve-se tomar um valor de q menor que 1,8, em vista da
divisão de tensão que se estabelece entre a impedância da carga e a indutância de dispersão do
transformador (ver nota a seguir).

Para equipamentos de categoria 2 (ver 8.2.2.2), a divisão de tensão estabelece-se entre a indutância
de dispersão do transformador e a indutância sub transitória do gerador e, se estas forem aproxima-
damente iguais, q toma um valor vizinho de 0,9 para os surtos atmosféricos e de manobra.

Os valores de r, no caso de surtos em apenas uma fase (por exemplo, surtos atmosféricos) e para sur-
tos iguais e de polaridade oposta em duas fases (correspondendo a um caso de surto de manobra),
são indicados na Figura G.15 para oito tipos de ligações diferentes do transformador.

Um valor de U2 calculado é uma estimativa da tensão transferida durante um período mais longo,
o que na prática inclui efeitos a longo termo da transferência capacitiva e das tensões transferidas
correspondentes às oscilações no interior dos enrolamentos. Sua amplitude é limitada ao nível de
proteção do pára-raios ou do centelhador de proteção. No caso do pára-raios, este limite é a ten-
são disruptiva a impulso atmosférico normalizado ou a tensão residual para surtos atmosféricos

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(ver ABNT NBR 5287). Para surtos de manobra, exceto quando o transformador estiver ligado a uma
carga altamente indutiva (como, por exemplo, um motor indutivo), pode ser admitido que as sobreten-
sões no lado de alta tensão não venham a provocar uma sobretensão superior a 3 p.u.

NOTA Quando o circuito for seccionado no lado de alta tensão de um transformador que possa estar
carregado do lado de baixa tensão por reatores ou qualquer outra carga indutiva, poderam surgir sobreten-
sões perigosas sob condições de manobra muito desfavoráveis; porém, em geral, U2 não ultrapassar o valor
de crista da tensão de ensaio à freqüência industrial, uma vez que q é inferior a 1,0, em vista da divisão de
tensões entre o transformador e a carga indutiva.
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A.1.3 Correção devida à tensão de 60 Hz

As expressões de A.1.1 e A.1.2 não consideram o efeito da superposição do surto com a tensão à
freqüência industrial.

Para que tal efeito seja considerado, a tensão total transferida para o lado de baixa tensão (U2T) é
dada pelas seguintes equações:

C
U2T = Up + Us 1 + C2 − 3 C
N
no caso de transformadores estrela-delta ou delta-estrela, e

C
U2T = Up + Us (1 − C)
N

no caso de transformadores delta-delta ou estrela-estrela.

Nas equações acima,

U2T é o tensão total transferida para o lado de baixa tensão;


U2
C= N
U1

Us é o valor de crista da tensão à freqüência industrial, fase-terra, do lado de baixa-tensão;

N é o relação de tensões entre os lados de alta e baixa-tensão;

Up é o tensão disruptiva do pára-raios no lado de alta tensão.

A.1.4 Comentários

O valor de U2T calculado deve ser comparado com as tensões suportáveis nominais de impulso da
Tabela 1 da ABNT NBR 6939.

A amplitude do surto transferido pode ser reduzida das seguintes maneiras:

a) usando um pára-raios no lado de alta tensão com tensões disruptivas inferiores;

b) aumentando a capacitância entre cada fase e terra no lado de baixa tensão;

c) adicionando um pára-raios no lado de baixa tensão, entre cada fase e terra.

Para exemplos numéricos, ver A.2.

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A.2 Exemplos numéricos

A.2.1 Exemplo A: Instalação da categoria 1 (ver 8.2.2.2)

Transformador:

— tensão máxima 145 kV (estrela) / 15 kV (delta)

— tensão suportável nominal de impulso atmosférico (lado de 145 kV) = 550 kV


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— tensão suportável nominal à freqüência industrial (lado de 15 kV) = 34 kV

Pára-raios do lado de alta tensão do transformador:

— tensão nominal = 120 kV

— tensão disruptiva de frente de onda = 463 kV

— tensão disruptiva a impulso (1,2 μs/50 μs) e tensão residual = 400 kV

a) surto atmosférico em uma fase:

Crista da tensão inicial, para o transformador desligado da carga U2c = sUp = 0,4 x 463 = 185 kV

145
N= = 9, 67
15
U1 = UP = 463 kV
U 185
C = 2c × N = × 9, 67 = 3, 86
U1 463
463 15 2
U2CT = × 3, 86 + 1 + 3, 862 − 3 × 3, 86
9, 67 3
U2CT = 222 kV
Admitindo-se uma relação de 1,25 entre a tensão suportável nominal de impulso atmosférico e a
máxima sobretensão esperada no sistema, as ligações de cabos ao transformador devem ter uma
capacitância não inferior a Cs para limitar a tensão em 95 = 76 kV , logo
1, 25
Ct 76
≤ = 0, 34
Ct + Cs 222

Portanto Cs ≥ 1,94 Ct

Tendo sido obtido, através do fabricante do transformador, um valor de Ct = 10-8 F, a capacitância


do cabo por fase deve ser pelo menos 1,94 x 10-8 F.

Se a carga estiver ligada, isto reduz ainda mais o valor de crista da tensão no lado de baixa
tensão.

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Sobretensão devida à transferência indutiva:

1, 3 × 0, 577 × 400
U2I = q r U1 / N = = 31
9, 67
N = 9, 67
U1 = Up = 400 kV
U2I 30
C= ×N= × 9, 67 = 0, 75
U1 400
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0, 75 15 2
U2IT = 400 + 1 + 0, 752 − 3 0, 75
9, 67 3
U2IT = 37 kV

A relação entre o valor de crista da tensão de ensaio à freqüência industrial 34 2 = 48 kV e


o valor de 37 kV é de 1,30, de forma que o isolamento de valor reduzido dado na Tabela 1 da
ABNT NBR 6939 é satisfatório.

b) surto de manobra de polaridades opostas em duas fases:

Admitindo-se que o valor de sobretensão de manobra em cada fase seja de 2,5 p.u e que q = 1,8
2
er= = 1,15 , então:
3

1, 8 × 1,15 × 145 × 2 × 2, 5
U2 = = 63, 4 Kv
3 × 9, 67

Neste caso, a crista de tensão supera o valor de crista da tensão de ensaio (48 kV) do valor redu-
zido da Tabela 1 da ABNT NBR 6939. Para contornar esta situação, pode-se adotar as seguintes
alternativas:

— limitar as sobretensões de manobra entre fases na rede de transmissão de alta tensão;

— utilizar um pára-raios de nível de proteção inferior do lado AT, ou instalar pára-raios do lado
baixa tensão do transformador.

A.2.2 Exemplo B: Instalação da categoria 2 (ver 8.2.2.2)

Transformador do gerador em delta:

— tensão máxima 362 kV (estrela) / 25,8 kV (delta)

— tensão suportável nominal de impulso atmosférico lado de 25,8 kV = 150 kV (nível superior)

— tensão suportável nominal à freqüência industrial lado de 25,8 kV = 60 kV

Pára-raios no lado de alta tensão do transformador:

— tensão nominal 290 kV

— tensão disruptiva 1 090 kV

— tensão disruptiva a impulso (1,2 μs x 50 μs) e tensão residual 945 kV

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a) surto atmosférico em uma fase:

Crista de tensão inicial, para o transformador desligado do sistema de 25,8 kV.

U2c = sUp = 0, 2 × 1 090 = 218 kV


362
N= = 14
25, 8
U1 = UP = 1090 kV
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U 218
C = 2c × N = × 14 = 2, 8
U1 1090
1090 25, 8 2
U2CT = × 2, 8 + 1 + 2, 82 − 3 × 2, 8
14 3
U2CT = 260 kV

Este valor seria, obviamente, muito grande para a isolação do lado de baixa tensão.

Admitindo-se uma relação de 1,25 entre a tensão suportável nominal de impulso atmosférico
e a máxima sobretensão esperada no sistema, isto é, 150 = 120 kV , seria necessário a inclusão
1, 25
de uma capacitância adicional. Neste caso:

Ct 120
≤ = 0, 46
Ct + Cs 260

Portanto Cs ≥ 1,17 Ct

O valor de Ct pode ser obtido do fabricante do transformador, para uma inclinação de onda
k = 1 200 kV/μs.

Os outros métodos listados neste Anexo para reduzir a crista de tensão transferida capacitiva-
mente (com pára-raios, por exemplo) podem também ser considerados.

Sobretensão devida à transferência indutiva.

A sobretensão transferida indutivamente é:


1, 0 × 0, 577 × 945
U2I = q r U1 / N = = 39 kV
14
N = 14
U1 = Up = 945 kV
U2I 39
C= ×N= × 14 = 0, 577
U1 945
25, 8 2
U2IT = 39 + 1 + 0, 5772 − 3 0, 577
3
U2IT = 51 kV

U2IT é inferior ao valor de crista da tensão de ensaio 60 2 = 85 kV. A relação entre os dois valores
é de 1,67, que pode ser considerada satisfatória;

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b) sobretensão de manobra de polaridades opostas em duas fases:

Admitindo-se que a sobretensão de manobra em cada fase seja de 2 p.u., a transferência indutiva é:

1, 0 × 1,15 × 362 × 2 × 2
U2I = = 49 Kv
14 × 3

Este resultado é praticamente igual à sobretensão atmosférica transferida indutivamente (51 kV).
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Anexo B
(normativo)

Validade dos ensaios em 6.3, 6.4 e 6.5 da ABNT NBR 6939


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B.1 Limites de confiança do ensaio


B.1.1 Os ensaios dão apenas estimativas de exatidão variável dos valores verdadeiros da suporta-
bilidade dos equipamentos.

Pode-se melhorar esta exatidão aumentando-se o número de impulsos aplicados nos ensaios, porém
isto é limitado por razões de custo, porque a exatidão cresce mais vagarosamente que o número de
ensaios e porque aumenta a possibilidade de haver efeitos destrutivos no equipamento. Por essas razões
a ABNT NBR 6939 prescreve três métodos diferentes de ensaio em função do tipo de equipamento.

B.1.2 Em 6.3.1 da ABNT NBR 6939, a respeito do ensaio de descarga disruptiva a 50 %, a nota
esclarece que há vários métodos possíveis e que qualquer um pode ser utilizado sob a condição
de que a exatidão obtida seja melhor que meio desvio-padrão com um nível de confiança de 95 %.
Pode-se dizer que há 95 chances em 100 de se ter razão em afirmar que a tensão disruptiva a 50 %
do equipamento no momento do ensaio encontra-se entre os limites dados pelo valor estimado pelo
ensaio, mais ou menos meio desvio-padrão.

Um método que satisfaz esta exigência é o método de ensaio de acréscimo e decréscimo com
30 impulsos.

B.1.3 A exatidão do ensaio de suportabilidade com 15 impulsos é consideravelmente inferior.


Os limites de confiança a 95 % para a probabilidade de descarga neste ensaio são:

a) para 0 descarga, aproximadamente 0 a 0,213;

b) para 1 descargas, aproximadamente 0 a 0,32;

c) para 2 descargas, aproximadamente 0,015 a 0,40;

d) para 3 descargas, aproximadamente 0,045 a 0,48;

e) para 4 descargas, aproximadamente 0,08 a 0,54;

f) para 5 descargas, aproximadamente 0,12 a 0,61.

Pode-se constatar que, para um intervalo de confiança de 95 %, um ensaio com somente 15 impul-
sos não permite concluir que a probabilidade de descarga seja inferior 10 % (ou que a probabilidade
de suportabilidade seja superior a 90 %) mesmo para 0 descargas. Quando o número de descargas
ultrapassar quatro, o ensaio é significativo da hipótese que a probabilidade de suportabilidade seja
inferior a 90 %.

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B.2 Exame dos diferentes métodos de ensaio


Tendo admitido a limitação da exatidão de ensaios com pequeno número de impulsos, é examinada
a seguir a validade dos diferentes métodos de ensaios de descargas e o compromisso entre o risco
do fabricante e do consumidor, considerando a necessidade prática de limitar o número de impulsos,
e, para o fabricante, de projetar seus produtos de forma a assumir um risco aceitável de falha nos
ensaios.

Para simplificar, assume-se neste Anexo que a probabilidade de descargas Pt(U) dos diferentes equi-
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pamentos de uma população dada (mesmo tipo de equipamento submetido a ensaio de impulso)
segue uma lei de Gauss com desvio-padrão constante σt, igual para todos equipamentos. Neste caso,
um único parâmetro (K, dado em p.u. de σt, ver Figura G.16) é suficiente para determinar o desvio da
suportabilidade de um equipamento “i” no instante t (Ut90) em relação ao valor especificado (URW).

A suportabilidade 90 % dos equipamentos de uma população varia para cada unidade.

A Figura G.17 mostra como isto pode ser descrito estatisticamente, em termos de K. O valor de σp é
muito pequeno para determinados tipos de equipamento que podem ser considerados essencialmente
como isolados pelo ar, (por exemplo, seccionadores), uma vez que as tolerâncias dimensionais são
sempre bem pequenas.

Para assegurar a repetibilidade dos ensaios, as condições do ambiente e da isolação devem ser manti-
das tão constantes quanto possível ao longo dos ensaios (do contrário, devem ser aplicados fatores de
correção) e devem-se usar técnicas de ensaios normalizadas. Em princípio, portanto, a probabilidade
de descarga, de um determinado equipamento sob as mesmas condições de ensaio não varia.
Em outras palavras, a curva Pti (U) (ver Figura G.16) deve ser a mesma para ensaios distintos, de mes-
mo tipo, em um dado equipamento.

Entretanto, o valor da tensão suportável 90 % da isolação pode diferir do valor médio derivado de vá-
rios ensaios efetuados com os mesmos métodos, no mesmo laboratório em épocas diferentes, ou em
diferentes laboratórios, devido à diferença nas condições do ambiente e da isolação, ou nos circuitos
de ensaio.

A Figura G.17b), mostra como a inexatidão dos laboratórios pode ser descrita estatisticamente
considerando-se o valor médio de suportabilidade de uma unidade como “valor verdadeiro”.

Admitindo que as distribuições das Figuras G.17.a e G.17.b sejam gaussianas, com desvios-padrão
conhecidos, e que o valor de projeto UD tenha sido escolhido pelo fabricante, pode-se calcular a den-
sidade de probabilidade do desvio da tensão suportável 90 % de uma população de equipamentos
(ver Figura G.17c)).

Um ensaio ideal deveria rejeitar um equipamento que possuísse, no momento de ensaio, uma
suportabilidade inferior à especificada ou uma tensão disruptiva superior à especificada.

Uma isolação auto-recuperante com, à tensão suportável nominal de impulso aplicada no ensaio, uma
probabilidade de suportabilidade igual ou superior à probabilidade de referência (90 %) deve ter uma
probabilidade de satisfazer ao ensaio igual a 1, enquanto que isolações com uma probabilidade de
suportabilidade inferior à probabilidade de referência não podem ter qualquer chance de passar no
ensaio.

A probabilidade de passar em um ensaio ideal, isto é, para o qual a seletividade fosse perfeita, para
um equipamento cuja suportabilidade, durante o ensaio, difere de K σt do valor especificado, é re-
presentada na Figura G.18, em função de K, pela curva em traço contínuo, enquanto que os ensaios
reais, diferentes dos ideais, estão representados pelas curvas pontilhadas no plano (Q, K).

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A Figura G.18 mostra as curvas para os ensaios propostos em 6.3, 6.4 e 6.5 da ABNT NBR 6939 e
na IEC 60071-1 2). No que concerne ao ensaio em 6.3 da ABNT NBR 6939, considerou-se um ensaio
de acréscimos e decréscimos com 30 impulsos. A densidade de probabilidade do desvio da suporta-
bilidade medida (Figura G.17c) de uma dada população é representada, na Figura G.19, pela curva 1.

Considerando-se a probabilidade de se ter sucesso em um dado procedimento de ensaio como fun-


ção de K, assim como desvios entre laboratórios, obtém-se a curva 2 3).

O semiplano de ordenadas positivas da Figura G.19 encontra-se assim dividido em várias regiões,
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cujas áreas têm o seguinte significado:

a) a área (B + C) situada à esquerda do eixo das ordenadas, compreendida entre a curva 1 e os dois
semi-eixos de coordenadas, é igual à proporção 4) dos equipamentos da população que apresen-
tam uma probabilidade de suportabilidade inferior a 90 % (falha no ensaio ideal);

b) a área (A + D) situada à direita do eixo das ordenadas, compreendida entre a curva 1 e os dois
semi-eixos de coordenadas, é igual à proporção de equipamentos da população que apresentam
uma probabilidade de suportabilidade igual ou superior a 90 % (sucesso no ensaio ideal);

NOTA A soma das áreas A + B + C + D é igual a 1.

c) a área C é igual à proporção de equipamentos da população que, embora apresentando uma


probabilidade de suportabilidade inferior a 90 %, satisfazem o ensaio real; é portanto, o risco do
consumidor Rc;

d) a área B é igual à proporção de equipamentos da população que apresentam uma probabilidade


de suportabilidade inferior a 90 % e que não satisfazem ao ensaio real;

e) a área D representa a proporção de equipamentos da população que têm uma probabilidade


de suportabilidade igual ou superior a 90 % e que satisfaz em ao ensaio real;

f) a área A representa a proporção de equipamentos da população que têm uma probabilidade de


suportabilidade igual ou superior a 90 % e que no entanto não satisfaz em ao ensaio real; conse-
qüentemente, é o risco do fabricante Rm.

A soma das áreas A + B é igual à proporção de equipamentos da população que não satisfaz em
ao ensaio real, qualquer que seja sua probabilidade de suportabilidade.

Geralmente o fabricante concebe a isolação W de seu produto de forma a minimizar a soma das
áreas A + B, que pode igualmente ser interpretada como a probabilidade Pf de falhar no ensaio
real.

Calculando-se Rc e Pf para diferentes valores do valor desejado de suportabilidade da isolação


(W), pode-se construir curvas que fazem a relação entre o risco do cliente aceitar um produto
defeituoso e a probabilidade Pf de que o produto do fabricante falhe no ensaio.

2) Este último ensaio é executado na seguinte forma: aplica-se uma série de cinco impulsos; se não houver
descarga, o equipamento é aprovado; se ocorrerem duas descargas, o equipamento é rejeitado; e se apenas
uma descarga ocorrer, são aplicados mais dez impulsos, sendo o equipamento rejeitado se houver qualquer
descarga.
3) No caso em que σ1 = 0, a combinação se reduz à multiplicação das ordenadas.
4) Uma formulação rigorosa introduziria aqui a probabilidade de um equipamento da população ter uma pro-
babilidade de suportabilidade inferior a 90 %.

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A Figura G.20, mostra estas curvas construídas, atribuindo-se aos desvios-padrão σp, σ1, σt
os valores indicados nas legendas das figuras.

A Figura G.21 dá a correlação entre Rm (risco do fabricante) e Rc (risco do consumidor) para


os casos considerados na Figura G.20.

Note-se que se σp e σ1 forem nulos (população homogênea e inexistência de erro de laboratório),


um dos riscos se anula. Na realidade, se o equipamento estiver em conformidade com a espe-
cificação, é o risco Rc (risco consumidor) que é nulo, e se o equipamento não estiver conforme,
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o risco Rm (risco do fabricante) que é nulo.

Em outras palavras, há apenas um único risco ou para o consumidor ou para o fabricante. Este ris-
co da mesma forma que o valor de Pf, pode ser obtido diretamente a partir da Figura G.18.

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Anexo C
(normativo)

Avaliação estatística da proteção fornecida por centelhadores

Considera-se, para uma dada forma de onda de impulsos aplicados:


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Pi(U) probabilidade de descarga disruptiva da isolação em função do valor de crista U do


impulso;

Pp(U) probabilidade de descarga do centelhador em função do valor de crista U do impulso;

Pip(U) probabilidade de ocorrer uma descarga da isolação antes do centelhador, em função


do valor de crista U do impulso.

As curvas de probabilidade de descarga da isolação Pi' (U) e do centelhador Pp' (U), conectadas em
paralelo são expressas por:

Pi' (U) = Pi (U) ⎡⎣1 − Pp (U)⎤⎦ + Pi (U) ⋅ Pp (U) ⋅ Pip (U) (11)

Pp' (U) = Pp (U) ⎡⎣1 − Pi (U)⎤⎦ + Pp (U) ⋅ Pi (U) ⋅ Pip (U) (12)

NOTA 1 Admite-se que a isolação e o centelhador não podem disparar simultaneamente.

NOTA 2 Supondo-se que o tempo para descarga da isolação e do centelhador sigam a distribuição de
Gauss, qualquer que seja o valor de crista U do impulso aplicado, a probabilidade Pip(U) é dada por:

1 1 T (U)
Pip (U) = e − t / 2 dt (13)
2
− ∫ oip
2 2π

onde

Ti (U) − Tp (U)
Tip (U) =
σ2ti (U) + σ2tp (U)

Tp(U) valor 50 % do tempo de descarga do centelhador em função do valor de crista (U) do


impulso aplicado;

Ti(U) idem para a isolação;

σtp(U) desvio-padrão do tempo de descarga do centelhador em função do valor de crista (U) do


impulso aplicado;

σti(U) idem para a isolação.

Se para uma combinação particular da isolação a ser protegida e do centelhador haver uma probabili-
dade desprezível de que o tempo para descarga do equipamento possa ser menor que o tempo para
descarga do centelhador na faixa 0 < U < Umáx., Pip(U) torna-se zero (que corresponde a um cente-
lhador ideal) e a Equação (11) pode ser escrita:

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Pi' (U) = Pi (U) ⎡⎣1 − Pp (U)⎤⎦


(14)

Fazendo-se uso da Equação (7)

R = ∫ o∞ fo (U) ⋅ Pt (U) ⋅ dU,

Risco de falha de uma peça de isolação protegida pode ser avaliado por meio da seguinte equação:
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Ri' = ∫U
o
máx.
Pi (U) ⋅ ⎡⎣1 − Pp (U)⎤⎦ ⋅ fo (U) ⋅ dU +
(15)
+ ∫U
o
máx.
Pi (U) ⋅ Pp (U) ⋅ Pip (U) ⋅ fo (U) ⋅ dU

Nas condições de validade da Equação (14), é possível exprimir o risco de falha pela equação:

Ri' = ∫U
o
máx.
Pi (U) ⋅ ⎡⎣1 − Pp (U)⎤⎦ ⋅ fo (U) ⋅ dU (16)

A relação entre a tensão crítica de descarga para impulso atmosférico e a tensão crítica de descarga
para impulso de manobra de um centelhador, pode ser escolhida dentro de uma ampla margem
(1,0 a 1,5), mudando-se a configuração dos eletrodos.

Conseqüentemente, é possível selecionar a curva de probabilidade de descarga Pp(U) do centelhador


para impulso de manobra quase independentemente da curva de probabilidade de descarga para
impulso atmosférico.

O projeto de um centelhador, em função dos impulsos de manobra, deve fazer com que o número mé-
dio esperado de descarga por ano do centelhador devido a surtos de manobra, seja tal que não piore
significativamente o desempenho do sistema sob surtos de manobra.

Portanto, deve-se considerar como muito pequena a probabilidade de descarga de um centelhador,


quando surtos de manobra previstos no sistema forem inferiores à tensão suportável nominal de im-
pulso de manobra no equipamento (ver 10.3).

Conseqüentemente, mesmo que o centelhador comporte-se como um dispositivo ideal de proteção,


ele não protege contra surtos de manobra, e a isolação deve ser projetada para suportar este tipo de
sobretensão. Isso se torna evidente observando-se a Equação (14), caso do centelhador ideal:

Pi' = Pi (U) ⎡⎣1 − Pp (U)⎤⎦ ≅ Pi (U) (17)

No que tange às sobretensões de manobra que excedam os valores baseados na suposição de um


comportamento correto dos equipamentos, pode-se supor que o valor de sobretensão é tal que prova-
velmente sempre vai ocorrer uma descarga no centelhador (Pp(U) ≅ 1).

A Equação (11) torna-se:

Pi' (U) = Pi (U) ⋅ Pip (U) (18)

A Equação (15):

Ri' = ∫U
o
máx.
Pi (U) ⋅ Pip (U) ⋅ fo (U) dU (19)

O efeito de proteção é, neste caso, devido apenas a Pip(U), isto é, à relação entre o tempo para des-
carga da isolação e o do centelhador. É necessário, conseqüentemente, fazer Pip(U) tão perto de zero
quanto possível, em toda faixa de interesse de U.

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O projeto de um centelhador, tendo em vista impulsos atmosféricos, deve fazer com que o número
médio anual esperado de descargas do centelhador causadas por surtos atmosféricos por ano seja
limitado a um valor aceitável.

Com respeito a este assunto, deve ser lembrado que, em muitos casos, a descarga do centelhador
não leva à interrupção do fornecimento.

Considere-se, por exemplo, um centelhador instalado no lado da linha de um disjuntor. Se um surto


atmosférico provocar uma descarga na linha, uma descarga simultânea no centelhador não teria
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importância. Por outro lado, se a amplitude do surto não alcançar o nível de descarga da linha no
seu ponto de incidência, é improvável que ocasione uma descarga do centelhador, mesmo que a sua
suportabilidade seja mais baixa que a da linha. Isso se deve à redução da amplitude do surto que
chega ao ponto de instalação do centelhador devido à atenuação durante sua propagação na linha e,
também, à possível presença de outras linhas e pára-raios na subestação.

Assim, ao contrário do caso de surtos de manobra, é possível aceitar, em alguns casos, centelhado-
res com uma tensão crítica de descarga para impulsos atmosféricos menor do que a que seria obtida
baseando-se o projeto do equipamento em surtos de manobra e usando-se as combinações de ten-
sões suportáveis nominais de impulso, dadas na Tabela 3 da ABNT NBR 6939.

Conseqüentemente, pode-se concluir das Equações (11) e (14) que os centelhadores podem fornecer
um grau de proteção limitado, no caso de surto atmosférico da ordem da tensão suportável nominal
de impulso de manobra do equipamento e com duração de frente de onda próxima à de surtos de
manobra.

Quando ocorrerem surtos atmosféricos muito maiores que a tensão suportável nominal de impulso at-
mosférico do equipamento, certamente há uma descarga no centelhador. Neste caso, a Equação (18)
e as considerações previamente feitas com respeito a Pip(U), sobre surtos de manobra, são aplicáveis.

Para a isolação a ar dos equipamentos, a condição Pip(U) ≅ 0 pode ser satisfeita para impulsos atmos-
féricos e de manobra, usando-se um centelhador com espaçamento entre eletrodos bem menor do
que a distância no ar da isolação do equipamento, por exemplo, com centelhador tipo condutor-haste,
que tem um elevado gradiente crítico de descarga para surtos de manobra (kV/cm).

Para isolação não auto-recuperante, a verificação de que o fator Pip(U) é razoavelmente pequeno deve
ser feita por meio de ensaio de suportabilidade com onda cortada, feito em nível de tensão baseado
nas mais altas sobretensões que possam ser esperadas no sistema e com tempo de corte escolhido
baseando-se no tempo de descarga do centelhador.

Estes ensaios não são descritos na ABNT NBR 6939 e, se necessário, devem ser estabelecidos entre
fabricante e comprador.

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Anexo D
(informativo)

Exemplos de aplicação

A Tabela F.3 ilustra a escolha do nível de isolamento de um equipamento para o caso I (ver 10.3), pro-
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tegido contra surtos de manobra e atmosféricos através de pára-raios montados nos seus terminais.
O exemplo 1 refere-se a um transformador de 460 kV e o exemplo 2 a um transformador de 800 kV.

Os níveis de isolamento dos transformadores dependem dos níveis de proteção dos pára-raios quanto
a surtos de manobra e atmosféricos (bloco 7 da Figura G.13). O nível de proteção de um pára-raios
específico depende, por sua vez, do seu valor nominal e de suas características construtivas e de
projeto. Nos exemplos 1 e 2, o valor nominal dos pára-raios é escolhido como o valor disponível ime-
diatamente superior às sobretensões temporárias previstas no sistema (bloco 6). As sobretensões
temporárias incluem as elevações da tensão durante faltas, sobretensões devidas a correntes de influ-
xo, perdas súbitas de carga e outras causas. As sobretensões esperadas são influenciadas pelo fator
de falta para terra, configuração do sistema, características dos equipamentos e práticas operacionais
(ver 4.3).

A Tabela F.4 caracteriza a escolha do nível de isolamento de um equipamento para o caso II, sem a
proteção de pára-raios ou com proteção remota por pára-raios.

O exemplo 1 refere-se a isolação fase-terra de um seccionador de 362 kV no lado da linha de um


disjuntor, não havendo pára-raios instalados na entrada da linha, O exemplo 2 refere-se a um seccio-
nador de 550 kV nas mesmas condições.

A tensão suportável nominal de impulso de manobra é escolhida da Tabela 3 da ABNT NBR 6939,
com base no nível de surto de manobra estatístico e num risco de falha aceitável (blocos 4 e 8 da
Figura G.13).

Para ambos os exemplos, admite-se que os únicos surtos de manobra críticos são aqueles devidos
a religamentos de linhas, isto é, é necessário verificar somente o risco de falha correspondente a esta
condição.

Usando-se o método estatístico simplificado (ver 10.2.3) e escolhendo-se um desvio-padrão apro-


priado, é possível determinar o fator de segurança estatístico γ correspondente ao máximo risco
de falha admissível. Por meio deste fator γ, é possível calcular a mínima tensão suportável estatística
de impulso de manobra e, então, selecionar a tensão suportável nominal de impulso de manobra ime-
diatamente superior.

Nos exemplos, é usada a correlação entre o risco de falha e o fator de segurança estatístico indicado
na Figura G.8, para σT = 8 %.

Depois de se obter a tensão suportável nominal de impulso de manobra, seleciona-se a tensão supor-
tável nominal de impulso atmosférico correspondente, ainda da Tabela 3 da ABNT NBR 6939, consi-
derando que, no caso de equipamentos não protegidos diretamente por pára-raios (ver seção 5.3.4 b
da ABNT NBR 6939), somente o valor mais alto da tensão suportável nominal de impulso atmosférico
deve ser usado.

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É necessário, então, verificar se este valor garante satisfatoriamente o desempenho em presença de


sobretensões atmosféricas, isto é, com um risco de falha igual ou inferior ao admitido. Esta verificação
pode ser feita de maneira semelhante à anteriormente adotada para impulsos de manobra (blocos 9
a 12 da Figura G.13).

No caso considerado, uma distribuição aproximada das sobretensões atmosféricas, válida pelo menos
para o caso de seccionadores na posição aberta, pode ser determinada simplesmente considerando
as características da linha e leis empíricas e semi-empíricas de atenuação das ondas.
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Entretanto, as solicitações devidas a sobretensões atmosféricas variam de ponto a ponto numa


subestação.

Portanto, é em geral extremamente difícil e demorado determinar as solicitações necessárias para se


fazer uso do método estatístico ou do método estatístico simplificado.

Por conseguinte, somente a maior sobretensão na contingência mais comum será avaliada (posição
mais comum dos disjuntores e seccionadores).

É então verificado se a tensão suportável nominal de impulso atmosférico selecionada como indicado
acima, a partir da tensão suportável nominal de impulso de manobra, excede a máxima sobretensão
atmosférica prevista com uma margem adequada (≅ 10 %). Se uma tensão suportável nominal de
impulso atmosférico superior à determinada com base na Tabela 3 da ABNT NBR 6939 for desejada,
o novo valor deve ser selecionado da série indicada em 5.3 da ABNT NBR 6939.

Na Tabela F.5, está indicada uma avaliação do aumento do risco de falha para uma tensão suportável
nominal de impulso de manobra inferior ao valor selecionado da Tabela 3 da ABNT NBR 6939.

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Anexo E
(normativo)

Espaçamentos no ar entre partes condutoras energizadas e estruturas


aterradas para assegurar uma tensão suportável de impulso especificada,
em condições secas
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Para instalações que, por razões diversas, não podem ser ensaiadas a impulso, é recomendável
tomar providências para evitar a ocorrência de descargas em, tensões inferiores àquela para a qual o
equipamento foi especificado.

A condição a ser obedecida é que as tensões suportáveis estatísticas de impulso de manobra e atmos-
férico, no ar, entre partes energizadas e a terra, devem ser no mínimo iguais as tensões suportáveis
nominais de impulso de manobra e atmosférica, especificadas na ABNT NBR 6939. Disto resultam
espaçamentos mínimos a serem observados, que dependem da configuração das partes energizadas
e das estruturas próximas (configuração dos eletrodos).

Não são indicados espaçamentos mínimos para equipamentos que possuam um ensaio de impulso
incluído na sua especificação, pois a obrigatoriedade de obedecer a espaçamentos pode dificultar
o projeto do equipamento, aumentar o seu custo e dificultar progressos tecnológicos. O ensaio de
impulso, mesmo quando usado apenas como ensaio de tipo, é suficiente para garantir que a suporta-
bilidade a impulso está assegurada.

As Tabelas F.6 e F.7 são adequadas para aplicação geral, fornecendo, como uma primeira aproxima-
ção, os espaçamentos mínimos a serem especificados em relação ao nível de isolamento.

Na primeira coluna da Tabela F.6, é feita referência à tensão suportável nominal de impulso atmosférico
e, na segunda coluna, ao espaçamento para configuração desfavorável das partes energizadas e
aterradas.

As duas primeiras colunas da Tabela F.7 indicam os valores que definem os níveis de isolamento e as
terceira e quarta colunas fornecem os espaçamentos no ar para configurações de eletrodos do tipo
condutor-estrutura e haste-estrutura, respectivamente.

A configuração haste-estrutura é a mais desfavorável normalmente encontrada na prática. A configura-


ção condutor-estrutura cobre uma larga gama de configurações normalmente usadas. Na Tabela F.7, é
feita referência à configuração do eletrodo em virtude de sua importância para Um > 245 kV.

Os valores de espaçamentos no ar dados nas Tabelas F.6 e F.7 são valores mínimos ditados por con-
siderações elétricas e não incluem margem alguma que deva a tolerâncias de construção, efeitos de
curto-circuito, efeito do vento e segurança do pessoal 5).

Estes valores são válidos para altitudes não superiores a 1 000 m.

5) Estas indicações referem-se a espaçamentos simples através do ar, sem considerar a tensão de descarga
de contorno ao longo de superfícies isolantes, ligada a problemas de poluição.

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Anexo F
(informativo)

Tabelas

Tabela F.1 – Escala provisória dos níveis de poluição naturais


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Nível de poluição Ambiente característico Desempenho de linhas existentes


Áreas sem indústrias e áreas com baixa Em condições de alta umidade (garoa
densidade de indústrias, mas sujeitas a neblina etc.) não ocorrem falhas em linhas
ventos e/ou chuvas freqüentes. As áreas de 145 kV, mesmo quando equipadas com
Desprezível classificadas neste nível devem estar menos de 9-10 isoladores do tipo normal,
localizadas longe do mar ou em altitudes nem em linhas de 245 kV, mesmo quando
elevadas e em nenhum caso podem estar equipadas com menos de 15 isoladores
sujeitas a ventos marinhos. do mesmo tipo do anterior.
Áreas com indústrias que não produzam
fumaça particularmente poluente, áreas com Em condições de neblina ocorrem falha
alta densidade de indústrias, mas sujeitas nas linhas de 145 kV com menos de
Leve a freqüentes ventos limpos e/ou chuvas 9-10 isoladores do tipo normal a e também
e áreas sujeitas a ventos marinhos, mas nas linhas de 245 kV equipadas com
não muito próximas da costa (afastadas no menos de 15 isoladores do mesmo tipo.
mínimo 1 km).
Em linhas de alta tensão, equipadas
com isoladores do tipo normal, ocorrem
Áreas com alta densidade de industrias falhas em condições de neblina ou
produzindo poluição, áreas próximas ao quando o vento sopra do mar, a menos
Forte
mar e de algum modo expostas a ventos que o número de unidades por cadeia de
marinhos relativamente fortes. isoladores seja excepcionalmente alto:
mais de 11-12 para linhas de 145 kV
e mais de 18 para linhas de 245 kV.
Em linhas de alta tensão, ocorrem
falhas em condições de neblina ou
Áreas geralmente de moderada extensão, durante tempestades marinhas, mesmo
sujeitas a fumaças industriais produzindo quando equipadas com isolamento
camada condutora razoavelmente espessa, antipoluição c, a menos que o número de
Muito forte b
áreas geralmente de moderada extensão unidadse por cadeia de isoladores seja
muito próximas à costa e expostas a ventos excepcionalmente alto: mais de 11-12
marinhos muito fortes e poluentes. unidades antipoluição nas linhas de 145
kV e mais de 18 unidades antipoluição
nas linhas de 245 kV.
a Faz-se referência a isoladores do tipo normal com as seguintes características: passo, 146 mm; diâmetro, 255 mm;
distância de escoamento, 300 mm.
b Áreas de extensão moderada, muito próximas a rodovias, onde misturas de sal e asfalto podem formar depósitos
consideráveis nos isoladores, podem estar sujeitas a alto nível de poluição.
c A referência a isoladores tipo antipoluição é um pouco vaga devido à grande variedade de tipos de isoladores
antipoluição que existem atualmente em uso em linhas de alta tensão.

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Tabela F.2 – Relação provisória entre níveis de poluição,


tipo de ensaio e distâncias de escoamento

Tipo de ensaio
Razão da distância
Método de nevoa salina Método da camada sólida
Nível de de escoamento para
poluição Salinidade mantida Condutividade a tensão fase-terra
da camada cm/kV eficaz
kg/m3 μs
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Desprezível ≤5 5 . 10 2,0 . 2,5


Leve 10 . 20 10 . 20 3,0 . 3,5
Forte 40 . 80 20 . 40 4,0 . 5,0
Muito forte ≥ 160 ≥ 50 ≥6

NOTA 1 Os valores apresentados nesta tabela foram estabelecidos com base em isoladores de suspensão
normais. Para outros tipos de isoladores, e particularmente os usados em subestações, a correlação entre
os métodos de ensaio, níveis de ensaios, as distâncias de escoamento e a experiência operativa não é ainda
suficiente para dar indicações mais precisas.
NOTA 2 As distâncias de escoamento dadas nesta tabela são as recomendadas para os vários níveis de
poluição e não concordam necessariamente com as distâncias de escoamento deduzidas da terceira coluna
da Tabela F.1, que se refere a linhas aéreas existentes cujo comportamento sob tensão à freqüência indus-
trial pode ou não ser satisfatório.

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Tabela F.3 – Escolha de isolamento para um equipamento do caso I


(por exemplo, transformador protegido por pára-raios)
1) Dados básicos Unidades Exemplo 1 Exemplo 2

Tensão máxima do equipamento Um (eficaz) kV 460 800

Tensão fase-terra correspondente


valor eficaz kV 266 462

valor de crista Um 2 3 kV (p.u.) 376 (1,00) 653 (1,00)


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— Sobretensão temporária determinante


(resultante de estudo de sistema)
valor eficaz kV 386 601

valor de crista kV (p.u.) 545 (1,45) 850 (1,30)

— Fator de segurança mínimo


para sobretensão de manobra 1,15 1,15
para sobretensões atmosféricas 1,25 1,25
2) Características do pára raios

— Tensão nominal (eficaz) kV 396 612


— Tensão máxima de descarga a impulso kV 950 1 300
de manobra
— Tensão máxima de manobra a impulso kV 910 1 440
atmosférico
— Tensão máxima de descarga de frente de onda kV 1 075 1 670
— Tensão residual máxima para corrente kV 910 1 531
de descarga nominal
3) Nível de proteção

— a impulsos de manobra kV (p.u.) 950 (2,53) 1 300 (1,99)

— a impulsos atmosféricos a kV (p.u.) 935 (2,49) 1 531 (2,34)

4) Nível de isolamento (fase-terra)

Impulsos de manobra:
— Tensão suportável convencional mínima kV (p.u) 1 093 (2,91) 1 495 (2,29)
de impulso de manobra
— Tensão suportável nominal de impulso kV (p.u) 1 175 (3,13) 1 550 (2,37)
de manobra
— Relação entre tensão suportável nominal 1,24 1,19
de impulso de manobra e o nível de proteção
ao impulso de manobra
Impulsos atmosféricos:
— Tensão suportável convencional mínima kV (p.u.) 1 169 (3,11) 1 914 (2,93)
de impulso atmosférico
— Tensão suportável nominal de impulso kV (p.u.) 1 300 (3,46) 1 950 (2,99)
atmosférico
— Relação entre a tensão suportável nominal 1,39 1,27
de impulso atmosférico e o nível de proteção
a impulso atmosférico
a Ver 6.2.1.

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Tabela F.4 – Escolha do nível de isolamento para equipamento do caso II


(por exemplo, seccionador não protegido)

1) Dados básicos Unidades Exemplos 1 Exemplos

— Tensão máxima do equipamento Um (eficaz) kV 362 550


— Tensão fase-terra correspondente
valor eficaz kV 209 318
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valor de crista Um 2 3 kV (p.u.) 296 (1,00) 450 (1,00)


— Sobretensão estática no local do equipamento kV (p.u.) 784 (2,65) 900 (2,00)
(valor excedido somente em 2 % dos casos) devido
a religamento
— Máximo risco aceitável de descarga para 10-3 10-4
a terra devido a religamento

2) Fator de segurança estatístico γ, correspondente ao 1,13 1,24


risco de falha máximo aceitável (ver Figura G.8)

3) Tensão suportável estatística mínima de impulso kV 886 1 116


de manobra

4) Tensão suportável nominal de impulso de manobra kV 950 1 175


escolhida

5) Risco de falha correspondente à tensão suportável 2 x 10-4 2 x 10-5


nominal de impulso de manobra escolhida

6) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico kV (p.u.) 1 175 (3,97) 1 550 (3,44)
recomendada para ser associada com a tensão
suportável nominal de impulso de manobra

Tabela F. 5 – Risco de falha de uma isolação, em função da tensão suportável nominal


de impulso de manobra dos equipamentos da Tabela F.4

Alternativa A Unidade Exemplo 1 Exemplo 2


Tensão suportável nominal kV (p.u.) 950 (3,21) 1 175 (2,61)
de impulso de manobra
(valor escolhido)
Fator de segurança 1,21 1,31
estatístico
Risco de falha 2 x 10-4 2 x 10-5
correspondente ao fator de
segurança estatístico acima
Alternativa B
Tensão suportável nominal kV (p.u.) 850 (2,87) 1 050 (2,33)
de impulso de manobra
Fator de segurança 1,08 1,17
estatístico
Risco de falha 3 x 10-3 5 x 10-4

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Tabela F.6 – Correlação entre o nível de isolamento e o espaçamento mínimo


fase-terra no ar para tensões suportáveis nominais de impulso atmosférico até 750 kV

Tensão suportável nominal de Espaçamento mínimo


impulso atmosférico fase-terra no ar
kV mm
40 60
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60 90
95 160
110 200
125 220
150 280
170 320
200 380
250 480
325 630
380 750
450 900
550 1 100
650 1 300
750 1 500

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Tabela F.7 – Correlação entre o nível de isolamento e o espaçamento mínimo fase-terra no ar


para tensões suportáveis nominais de impulso de manobra a partir de 650 kV

Tensão suportável nominal de impulso Espaçamento mínimo fase-terra no ar


kV m
De manobra Atmosférico Condutor-estrutura Haste-estrutura
650 a 750 1,4 1,5
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650 a 850 1,5 1,7


750 a 850 1,6 1,9
750 a 950 1,7 1,9
850 950 1,8 2,4
850 1 050 1,9 2,4
950 1 050; 1 175 2,2 2,9
1 050 1 175; 1 300; 1 425 2,6 3,4
1 175 1 300; 1 425; 1 550; 1 675 3,1 4,1
1 300 1 425; 1 550; 1 675; 1 800 3,6 4,8
1 425 1 550; 1 675; 1 800; 2 100 4,2 5,6
1 550 1 800; 1 950; 2 400 4,9 6,4
a Foram acrescentadas tensões suportáveis nominais de impulso de manobra não constantes da
ABNT NBR 6939 a título informativo, visto representarem condições extremas da faixa B.

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Anexo G
(informativo)

Figuras

Fo
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1
F o (U)
fo
0,75

0,50 fo (U)

Fo (U’)
F o (U’)
0,25

0
0 1 2 3 4 5 U (p.u.)
U’

Figura G.1a) – Sobretensões causadas por energização de linhas

Fo

fo
0,75
F o (U)

0,50
fo (U)

0,25
Fo (U’)

0
0 1 2 3 4 5 U (p.u.)
U’
F o (U’)

Figura G.1 b) – Sobretensões em uma cadeia de isoladores devidas


à incidência de descargas atmosféricas na torre

Figura G.1 – Sobretensões

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(%)
100

Pt ’’’(U) Pt ’’(U) Pt (U) Pt ’(U)


84

50
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2 σt

16

0
Ut50 U

Figura G.2 a)

dPT (U)
dU

σn

UT50 U

Figura G.2 b)

(%)
100
PT (U)
84

50

16
2σ T
0
UT50 U

Figura G.2 c)

Figura G.2 – Probabilidade de descarga disruptiva em uma isolação


submetida a tensões de impulso

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kV

Curva de suportabilidade do equipamento

Curva característica de descarga de pára-raios


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Curva característica de descarga de centelhadores

Legenda

A região de atuação desnecessária dos centelhadores em relação as pára-raios

Figura G.3 – Aplicação de centelhadores

L (m)

60
Comprimento

40

Tensão nominal do
pára-raio
10,5 kV
20
30 kV
12 kV
36 kV

0
0 10 20 30 40 50 Z (Ω)

Impedância

Legenda

Z impedância de surto de cabo


L comprimento do cabo

Figura G.4 – Comprimento máximo permissível de cabos no caso de pára-raios


instalados apenas na junção de linhas aéreas e subterrâneas

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PT
fo dR
1
dU

PT (U)

fo (U)
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fo (U’)

PT (U’)

U’ U
dR Área A
= PT (U’) . fo (U’)
dU

R= ∫ PT (U) ⋅ fo (U) dU
o

Legenda

R = área hachurada

Figura G.5 – Avaliação do risco de falha de uma isolação

fo (U)

2%

Us U

PT (U) [1 - PT (U)]
100 % 0%

90 %

Uw U

Legenda
Us Sobretensão estatística na curva de densidade de probabilidade (a área hachurada representa a
probabilidade de referência)
Uw tensão suportável estatística na curva de probabilidade de descarga (90 % representa a probabilidade
de referência)

Figura G.6 a) – Sobretensão e tensão suportável estatísticas

Figura G.6 – Método estatístico simplificado

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fo (U) PT (U)
100%

Área A 1

Us = Uw U
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PT (U)
fo (U) 100%

Área A 2

Us Uw U
Uw = 1,2 Us

PT (U)
fo (U) 100%

Área A 3

Us Uw U
Uw = 1,4 U s

Uw
= J = 1,0, 1,2 e 1,4
Us

Figura G.6 b) – Três tentativas de determinar o risco de falha (Área A)


para fatores de segurança estatísticos
R
R1

R2

R3
J1 J2 J3 J

Figura G.6 c) – Relação entre o fator de segurança estatístico γ


e o risco de falha R (medido pela Área A)

Figura G.6 (continuação)

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R
I
5
Distribuição truncada a 3σs
2
10 -1 Distribuição truncada a 4 σs
5
Distribuição não truncada
2
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10-2
5

2
10 -3
5

2
10 -4
Envolvente superior
5

2
Envolvente inferior
10 -5
5
σs = 20 %
2
10-6
5
σs = 15 %
2
10 -7
5
σs = 10 %
2
10 -8
5

2
10 -9
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 γ

Desvio-padrão da distribuição das sobretensões σs = 10, 15 e 20 %

Figura G.7 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico (γ)
para diversas distribuições de sobretensões de manobra

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-1
10
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-2
10

-3
10
Envolvente superior

-4
10

-5 Envolvente inferior
10

-6
10

-7
10

-8
10
5
2
-9
10
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 J

Desvio-padrão da isolação σt = 8 %

Figura G.8 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico (γ)
para diversas distribuições de sobretensões de manobra

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-1
10
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-2
10

Envolvente superior

-3
10

-4
Envolvente inferior
10

-5
10

-6
10

-7
10

-8
10
5
2
-9
10
0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 J

Desvio-padrão da isolação σt = 10 %

Figura G.9 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico (γ)
para diversas distribuições de sobretensões de manobra

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R
1
5

-1
10
5

Vs = 60 %
-2
10
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-3
10
5
Vs = 40 %
-4
10
5

-5
10
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 J

Desvio-padrão da isolação σt = 3 %
Desvio-padrão da distribuição das sobretensões σs = 40 % e 60 %

Figura G.10 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico (γ)
para diversas distribuições de sobretensões atmosféricas

R
1
5

-1
10
5

Vs = 60 %
-2
10
5

-3
10
5
Vs = 40 %
-4
10
5

-5
10
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 J

Desvio-padrão da isolação σt = 5 %
Desvio padrão da distribuição de sobretensões σs = 40 % e 60 %

Figura G.11 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico (γ)
para diversas distribuições de sobretensões atmosféricas

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R
1
5

-1
10
5

Vs = 60 %
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-2
10
5

-3
10
5
Vs = 40 %
-4
10
5

-5
10
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 J

Desvio-padrão da isolação σt = 7 %
Desvio padrão da distribuição de sobretensões σs = 40 % e 60 %

Figura G.12 – Correlações entre o risco de falha (R) e o coeficiente de segurança estatístico (γ)
para diversas distribuições de surtos atmosféricos

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Tensão de
operação sob 1
condições normais

Parâmetros
característicos do 2
sistema
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Cálculo das
Cálculo das
Introdução de meios para sobretensões de
sobretensões 3
reduzir as sobretensões de 4 manobra
temporárias
manobra

Efeitos possíveis
de proteção dos
pára-raios e
Seleção da tensão centelhados
nominal dos 6
pára-raios
Cálculo do isolamento
quanto às tensões de
serviço e sobretensões
5 temporárias

Seleção das tensões 8 Seleção da tensão


suportáveis nominais de suportável nominal
impulso atmosféricos e de manobra dos
de manobra dos equipamentos do
equipamentos do caso I 7 Introdução de meios para reduzir as
caso II
sobretensões atmosféricas

Nível de isolamento Seleção da tensão


Cálculo das das linhas, número Cálculo das suportável nominal de
sobretensões de cabos pára-raios sobretensões impulso atmosférico
atmosféricas centelhadores nas atmosféricas dos equipamentos
entradas de linhas da casa II
9 11
10
12

Figura G.13 – Diagrama de bloco de projeto e da coordenação do isolamento

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Ct
UI Uo = SUI

sUI
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Figura G.14 a) – Transformador representado Figura G.14 b) – Circuito equivalente para


por um divisor de potencial capacitivo a transferência capacitiva

Ct Ct

Uo = SU
I Cs U o = sUI R

Figura G.14 d) – Rede externa


Figura G.14 c) – Rede externa de capacitância Cs
de resistência R

Figura G.14 – Pico inicial de tensão capacitiva

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Surto de polaridades
Caso Ligação do transformador Surto em apenas uma fase opostos em duas fases
UA = 1, U B = U C = O UA = I, UB = -1, UC = O
Enrolamento Enrolamento Enrolamento Enrolamento Enrolamento Enrolamento
Nº de de Terciário de de de de
alta-tensão baixa-tensão alta-tensão baixa-tensão alta-tensão baixa-tensão

1 1 1 1
1 Y (e) y (e) ( , y)
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0 0 0 0 0 -1 0 -1

1 2/3 1 1
2 Y (e) y (i) ( , y)
0 0 -1/3 -1/3 0 -1 0 -1

1 3 1 3
3 Y (e) ( , y, d) 2 3 2
d 0
3 2 3
0 0 2 0 -1 2
1 2/3 1 1
4 Y (i) y (e,i) ( , y, d)
0 0 -1/3 -1/3 0 -1 0 -1

1 1 3 1 1 3
5 Y (i) d ( , y, d) 0 1 3
0 0 -1 3 0 -1 -2 3

1 3 1 1 3
1
6 Y (i) 1 3
z (e,i) ( , y, d) 0
0 0 -1 3 0 -1 -2 3

1 1 3 1 1 3
7 D y (e,i) ( , y, d) 0
-1 1 3
0 0 -1 3 0 -2 3

1 2/3 1 1
8 D d ( , y, d) 0 -1/3 0 0
0 -1/3 -1 -1

Figura G.15 – Valores do fator r

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Pt I - Pt
(%) (%)
100 0

σt Constante
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Pt ‘ (U)

50 50

P t (U) do equipamento de referência


K= -0,5

Probabilidade de referência

90

0 100
URW = Tensão suportável nominal a impulso

-1 -0,5 0 0,5 1 K em P.U. de σt

Ut 90 − URW
k=
σt
Figura G.16 – Definição da suportabilidade de um equipamento no tempo t
em função do parâmetro k

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Vp

Tensão suportável nominal a impulso


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0 KD K

G.17 a) – Distribuição da suportabilidade (90 %) dos equipamentos da população p

Vl

0 K

G.17 b) – Distribuição das diferenças entre a suportabilidade 90 % de um equipamento


dado medida em diversos laboratórios e a real

Vpl = Vp² + Vl²

0 KD K

G.17 c) – Distribuição da suportabilidade 90 % de um equipamento qualquer da população p


em diversos laboratórios

Figura G.17 – Densidade de freqüência da suportabilidade 90 % medida


de uma população de equipamentos

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Q
1

0,9

0,8
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0,7

0,6

0,5

0,4

3
0,3
4

2 0,2

1 0,1

-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

K em p.u de V t

1 = ensaio de acréscimo e decréscimo de 30 impulsos


2 = ensaio 15/2
3 = ensaio 3/0
4 = ensaio 5/0
ensaio 5/1 + 10/0

Figura G.18 – Probabilidade de um equipamento resistir a diferentes


tipos de ensaios como função de suas características

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P
I

Ensaio ideal
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Ensaio real
A

Curva I

B
Curva 2

0 K em p.u. de σ t

C D

Área A + B Probabilidade Pf de falhar no ensaio


Área A Risco do fabricante Rm
Área C Risco do consumidor

Figura G.19 – Riscos

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ABNT NBR 8186:2011

Rc Vp = 4 %
Vl = 5 %
Vt = 6 %
1
Vp = 4 %
Vl = 0 %
Vt = 6 %
-1
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10

-2
10

-3
2
10

-4
10

-5
10

-6
10

1
-7 3
10

-8
10 -5 -4 -3 -2 -1
10 10 10 10 10 1 Pt

1 ensaio de descarga disruptiva 50 %


2 ensaio 15/2
3 ensaio 3/0

Figura G.20 – Risco do consumidor em função da probabilidade de Pf


de falha no ensaio

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Rc Vp = 4 %
Vl = 5 %
Vt = 6 %
1
Vp = 4 %
Vl = 0 %
Vt = 6 %
-1
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10

-2
10

-3
2
10

-4
10

-5
10

-6
10

1
-7 3
10

-8
10 -5 -4 -3 -2 -1
10 10 10 10 10 1 Rm

1 ensaio de descarga disruptiva 50 %


2 ensaio 15/2
3 ensaio 3/0

Figura G.21 – Risco do consumidor Rc em função do risco do fabricante Rm

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