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área do euro “continua altamente incerta”. A presidente, Christine Lagarde, diz que há
riscos, entre eles a guerra da Rússia na Ucrânia e um aumento nas tensões nas fronteiras
geopolíticas, que poderia fragmentar o comércio global e pesar na economia do bloco.
Há riscos à inflação potenciais como novas pressões para cima sobre os custos com
energia e alimentos, também relacionadas à retirada unilateral da Rússia de um acordo
para escoar grãos da região do Mar Negro. O BCE explica ainda que as condições
climáticas ruins no inverno europeu poderiam puxar os preços de alimentos para cima,
no contexto de crise climática global em andamento. A inflação, porém, poderia cair
mais rápido se preços mais baixos de energia e alimentos fossem repassados rápido a
outros bens e serviços.
O aperto na política monetária continua a ser transmitido para as condições de
financiamento; já a inflação “continua a declinar, mas ainda deve seguir muito elevada
por muito tempo”, fazendo com que o BCE mantenha níveis de juros elevados até
atingir a meta de 2%, prevista segundo economistas para somente 2025.
Uma explicação para a alta da inflação de alimentos e serviços na área do euro reside no
baixo desemprego, a percepção de consumidores de que o continente pode escapar de
uma grave recessão nos próximos trimestres, a demanda reprimida por viagens e
passeios devido à covid-19 e a poupança extra das famílias durante a pandemia.
As elevações significativas de alimentos e energia registradas até recentemente
afetam muito o setor terciário e elevam as despesas de transportes, restaurantes e hotéis.
Os trabalhadores até conseguiram elevações de salários, mas elas ficaram distantes de
repor totalmente a redução de renda real provocada pela inflação, pois os sindicatos
perderam muito poder de negociação nas últimas duas décadas não só na Europa, mas
em grande parte do mundo.