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MATINHOS
2023
ANA CAROLINA PEDROSO DE ALMEIDA
AUDREY GHIZI
NÍCOLAS FERREIRA DA SILVA
MIDIAM SILVA DUARTE
SIMONE DA SILVA PEREIRA
MATINHOS
2023
SUMÁRIO será feito por último
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E LEGAIS
2.1 CARTOGRAFIA SOCIAL E TERRITÓRIO………………………………………
2.2 COMUNIDADES TRADICIONAIS ……………….………………………………
2.3 OSTREICULTURA………………………… ………………………………………
A Convenção 169 da OIT, que foi aderida pelo Brasil em 2004, trouxe a
garantia da autodeterminação e o reconhecimento da diversidade cultural em
respeito às perspectivas das diversas etnias.
Diversos autores corroboram com a relevância da compreensão dos
conceitos de comunidades tradicionais.Henri Acselrad (2010), por exemplo, afirma
que “para esses sujeitos sociais é o território enquanto terreno disputado material e
simbolicamente” que importa, ressaltando os vínculos de identidade cultural, de
subsistência e das articulações históricas envolvidas nesse processo.
Lamas (2013), afirma que a construção do conceito de comunidade
tradicional envolve uma ampla variedade de grupos, incluindo índios, quilombolas,
faxinalenses, cipozeiros, ribeirinhos, caiçaras, quebradeiras-de-coco-babaçu,
geraizeiros, catingueiras, pantaneiros, seringueiros e outros, e, o reconhecimento
dessas comunidades não depende apenas de uma origem temporal, mas da
ocupação de espaços geograficamente isolados ao longo da história do Brasil, nos
quais a terra e os recursos naturais eram fartos.
A partir do estudo das populações humanas em áreas naturais protegidas da
mata atlântica, resumindo outra obra de autoria própria, Diegues (1996, p.7),
descreve de forma sintetizada várias características das populações ou
comunidades tradicionais, dentre elas:
2.4 OSTREICULTURA
As ostras pertencem ao grupo de moluscos e sobrevivem em água marinha.
De acordo com a REDETEC (2007), o seu cultivo é denominado de Ostreicultura
que tem como finalidade “oferecer ao consumidor ostras criadas em cultivo, um
produto que oferece uma qualidade superior e preço atrativo.”
A ostreicultura é uma atraente alternativa de renda para pescadores
artesanais na medida em que pode resultar em bons rendimentos e possibilidade de
desenvolvimento de territórios sustentáveis. Pereira et. al. (2017) revela que devido
às atividades necessárias de manejo, a ostreicultura assemelha-se muito mais com
um sistema de agricultura do que de pesca.
Pereira et. al. (2017) relata que os primeiros registros da cultura de ostras no
Paraná aparecem na década de 50 na Baía de Guaratuba. Na época acontecia
apenas de forma extrativista e muito pouco cuidado de manejo era realizado para
melhor extração e aproveitamento.
Até a década de 90 não houve incentivo algum por parte do Poder Público,
até que a partir de 1995 aconteceram alguns projetos, sendo eles:
- Projeto de extensão universitária "Desenvolvimento Sustentável em
Guaraqueçaba" - 1995 a 2002 - Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo
Estadual, a Association de Recherche Interdisciplinaire pour L’Environnement et lê
Développement e a Universidade Federal do Paraná, desenvolveu estudos
experimentais com objetivo de fomentar a atividade da ostreicultura como alternativa
de geração de renda para as comunidades tradicionais.
- Projeto “Baía Limpa” - 1995 - criado pelo Governo Estadual, beneficiou 940 famílias
de pescadores artesanais com ações de despoluição e recuperação de estoques de
pescados, com recolhimento do lixo e monitoramento da qualidade da água.
- Projeto “Paraná 12 meses” - 1997 a 2006 - elaborado pelo Governo Estadual em
parceria com o Banco Mundial teve como objetivo o combate à pobreza rural e
fomentou a implementação de empreendimentos sociais de ostreicultura.
- Inauguração do “Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos -
CPPOM” - 1998 - criado pela Prefeitura Municipal de Guaratuba e repassado para a
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Foram realizadas pesquisas e
em 2006 iniciou a produção e distribuição de sementes de ostras.
- Projetos “Ostreicultura e Meio Ambiente” e “Qualidade na Produção de Ostra em
Área de Proteção Ambiental” - entre 1999 e 2009 - realizados pela UFPR com apoio
do SEBRAE/PR, ofereceram capacitações sobre sistemas de produção e
comercialização de ostras.
- “Projeto de Maricultura” - início dos anos 2000 - executado pela Fundação Terra e
a Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná -
EMATER (atualmente Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IDR-Paraná),
tinha como objetivo a implantação de 15 viveiros de ostras financiados pelo Fundo
Estadual do Meio Ambiente.
- Projeto “Produção Sustentável de Ostras na Baía de Guaratuba” - 2001.
- Projeto “Cultimar” - 2005 - realizado pela UFPR tinha como objetivo estabelecer
estratégias de comercialização envolvendo a rede de restaurantes, alcançando
turistas e consumidores de ostras.
- Instalação de depuradoras pelo Governo do Estado - a EMATER e a Secretaria
Especial de Aquicultura e Pesca e das prefeituras de Paranaguá e Guaratuba
instalaram as depuradoras com objetivo de garantir a qualidade das ostras para o
consumidor final.
- Projeto “Natural Ostra” - 2011 - gerado pela Fundação Mokiti Okada o projeto
destinou-se a mostrar a importância de regulamentar a coleta nos bancos de ostras.
Apesar de todas as diversas iniciativas, tanto governamentais quanto não
governamentais, a ostreicultura ainda enfrenta vários obstáculos em seu caminho
para a expansão. Questões políticas, como mudanças de governo, frequentemente
resultam na interrupção de projetos. Além disso, a acessibilidade a sistemas de
manejo e tecnologias mais modernas continua sendo um desafio a ser vencido. A
organização da comunidade de pescadores artesanais em associações e
cooperativas também se mostra problemática. Outra questão relevante diz respeito à
escassez de sementes para a produção.
No entanto, é importante destacar que a ostreicultura no Paraná tem
apresentado crescimento nos últimos anos, e ocupado um lugar de destaque na
maricultura do estado. Mafra (2007) revela que na baía de Guaratuba que possui
mais características técnicas e empresariais “a atividade tem boas chances de
despontar como uma alternativa de renda para investidores da região e para as
populações tradicionais do litoral”.
E neste sentido, como mostra o ranking nacional abaixo, o Estado do Paraná
ocupa o 2° lugar em produção de ostras, vieiras e mexilhões, ficando atrás apenas
de Santa Catarina.
Figura 1: Aquicultura / Ostras, vieiras e mexilhões / Quantidade produzida (Unidade: kg). Paraná
ocupa o 2° lugar nacional. Fonte: IBGE (2021).
3.1 METODOLOGIA
O relato de campo apresentado possui como objetivo expor uma síntese de
reflexões e trocas de experiências decorrentes da vivência realizada na Comunidade
de Cabaraquara, Município de Guaratuba, articulando os relatos orais coletados com
as abordagens teóricas apresentadas em aulas e na fundamentação teórica.
A ida para Cabaraquara ocorreu como proposta de vivência do Módulo
Realidade Sócio-Econômica-Ambiental do Litoral Paranaense do Curso de
Especialização em Questão Social pela Perspectiva Interdisciplinar da Universidade
Federal do Paraná - Campus Litoral. Proporcionado a ida para a comunidade em
dois dias, dividido em dois grupos ao longo de dois sábados, e sendo acompanhado
a entrevista e coleta de relatos no Restaurante Ostra Viva com o Hamilton, um dos
moradores locais que realiza a ostreicultura.
Para realizar a coletas de informações foram utilizadas abordagens
qualitativas e ressaltando o aspecto conceitual da fenomenologia (Kashiwagi,2011),
que parte do princípio de que o pesquisador, ao se visitar um espaço territorial, com
objetivo de estudar vivenciais dos participantes, é necessário se despir dos pré
conceitos formulados, partindo sempre da escuta atenta, sem argumentos de
suposições, estando aberto a compreensão direta e imediata do que é vivenciado
pelo homem no mundo da vida. O método de abordagem da fenomenologia, estuda
o fenômeno tal qual ele se manifesta, com o objetivo de compreender sua essência.
Desta forma é possível obter uma coleta de dados que permite aos participantes
expressar suas experiências da maneira mais completa possível. O pesquisador
busca capturar a essência do fenômeno tal como é vivenciada pelos participantes,
sem filtros ou influências externas. A fenomenologia permite recriar um olhar de
troca entre o pesquisador e o sujeito social envolvido para formular as relações
cartográficas ali estabelecidas pela comunidade tradicional.
Ainda que os relatos coletados possuam uma flexibilidade narrativa própria
dos sujeitos entrevistados, é importante ressaltar que eles partiram de uma
perspectiva de auto identidade, valendo-se de narrar os aspectos centrais para a
formação de seus vínculos histórico-culturais com o território, além das
possibilidades de interação dos pesquisadores apoiados nos conceitos previamente
estudados.
4. IMPRESSÕES SOCIO-ECONOMICA-AMBIENTAIS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
OLESKO, G. F.; ROCHA, O. G.. Quem Somos? Para onde vamos? Onde estamos?
A experiência da cartografia social dos faxinalenses da Região Metropolitana de
Curitiba. Boletim Gaúcho de Geografia, v. 41, p. 48-66, 2014.