Você está na página 1de 11

Unidade 5

POVOS
E COMUNIDADES
TRADICIONAIS

Comunidade quilombola do município de Barreirinha, Manaus, capital do Amazonas.

Quebradeiras de coco do município de São João do Arraial, no estado do Piauí.


Professor, a partir das imagens de abertura da unidade, procure estimular a expressão oral de
seus alunos, pautando-se pelas perguntas do “É com você!” e formulando também outras, segundo
É com você!... lhe pareçam convenientes. O importante é propiciar um descontraído momento de interação e de
uso do português, ao explorar vocabulário, estruturas sintáticas, particularidades vernáculas etc.

O que você sabe a respeito dos povos e comunidades tradicionais do Brasil?


Conhece suas particularidades sociais, culturais e dinâmicas de vida?...
 Em contato com o texto
Quem são os povos e comunidades tradicionais

Os povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados,


que possuem condições sociais, culturais e econômicas próprias, mantendo relações
específicas com o território e com o meio ambiente no qual estão inseridos. Respeitam
também o princípio da sustentabilidade, buscando a sobrevivência das gerações
presentes sob os aspectos físicos, culturais e econômicos, bem como assegurando as
mesmas possibilidades para as próximas gerações.
São povos que ocupam ou reivindicam seus territórios tradicionalmente
ocupados, seja essa ocupação permanente ou temporária. Os membros de um povo ou
comunidade tradicional têm modos de ser, fazer e viver distintos dos da sociedade em
geral, o que faz com que esses grupos se autorreconheçam como portadores de
identidades e direitos próprios.
De acordo com o Decreto 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que institui a Política
Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais,
povos e comunidades tradicionais podem ser definidos como grupos culturalmente
diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de
organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição
para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando
conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição (Decreto
6.040, art. 3º, § 1º).
Entre esses povos e comunidades, encontram-se alguns aspectos específicos que
determinam os seus modos próprios de ser e de viver. São eles:

Territórios tradicionais

As relações específicas que esses grupos estabelecem com as terras


tradicionalmente ocupadas e seus recursos naturais fazem com que esses lugares sejam
mais do que terras, ou simples bens econômicos. Eles assumem a qualificação de
território.
O território implica dimensões simbólicas. No território estão impressos os
acontecimentos ou fatos históricos que mantêm viva a memória do grupo; nele estão
enterrados os ancestrais e encontram-se os sítios sagrados; ele determina o modo de
vida e a visão de homem e de mundo; o território é também apreendido e vivenciado a
partir dos sistemas de conhecimento locais, ou seja, não há povo ou comunidade
tradicional que não conheça profundamente seu território.
Com frequência, os territórios de povos e comunidades tradicionais ultrapassam
as divisões político-administrativas (municípios, estados). Um território tradicional
pode, assim, encontrar-se na confluência de dois, três ou mais municípios, estados ou
mesmo países. Portanto, nesse contexto, é preciso considerar e respeitar a distribuição
demográfica tradicional desses povos, quaisquer que sejam as unidades geopolíticas
definidas pelo Estado.
Do ponto de vista histórico, cabe ressaltar que esses povos e comunidades são
marcados pela exclusão não somente por fatores étnico-raciais, mas, sobretudo, pela
impossibilidade de acessar as terras por eles tradicionalmente ocupadas, em grande
medida usurpadas por grileiros, fazendeiros, empresas, interesses desenvolvimentistas
ou até pelo próprio Estado.
Cabe ressaltar que, desde a promulgação da Lei n.º 601, de 18 de setembro de
1850, a Lei de Terras, que estabelece a necessidade de registro cartorial e de documento
de compra e venda para configurar dominialidade, se instaurou uma diferença no
acesso e manutenção da terra por comunitários no meio rural. A Constituição Federal
de 1891 transferiu para os estados as ditas terras devolutas, sobre as quais até então não
havia sido reclamada a propriedade, reconhecendo o “direito de compra preferencial”
pelos posseiros.
Desde então houve um amplo processo de invasão das posses de comunitários e
comunidades, que, sem leitura e conhecimento das leis, sem recursos para pagar os
serviços de medição das terras e registro em cartório, se viram em desvantagem em
relação aos cidadãos letrados, que conheciam o sistema instaurado e tinham várias
alianças. A presença de jagunços, advogados, e até agentes do Estado para defender
interesses dessas classes mais abastadas ilustram a desigualdade na correlação de
forças entre invasores e povos e comunidades tradicionais.
Hoje, tais formas de expropriação de terras, territórios e direitos abrangem
interesses do agronegócio, processos de exploração minerária, criação de unidades de
proteção integral sobre territórios tradicionais, construção de hidrelétricas e outras
obras e empreendimentos.

Produção

Normalmente, a produção de povos e comunidades tradicionais – plantio,


criação, caça, pesca, extrativismo, artesanato – está associada a relações de parentesco
e compadrio e são baseadas em relações de troca e solidariedade entre famílias, grupos
locais e comunidades. Vender para o mercado não é o único fim; parte considerável da
produção é destinada ao consumo e às práticas sociais (festas, ritos, procissões, folias
de reis etc.), mantendo a unidade do grupo.
Cabe ressaltar também que a produção desses povos e comunidades é marcada
por ritmo e lógica próprios. Muitas vezes queremos imprimir outros ritmos e lógicas
aos processos produtivos de tais comunidades, sem considerar que elas são estruturadas
com base nos princípios de autonomia e liberdade, o que não combina com a completa
subordinação ao mercado ou a qualquer outro patrão.
Estamos falando de grupos sociais que detêm expressões culturais próprias, um
repertório considerável de mitos, ritos e conhecimentos herdados de ancestrais, ligados
às atividades produtivas que, para além dos procedimentos técnicos e agronômicos
envolvidos, garantem a produção, o consumo e uma maneira específica de se relacionar
com a natureza e com o mundo.
Nesse contexto, é frequente a associação de práticas produtivas ao calendário
religioso, com festas de santo, novenas, trezenas e penitências que garantem, em última
instância, a fartura na colheita e na vida social. Cabe ressaltar ainda que tais práticas
estão ligadas normalmente à utilização de recursos naturais renováveis e de tecnologias
de baixo impacto ambiental, explorando potencialidades e respeitando limites.

Organização social

Os grupos sociais em questão têm como característica a conformação de famílias


extensas ou ampliadas. É comum encontrarmos, numa única unidade doméstica, dois,
três ou mais núcleos familiares, residindo na mesma casa avós, filhos, netos, afilhados,
outros agregados.
Cabe salientar que a conformação da família nesses contextos atende a
necessidades morais, sociais, culturais e econômicas próprias, sobretudo porque a
família é central na organização de toda a vida da comunidade. Não devemos separar
família de território, pois em grande medida um território se constrói a partir da
aglutinação de vários sítios familiares e de uma ancestralidade comum.
Em termos de sociabilidade mais ampla, normalmente a comunidade se mantém
ou se constrói a partir de inter-relações com outros grupos na região. Os seus membros
costumam se utilizar de termos para se referir ao próprio grupo (termos de
autoidentificação), e costuma ser frequente a existência de divisões ou tensões internas
ou com outros grupos. Não se trata, portanto, de comunidades homogêneas ou
fechadas.
Não estão aqui enumerados todos os aspectos que marcam a realidade dos povos
e comunidades tradicionais, mas seguramente os aspectos citados possibilitarão uma
maior compreensão e mesmo um melhor tratamento dos diferentes povos e
comunidades que integram a sociedade brasileira e mineira, suas formas sociais,
histórias, saberes tradicionais, suas especificidades.

(Fonte: https://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/wp-content/uploads/2014/04/Cartilha-Povos-
tradicionais.pdf. Acesso: 04.08.223)

1. De acordo com o texto lido, que sequência de sentenças melhor alude aos aos povos
e comunidades tradicionais?
a) Cultura única, economia autossuficiente, sustentabilidade e exploração do meu
ambiente em que vivem.
b) Cultura antiquíssima, economia de subsistência, sustentabilidade e autopreservação
de suas gerações.
c) Cultura diferente, economia própria, sustentabilidade e sobrevivência da geração de
hoje e da de amanhã.

2. “São povos que ocupam ou reivindicam seus territórios tradicionalmente ocupados,


seja essa ocupação permanente ou temporária. Os membros de um povo ou
comunidade tradicional têm modos de ser, fazer e viver distintos dos da sociedade em
geral, o que faz com que esses grupos se autorreconheçam como portadores de
identidades e direitos próprios”. Trocando as palavras destacadas por sinônimos,
temos:
a) exigem – diária – irregular – habitantes – autovalorizem – inatos.
b) demandam – contínua – provisória – integrantes – vejam – específicos.
c) solicitam – intermitente – transitória – destacados – imponham – peculiares.

3. No texto, os aspectos específicos que determinam o jeito de ser e viver dos povos e
comunidades tradicionais brasileiros são os terrítórios tradiconais, a produção e a
organização social. Pois bem: a seguir, procure explicar, com suas palavras, em que
consiste cada aspecto, pautando-se por uma frase extraída do texto.

a) Territórios tradicionais: “O território implica dimensões simbólicas.”


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Resposta pessoal, alinhada, entretanto, com o contexto do artigo em leitura.
b) Produção: “Vender para o mercado não é o único fim...”
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Resposta pessoal, alinhada, entretanto, com o contexto do artigo em leitura.
c) Organização social: “[...] a família é central na organização de toda a vida da
comunidade.”
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Resposta pessoal, alinhada, entretanto, com o contexto do artigo em leitura.

4. Aproveitando o estudo gramatical da unidade anterior, razoe o acento gráfico e sua


ausência nestes pares de palavras retiradas do texto:

a) tradicionais / próprias (1.º parágrafo)


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
A palavra “tradicionais” não recebe acento gráfico por ser uma oxítona terminada em ditongo; “próprias” se
acentua graficamente por ser uma paroxítonas terminada em ditongo.
b) têm / ser (2.º parágrafo)
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
O vocábulo “têm” recebe acento circunflexo para diferenciar a 3.ª pessoal do plural (eles, elas) do verbo ter,
no presente do indicativo, da forma sem acento “tem”, 3.ª pessoa do singular (ele, ela); “ser” é um monossílabo
tônico terminado em r: por isso não se acentua graficamente.
c) práticas / tradição (3.º parágrafo)
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
“Práticas” é palavra proparoxítona, por isso recebe o acento gráfico; “tradição” é palavra oxítona terminada
em ditongo, assim que não recebe acento gráfico. Vale lembrar que o til, em portguês, não é acento gráfico,
mas sinal diacrítico de nasalização.
d) constrói / comum (antepenúltimo parágrafo)
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
A palavra “constrói” recebe acento gráfico na vogal do seu ditongo aberto ói, já que não se trata de uma
paroxítona; “comum” é palavra oxítona terminada em um, por isso não é acentuada graficamente.

 Trabalhando a língua
“[...] tais práticas estão ligadas normalmente
à utilização de recursos naturais renováveis...”

Costuma-se dizer que o à, em vermelho, no fragmento acima, é craseado. Isso


significa que esse à representa a fusão de dois outros as: a preposição a – no caso,
exigida pelo adjetivo “ligadas”, pois algo está ligado a algo – com o artigo definido a,
que antecede naturalmente o substantivo feminino singular “utilização” – a utilização;
portanto, temos uma soma, uma mistura, uma fusão (crase, em grego): a + a = à.
Em português, a crase é indicada, na escrita, pelo acento grave [ `]. Assim, que
não confundamos a crase com o acento grave: este, o sinal, indica graficamente aquela,
a fusão do as. Dessa forma, podemos concluir que, em geral, só haverá crase antes de
palavra feminina.
E se no lugar de “utilização”, no recorte acima, tivéssemos o substantivo
masculino “uso”? Pois leríamos “tais práticas estão ligadas normalmente ao uso de
recursos naturais renováveis”. A mesma preposição a, somando-se agora com o artigo
definido o, resultaria na combinação prepositiva ao. Assim, chegamos à razão que será
a base firme do tema da crase em português:

à
_________

ao

De modo prático, diante do impasse de colocarmos ou não ao cento grave para


indicar a crase, troquemos a palavra feminina da sentença por uma masculina; se for
possível o ao, então, com a palavra feminina da sentença original usaremos à.
Pensemos:
Eduarda foi a praia.
1. Nosso impasse: escrevemos a ou à? No caso, Eduarda foi a um lugar...
2. Colocamos clube, palavra masculina, no lugar de praia, palavra feminina.
3. Dizemos “Eduarda foi ao clube”, então, há crase com praia.

Eduarda foi à praia.


 Atenção: a palavra masculina de troca não precisa ser um sinônimo da palavra
feminina trocada, basta funcionar, dentro da frase, de forma aproximada.

Esse “artifício de troca” resolve a maioria dos casos de crase. Quando, porém, a
a troca da palavra feminina por uma masculina não resulta em ao, ou o ao é opcional,
entendemos que não há crase ou que ela é igualmente opcional. Analisemos estes casos:

a) Dei a ela o meu melhor. [Dar algo a alguém. Trocamos ela, palavra feminina, por
ele, palavra masculina, mas não dizemos “ao ele”, dizemos “a ele”. Então, nesse caso,
não ocorre crase em “a ela”; o a é preposição pura, equivalendo a para.]

b) Entregaremos o álbum a /à Marcela. [Entregar algo a alguém. Trocamos


Marcela, nome próprio feminino, por Rubens, nome próprio masculino, e podemos
dizer “a Rubens” ou “ao Rubens”. Portanto, a crase em “a Marcela” é opcional.]

Há casos, contudo, em que a troca não é possível pela simples razão de a palavra
em jogo não ter gênero. Dois exemplos:

a) Serei mais responsável a partir de hoje. [“Partir” é verbo, não possui gênero;
portanto, como aplicar o artifício da troca? Impossível! O a, antes de partir, é
preposição pura.]

b) Meus sentimentos a você... [Os meus sentimentos a alguém. Não trocamos você,
porque essa palavra não é feminina nem masculina, logo, não se pode trocá-la por outra.
A única escrita possível é com a preposição pura.]

Quatro casos especiais de crase:

a) Agnaldo canta à Roberto Carlos. [Cantar à moda de alguém. Aqui, na verdade,


trocamos moda, palavra feminina dentro da expressão “a moda de”, por estilo, palavra
masculina, e entrevemos “ao estilo de Roberto Carlos”. Dessa forma, ocorre crase em
“à Roberto Carlos” porque se subentende a expressão à moda de.]

b) Vou a casa. [Ir a algum lugar. Em frases como essa, só se admite o acento grave
indicador de crase, quando a palavra “casa” está qualificada: “Vou à casa dos meus
pais”, por exemplo. Isso ocorre por causa de um contraste verbal: ir a X voltar de; ir à
X voltar da. Se vou a casa, volto de casa; se vou à casa dos meus pais, volto da casa
dos meus pais.]

c) Vou a Barretos. [Ir a algum lugar. Caso análogo ao de “casa” é este com nome de
cidade: ir a Barretos, voltar de Barretos; ir à Barretos caipira, voltar da Barretos
caipira.]

d) Ela disse a verdade a todos. [Dizer algo a alguém. A palavra “todos” é pronome
indefinido, masculino e plural, de modo que não podemos sequer pensar em trocá-lo!
Mais uma vez, o a é preposição pura.]

❖ Agora, vamos praticar bastante! Para as frases a seguir, selecione a ou à, as ou às,


conforme convenha. E mais uma coisinha: às vezes, a preposição a pode fundir-se com
o a inicial de outra palavra, então... Fique de olho!!!

a) Ontem fui a / à festa com minha família.


b) Esta poetisa escreve a / à Cecília Meireles. [Dois sentidos possíveis: para Cecília Meireles ou
à moda de Cecília Meireles.]
c) A / À vocês, meus amigos, minha gratidão.
d) Graças a / à Deus tudo deu certo.
e) Comunicaram a / à Antônia que seu marido havia sido internado.
f) Chegaram cedo a / à loja, que ainda não abrira.
g) Muito obrigado as / às empreendedoras que vieram nos prestigiar esta noite.
h) Minha amiga deu a / à sua irmã, de aniversário, uma bíblia nova, ilustrada. [Considere-
se a dupla possibilidade: a seu irmão / ao seu irmão].
i) Peço a / à você que me entregue a redação a / à mão, pois quero conhecer sua letra.
j) Abrimos de segunda a / à sexta-feira, sempre das 8h as / às 17h. [Convém ressaltar, aqui,
o emprego de estruturas paralelas com preposições puras e combinações prepositivas: de tal dia a tal dia;
das tantas horas às tantas horas. Note-se, inclusive, que não se diria, no contexto da frase, através do artifício
da troca, “de segunda ao sábado/domingo”, senão “de segunda a sábado/domingo”.]
k) A / À mim, Joana Aparecida da Silva, ninguém me entregou livro nenhum!
l) O Joaquim irá a / à escola somente na semana que vem, e de máscara!
m) Senhora poderá efetuar seu pagamento a / à vista ou a / à prazo, como preferir.
[Professor, defende-se, aqui, a real ocorrência ou não da crase, mesmo em expressões adverbiais, para as
quais certas gramáticas aconselham o acento grave à revelia do fenômeno da crase; afinal de contas, usando
mais uma vez o artifício da troca, diríamos, por exemplo, “pagamento a dinheiro” e não “ao dinheiro”.]
n) No jogo de ontem, as meninas venceram os meninos por quatro a / à zero!
o) Esse camarada discursa a / à Bolsonaro: é preconceituoso e hostil a / à democracia.
p) As / Às alunas do 2.º B, foi-lhes dito que a prova seria hoje...
q) Não voltarei nunca mais aquela / àquela fazenda, pois não suporto muriçocas!
r) Aqueles / Àqueles amigos da escola devo o melhor da minha infância e adolescência.
s) Caso estranho: uma aranha sorriu a / à outra aranha e, mutuamente, picaram-se...
[Professor, importa ver, aqui, apesar do pronome indefinido “outra”, duas leituras possíveis: “uma aranha
sorriu a outra aranha” traz a segunda aranha em indeterminação (para outra), já “uma aranha sorriu à outra
aranha” determina a segunda aranha (para a outra aranha).]
t) Aquele menino agrediu o professor a / à troco de nada.
u) A / À partir de hoje, assumiremos o caso. Voltem agora a / à sua base, policiais.
v) Ensinaram-me a / à respeitar os mais velhos e a / à defender os humildes.
w) Doei a / à biblioteca da escola boa parte dos meus livros.
x) Nada restou a / à eles, a não ser o nosso desprezo.
y) Jamais peça a / à um invejoso que cuide do seu tesouro; aliás, a / à esse tipo de gente
não se deve pedir nada.
z) Concede a / à teus irmãos todo o bem que puderes, não importando se podes muito...

Abrindo os ouvidos!
Nesta seção, você ouvirá a música “Canto das Três Raças”, uma belíssima
composição de Mauro Duarte e Paulo Pinheiro, na magistral interpretação de Clara
Nunes (1942-1983), uma das maiores cantoras e compositoras brasileiras. Você ouvirá
a canção três vezes: na primeira, atente-se à pronúncia das palavras; na segunda,
preencha as lacunas da letra e, na terceira, comprove o seu desempenho. Vamos cantar!

Ninguém ouviu Quando pode cantar


____________________ Um soluçar de dor _____________________ Canta de dor
No canto do Brasil
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Um lamento triste Ô, ô, ô, ô, ô, ô
____________________ Sempre ecoou Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Desde que o ______________ índio guerreiro Ô, ô, ô, ô, ô, ô
____________________ Foi pro cativeiro
E de lá ______________ cantou E _____________ ecoa noite e dia
É ____________________ ensurdecedor
____________________ Negro entoou ____________________ Ai, mas que agonia
Um canto de revolta pelos ares ____________________
____________________ O canto do trabalhador!
Do Quilombo dos Palmares
Onde se _____________ refugiou Esse canto que devia
Ser um canto de ______________ alegria
Fora a luta dos _____________ Inconfidentes ______________________________
Pela quebra das ______________ correntes Soa apenas como um soluçar de dor
____________________ Nada adiantou
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
____________________ E de guerra em paz Ô, ô, ô, ô, ô, ô
____________________ De paz em guerra Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Todo o povo dessa terra Ô, ô, ô, ô, ô, ô

 Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ojyql_8FqfA.
❖ Você gostou da canção? Por quê? O que destacaria de mais importante na letra ou
no próprio gênero musical? Já conhecia a cantora Clara Nunes?...

 Cultura viva
Você vai assistir agora a um vídeo do IPAM – Isntituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia sobre o mapeamento das comunidades tradicionais. Qual será função
primordial de tal mapeamento? Veja o vídeo e descubra!...

 Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=TrwqVQmRQPA&t=36s

 Exercícios de fixação – CRASE
1. Coloque o acento grave indicador da crase somente quando necessário.

a) Estou à disposição de vocês indefinidamente...


b) Iremos à casa onde morou Jorge Amado?
c) Chegaremos a Madri dentro de dez minutos.
d) Daqui a pouco começará a aula.
e) À Guaíra da nossa infância voltamos com pouca frequência.
f) Isto à senhora deve provocar engulhos, não?
g) A todos os amigos oferto meu coração...
h) Ir a Embu-Guaçu me faz voltar à minha Barretos, de alguma forma...

2. Considere esta tirinha de Armandinho:

a) No segundo quadrinho, se se trocasse a palavra “sociedade” por “jovens”, como


ficaria toda a frase?
____________________________________________________________________
Escolhi a que mais vicia e mais causa danos aos jovens.

b) Explica a ocorrência da crase nesse segundo quadrinho.


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
A crase se formou da fusão da preposição a (causar danos a alguém) com o artigo definido a antes de
“sociedade”.

3. Componha uma frase original com o que se lhe pede:


a) àqueles
____________________________________________________________________
b) à
____________________________________________________________________
c) à Ziraldo
____________________________________________________________________
d) às pressas
____________________________________________________________________
Resposta pessoal.

Você também pode gostar