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Ana Beatriz Martinez Gregorio; Crislayne Oza Chaves; Julía Peixoto dos Santos;
Luciana Paranhos Caitano; Roni Von de Paula da Silva; Safira Santos Batista; Silvia Bara
Melgaço.
RESUMO
ABSTRACT
Indigenous peoples and traditional communities constitute culturally differentiated groups that
recognize themselves in this way, and their cultural, economic, religious, social and
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organizational reproduction requires the presence of territories and natural resources liable to
be occupied by them. In this sense, it is denoted that the link established between such
populations and their traditional spaces configures an intrinsic link to their own condition of
existence. However, the relationship of interdependence in evidence turns out to be limited or
curtailed due to the impacts arising from activities carried out by different groups, under a vision
considered unsustainable to health, which, in many cases, aim to conquer regions hitherto
considered as occupied by invisibles. Thus, through observation of different types of
development and their impacts, an analysis is carried out regarding the clashes faced by
indigenous peoples and traditional communities, as well as the consequences of the conflicts to
which they are subjected.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
Nesse interim, antes mesmo dos colonos se instalarem no território brasileiro, essas
terras já se encontravam habitadas por inúmeras tribos indígenas, as quais apresentavam entre
si diferenças culturais, organizacionais, de idiomas, dentre outras. Dessa forma, o primeiro
contato estabelecido com os portugueses foi com os denominados povos originais, aqueles que
por primeiro se instalaram em solo nacional, principalmente com os que se localizavam no
litoral do Brasil.
Assim, o Brasil se tornou palco de uma imensa presença de estrangeiros, que foi ainda
mais intensificada após a Proclamação da República, em 1889. A imigração passou a ser
amplamente estimulada Governo, sobretudo pela divulgação de ideais eugenistas propagados
na época em uma tentativa de embranquecer a população. Nesse cenário, intuindo obter
melhores condições de vida, italianos, espanhóis, suíços, alemães, japoneses e outros imigrantes
adentraram em território brasileiro e fizeram morada, o que, por consequência, resultou em uma
sociedade miscigenada.
Dessa forma, há que se falar da própria diferença existente entre povos indígenas e
comunidades tradicionais em razão da evidência dada a primeira. Inicialmente, pensa-se que de
fato existe entre elas uma grande distância, mas em verdade apenas se trata de uma questão de
nomenclatura, dado que a primeira além de se enquadrar como comunidade tradicional, também
é classificada como povo original, o que não se aplica as demais comunidades, estando
englobadas nesse último, por exemplo, seringueiros, marisqueiros, pescadores artesanais,
ribeirinhos, entre vários outros.
Nesse interim, depreende-se que os grupos em questão não são definidos acerca do tema
em comento por características fenotípicas e sim pelo laço que os identifica com seu ambiente
tradicional. Denota-se, assim, a relação ímpar estabelecida entre estes e os territórios que
ocupam, perfazendo tais locais um espaço de cultura e embates, uma vez que todas as atividades
desenvolvidas neles acabam por ser limitadas ou mesmo cerceadas pelos impactos decorrentes
de ações praticadas por diferentes pessoas, sob uma visão de desenvolvimento dominante, que,
em muitas das vezes, objetivam a conquista das regiões até então consideradas como ocupadas
por invisíveis em razão do grande potencial apresentado nestas.
insustentável a saúde, ofertar apoio aos movimentos de insatisfação daqueles que são atingidos
por impactos indesejáveis das praticadas citadas.
Como explicitado, o Mapa em questão atua como uma ferramenta de luta, responsável
por apresentar os danos provocados, a população e o local atingidos por práticas insustentáveis
a saúde. O mesmo foi elaborado em 2010, apresentando um recorte de 297 casos, dos quais 202
envolviam povos indígenas e comunidades tradicionais, conforme observa Jean Pierre Leroy e
Jeovah Meirelles (2010, p.115). Atualmente o Mapa de Injustiça e Saúde no Brasil conta com
624 casos e como previsto a maior parte dos conflitos são referentes aos grupos mencionados,
servindo, portanto, como instrumento para os afetados requererem a concretização de seus
direitos ao Governo e divulgar a sociedade os problemas que têm de enfrentar.
Jean Pierre Leroy e Jeovah Meirelles (2010, p.117) esclarecem que há duas concepções
conflitantes tanto de desenvolvimento quanto ao uso de ambientes territoriais.
As duas concepções acerca do desenvolvimento são vistas, segundo Jean Pierre Leroy
e Jeovah Meirelles (2010, p. 120), de forma distinta pela sociedade, na qual a primeira, que se
utiliza do sistema capitalista estabelecido no seio social e da operacionalização do poder público
em relação aos povos indígenas e comunidades tradicionais para obter lucros, é vista como algo
benéfico e a segunda, produzida pelo grupos tradicionais, como um empecilho que atrasa o
desenvolvimento dominante de promover maiores resultados.
As comunidades citadas, por serem encaradas como uma coisa a ser superada, acabam
por ser diretamente atingidas pelos impactos oriundos das atividades extrativistas e
exploratórias executadas por grupos mercantis. Denota-se tal fato ao observar que, por exemplo,
o agro e hidronegócio, ocasionam insegurança alimentar, e que construções como vias de
acesso, ferrovias e hidroelétricas, somados a outras práticas, geram danos tão gravosos que
resultam no próprio deslocamento desses povos para regiões que não constituem seus espaços
tradicionais, promovendo assim a prática de higienização social repercutida desde a
urbanização das cidades, que consistia em retirar do meio social todos que fossem enxergados
como empecilhos.
Em 2007, durante o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, foi criado o Plano
de Aceleração do Crescimento, que visava trazer melhorias significativas para economia do
Estado brasileiro. O programa tinha como ideia central motivar o investimento de sociedades
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privadas a fim de que a infraestrutura no âmbito público viesse a crescer em igual proporção,
além de proporcionar um aumento expressivo no setor empregatício e melhorar a qualidade de
vida da população. Dessa forma, intuía-se, por intermédio dos impactos gerados pelo PAC no
aspecto socioeconômico e no capital do período, retirar o Brasil da extrema pobreza com
resultados para curto e longo prazo.
Nesse sentido, diante das promessas feitas pelo Plano de Aceleração e Crescimento que
prometia trazer inúmeros benefícios, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) veio a financiar o PAC. Com o decorrer dos anos (2007-2011), ocorreram
inúmeras modificações nos investimentos feitos nesse programa de crescimento, o que,
infelizmente, não reproduziu impactos positivos, principalmente para o ambiente usado pelos
povos indígenas e comunidades tradicionais, dado que os valores retidos se limitaram as ações
que possuíam um interesse minoritário, sem haver uma valorização social em outros percursos.
Nota-se, deste modo, que o PAC, apesar das ideias centrais, suas ações impactam
diretamente no meio social e seu desenvolvimento e em razão da má distribuição de renda e
suas riquezas, as consequências para os grupos sociais menos favorecido, em suma, é negativo
e um fator que amplia as desigualdades já existentes.
Nesse ínterim, há que se falar que um dos marcos no Plano de Aceleração e Crescimento
é a desapropriação de terras das comunidades tradicionais para oferecer vantagens fiscais aos
empresários que possuam como intuito tornar a área um setor de produção econômica. Em
análise ao Manual de Instruções do PAC, em que constam as descrições iniciais do programa,
pode-se reafirmar a intenção esboçada, ou seja, nota-se que há uma corroboração do apontado
através do que apresenta as diretrizes gerais do PAC, uma vez que fica demonstrado o interesse
econômico-político em crescimento de estruturas financeiras sem que houvesse uma preparação
para realização do feito. Assim, como consequência desta irresponsabilidade, ocorre uma
desvalorização de terras e cultura dos povos indígenas e comunidades tradicionais, o que
acarreta a marginalização destes, além da falta de interesse social com a relação existente entre
tais grupos e seus ambiente tradicionais.
Diante do exposto, entende-se que os direitos dos indivíduos frente ao PAC são
limitados as necessidades que beneficiam uma pequena parcela populacional, deixando de
contabilizar suas trajetórias e costumes.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEROY, Jean Pierre. MEIRELLES, Jeovah. In. PORTO, Marcelo Firpo; PACHECO, Tania.
LEROY, Jean Pierre. Injustiça ambiental e saúde no Brasil: o mapa de conflitos. Rio de
Janeiro. Editora, Fiocruz, 2013. P. 115-131.