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Propriedade privada, terra e território

Propriedade privada
Instituição social fundamental da sociedade capitalista

A propriedade privada é um conceito que se refere ao direito de um


indivíduo ou organização de possuir e controlar bens materiais e
imateriais, como terras, edifícios, dinheiro, patentes e marcas. Ela é
geralmente protegida pelo Estado através de leis e regulamentos que
estabelecem os direitos e deveres dos proprietários e estabelecem as
condições em que a propriedade pode ser adquirida, transferida ou
perdida
Base da estrutura de classes -> origem das desigualdades sociais e econômicas.

 Propriedade privada dos meios de produção: revelam as classes sociais.

Território

O território é a dimensão do espaço habitado, delimitado fisicamente com


limites físicos de caráter político/administrativo. O território é fruto de sua
história que se manifesta no presente, portanto, um espaço dotado de
heranças, sobre as formas das estruturas, da cultura e das relações sociais,
apresentando-se como uma condição herdada

É um recorte espacial definido e delimitado por meio da


análise das relações de poder. Ele pode estar atrelado a um
Estado, como no caso de um país, ou ainda a um determinado
grupo social, sendo em geral marcado pelo estabelecimento de
fronteiras, que podem ser fixas ou fluidas

Diversidade étnico-cultural
1) Comunidades quilombolas
Entre os povos e comunidades tradicionais do Brasil estão os Quilombolas, Ciganos,
Povos de Terreiro, entre outros.

As comunidades remanescentes de quilombo integram os grupos étnico-raciais que


constituem os Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. Conforme
especifica o Decreto n. º 4.887/2003, consideram-se remanescentes das comunidades
dos quilombos grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto atribuição, com
trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção
de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

O artigo 3º, inciso I, do Decreto 6.040/2007 define como Povos e Comunidades


Tradicionais os "grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais,
que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam território e
recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa,
ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição".

Atualmente, o estado de Mato Grosso do Sul reúne um contingente de 18 comunidades


remanescentes de quilombos reconhecidas pela FCP (Fundação Cultural Palmares) e
que estão com processos abertos no INCRA (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária) – órgão responsável pelo reconhecimento, identificação, delimitação
e titulação dos territórios quilombolas – nos quais se reivindica a regularização fundiária
de seus territórios tradicionais.

A pesquisadora Manuela Areias, professora da UEMS, ressalta que os quilombos não


pertencem somente ao passado escravista. Tampouco se configuram como
comunidades isoladas, no tempo e no espaço, sem qualquer participação em nossa
estrutura social. “Ao contrário, são quase quatro mil comunidades quilombolas
espalhadas pelo território brasileiro, que se mantêm vivas e atuantes, lutando pelo
direito de propriedade de suas terras, garantido pela Constituição Federal desde 1988,
entre outras políticas públicas”, enfatiza.

2) Povos indígenas

São chamados de povos originários, pois habitavam essas terras antes da


colonização. São compostos por diferentes grupos étnicos culturalmente diferentes
da sociedade não indígena. Nesse sentido, não existe o “índio genérico”, mas
grupos étnicos como: Terena, Kadiweu, Guaranis, Tupinambas, Ofaié etc.
Ainda de acordo com dados do censo do IBGE (2010), a população brasileira
soma 190.755.799 milhões de pessoas. Sendo que 817.963 mil são indígenas,
representando 305 diferentes etnias. Foram registradas no país 274 línguas
indígenas.

Em Mato Grosso do Sul, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena


(SESAI/MS), a população indígena soma 80.459 habitantes, presentes em 29
municípios. Representados por 08 etnias: Guarani, Kaiowá, Terena, Kadwéu,
Kinikinaw, Atikun, Ofaié e Guató.
Que se comunicam na sua língua mãe, sendo essas: Guarani, Terena, Kadwéu,
Guató, Ofaié e Kinikinaw.

A forma indígena de uso das terras não se insere em uma lógica comercial, pois seu
tekoha (terra sagrada) tem um sentido simbólico e cultural que envolve noções de
parentalidade, espiritualidade, cultura etc, ou seja, a terra exerce um papel para além
da simples produção de insumos agrícolas para os povos indígenas, constituindo-se
como um local de moradia e de exercício da vida comunitária.

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