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DMITRI

Relatos a favor

Quando o acusado se acalmou voltou a relatar os fatos. Contou como,


escalando o muro, saltara ao jardim de seu pai e chegara à janela, bem como tudo o
que tinha acontecido perto da janela. E como sentiu desesperadamente saber se
Gruchenka estava ou não na casa de seu pai. Relatou que para o pai ir abrir a janela,
ele decidira dar o sinal que indicava a presença de Grúnchenka. “Fugi da janela e corri
rumo ao muro... Meu pai sentiu medo - foi nesse instante que ele me viu pela primeira
vez. Ele deu um grito e saiu da janela e eu atravessei o jardim rumo ao muro. Foi então
que Grigóri me agarrou, quando já estava em cima do muro.. Questionado sobre se ao
fugir da janela, se a porta que dá para o jardim, no outro extremo da casa, estaria
aberta ou fechada, a testemunha disse que não estava aberta. E questionou quem
poderia abri-la. Então foi informado pelo promotor que o assassino de Fiódor
Pávlovitch teria entrado por essa porta e saído pelo mesmo caminho. Sendo evidente
pela investigação da cena do crime, que o crime não tinha sido cometido através da
janela, mas no interior do quarto. Assim, o acusado afirmou que NÃO entrou no quarto,
pois a porta estava fechada, e que o único local que esteve na propriedade foi abaixo
da janela. Acrescentou ainda: “E, mesmo se não me lembrasse, eu saberia, de
qualquer forma, já que só eu e Smerdiakov conhecíamos esses sinais, só nós dois e o
finado, e sem os sinais ele não abriria a ninguém.” Quando questionado sobre esses
sinais, contou como eram e quais seus significados, e o principal era o que afirmava
que Grúchenka estava na propriedade de Fiódor Pávlovitch. (Dmitri Fiodor - página 2
dos depoimentos)

Nunca em minha vida emprestei ao infeliz Dmítri Fiódorovitch Karamázov (pois, apesar de
tudo, agora ele é um infeliz) três mil rublos, nem, aliás, quantia nenhuma, nunca, jamais!
Isso eu juro por tudo o que há de sagrado em nossa terra. (indivíduo infeliz= desprovido de
sorte, sem sucesso) (Declaração de Khokhlova)

Relatos contra

-Quando questionada sobre a quantia de dinheiro que Dmitri tinha em mãos, disse:
“Não sei quanto dinheiro ele tinha. Sei que ele deu dinheiro aos poloneses
(Musialowicz e Wrónlewski). (Piotr Fomitch - página 9 dos depoimentos)

-questionada sobre ter recebido algum valor de dmitri, afirmou que foram subornados
(ele e wróblewski) no quarto vizinho, por três mil rublos, setecentos em dinheiro vivo e
dois mil e trezentos “amanhã de manhã, na cidade” (Musialowicz - página 10 dos
depoimentos)
A testemunha confessa ter pego emprestado 10 rublos de Dmítri e que
devolveria esse dinheiro. Quando perguntado quanto dinheiro Dmítri tinha, a
testemunha afirmou que ele tinha em mãos vinte mil rublos. Quando questionado se
ele já havia visto vinte mil rublos antes ele disse que
“Acho que sim, eu vi, não vinte mil rublos, mas sete quando a minha esposa hipotecou
a minha propriedade. Ela só me deixou ver de longe e vangloriou-se diante de mim.
Era um maço muito grande de dinheiro.” (Maxímov - página 11 dos depoimentos)

Questionada sobre a questão capital, os três mil rublos, a testemunha afirmou:


“Um mês antes, “Mítia havia, de fato, gasto 3 mil rublos, eu não contei pessoalmente,
mas ele me disse”. Questionada sobre se Dmitri havia dito o valor que tinha na frente
de terceiros ou a sós, ela afirmou: “Eu ouvi ele falar diante de terceiros, mas também
ouvi os outros falarem isso. Questionada sobre que foi descoberto que durante o mês
inteiro Dmítri não tinha um copeque e você sabia disso, ela afirmou: “Ele estava
esperando receber dinheiro de seu pai”. Questionada se Dmítri disse em sua presença
que tinha a intenção de atentar contra a vida do próprio pai, ela afirma: “Sim, ele dizia”
Ele o mencionou diversas vezes, sempre em fúria. No entanto, eu nunca acreditei,
porque eu contava com a nobreza de seu caráter (Gruchenka - página 12 dos
depoimentos)

Questionado se gostava da vítima Fiódor Pávlovitch e se havia brigas incessantes


entre eles, afirmou que desejava mata-lo, desejou várias vezes. Questionada sobre
quais motivos teria para odiar seu pai, ela respondeu: “O que há a explicar? Eu não
escondia os meus sentimentos, a cidade toda sabe, todo mundo conhece na taverna.
No mesmo dia, à noite, bati em meu pai e quase o matei, jurei voltar para mata-lo,
perante testemunhas... Oh! Há mil testemunhas! Eu gritei o mês inteiro, todo mundo é
testemunha... O fato é evidente, o
fato fala, grita por si mesmo, mas os sentimentos, senhores... isso é diferente.” Eu
mesmo
estou triste até os ossos, pois afinal quem o matou então, senão eu? Não é verdade?
Se não
fui eu, então quem foi? Eu quero saber onde ele foi morto, como e com que arma.
Digam-me. (Dmitri Fiodor - página 1 dos depoimentos)

Detalhou que quando soube que Grúchenka mentira para ele, quando foi a casa dela e
falou com Fênia, sobre Grúchenka estar na casa do “velho” até a meia-noite, afirmou
que: “Se, naquela hora, eu não matei aquela Fênia, senhores, foi só porque eu estava
com muita pressa”. Ao ser mostrado a arma do crime para o acusado e ter sido
questionada sobre seu conhecimento disso, afirmou que não tinha nenhum objetivo
em ter pego o pilão ao sair da casa de Gruchenka na presença de Fênia. Mas em
seguida relatou que colocou o pilão no bolso para se proteger dos cães de rua, pois
estava escuro e na dúvida era melhor ter algo com o que se proteger. (Dmitri Fiodor -
página 2 dos depoimentos)
Respostas as possíveis perguntas

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