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Entretanto, todos sabemos que não é possível ser feliz, mas apenas estar feliz.
Vivemos numa eterna busca por aquilo que nos agrada e numa eterna fuga daquilo, ou
luta contra tudo aquilo que nos desagrada.
A vida assim vivida pelo homem natural, é uma colcha de retalhos, formada por
situações cujo grau de felicidade proporcionado varia da dor à alegria, em infinitos
graus de intensidade e permanência, sobre as quais no entanto temos em geral pouco
controle. E mesmo nos momentos de felicidade, nossa satisfação não é completa,
jamais estamos plenamente satisfeitos e sempre buscamos novas sensações.
Entretanto, o que poucos sabem, é que existe uma forma de vida que proporciona uma
permanente felicidade.
Impossível? Não, esta forma de vida existe e é acessível a todo ser humano,
independente de sua condição social, física ou intelectual.
A chave para esta vida de permanente felicidade está numa completa mudança de
atitude com relação à busca da gratificação pessoal. Ao invés de buscar aquilo que
agrada a si próprio, buscar prioritariamente fazer sim, aquilo que agrada a Deus.
Esta é a mudança de atitude que caracteriza todo aquele que se rende a Cristo e
entrega a Ele a sua vida. É a nova atitude do homem realmente convertido de seus
maus caminhos e portanto regenerado por Deus.
Mas agradar a Deus não é, como a principio possa parecer, simplesmente fazer "a
coisa certa", ser "bom caráter" ou coisas do gênero, aprendidas de alguma
autoridade ou de algum livro, ainda que este livro seja a Bíblia. Pois está escrito:
O versículo diz "deleita-te ... no Senhor" e não "deleita ... o Senhor", ou seja,
para agradar a Deus, é necessário primeiro nos agradamos dele.
Deus não se deixa bajular, nem se agrada de falsos adoradores, que praticam
sacrifícios e caridade, mas não abrem mão de seus vícios e de seu orgulho:
Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua
boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o
seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de
homens, aprendidos de cor; (Is 29:13)
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu
nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos
muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos
de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mt 7:22-23)
Assim, quando nos agradamos do Senhor, Ele realiza as coisas que deseja o nosso
coração, pois então nosso coração se torna semelhante ao dele.
Nos esvaziamos de desejos frívolos, mesquinhos e egoístas, para sonhar os sonhos de
Deus e realizar a sua vontade e, surpreendentemente, nos alegramos imensamente
com isto.
Quando se tem um coração assim transformado, passa-se a viver uma vida em uma
nova dimensão, em um novo patamar, permeada por um sentimento constante de paz
e plenitude, de comunhão com Deus, isto é, de verdadeira felicidade.
Felicidade que nenhum contratempo, nenhum sofrimento, nenhuma luta pode destruir,
porque passamos a amar a Deus. O apostolo Paulo traduz magnificamente a solidez
deste sentimento, deste novo estado de ser, diante das tribulações do mundo, pois
aprendemos a confiar no poder e na força deste Deus:
Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as
coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome;
tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as
coisas naquele que me fortalece. (Fp 4:12-13)
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor,
seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda
a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse amor, nada seria. (1 Co 13:1-2)
Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a
blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. (Mt 12:31)
Aquele que veio a conhecer a Deus e o repudia, por qualquer motivo que seja, comete
o mais torpe dos pecados, porquê repudia o amor de Deus.
Nenhuma outra coisa entretanto pode nos fazer deixar de amar a Deus, conforme
afirma o apostolo Paulo. Paulo escreveu coisas maravilhosas em suas cartas, mas a
meu ver nada do que escreveu se compara, pela beleza e a segurança do sentimento
que exprimem, com os versículos a seguir de sua carta aos Romanos:
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem
principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Rm 8:38-39)
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