Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXPEDIENTE ÍNDICE
1
MIP EXPERIENCE - VOL 11
O Programa MIP EXPERIENCE promoverá a interação e troca de experiências práticas entre diversos elos
da cadeia do agronegócio até o consumidor.
Este Selo já está em fase de validação e suas pre- em webinars com a participação de convidados
missas estão sendo testadas em condições reais especiais, mesa redonda na Hortitec (23 de junho
de produção comercial agrícola. Nos três primei- de 2022) e em outros encontros técnicos e cientí-
ros módulos do programa (maio de 2020 até de- ficos.
zembro de 2021) foram desenvolvidos protocolos
A ideia é, cada vez mais, aproximar o agricultor
que agora estão sendo validados com o apoio de
produtores parceiros. das tecnologias aportadas no programa, demons-
trado de forma prática e em área comercial, que
MIP EXPERIENCE 2022 é possível sim, transformar o conceito de MIP em
Desde abril de 2022 iniciamos um novo ciclo do melhores resultados com economia de recursos
programa com a execução das atividades em áreas e melhor rentabilidade. Como a participação ati-
de produção comercial de hortaliças em empresas va, envolvimento e apoio de todos os agentes da
agrícolas parceiras do programa. Também apre- cadeia do agronegócio, incluindo o varejo, nosso
sentaremos o tema e os resultados do programa propósito será cumprido com êxito.
Marcelo Poletti
CEO e Fundador
PROMIP
4
QUEM MANDA NO SEU
CULTIVO? VOCÊ OU A
LAGARTA-DO-CARTUCHO?
Conheça o seu mais novo aliado
no combate a essa praga!
promip.agr.br/baculomip-sf
ATENÇÃO: ORGANISMOS VIVOS DE USO RESTRITO AO CONTROLE DE PRAGAS. CLASSE TOXICOLÓGICA NÃO
DETERMINADA DEVIDO À NATUREZA DO PRODUTO (INSETICIDA MICROBIOLÓGICO). LEIA ATENTAMENTE E
SIGA RIGOROSAMENTE AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO E BULAS DE CADA PRODUTO. REGISTRO NO
MAPA – Nº 02021 (BACULOMIP-SF). PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS COM USO APROVADO PARA A AGRICULTURA
ORGÂNICA. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E FAÇA MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS.
5
MIP EXPERIENCE - VOL 11
tecnologia e assessoria técnica a produtores ru- a rastreabilidade, instalar novas tecnologias, insu-
rais. Temos um manejo dirigido para cada pro- mos, assistência técnica no campo e nas pesquisas.
duto. Por exemplo, o pimentão, que em 2013 era
Temos que mudar paradigmas. O varejo não ado-
o vilão dos agrotóxicos numa análise da ANVISA,
ta uma política de educação ao consumidor, que
hoje é o protagonista do manejo biológico, alcan-
certamente não se importaria de pagar mais por
çando mais de 95% em conformidade em testes
um alimento com valor agregado e seguro.
cegos que fazemos no campo.
O Sr. mencionou o exemplo do pimentão. Quais
Por que muitos produtores ainda não utilizam
os desafios de aumentar a produtividade e sus-
o Manejo Integrado de pragas?
tentabilidade na produção do legume tão con-
Falta de conhecimento e consequentemente a sumido no Brasil?
visão de custos.
Quando o produto foi eleito pela ANVISA como
Neste caso acredito que a visão de custos é rela- um dos maiores alimentos com resíduo químico,
tiva entre “prevenção” ou “investimento” do que decidimos usar conhecimento e tecnologia para
“custos” ou “despesas” (claro que o momento que mudar o manejo na produção.
estamos vivendo é de aumento considerável de
Hoje usamos o manejo integrado com 60% bio-
custos no setor de insumos). Ao meu ver, utilizar
lógicos e 40% químico. No caso dos bilógicos
o Manejo Integrado de Pragas significa trabalhar
nós dividimos em duas linhas: Macro (insetos do
de forma preventiva, evitando ou diminuindo
BEM) e micro (Microrganismos) para entregar
eventuais despesas futuras.
um produto com mais de 95% de conformidade.
O custo é um empecilho. Esse produtor que usa Isso prova que o conhecimento e a tecnologia
defensivo químico indiscriminadamente está fa- que existem já permitem produzir um alimento
zendo uma conta simples e não contabiliza que realmente seguro.
está tendo excesso de gastos e também os danos
ambientais. A conta, principalmente no quesito
Ambiental, vai chegar mais cedo ou mais tarde.
Esse abismo entre os grandes produtores e os
médios e pequenos já melhorou muito com os
parâmetros do Comitê Minor Crops, do MAPA,
que integra agências públicas e privadas a fim
de aumentar o número de produtos registrados
para uso nas culturas do setor HF, gerando mais
opões de insumos com custos mais atrativos,
sempre respeitando a legislação vigente.
O manejo biológico não é necessariamente mais Outro desafio é a distribuição. No nosso caso,
caro e se for utilizado de maneira correta, pode abastecemos o mercado em caminhões refrige-
até igualar os custos, se comparado ao uso de rados com +/- 5 Graus Positivos, rodando pelas
químicos. Acima de tudo, o manejo biológico traz estradas “de asfalto brasileiro” e todas as intem-
muitos benefícios a médio e longo prazos para o péries climáticas, como as chuvas torrenciais que
ecossistema local – saúde do solo, da água, do ar, necessitam mudar a logística de rotas para aten-
da fauna e flora. der o varejo.
Por que o produtor ainda não consegue ser re- Como em todo negócio essencial para a popu-
munerado (como deveria) pelos seus esforços lação, como a produção e abastecimento de ali-
e boas práticas no campo? mentos, se tiver uma política pública aliada com
investimento privado e incentivos, o resultado será
Falta de real gestão e administração das suas muito melhor: com produtividade, menos perda e
operações de produção e comercialização. O au- desperdício e mais segurança do alimento.
mento de custos dos insumos também é um fato
que agrava este cenário. Somando-se a esses fa-
tores, a falta de reconhecimento é uma realidade.
Thiago Moreira
Valorizar o investimento no conhecimento para Diretor de Qualidade
manter boas práticas de produção, adequar sis- Grupo MNS
temas para conseguir as certificações, implantar
8
9
MIP EXPERIENCE - VOL 11
1 GRAVENA, S. & BENVENGA, S. R. Manual Prático de Manejo Ecológico de Pragas do Tomate. Jaboticabal, 2003, 144p.
11
MIP EXPERIENCE - VOL 11
grave como citado no artigo anterior. Mesmo as- bolim, da Universidade Federal de Viçosa que tem
sim nunca se desistiu de incrementar mais táticas trabalhado muito em prol do MIP-Tomate.
ecológicas como os níveis de não-ação, manejo
Campos Demonstrativos e Difusão do MIP/MEP.
ambiental e os micro e macro biodefensivos na
Foram vários campos demonstrativos espalhados
prática do manejo.
pelo Estado de S. Paulo e às vezes fora do Estado.
Manejo Integrado/Ecológico de Pragas no To- Impossível lembrar e citar todos que colaboraram,
mateiro. A primeira ideia de MIP em tomate foi mas foram muitos e agradecemos o empenho dis-
expressa em palestra solicitada pelo Prof. M. G. C. posto na época. Os primeiros campos foram em
CHURATA-MASCA, UNESP de Jaboticabal-SP, a ser Cosmópolis-SP realizados com apoio da AgrEvo
ministrada por nós durante o 24º. Congresso de na época implantados em maio de 1997, toma-
Olericultura e Reunião Latino-Americana de Oleri- te de crescimento indeterminado (estaqueado) e
cultura, em Jaboticabal-SP, em julho de 1984. Nes- em todos eles o esquema era de blocos pareados
te mesmo ano, em outubro, 16-18, solicitado pela A-MEPD(Manejo Ecológico de Pragas e Doenças) e
Associação de Engenheiros Agrônomos do Ceará B-MCPD(Manejo Convencional de Pragas e Doen-
e indicado pelo Prof. Xico Graziano, da Economia ças) com avaliação de insetos, ácaros pragas e ini-
da UNESP de Jaboticabal, fomos até Ubajara-CE, migos naturais. Conclui-se que com o MEPD ob-
ministrar curso de MIP-Tomate envarado para 33 teve-se redução do uso de pesticidas em 45% em
profissionais do Estado, com aulas teóricas e prá- relação ao MCPD, baseado no programa de calen-
ticas, num total de 24 horas com certificado. Na dário usado pelo produtor de Cosmópolis. Em se-
ocasião reforçamos a ideia de MIP-Tomate no Bra- guida, também com apoio da AgrEvo, antiga Hoe-
sil e demos início a pesquisa e desenvolvimento chst, sob comando de Hideo Dodo, e com apoio do
de estratégias e táticas de manejo para a difícil ta- Instituto Nacional de Tecnologia, sob orientação de
refa de redução das 36 pulverizações dos cultivos Irene Baptista de Alleluia, montamos campos de-
estaqueados e 16 dos rasteiros. Ao mesmo tempo, monstrativos em Paty de Alferes-RJ. A redução do
outros autores como a Ana Maria Primavesi lança- uso de Pesticidas foi de 22% e de inseticidas foi de
va o livro Manejo Ecológico de Pragas e Doenças, 38%, tendo sido adotado nas plantações da família
1990, baseado em seu incansável trabalho ecológi- Rachid nas safras seguintes. Continuando ainda
co de grande repercussão. Quanto ao tomate, teve em Paty de Alferes, com mais campos, em abril de
poucas referências de técnicas ecológicas de ma- 1998, Todos os campos até agora eram variedade
nejo de pragas, mas era o início. Débora. Neste campo notamos uma importante
Em 2014 a Embrapa lança uma revisão de táticas evolução nos resultados, conseguimos com MEPD
completa sobre o MIP-Tomate, Circular Técnica reduzir em 62% o uso de inseticidas e 26% na de
129, Alexandre P. Moura e Colaboradores. Neste fungicidas. Os campos seguintes foram em Mogi
artigo não abordamos estudo de táticas e sim sis- Guaçu-SP, em março de 1998. Foram na proprieda-
temas. Outros autores também tiveram expressão de do Sr. Clovis Ferreira Filho. Já a redução do uso
no MIP-Tomate e um deles é o Prof. Laercio Zam- de inseticidas no MEPD foi menor, mas houve, 15%
Manejo Ecológico
300
Nº de insetos / 60 ponteiros
2 Tripes Pulgão
+ Fig. 1 - Campo experimental
250 3
Mosca Branca Vetores Totais
rasteiro testando estratégias
200 Pulverização alvo de manejo comparando com
3 Manejo Ecológico de Pra-
150 3 + Pulverização conjugada
+ 4 gas do Tomate pelo CEMIP-
4 11
100 11 7
12
+
14
+ Unesp. Araçatuba-SP, 2000.
1 + 13 12
Nível de ação 11
60 14
+
50 16
0
4 7 10 13 17 20 26 29 31 38 45 52 59 66 70 81 84 87 91 96 98 103 105 110 115
12
de inseticidas e 6% de fungicidas. O campo que de- Estão preparando a fazenda para certificação e
mandou depois foi em tomate industrial, ou seja, rastreabilidade da produção, sob orientação de
de crescimento determinado, em Araçatuba-SP, Sérgio Benvenga. Historicamente iniciou-se nos
em Maio de 2000. Foi a pedido da Parmalat S/A e idos anos 1990 juntamente como o Mallmann, se
da empresa Aventis da época. Foi instalado blocos constituindo na época que perdura até os dias de
pareados comparando-se o MEP, sistema da Grave- hoje dos raros produtores de tomate que tiveram a
na Ltda com o MCP, sistema do produtor. O uso de perspicácia de aceitar nossas orientações emana-
inseticidas com o MEP foi de 10 pulverizações e 19 das da UNESP de Jaboticabal, CEMIP, na forma de
na do MCP, com redução de 48% Fig.1. extensão, resultado de pesquisa no Departamen-
to de Entomologia. Isso em tomate é uma glória,
O importante é que neste tempo de estudos do
pois é uma cultura de difícil conciliação ecológica,
MEP-Tomate, alguns produtores significativos fo-
que depende muito da resiliência do produtor.
ram adotando o sistema MEP e dois deles foram
clientes da Gravena Ltda por mais de 20 anos tendo Pesquisa e Conclusão. Os vários campos de-
como consultor agregado o Dr. Sergio Benvenga, monstrativos foram unânimes em reduzir signi-
nosso colaborador desde a fundação da Gravena ficativamente o número de pulverizações, mas
até a sua transferência para a SGS em 2015. Atual- para não ter dúvida nenhuma das vantagens
mente ele atua como Consultor independente. científicas do MEP em relação ao MCP instala-
mos 2 ensaios de comparação dos sistemas MIP-
Adoção por Mallmann e os Andrades. O MIP/
Tomate em blocos casualizados com 6 repetições
MEP das extensas áreas de produção de tomate
sendo um no sistema indeterminado no Sítio
do Senhor Nelson Mallmann tinha a nossa aten-
Horto Florestal, Jaboticabal-SP e outro no siste-
ção, era o nosso cliente de tomate, através do tra-
ma determinado do Sítio Santa Clara, Monte Al-
balho do Sergio e o time de Inspetoras de Pragas
to-SP, GRAVENA et al.(2009)2. O primeiro estava
incansáveis e capacitadas. O outro grupo que ado-
circundado por áreas naturais de matas sem to-
tou o MIP/MEP-Tomate foi o da família Andrade,
mate, portanto sem imigração de mosca branca
também produtores de tomate como o Mallmann.
e outras pragas do tomate Figs. 2 e 3.
Lauro e Claudio Andrade, sob administração de
Lauro ainda está sob consultoria do Sergio, ago- Do MIP-Gravena para o MCP-Fabricante a redu-
ra autônomo. Eles continuam plantando tomate ção das pulverizações foi de 73% e com produção
estaqueado em Monte Mor-SP em larga escala. do MIP em 7% a mais. O segundo que foi instala-
Fig. 2 - Campo experimental estaqueado testando estratégias de manejo comparando com Manejo
Ecológico de Pragas do Tomate pelo CEMIP-Unesp Jaboticabal-SP, 2009.
2 GRAVENA, S., BENVENGA, S. R., SILVA, J. L. da, GRAVENA, R. e GRAVENA, A.R. Comparação de Sistemas de
Manejo de Mosca Branca e outras pragas em Tomate. Gravena, Santin, GRAVENA – Pesquisa, Consultoria, e
Treinamento Agrícola Ltda. Jaboticabal-SP, 2008 24p.
13
MIP EXPERIENCE - VOL 11
Fig. 3 - Ato de amostragem de Mosca Branca, Pulgões e Tripes no MEP do Campo experimental do
CEMIP-Unesp, 2009.
promip.agr.br/trichomip-p
ATENÇÃO: ORGANISMOS VIVOS DE USO RESTRITO AO CONTROLE DE PRAGAS. CLASSE TOXICOLÓGICA NÃO
DETERMINADA DEVIDO À NATUREZA DO PRODUTO (INIMIGOS NATURAIS). LEIA ATENTAMENTE E SIGA
RIGOROSAMENTE AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO E BULAS DE CADA PRODUTO. REGISTRO NO MAPA –
Nº 8815 (TRICHOMIP P). PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS COM USO APROVADO PARA A AGRICULTURA ORGÂNICA.
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E FAÇA MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS.
15
MIP EXPERIENCE - VOL 11
Trichoderma no Manejo
Biológico do Mofo Branco
Com mais de 250 espécies
O fungo Trichoderma spp. é considerado atual- descritas na literatura,
mente um dos mais importantes agentes de con- Trichoderma spp. é
trole biológico na agricultura. Com mais de 250 um fungo versátil que
espécies descritas na literatura, Trichoderma spp. além de apresentar alta
é um fungo versátil que além de apresentar alta capacidade de colonizar
capacidade de colonizar a rizosfera das plantas, a rizosfera das plantas,
também é capaz de parasitar outras espécies de também é capaz de
fungos e decompor a matéria orgânica do solo. E parasitar outras espécies
por possuir tais características, é que este fungo se de fungos e decompor a
tornou um dos microrganismos mais estudados matéria orgânica do solo.
para o uso de controle biológico na agricultura.
16
Trichoderma é um fungo habitante de solo facil- defesa. De forma direta, tem-se o parasitismo
mente encontrado em solos de regiões de clima que é quando o fungo interfere diretamente no
temperado e tropical. São fungos filamentosos, crescimento e na sobrevivência do patógeno,
com colônias de coloração esverdeada, que cres- crescendo em sua direção e degradando a pare-
cem rapidamente sobre o seu substrato, sendo de celular pela secreção de enzimas líticas, como
capaz de decompor a matéria orgânica, interagir quitinases, celulases, glucanases e proteases. Ou-
com outros fungos realizando o controle biológico tro mecanismo de controle utilizado pelo fungo
e estabelecer interações benéficas com as plantas. Trichoderma é a antibiose, onde através da pro-
dução de substâncias tóxicas é possível inibir
ou suprimir o patógeno alvo. Trichoderma spp.
também pode, por meio da competição promo-
ver o controle de fitopatógenos, competindo no
ambiente tanto por nutrientes, como por espaço,
prejudicando o processo de infecção do patóge-
no na planta.
fungo com raízes das plantas também desenca- A aplicação dos produtos à base de Trichoderma
deiam uma série de alterações morfológicas e rea- spp. pode ser realizada via tratamento de semen-
ções bioquímicas, que levam à ativação dos seus tes, aplicação no sulco de plantio ou pulverização
mecanismos de defesa contra fitopatógenos. foliar e essa escolha depende da espécie de Tri-
choderma e do patógeno alvo. No caso de S. scle-
Um dos principais alvos dos biofungicidas à base
rotiorum, na cultura da soja, por exemplo, para a
de Trichoderma, registrados no Brasil, é o fungo
maioria dos produtos as aplicações são via pulve-
Sclerotinia sclerotiorum, causador do mofo-bran-
rização foliar e de forma preventiva, ou seja, antes
co, uma doença com uma ampla gama de hos-
da observação de desenvolvimento do patóge-
pedeiros, que infecta a maioria das plantas cul-
no. Geralmente recomenda-se que se realize as
tivadas e de importância econômica no Brasil. O
aplicações em V2 e posteriormente no início do
mofo-branco é uma doença que se torna mais
florescimento. Essas recomendações de melhor
severa em condições de alta umidade e tempe-
época de aplicação e a dosagem ideal para cada
raturas amenas, variando de entre 15 °C e 21 °C.
patossistema deve ser seguida de acordo com o
Nessas condições, o fungo se multiplica rapida-
consta na bula do produto registrado. Outro fator
mente, causando sintomas que são semelhantes
importante para a utilização de produtos à base
nas diversas culturas hospedeiras, como lesões
de Trichoderma são as condições climáticas no
amareladas no caule das plantas que evoluem
momento que se faz a aplicação, pois o agente
para uma coloração marrom, com aspecto de
de biocontrole, assim como o patógeno, necessi-
uma podridão mole. Em seguida, com o desen-
ta de condições ideais para o seu desenvolvimen-
volvimento do fungo ocorre a formação de um
to. Assim, para garantir a eficácia dos produtos
micélio branco e denso que se espalha para qual-
utilizados é importante sempre realizar as aplica-
quer outra parte aérea da planta com a qual te-
ções com as temperaturas mais amenas, no fim
nha contato. Posteriormente, esse micélio dá ori-
do dia, para evitar incidência de luz solar direta
gem aos escleródios, estruturas de sobrevivência
logo após as aplicações. Ao tomar esses cuidados,
do patógeno que podem sobreviver no solo na
se garante as condições necessárias para que o
ausência do hospedeiro, por muitos anos.
Trichoderma spp. possa se estabelecer no cultivo
e fazer o seu papel como agente de biocontrole.
A B
Diante de todos os desafios enfrentados pelos
agricultores para manter a fitossanidade das la-
vouras, a associação de diferentes medidas de
controle, incluindo o manejo biológico com o fun-
go Trichoderma spp. podem reduzir significativa-
mente a incidência de mofo-branco, permitindo
a manutenção do potencial produtivo e tornan-
do os sistemas de produção mais sustentáveis ao
longo das safras seguintes.
Praga
Os insetos da ordem Thysanoptera caracterizam-
-se pelo tamanho diminuto (1 a 1,5 mm de com- Os tripes podem ser
primento), pelas asas estreitas e franjadas, larvas encontrados na face
ápteras (sem asas) e são popularmente conheci- inferior das folhas, nas
dos como tripes, lacerdinhas, amintinhas ou bar- flores, nas brotações,
budinhos. Seu ciclo de vida inclui dois estádios ficando abrigados entre
“larvais” com intensa atividade e alimentação, dobras e reentrâncias
além de dois estágios inativos, sem alimentação, das plantas, por isso é
conhecidos como pré-pupa e pupa, que podem considerado um inseto
ser encontradas na planta ou no solo dependen- de difícil controle.
do da espécie.
Frankliniella schultzei, F. occidentalis, Thrips pal-
mi e T. tabaci (Thripidae) são as espécies mais im-
20
portantes para a horticultura brasileira, infestando Apesar dos danos diretos, o fator limitante da pro-
várias culturas, como tomate, pimentão, berinjela, dução das hortaliças são os danos indiretos cau-
entre outros. Os tripes podem ser encontrados na sados pelos tripes às culturas, devido a capacida-
face inferior das folhas, nas flores, nas brotações, de de disseminação de viroses, como o vírus do
ficando abrigados entre dobras e reentrâncias das vira-cabeça-do-tomateiro. Esse vírus possui o tipo
plantas, por isso é considerado um inseto de difícil de transmissão persistente-propagativa em que o
controle. vírus é adquirido pelas larvas do inseto, após, pelo
Danos menos uma hora de alimentação. O vírus circula
e se multiplica no corpo do inseto e este, na fase
Os tripes possuem aparelho bucal adaptado para adulta, transmite o complexo de vírus durante
raspar e perfurar os tecidos vegetais da planta e toda a vida adulta.
sugar o conteúdo das células que extravasa. Nos
locais onde são realizadas as picadas é possível Os sintomas de infecção pelo vírus do vira-cabe-
observar áreas necrosadas devido à morte dos te- ça-do-tomateiro são mosaicos, arroxeamento,
cidos, folhas com manchas irregulares de colora- manchas marrons (necróticas) nas folhas e haste,
ção esbranquiçada ou prateada, presença de pon- deformação foliar, curvatura do topo da planta,
tuações escuras (fezes), aspecto de queimadura, nanismo, anéis cloróticos ou necróticos nos frutos.
seguido de desfolha. Além disso, atacam flores, Os sintomas do vírus do vira-cabeça-do-tomateiro
causando esterilidade e/ou prejudicando o desen- são observados geralmente no topo da planta e
volvimento de frutos. nos frutos, de 7 a 10 dias após a data de infecção.
1 2
3 4
1 - Adultos de tripes; 2 - Folha de tomateiro com pontuações prateadas; 3 - Tomateiros com sintomas da doen-
ça vira-cabeça: deformação foliar, necrose e curvatura do topo da planta; 4 - Frutos com anéis amarronzados
(necróticos).
Monitoramento
ao ambiente. Dessa forma, a tomada de decisão
Muitas vezes o manejo de tripes é realizado se- para a aplicação de inseticidas deve ser feita com
guindo calendário pré-definido, gerando des- base no nível de infestação da praga em campo.
perdícios por aplicações excessivas, reduzindo a O monitoramento de pragas é uma ferramenta
população de organismos benéficos, deixando fundamental no sucesso do controle de pragas e
resíduos nos produtos e prejuízos ao homem e sustentabilidade da produção. Por meio do moni-
21
MIP EXPERIENCE - VOL 11
toramento é possível identificar os insetos presen- em cada ponto de amostragem (1m de fileira de
tes na lavoura, estabelecer os níveis populacionais, cultivo), e avaliando a quantidade de insetos pre-
porcentagem de dano, monitorar os inimigos na- sentes na superfície. Além da batedura de pontei-
turais e com essas informações tomar uma ação ros, o monitoramento de adultos de tripes pode
de controle. ser realizado com armadilhas adesivas de colora-
O nível de controle de insetos vetores de viroses, ção azul principalmente, ou amarelas, que estão
como tripes é de 1 vetor por ponteiro em média disponíveis no mercado, e ou confeccionadas com
e/ou 0,5 tripes/ponteiro em culturas de verão. O cartolinas, lonas, plásticos untadas com cola ento-
monitoramento de ninfas e adultos de tripes nos mológica. As armadilhas devem ser instaladas em
primeiros 60 dias após o transplantio da cultura é estacas na bordadura de cada cultura, na altura
realizado com a batedura de ponteiros em bande- do topo das plantas e inspecionadas diariamente
jas plásticas com fundo branco, agitando, vigoro- para identificação da entrada dos insetos na área
samente as folhas da região superior das plantas e localização de focos de infestação.
1 2
24
Nutrição de Plantas e a
Sustentabilidade na Produção de FLV
e a boa nutrição bem como para a prevenção de rando o que já existe de nutrientes disponível no
doenças crônicas, incluindo a obesidade e o câncer. solo, a demanda de nutrientes específicas para a
planta que está sendo cultivada e o equilíbrio nu-
Por isso, a busca da sustentabilidade em produção
tricional de modo que nenhum nutriente limite o
de FLV deve abranger diversos aspectos, tais como
desenvolvimento da planta, assim como não haja
a adequação do manejo, utilizando as melhores
nutrientes em excesso que possam ser perdidos
práticas agronômicas; o emprego de técnicas que
por processos como lixiviação, volatilização, entre
promovam a racionalização do uso de insumos
outros fatores que podem diminuir a sustentabili-
como fertilizantes, defensivos; a otimização da
dade da produção.
produtividade na mesma área plantada, aumento
da qualidade da produção e a diminuição dos im- Plantas bem nutridas são mais responsivas, pro-
pactos ao meio o ambiente. duzem mais na mesma área de cultivo, são mais
saudáveis, toleram melhor pragas e doenças, con-
A nutrição de plantas exerce um importante papel
tribuindo para o uso racional de defensivos e para
no alcance de um manejo sustentável, começan-
a eficiência de métodos como controle biológico
do pelos princípios básicos, como o diagnóstico
de pragas.
da área a ser cultivada através de técnicas como
análises de solo e avaliação do histórico da área, Os dados abaixo revelam resultados reais em pro-
buscando se utilizar os dados corretos na reco- dutividade e qualidade da produção de cultivos
mendação de nutrição e plantas para que a quan- quando as boas práticas de nutrição de plantas
tidade de fertilizante aplicada seja ideal e conside- são adotadas com as soluções nutricionais Yara:
Quando adubamos usando fontes amoniacais danos ambientais e tornando o sistema mais
existem alguns processos naturais que ocorrem sustentável. Já fontes com sulfato de amônio e
no solo através da ação de bactérias, como o pro- ureia são mais danosas, pois a primeira forma de
cesso de nitrificação, esse processo transforma o nitrogênio que se disponibilizará para as plantas é
nitrogênio que está na forma amoniacal em nitro- a amoniacal, no caso da ureia, que normalmente
gênio na forma nítrica, o que geralmente é bené- é a fonte mais barata de nitrogênio, ainda temos
fico no aspecto de eficiência da nutrição, porém outro ponto fundamental a considerar. Antes da
esse processo libera para a atmosfera o óxido ni- disponibilização do nitrogênio amoniacal para as
troso, um gás causador de efeito estufa cujo po- plantas, o nitrogênio na forma amídica, que é a for-
tencial de dano é quase 300 vezes maior do que o ma inicialmente existente na ureia, precisa sofrer
algumas transformações. Durante esse processo
dano causado pelo dióxido de carbono.
ocorre um fenômeno conhecido como volatiliza-
Portanto, quando usamos a maior parte da nu- ção que pode gerar perdas de nitrogênio passan-
trição com fontes nitrogenadas nítricas, como do de 80% em algumas situações, tornando a adu-
o nitrato de cálcio, estamos causando menos bação menos eficiente.
27
MIP EXPERIENCE - VOL 11
28
Aspectos relacionados às fontes dos nutrientes Emissões e gasto de energia com fertilizantes:
são muito importantes também para a sanidade valores usados na Europa
e a qualidade do produto colhido. Por exemplo,
plantas nutridas com nitratos de cálcio em geral UR NA SA ST KCI
Fertilizante (46) (34) (21) (48) (60)
tendem a sofrer menos com ataques de patóge-
nos, pois desenvolvem uma estrutura mais resis- kg CO2 Eq/kg de produto
tente nas suas paredes celulares. O cálcio também Fábrica 0,91 1,18 0,58 0,26 0,25
minimiza a ocorrência de podridões nos ápices N₂O uso no campo 2,37 1,26 0,98 0 0
dos frutos e queimaduras nos bordos das folhas,
N₂O via NH₃ 0,28 0,01 0,02 0 0
comum em situações com variações climáticas e
na disponibilidade hídrica. Assim, plantas bem nu- N₂O via lixiviação NO₃ 0,48 0,35 0,22 0 0
tridas irão produzir vegetais mais saudáveis com CO₂ Calagem 0,36 0,27 0,50 0,01 0
níveis de cálcio, magnésio, zinco, ferro além de vi-
Total (Prod+Uso)/
taminas e proteínas que influenciam na saúde do 11,19* 9,14 10,95 0,56 0,43
kg nutriente
consumidor.
Energia
51,0 41,9 38,4 2,7 5,0
Quando mencionamos as fontes de nutrientes (Mj/kg nutriente)
devemos avaliar o sistema como um todo no que *Ureia inclui 0,73kg CO₂ eq pela hidrólise no solo.
tange a sustentabilidade. Não só a emissão de
óxido nitroso nos processos que ocorrem no solo Fertilizer Europe 2011
deve ser considerada, mas o aspecto relacionado
ao processo fabril tem impacto relevante de forma Para mensurar o impacto ambiental do nitrato de
que para se produzir cada tipo de fertilizante nitro- cálcio no sistema em relação a outras fontes ni-
genado há um diferente impacto durante toda a trogenadas podemos avaliar os dados obtidos em
cadeia de produção. pesquisa realizada pela Embrapa-Meio Ambiente
no município Santo Antônio do Jardim-SP. Foram
A tabela abaixo mostra o equivalente em CO₂ por
aplicados os seguintes tratamentos: T2 – nitrato de
quilograma de fertilizantes produzidos. Note que
cálcio; T5 – Ureia; T7 – nitrato de cálcio + nitrato de
os fertilizantes nitrogenados causam maior impac-
amônio e T8 – testemunha (sem aplicação de N).
to ambiental. A ureia é o componente que com
Para todos os tratamentos (com exceção da teste-
maior impacto em dióxido de carbono (CO₂), se-
munha) a dose aplicada foi de 300 kg de N/ha, par-
guido do sulfato de amônio e do nitrato de amônio,
celadas em 3 vezes. Foram medidas as perdas por
isso considerando produção e uso no campo soma-
volatilização de NH₃ e de N₂O (figuras C e D abaixo).
dos. Nesse caso, não foi avaliado o nitrato de cálcio
que é muito usado em FLV, mas é o fertilizante Observou-se que a ureia foi a fonte que apresentou
nitrogenado de menor impacto ambiental na ca- mais perdas por volatilização de ambos os gases,
deia, comparativamente com as fontes ao lado. atingindo valores de 43,7% do total do N aplicado,
29
MIP EXPERIENCE - VOL 11
enquanto as perdas de nitrato de cálcio, tanto para de alguns nutrientes, além de conseguir atender
amônia quanto para óxido nitroso, foram estatisti- a demanda da planta no momento da sua ne-
camente iguais à testemunha, sem aplicação de N. cessidade, tornando o sistema mais eficiente.
A adubação com nitrato de cálcio + nitrato de A fertirrigação bem utilizada economiza fertilizan-
amônio volatilizou NH₃ estatisticamente igual à tes, maximiza a produção e causa menos impac-
testemunha e resultou em uma perda de N ao re- tos ambientais, porém, as fontes, doses e parcela-
dor de 2,6% do total aplicado para ambos os gases. mento de nutrientes aqui são mais importantes
que no manejo tradicional.
Gráficos: Emissão cumulativa de N₂O e NH₃ para
os tratamentos T2 (Nitrato de Cálcio), T5 (Ureia), T7 Alguns pontos imprescindíveis para o manejo ade-
(Nitrato de Cálcio + Nitrato de Amônio) e T8 (Teste- quado da fertirrigação são: o pH, a condutividade
munha, sem N). Tratamentos com a mesma letra elétrica (EC) e o índice salino da solução nutriti-
não diferem significativamente (ANOVA com Tu- va (IS), pois eles estão diretamente relacionados
ckey-HSD, p<0,05). à capacidade da planta absorver nutrientes que
afetam diretamente sua disponibilidade, além de
(C) T2 estarem relacionados com a conservação e o bom
T5
12 T7 funcionamento do sistema de fertirrigação.
a T8
10
A busca de técnicas adequadas de manejo, no
caso da nutrição de plantas observando o concei-
to 4C, fonte certa, dose certa, local certo e época
N-N₂O (kg N ha-1)
8
a correta, assim como o uso de produtos que gerem
6 menos impactos em todo o seu processo produ-
tivo são fundamentais para extrair o máximo de
4 produtividade e qualidade na mesma área produ-
a a b
a tiva, juntamente com as demais técnicas de ma-
2
c nejo adequadas e a busca por uma agricultura re-
b b b b b b b c
0
b generativa. Estes são aspectos relevantes na busca
1ª 2ª 3ª Total de uma produção de FLV sustentável.
Aplicação Aplicação Aplicação
Uma produção mais sustentável e ambientalmen-
(D) te responsável deve ser comunicada ao consumi-
160 a dor para que na hora da escolha do seu alimento
T2
140 T5 ele saiba que as melhores práticas foram utiliza-
T7
120 T8 das, resultando em alimentos mais saudáveis, va-
100 lorizando também o produtor rural por esse servi-
ço prestado à sociedade.
kg N-NH₃ ha-1
80
a
60 a
a
A Yara está dedicada a contribuir para o futuro da
40 produção de alimentos neutros em emissões de
20 carbono. A meta é ser neutra em carbono até 2050
b e acreditamos que a solução para os desafios que
1,0 b
b b b a sociedade e o planeta enfrentarão nos próximos
0,5 b b
b b b b b
0,0 anos passa por uma agricultura mais produtiva e
1ª
Aplicação
2ª
Aplicação
3ª
Aplicação
Total sustentável, onde o agricultor seja remunerado
não apenas pelo quanto produz, mas pelo como
FONTE: Packer, A.P.; Ramos, N.P; Cabral, O.M.R; Sil- produz, e nesse sentido as práticas mais sustentá-
veis serão recompensadas e então criaremos um
va, L.R.; Duarte, C.R.M.; Bettanin, V.C; Teixeira, W.G.
ciclo positivo e duradouro. O Brasil e o agricultor
Management of Nitrogen Fertilizer to Reduce Ni-
brasileiro têm um papel fundamental neste pro-
trous Oxide (N₂O) Emission and Ammonia (NH₃)
cesso e a Yara acredita e fará sua parte para ser a
Volatilization from Coffee Plantation. Internatio-
parceira preferida dos clientes e demais parceiros
nal Plant Nutrition Colloquium. Copenhague, Di-
de negócios nessa jornada.
namarca. 2017
Grande nível de importância também se dá a mé-
todos de aplicação dos nutrientes com destaque
para a fertirrigação. Quando bem planejada e Bruno Martinelli Braga
acompanhada com as técnicas de monitoramen- Gerente Comercial
to, a fertirrigação se mostra eficiente, podendo in- Yara Brasil Fertilizantes
clusive trazer economia de até 50% na aplicação
30
A Construção do Selo
MIP EXPERIENCE
Baseado em toda expertise
No volume 10 da Revista MIP Experience conta- já acumulada nos módulos
mos um pouco para você sobre as movimenta- anteriores do MIP EXPERIENCE,
ções de mercado, tendências e exigências em re- concluímos que agora todo
lação ao fornecimento de um alimento produzido este trabalho, traduzido em
de forma segura e saudável e de como os selos e um selo, levará ao mercado um
certificações contribuem para o desenvolvimen- novo momento de validação
to do produtor e de um cenário transparente do na base produtiva em relação
campo à mesa do consumidor. as ações de monitoramento
de pragas, decisão pelo uso
O surgimento de uma referência técni- de manejo biológico e este
ca de boas práticas no campo – o selo olhar de monitoramento
das emissões de carbono,
MIP EXPERIENCE tão importante na pauta de
Diante dos desafios que o produtor enfrenta e impacto ambiental.
dos conceitos de ESG, produção integrada e sus-
tentável que hoje são uma realidade no dia-a-dia
de todos os participantes da cadeia de abasteci- Varejos e compradores que estão preocupados
mento, os selos e as certificações chegam como com a origem dos produtos que comercializam
uma referência de organização e uma maneira e com a maneira que foram produzidos, passam
do produtor garantir para o mercado e para os a exigir do produtor formas de evidenciar as boas
consumidores, que os pilares técnicos daquele práticas, rastreabilidade e o cumprimento das le-
selo estão sendo seguidos. gislações, afim de gerenciar os riscos e impactos
31
MIP EXPERIENCE - VOL 11
Adequação
Itens Adicionais
do MIP Experience apresentarão para o mercado MIP EXPERIENCE
Itens Adicionais
o SELO MIP EXPERIENCE. MIP EXPERIENCE
Global
Como o selo está sendo construído Itens Adicionais
MIP EXPERIENCE
Markets
Avançado
Global
Levando-se em consideração que, para se obter Itens Adicionais Markets
Global
uma certificação é necessário: padronizar proces- MIP EXPERIENCE
Markets Intermediário
sos, treinar a equipe e criar uma cultura de regis- Diagnóstico Básico
Inicial
tro das atividades e de melhoria contínua, o prin-
cipal objetivo do SELO MIP EXPERIENCE é, com Evolução
Estudos de metagenômica e a
sustentabilidade no campo
35
MIP EXPERIENCE - VOL 11
portância para nós. Elas vivem, em milhares, den- Sim, o manejo parece ser eficiente nesse sen-
tro de nosso organismo. A ciência hoje já foi capaz tido e isso é muito gratificante aos envolvidos,
de mostrar através de estudos metagenômicos não é mesmo?
comparativos que há composições distintas, de
Apesar dos dados reforçarem o protagonismo do
pessoa para pessoa, da microbiota intestinal que manejo para o controle de CO₂, outros resultados
resultam em condições de saúde igualmente va- elencaram dados que também indicam o quanto
riadas. Nesse sentido, também não é difícil ima- o manejo pode ser positivo para os cultivos. Vias
ginar que os animais também apresentam essa metabólicas relacionadas a ações benéficas ao
variação de composição entre eles, e quando fa- enraizamento das plantas, por exemplo, foram
lamos em produção animal, nos atentamos para alteradas positivamente pelo aumento de bacté-
a possibilidade de um controle sensível na nutri- rias como as Bacillus circulans.
ção desses animais, que pode proporcionar um
melhor rendimento de conversão alimentar, por Os resultados obtidos nesse estudo preliminar in-
exemplo. dicam a importância estratégica que essa ferra-
menta terá para os cultivos, abrindo espaço para
Basicamente, onde há bactérias, podemos atuar uma revolução em diagnóstico molecular na
no sentido de entender sua distribuição e plane- agricultura. Isso porque, empresas como a BPI,
jar ações para melhora dos processos produtivos. podem desenvolver soluções para utilização em
Mediante a esse cenário, é que a empresa sedia- loco, com resultados rápidos, para análise de ge-
da em Botucatu-SP, a BPI Biotecnologia Pesqui- nes que tiveram importância confirmada através
sa e Inovação, tem atuado de forma ativa com a de estudos metagenômicos realizados anterior-
intenção de trazer essa “lupa” aos olhos daqueles mente. Qualquer gene alterado nas vias metabó-
que estão entendendo a precisão e a importância licas observadas nesses estudos pode a seguir ser
dessa ferramenta molecular. Em parceria com o estudado isoladamente, trazendo uma inovação
MIP, a BPI iniciou os testes moleculares em culti- realmente disruptiva e sensível para os sistemas
vos de pimentão, tomate e berinjela com objeti- produtivos. Projeta-se uma identificação ime-
vo de entender como o manejo proposto poderia diata desses potenciais marcadores moleculares
estar atuando, em nível molecular, nesses culti- que resultaria em tomada de decisão também
vos. A amostra coletada foi o solo, em que obtive- muito veloz para direcionar o cultivo para o cami-
mos os DNAs dos micro-organismos para a análi- nho certo.
se de Metagenoma. A partir da análise dos dados
Os próximos passos são promissores e os novos
do sequenciamento desse DNA fizemos a avalia-
estudos se iniciaram para a confirmação e a con-
ção das vias metabólicas que estariam alteradas
solidação dos resultados já obtidos. Esperamos
comparando-se o grupo controle ao tratamento em breve trazer mais informações com grande
proposto pelo programa. Os dados desse estudo impacto para produtores em busca de melho-
preliminar não decepcionaram, demonstrando rias e inovação. A Biologia Molecular Genômica,
uma série de resultados de grande valor para a já recheada de estudos acadêmicos, pede espa-
produção. ço para iniciativa privada em busca de contribuir
A via metabólica que apresentou alteração em com praticidade, sensibilidade e precisão.
maior destaque, em todos os tempos de trata-
mento do estudo, foi a via PWY-6142-Gluconeo-
gênese II, que trata-se de uma via que retira CO₂ Basicamente, onde há
do meio ambiente e converte em açúcar, confir- bactérias, podemos atuar
mando a importância que o manejo pode apre- no sentido de entender sua
sentar contra os gases do efeito estufa. Os grupos distribuição e planejar ações
tratados apresentaram um aumento dessa via para melhora dos processos
em relação ao controle sendo as bactérias Me- produtivos.
thanothermobacter sp. e Methanobacterium sp,
os gêneros provavelmente responsáveis por essa
mudança. Além disso, alguns cultivos apresenta-
ram via metabólica diminuída para a CENTFER- Caio Munhoz Theodoro
M-PWY de fermentação do piruvato para buta- Biomédico pela UNIFESP e Mestre
em Gestão Empresarial pela FGV
noato, sendo que está via seria responsável pelo o
CEO da BPI
aumento de CO₂ no sistema.
36
A busca do varejo por alimentos
mais seguros do campo à mesa
do consumidor
Todos esses processos são importantes para evi- jornada daquele alimento. O varejo não só pode,
tar perdas, desperdício e atender a expectativa como deve se envolver com toda cadeia produ-
do cliente no ponto de venda. Mas não basta o tiva, colaborando para seu desenvolvimento e
varejo trabalhar somente “controlando”. A ga- capacitando pessoas. Também deve controlar
rantia da produção de alimentos seguros é feita a origem dos produtos que coloca na gôndola,
por meio da participação ativa de todos os elos através da implementação da rastreabilidade,
da cadeia. Para promover essa mudança, todos realização de análises laboratoriais de resíduos
devem estar comprometidos. Esse comprome- de defensivos químicos, análises microbiológicas
timento é promovido por meio da capacitação e auditorias de qualidade nos sites de produção
e sensibilização das pessoas que participam da e packing houses.
Nos últimos 10 anos muito se trabalhou para tra- cada elo implementa suas próprias políticas de
zer ao ponto de venda o melhor produto e ga- compliance, qualidade, sustentabilidade, respon-
rantir a segurança alimentar, colaborando para sabilidade social e diversidade.
uma alimentação saudável. Mas hoje, a principal Neste sentido, o Carrefour adotou, em 2018, um
pergunta é: o que é uma alimentação saudável e posicionamento institucional global, o “Act for
como o varejo pode contribuir? De hoje em dian- Food”, onde temos a ambição de sermos os líde-
te, inúmeros são os desafios. Uma alimentação res da transição alimentar, tornando a alimenta-
saudável é muito mais do que ter um produto se- ção saudável acessível a todos. É um movimento
guro e de qualidade na mesa. Uma alimentação que reúne todas as ações e investimentos com
saudável é ter uma dieta equilibrada, com ali- intuito de ampliar a oferta de produtos frescos
mentos provenientes de uma cadeia saudável, ou em nossas lojas, sempre com o olhar da Saúde
seja, uma cadeia socialmente responsável, que Única, um conceito que define a saúde humana,
minimiza ou zera os impactos ambientais, onde ambiental e animal interligadas e dependentes.
38
Neste contexto, a segurança dos alimentos e a que envolvem culturas de suporte fitossanitário
compra responsável são pontos chaves. Todos de- insuficiente, defensivos biológicos, capacitações,
vem estar muito atentos, ampliando as análises e melhores condições para pequenos produtores e
controles e participando ativamente de discussões atendimento às legislações trabalhistas.
Pegada de carbo
Inventários de gases de
efeito estufa
Qualidade de água
Qualidade do solo
Biodiversidade do solo
Pesquisa &
Desenvolvimento
SOLUÇÕES
Análises laboratoriais PERSONALIZADAS
PROMOVENDO A
SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
www.deltaco2.com.br
40
A assistência técnica e a extensão
como fator de sucesso para o
manejo integrado em campo
Duravel ®
A
MELHOR
ESCOLHA
É A QUE
DURA
MAIS RENDIMENTO POR HECTARE
Maior concentração de agente biológico,
que promove a maior durabilidade
do tratamento.
AMPLITUDE TÉRMICA
Agente biológico mais adaptável
à amplitude térmica, que viabiliza maior
eficiência no controle de doenças.
Q ue m e sc olh e D ura v e l ®
u m t ra t a me n t o co m m uito m ais
A • ES
ES
BASF na Agricultura.
Juntos pelo seu Legado.
ATENÇÃO ESTE PRODUTO É PERIGOSO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E AO MEIO AMBIENTE. USO AGRÍCOLA. VENDA SOB RECEITUÁRIO
AGRONÔMICO. CONSULTE SEMPRE UM AGRÔNOMO. INFORME-SE E REALIZE O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS.
DESCARTE CORRETAMENTE AS EMBALAGENS E OS RESTOS DOS PRODUTOS. LEIA ATENTAMENTE E SIGA AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO
RÓTULO, NA BULA E NA RECEITA. UTILIZE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. POR TRATAR-SE DE UM FUNGICIDA BIOLÓGICO
DE MODO DE AÇÃO DISTINTO DOS FUNGICIDAS SINTÉTICOS, DURAVEL
45
®
É UMA FERRAMENTA ESSENCIAL PARA ROTAÇÃO DE ATIVOS,
VISANDO MELHORAR A EFICÁCIA NO MANEJO DE RESÍDUOS, RESISTÊNCIA E CONTROLE DE DOENÇAS. REGISTRO MAPA: DURAVEL® Nº 22718.
MIP EXPERIENCE - VOL 11
46