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J O Ã O A L E X A N D R E

TRANSFORMANDO
TEORIA
EM MÚSICA
J O Ã O A L E X A N D R E

TRANSFORMANDO
TEORIA
EM MÚSICA

AULA 0410 | EMPRÉSTIMO MODAL


A palavra modal vem de modo. E modo é a forma como os tons e
semitons são distribuídos dentre todos os graus da escala.

Como pré-requisito para este capítulo, recomendo que você relembre


os conceitos aprendidos sobre escala maior. Lá, nós aprendemos que
os intervalos para formar a escala maior são: T T S T T T S.

Já para formar a escala menor, os intervalos são diferentes. Nesse caso


seriam: T S T T S T T.

Na tabela abaixo, vamos comparar uma vez mais as escalas cromática,


maior e menor.

Intervalos S S S S S S S S S S S S

Graus da Cromática I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

Notas da Cromática C C# D D# E F F# G G# A A# B

Graus da Maior F 2M 3M 4J 5J 6M 7M

Notas da Maior C D E F G A B

Graus da Menor F 2M 3m 4J 5J 6m 7

Notas da Menor C D Eb F G Ab Bb

Ocorre que, em alguns casos, o autor da canção empresta alguns


acordes da tonalidade menor e aplica na tonalidade maior, ou vice-
versa. Esse uso dos acordes é chamado de acorde de empréstimo
modal.

Note que, na grande maioria dos casos o empréstimo ocorre sobre a


tonalidade homônima ou paralela (Dó Maior emprestando de dó
menor ou vice-versa), mas ela pode ser advinda de qualquer outro
modo (como os modos gregos, por exemplo).

A seguir, vamos para os exemplos que vai ficar ainda mais claro:
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Na tabela abaixo, vou colocar os acordes das duas tonalidades


homônimas.

C Maior
Graus I7M IIm7 IIIm7 IV7M V7 VIm7 VIIm7(b5)

Acorde Gerado C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)

C Menor
Graus Im7 IIm7(b5) III7M IVm7 Vm7 VI7M VII7

Acorde Gerado Cm7 Dm7(b5) Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7

Agora, vou apresentar uma progressão, fazendo uso dos acordes de


empréstimo modal. Acima da progressão vou colocar os graus do
campo harmônico, em laranja:

I AEM I IV AEM I AEM IV V I


|| C7M | Bb7 | C7M | F7M Fm7 | C7M | Eb7M | F7M | G7 || C7M

Reparou que o Bb7, o Fm7 e o Eb7M não fazem parte do campo


harmônico de Dó maior, mas sim de Dó menor? Nesses casos eu
utilizei acordes de empréstimo modal.

Dica prática: Quando usar os acordes de empréstimo modal nas


suas composições? Sempre que você desejar causar uma
sensação de surpresa na sua audiência, e a melodia da canção
possibilitar sua utilização.
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Prosseguindo.

Vamos fazer mais um exemplo para que este capítulo fique ainda
mais didático. Segue mais uma harmonia para estudo:

I II IV/VI AEM I
|| D7M | Em7 | G/B Gm/Bb | D7M ||

Reparou que nesse exemplo eu toquei o G/B, depois o Gm/Bb? Mudei


só uma única nota: o si, que virou o si bemol do baixo? Só essa notinha
já configurou o acorde de empréstimo modal, já que o Gm faz parte
do campo harmônico de ré menor, e não de ré maior.

Se você quiser se aprofundar ainda mais nesse assunto, saiba que


você pode ainda emprestar os acordes de outros modos gregos. Os
modos frígio, lídio, mixolídio e por aí vai…

Conforme a proposta deste treinamento, vamos limitar nosso estudo


somente ao essencial e indispensável. Assim, os exemplos propostos
vão se limitar somente aos acordes das tonalidades homônimas ou
paralelas, que cobrem 90% dos casos em que os acordes de
empréstimo modais aparecem.

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