O documento descreve as tradições de uma missa de Natal em uma igreja portuguesa rural, incluindo o fervor da congregação à espera do nascimento de Cristo e as celebrações que se seguiram, como fogos de artifício, sinos, e cânticos de louvor ao Menino Deus.
O documento descreve as tradições de uma missa de Natal em uma igreja portuguesa rural, incluindo o fervor da congregação à espera do nascimento de Cristo e as celebrações que se seguiram, como fogos de artifício, sinos, e cânticos de louvor ao Menino Deus.
O documento descreve as tradições de uma missa de Natal em uma igreja portuguesa rural, incluindo o fervor da congregação à espera do nascimento de Cristo e as celebrações que se seguiram, como fogos de artifício, sinos, e cânticos de louvor ao Menino Deus.
searinhas, muitas laranjas, anonas, maçãs, castanhas, nozes, — eu sei lá — um
mundo de fruta.
Ao lado, a cadeira paroquial, onde o Senhor Vigário, sentado, receberá as ofertas.
No coro, cantam-se «matinas» e todos estão impacientes por que acabem, pois delas nada percebem e o mais bonito está para vir.
Os homens, envergando fatos domingueiros e sustentando uma bengala de buxo
(12), puxam, de pedaço a pedaço, um relógio, herdado dos pais e preso à lapela do casaco ou a uma casa do colete, por uma corrente de prata ou de oiro, com uma libra dependurada, para ver se a meia noite está a bater.
Cinco para a meia noite.
Acabaram as «Matinas» e a missa já começou. O coro canta os «Kiries». Nota-se que, por detrás da cortina do camarim, se acendem as últimas velas. Há um fervilhar de impaciência, em toda a Igreja Todos se levantam; todos se ajeitam; todos querem ver. Está perto o «Glória», o cântico que recorda o momento, em que Cristo nasceu. O celebrante rezou os «Kiries» e dirige-se, agora, para o meio do altar. Batem os corações; arregalam-se os olhos; as mães levantam os filhos pequenos, para que tudo vejam. «Gloria in excelsis Deo», canta o celebrante. E ainda o «Deo» não tinha sido pronunciado, quando se rasgou a cortina do camarim e apareceu o Menino, rodeado de anjos.
Um A h !!!. .. saiu de todas as bocas, acenderam-se todas as luzes, tocaram todos os
sinos e campainhas, subiram dezenas de foguetes ao ar, o órgão tocou, com todos os seus pulmões, abraçaram-se os ministros do altar e os irmãos das confrarias, a filarmónica tocou, à porta da Igreja, o « H i n o da Sociedade», caíram pétalas, do alto, e, pelo ar, como se fossem vozes angélicas, espalharam-se as vozes dos anjos do camarim, entoando louvores ao Deus Menino, —«GLÓRIA IN EXCELSIS DEO».
Os «maduros» (13) puxam novamente o relógio e meneiam a cabeça.
— «Meia noite, dizem. Ainda bem. Desta vez não falhou».