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Simbolismo do Natal

por Vasco Lucena

É S. Lucas, dos quatro Evangelistas, o que da maior relevo ao nascimento de Jesus;


e é a Natividade, o tema litúrgico cristão que mais se abeira, já pela sua singela
feição como pela sua essência, da fé e da simplicidade dos povos.

E' nesta celebração que se reúnem os espíritos, mesmo aqueles que, transviados
pelos maus destinos, se apartaram do ambiente amorável da família. Nessa noite os
pensamentos encontram-se, por muito afastados que andem do teto acolhedor da
casa donde um dia partimos. Um lugar devoluto permanece a mesa da consoada,
para um possível recém-vindo, pedinte ou viandante que nessa noite álgida
porventura dela se aproxime.

Noite da Família, em toda a extensão da palavra, a do vinte e quatro para vinte e


cinco de Dezembro.

Mas nem sempre foi esta a data da celebração do nascimento de Jesus. Dúvidas
subsistiam quanto à verdadeira noite em que num estábulo das proximidades de
Belém da Palestina nascera a luz messiânica, salvadora.

O Papa Telesforo regula, em 138, as festas do Natal, mas somente no século IV


fica estabelecida a data de 25 de Dezembro, marcada por outro Papa, Júlio I. Até
esta data, as celebrações da Natividade, conforme as igrejas, assim variavam
cronologicamente, pois que umas as faziam em Janeiro, outras em Dezembro ou,
ainda, em princípios de Marco. Pela conversão dos anos judaicos nos da era crista,
o dia de Natal poderia fixar-se a 25 de Novembro, por esse motivo nem sempre o
nascimento de Jesus foi celebrado na mesma data. Uma vez fixada no dia em que os
romanos celebravam na capital do Império a festa do Sol Novo, por se julgar, nesse
tempo, que desde esse dia em diante e que os dias começavam a crescer, jamais
variou a ordem de tais solenidades.

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