Perguntem a qualquer mãe sobre o nascimento dos seus
filhos. Ela vai dizer-vos não só a data do nascimento, mas também será capaz de recitar a hora, o local, o tempo, o peso do bébé, o comprimento do bébé e um número de outros detalhes. Eu sou pai de seis filhos abençoados e enquanto que eu algumas vezes me esqueço destes detalhes (mea maxima culpa), a minha mulher não. Como vêem, as mães nunca esquecem estes detalhes.
Agora perguntem a vocês mesmos: Iria a Santíssima
Virgem Maria alguma vez esquecer-se do nascimento do seu Filho Jesus Cristo, que foi concebido sem semente humana, anunciado por anjos, nascido de uma forma milagrosa e visitado por Magos? Ela sabia desde o momento da Sua Divina Encarnação no seu ventre que Ele era o Filho de Deus e Messias. Iria ela alguma vez esquecer este dia?
A seguir, perguntem-se isto: Estariam os Apóstolos
interessados em ouvir Maria contar esta história? Claro! Pensam que o santo Apóstolo que escreveu "E o Verbo fez-se carne" não estaria interessado nos detalhes minuciosos do Seu nascimento?
Sempre que eu dou uma volta com o nosso filho de sete
meses, as pessoas perguntam "Que idade tem?" ou "Quando é que nasceu?" Não acham que as pessoas perguntavam estas coisas a Maria?
Portanto o aniversário exacto (25 Dez) e a hora (meia-
noite) deviam ser conhecidas no primeiro século. Mais ainda, os Apóstolos teriam perguntado sobre isso e teriam, sem dúvida, comemorado o santo acontecimento que Mateus e Lucas ambos nos narram.
Nós americanos temos um feriado federal para o Martin
Luther King, Jr a 16 de Janeiro. Também celebramos os aniversários de George Washington e Abraham Lincoln. Se os Americanos dão esta importância ao nascimento de um homem que acabou com a segregação racial, os Apóstolos não iriam também dar esta importância ao nascimento de Cristo nosso Salvador?
Resumindo, é completamente razoável dizer que os
primeiros Cristãos sabiam e comemoravam o nascimento de Cristo. A sua fonte deve ter sido a Sua Mãe Imaculada.
Os Padres da Igreja testemunham o 25 de Dezembro
No post anterior, mostrámos que o Natal não poderia ser
uma tentativa cristã de substituir um feriado pagão com um feriado cristão recém-formado. Testemunhos seguintes revelam que os Católicos afirmavam 25 de Dezembro como o Nascimento de Cristo antes da conversão de Constantino e do Império Romano. O Papa S. Telésforo (reinou entre 126 e 137 AD) instituiu a tradição da Missa à Meia-noite na Véspera de Natal. Apesar do Liber Pontificalis não nos dar a data do Natal, este assume que o Natal já era celebrado pelo Papa e que tinha sido acrescentada uma Missa à meia-noite. Eu não duvido da tradição de maneira nenhuma.
Se formos para cerca de 70 anos mais tarde, S. Hipólito
escreve de passagem que o nascimento de Cristo ocorreu numa Quarta-Feira dia 25 de Dezembro. Santo Hipólito escreveu algures entre 200 e 211 AD!! Eis a citação:
"O Primeiro Advento [vinda] de nosso Senhor na carne
ocorreu quando Ele nasceu em Belém, era 25 de Dezembro, uma Quarta-Feira, quando Augustus estava no seu quadragésimo-segundo ano, que é cinco mil e quinhentos anos desde Adão. Ele sofreu no trigésimo- terceiro ano, dia 25 de Março, Sexta-Feira, do décimo- oitavo ano de Tiberius Caesar, enquanto Rufus e Roubellion eram Cônsules."
Santo Hipólito de Roma, Comentário a Daniel
Reparem também na citação acima no significado
especial de 25 de Março, que marca a morte de Cristo (25 de Março era visto como o correspondente ao mês hebraico Nisan 14 - a data tradicional da crucifixão).** Acreditava-se que Cristo, como homem perfeito, tinha sido concebido e morto no mesmo dia (25 de Março). No seu Chronicon, Santo Hipólito diz que a terra foi criada no dia 25 de Março, 5500 a.C. Então, 25 de Março era identificado pelos Padres da Igreja como:
a data da Criação do Mundo
a data da Anunciação e Encarnação de Cristo a data da Morte de Cristo nosso Salvador
Na Igreja Síria 25 de Março ou a festa da Anunciação era
vista como uma das festas mais importantes do ano inteiro. Indicava o dia em que Deus assumiu a sua morada no ventre da Virgem. De facto, a Anunciação e a Sexta- Feira Santa apareciam em conflito no calendário, a Anunciação superava-a - tão importante que era na tradição síria! Isto sem dizer que a Igreja Síria preservou algumas das mais antigas tradições cristãs e tinha um profunda e doce devoção por Maria e a Encarnação de Cristo!
Agora, 25 de Março era consagrado na mais antiga
tradição Cristã e a partir desta é fácil descobrir a data do nascimento de Cristo. 25 de Março (Cristo concebido pelo Espírito Santo) mais nove meses leva-nos a 25 de Dezembro (o nascimento de Cristo em Belém).
Santo Agostinho confirma esta tradição de 25 de Março
como a concepção messiânica e 25 de Dezembro como o Seu Nascimento:
“Porque se acredita que Cristo foi concebido a 25 de
Março, dia em que também sofreu; portanto o ventre da Virgem, onde Ele foi concebido, onde nenhum mortal foi gerado, corresponde ao novo sepulcro onde ele foi sepultado, onde nenhum homem alguma vez esteve nem antes nem desde então. Mas ele nasceu, de acordo com a tradição, a 25 de Dezembro.”
Santo Agostinho, De trinitate, Livro IV, 5
Por volta de 400 A.D., Santo Agostinho também notou
como os donatistas cismáticos se recusavam a celebrar a Epifania a 6 de Janeiro, visto que viam a Epifania como uma nova festa sem base na Tradição Apostólica. O cisma donatista começou em 311 A.D. o que pode indicar que a Igreja Latina estava a celebrar o Natal a 25 de Dezembro (mas não uma Epifania a 6 de Janeiro) antes de 311 A.D.
Entretanto, visto que é quase dia 25, contemplemos José
e Maria a chegar a Belém, à procura de abrigo para a noite que aí vinha. Então foi-lhes permitido usarem uma caverna estábulo e por volta do meio dia S. José começa a preparar o lugar para o acontecimento milagroso. José e Maria deviam estar cheios de uma expectativa tranquila. Que eles rezem por nós, enquanto esperamos também ansiosamente o Menino Jesus.