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5.

1 Histórico das tecnologias da informação e comunicação e da internet no Brasil

Em 1958, surgiu a Advanced Research Projects Agency (Arpa), atualmente conhecida pela sigla Darpa.
Essa agência estabeleceu um programa para o desenvolvimento de um sistema que permitisse o envio
de informações e dados importantes entre os centros militares e de pesquisa e o Pentágono. Além disso,
pensava-se em usá-lo para proteção e defesa do país em caso de uma guerra nuclear.

"A Arpanet foi inaugurada em 1969, e, na época, havia apenas quatro computadores nos Estados Unidos
capazes de suportar o envio de dados por essa rede. Na ocasião, a mensagem foi enviada de um
computador da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), para outro computador no Instituto
de Pesquisa Stanford (SRI), em Menlo Park, também na Califórnia."

A tecnologia utilizada para isso foi o protocolo de comunicação chamado Network Control Protocol
(NPC). À medida que a Arpanet passou a ser mais utilizada, surgiu a necessidade de padronização dos
protocolos de comunicação, e daí criou-se o Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP),
implantado em 1983. Essa tecnologia de comunicação é responsável por ler a informação e transmiti-la
para o outro usuário.

Entretanto, durante todo esse processo, o uso da Arpanet se tornou tão intenso que os militares tiveram
de separar suas redes daquelas usadas pelos pesquisadores por motivos de segurança. Em 1983, o
acesso militar à Arpanet foi migrado para a Milnet, uma rede exclusiva para uso militar.

A Arpanet seguiu sendo usada por pesquisadores, e também passou a ter fins comerciais a partir da
década de 1980. Nessa mesma década, a internet começou a se estabelecer como o principal meio de
comunicação, possibilitando a conexão entre diferentes partes do planeta.

A popularização da Arpanet fez com que a National Science Foundation iniciasse pesquisas para
aprimorar o acesso a essa rede. Por meio dessas pesquisas, foi criada, em 1986, a NSFNET, considerada
a espinha dorsal da internet atual. A NSFNET permitiu, mais ainda, a ampliação do uso da internet.

A criação da NSFNET fez com que a Arpanet fosse descontinuada em 1990. Os avanços tecnológicos
permitiram, em 1989, a criação do World Wide Web (WWW), um sistema de distribuição de
documentos e informação. Dois anos depois de sua criação, esse sistema passou a ser utilizado pelo
público em geral, fazendo com que, no final do século XX, já existissem milhares de sites.

A internet chegou ao Brasil, em 1988, por meio de uma conexão entre um computador da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a rede da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, tornando-se
pública e comercial entre 1994 e 1995.

Ainda em 1988, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também
estabeleceu uma conexão com a internet. Com isso, fundou-se o Alternex, um provedor que permitiu
que centros de pesquisa e universidades pudessem ter um acesso regular à internet. Seu surgimento
também se deu em 1988.

Em 1989, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) criou a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), com o
objetivo de implementar uma infraestrutura de internet pelo país. Até 1995, a atuação da RNP esteve
restrita à comunidade brasileira escolar e de pesquisa.
Em 1992, a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizada no Rio de Janeiro, conhecida como Eco-92 ou Rio-92, tornou-se o primeiro evento no Brasil
com conexão à internet.

Em 20 de dezembro de 1994, a Embratel lançou um serviço experimental de internet comercial com a


participação de 5 mil pessoas. O projeto não durou por muito tempo, já que a Embratel perdeu o direito
exclusivo de executar esse tipo de serviço devido à decisão do ministro das Comunicações da época,
Sérgio Motta.

A internet no Brasil só foi disponibilizada para o público e para fins comerciais entre 1994 e 1995. A
estrutura da RNP deixou de ser restrita à comunidade acadêmica e passou a ser utilizada para demandas
comerciais.

Em 1995, surgiu o Canal Vip, o primeiro domínio comercial registrado no país. Nesse período, sites de
notícias, bancos, empresas e bandas como Barão Vermelho já lançaram seus websites. Ao final desse
ano, cerca de 120 mil pessoas já estavam conectadas à internet no Brasil.

O Comitê Gestor da Internet (CGI) foi criado em 1995 para debater sobre segurança e desenvolvimento
da internet. O CGI conta com representantes da sociedade, empresas e academia e atua na promoção
de estudos e recomendações acerca de segurança na internet.

Em 1996, foi inaugurado o site do Jornal do Brasil, o primeiro jornal a ser veiculado na internet no país.
Em seguida, os grupos UOL e Terra lançaram seus websites.

Na época, estavam inaugurando o Curso de Engenharia Eletrônica na então Escola Técnica do Exército
dirigida pelo
General Dubois, que foi junto com o Almirante Álvaro Alberto, Lelio Gama (matemático brasileiro,
diretor do
Observatório Nacional por muitos anos, conhecido por seus trabalhos em magnetismo terrestre), todos
os membros
fundadores do Conselho Nacional de Pesquisas. Este General empregou Schreyer fixando-o no Brasil.

Durante vivência em terras brasileiras, Schreyer prestou outros importantes serviços à sociedade, tendo
trabalhado
nos Correios e Telégrafos da época e sido professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) antiga
Escola de
Engenharia depois transformada em Centro Tecnológico. Em 1960 participou da direção do projeto de
fim de curso de
eletrônica que consistiu em um Computador, sendo a nosso conhecimento o primeiro computador
projetado e construído no Brasil (apelidado carinhosamente de “Lourinha”).
Em 1952, Schreyer publicou no Rio de Janeiro, pela editora da ETE, um livro sobre “Computadores
Eletrônicos Digitais”[8], onde apresenta o projeto dos circuitos básicos usados em um computador
digital. Os familiarizados com
circuitos lógicos facilmente notarão ser usado o dual do que se faz na literatura atual. Este fato mostra a
originalidade da
metodologia de projeto transmitida e usada na "Lourinha".
Assim, foi criado pelo Decreto nº. 45.832, de 20 de abril de 1959, no Conselho de Desenvolvimento, o
GEACE –
Grupo Executivo para Aplicação de Computadores Eletrônicos, com a finalidade de incentivar a
instalação de
Centros de Processamento de Dados, assim como a montagem e fabricação de computadores e seus
componentes; orientar a instalação de um Centro de Processamento de Dados a ser criado em órgão
oficial
adequado; e promover intercâmbio e troca de informações com entidades estrangeiras congêneres.

Com a criação do GEACE, principiaram-se os processos de importação de computadores, tais como: o


UNIVAC 1103
para o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e o computador Gamma da Bull Machines,
para a empresa
Listas Telefônicas Brasileiras [27].

1959 - Compra do IBM Ramac 305

A empresa Anderson Clayton compra um Ramac 305 da IBM, o primeiro computador do setor privado
brasileiro. Dois metros de largura, um metro e oitenta de altura, ocupava um andar inteiro da empresa.
A empresa foi uma das primeiras fora dos Estados Unidos a usar esse computador.

No ano de 1961, os alunos do ITA- Instituto Tecnológico


da Aeronáutica, Alfred Volkmer, Andras Gyorgy Vasarhelyi,
Fernando Vieira de Souza e José Ellis Ripper Filho,
entusiasmados com uma visita que haviam feito à Cie. de
Machines Bull na França, onde vislumbraram
detalhadamente as etapas do projeto e fabricação de
computadores, apresentaram como trabalho de conclusão de
curso, juntamente com a Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (USP) e a Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC/Rio), um equipamento didático que
mostrava como a informação se processava dentro do
computador [25].

Esta máquina denominada ITA I, batizada como “Zezinho”, foi construída com transistores discretos,
usando
soquetes de válvulas para demonstração e uso em laboratório [25]. Tinha dois metros de largura por um
metro e meio de altura [27].

1964 - Criação do Serpro

Criado o Serpro – Serviço Federal de Processamento de Dados, empresa pública criada para modernizar
e dar agilidade a setores estratégicos da administração pública.

Em julho de 1972, o Laboratório de Sistemas Digitais (LSD) do Departamento de Engenharia da


Eletricidade da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo inaugurou o "Patinho Feio". O trabalho foi 100%
desenvolvido com
recursos da Escola Politécnica, graças ao apoio do Diretor Prof. Osvaldo Fadigas Fontes Torres, sem
ajuda de
instituições externas, ainda um pouco céticas em relação à viabilidade do projeto.

O Patinho Feio era composto de 450 pastilhas de circuitos integrados, contendo cerca de três mil blocos
lógicos, distribuídos em 45 placas de circuito impresso e cinco mil pinos interligados segundo a técnica
wire-wrap. A
memória principal tinha capacidade para 4.096 palavras de oito bits. A nomenclatura “Patinho Feio”
surgiu de uma
brincadeira com um projeto da Marinha chamado Cisne Branco, muito comentado pela mídia nacional.
Assim, o
nome revelava, por si só, a autoestima da produção tecnológica.

D. G-10

Animado com o resultado do “Patinho Feio”, o GTE (Grupo de Trabalho Especial) encomendou um
protótipo de
computador ao Laboratório de Sistemas Digitais da USP (que faria o "hardware") e ao Departamento de
Informática
da PUC do Rio de Janeiro (que faria o "software"), que foi entregue em 1975. Tratava-se de um
protótipo industrial
mais compacto, seguindo os recursos da época, mais fácil de montar e com componentes periféricos,
batizado de G-10
[26].

Em 1974, foi criada a primeira empresa brasileira de fabricação de computadores, a Cobra


(Computadores Brasileiros S.A. ) uma estatal que recebeu a missão de transformar o G-10 em um
produto nacional.
A segunda etapa do desenvolvimento da informática brasileira caracterizou-se pelo crescimento de uma
industria nacional. Iniciou-se em 1976, com a restruturação da Capri e a criação de uma reserva de
mercado na faixa de minicomputadores, para empresas nacionais, além da instituição do controle das
importações. Os primeiros minicomputadores nacionais, inicialmente utilizando tecnologia estrangeira,
passaram a ser fabricados por cinco empresas autorizadas pelo governo federal.

1980 - Cobra 530

Lançado pela Cobra na SUCESU de 1980 o primeiro minicomputador totalmente projetado, desenvolvido
e fabricado no Brasil a alcançar o mercado, o Cobra 530.

A partir de 1979, a intervenção governamental no setor foi intensificada, com a extensão de reserva de
mercado para microcomputadores e com a criação da SEI (secretaria especial de informática), ligada ao
Conselho de Segurança Nacional, que é desde então, o órgão superior de orientação, planejamento,
supervisão e fiscalização do setor.

Em 1984 foi sancionado a lei nº 7232, fixou a Política Nacional de Informática e com a qual se oficializou
a reserva para alguns segmentos do mercado, inclusive software, com duração limitada de oito anos.
Com tais mecanismos de fomento, a informática nacional chegou a atingir taxas de crescimento de 30%
ao ano em meados da década de oitenta. O país alcançou em 1986 a Sexta posição no mercado mundial
da informática, sendo o quinto maior fabricante; além do Japão e do E.U.A., é o único país capaz de
suprir mais de 80% de seu mercado interno.

1984 - Videotexto

Lançado pela Telesp – Companhia Telefônica do Estado de São Paulo o primeiro sistema de videotexto
brasileiro. O teste piloto ocorreu de 1982 a 1984 com 1.500 assinantes da Telesp.

5.2 Política de desenvolvimento do setor e seus aspectos estratégicos.


PADIS: prorrogado até 2026, ampliação nos produtos beneficiados - especialmente os relacionados a
células fotovoltaicas

Podem ser beneficiárias do PADIS as pessoas jurídicas que realizem investimento em PD&I, na forma da
Lei nº 11.484, de 2007, e que exerça, isoladamente ou em conjunto, em relação a:

Componentes ou dispositivos eletrônicos semicondutores, as atividades de:

 concepção, desenvolvimento e projeto (design);


 difusão ou processamento físico-químico;
 corte da lâmina (wafer[1]), encapsulamento e teste; ou
 corte do substrato, encapsulamento e teste no caso de circuitos integrados de
multicomponentes (MCOs), como definidos na Lei nº 11.484, de 2007, e seu regulamento

Como delineados na Lei nº 11.484, de 2007, e seu regulamento, as atividades de:

 concepção, desenvolvimento e projeto (design);


 Fabricação dos elementos fotossensíveis, foto ou eletroluminescentes e emissores de luz; ou
montagem e testes elétricos e ópticos; e insumos e equipamentos dedicados e destinados à
fabricação de componentes ou dispositivos eletrônicos semicondutores, relacionados em ato do
Poder Executivo federal e fabricados conforme processo produtivo básico (PPB) estabelecido em
ato conjunto dos Ministros de Estado da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações. As
pessoas jurídicas devem exercer, exclusivamente, as atividades de PD&I, projeto, produção e
prestação de serviços, ou outras atividades nas áreas de semicondutores ou displays.
 Apenas a pessoa jurídica previamente habilitada pela Secretaria Especial da Receita Federal do
Brasil – RFB pode ser beneficiária do PADIS.

[1] Em síntese, o termo front-end é relativo à fabricação de chips (ou circuitos integrados) em lâminas de
silício, chamadas de wafers, e é associado a diferentes níveis ou estágios do complexo processo de
fabricação industrial, executado por fábricas conhecidas como foundries.
[2] Em síntese, o back-end é relativo ao pós-processamento dos wafers em que são feitos testes
elétricos, afinamentos, cortes e encapsulamentos dos chips (ou circuitos integrados).

Nos termos da Lei nº 11.484, de 2007, e de seu regulamento, o PADIS pode proporcionar os seguintes
benefícios:

Redução a zero das alíquotas da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, da
Contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda, no mercado interno, à pessoa jurídica habilitada no PADIS, de:
 máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, para incorporação ao ativo imobilizado da
adquirente, destinados às atividades especificadas na legislação do programa; e
 ferramentas computacionais (softwares) e insumos das atividades especificadas na legislação do
programa.
Redução a zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação
incidentes sobre a importação realizada por pessoa jurídica habilitada no PADIS de:
 Máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, para incorporação ao ativo imobilizado da
adquirente, destinados às atividades especificadas na legislação do programa; e
 Ferramentas computacionais (softwares) e insumos das atividades especificadas na legislação do
programa.
Redução a zero das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI incidente na importação
realizada por pessoa jurídica habilitada no PADIS, ou na saída do estabelecimento industrial ou
equiparado em razão de aquisição efetuada no mercado interno por pessoa jurídica habilitada no PADIS,
de
 Máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, para incorporação ao ativo imobilizado da
adquirente, destinados às atividades especificadas na legislação do programa; e
 Ferramentas computacionais (softwares) e insumos das atividades especificadas na legislação
do programa.
Redução a zero das alíquotas do Imposto de Importação – II incidente sobre:
 matéria-prima e insumos importados por pessoa jurídica habilitada no PADIS; e
 Máquinas, aparelhos, instrumentos, equipamentos e ferramentas computacionais (softwares),
para incorporação ao seu ativo imobilizado, destinados às atividades especificadas na legislação
do programa.
Redução a zero da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE destinada a
financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação, nas
remessas destinadas ao exterior para pagamento de contratos relativos à exploração de patentes ou de
uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica, quando efetuadas
por pessoa jurídica habilitada no PADIS e vinculadas às atividades especificadas na legislação do
programa.
Redução em cem por cento das alíquotas do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas e do adicional
incidentes sobre o lucro da exploração relativo às vendas, efetuadas por pessoa jurídica habilitada no
PADIS, de:
 componentes ou dispositivos eletrônicos semicondutores;
 displays, como delineados na Lei nº 11.484, de 2007, e seu regulamento;
 insumos e equipamentos dedicados e destinados à fabricação de componentes ou dispositivos
eletrônicos semicondutores; ou
 projeto (design).
O valor do imposto que deixar de ser pago não poderá ser distribuído aos sócios e constituirá reserva de
capital da pessoa jurídica que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento do
capital social.
 Crédito financeiro calculado com base no dispêndio efetivamente aplicado no trimestre anterior
em atividades de PD&I.
Cabe observar que, para usufruir das reduções de alíquotas acima referidas, a pessoa jurídica deverá
demonstrar em sua contabilidade, com clareza e exatidão, os elementos que compõem receitas, custos,
despesas e resultados do período de apuração, referentes às vendas sobre as quais recaia a redução,
segregados das demais atividades.

Valor do Investimento em PD&I Mínimo:

A pessoa jurídica beneficiária do PADIS deve investir no País, anualmente, em atividades de PD&I, no
mínimo, o valor de 5% da base de cálculo formada pelo seu faturamento bruto no mercado interno.

Dessa obrigação de 5% da base de cálculo formada pelo seu faturamento bruto no mercado interno, no
mínimo 1% desse faturamento bruto, deduzidos os impostos incidentes na comercialização, deverá ser
aplicado mediante convênio com centros ou institutos de pesquisa ou entidades brasileiras de ensino,
oficiais ou reconhecidas, credenciados pelo Comitê da Área de Tecnologia da Informação – CATI ou pelo
Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia – CAPDA.

São admitidos apenas investimentos em atividades de PD&I, nas áreas de microeletrônica, para
componentes ou dispositivos eletrônicos semicondutores e para displays, de optoeletrônicos, de
ferramentas computacionais (softwares) de suporte a tais projetos e de metodologias de projeto e de
processo de fabricação de componentes ou dispositivos eletrônicos semicondutores e de displays.

Considera-se como atividades de PD&I nas áreas de microeletrônica, dos dispositivos semicondutores e
displays, de optoeletrônicos, de ferramentas computacionais (software) de suporte a projetos e de
metodologias de projeto e de processo de fabricação desses dispositivos:

 o trabalho teórico ou experimental realizado de forma sistemática para a aquisição de


conhecimentos, com vistas a atingir objetivo específico, descobrir novas aplicações ou obter
ampla e precisa compreensão dos fundamentos subjacentes aos fenômenos e fatos observados,
sem definição prévia para o aproveitamento prático dos resultados;
 o trabalho sistemático que utiliza o conhecimento adquirido na pesquisa ou na experiência
prática para desenvolver novos materiais, produtos, dispositivos ou programas de computação,
para implementar novos processos, sistemas ou serviços ou para aperfeiçoar os já produzidos
ou implementados, incorporadas as características inovadoras;
 o serviço científico e tecnológico de assessoria, de consultoria, de estudos, de ensaios, de
metrologia, de normalização, de gestão tecnológica, de fomento à invenção e à inovação, de
transferência de tecnologia, de gestão e controle da propriedade intelectual gerada nas
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, desde que associadas às atividades
previstas nos itens anteriores;
 a formação ou a capacitação profissional por meio de cursos de níveis médio e superior, para o
aperfeiçoamento e o desenvolvimento de recursos humanos em tecnologias de microeletrônica,
de semicondutores, de displays e outras tecnologias correlatas; e
 a formação profissional por meio de cursos de nível superior e de pós-graduação, oferecidos por
entidades brasileiras de ensino, nas áreas de ciências exatas, tecnologia da informação e
comunicação, informática, computação, engenharias elétrica, eletrônica e mecatrônica,
telecomunicações e correlatos, reconhecidos pelo Ministério da Educação.

E-Digital 2022-2026

Os Eixos Habilitadores são compreendidos como aqueles que vão formar as bases para que a
transformação digital aconteça. São eles:

A. Infraestrutura e acesso às TIC;


B. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação;
C. Confiança no ambiente digital;
D. Educação e capacitação profissional; e
E. Dimensão internacional.

Já os Eixos de Transformação Digital envolvem as estratégias para transformar digitalmente as


atividades do governo e da economia, a partir das bases desenvolvidas nos eixos anteriores.
Compõem os eixos de Transformação Digital, conforme representado na Tabela 2:
A. Transformação digital da economia; e
B. Cidadania e transformação digital do governo.
Segundo estatísticas da United Nations Conference on Trade and Development 2021 (UNCTADStat,
2021), em 2020, os serviços de TIC foram responsáveis por 8,6%, do total de exportações brasileiras,
diante de 7,2% do ano anterior, como mostra o Gráfico 7. Comparativamente, na Argentina e
no Uruguai, países vizinhos do Brasil, essa proporção chegou a cerca de 20% do total de serviços
exportados. Esta diferença aponta que há margem para crescimento, desde que ocorra via estímulo
à competitividade das empresas brasileiras, com destaque para aquelas dos segmentos digitais e
pequenas e médias empresas.

5.3. Automação e inteligência artificial

Artificial intelligence was founded as an academic discipline in 1956.[2] The field went through multiple
cycles of optimism[3][4] followed by disappointment and loss of funding,[5][6] but after 2012, when deep
learning surpassed all previous AI techniques,[7] there was a vast increase in funding and interest.
The various sub-fields of AI research are centered around particular goals and the use of particular tools.
The traditional goals of AI research include reasoning, knowledge representation, planning, learning,
natural language processing, perception, and support for robotics.[a] General intelligence (the ability to
solve an arbitrary problem) is among the field's long-term goals.[8] To solve these problems, AI
researchers have adapted and integrated a wide range of problem-solving techniques, including search
and mathematical optimization, formal logic, artificial neural networks, and methods based on statistics,
operations research, and economics.[b] AI also draws upon psychology, linguistics, philosophy,
neuroscience and many other fields.

Knowledge representation and knowledge engineering[14] allow AI programs to answer questions


intelligently and make deductions about real-world facts. Formal knowledge representations are used in
content-based indexing and retrieval,[15] scene interpretation,[16] clinical decision support,[17] knowledge
discovery (mining "interesting" and actionable inferences from large databases),[18] and other areas.[19]

Knowledge acquisition is the difficult problem of obtaining knowledge for AI applications.[c] Modern AI
gathers knowledge by "scraping" the internet (including Wikipedia). The knowledge itself was collected
by the volunteers and professionals who published the information (who may or may not have agreed to
provide their work to AI companies).[29] This "crowd sourced" technique does not guarantee that the
knowledge is correct or reliable. The knowledge of Large Language Models (such as ChatGPT) is highly
unreliable -- it generates misinformation and falsehoods (known as "hallucinations"). Providing accurate
knowledge for these modern AI applications is an unsolved problem.

There are several kinds of machine learning. Unsupervised learning analyzes a stream of data and finds
patterns and makes predictions without any other guidance.[42] Supervised learning requires a human to
label the input data first, and comes in two main varieties: classification (where the program must learn
to predict what category the input belongs in) and regression (where the program must deduce a
numeric function based on numeric input).[43] In reinforcement learning the agent is rewarded for good
responses and punished for bad ones. The agent learns to choose responses that are classified as
"good".[44] Transfer learning is when the knowledge gained from one problem is applied to a new
problem.[45] Deep learning uses artificial neural networks for all of these types of learning.

Modern deep learning techniques for NLP include word embedding (how often one word appears near
another),[49] transformers (which finds patterns in text),[50] and others.[51] In 2019, generative pre-trained
transformer (or "GPT") language models began to generate coherent text,[52][53] and by 2023 these
models were able to get human-level scores on the bar exam, SAT, GRE, and many other real-world
applications.[54]

GPT models are artificial neural networks that are based on the transformer architecture, pre-trained on
large data sets of unlabelled text, and able to generate novel human-like content.[2][3] As of 2023, most
LLMs have these characteristics[7] and are sometimes referred to broadly as GPTs.[

Input text is split into n-grams encoded as tokens and each token is converted into a vector via looking
up from a word embedding table. At each layer, each token is then contextualized within the scope of
the context window with other (unmasked) tokens via a parallel multi-head attention mechanism
allowing the signal for key tokens to be amplified and less important tokens to be diminished.

declarative knowledge
knowledge represented by facts, rules and theorems
Note 1 to entry: Usually, declarative knowledge cannot be processed without first being translated into
procedural
knowledge

data augmentation
process of creating synthetic samples by modifying or utilizing the existing data

Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial

A presente Estratégia foi construída em três etapas: (i) contratação de


consultoria especializada em IA, (ii) benchmarking nacional e internacional, e (iii)
processo de consulta pública.

Objetivos:

• Contribuir para a elaboração de princípios éticos para o desenvolvimento e uso


de IA responsáveis.
• Promover investimentos sustentados em pesquisa e desenvolvimento em IA.
• Remover barreiras à inovação em IA.
• Capacitar e formar profissionais para o ecossistema da IA.
• Estimular a inovação e o desenvolvimento da IA brasileira em ambiente
internacional.
• Promover ambiente de cooperação entre os entes públicos e privados, a
indústria e os centros de pesquisas para o desenvolvimento da Inteligência
Artificial.

Elementos-chave da discussão internacional sobre o tema são:


(i) a ideia de que sistemas de IA devem ser centrados no ser humano (human-centric AI); e
(ii) a afirmação da necessidade de que tais sistemas sejam confiáveis (trustworthy AI).
Estimular a produção de IA ética financiando projetos de pesquisa que visem aplicar soluções éticas,
principalmente nos campos de equidade/não-discriminação (fairness), responsabilidade/prestação de
contas (accountability) e transparência (transparency), conhecidas como a matriz FAT.

Em particular, destaca-se a importância de conduzir relatórios de impacto de proteção de dados (RIPDs).


Diretrizes para a elaboração de RIPDs, inclusive quanto a cenários em que sua realização seja necessária,
devem ser elaborados pela autoridade responsável pela regulação de proteção de dados. Exemplos de
relatórios de impacto necessários, a depender dos setores afetados:

• Relatório de Impacto de Segurança (RIS).


• Relatório de Impacto Ambiental (RIA).
• Relatório de Impacto de Direitos Humanos (RIDH).

PL 21/2020

Art. 6º Ao disciplinar a aplicação de inteligência artificial, o poder público deverá observar as seguintes
diretrizes:

I – intervenção subsidiária: regras específicas deverão ser desenvolvidas para os usos de sistemas de
inteligência artificial apenas quando absolutamente necessárias para a garantia do atendimento ao
disposto na legislação vigente;
II – atuação setorial: a atuação do poder público deverá ocorrer pelo órgão ou entidade competente,
considerados o contexto e o arcabouço regulatório específicos de cada setor;
III – gestão baseada em risco: o desenvolvimento e o uso dos sistemas de inteligência artificial deverão
considerar os riscos concretos, e as definições sobre a necessidade de regulação dos sistemas de
inteligência artificial e sobre o respectivo grau de intervenção deverão ser sempre proporcionais aos
riscos concretos oferecidos por cada sistema e à probabilidade de ocorrência desses riscos, avaliados
sempre em comparação com:
a) os potenciais benefícios sociais e econômicos oferecidos pelo sistema de inteligência artificial; e
b) os riscos apresentados por sistemas similares que não envolvam inteligência artificial, nos termos do
inciso V deste caput;
IV – participação social e interdisciplinar: a adoção de normas que impactem o desenvolvimento e a
operação de sistemas de inteligência artificial será baseada em evidências e precedida de consulta
pública, realizada preferencialmente pela internet e com ampla divulgação prévia, de modo a
possibilitar a participação de todos os interessados e as diversas especialidades envolvidas;
V – análise de impacto regulatório: a adoção de normas que impactem o desenvolvimento e a operação
de sistemas de inteligência artificial será precedida de análise de impacto regulatório, nos termos do
Decreto nº 10.411, de 30 de junho de 2020, e da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019; e
VI – responsabilidade: as normas sobre responsabilidade dos agentes que atuam na cadeia de
desenvolvimento e operação de sistemas de inteligência artificial deverão, salvo disposição legal em
contrário, pautar-se na responsabilidade subjetiva e levar em consideração a efetiva participação desses
agentes, os danos específicos que se deseja evitar ou remediar e a forma como esses agentes podem
demonstrar adequação às normas aplicáveis, por meio de esforços razoáveis compatíveis com os
padrões internacionais e as melhores práticas de mercado.

§ 1º Na gestão com base em risco a que se refere o inciso III do caput deste artigo, a administração
pública, nos casos de baixo risco, deverá incentivar a inovação responsável com a utilização de técnicas
regulatórias flexíveis.
§ 2º Na gestão com base em risco a que se refere o inciso III do caput deste artigo, a administração
pública, nos casos concretos em que se constatar alto risco, poderá, no âmbito da sua competência,
requerer informações sobre as medidas de segurança e prevenção enumeradas no inciso VI do caput do
art. 5º desta Lei, e respectivas salvaguardas, nos termos e nos limites de transparência estabelecidos por
esta Lei, observados os segredos comercial e industrial.

§ 3º Quando a utilização do sistema de inteligência artificial envolver relações de consumo, o agente


responderá independentemente de culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores, no
limite de sua participação efetiva no evento danoso, observada a Lei nº 8.078 de 11 de setembro de
1990 (Código de Defesa do Consumidor).

§ 4º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

PL 2338

I – sistema de inteligência artificial: sistema computacional, com graus diferentes de autonomia,


desenhado para inferir como atingir um dado conjunto de objetivos, utilizando abordagens baseadas em
aprendizagem de máquina e/ou lógica e representação do conhecimento, por meio de dados de entrada
provenientes de máquinas ou humanos, com o objetivo de produzir previsões, recomendações ou
decisões que possam influenciar o ambiente virtual ou real;
II – fornecedor de sistema de inteligência artificial: pessoa natural ou jurídica, de natureza pública ou
privada, que desenvolva um sistema de inteligência artificial, diretamente ou por encomenda, com
vistas a sua colocação no mercado ou a sua aplicação em serviço por ela fornecido, sob seu próprio
nome ou marca, a título oneroso ou gratuito;
III – operador de sistema de inteligência artificial: pessoa natural ou jurídica, de natureza pública ou
privada, que empregue ou utilize, em seu nome ou benefício, sistema de inteligência artificial, salvo se o
referido sistema
for utilizado no âmbito de uma atividade pessoal de caráter não profissional

Direitos

I – direito à informação prévia quanto às suas interações com sistemas de inteligência artificial;
II – direito à explicação sobre a decisão, recomendação ou previsão tomada por sistemas de inteligência
artificial;
III – direito de contestar decisões ou previsões de sistemas de inteligência artificial que produzam
efeitos jurídicos ou que impactem de maneira significativa os interesses do afetado;
IV – direito à determinação e à participação humana em decisões de sistemas de inteligência artificial,
levando-se em conta o contexto e o estado da arte do desenvolvimento tecnológico;
V – direito à não-discriminação e à correção de vieses discriminatórios diretos, indiretos, ilegais ou
abusivos; e
VI – direito à privacidade e à proteção de dados pessoais, nos termos da legislação pertinente.

Art. 6º A defesa dos interesses e dos direitos previstos nesta Lei poderá ser exercida perante os órgãos
administrativos competentes, bem como em juízo, individual ou coletivamente, na forma do disposto na
legislação pertinente acerca dos instrumentos de tutela individual, coletiva e difusa.
Art. 7º Pessoas afetadas por sistemas de inteligência artificial têm o direito de receber, previamente à
contratação ou utilização do sistema, informações claras e adequadas quanto aos seguintes aspectos:

I – caráter automatizado da interação e da decisão em processos ou produtos que afetem a pessoa;


II – descrição geral do sistema, tipos de decisões, recomendações ou previsões que se destina a fazer e
consequências de sua utilização para a pessoa;
III – identificação dos operadores do sistema de inteligência artificial e medidas de governança adotadas
no desenvolvimento e emprego do sistema pela organização;
IV – papel do sistema de inteligência artificial e dos humanos envolvidos no processo de tomada de
decisão, previsão ou recomendação;
V – categorias de dados pessoais utilizados no contexto do funcionamento do sistema de inteligência
artificial;
VI – medidas de segurança, de não-discriminação e de confiabilidade adotadas, incluindo acurácia,
precisão e cobertura; e
VII – outras informações definidas em regulamento.

Art. 10. Quando a decisão, previsão ou recomendação de sistema de inteligência artificial produzir
efeitos jurídicos relevantes ou que impactem de maneira significativa os interesses da pessoa, inclusive
por meio da geração de perfis e da realização de inferências, esta poderá solicitar a intervenção ou
revisão humana.

Art. 11. Em cenários nos quais as decisões, previsões ou recomendações geradas por sistemas de
inteligência artificial tenham um impacto irreversível ou de difícil reversão ou envolvam decisões que
possam gerar riscos à vida ou à integridade física de indivíduos, haverá envolvimento humano
significativo no processo decisório e determinação humana final.

Art. 13. Previamente a sua colocação no mercado ou utilização em serviço, todo sistema de inteligência
artificial passará por avaliação preliminar realizada pelo fornecedor para classificação de seu grau de
risco, cujo registro considerará os critérios previstos neste capítulo.

§ 3º A autoridade competente poderá determinar a reclassificação do sistema de inteligência artificial,


mediante notificação prévia, bem como determinar a realização de avaliação de impacto algorítmico
para instrução da
investigação em curso.

Art. 14. São vedadas a implementação e o uso de sistemas de inteligência artificial:

I – que empreguem técnicas subliminares que tenham por objetivo ou por efeito induzir a pessoa
natural a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança ou contra os
fundamentos desta Lei;
II – que explorem quaisquer vulnerabilidades de grupos específicos de pessoas naturais, tais como as
associadas a sua idade ou deficiência física ou mental, de modo a induzi-las a se comportar de forma
prejudicial a sua saúde ou segurança ou contra os fundamentos desta Lei;
III – pelo poder público, para avaliar, classificar ou ranquear as pessoas naturais, com base no seu
comportamento social ou em atributos da sua personalidade, por meio de pontuação universal, para o
acesso a bens e serviços e políticas públicas, de forma ilegítima ou desproporcional.
Art. 15. No âmbito de atividades de segurança pública, somente é permitido o uso de sistemas de
identificação biométrica à distância, de forma contínua em espaços acessíveis ao público, quando
houver previsão em lei
federal específica e autorização judicial em conexão com a atividade de persecução penal
individualizada, nos seguintes casos:

I – persecução de crimes passíveis de pena máxima de reclusão superior a dois anos;


II – busca de vítimas de crimes ou pessoas desaparecidas; ou
III – crime em flagrante.

Art. 16. Caberá à autoridade competente regulamentar os sistemas de inteligência artificial de risco
excessivo.

Art. 17. São considerados sistemas de inteligência artificial de alto risco aqueles utilizados para as
seguintes finalidades:

I – aplicação como dispositivos de segurança na gestão e no funcionamento de infraestruturas críticas,


tais como controle de trânsito e redes de abastecimento de água e de eletricidade;
II – educação e formação profissional, incluindo sistemas de determinação de acesso a instituições de
ensino ou de formação profissional ou para avaliação e monitoramento de estudantes;
III – recrutamento, triagem, filtragem, avaliação de candidatos, tomada de decisões sobre promoções ou
cessações de relações contratuais de trabalho, repartição de tarefas e controle e avaliação do
desempenho e do comportamento das pessoas afetadas por tais aplicações de inteligência artificial nas
áreas de emprego, gestão de trabalhadores e acesso ao emprego por conta própria;
IV – avaliação de critérios de acesso, elegibilidade, concessão, revisão, redução ou revogação de serviços
privados e públicos que sejam considerados essenciais, incluindo sistemas utilizados para avaliar a
elegibilidade de pessoas naturais quanto a prestações de serviços públicos de assistência e de
seguridade;
V – avaliação da capacidade de endividamento das pessoas naturais ou estabelecimento de sua
classificação de crédito;
VI – envio ou estabelecimento de prioridades para serviços de resposta a emergências, incluindo
bombeiros e assistência médica;
VII – administração da justiça, incluindo sistemas que auxiliem autoridades judiciárias na investigação
dos fatos e na aplicação da lei;
VIII – veículos autônomos, quando seu uso puder gerar riscos à integridade física de pessoas;
IX – aplicações na área da saúde, inclusive as destinadas a auxiliar diagnósticos e procedimentos
médicos;
X – sistemas biométricos de identificação;
XI – investigação criminal e segurança pública, em especial para avaliações individuais de riscos pelas
autoridades competentes, a fim de determinar o risco de uma pessoa cometer infrações ou de reincidir,
ou o risco para potenciais vítimas de infrações penais ou para avaliar os traços de personalidade e as
características ou o comportamento criminal passado de pessoas singulares ou grupos;
XII – estudo analítico de crimes relativos a pessoas naturais, permitindo às autoridades policiais
pesquisar grandes conjuntos de dados complexos, relacionados ou não relacionados, disponíveis em
diferentes fontes de dados ou em diferentes formatos de dados, no intuito de identificar padrões
desconhecidos ou descobrir relações escondidas nos dados;
XIII – investigação por autoridades administrativas para avaliar a credibilidade dos elementos de prova
no decurso da investigação ou repressão de infrações, para prever a ocorrência ou a recorrência de uma
infração real ou
potencial com base na definição de perfis de pessoas singulares; ou
XIV – gestão da migração e controle de fronteiras.

Art. 18. Caberá à autoridade competente atualizar a lista dos sistemas de inteligência artificial de risco
excessivo ou de alto risco, identificando novas hipóteses, com base em, pelo menos, um dos seguintes
critérios:

I – a implementação ser em larga escala, levando-se em consideração o número de pessoas afetadas e a


extensão geográfica, bem como a sua duração e frequência;
II – o sistema puder impactar negativamente o exercício de direitos e liberdades ou a utilização de um
serviço;
III – o sistema tiver alto potencial danoso de ordem material ou moral, bem como discriminatório;
IV – o sistema afetar pessoas de um grupo específico vulnerável;
V – serem os possíveis resultados prejudiciais do sistema de inteligência artificial irreversíveis ou de
difícil reversão;
VI – um sistema de inteligência artificial similar ter causado anteriormente danos materiais ou morais;
VII – baixo grau de transparência, explicabilidade e auditabilidade do sistema de inteligência artificial,
que dificulte o seu controle ou supervisão;
VIII – alto nível de identificabilidade dos titulares dos dados, incluindo o tratamento de dados genéticos
e biométricos para efeitos de identificação única de uma pessoa singular, especialmente quando o
tratamento inclui combinação, correspondência ou comparação de dados de várias fontes;
IX – quando existirem expectativas razoáveis do afetado quanto ao uso de seus dados pessoais no
sistema de inteligência artificial, em especial a expectativa de confidencialidade, como no tratamento de
dados sigilosos ou
sensíveis.
Parágrafo único. A atualização da lista mencionada no caput pela autoridade competente será precedida
de consulta ao órgão regulador setorial competente, se houver, assim como de consulta e de audiência
públicas e de
análise de impacto regulatório.

§ 2º A documentação técnica de sistemas de inteligência artificial de alto risco será elaborada antes de
sua disponibilização no mercado ou de seu uso para prestação de serviço e será mantida atualizada
durante sua utilização.

Art. 20. Além das medidas indicadas no art. 19, os agentes de inteligência artificial que forneçam ou
operem sistemas de alto risco adotarão as seguintes medidas de governança e processos internos:

I – documentação, no formato adequado ao processo de desenvolvimento e à tecnologia usada, a


respeito do funcionamento do sistema e das decisões envolvidas em sua construção, implementação e
uso, considerando todas as etapas relevantes no ciclo de vida do sistema, tais como estágio de design,
de desenvolvimento, de avaliação, de operação e de descontinuação do sistema;
II – uso de ferramentas de registro automático da operação do sistema, de modo a permitir a avaliação
de sua acurácia e robustez e a apurar potenciais discriminatórios, e implementação das medidas de
mitigação de riscos adotadas, com especial atenção para efeitos adversos;
III – realização de testes para avaliação de níveis apropriados de confiabilidade, conforme o setor e o
tipo de aplicação do sistema de inteligência artificial, incluindo testes de robustez, acurácia, precisão e
cobertura;
IV – medidas de gestão de dados para mitigar e prevenir vieses discriminatórios, incluindo:
a) avaliação dos dados com medidas apropriadas de controle de vieses cognitivos humanos que possam
afetar a coleta e organização dos dados e para evitar a geração de vieses por problemas na classificação,
falhas ou falta de informação em relação a grupos afetados, falta de cobertura ou distorções em
representatividade, conforme a aplicação pretendida, bem como medidas corretivas para evitar a
incorporação de vieses sociais estruturais que possam ser perpetuados e ampliados pela tecnologia; e
b) composição de equipe inclusiva responsável pela concepção e desenvolvimento do sistema, orientada
pela busca da diversidade.
V – adoção de medidas técnicas para viabilizar a explicabilidade dos resultados dos sistemas de
inteligência artificial e de medidas para disponibilizar aos operadores e potenciais impactados
informações gerais sobre o funcionamento do modelo de inteligência artificial empregado, explicitando
a lógica e os critérios relevantes para a produção de resultados, bem como, mediante requisição do
interessado, disponibilizar informações adequadas que permitam a interpretação dos resultados
concretamente produzidos, respeitado o sigilo industrial e comercial.

Art. 21. Adicionalmente às medidas de governança estabelecidas neste capítulo, órgãos e entidades do
poder público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, ao contratar, desenvolver ou utilizar
sistemas de inteligência artificial considerados de alto risco, adotarão as seguintes medidas:
I – realização de consulta e audiência públicas prévias sobre a utilização planejada dos sistemas de
inteligência artificial, com informações sobre os dados a serem utilizados, a lógica geral de
funcionamento e resultados
de testes realizados;
II – definição de protocolos de acesso e de utilização do sistema que permitam o registro de quem o
utilizou, para qual situação concreta, e com qual finalidade;
III – utilização de dados provenientes de fontes seguras, que sejam exatas, relevantes, atualizadas e
representativas das populações afetadas e testadas contra vieses discriminatórios, em conformidade
com a Lei nº 13.709,
de 14 de agosto de 2018, e seus atos regulamentares;
IV – garantia facilitada e efetiva ao cidadão, perante o poder público, de direito à explicação e revisão
humanas de decisão por sistemas de inteligência artificial que gerem efeitos jurídicos relevantes ou que
impactem significativamente os interesses do afetado, a ser realizada pelo agente público competente;
V – utilização de interface de programação de aplicativos que permita sua utilização por outros sistemas
para fins de interoperabilidade, na forma da regulamentação; e
VI – publicização em veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos, das
avaliações preliminares dos sistemas de inteligência artificial desenvolvidos, implementados ou
utilizados pelo poder público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, independentemente do
grau de risco, sem prejuízo do disposto no art. 43.

§ 1º A utilização de sistemas biométricos pelo poder público da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios será precedida da edição de ato normativo que estabeleça garantias para o exercício dos
direitos da pessoa
afetada e proteção contra a discriminação direta, indireta, ilegal ou abusiva, vedado o tratamento de
dados de raça, cor ou etnia, salvo previsão expressa em lei.
Art. 22. A avaliação de impacto algorítmico de sistemas de inteligência artificial é obrigação dos agentes
de inteligência artificial, sempre que o sistema for considerado como de alto risco pela avaliação
preliminar.

Art. 31. Os agentes de inteligência artificial comunicarão à autoridade competente a ocorrência de


graves incidentes de segurança, incluindo quando houver risco à vida e integridade física de pessoas, a
interrupção de funcionamento de operações críticas de infraestrutura, graves danos à propriedade ou
ao meio ambiente, bem como graves violações aos
direitos fundamentais, nos termos do regulamento.

Art. 42. Não constitui ofensa a direitos autorais a utilização automatizada de obras, como extração,
reprodução, armazenamento e transformação, em processos de mineração de dados e textos em
sistemas de inteligência artificial, nas atividades feitas por organizações e instituições de pesquisa, de
jornalismo e por museus, arquivos e bibliotecas, desde que:
I – não tenha como objetivo a simples reprodução, exibição ou disseminação da obra original em si;
II – o uso ocorra na medida necessária para o objetivo a ser alcançado;
III – não prejudique de forma injustificada os interesses econômicos dos titulares; e
IV – não concorra com a exploração normal das obras.

§ 2º Aplica-se o disposto no caput à atividade de mineração de dados e textos para outras atividades
analíticas em sistemas de inteligência artificial, cumpridas as condições dos incisos do caput e do § 1º,
desde que as atividades não comuniquem a obra ao público e que o acesso às obras tenha se dado de
forma legítima.

Art. 43. Cabe à autoridade competente a criação e manutenção de base de dados de inteligência
artificial de alto risco, acessível ao público, que contenha os documentos públicos das avaliações de
impacto, respeitados os segredos comercial e industrial, nos termos do regulamento.

5.4 Regime jurídico de programas de computador e aplicações de internet

Lei 9609/1998

Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o


conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País,
observado o disposto nesta Lei.

§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais,


ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de
computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas
impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que
prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.

§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de
cinquenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação
ou, na ausência desta, da sua criação.

§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.


Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério do titular, ser registrados em órgão
ou entidade a ser designado por ato do Poder Executivo, por iniciativa do Ministério
responsável pela política de ciência e tecnologia.

Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante


de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e
elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à
pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço ou
servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos encargos concernentes a
esses vínculos.

§ 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou serviço prestado limitar-


se-á à remuneração ou ao salário convencionado.

§ 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os


direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de
trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos,
informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou
equipamentos do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha
contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços ou órgão
público.

Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador:

I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida, desde que se destine


à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese em que o exemplar original
servirá de salvaguarda;

II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados o programa e o
titular dos direitos respectivos;

III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se der por força
das características funcionais de sua aplicação, da observância de preceitos normativos
e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para a sua expressão;

IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características essenciais, a um


sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário,
desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu.

Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de licença.

Parágrafo único. Na hipótese de eventual inexistência do contrato referido no caput deste


artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para
comprovação da regularidade do seu uso.

Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa.


§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no
todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o
represente:

Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa.

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no
País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa
de computador, produzido com violação de direito autoral.

§ 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo:

I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública,


sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público;

II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação


tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de
consumo.

Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos casos de
violação de direito de autor de programa de computador, serão precedidas de vistoria, podendo
o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de direito
de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo,
mantendo em depósito, reproduzindo ou comercializando.

Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao
infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de
transgressão do preceito.

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