A Guerra Cultural…

Somos um povo com identidade roubada…

“para liquidar os povos, começa-se por lhes tirar a memória. Destroem-se os seus livros,
a sua cultura, a sua história. E alguém lhes escreve outros livros, dá-lhes outra cultura e
inventa-lhes outra história. Esquecem o que são e o que foram, e o mundo ao seu redor
esquece-os ainda mais rápido.” Milan Hübl

“o colonialismo cultural provoca uma submissão mental e apatia, que anula qualquer
iniciativa ou ação política por parte da população colonizada.” Frantz Fanon e Amílcar
Cabral

“nós sacrificamos nossos valores morais em troca do que o Mundo chama de

`civilização´” Alberto Njikho

Você sabe por que moçambicanos não apoiam seus projetos? Por que acham suas criações, inovações
e (até no pior cenário), a sua cultura inferior? Você conhece um bom músico ou um artista plástico
moçambicano com um talento invejável, mas que estranhamente quase ninguém dá like a seus posts,
nem comenta? Você já criou um projecto que parecia estar dando todo sucesso e logo afrouxou?

Pois é, esse problema teve um começo. E para entendê-lo, é preciso voltar às nossas raízes. Onde tudo
começou…

valeapenacrer
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Era por volta do Séc. XV, quando o colono chegou a
Moçambique e usou uma das mais conhecidas táticas do
colonialismo: “desvalorizar nossa cultura a fim de
exercer seu poder sobre nós”. Esse termo chama-se
"Etnocentrismo” que basicamente ocorre quando um
grupo de indivíduos “vê-se como superior aos demais em
aspectos culturais, religiosos e étnico-raciais."i
Esse era apenas o começo! Vou deixar mais uma pequena
pergunta para reflexão: você já notou que quanto mais
elevado o nível de escolaridade de alguém, mais ele se
sente culturalmente superior aos outros? Pois é! É porque
todo sistema acadêmico foi montado por eles, com este
propósito.
Antes que eu me esqueça, você já parou para pensar que
hoje você ainda é colonizado? Estranho né? Mas é isso
mesmo! Para você entender melhor, primeiro conheça
algumas formas de colonialismo que existem:
(i) colonialismo económico;
(ii) colonialismo militar;
(iii) colonialismo cultural.
Para nós, o que mais importa nesse artigo é o último. O
colonialismo cultural que “é uma forma de se alterar
sutilmente a cultura de um grupo de indivíduos
(território, país) por meio da manipulação dos meios de
comunicação (cinema, televisão, etc.), fazendo com que
muitas vezes estes sejam desapossados de parte dos seus
bens culturais.”ii
Era aqui onde eu queria chegar. O colonialismo cultural
“é uma estratégia utilizada pelos imperialismos para
manterem seu domínio.” (Wikipédia).
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Hoje temos a concepção de que quanto mais copiamos a
cultura ocidental (que eles nos incutiram que é a melhor),
mais civilizados somos. Você já deve ter notado que
quanto mais você se distancia das cidades (onde a maioria
das comunidades é menos influenciada pela TV, cinema,
etc.), você encontra pessoas mais “humanizadas”, mais
cordiais, bem mais simpáticas e empáticas. É simples,
porque pessoas que não veem televisão ou outros meios de
comunicação social são menos expostas ao materialismo,
promiscuidade, sensualidade e por aí em diante.
Actualmente, a nova geração considera isso como “falta
de civilização”. A realidade é bem diferente, trata-se de
falta de “identidade própria”.
“(…) as nações que ditam o ritmo global passam
a difundir sua cultura entre outros povos, por
meio de filmes, músicas, esportes, marcas e
tendências em diversas áreas, por exemplo.” Lucas
Ferreira, R7 Internacional
Através das TV’s, cinema e outros meios de comunicação
social, os moçambicanos continuam sendo colonizados
pelos regimes que lhes colonizaram no passado.
Provavelmente você pense que é 100% independente! Mas
não é! Não é errado ver ou assistir ao que o Mundo oferece
de bom, mas, depois de ler este artigo, você passará a ser
mais seletivo e, creio que com a ajuda de Deus, você
passará também a analisar essas coisas com um
pensamento mais crítico. Podemos absorver o melhor que
há nas culturas dos “brancos” sem deixar de viver a nossa
individualidade, nossos valores. Aquela simplicidade,
cordialidade, fraternidade e empatia que caracteriza os
moçambicanos. Oh, quanto de nossos valores foram
roubados!
O Colonialismo Cultural numa
perspectiva mais ampla: O Grande
Conflito.
Olhando para o pano de fundo (ampliando ainda mais o
cenário), o colonialismo no seu todo é uma estratégia de
dominação de massas idealizada pelo Inimigo de Deus
(Satanás). Esta estratégia remonta desde os primórdios de
nossa existência, alimentada por seu irremediável desejo
de poder e controle. Reflita, onde foi formada a primeira
colônia? No céu! Quando ele se rebelou contra Deus e “ele
e a terça parte do céu foram finalmente lançados para a
Terra” (Apoc. 12:4). Ele o faz com o intuito de manter o
Mundo “caído” sob seu domínio e controle. Satanás usa
os Lideres mundiais sob seu comando (Apoc. 20:7-10)
para que, a partir deles, seus desígnios sejam difundidos a
todos povos. Você também deve lembrar que Satanás não
é omnipresente, então, dada a sua limitada atuação na
esfera mundial ele usa a TV e outros meios de
comunicação social para difundir suas ideologias ao nível
das nações. Por isso, a estratégia de centralizar o “pool” de
suas macro-decisões nas maiores potências mundiais
parece ser uma estratégia bastante acertada. São estes os
que a Bíblia chama de “dominadores deste Mundo” (Efés.
6:12)
Acho que agora você percebe por que todo Mundo parece
seguir “um ritmo uniforme” em suas relações, tanto
politicas, económicas, sociais e até mesmo religiosas?
Como é que as pessoas são colocadas a “pensar, agir e até
a vestir-se da mesma forma” (pelo menos o mundo tem o
consenso sobre as vestes formais), sendo que o Mundo é
culturalmente diverso?
O pecado, no sentido geral perverteu toda Criação divina.
O homem natural deixou a sua natureza nobre e pura para
uma natureza mais propensa ao erro, o que a Bíblia chama
de “natureza carnal” (I Cor. 3:1). Em suma, o homem
perfeito “foi colonizado”. Nossa identidade (impressa por
Deus na criação), ficou roubada e imersa na escuridão do
Pecado. Por isso, há um enorme desafio de fazer com que
as pessoas retornem às suas origens: de viver uma vida
santificada a Deus, num Mundo que é culturalmente
adverso do Original.
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Ao longo do nosso dia-a-dia, absorvemos culturas das
classes dominantes e, “graças a TV”, elas vão ficando
gravadas em nosso subconsciente. Estas parecem-nos ser
mais fáceis e mais prazerosas, mesmo que na realidade não
sejam. Sacrificamos nossos valores morais em troca do
que o Mundo chama de “civilização”. É por isso que sob
o ponto de vista do espiritual encontramos o mesmo
dilema: as coisas de Deus parecem não dar prazer ao
coração humano. É porque “temos a identidade cultural
roubada” e somente o Espirito Santo pode restaurar-nos à
nossa natureza Original.
“Sabemos que a Lei é espiritual; eu, contudo, não
o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado.
Não entendo o que faço. Pois não faço o que
desejo, mas o que odeio.” Romanos 7:14-15
O problema central é sermos vitimas do “etnocentrismo”
de pessoas ou poderes superiores a nós – os tais que a
Bíblia chama de “dominadores deste Mundo”. Receberam
autoridade do próprio Satanás que é o actual príncipe deste
Mundo (Marcos 3,20-35). Tais dominadores são seus
agentes do mal:
“pois a nossa luta não é contra pessoas, mas
contra os poderes e autoridades, contra os
dominadores deste mundo de trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais.”
Efésios 6:12
Devemos lembrar que o plano original do Inimigo de Deus
era de criar um Governo “melhor” que o de Deus. Foi
Satanás quem disse que “subiria acima das estrelas de
Deus e exaltaria seu trono” (Isaías 14:14). É com este
pensamento (agora mais sofisticado) que o Inimigo,
através de diversas redes sociais (TV, cinema, facebook,
etc.), incute-nos a ideia de que o Cristianismo é a
“religião dos fracos”, como defende o ateísmo niilista de
Nietzsche. É neste fio de pensamento que seria razoável
concluir que o dilema do colonialismo cultural pode ser
enquadrado, do ponto de vista mais amplo, no Grande
Conflito entre Cristo e Satanás.
Você provavelmente esteja admirado com o nível de
deterioração moral que assola o seu País, o mundo em
geral. Adolescentes e jovens expondo seus corpos nas
redes sociais sem nenhum senso de vergonha ou
consideração pelos mais velhos, sem se importarem com
os riscos associados a tais práticas. Você eventualmente
esteja atento ao nível de promiscuidade que assola nossa
sociedade. Tudo é fruto de homens e mulheres “cuja
identidade foi roubada”.
Você provavelmente esteja admirado com o nível de falta
de respeito e insubordinação que acomete a nova geração.
Pois é, tudo está inserido no plano do grande Arqui-
Enganador, Satanás que pretende enredar o Mundo em
suas garras, cegando-lhes o entendimento afim de que não
enxerguem os perigos que se fazem evidentes (2 Cor. 4:4).
Ciente disso, Cristo nos advertiu a adquirirmos dele, o
“colírio” para que consigamos ver os enganos de Satanás
(Apoc. 3:18).
“nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que não lhes
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo,
que é a imagem de Deus.” 2 Coríntios 4:4
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Ainda no contexto de colonialismo cultural, você deve se
lembrar de Israel no deserto, certo? Não é estranho esse
povo ter desconsiderado todos milagres divinos, a despeito
de sua tamanha magnitude? Um povo que não conseguiu
enxergar que entre eles, havia um Deus Todo-Poderoso
que – contrariamente aos deuses egípcios feitos de madeira, barro
e metal – falou-lhes em meio a fumaça de fogo e trovões,
simbolizando Sua glória, santidade e majestade. Um Deus
que havia derrotado todo exercito da então potência
mundial. Qual foi a resposta em meio a todas aquelas
providências? Uma constante demonstração de desagrado.
O peso das saudades da cultura egípcia foi maior do que
as bênçãos de todas providências divinas. Eles mal
sabiam que ainda eram escravos, presos em seu “cativeiro
mental”:
“lembramo-nos dos peixes que, no Egipto
comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos
alhos silvestres, das cebolas (…) agora, porém,
seca-nos a alma e nenhuma coisa vemos, senão
este maná.” Êxodo 11:5-6.
Você se lembra de que a Bíblia se refere ao maná como “o
pão que desceu dos céus?” (Êxodo 16:4). Pois é, o pecado
cega-nos o entendimento para coisas espirituais. É por isso
que Israel reclamou dizendo “nenhuma coisa vemos,
senão este maná.”. Um total desprezo às providencias
divinas! Tal acontece com nossa vida, quando nos
distanciamos dos preceitos divinos, nada do que é
espiritual parece ser agradável.
Neste trecho, estão em destaque 3 palavras que se
enquadram no assunto em análise: (i) lembrar; (ii) comer
de graça; (iii) secar-se a alma.
 Lembrar do hebraico (“zakar”): tem conotação
com a ideia de que Israel “estava enraizado ao
estilo de vida egípcio”. Semelhantemente, conota
a ideia de que o estilo de vida egípcio (i.e., a
cultura), estava “gravado na memória do povo”
(do inglês “be mindfull”)
 De graça (ou “em vão”), do hebraico (“chinnan”): o
“de graça” aqui mencionado não deve ser
entendido como sendo literal porque Israel era
escravo no Egipto. Não era possível “comer de
graça”. Para eles, a escravidão não era algo que
 eles considerassem penoso ou custoso. Durante os
400 anos de escravidão, os egípcios, lhes fizeram
acreditar “ser normal” o facto de serem subjugados
e ter suas mentes “formatadas”. Similarmente, a
palavra “de graça” deve entender-se no sentido de
que, na visão de Israel, mesmo que a escravidão
demandasse esforço físico, os “deuses egípcios”
não requeriam deles nenhuma mudança radical no
seu estilo de pensar e agir. Então era “de graça”
servir a seus deuses.
 Seca-nos a alma do hebraico (“alma = nephesh”):
literalmente, secou-se-lhes: “todo o ser”, “toda
emoção”, “todo prazer”, “todo desejo”, “toda
paixão”. Todos esses sentimentos devem ser
entendidos como aplicar para ambos sentidos, o
físico e/ou o espiritual. Em suma, o povo estava
dizendo que “não tinha nenhum prazer em servir
ao Deus de Israel e que toda a sua alma estava
sedenta dos prazeres (ou melhor: a cultura) do
Egipto.”
Foi por isso que Deus precisou fazer o povo peregrinar no
deserto por 40 anos “até que toda aquela geração do Egipto
perecesse” e nascesse uma nova geração (Núm. 14:35).
Imagine o coração de Deus naquela altura? Imagine o
coração de Deus hoje, quando vê seu povo não ter mais
prazer nas coisas sagradas. Quando hoje seu povo prefere
um bom filme ou uma boa novela quando devia se dedicar
no estudo da Bíblia? Quantos têm desprezado o “tesouro
da Verdade” enviado pelo céu em troca de prazeres e
divertimentos temporários?
i ii
veja mais em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm
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Você agora entende por que Deus tenta nos proteger do
mundo ao dizer “não ameis o mundo nem o que nele há
(2 João 2:15)?”. É porque ainda somos escravizados pelo
pecado. Este mundo de trevas “colonizou-nos
culturalmente”. Facilmente temos abraçado a cultura do
pecado e isso só findará quando Cristo vier estabelecer seu
Reino Eterno, em breve. Muito em breve!
É justamente por isso que as coisas do céu não suscitam
tanto interesse em nós. É uma “cultura estranha” e
humanamente “sem nenhum prazer”. Por isso nos é
necessário o Espirito Santo para entendermos as coisas
espirituais porque “as coisas espirituais só se entendem por
aqueles que são espirituais” (1 Coríntios 3:1).
Espero que você tenha entendido que, para você se
aproximar de Deus, precisa de distanciar do secularismo
deste Mundo colonizado. Não há como estarmos bem
com o Mundo e com Deus, ao mesmo tempo!
Lembre-se que “uma Verdade continua sendo Verdade
mesmo que ninguém a aceite.”
Um abraço de seu amigo que anseia vê-lo no Céu, Alberto
Njikho!
Seja você também, movido pela esperança…
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veja mais em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismo_cultural