TIME SKIP – 7 ANOS pensar...

agora não posso mais pensar em segredos, se bem que

eu sei que ele não iria mexer na minha cabeça sem eu deixar.

ANO 820 (1° ano)

Enfim, ele me convidou, eu fiquei em choque, mas tive uma
ideia pra responder. Não sei, talvez ele não iria conseguir me
Depois de todo sufoco que tivemos com os Brioche
olhar nos olhos pra me convidar...
continuamos nos aventurando pela escola e guardando nosso
Acabei rasgando uma folha, mas não tem problema, foi por
clubinho. Se tornou um lugar de paz pra todos nós, e um bom
uma boa causa! Eu escrevi um SIM grandão, pra ele não ter
lugar de estudos, por mais que eu prefira usar ele para treinar
dúvidas, e pedi pro Malagueta entregar pra ele, e fiquei
as danças e os meus super pulos.
olhando de longe.
No final do ano tivemos a festa de cerinômia de conclusão,
Acho que ele ficou feliz porque deu um sorrisinho depois.
e teve uma grande festa! O Azê não ia poder participar, mas
Nesse ano a gente começou a entrar em alguns clubes
decidimos ajudar ele. A Maeve conjurou Invisibilidade nele, o
também. Além dos que a gente já tinha, tipo o Clube dos
que ia funcionar por uma hora só, mas aí o Skhär pensou em
Arautos da Tempestade do Giz. Também o Clube de Leituras
usar o kit de disfarce pra parecer uma criança mais nova. E
de Terror da Maeve. Todo mundo começou a procurar por
DEU CERTO!!! A Maeve convidou o Azê pra dançar, e ele
coisas que gostava pra se aperfeiçoar. Acho que isso nos molda.
aceitou. A Mae ficou muito feliz com isso.
O Giz e o Skh6ar também andaram de dragão! Eu fiquei
O Skhär é muuuito inteligente por pensar em usar o kit.
morrendo de vontade, e o Skhär disse que iria me levar da
Depois ele me convidou pra ser o par dele na festa
próxima vez! Estou animada!!!
também... eu fiquei muito espantada! Ele me convidou
mentalmente. Nosso link é tão bom que eu quase não noto
quando ele tá lá, o que é perigoso também, se parar pra
 Acabei me aproximando bastante do Ruffus por causa do
que aconteceu com o Heineken. Ele me contou que também
estudou aqui na escola, e cresceu aqui também.
Ele estudou aqui na mesma época que o Mordencai e o
Lamencainen (daí que veio o nome do cachorro). Eles
estudavam uns anos à frente dele, mas o inspetor era muito
fã do grupinho dele, que era juto com o Tenser e o Bigby (eles
eram mais novos, e do mesmo ano que o Ruffus).
O Mordecai era um grosso, muito mal educado com os
outros alunos e só era legal com os professores, por isso tinha
poucos amigos. Ele sabia manipular e articular bem as palavras,
mas não usava esse conhecimento de modo bom, e nem sabia
se relacionar com os outros. Ele era mais intimidador que
atrativo. Ele era o favorito de alguns professores, mas não
bem falado entre os alunos.
O Tenser e o Bigby também eram muito inteligentes, e
seguiram os passos acadêmicos do Mordecai, que era monitor
dos dois.
Sei que o Ruffus não me contou tudo, mas pareceu meio
nostálgico, talvez um pouco de remorso e um pouco de pesar
em falar das histórias.
“Eu ainda guardo algumas lembranças com carinho” ele
disse uma vez, mas sua fala carregava tantos sentimentos
diferentes que não quis comentar.
Ele também disse uma vez “Amar algo pode ser um
limitador”, mas não concordei. Acho que amar é o que nos
impulsiona a continuar e a seguir nossos sonhos.
Esse ano também as férias com a Haleth, e pude contar
pra ela tudo que estava acontecendo na escola. Queria que ela
também fosse pra lá, mas acho que o Zeny não aceitou. Às
vezs ele é um cabeça dura.
 não entendi. Ele não contou pra mais ninguém, menos eu
hehehe O BALOR É UM DEMÔNIO!!! Por isso não consegui
falar com ele!! Mas ele pediu segredo, então a gente deixa

ANO 821 (2° ano) entre a gente, ok?

Enfim, a Valk se aproximou mais. Ela é do tipo que
Esse ano foi uma loucura! A Valkaria Lascivious, ou como a
conhece muita gente, mas não anda com nenhum grupo
gente começou a chamar ela: Valk, começou a andar mais com
específico, então ela gostou de começar a andar com a gente.
a gente. Principalmente com o Azê. Ela tem um coelho
Eu abracei ela de primeira no nosso grupo: Quanto mais
chamado Balor que fica encarando meio esquisito.
amigos, melhor!!
A gente já tinha falado com ela antes, na Operação
O Skhär devolveu os doces que ele tinha prometido pra
Brioche, ela tinha dito que o Balor era burrinho, bem lerdo pra
ela, e daí os dois começaram a conversar também!
um coelho, e eu tentei falar com ele, mas ele não me
Nesse ano a gente acabou conhecendo outras pessoas
respondeu. Achei estranho. Depois eu, o Giz e a Valk fomos
também, tipo o Torment. Ele é um tiefling branco que entrou
fazer uns testes nele, acho que passamos um mês nessa
pro clube do Giz dos Arautos, ele também apareceu no clube
brincadeira, fizemos ele saltar, pular, comer, e o Giz usou
de terror e tá sempre no laboratório de Adivinhação. Ele tem
umas magias legais. Tentei falar com o Balor algumas vezes
vendas nos olhos, mas ficamos sem graça de perguntar o
mais, mas nunca dava certo.
motivo.
Eu ouvi ele comentando que talvez nós três tivéssemos o
Teve também o Codorna, que descobrimos se chamar
mesmo Q.I., eu, Malagueta e Balor. Eu não entendi muito
Zeliak. Ele é um owlin baixinho de penas castanhas que tá
bem. Ele chamou outras pessoas pra ajudar nos experimentos,
sempre no laboratório também. Ele é fofinho, mas boca suja e
e depois só parou. Disse que tinha tudo que precisava, mas eu
mal educado. Conversei com ele um pouco, e ele tem um bom
coração, mas é beeem lá o fundo, quase tão fundo quanto os
buracos que o Magaleta faz pra esconder algumas nozes na
terra quando a gente sai pra floresta.
Também conversamos um pouco com a Kendall. Ela tem a
pele como algumas das castanhas que eu carrego e usa óculos
redondos e grandes. Junto com ela sempre anda o Codorna e o
Arwyn. Ele é um elfo da floresta, muuuito educado. É muito
engraçado ver a interação dele com o Zeliak por causa disso.
De vez em quando aparece no clube também o Kregg. Ele
é um meio orc galã que é da sala da Sehanine. Ele sempre
arruma uns documentos, reportagens e citações adicionais sobre
os Arautos. O Giz gosta bastante. Acho que ele o vê como
irmão mais velho ou algo assim.
A gente começou a perceber que o Torment fala umas
coisas meio mórbidas ou é meio frio, tipo, o Codorna
mencionou esses dias que um negócio podia explodir e todo
mundo ia morrer, e o Torment disse que todo mundo vai
morrer um dia. É verdade, mas não precisava falar. A gente
ainda tem muito chão pela frente. O Giz salvou o clima
dizendo que com o poder do tempo nas mãos dele, isso não ia
acontecer tão cedo.
Depois o Tenser mencionou que um dos garotos começou a
falar dormindo no dormitório, como se tivesse tendo pesadelos.
A língua parece um élfico antigo, undercommon e celestial, mas
não dava pra entender tudo. E não fazia sentido, tipo:
“Melancolia é o som de uma noite de inverno”; “A canção da
vida? Eu não sei...”; “Eu ouço ele às vezes... Por quê?”; “A
canção da vida é a dor. Ele me disse isso.”
Depois descobrimos que o garoto era o Torment. E sabe
por que ele tem esse nome? Porque a família é militar e
gostam de colocar nomes que dão medo!
O Tenser acabou tentando investigar com a Maeve,
pegando uns livros da biblioteca. Mas não descobriram muita
coisa.
O Skhär e o Giz acabaram virando amigos, mesmo que
antes o Skhär tenha ficado com raiva do Giz por não ter
acreditado nele e ter menosprezado ele com os Brioche, só
acreditando depois de ter visto. Mas o Skhär ficou chateado
pela demora do Giz em confiar, mesmo eles se conhecendo
desde pequenos. Enfim, acho que isso logo passa, e eles vão
ficar bem de novo, e tá tudo bem.
Nós também decidimos perguntar pro Torment sobre sua
venda, e ele nos explicou que era pra conseguir melhorar os
outros sentidos, pra lutar no escuro sem medo ou receio.
Gostei da ideia e pedi pra ele me ajudar a escalar árvores no
escuro. Passamos um tempo juntos assim, e eu me diverti
bastante. O Torment também começou a tentar se aproximar
da Maeve, o que foi legal da parte dele.
O Giz também teve a brilhante ideia de fazer uma História
em Quadrinhos dos Arautos da Alvorada. E deu certo! As
pessoas começaram a comprar e gostaram da ideia, outros
artistas se aproximaram e conhecemos mais gente por causa
disso.
Nessas férias aconteceu algo incrível. Pedi pros meus pais
deixarem eu ficar na casa do Skhär, e eles deixaram! Foi aí que
eu conheci o Dadhuska do Skhär! Ele é um senhor bem velhinho
que é muuuito fofo! Ele ficou contando histórias do tempo
dele nas terras rúnicas, ou seja, na Auriléia. Ele falou da
discriminação que sofria por lá, e da diferença deles pros outros
draconatos, já que ele quis ficar na cidade enquanto os outros
foram embora. Ele mostra bastante orgulho da família e da
raça e do quanto ele quer perpetuar isso. Ele comentou sobre
o quanto houveram feridas não cicatrizadas dessa época, e me
explicou a origem dos draconatos.
Ele mencionou a história das Bruxas e de como elas
afetaram a Auriléia, e por isso, ele odiava elas e qualquer
feiticeiro ou bruxo. Ele me mostrou as tatuagens rúnicas dele
também, que me ajudou a entender melhor o Skhär.
Quando o Skhär se afastou puxei papo com ele, ele me
disse pra nunca (NUNCA) confiar em Bruxas. Ele também me
disse que a vida é muito curta pra viver com dor e medo. E
no meu caso, como elfa, a vida dos outros acaba sendo bem
mais curta que a minha, então enfrentar o medo e as minhas
dores/traumas é essencial pra não olhar pra trás com amargor
e arrependimento. Ou seja, as memórias não podem ter espaço
pra “e se…”
Isso me deixou bem pensativa, principalmente porque o
Skhär entrou na sala nessa hora. Ele não vai estar aqui comigo
pra sempre. Vou fazer questão de aproveitar cada momento
nosso nesse caso, e espero que ele aproveite também.
O Dadhuska (acabei adotando ele como meu vô também)
me elogiou, disse que tenho bom coração, e que meus amigos
têm sorte de me ter... fiquei feliz em saber disso, ainda mais
vindo de alguém tão experiente.
O Skhär me levou no ZOOLÓGICO! Eu fiquei morrendo de
dó dos bichinhos presos, mas entendi porque eles estavam lá.
São raros demais para estarem soltos, e sabe porquê? Eles
têm DINOSSAUROS! Seres incríveis! E outras criaturas
mágicas. Eu amei poder conversar com eles, e ia repassando as
perguntas do Skhär pra eles também, aí ficamos muito tempo
dando rolêzinho por lá. O Skhär achava que os dinossauros
eram parentes dele, mas a gente descobriu que não, e eles
também não cospem fogo. O que mostrou que não são
parentes não.
Nós também fomos no museu, onde tinham umas coisas
sobre o Arquimago de Adivinhação, e alguns objetos que os
Arautos pegaram no Carceri. Eu achei insano! Tipo umas
múmias da Auriléia e coisas macabras.
Ele também me levou para o Centro de Treinamento (que
ele ficava chamando de CT sem eu entender nada, até que me
explicou). Lá é onde ficam os Cavaleiros Dracônicos e Dragões
Boreais. O Skhär quer ser um dos Cavaleiros quando crescer,
pelo menos são os planos por enquanto. Eu achei muito
bonitinho e fofo ele comentando das coisas e me mostrando os
lugares que ele mais gosta lá, os olhinhos dele brilhavam... acho
que nunca tinha visto ele assim.
Ele foi muito bem recebido lá. Me apresentou seus amigos
e parece que realmente passa muito tempo com eles. Eles me
receberam muito bem também, e gostaram do Malagueta!
Dentro da casa dele, ele me mostrou o quarto onde a
gente ia dormir. Ele deixou eu dormir na cama dele enquanto
colocou um colchão no chão. Achei fofa a preocupação dele
comigo. Ele também me mostrou os action figures dos Arautos
da Alvorada, me mostrou os livros dele e os outros brinquedos.
Durante a noite eu tive alguns sonhos estranhos. Eu
estava andando na neve e ela derreteu porque eu tenho
poderes de fogo e não conseguia controlar, então o gelo virava
água e eu caía e não conseguia nadar.
 Acordei sem fôlego e comecei a chorar. Tentei segurar pra Eu fiquei triste e voltei a chorar baixinho depois de
não acordar o Skhär, acho que ele tem sono pesado, mas o contar. Achei que o Skhär ia me julgar, mas ele só me abraçou
Malagueta chamou ele. Quase fiquei zangada com ele, mas mais forte e ficou comigo até eu dormir. Acordei meio sem
estava precisando de um abraço, e foi exatamente o que o jeito, mas acabamos dormindo assim mais algumas noites depois
Skhär fez. disso.
Ele se levantou e foi até a cama me ajudar, perguntar o Nessas férias, ele também cumpriu sua promessa e eu
que tinha acontecido. Mas quando não consegui parar de andei no Dragão!! Agora eu entendo porque o Skhär gosta
chorar, ele se deitou comigo e me abraçou. Ele enrolou as asas tanto! Não tem sensação melhor do que a de voar! Mal espero
em mim até eu parar de chorar, e foi aí que contei pra ele. pra conseguir me transformar em pássaro e poder voar por aí.
O pesadelo me lembrou de quando me afoguei quando era Vou me sentir tão livre!
pequena. De como me senti assustada, sendo que só queria
pegar uns seixos na beirada da água pra treinar com meu
estilingue, e de como a água entrou nos meus pulmões e eu
não estava conseguindo respirar. E do nada, uma mão grande
me puxou pra fora, lembro de ver cores roxas pra fora da
água, mas só isso, e enquanto eu respirava na grama, meus
pais me acudiram e brigaram comigo por estar fora de casa no
dia que era só deles, sendo que eles já tinham falado que eu
não tinha que sair naquela noite, pois eles tinham perdido o
brilho das flores daquele ano por minha causa.
 Os quartos foram separados por três alunos, e meninos e
meninas não podiam ficar juntos. Então ficamos eu, Mae e Valk
em um quarto, e o Giz, o Skhär e o Codorna em outro. O
Tenser foi, mas ficou em outro quarto, e o Azê não foi
porque não era do nosso ano.
A Mae ficou botando medo na Valk a noite toda e ficou
com raiva do Azê. Eu não estava entendendo nada, aí ela me
contou que é porque a Valk se aproximou dele, e eles pareciam
estar se curtindo, mas a Mae chegou primeiro e gostava do
Azê antes, mas ele não parecia ligar pra ela. Tentei falar que
ela não deveria ficar com raiva da Valk por isso, mas ela não
ANO 822 (3° ano)
me escutou muito.
Nesse ano a gente se divertiu muito!!! Fomos na nossa
A gente descobriu que o Colégio da Ilusão é responsável
primeira excursão pra fora da capital, em um lugar chamado
pela arquitetura, urbanismo e pelo Ministério da Cultura do
Enlewyr, no Condado Vermelho. Visitamos o Colégio de Ilusão e
Império, e não só por Ilusão, ou seja, a cidade que a gente
ficamos em um hotel 04 estrelas – eu achei chique demais pra
ficou é muito bem projetada por causa disso, repleta de
mim, mesmo morando numa casa parecida. Lembrei das vezes
aventureiros aposentados, comerciantes, investidores e pioneiros
que fiquei sozinha. Lugares grandes não são legais quando não
nas áreas de arte, design e arquitetura. A Mae até comentou
se tem amigos pra poder curtir junto, por isso sempre preferi
de se mudar pra lá, mas não deu certo. O Giz conseguiu alguns
ir pro mato hihi mas aqui até que foi legal com meus amigos!
autógrafos a mais pro caderno dele.
 No final do ano tivemos nosso primeiro Torneio aprender a dançar. A fisolofia de vida dele é viver tudo que
Intercolegial. Acontece a cada 03 anos e tem várias der enquanto pode, e se aperfeiçoar nisso. Depois do primeiro
modalidades, como quiz, dança em grupo, esgrima, atletismo, ano eu também comecei a ajudar os alunos mais novos e
xadrez, phandrel, caos e luta Thariana. Já tem uns 80 anos excluídos, colocando eles em clubes e apresentando a outras
que os 06 colégios de Strixhaven competem junto dos 04 pessoas com gostos parecidos.
colégios Imperiais. E mesmo com rivalidade, ninguém quer Esse ano eu também comecei a vender comidinhas, e a Mae
deixar os Strixhaven ganhar! Não iremos deixar!!! me ajudou. Vendemos uns docinhos de mascar que são picantes.
Nosso primeiro torneio foi um sucesso! Ganhamos na dança A galera gostou bastante! Espero conseguir continuar vendendo
e em vários esportes, e eu descobri que gosto muito de minhas comidas e deixando a vida das pessoas mais feliz com
Phandrel!! Nunca pensei que iria gostar disso, mas consigo ser isso.
uma boa atacante enquanto o Giz consegue correr entre todo Nesse ano também aconteceu algo interessante. O
mundo e o Skhär atrapalha a galera. Quando terminamos os Torment chegou oferecendo uma espécie de droga pra gente,
jogos, eu dei um beijinho no Skhär pra comemorar. Ele não perguntando se poderíamos experimentar junto com ele. Eu
reclamou, então acho que tá tudo certo. acabei bebendo e fiquei com sono, mas consegui sentir um
O Giz e a Maeve participaram de tudo e venceram quase pouco dos efeitos: GRANDEZA! Tudo ficava melhor. Mas eu
tudo também. Nosso grupo arrasou. A Mae disse que queria dormi HAHAHAHA
ser líder de torcida, e eu entrei na dança pra me divertir. O Giz acabou estudando e usando depois da gente a poção,
Acabei ajudando alguns alunos a respirarem antes das e percebeu que tudo fica mais intenso, desde coisas boas até
apresentações. Não consigo seguir os passos, não tenho coisas ruins. A parte boa é boa, mas a parte ruim e horrível,
coordenação motora pra isso. O Giz pediu ajuda pra Valk pra pois todos os machucados também tem seus efeitos dobrados.
Menos mal que dura apenas uma hora, então é só tomar
cuidado e beber perto das pessoas certas, que podem te
ajudar.
A bebida deu um bom efeito na gente. Nós começamos a
dançar! Todos ficaram felizes e ficamos trocando de par,
rodando e remexendo o esqueleto. Confesso que a intensidade
foi maior quando o Skhär veio dançar comigo, e percebi que ele
afastou a gente um pouquinho do resto do pessoal pra dançar
perto. Acho que tivemos um momento nosso. Eu pisei no pé
dele como desculpa pra depois hihihi Aí trocamos de par de
novo, mas eu estava cansada e fui deitar um pouco.
O Skhär viu que a Ira estava ali meio deslocada e foi falar
com ela. Ela se aproximou do grupo por causa do Skhär, que
gostou de treinar e estudar com ela em algumas matérias.
Aparentemente ela sofre muita pressão de todo mundo,
principalmente dos pais. Ela acha que tem de ser perfeita em
tudo, e com isso não consegue aproveitar como deveria. O
Skhär tentou animar ela, e com um pouco de esforço, vimos
ela gargalhando uma primeira vez. Ainda bem que consegui
ouvir de longe, mesmo quase dormindo.
Skhär viu o Azê deitado tocando seu instrumento e deitou
perto, então começaram a conversar mentalmente. Falaram
sobre a Seraphine, que é a matrona do Azê. Que por incrível
que pareça, entende muito sobre sentimentos, relacionamentos
e da parte arcana. Talvez seja por isso que o Azê é bom em
relacionamentos e se dá bem com mulheres.
Depois o Skhär percebeu que o Codorna ficou de canto e
leu os pensamentos dele. Ele estava pensando em como a mãe
dele havia chocado um ovo do tamanho dele, então o Skhär
perguntou quem era virgem, e um tiefling não levantou a mão,
nem o Codorna (mas logo viram que era brincadeira dele), e o
Azê não levantou mão.
A Maeve ficou chateada com isso, e chamou o Torment
pra dançar tentando fazer ciúmes no Azê, mas não adiantou.
O Azê continuou sem se importar. Depois ela ficou brincando
com ele, ficando invisível e dando cutucadas e beliscões nele,
mas ele consegue sentir criaturas invisíveis e ficava zoando a
Maeve sendo sarcástico.
Depois a Maeve perguntou sobre a bandana e porque ele
usava ela, mas o Torment disse que era pra evitar distrações,
mas se referia a Mae de um jeito romântico, tentando chegar ficávamos fofocando sobre todo mundo! Mas quando mencionei
junto, aconselhando e mostrando que existem melhores opções o Azê, ela ficou toda esquivando sem falar nada... achei
de seres que a Maeve poderia amar, então, percebendo que ele estranho.
estava falando dele mesmo, a Mae deu um BEIJÃO nele na Mas acabei descobrindo qe os doces preferidos dela são os
frente de todo mundo!! Isso foi impressionante! jelly beans e gummy corn candy... does coloridos e bem doces.
Acho que foi mais isso que aconteceu e depois me Eu achei genial e combinam com a personalidade dela. Sabe, a
contaram. gente descobre muito de uma pessoa sabendo seu doce
Mas em um certo dia, enquanto estava estudando com o preferido.
Skhär, resolvi chamar ele pra dançar. Achei uma boa desculpa Ela me contou que chamou o Balor desse nome pra ser
dizer que tinha pisado no pé dele da outra vez, mas ele não intimidador e proteger ela, mas não deu muito certo porque
pareceu se importar, pelo contrário, não reclamou. O que me ele é meio burrinho.
deixou bem feliz. As cores favoritas dela são vermelho, branco e azul e todo
Esse ano também o Giz e o Skhär acabaram conjurando um mundo da família materna dela é tiefling, menos o pai, que é
alce no meio da escola!! Isso foi surreal. Fiquei triste que não humano. Ela também toca kalimba, na escola também, ela
me chamaram pra ajudar, mas falaram com a tutora do Skhär sempre se apresenta.
e ela não brigou muito com eles, só ajudou eles a resolverem o O Azê se aproximou um pouco de mim esse ano também,
problema. mais que nos outros. Ele veio me perguntar o que eu achava
Esse ano também aconteceu algo incrível! Fui passar as de cada um do nosso grupo, e eu fui sincera com ele. Mas
férias com a Valk. A gente se aproximou muito por causa quando chegou no Skhär, percebi que a curiosidade dele
disso. Ela começou a me contar algumas coisas da escola e aumentou um pouco... falei do quanto considero ele meu amigo
e não sei como seria minha vida sem ele. Mas ele me disse que
o Skhär gosta bastante de mim... claro que eu sei disso, mas
ele pareceu querer dizer algo a mais.
Disse que o Skhär, por mais impulsivo que seja, toma
muito cuidado quando se trata de mim, e eu já reparei isso
também. Ele disse pra eu chamar o Skhär pra conversar, mas
não quero estragar nossa amizade. Gosto muito dele, mas
ainda não sei se o sentimento é maior do que realmente é.
Não sei se o Skhär sente algo a mais também e não quero
forçar as coisas...
ANO 823 (4° ano)
Esse ano foi interessante. O Arwyn, o Veigar e a Kendall
demonstraram interesse no Giz. Me pergunto o que eles viram
nele, porque ele é incrível, mas os três de uma vez?? Acho
loucura! Mas gosto é gosto. Giz acabou dispensando os três.
Um meio-elfo também se declarou pro Ernest! Achei
surreal! Ele é do clube de literatura antiga e alguns outros,
mas o Tenser também rejeito ele.
A Myrage também veio com uns papos pra mim. Demorei
pra entender e fiquei sem graça... mas, não seria tão ruim,
certo? Só que achei melhor deixar pra depois, sou muito nova
pra pensar nessas coisas agora.
Esse ano também teve Grêmio Estudantil. Achei divertido,
mas é muita responsabilidade! Então, o Azrael decidiu se
candidatar e nós resolvemos ajudar ele a vencer! Então, eu
comecei a vender uns cupcakes com cores roxas, já que ele é
roxo, as pessoas poderiam associar!
O Giz aproveitou o sucesso da História em Quadrinho dos
Arautos e divulgou a candidatura do nosso amigo na
contracapa. Também aproveitamos os clubes pra tentar
convencer o maior número possível de pessoas.
 No final, ficou empatado entre ele e a Reyna. Ela é muito ruim, ele é muito bonito, mas é muito mulherengo e eu sei
inteligente também, e no fim, decidiram que os dois seriam que a Mae gosta de chamegos.
melhores juntos como Presidentes do Grêmio. A Reyna não
parece ter gostado muito, mas o Azê até que gostou. Acho
que ficou mais indiferente.
Esse ano também aconteceu algo bem ruim.
O Dadhuska faleceu.
Não sei descrever o quanto foi meu choque, mais ainda o
do Skhär. Não sou muito boa com essas coisas, mas tentei
ajudar ele da minha maneira, ficando perto e abraçando ele
sempre que possível. Sei que não é fácil e a dor em mim já foi
grande, imagina nele... Passei uns dias na casa dele e dormindo
perto, igual fazíamos quando éramos crianças. Um pelo outro,
sempre.
Nas férias passei uns dias na casa da Maeve também, assim
nos aproximamos. Ela me ensinou algumas coisas de ‘menina’,
como pintar as unhas e arrumar o cabelo. Contamos histórias,
e ela me falou sobre não sentir mais nada pelo Azê. Fiquei
feliz, ela com certeza merece algo melhor, não que o Azê seja
 ANO 824 (5° ano)

Acho que esse foi nosso ano mais tranquilo desde o

primeiro... pra começar, teve uma situação estranha e
engraçada. O Skhär e o Giz que me contaram depois, mas
durante a noite, aparentemente, os sapatos ganharam vida e
saíram do quarto andando sozinhos!! Isso não faz sentido, mas
é verdade! Demoraram pra achar os sapatos e nem
encontraram todos... ninguém sabe o que aconteceu, só sabe
que rolou.
Numa noite a Maeve me acordou também, fiquei com
medo do que poderia ter acontecido, mas ela estava com os
pés machucados e precisava da minha bota. Eu não estava
entendendo nada, até que ela finalmente me contou que queria
roubar uns livros da biblioteca. Achei aquilo divertido e quis ir
junto. Felizmente deu tudo certo! Roubei um livro de culinária
meio raro, e ela pegou algo sobre mortos vivos e coisas
macabras. Amo o jeitinho dela de ser.
Esse ano também comentei com o Azê da Valk e de como
ela fica estranha quando cito ele, e após uma enrolação ele
disse que é porque eles já dormiram juntos (pelo menos essa
foi minha teoria). Talvez ela tenha ficado com vergonha de me
contar... fiquei um pouco triste de não ter falado, mas eu
entendo, não tenho muita experiência com isso.
O Azê também me contou que já ficou com a Safire e a
Eleonora. O cara é uma máquina, acho surreal isso, mas que
bom que ele se diverte, as meninas parecem se divertir e
ninguém sai machucado, com todo mundo sabendo onde está na
posição da vida de todo mundo.
ANO 825 (6° ano)
O Skhär me contou recentemente que veio a Erthnetora
“Summer” Achiuski falar com ele. Aparentemente estava dando
em cima dele ou algo assim, parece que ela ficou atraída por
ele por causa do jeito dele de motivar as pessoas, o porte, os
chifres... Mas ele rejeitou. Tinha outras pessoas também, mas
ele não me contou e parece que não se interessou em saber
quem, só ouviu alguns comentários.
Confesso que fiquei meio aliviada... tenho medo de algum
dia ele começar a gostar de alguém e me largar. Sei que é um
desejo egoísta, já que nós somos amigos... mas ainda não estou
preparada para deixar ele... Enfim, só espero que demore mais
um pouquinho pra isso acontecer.
O Giz também veio me perguntar sobre as coisas que a
Valk gosta. Ele parece bem interessado nela agora, e acho isso
muito divertido e interessante. Ele provavelmente iria fazer ela
feliz, e ela merece. Depois de um tempão o Giz me contou
que eles estão ficando algumas vezes... eu fiquei tão feliz!
 O Giz havia me chamado algumas vezes pra conversar sobre
gostar dos outros, não só de garotas, mas também de garotos,
e como ele fica confuso com isso às vezes. Comentei que
também já havia pensado sobre isso e que estava tudo bem, aí
arranjamos um hobbie de ficar na quadra vendo os meninos
treinarem. É realmente uma atividade interessante hehehe
lembrei que o Azê havia dado a ideia de fazer uma espécie de
calendário com artes de todos do time de Phandrel meio sexy,
pra poder vender e arrecadar o dinheiro pra alguma instituição.
O Giz também me elogiou, disse que sou bonita e descolada.
Fiquei sem graça, mas continuamos a conversar pra ficar
tranquila e disfarçar...
Observando os meninos não pude deixar de pensar que era
uma boa ideia, principalmente o Skhär... ele cresceu muito nos
últimos anos e agora muitas meninas davam em cima dele.
Sempre me deixava desconfortável. Mas sei que é normal...
tentei falar que queria participar do calendário, mas ele não
deixou, disse que só era pra meninos, mas algo me diz que
tinha algo a mais na proibição dele...
Esse ano aconteceram algumas coisas esquisitas. Muito
esquisitas. Honestamente? Acho que nunca mais as coisas vão
ser as mesmas. Estamos crescendo, não tem pra onde ir. A
vida adulta é um poço de derrotas e conquistas, que são em
menor quantidade. Mas estarei sempre tentando animar as
coisas e as pessoas, mesmo não acreditando que vão melhorar.
Então antes de contar a coisa ruim, irei falar um bom.
Nós fomos muito bem no Torneio desse ano! Nós também
ficamos em primeiro lugar!! Disparado o melhor ano. Mas
começando a parte ruim...
Durante uma madrugada o Ernest ficou sabendo que todos
os professores foram chamados às pressas para o quartel/prisão
ao lado do palco imperial, que fica próximo da escola. Parece
que teve uma quebra de segurança no local, e todos foram
chamados para tentar conter e entender o que estava
acontecendo.
Eu aproveitei pra dar um role pela escola de noite, mas os
meninos foram mais corajosos. O Azê saiu correndo para ver os
professores que estavam saindo de lá, teletransportados, e
interceptou uma conversa entre o Leonar e a Lorelei sobre o
que estava acontecendo.
Algo sobre a Mão, a Lâmina e o Lorde deles.
Depois descobrimos que a Mão se referia à Mão Sangrenta,
ou Kass, o Usurpador Traído. Seu corpo havia sido destruído e
seu sangue virou alimento para os Vampiros Verdadeiros que
posteriormente se denominariam Filhos de Kass.
A Lâmina é sobre Khepri, a Sussurradora da Lâmina e a
Mãe da Noite. Ela é matrona da Ordem Devoradora de
Pesadelos (confesso que isso me arrepiou), que abomina o
vampirismo, pois o vê como um fardo. A Maeve descobriu que
seus pais fazem parte dessa Ordem.
O Lorde seria Vecna, e Kass seria sua Mão Direita e
Khepri sua Mão Esquerda.
Durante a confusão da prisão, o Skhär falou com sua
professora mentalmente, e descobriu que uma alma foi roubada
de lá. Ou seja, a quebra da segurança não foi uma tentativa de
fuga, mas de entrada.
Talvez o prisioneiro liberto foi o antigo mago do Conselho,
Rary. Ele foi responsável pelo assassinato de Otiluke e Tenser.
Isso porque a Ordem de Khepri acredita que ele entrou em
frenesi após ter encontrado o corpo celeste do Vecna nos Far
Realms... Essas informações só conseguimos graças à Maeve e a
ligação dela e de sua família.
De qualquer jeito, também tivemos outra situação...
Primeiro, o Azê chamou o Torment pra treinar num dia e
contou pra ele da Seraphine e como o Azê chamou ela. Depois
comentou sobre o Toment ficar falando durante a noite e o
que ele via, então ele citou que via um menino com um dos
olhos cobertos, que ficava falando com ele e fazendo perguntas,
mas uma mulher de máscara apareceu um dia e expulsou o
menino. Aí ele passou a ter mais tranquilidade no sono.
Aparentemente era RavenQueen, e ela protegia ele durante os
pesadelos.
Mas uns dias depois, em uma noite, a Maeve escutou
batidas na janela do nosso quarto e foi averiguar. Era um corvo
grande. Ele parecia querer entrar e ela abriu a janela pra ele.
Começaram a conversar, mas o corvo não falava muitas palavras
diferentes.
 Alguns dias se passaram até que eu acordei numa noite e
vi ela sentada na janela. Me aproximei, mas não vi ninguém ou
nada conversando com ela. Achei estranho e comecei
conversar com ela, e ela me disse que estava falando com um
corvo. MAS EU NÃO VI NADA. Logicamente me assustou.
Continuei falando com ela e pedindo pra ela se afastar,
mas ela só pediu pra eu me aproximar e quando tocou em
mim, eu ouvi ele! Mas não vi ninguém. Achei bizarro e pedi
pra Mae vir dormir... ela me ouviu. Eu disse pra tomar
cuidado, e acho que ela aceitou meu conselho.
O que mais me deixou intrigada é que o Balor estava
observando tudo, e saber que ele é um demônio deixa tudo
ainda mais macabro. Sei que tem algo com ele, mas tento não
pensar nisso e deixo o Malagueta de olho me vigiando enquanto
estou no mesmo quarto que o coelho.
Alguns dias depois, alguma sequência de cenas deixou tudo
muito mais sinistro e estranho para os acontecimentos no
colégio. Primeiro o Torment acordou o Skhär no meio da noite,
sem bandana, e os dois conversaram. Torment falou com o
Skhär sobre seus pesadelos, e como estavam piorando, e disse
que estava tendo visões, como se fossem fantasmas. Uma
mulher mascarada falando com ele, com voz doce. Uma idosa,
a que aparentemente protege ele na noite.
Torment falou sobre o avô do Skhär, e assim que
terminaram de conversar, o Skhär me acordou em pensamento
e comentou o que tinha acontecido, dizendo que estava mal e
chorando.
Primeiro, mandei o Malagueta ir até lá pra dormir com
ele, pra ele se sentir aquecido e protegido. Quentinho durante
a noite. Mas não adiantou, ele continuou chorando. Sei que o
assunto é bem delicado pra ele. Então fiz o que qualquer amiga
faria e levantei da minha cama com minha capa me cobrindo e
minhas botas silenciosas. Precisava ir abraçar ele e ficar com ele
até ele dormir. Sabia disso porque a gente já fez isso algumas
vezes, é nosso jeito de mostrar apoio.
Fui até o quarto dele silenciosa e torcendo pra ninguém
descobrir, rapidamente a gente se ajeitou embaixo da cama,
como se fosse uma cabaninha com os lençóis pendurados nas
laterais. E do jeito dele, ele me abraçou e me levou pra junto
do corpo dele. Ele está ficando cada vez mais forte e alto,
então é sempre uma sensação única estar ali e sentir ele me
envolver. Às vezes me questiono se é pra ajudar ele ou eu,
pois eu me sinto mais segura do que em qualquer outro lugar,
ainda mais quando ele cobre a gente com as próprias asas. É o
lugar perfeito.
Depois me contaram... enquanto isso, no quarto das
meninas a Maeve acordou com barulhos bizarros na janela.
Quando abriu os olhos viu inúmeros corvos bicando o vidro. Ela
olhou minha cama e a viu vazia, então chamou a Valk. As duas
ficaram assustadas.
Os corvos começaram a se amontoar e bicar o vidro até
começarem a sangrar. Seriamente se machucaram na tentativa
de entrar no quarto. E parecia que no meio da bagunça de
machucados, o Balor estava adorando aquela situação... Após
alguns momentos tensos, a Mae abriu a janela e deixou que
entrassem. Primeiro causaram um pouco no quarto
meninas, mas depois seguiram pelos corredores até o quarto
dos meninos.
Pouco antes de entrarem, percebemos que o Torment
estava se remexendo em sua cama. Ficamos com medo dele
acordar e dedurar a gente. Sabemos que não pode dormir no
quarto um do outro, e nem sair dos dormitórios de noite.
Então o Skhär colocou o Torment pra dormir após ele se
coçar. Mas os corvos entraram. E eu comecei a ouvir o que
diziam. Estavam gritando.
Levantei assustada e chamei o Skhär, que pareceu zangado
com a situação. Os corvos começaram a se amontoar sobre a
cama do Torment, desesperados, falando que ele não devia
escutar os sussurros. Os meninos começaram a acordar e ficar
assustados com a situação, então levantei me cobrindo com a
capa e disse pro Skhär que iria embora antes que alguém me
visse.
Mas antes que eu pudesse sair, ele segurou meu pulso e
ficou me encarando... eu nunca tinha sentido isso. Não sei
explicar. Ele estava me encarando de um jeito... diferente.
das Senti meu rosto ficar vermelho, mas agradeci por estar escuro
e por aquela confusão.
Ele segurou meu rosto e me deu um beijo na testa. Muito
gentil. Percebi que não estava respirando nessa hora, então
soltei uma risada envergonhada e dei um beijinho no chifre dele
que fica na ponta do nariz. Não sabia exatamente o que fazer,
mas achei que valia retornar o ato. Então me transformei em
um esquilo e saí correndo, esperando que ninguém tivesse me
visto.
Depois os meninos me informaram: o Torment começou a
entrar em convulsão. Rapidamente alguns pegaram poções de
cura e deram pra ele, mas não parecia ter efeito. No braço
dele tinha um corte transversal, perfeito, quase como se
alguém quisesse decepar ele, e os corvos estavam tentando
impedir! A poção de cura parece que teve um efeito contrário,
deixando a ferida mais escura, e depois eles também viram que
o olho dele estava bem machucado!
A Yanthara (tutora do Skhär) apareceu tentando detectar
traços de magia, veneno e bem ou mal. Ela acalma todos na
sala, relaxando todos os meninos e os corvos ficam quietos.
Mas eles estavam falando outra coisa.
A essa altura, eu já tinha me destransformado e voltado,
como se nada tivesse acontecido. Resolvi fugir pra direção da
cozinha, porque daí poderia usar a desculpa de fazer um
lanchinho de madrugada.
Então eu vi essa última cena. A Mae estava assustada e
chorava pelo Torment.
Eu me aproximei, e resolvi sussurrar pra ele o que os
corvos falavam, primeiro: “Não escute os sussurros” e depois
“Se lembre que você está vivo”. O Skhär me ouviu e disse na
mente dele, e no susto ele acordou!
Descobrimos depois que o Torment perdeu a visão do olho
esquerdo, e quando ele percebeu isso, ele só não estrou em
desespero porque a magia da tutora ainda estava ativa.
Depois de algumas horas fomos até a enfermaria ver como
o Torment estava. Tinham duas enfermeiras cuidando dele:
Jahila e Ayla. Descobrimos que Jahila também está ligada à
RavenQueen, e ela disse pra gente “A Matrona tem muitos
inimigos. Todos eventualmente alcançam os braços da Senhora
da Perda. Aqueles que não respeitam o fluxo natural da vida e
da morte a conhecem da forma mais dolorosa. Muitos o
fizeram, e muitos ainda vão.”
“Na minha jornada eu não me deparei com nenhuma das
entidades que ela detesta. Mas se Ela teve de intervir nos
sonhos do garoto, é porque ele é especial... Digno. Mas se ele
precisou de tanta proteção, é poque está na mira de uma
criatura nefasta. Uma ameaça a tudo que a Matrona protege.”
Pela resistência do sangue infernal do Torment, eles não
podiam usar poções de cura, então ele tiveram de esperar ele
se curar sozinho, por isso decidimos fazer guarda e ir trocando
de turno conforme as horas forem passando. Eles descobriram
que tem resquícios de antivida nele, no caso, um feitiço mal
elaborado ou uma maldição distorcida. O Azê, ficando de
tocaia, percebeu que o Torment estalava os dedos
perceber, conjurando e desconjurando o familiar. O que é bem
estranho.
A Seraphine (espada do Azê) mandou ele encostar fogo no
Torment, mas ele se queimou, o que é estranho já que ele é
um tiefling, mas quando o Skhär congelou as coisas pra ele
segurar, ele aguentou. Então começamos a pensar em qual
linhagem infernal ele teria pra ter essa resistência, e depois
chegamos a Levistus – ele é um dos lordes traidores que criou
um complô contra Asmodeus nos Nove Infernos. Ele tinha sido
punido e preso em um sarcófago em seu próprio domínio
(Camada mais fria do inferno conhecida como Estigia), em uma
espécie de bloco de gelo (por isso a resistência) – O Levistus
também é conhecido como Princípe da Traição e do Gelo
(revolucionário e traidor).
Com o tempo nós passamos a estudar o que aconteceu e
descobrimos muitas coisas, também perguntando pro próprio
Torment sobre sua família e linhagem. Ele citou ter vindo do
Condado de Bronze, em Thar.
Sua linhagem é provavelmente amaldiçoada. O sangue de
sem Vecna deve ter dado início a ela, e é suposto que sua linhagem
antiga é a filactéria que possibilitaria a volta de Vecna.
O Torment também mencionou que vem sendo torturado.
Acreditamos que seja pelo Vecna que quer tomar o corpo dele
através de uma troca de almas feita pelo Levistus (que deve
achar que pela linhagem do Torment ser do seu sangue
infernal, ele lhe pertence, e fez um acordo para ser liberto
enquanto ele permite a passagem do Vecna de volta).
Ele mencionou algumas perguntas que vem recebendo.
A primeira ele descobriu sozinho, no caso, ‘qual a canção
da vida?’, após ser torturado, ele respondeu que era a ‘dor’ e
foi deixado em paz pelos pesadelos.
 Então ele recebeu a pergunta ‘qual a canção da morte?’ e Sabemos que a vitória é muito melhor quando vencemos
com nossa ajuda ele percebeu que a resposta era o ‘silêncio’, em time. Percebemos isso nos jogos. Então não iremos deixar
mas quando falou alto percebemos que estava possuído, por ele enfrentar o que quer que esteja acontecendo sem ajuda.
alguns segundos ele não era mais ele. Isso nos assustou e nos Depois descobrimos que a avó do Torment morreu há 10
deixou alertas. Não podemos deixar ele responder a terceira anos em uma expedição não relatada nas bases militares, pois
pergunta. era uma missão de reconhecimento não oficial, já que naquela
No caso ‘e o que você espera que a não-vida cante ao seu costa não se sabe muito sobreo que tem.
ouvido?’ ficamos pensando em algo, e chegamos à resposta: A única coisa que o Império possui (relatada oficialmente)
Sussurros. Mas a RavenQueen estava falando pra ele não ouvir foi abafado por uma investigação não conclusiva que foi
os sussurros, então sabemos que ele não pode responder essa arquivada. Mesmo depois de muito procurar não encontraram o
pergunta. Irônico. A resposta da última pergunta é o que ele corpo da avó, mas encontraram o que parecem ser os ossos.
passou a vida inteira ouvindo e lutando pra entender, isso Optaram por não restaurar o corpo dela, em respeito aos
porque os sussurros são um dos domínios de Vecna e uma familiares e a cultura, então não puderam perguntar
ameaça natural contra os segredos, domínio da RavenQueen. diretamente pra ela o que tinha acontecido.
Ficamos ouvindo o tempo todo que ele teria de passar por Mas, encontraram de incomum um pedaço do que
essa provação sozinho, porque nós temos a resposta, e se ele acreditaram que fosse uma arma, mas algo semi-orgânico, um
também tiver, vai permitir que Vecna volte. Mas nós não tipo de osso esculpido, com runas codificadas que não
iremos deixar. Iremos ficar com ele e o apoiar em tudo. Sem conseguiram decifrar. A mãe do Skhär que trouxe pra gente
conhecer as respostas. analisar. Eu consegui perceber essa parte meio orgânica, mas
parecia ter algo metálico também, talvez de constructo, não
sabemos.
Deixamos o osso com o Ernest pra ele ver, e ele falou com
seu pai (ele havia analisado esse mesmo osso na época que
encontraram, e disse que as inscrições estavam diferentes de
quando achou). Eles ficaram analisando. Descobriram que as
inscrições pareciam de várias línguas, exceto élfico. No caso,
algo próximo a Deepspeach, e que ‘nasceu’ com o osso, ou seja,
não foi cravado. Também o Torment descobre que está de trás
pra frente, o que é meio esquisito de pensar.
Basicamente, a inscrição diz “Não há verdade na carne,
apenas traição. Não há força na carne, apenas fraqueza.”
Talvez realmente seja algo de constructo.