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Capitulo 1- Introdução á Redes de Computadores

1.1- Conceito de rede de computadores


Segundo Sousa (1999), “rede de computadores é um conjunto de equipamentos
interligados de maneira a trocarem informações, facilitar a replicação e backup e
compartilharem recursos, como arquivos de dados gravados, impressoras, modems,
softwares e outros equipamentos”.
As redes de computadores podem ser classificadas de acordo com vários critérios,
podendo-se levar em conta: a topologia, o tipo de transmissão, a conexão ou área de
abrangência.

1.2- Importancia de Redes computadores


O principal motivo para implantarmos uma rede de computadores sem dúvida é a grande
necessidade de compartilhamento. Em locais como residências, pequenos comércios e
escritórios, onde existem pelo menos dois computadores, é aconselhável implantar uma
pequena rede para compartilhar o link da internet e a impressora. Em pequenas e
médias empresas com um número maior de funcionários e consequentemente de
computadores, é necessário implantar uma rede com, no mínimo, um gerenciamento
centralizado utilizando servidores de redes que compartilham softwares, impressoras e
o link de internet.

1.4- Classificação das redes de computadores quanto a natureza e abrangência


geográfica
1.4.1- Ponto a Ponto (P2P)
Na arquitetura ponto a ponto (P2P), os computadores conectados têm capacidades e
privilégios iguais. Não existe um servidor central para coordenação. Cada dispositivo na
rede de computadores pode atuar como cliente ou servidor. Cada ponto pode
compartilhar alguns de seus recursos, como memória e capacidade de processamento,
com toda a rede de computadores. Algumas empresas usam a arquitetura P2P para
hospedar aplicações que consomem memória, como renderização gráfica 3D, em vários
dispositivos digitais.

1.4.2- Cliente-Servidor
Nesse tipo de rede de computadores, os nós podem ser servidores ou clientes. Os nós
do servidor fornecem recursos como memória, capacidade de processamento ou dados
aos nós clientes. Os nós do servidor também podem gerenciar o comportamento do nó
cliente. Os clientes podem se comunicar uns com os outros, mas não compartilham
recursos. Alguns dispositivos de computador em redes empresariais armazenam dados
e definições de configuração. Esses dispositivos são os servidores na rede. Os clientes
podem acessar esses dados fazendo uma solicitação à máquina do servidor.
É importante mencionar que grande parte dos serviços da Internet obedece à arquitetura
cliente-servidor. O servidor da web disponibiliza para o cliente os sites, que o cliente
acessa através de seu navegador. Dessa forma, o servidor hospeda os dados que o
cliente solicita através do navegador instalado em seu computador.
Quanto à área de abrangência, as redes de computadores podem ser classificadas em:
Redes PAN (Personal Area Network);
Redes LAN (Local Area Network);
Redes MAN (Metropolitan Area Network);
Redes WAN (Wide Area Network).

Com o advento das novas tecnologias de redes wireless (sem fio), novas classificações
foram adotadas. São elas:
Redes WPAN (Wireless PAN);
Redes WLAN (Wireless LAN);
Redes WMAN (Wireless MAN);
Redes WWAN (Wireless WAN).

1.4.3- Redes LAN (Local Area Network)


LANs (Local Area Network) ou rede local são redes particulares que operam dentro e
próximas de um único prédio, como uma residência ou um escritório. São usadas para
conectar computadores pessoais e aparelhos eletrônicos, para compartilhar recursos e
trocar informações.
São grupos de computadores conectados entre si, numa área com tamanho restrito,
gerenciamento de usuários e computadores sem muita complexidade, baixo custo, com
alta velocidade na troca de informações (100 Mbps, 1Gbps, 10 Gbps) e muito utilizadas
em residências, empresas, escritórios e escolas.
MAN (Metropolitan Area Network), ou rede metropolitana, como o próprio nome diz,
abrange uma cidade. As redes metropolitanas podem ser entendidas como aquelas que
proveem a interligação das redes locais em uma área metropolitana de uma determi-
nada região.
O exemplo mais conhecido de MAN é a rede de televisão a cabo disponível em muitas
cidades.

Redes WAN (Wide Area Network)


WAN (Wide Área Network) ou rede de longa distância abrange uma grande área
geográfica, um país ou continente. O principal exemplo desta rede é ainternet, que
interliga computadores do mundo inteiro.
PAN (Personal Área Network) ou rede pessoal é uma rede (conectada por fios ou
wireless) com tecnologia para interligar aparelhos em uma área pessoal, com um
alcance de até 10 metros. O objetivo principal é proporcionar a comunicação entre um
notebook e os outros dispositivos do usuário (como PDAs, smartphones etc.), por
exemplo.
Ela também é chamada de WPAN, nesse caso, para ressaltar a qualidade de ser uma
conexão sem fios (wireless). Enquanto uma WPAN normalmente utiliza o bluetooth para
o estabelecimento da rede, uma PAN que utiliza fios para estabelecer a troca de dados
o faz por meio de USB ou FireWire.

WPAN (Wireless Personal Area Network)


Está normalmente associada ao bluetooth. Pode ser vista como a interação entre os
dispositivos móveis de um utilizador. A WPAN é projetada para pequenas distâncias,
baixo custo e baixas taxas de transferência.
WLAN (Wireless Local Área Network)
É uma rede local que utiliza ondas de rádio com curto alcance. Esse sinal é distribuído
através de um dispositivo muito comum atualmente, o Access Point (pontos de cesso)
ou simplesmente AP. O ponto de acesso faz a interconexão entre os diversos
dispositivos que possuem antenas receptoras, evitando a utilização de cabos, facilitando
a troca informações local ou simplesmente disponibilizando acesso à internet.

WMAN (Wireless Metropolitan Area Network)


É uma rede de área metropolitana sem fio, ou seja, é uma rede sem fio de maior alcance
em relação a WLAN, isto é, cobre cidades inteiras ou grandes regiões metropolitanas e
centros urbanos. É conhecida pelo nome de Anel Local Rádio (BLR). Atinge velocidades
de transmissão de 1 a 10 Mbps e alcança distâncias entre quatro e dez quilômetros.
Geralmente é utilizada pelas operadoras de telecomunicações. A rede metropolitana
sem fios mais conhecida é o WiMAX, que permite alcançar velocidades de
aproximadamente 70 Mbps num raio de vários quilômetros; porém, o seu alto custo e
tendência de acesso massificado à tecnologia 4G através da banda de transmissão na
faixa de 700 MHz dificultam a sua utilização em grande escala.

WWAN (Wireless Wide Area Network)


É uma rede sem fio de maior alcance em relação à WAN, isto é, pode cobrir diversos
países atingindo milhares de quilômetros de distância. Para que isso seja possível,
existe a necessidade de utilização de antenas potentes para retransmissão do sinal.
Um exemplo de WWAN se refere à rede de celulares que cobre as diversas regiões do
globo. A distância alcançada é limitada apenas pela tecnologia de transmissão utilizada,
uma vez que o nível do sinal vai depender dos equipamentos de transmissão e
recepção.
Por cobrir grandes distâncias ela é mais propensa a perdas de sinais por causa dos
ruídos e condições climáticas.

1.5 – Classificação quanto às topologias de redes de Computadores


As topologias descrevem como os elementos de uma rede estão interligados. Esses
elementos podem ser computadores, impressoras e outros equipamentos.
Essas topologias podem ser classificadas em:
1.5.1- Topologia lógica: descreve como os dados trafegam através de switches, placas
e cabos da rede.

1.5.2- Topologia física: é o layout, forma como os cabos se conectam fisicamente aos
switches e aos micros; é a distribuição das estações de trabalho.

As topologias físicas podem ser divididas em: estrela, anel, barramento e malha.
1.5.2.1- Topologia Estrela: a topologia em estrela utiliza um periférico concentrador,
normalmente um hub ou switch, interligando todas as máquinas da rede. Os sinais são
transmitidos ao hub ou switch, que os retransmite aos computadores interligados
através dos meios de transmissão.

1.5.2.2- Barramento: Segundo Silva Júnior (2009, p. 4), “nesse tipo de topologia todos
os micros são ligados fisicamente a um mesmo cabo, com isso, nenhum computador
pode usá-lo enquanto uma comunicação está sendo efetuada”. Possui boa
confiabilidade, uma vez que não existe uma estação intermediária para a comunicação.
A falha de um computador não afeta a rede.

1.5.2.3 – Anel: Nesta topologia, cada computador, obedecendo um determinado


sentido, é conectado ao computador vizinho, que por sua vez, também é conectado ao
vizinho e assim por diante, formando um anel. Os dados circulam de forma unidirecional.
Como há um repetidor em cada estação, os sinais sofrerão menos distorção e
atenuação no enlace entre estações. O defeito em uma estação afeta o desempenho
de toda a rede. Há uma queda de confiabilidade para grandes quantidades de estações.
A cada estação inserida há um aumento de retardo na rede.
Ponto-a-ponto: chamada de ligacao ponto-a-ponto, e a mais simples das topologias, e
formada por dois computadores conectados entre si por um unico meio.

1.6 – Meios de Transmissão


1.6.1- Meios guiados
No meio guiado, o sinal percorre através de meios confinados e sólidos. Os meios de
transmissão guiados são: pares de fios de cobre trançado, cabo coaxial e cabo de fibra
óptica.
Objetivos

Apresentar as normas de utilização dos meios físicos guiados.


Compreender as características dos principais meios físicos guiados.
Compreender a aplicabilidade de cada meio físico guiado de acordo com a rede.
1.6.1.1- Cabo coaxial
Cabos coaxiais são cabos constituídos de quatro camadas: um condutor interno, o fio
de cobre que transmite os dados; uma camada isolante de plástico, chamada de
dielétrico, que envolve o cabo interno; uma malha de metal que protege as duas
camadas internas; e, finalmente, uma nova camada de revestimento, chamada de
jaqueta.
Existem quatro tipos diferentes de cabos coaxiais:
O 10Base5 – o mais antigo, era usado geralmente em redes baseadas em
mainframes;
O RG62/U – utilizado em redes ARCNET;
O RG-59/U – usado na fiação de antenas de TV;
O 10Base2 – também chamado de cabo coaxial fino, ou cabo thinnet. Era
usado em redes Ethernet de 10Mbps.
Vantagens:
Sua blindagem permite que o cabo seja longo o suficiente;
Mais barato que o par trançado blindado;
Melhor imunidade contra ruídos e contra atenuação de sinal que o par trançado
sem blindagem;
Por não ser flexível o suficiente, quebra e apresenta mau contato com facilidade;
Mais caro que o par trançado sem blindagem;
Taxa de transferência máxima 10 Mbps.

1.6.1.2- Cabo Par Trançado


Recebem esse nome devido ao entrelaçamento dos fios em pares espirais, a fim de,
através do efeito de cancelamento, reduzir os ruídos e manter constantes as suas
propriedades elétricas.
Existem dois tipos de cabo par trançado: sem blindagem – UTP (Unshielded Twisted
Pair) e com blindagem – STP (Shielded Twisted Pair). Eles se diferenciam pela
existência de uma malha em volta do cabo que protege contra as interferências
eletromagnéticas – EMI e de radiofrequência – RFI. Alguns modelos STP utilizam
também, uma blindagem interna envolvendo cada par trançado com o objetivo de
diminuir a diafonia (medida de interferência elétrica gerada em um par pelo sinal que
está trafegando num par adjacente dentro do mesmo cabo).

Vantagens: fácil instalação; barato; instalação flexível.


Desvantagens: cabo curto – máximo 100 metros por segmento; Interferência
eletromagnética.
1.6.1.3- Fibras Ópticas
Segundo Kurose e Ross (2013), a fibra óptica é um meio delgado e flexível que conduz
pulsos de luz, cada um deles representando um bit. Uma única fibra óptica pode suportar
taxas de transmissão elevadíssimas, de até dezenas ou mesmo centenas de gigabits
por segundo. Fibras ópticas são imunes à interferência eletromagnética, têm baixíssima
atenuação de sinal até cem quilômetros e são muito difíceis de derivar. Essas
características fizeram da fibra óptica o meio preferido para a transmissão guiada de
grande alcance, em especial para cabos submarinos.

Numa transmissão óptica, três componentes são fundamentais: uma fonte de luz, o meio
de transmissão e um detector. A fonte de luz (ou fototransmissor) recebe sinais elétricos
e os converte em luminosos. O meio de transmissão é uma fibra ultrafina de vidro (com
menor espessura que um fio de cabelo) que consegue carregar o sinal luminoso. O
detector faz o processo inverso em comparação a fonte de luz: recebe sinais luminosos
e os converte em sinais elétricos.
EXEMPLO: Para entender melhor esse fenômeno, digamos que no seu quarto as luzes
sejam apagadas e você acende uma lanterna contra a parede a uma distância de 2
metros; a luz se espalha, formando um circulo com diâmetro muito maior do que sua
lanterna. Agora imagine que você tenha um tubo com espelhos por dentro e você o
coloque na frente da sua lanterna: a luz será refletida dentro do tubo, chegando à parede
um forte círculo luminoso e o seu quarto continuará escuro. O cabo de fibra óptica é
esse tubo espelhado. Dizemos que os cabos de fibras ópticas possuem o fenômeno de
reflexão interna total. Por transportar luz e não sofrer interferências eletromagnéticas,
esses cabos podem ligar duas redes locais distantes algumas dezenas de quilômetros,
com taxas na casa dos gigabits (1 Gbps ou mais).

Para que o fenômeno de reflexão total aconteça dentro da fibra, no processo de


fabricação ela recebe um revestimento de vidro, que também é um material
transparente, porém com índice de refração inferior ao do núcleo (a Figura4.7). Com
isso os sinais luminosos são refletidos pelas paredes da fibra, fazendo com que não se
percam pela capa.

As fibras ópticas podem ser classificadas em dois tipos: monomodo e multimodo.

a) Fibra óptica monomodo – com esse tipo de fibra não ocorre a dispersão modal,
ou seja, o feixe de luz se propaga em linha reta (único modo) sem ter que ser
refletido internamente. Isso garante que o sinal atinja distâncias maiores e com
maiores taxas de transmissão. Para conseguir isso, o núcleo da fibra precisa ser
ultrafino, cerca de 8 μm (8 micrômetros = 8 x 10-6 metros). Utiliza laser para
transmissão dos dados. Esse tipo de fibra é indicado para interligar campi de
universidades e redes locais que precisem ultrapassar 2 km de comprimento.
b) Fibra óptica multimodo (Figura 4.9 e 3.9) – é mais grossa (diâmetro maior) que a
fibra monomodo, assim, é possível transitar mais de um sinal através de laser e
Leds. A luz é refletida várias vezes na parede do cabo, ocorrendo o fenômeno de
dispersão modal, o que faz o sinal perder força. Devido a essa dispersão, este cabo
pode chegar ao máximo de 2 km. O núcleo deste cabo chega a 62,5 μm,
aproximadamente oito vezes mais grosso do que o núcleo da fibra monomodo.
Esses cabos são mais fáceis de instalar e ligar às placas de rede, justamente pelo
seu diâmetro maior.

Na Figura 4.9 há duas medidas destacadas: a de 62 μm (micrometros) indica o diâmetro


do núcleo da fibra, por onde efetivamente passam os sinais luminosos; a de 125 μm
indica o diâmetro da casca ou cladding, que serve como uma espécie de espelho para
refletir os sinais luminosos. O restante do material refere-se a um polímero de PVC que
reveste a casca, fibras de resistência mecânica que ajudam a proteger o núcleo contra
impactos e, finalmente, o revestimento externo do cabo.

As fibras multimodo ainda podem ser classificadas em dois tipos, de acordo


com seu modo de propagação. São elas: fibras multimodo de índice degrau
e fibras multimodo de índice gradual.

 Fibra multimodo de índice degrau – foi um dos primeiros tipos de fibra a surgir.
O termo degrau designa e existência de apenas um índice de refração entre o
núcleo e a casca. Como sofre maior atenuação por km (cerca de 5 dB/km), ela
atinge menores distâncias do que as fibras ópticas de índice gradual.
Fibra multimodo de índice gradual – nesta, o índice de refração diminui
gradativamente e de forma contínua, ao invés da mudança brusca do núcleo para a
casca. Na verdade, esse tipo de fibra é fabricado com “várias cascas”, cada uma com
um índice de refração diferente, sendo a mais externa a que tem o índice menor. A
Figura 4.11 mostra uma transmissão do tipo gradual.
Vantagens:
Dimensões reduzidas;
Capacidade para transportar grandes quantidades de informação;
Imunidade às interferências eletromagnéticas;
Matéria-prima muito abundante (vidro, produzido da sílica, especificamente do quartzo);
Segurança no sinal.

Desvantagens:
Custo elevado para implementação, devido ao alto valor da fusão dos cabos e da
aquisição dos dispositivos de comunicação (conectores, placas de rede e switches);
Fragilidade, pois não permite dobras acentuadas;
Dificuldade de conexões e conectorização das fibras ópticas. Atualmente é mais
aconselhável comprar os pigtails (cabos já conectorizados a pedaços de um ou dois
metros de fibra ótica que necessitam apenas da fusão com o
cabeamento óptico);
Falta de padronização dos componentes ópticos;
Não podem sofrer dobras acentuadas.

1.6.2- Meios não guiados (Rádio, Bluetooth, infravermelho, micro-ondas)

No meio não guiado, o sinal propaga-se na atmosfera, como é o caso das redes sem fio
e transmissões via rádio e via satélite.

Os meios de transmissão não guiados são: rádio; micro-ondas; infravermelho.

Rádio
De acordo com Tanenbaum e Wetherall (2013), as ondas de rádio são fáceis de gerar,
podem percorrer longas distâncias e penetrar facilmente nos prédios; portanto, são
amplamente utilizadas para a comunicação, seja em ambientes fechados, seja em
ambientes abertos. As ondas de rádio também são omnidirecionais, o que significa que
elas viajam em todas as direções a partir da origem; desse modo, o transmissor e o
receptor não precisam estar fisicamente alinhados.
Micro-ondas
De acordo com Tanenbaum e Wetherall (2013), acima de 100 MHz, as ondas trafegam
praticamente em linha reta e, portanto, podem ser concentradas em uma faixa estreita.
Essa concentração oferece uma relação sinal/ruído muito alta, o que requer que as
antenas de transmissão e recepção estejam alinhadas com o máximo de precisão, o
que permite o alinhamento de vários transmissores em uma única fileira, fazendo com
que se comuniquem com vários receptores também alinhados sem que haja
interferência, desde que sejam observadas algumas regras mínimas de espaçamento.

Ao contrário das ondas de rádio, as micro-ondas não transitam bem dentro de edifícios.

1.6.3 – Placas de redes (mostrar a placa)

As placas de rede ou interfaces de rede, também denominadas de NIC (Network


Interface Card) são a comunicação inicial entre um computador ou notebook, por
exemplo, e os demais dispositivos da rede (switch, hub, ponto de acesso, etc.),
permitindo que este dispositivo se conectem a outro na rede.
As placas de rede podem ser on-board, neste caso já vem integradas ao computador
em questão, ou off-board, neste caso são placas vendidas separadamente que são
encaixadas na placa mãe do computador (slots).

São placas de circuito impresso com velocidades de 10, 100 e 1000 Mbps, que são
conectadas aos computadores, desktop ou portáteis (notebooks, tablets, smartphones),
e interligam fisicamente através de cabos com conectores ou sinal de micro-ondas de
rádio, as redes de computadores.

Com a presença cada vez maior das redes wireless, faz-se necessário conhecer os
principais adaptadores que podem ser utilizados para este fim. Os adaptadores podem
funcionar com um ou mais padrões apresentados.

Ao adquirir uma placa de rede, algumas considerações devem ser analisadas, tais
como:

• Esta placa será utilizada para rede cabeada? Rede wireless? Para cada tipo de rede
necessita-se de um determinado tipo de placa.
• Tipo de barramento: Qual o barramento que esta placa utiliza? PCI, PCI-Express?
Outro?
• Qual o tipo de conector necessário para esta placa? RJ, LC, ST?
• Qual a taxa de transmissão da rede (dados os equipamentos que a mesma
possui)? 10 Mbps, 100 Mbps, 1 Gbps, 10 Gbps?

Adaptadores de rede wireless


Com a presença cada vez maior das redes wireless, faz-se necessário conhecer
os principais adaptadores que podem ser utilizados para este fim. Os adaptadores
podem funcionar com um ou mais padrões.

Existem basicamente dois tipos de adaptador de rede wireless disponíveis:

a) Adaptador de rede wireless USB – para utilizá-la é necessário que o


computador ou notebook em questão tenha uma porta do tipo USB.
b) Placa de rede wireless (avulsa) – geralmente utilizam um slot do tipo PCI
convencional (em desktops). Para a utilização em laptops são oferecidas através
de um cartão PC Card ou ExpressCard. É importante lembrar que, ao adquirir
uma placa de rede wireless, é necessário verificar o padrão de funcionamento
da mesma, observando se ela é compatível com os demais dispositivos wireless
da rede.

1.6.4 – Tipo de Ligação (Cabo direito e cabo cruzado)

1.6.5 – Equipamentos activos de rede


1.6.5.1- Hub
Um hub ou concentrador é um dispositivo de rede que centraliza os dados que trafegam
pela rede. Sua função principal em uma rede é receber o sinal de um dos computadores
ligados a ele e difundir este sinal para todos os outros computadores da rede, para que
os dados possam ser recebidos pelo computador de destino.

Um hub pode ter 4, 8, 16, 24, 36, 48 portas ou mais, dependendo do modelo e fabricante.
O hub está localizado na camada física do modelo OSI, assim como o repetidor de sinal,
dessa forma, muitas vezes denominado de repetidor multiportas.

Quanto aos tipos de concentradores (hub), estão:


• Concentrador ativo – é composto de repetidores presentes em suas portas o que
propicia restaurar a amplitude, o sincronismo e a forma do sinal do concentrador às
estações de trabalho (computadores da rede).

•Concentrador passivo – dispositivo de rede utilizado como concentrador que possui


a metade da distância permitida de interligação (hub/computador) que um concentrador
ativo. Este tipo de concentrador é aconselhável para dispositivos que possuem uma
distribuição dentro do limite aceitável da rede.
1.6.5.2-Switch
O switch é um dispositivo de rede que tem o objetivo de interligar os computadores da
rede com uma diferença importante com relação ao hub. O switch recebe um pacote de
um computador da rede e entrega diretamente ao computador destino, fazendo uma
ligação única entre emissor do pacote e receptor.
O switch é possível chavear conexões entre os computadores que desejam se
comunicar, permitindo que diversos computadores conversem entre si ao mesmo tempo
(algo impossível com um hub), além de aumentar a taxa de transmissão da rede.

Um switch pode ter diversas portas (8, 24, 48, etc.) assim como um hub. Definido como
um elemento ativo de rede, trabalha na camada 2 (enlace) do modelo OSI.
1.6.5.3- Gateway
Um gateway de rede é um dispositivo que permite a comunicação entre redes. De um
modo genérico podemos classificar os gateways em dois tipos: os gateways
conversores de meio e os tradutores de protocolos. Os gateways conversores de meio
são os mais simples. Como funções básicas estão: receber um pacote do nível inferior,
tratá-lo (ler cabeçalho, descobrir roteamento, construir um novo pacote inter-redes) e
enviá-lo ao destino.

Já os gateways tradutores de protocolos ou gateways de aplicação, basicamente


traduzem mensagens de uma rede para outra rede, como, por exemplo, converter e-
mails em mensagens de texto para smartphones.

De forma geral, um gateway pode ser visto como um dispositivo complexo para conexão
de redes que combina diferentes funções de pontes, roteadores e repetidores,
possibilitando desta forma a interligação de redes distintas.

O gateway trabalha na camada de transporte do modelo de referência OSI.


1.6.5.4- Roteador
Trata-se de um dispositivo de rede semelhante a um hub ou switch (com as mesmas
funções), além de possuir a função de interligar diferentes redes de computadores
(independente da quantidade e das distâncias destas redes).
São características de um roteador:
• Escolher o melhor caminho para um pacote chegar até o computador destino;
• Escolher o caminho mais curto ou com menor tráfego para encaminhar pacotes;
• Interligar redes diferentes;
• Trabalhar na camada de rede do modelo de referência OSI.

Existem basicamente dois tipos de roteadores: estáticos e dinâmicos.

• Roteadores estáticos – escolhem entre os caminhos disponíveis para enviar um


pacote, o menor caminho possível, porém, não verificam se este caminho está mais ou
menos congestionado do que outro, por exemplo.
• Roteadores dinâmicos – estes sim verificam o melhor caminho disponível para
tráfego dos dados na rede. Dessa forma, pode-se escolher, por exemplo, um caminho
livre mais longo para comunicação ou um caminho mais curto congestionado.

Os roteadores em sua origem trabalham baseados nas tabelas de roteamento.


Esta tabela é consultada pelo roteador, toda a vez que um pacote chega a ele, como
forma de verificar a existência de um caminho para destinar este pacote e assim realizar
o seu trabalho de roteamento (rota que o pacote deve seguir). Quanto aos tipos de
roteamento tem-se basicamente dois: roteamento estático e dinâmico:
• Roteamento estático – neste tipo de roteamento a tabela de roteamento é criada
manualmente (pela inserção de comandos), ou seja, o administrador da rede insere as
rotas possíveis que o pacote pode seguir, o que se torna viável apenas para pequenas
redes.
• Roteamento dinâmico – neste caso a tabela de roteamento é criada dinamicamente.
Isto é possível pelo fato dos roteadores se comunicarem constantemente, através de
protocolos para atualização de suas tabelas o que se torna viável para redes grandes,
como a internet (SILVA, 2010).

Uma bridge trabalha nas camadas 1 e 2 (física e enlace) do modelo de referência OSI
(PINHEIRO, 2005).

1.6.5.5- Transceiver
A função básica de um transceiver é transformar sinais ópticos (recebidos pelo cabo)
em sinais elétricos (enviados ao switch) e vice-versa. Geralmente um transceiver tem
um preço elevado se comparado com outros dispositivos de rede, porém é a solução
dos problemas em muitos casos.
Outra característica importante a ser frisada é que switchs gigabit, incorporam (em sua
grande maioria) duas, quatro ou mais portas para transceivers, o que faz do switch
(quando necessário) uma utilização como bridge, unindo segmentos de par trançado e
fibra óptica, formando uma única rede (MORIMOTO, 2008a).

1.6.5.6- Repetidores de sinal


Um repetidor de sinal, do inglês repeater, é um equipamento de rede, que permite
aumentar um sinal, entre dispositivos da rede, com o propósito de aumentar a distância
de uma rede (seja ela cabeada ou wireless). O repetidor de sinal, trabalha na camada 1
do modelo OSI (camada física), isso quer dizer que seu papel é simplesmente amplificar
o sinal em nível binário, mas não interpretar os pacotes que por ali trafegam.
O propósito de sua utilização está no fato de que, em uma transmissão, o sinal
enfraquece e sofre distorções, conforme a distância entre os dispositivos conectados.
Esta distância é limitada (por exemplo, centenas de metros numa rede local), fazendo
com que seja necessária a utilização de um repetidor de sinal, para que a comunicação
seja efetivada, onde os limites locais já foram ultrapassados.
Como exemplo de utilização de um repetidor de sinal estão:
• Ligar dois segmentos de redes distintos, como por exemplo, um segmento de rede do
tipo par trançado com um segmento do tipo fibra óptica.
• Amplificar as ondas eletromagnéticas oriundas de uma rede wireless (neste caso,
fazendo com que um ponto de acesso tenha seu sinal amplificado para cobrir uma área
maior).

Atividades de aprendizagem
1. Para que serve e qual a função de uma placa de rede? Quais são os tipos mais usuais
encontrados no mercado?
2. Qual a diferença entre um hub e um switch? Ainda, é possível interligar redes locais
com estes equipamentos? Explique.
3. Qual a diferença entre um gateway e um roteador?
4. O que é roteamento? Quais as diferenças entre roteamento estático e dinâmico?
5. O que faz um repetidor de sinal e como funciona?
Redes locais na prática

Objetivos
Aprender a crimpar um cabo de rede do tipo par trançado utilizando os padrões
estudados em aulas anteriores.
Conhecer os equipamentos básicos necessários para montar uma rede local de
computadores.
Configurar e testar o funcionamento de uma rede local básica.

Considerações iniciais
Nessa aula iremos aprender de maneira prática, através de dois estudos de caso, como
devemos preparar os cabos metálicos e posteriormente como montamos, configuramos
e testamos uma rede local de computadores.

Estudo de caso 1: montar um cabo de rede


do tipo par trançado
Neste estudo de caso vamos montar (também chamado de “crimpar”) um cabo de rede
com os devidos conectores RJ-45 (necessários neste processo).

Para esse estudo vamos precisar dos seguintes materiais:


• Alguns metros de cabos de rede metálicos do tipo par trançado, CAT5 ou CAT6;
• Vários conectores do tipo RJ-45;
• Um alicate de crimpar;
• Um testador de cabos.

Com os cabos colocados no local desejado, vamos seguir os seguintes passos:


a) Corte o cabo de rede com o alicate no comprimento desejado (para essa atividade
aproximadamente 1,5 metros). Uma dica é sempre deixar alguns centímetros a mais
além do tamanho desejado, para os casos em que precisar refazer as pontas;

b) Em cada uma das duas pontas do cabo, retire cerca de dois centímetros da capa
externa de isolamento do cabo. Para essa tarefa use o compartimento adequado no
alicate de crimpar, pressionando levemente contra o cabo e girando. Tome muito
cuidado para não cortar os fios internos do cabo. Se acontecer de cortar alguns dos fios,
descarte a parte danificada e repita este passo;

c) Desenrole totalmente os oito fios (quatro pares) nas pontas desencapadas do cabo.
Deixe os fios totalmente lisos para facilitar a inserção no conector. Escolha a sequência
de cores desejada e organize os fios um do lado do outro conforme o esquema de cores.
Você poderá usar qualquer um esquema de cores, o T568A ou o T568B, porém, deverá
usar o mesmo esquema nas duas pontas do cabo, pois estamos construindo um cabo
direto. Caso desejássemos confeccionar um cabo do tipo crossover usaríamos um
esquema de cores diferente em cada ponta do cabo. Veja na Figura 7.1, a ordem das
cores dos fios, conforme o padrão T568A ou T568B.
d) Mantendo todos os fios nas suas posições corretas conforme o esquema escolhido,
segure firmemente os fios com os dedos. Usando o espaço correto (lâmina de corte) do
alicate de crimpar, com cuidado, corte a ponta de todos os fios de uma única vez, na
distância de um centímetro da posição onde foi desencapado o cabo. Os fios cortados
devem ficar todos alinhados após o corte para facilitar a colocação no conector.
e) Segure firme com os dedos os fios alinhados e insira-os cuidadosamente no conector.
Todos os fios devem chegar até a porção final do conector, nas suas posições corretas.
Se algum dos fios não for inserido corretamente no conector, repita os passos
anteriores. Veja o alinhamento correto dos fios na Figura 7.2.

f) Insira o conector no compartimento adequado no alicate de crimpar. Tome cuidado


para que os fios não saiam das suas posições. É importante que uma parte da capa
externa do cabo também entre do conector. Verifique se todos os fios estão chegando
até o final do conector e com força, aperte o alicate. Tome cuidado apenas para não
quebrar o conector.
g) Após repetir os passos para as duas pontas do cabo é hora de testar o cabo criado.
Para o teste utilize um testador de cabos. Os testadores possuem pelo menos duas
portas RJ-45 (jacks), normalmente em módulos separados, para a colocação de cada
ponta (conector) do cabo. Coloque as pontas do cabo nas portas do testador e acione
o procedimento de teste. O testador vai informar (por meio de leds indicativos ou por um
sinal sonoro) se o cabo foi aprovado ou não no teste. Caso o cabo não tenha passado
no teste, corte o conector com defeito e repita todo o processo.

Estudo de caso 2: montar e configurar uma rede local básica


Nesta atividade vamos montar uma pequena rede de computadores usandocabos
metálicos de par trançado. Vamos usar os seguintes materiais:
• Um mínimo de dois computadores do tipo PC (Personal Computer) com configuração
básica, com o SO (Sistema Operacional) devidamente instalado.
Para esta atividade podemos usar o SO Windows 7 ou o Ubuntu Linux.
• Um concentrador de rede que pode ser um hub ou um switch.
• Cabos de rede UTP CAT5 ou CAT6.

Para montar a rede vamos seguir os passos:

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