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mapbiomas cacau
fase 1
2
mapbiomas cacau
equipe técnica
Marisa Gesteira Fonseca (Planejamento e Execução - Veraterra)
Marcos Rosa (Coordenador técnico – MapBiomas/ArcPlan)
Daniel Piotto (Colaborador - UFSB)
Deborah Faria (Colaboradora - UESC)
Gil Marcelo Reuss (Colaborador - UESC)
Juan Doblas Prieto (Colaborador - Programa de Pós-graduação em
Sensoriamento Remoto do INPE)
Larissa Rocha Santos (Colaboradora – UESC)
apoio de campo
Rodrigo Bruno de Oliveira Cavalcante (Folha Rosa)
Márcio Gabriel Chaves (Tabôa Fortalecimento Comunitário)
banco de imagens
Instituto Arapyaú
3
mapbiomas cacau
sumário
1 apresentação 07
2 contexto 09
3 métodos 12
a. ressalvas e limitações
4 resultados 16
b. validação do mapeamento
I. na região
5 perspectivas futuras 32
6 agradecimentos 34
7 bibliografia 36
4
mapbiomas cacau
Índice de figuras
Índice de tabelas
apresentação
O
Projeto de Mapeamento Anual servação dos ecossistemas locais, este
da Cobertura e Uso da Terra do mapeamento é essencial para subsidiar
Brasil (MAPBIOMAS) é uma inicia- políticas públicas, ações de preserva-
tiva que envolve uma rede colaborativa ção e recuperação ambiental, pesquisas
de especialistas visando a contribuir para científicas, e para orientar a expansão da
o entendimento da dinâmica do uso e cacauicultura sustentável.
cobertura da terra no Brasil. Esta iniciati-
va já produziu mapas de uso e cobertura O projeto abrangeu nesta primeira etapa
da terra para todo território brasileiro de seis municípios (Canavieiras, Ilhéus, Ita-
1985 a 2019 (veja mais em https://map- buna, Itacaré, Una e Uruçuca), do Terri-
biomas.org/). tório de Identidade Litoral Sul da Bahia,
que juntos cobrem aproximadamente
Com um foco mais regional, o MAPBIO- 5,8 mil km2, uma extensão territorial si-
MAS CACAU nasceu de demandas - tanto milar à do Distrito Federal. Financiado
por parte de Universidades, ONGs, Mi- pelo Instituto Arapyaú e executado pelo
nistério Público, como do setor privado Centro de Inovação do Cacau (CIC), o
- de maior detalhamento do mapeamen- projeto contou até o momento com a
to do uso e cobertura da terra na região colaboração de pesquisadores da UESC
cacaueira do Sul da Bahia. Em especial, e da UFSB, da ONG Tabôa Fortalecimen-
o projeto se propôs a enfrentar o desa- to Comunitário e do Ministério Público
fio técnico de mapear áreas de cultivo de da Bahia.
cacau sombreado, separando-as daque-
las cobertas por vegetação nativa não Este relatório resume as atividades re-
manejada. Devido à similaridade destas alizadas de junho de 2019 a maio de
áreas quando analisadas por meio de 2020 e os resultados obtidos no perío-
imagens de satélite, o cultivo de cacau do. Espera-se que seja o primeiro passo
sombreado em geral é simplesmente para o monitoramento da cacauicultura
classificado como “floresta” em mapea- na região e que contribua efetivamente
mentos na escala nacional ou mundial. para o planejamento territorial no G6, vi-
Diante da grande importância econô- sando o equilíbrio entre uso econômico
mica do cultivo de cacau sombreado na e preservação ambiental.
região e do seu potencial para conciliar
o uso econômico da terra com a con- Boa leitura!
02
contexto
10
mapbiomas cacau
contexto
O
cultivo de cacau foi introduzido na Após enfrentar crises relacionadas a ques-
Bahia a partir de sementes trazi- tões fitossanitárias e à economia mun-
das do Pará na primeira metade dial2, houve um novo ciclo de expansão a
do século XVIII1. Os primeiros plantios partir de 1964, baseado na intensificação
de cacau no estado foram estabelecidos da cacauicultura por meio da adoção do
a partir do corte e queima da vegetação sistema chamado “derruba total”. Este sis-
nativa ou em áreas já desmatadas. O tema, preconizava a derrubada e queima
cacau era sombreado inicialmente por da vegetação previamente existente, se-
cultivos temporários, como mandioca e guida pelo plantio de cacau sombreado
milho, depois por árvores nativas que re- provisoriamente por banana e, depois,
generavam espontaneamente. A partir de definitivamente, por árvores de espécies
7 a 10 anos o sombreamento era removi- exóticas do gênero Erythrina. Duran-
do e o cacau era mantido a pleno sol1. te muitas décadas o cacau representou
mais de 50% das exportações estaduais.
A primeira expansão significativa do cul- Em termos nacionais, quando a produção
tivo no sudeste do Estado se deu entre atingiu o seu pico, na década de 1970, a
o final do século XIX e o início do século cultura do cacau participava com 0,6 do
XX, substituindo a monocultura da cana- PNB (Produto Nacional Bruto) brasileiro.
-de-açúcar e avançando sobre as áreas
de floresta. Nas primeiras décadas do No final da década de 80, um fungo (Mo-
século XX, o cacau começou a ser planta- niliophthora perniciosa) popularmente
do no sub-bosque da floresta, após a re- conhecido como a vassoura de bruxa, se
moção da vegetação herbácea e arbus- espalhou pelas lavouras do sul da Bahia,
tiva e o raleamento do sombreamento e somado com a menor cotação da his-
pela retirada de uma parte das árvores. tória (US$ 900 por tonelada) e insuficien-
Poupava-se do corte principalmente ár- tes investimentos em inovação produti-
vores altas, com folhagem pouco densa e va favoreceram a decadência da lavoura
de madeira de lei 1. O ato referido como cacaueira da Bahia. A produção que já
“cabrocar” a floresta, ou seja, remover o havia chegado em aproximadamente
sub-bosque e ralear sua cobertura ar- 300 mil toneladas de cacau na década de
bórea, originou o termo “cabruca”, que 1990 caiu para apenas 96 mil toneladas
passou a designar o cultivo de cacau no em 2000 no Estado3,4. Apesar da queda
sub-bosque da floresta nativa. vertiginosa na produção, a redução da
11
mapbiomas cacau
métodos
O
s métodos adotados no MAPBIO- Sentinel 2 revisita cada área em intervalos
MAS CACAU partiram da exper- de cinco dias, o primeiro passo foi montar
tise acumulada no MAPBIOMAS uma coleção de todas as imagens dispo-
BRASIL, que se baseia no uso de algorit- níveis para certos períodos. Foi aplicado
mos de aprendizagem de máquina (machi- um filtro para remoção dos pixelsb com
ne learning) e da plataforma Google Earth nuvens e suas sombras, que são muito
Engine (GEE). O GEE é uma plataforma comuns na região do G6. As imagens fil-
computacional que permite ao usuário tradas disponíveis para o período foram
acessar, no mesmo local, um incrível acervo transformadas em novas bandas utili-
de imagens disponibilizadas gratuitamente zando os valores da mediana, amplitu-
por diversas instituições do mundo, além de, mínimo, máximo e desvio padrão de
de escrever e rodar scriptsa para realizar todos os pixels com informações válidas.
análises geoespaciais na nuvem, ou seja,
utilizando a capacidade de processamento A missão Sentinel 1 produz e disponibiliza
e armazenamento dos computadores da imagens de radar, que apresentam infor-
Google. Contudo, para que fosse possível mações e características muito diferentes
separar as classes “cacau sombreado” e daquelas da Sentinel 2. Neste caso, foram
“floresta”, uma série de modificações dos geradas imagens de textura, uma análise
métodos adotados para a Mata Atlântica que quantifica o padrão de distribuição es-
no MAPBIOMAS BRASIL foram testadas pacial dos valores em pequenos pedaços
ao longo do primeiro ano do MAPBIOMAS da imagem. Entre as diferentes medidas
CACAU, até que se chegasse a um mapa de textura disponíveis, utilizou-se o con-
com exatidão satisfatória. traste. Esta imagem foi “empilhada” com
as camadas produzidas a partir do Senti-
No mapeamento produzido no MAPBIO- nel 2 e com uma imagem de declividade
MAS CACAU foram utilizadas imagens do terreno, obtida a partir do dado SRTM
dos satélites Sentinel 2, Sentinel 1, com Plus, para compor o conjunto total de pos-
maior resolução espacial e temporal que síveis variáveis a serem usadas na geração
as imagens Landsat utilizadas no MapBio- do mapa classificado. Foram feitos ainda
mas Brasil, e uma imagem de declividade testes com imagens Planet e Palsar2, mas
do terreno. Tendo em vista que a missão estas não produziram bons resultados.
a
Scripts são textos, em linguagem de programação, contendo uma série de instruções para que a máquina
execute determinadas tarefas. No caso do MAPBIOMAS CACAU a linguagem utilizada é a Javascript.
b
Pixel é o menor ponto que forma uma imagem digital, sendo que um conjunto de pixels forma a imagem inteira.
14
mapbiomas cacau
01
mosaicos de imagens
02
classificação 03
• Levantamento das imagens
validação
Sentinel 2 no período e
filtragem de nuvens • Treinamento do
• Cálculo de índices e algoritimo
• Análise visual pela
estatísticas por pixel • Seleção de variáveis
equipe ténica e
das imagens Sentinel 2 • Balanceamento de
parceiros
• Geração de contraste a amostras
• Quantificação da exa-
partir de imagens Sentinel 1 • Classificação
tidão global e da acu-
• Obtenção da declividade a • Filtragem espacial
rácia de cada classe
partir da imagem SRTM Plus
c
A versão final do mapa foi gerada usando mosaico Sentinel 2 (S2) de junho a setembro de 2018, mosaico Sentinel 1 (S1)
de dezembro de 2017 e janeiro de 2018, e SRTM Plus e as seguintes variáveis (bandas das imagens): ‘S2_blue_mediana’,
‘S2_green_mediana’, ‘S2_red_mediana’, ‘S2_red edge 1_mediana’, ‘S2_red edge2_mediana’, ‘S2_red edge 3_mediana’, ‘S2_
nir_mediana’, ‘ S2_red edge 4_mediana’, ‘S2_swir1_mediana’, ‘ S2_swir2_mediana’, ‘ S2_ndvi_desvio_padrão’, ‘SRTM_slope’,
‘S1_HV_contrast’.
15
mapbiomas cacau
d
Dossel é o estrato superior da floresta, formado pela copa das árvores mais altas
04
resultados
17
mapbiomas cacau
resultados
raram espontaneamente; (ii) locais onde nas áreas de produção de cacau, somada
Erythrinas foram plantadas depois que o à similaridade destas áreas quando vistas
cacau já estava estabelecido para “preen- através de imagens de satélite, neste
cher” falhas na cobertura florestal nativa primeiro ano de atividades o Projeto
ou (iii) onde houve invasão espontânea MAPBIOMAS CACAU centrou esforços
de indivíduos de Erythrina. Adicionalmen- em separar a classe “cacau sombreado”
te, estas áreas podem ser locais onde a das florestas nativas não manejadas.
derruba total não foi implantada à risca. Essa distinção representa um importante
Há registro na literatura de que muitos avanço técnico e fornece informações
agricultores que receberam crédito do inéditas sobre o uso e cobertura da terra
PROCACAU não seguiram estritamente atual no G6. O detalhamento das classes
as recomendações técnicas do programa utilizadas, como por exemplo a distinção
e que os próprios extensionistas às vezes entre áreas de cabruca e de derruba total,
orientavam os agricultores a modificar al- dependerá do teste de novos dados e
gumas práticas do método “derruba total”, métodos de análise, o que é esperado para
estimulando o aproveitamento de árvores etapas futuras do projeto (veja item 5).
nativas espontâneas1.
b. Validação do mapeamento
Por outro lado, há também muitas áreas A comparação quantitativa entre o mapa
sem Erythrina que já foram desmatadas obtido (Figura 4) e os pontos de referência
no passado e que hoje apresentam cacau (visitados em campo ou obtidos em ima-
plantado em cobertura de árvores nativas gens de alta resolução, no caso das classes
características de estágios iniciais e inter- água e área urbana), comumente chama-
mediários da sucessão florestal, ou seja, da de “matriz de confusão”, encontra-se
diferentes das cabrucas em cobertura flo- resumida na Tabela 1. A linha diagonal da
restal primária (nunca antes completamen- tabela apresenta os pontos de referência
te desmatada). Em alguns desses casos, já que correspondem à classe correta no
se observa indivíduos jovens de espécies mapa. A soma dos valores dessa linha divi-
características de florestas maduras se es- dida pelo número total de pontos fornece
tabelecendo. Mesmo quando sob cober- a estimativa da exatidão global do mapa,
tura florestal primária, as cabrucas variam que foi de 80%. Os erros e acertos
muito na quantidade de sombreamento,
o que também representa um desafio. O em cada classe de uso e cobertura da terra
cacau pode ainda ser plantado em consór- são resumidos na última coluna e na última
cio com árvores frutíferas ou apenas com linha da tabela. A última coluna apresenta
seringueiras. A Figura 3 ilustra algumas a acurácia do produtor, que quantifica a
dessas formas de cultivo de cacau encon- proporção dos pontos de referência da
tradas durante o trabalho de campo. classe que foram corretamente classifica-
dos no mapa, indicando erros de omissão
Diante de toda essa complexidade de (dados pelo valor ‘1 - acurácia do produ-
estruturas florestais e históricos de uso tor’). A acurácia do usuário, apresentada na
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mapbiomas cacau
derruba total com mo- derruba total com erythri- derruba total com erythri-
nominância erythrina na e árvores nativas na abandonada
última linha, estima a probabilidade de um breado” no mapa e 1 como área não flo-
pixel classificado no mapa representar a restada (erros de omissão). O erro de
categoria correta no solo, indicando erros comissão nesta classe (áreas de floresta
de comissão 15, de forma análoga. no mapa que não correspondem à classe
no campo) foi similar, embora um pouco
Depois da água, a classe “área não floresta- menor (33% de erro). Como mencionado
da” foi a que obteve maior acurácia do pro- anteriormente, essa dificuldade de sepa-
dutor, ou seja, menor erro de omissão. Esta rar floresta nativa não manejada de áreas
classe inclui principalmente pastos limpos e de cultivo sob cobertura arbórea era espe-
sujos, mas também cultivos agrícolas anuais rada e deve-se tanto à similaridade dessas
e permanentes, como pupunha, coco, se- áreas quando “vistas” por imagens de sa-
ringa, laranja e café. Áreas de restinga her- télites quanto à heterogeneidade dentro
bácea/arbustiva e campos alagados foram de cada classe. A classe cacau sombre-
também incluídos nesta classe, embora ado, contudo, apresentou acurácias do
ocorram em pequena proporção em com- produtor e do usuário mais altas (79% e
paração com áreas de agropecuária. Se- 78%, respectivamente), ou seja, erros de
gundo o MAPBIOMAS, áreas naturais não omissão e comissão aceitáveis. Conclui-se,
florestais e outras áreas não vegetadas (ex- desta forma, que o MAPBIOMAS CACAU
cluindo-se infraestrutura urbana) ocupam produziu, no seu primeiro ano de ativida-
aproximadamente 2% da área total do G6. des, um mapa útil para diversas aplicações
(veja ressalvas no item 3a), mas que pode
O maior erro encontrado foi na classe e deve ser aperfeiçoado nas próximas
floresta, que teve 18 dos seus 49 pontos etapas, seja pela inclusão de novos dados
de campo classificados como “cacau som- de campo, de satélites ou novas análises.
Tabela 1: Matriz de confusão e acurácia (Ac.) do produtor e do usuário de cada classe do mapeamento (cacau sombr.
= cacau sombreado)
mapa
floresta 30 18 0 0 1 49 0,61
água 0 0 30 0 0 30 1,00
campo
área não
1 4 0 0 44 49 0,90
florestada
SOMA 45 99 30 23 59 256
Como os municípios diferem muito em sua é coberta por cacau sombreado, enquanto
área total, é relevante, adicionalmente, ana- a menor proporção desta classe ocorre em
lisar a proporção das classes de uso e co- Canavieiras (22%). A proporção de cobertu-
bertura da terra em cada um (Figura 8). Os ra florestal não manejada variou de 10% da
municípios com maior proporção de área área municipal em Itabuna a 43% em Itaca-
não florestada são Canavieiras e Itabuna. ré. A área urbana cobre no máximo 3% da
Mais da metade do município de Uruçuca área municipal, que é o caso em Itabuna.
floresta
cacau sombreado
água
área urbana
área não florestada
Figura 8: Proporção e extensão (em km2) das classes de uso e cobertura da terra em cada um dos seis municípios de
abrangência do projeto MapBiomas Cacau.
10,7 0,6
1% 0%
349,5 121,5
20,3 22% 520,1 7,6 17% 311,7
1% 33% 1% 43%
684,1 284,7
Ilhéus 43% Itacaré 39%
12,8 0,8
3% 176,1 0%
80,5
44%
1,2 1,5 16% 159,7
0% 0% 31%
38,5
172,4 10%
43% 267,5
Itabuna Uruçuca 53%
1,5 4,1
0% 0%
295,0 716,8
12,8 24% 464,7 32,0 54%
1% 38% 2%
290,7
448,5
22% 289,2
Una 37% Canavieiras 22%
24
mapbiomas cacau
Nas páginas seguintes, são apresentados os mapas de uso e cobertura da terra dos
municípios de abrangência do projeto em escala que permite melhor visualização: Cana-
vieiras (Figura 9), Ilhéus (Figura 10), Itabuna (Figura 11), Itacaré (Figura 12), Una (Figura 13)
e Uruçuca (Figura 14).
Figura 9:
Mapa do uso e cobertura
da terra em Canavieiras.
Figura 10:
Mapa do uso e cobertura
da terra em Ilhéus
25
mapbiomas cacau
Figura 11:
Mapa do uso e cobertura
da terra em Itabuna
Figura 12:
Mapa do uso e cobertura
da terra em Itacaré
26
mapbiomas cacau
Figura 13:
Mapa do uso e cobertura
da terra em Una
Figura 14:
Mapa do uso e cobertura
da terra em Uruçuca
27
mapbiomas cacau
Tabela 2: Área inserida no Cadastro Ambiental Rural em cada um dos municípios de abrangência do projeto
MAPBIOMAS CACAU
5
Até o dia 02 de maio de 2020. Os cálculos foram feitos excluindo-se qualquer sobreposição de área, ou seja, conside-
rando áreas sobrepostas como apenas uma.
28
mapbiomas cacau
Figura 16: Área total Uso e cobertura da terra em propriedades no CAR no G6 (km2)
(km2) e proporção
das classes de uso
e cobertura da terra
nos seis municípios de
abrangência do projeto
631,4
1,5 8,4
MAPBIOMAS CACAU 0% 443,9 584,9 0%
(Ilhéus, Itabuna,
Uruçuca, Itacaré, Una e
Canavieiras).
27% 38% 35%
Figura 17: Proporção e extensão das classes de uso e cobertura da terra dentro de propriedades inseridas no Cadas-
tro Ambiental Rural (CAR) em cada um dos municípios de abrangência do projeto MAPBIOMAS CACAU.
0,2 0,0
0% 0%
80,9 37,1
0,8 21% 116,9 0,5 19% 81,7
0% 30% 0% 41%
194,6 80,2
49% 40%
Ilhéus Itacaré
0,2 0,0
0% 52,2 0%
31,6
0,2 47% 0,5
0% 0% 18% 48,6
27%
49,3
9,8
44% 9% 100,3
55%
Itabuna Uruçuca
0,4 0,7
0% 104,1 0%
1,5 32% 4,9
279,0
1% 1%
61%
105,5 101,5
32% 114,1
22%
35%
72,9
16%
Una Canavieiras
30
mapbiomas cacau
III. Em áreas de preservação permanente ocupada pela classe área não florestada,
De acordo com a Lei 12.651 de 2012, co- o que representa aproximadamente 130
nhecida como Código Florestal, as áreas km2 (Figura 18). Cerca de 40% desta área
de preservação permanente são “áreas se encontra em Canavieiras. O município,
cobertas ou não por vegetação nativa, por outro lado, é também o que tem a
com a função ambiental de preservar os maior extensão de APP sob cobertura de
recursos hídricos, a paisagem, a estabili- floresta não manejada (Figura 19). Pouco
dade geológica e a biodiversidade, facili- mais de um terço da área de APP hídrica
tar o fluxo gênico de fauna e flora, prote- no G6 encontra-se sob cultivo de cacau
ger o solo e assegurar o bem-estar das sombreado (Figura 18). A Figura 20 apre-
populações humanas”. Estima-se que senta um exemplo de mapeamento do
quase um terço da área de preservação uso e cobertura da terra em APPs hídri-
permanente (APP) hídrica6 no G6 esteja cas no G6.
Figura 18: Área total Uso e cobertura da terra em áreas de preservação permanentes
(km2) e proporção
hídricas no G6 (km2)
das classes de uso e
cobertura da terra nas
áreas de preservação
permanente hídricas 3,6 7,1
nos seis municípios
de abrangência do
1%
119,7 141,3 129,3 2%
projeto MAPBIOMAS
CACAU (Ilhéus, Itabuna, 30% 35% 32%
Uruçuca, Itacaré, Una e
Canavieiras).
6
Ou seja, aquela no entorno de lagos, lagoas, reservatório de água ou rios.
31
mapbiomas cacau
Figura 20:
Exemplo de mapeamento
do uso e cobertura da
terra em áreas de preser-
vação permanente (APP)
hídrica
05
perspectivas
futuras
33
mapbiomas cacau
perspectivas futuras
N
o primeiro ano de atividades do MAPBIOMAS CACAU foi pos-
sível alcançar a distinção entre cacau sombreado e floresta
nativa não manejada no G6 com acurácia satisfatória, o que
representa um passo importante para o entendimento do uso e
cobertura da terra na região e para iniciativas futuras de desenvol-
vimento regional, conservação e pesquisa. A partir disso, não só é
possível, como desejável, aperfeiçoar e estender o mapeamento
obtido, além de utilizá-lo em novas análises espaciais.
agradecimentos
O
MAPBIOMAS CACAU agradece ao Dr. Gaston Giné pela im-
portante sistematização do banco de dados do Laborató-
rio de Ecologia Aplicada à Conservação da UESC. Dr. Edson
Sano contribuiu com o projeto através da disponibilização de ima-
gens Palsar 2. Foram também essenciais na execução do projeto
algumas lideranças de assentamentos e proprietários rurais que
permitiram a coleta de pontos de campo dentro de suas proprie-
dades, a saber: Projeto de Assentamento Nova Vida, Projeto de As-
sentamento Demétrio Costa, Sr. Jorge Coutinho, Sr. Francisco Lopes
Junior, Sr. Hughes Rincquesen, Sra. Ana Paranhos Monteiro e Sr.
Ricardo Gomes.
07
bibliografia
37
mapbiomas cacau
bibliografia
8. Faria, D., Laps, R. R., Baumgarten, J. & Cetra, M. Bat and bird
assemblages from forests and shade cacao plantations in two
contrasting landscapes in the Atlantic Forest of southern Bahia,
Brazil. Biodivers. Conserv. 15, 587–612 (2006).
38
mapbiomas cacau
9. Saatchi, S., Agosti, D., Alger, K., Delabie, J. & Musinsky, J. Exami-
ning Fragmentation and Loss of Primary Forest in the Southern
Bahian Atlantic Forest of Brazil with Radar Imagery. Conserv. Biol.
15, 867–875 (2001).