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CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
E ANÁLISE DE DESEMPENHO
ENERGÉTICO
Passiv Haus (em alemão), Passive House (em inglês) ou Casa Passiva
consiste em um conjunto de práticas desenvolvidas pelo Instituto Passive House
(PHI), localizado em Darmstadt, na Alemanha, que buscam aperfeiçoar a
utilização de energia para a construção de moradias. Tem suas origens na década
de 1970, porém somente em 1990 foi inaugurada a primeira construção de um
prédio eficiente utilizando esse protocolo.
É a noção exata de como projetar conscientemente um edifício ou casa
buscando máxima eficiência energética. Funciona por meio de um método que
promove a otimização do uso de energia em uma edificação, conforme revela a
Figura 1, a seguir.
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Figura 1 – Diagrama do método Passive House
Crédito: Lermot/Shutterstock.
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• Recuperação do calor da ventilação: a ventilação eficiente com
recuperação de calor é fundamental, permitindo uma boa qualidade do ar
interior e economia de energia. Na Casa Passiva, pelo menos 75% do calor
do ar de exaustão é transferido novamente para o ar fresco por meio de um
permutador de calor.
• Estanqueidade ao ar do edifício: as fugas não controladas por meio de
aberturas devem ser inferiores a 0,6 do volume total da instalação por hora
durante um ensaio de pressão a 50 Pascal (pressurizado e
despressurizado).
• Ausência de pontes térmicas: todas as arestas, cantos, ligações e
penetrações devem ser planeadas e executadas com muito cuidado, para
que as pontes térmicas possam ser evitadas. As pontes térmicas que não
podem ser evitadas devem ser minimizadas o máximo possível.
“A casa passiva é como construir uma garrafa térmica, mas uma garrafa
com uma boa ventilação”. Onde segue, “[...] Quando você quer que um
espaço mantenha sua temperatura naturalmente – seja ele tão pequeno
quanto uma garrafa térmica ou tão grande quanto uma casa – você
estará seguindo muitas das mesmas regras. As casas passivas precisam
ser herméticas, ter isolamento contínuo, janelas com painéis triplos e um
excelente sistema para controlar a qualidade do ar. O design da casa
também precisa eliminar um fenômeno chamado ponte térmica, que
ocorre quando a temperatura de um material se transfere para outro
através do toque físico, como num usuário que sente frio no inverno pelo
motivo da viga de aço que suporta o pavimento está encostada no tijolo
gelado da fachada. Ao vedar termicamente o interior de um espaço, as
temperaturas internas de uma casa são mais estáveis por consequência.
A implementação de técnicas de casas passivas é suficiente para tornar
uma casa 90% mais eficiente do que uma casa usual (Eldredge, 2016)
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cômodos sem que haja diferença de temperatura ou tenha que mudar a
vestimenta. Outro fator importante é o controle de pressão interna que as casas
passivas possuem, possibilitando o impedimento de fumaça ou qualquer tipo de
poluidor da parte externa para a parte interna da casa.
As casas são construídas conforme qualquer outra, conforme Levenson.
“Noventa e nove por cento de uma casa passiva é construído com os mesmos
materiais, metodologias, trabalhadores e horários que uma casa não passiva”.
No entanto, há etapas específicas que devem ser respeitadas, como na
fase de projeto, quando se deve adotar o sistema de projeto integrado,
proporcionando que todos os participantes possam trabalhar em conjunto na
aplicação da metodologia e seus benefícios e evitar que o método Passiv Haus
seja apenas um conceito. Por exemplo, o condicionamento térmico interno por
meio de um trocador de ar só será eficiente se houver a utilização dos materiais
de isolamento térmico corretos para o fechamento adequado das janelas.
Além do mais, não há padrão estético para uma casa passiva. Ela pode ser
moderna, contemporânea, brutalista ou se adequar a qualquer outro estilo desde
que seja adaptável ao ser humano e ao seu conforto no ambiente interno.
Em relação ao custo de implantação desse método, ao se comparar com
empreendimentos certificados Leed no nível prata, que custam cerca de 2%
adicionados ao valor total da obra, um projeto Passiv Haus custa cerca de 5% a
10 % do valor total da obra, conforme Levenson. No entanto, as tecnologias e
pesquisas com materiais alternativos vão se aprimorando, e o preço da
construção tende a se tornar cada vez mais acessível.
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TEMA 2 – CERTIFICAÇÃO LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL
DESIGN (LEED)
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Esse selo destina-se para qualquer tipo de projeto e pode ser aplicado em
qualquer fase da construção.
Para ter um edifício certificado, é necessário cumprir algumas condições
em diferentes categorias, contendo em cada uma delas pré-requisitos que são
práticas obrigatórias e créditos que são pontos facultativos os quais podem ser
atendidos caso a intenção seja alcançar uma pontuação maior.
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• Recursos materiais (Material resources): a prioridade dessa categoria é o
manejo correto dos materiais da obra e do edifício, por exemplo, um
canteiro de obra organizado que diferencie os tipos de materiais, desde
madeiras, pedras, metais, gessos, tinta, selantes, químicos etc. Além disso,
para atingir alguns créditos é necessário que o empreendedor mapeie as
rotas e trajetos de entrada e saída de material a fim de realizar o descarte
correto dos resíduos.
• Qualidade interna do ambiente (Indoor environment quality): na categoria
de qualidade interna do ambiente, estão priorizados a saúde e o bem-estar
dos ocupantes, pois há créditos que incentivam o uso de materiais com
baixa emissão e descartam os produtos químicos danosos à saúde humana
como os compostos orgânicos voláteis, contidos em materiais plastificados,
tintas, selantes etc. Além do mais, existem créditos sobre o tratamento do
ar interno, no qual regulamentam usos de exaustores e condicionadores de
ar eficientes e benéficos, conforto térmico e acústico do ocupante,
iluminação interna adequada para o serviço ou relaxamento, o acesso à luz
do dia baseando no ciclo circadiano e priorizando a qualidade das vistas
exteriores, seja pela criação de átrios ou vidros que possibilitem uma
imagem clara.
• Inovação (innovation): os créditos de inovação são pontuações extras para
premiar ideias e práticas que não estão listadas nas categorias do Leed,
isto é, esses créditos visam à educação do entorno do empreendimento,
marketing sustentável, criação de novos materiais ou qualquer outra prática
que agregue o tema da educação sustentável. A seguir estão alguns
exemplos:
− “Escola como ferramenta de ensino” (School as a Teaching Tool), que
visa fornecer ao quadro de funcionários da escola o conhecimento para
identificar o que apoia ou impede espaços de aprendizagem saudáveis,
eficientes e ambientalmente sustentáveis, como também transmitir esse
conhecimento aos seus alunos. Além disso, visa educar os alunos sobre
as conexões entre o ambiente construído e natural;
− “Edifício verde educacional” (Green Building Education), aproveitando o
valor educacional das características de construção verde, como
sinalizar e destacar os equipamentos que ajudam na economia de
energia ou água, desenvolver um manual ou diretriz para informar aos
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ocupantes os sucessos do projeto e fazer uma divulgação educacional
ou visita guiada focando na sustentabilidade.
• Processo integrado (Integrative process): é desenvolvido por uma equipe
multidisciplinar de profissionais desde a concepção da ideia do projeto até
a fase final da construção a fim de garantir que o andamento do processo
de projeto ocorra sem falhas, retrabalhos ou custos adicionais.
• Prioridade regional (Regional priority): os créditos dessa categoria são
pontuações extras que são alcançadas com base em critérios regionais
(admitidos pelo USGBC), ou seja, em diferentes regiões do Brasil existem
especificidades e demandas locais que podem ser mais bem exploradas
para a obtenção de pontos extras. Essas especificidades regionais são
descritas e possuem livre acesso à consulta na plataforma do USGBC.
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água por meio da replicação da hidrologia natural e do balanço hídrico do
local, podendo atingir até três pontos extras;
• “Otimização e divulgação dos produtos do edifício” (Building Product
Disclosure and Optimization, Material Ingredientes), incentivando a
utilização de produtos e materiais que contenham informações sobre o ciclo
de vida, como também visa recompensar as equipes de projeto pela
seleção de produtos corretos a fim de minimizar o uso e a geração de
substâncias nocivas e recompensar os fabricantes de matérias-primas que
produzem produtos cujos impactos no ciclo de vida são conscientes, o que
pode atingir até dois pontos extras.
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− planos;
− projeto construído.
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TEMA 3 – CERTIFICAÇÃO GREEN BUILDING COUNCIL (GBC BRASIL)
3.1 Implantação
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3.4 Materiais e recursos
Essa categoria recompensa com créditos extras caso optar por adotar
práticas como criação de um guia ou manual do usuário da residência, conter
profissionais credenciados em órgãos certificadores para a consultoria e
andamento do projeto e alcançar práticas mais eficientes das quais são
delimitadas pela certificação. O pré-requisito dessa categoria é o manual de
operação, uso e manutenção que propõe desenvolver informações, sejam
impressas ou digitais, para os residentes contendo informações como plantas de
arquitetura, instalações elétricas, hidráulicas, paisagismo, ar condicionado,
luminotécnico, desenhos de simulações energéticas, irrigação, estrutura,
memorial descritivo, checklist da certificação GBC Brasil com os itens alcançados
e outros manuais de fabricantes dos materiais e equipamentos.
Os créditos são: projeto integrado e planejamento, educação e divulgação
e inovação e projeto.
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3.8 Créditos regionais
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• IMP Crédito 10 – Controle e Gerenciamento de Águas Pluviais;
• UEA Crédito 2 – Medição Setorizada do Consumo de Água;
• EA Crédito 3 – Desempenho Aprimorado da Envoltória;
• EA Crédito 4 – Fontes Eficientes de Aquecimento Solar;
• EA Crédito 7 – Energia Renovável;
• MR Crédito 2 – Madeira Certificada.
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Práticas de projeto como aumento de vegetação em ambientes, localização
das janelas para que o indivíduo possa aproveitar todo o período do dia e espaços
dedicados para descanso e atividades físicas dentro do ambiente de trabalho são
preocupações da certificação Well.
Uma edificação doente remete a uma queda de produtividade da empresa
devido a fatores que afetam o rendimento do colaborador diante das suas
atividades diárias. Alguns exemplos são a falta de iluminação adequada, locais
fechados e insalubres que obstruem a troca de ar e tornam-se fontes de doenças
respiratórias e ausência de áreas de descanso.
Semelhante às demais certificações de sustentabilidade, o número de
pontos alcançados determina o nível de certificação em prata, ouro ou platina.
As estratégias abordadas pelo Well baseiam-se em sete conceitos: ar,
água, nutrição, iluminação, fitness, conforto e mente.
4.1 Ar
4.2 Água
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água por dia e a mulher de 2,7 litros para a respiração, transpiração, excreção e
para contribuir com a remoção de toxinas, subprodutos e outros resíduos.
O objetivo do selo é melhorar a qualidade da água para o uso diário, proibir
os contaminantes inorgânicos, fertilizantes e pesticidas, além de promover
pesquisas para o tratamento e manutenção da qualidade da água.
4.3 Alimentação
4.4 Luz
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4.5 Aptidão física
Aptidão física é exercer qualquer atividade com vigor e energia sem fadiga
ou perda da resistência. A vida adulta requer ao menos trinta minutos de prática
de esportes ou atividades físicas por dia e a inatividade é um dos maiores
problemas referentes à saúde da sociedade moderna. As consequências do
sedentarismo vão desde cansaço para resolver questões diárias até infartos e
demais problemas cardíacos.
O Well promove políticas e estratégias que envolvam o usuário do edifício
na prática de atividades físicas combatendo o sedentarismo, a obesidade e as
doenças crônicas. As estratégias incluem espaços desenhados para interação
interpessoal, escadas acessíveis, mobiliário adequado ao corpo humano,
programas educacionais de incentivo a esportes, espaços prioritários para
caminhadas, garagem para bicicletas, entre outros.
4.6 Conforto
4.7 Mente
O selo Casa Azul é uma proposta criada pela Caixa Econômica Federal
para reconhecer empreendimentos que visam promover a sustentabilidade,
recompensando projetos que fazem o uso racional dos recursos naturais e
garantem qualidade na habitação.
Além disso, a Caixa propõe iniciativas como o uso da madeira legal na
construção, o incentivo financeiro para equipamentos de aquecimento solar e a
medição individual de água e gás em prédios, fomentando assim a
conscientização do morador da habitação.
A certificação envolve 53 critérios de avaliação divididos nas seis
categorias a seguir.
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de transporte e comunicação, conectando pessoas a empregos, escolas e
hospitais; disponibilidades de serviços, sejam comunitários, privados ou públicos;
responsabilidade ambiental, propondo espaços para a convivência saudável e
correta com o meio ambiente; justiça e igualdade, planejando o futuro para a
comunicação com outras comunidades; prosperidade, com criação de uma
economia crescente local; projeto e construção, com exercício de uma obra limpa
com qualidade de materiais e esteticamente bela; e vivacidade, inclusão e
segurança com a implementação de uma cultura local forte.
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Outro fator preponderante para diminuir o gasto energético de uma
residência é o isolamento térmico adequado, visto estudo do método Passiv Haus,
na qual impede a perda de calor interna.
Além do mais, há alternativas para condicionamento de ar, como ventilação
cruzada, ventilação mecânica eficiente, resfriamento de ar por dutos geotérmicos
e aquecimento solar passivo.
A água, conforme o selo Casa Azul, deve ser vista com insumo finito tanto
em termos de qualidade como de quantidade. Sua gestão em edifícios é vital para
seu uso sustentável, devendo contemplar o planejamento das águas pluviais, o
esgotamento sanitário e o suprimento da água potável.
No entanto, um projeto consciente e sustentável abrange também águas
cinza advindas do reaproveitamento, como também as águas negras decorrentes
do contato com matéria orgânica.
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comunidade. Além do estudo do projeto para inserção do empreendimento no
local, deve-se também analisar a pós-ocupação, entendendo o comportamento da
comunidade com o empreendimento e vice-versa.
A aplicação de práticas sociais em conjunto com a construção do
empreendimento visa agregar a consciência ambiental, promovendo ações
proativas que ultrapassem obrigações legais e surpreendam de forma consciente,
buscando o benefício da comunidade.
Para receber o selo Casa Azul, o empreendimento deve cumprir 19 pré-
requisitos obrigatórios para atingir o nível bronze, mais seis critérios opcionais
para atingir o nível prata ou mais 12 créditos opcionais para o nível ouro.
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REFERÊNCIAS
EGAN, J. The Egan Review: Skills for Sustainable Communities. London: Riba,
2004.
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