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Assim, cada grupo deverá apresentar um estudo de caso de Habitação de Interesse

Social, trazendo consigo ideias que podem ser utilizadas para o projeto final
(inspirações).

INTRODUÇÂO
O artigo 6º “Dos direitos sociais” da ementa 26, inclusa no ano de 2000 na
Constituição Brasileira - Lei suprema do Brasil afirma que todo cidadão possui
direito à moradia. Em vigor desde de 1976, a Assembleia Geral das Nações
Unidas também adotou o PIDEC - Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (NAÇÕES UNIDAS, 1992). Esse tratado, que
o Brasil ratificou no ano de 1992, afirma no seu artigo 11 o direito à moradia
adequada, além do compromisso dos Estados-partes de assegurá-lo.
Como medida para auxiliar a sanar o problema do déficit habitacional vigente
no Brasil surge a Habitação de Interesse Social que é definida como aquela
voltada à população de baixa renda que não possui acesso à moradia formal e
nem condições para contratar os serviços de profissionais ligados à construção
civil.
Segundo o ONU-HABITAT, habitação acessível é aquela adequada em
qualidade e localização, que não custa tanto a ponto de impedir seus
moradores de arcar com outros custos básicos de vida ou ameaçar seu gozo
de direitos humanos básicos. Por meio deste pensamento, os programas
habitacionais buscam atender condições mínimas necessárias para promover
uma moradia de qualidade, porém, existem muitas falhas, já que muitas
residências são construídas com alta velocidade e com materiais de baixo
desempenho. Assim, ocorre o aparecimento precoce de manifestações
patológicas nessas unidades. Portanto, esse trabalho teve o objetivo de avaliar
a condição das habitações de interesse social em TAL LUGAR, buscando
maior compreensão sobre o tema proposto para assim viabilizar maneiras de
auxiliar na resolução do problema e servir como base para a realização do
projeto que será realizado na Vila da conquista em Caxias-Ma.

FICHA TÉCNICA

Arquitetos: 24.7 arquitetura design


Área: 53,10 m² ou 61,65 m²
Ano do projeto: 2010
Fotografias: Courtesy of 24.7 arquitetura
Materiais: blocos de concreto estruturais, telhas termoacústicas mescladas com
cobertura ajardinada, Alumínio
Equipe De Projeto: Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca, Inácio Cardona, Erica
Souza e Saulo Feliciano
Cidade: São Paulo
País: Brasil
Informações gerais

A Habitação de interesse social em São Paulo tem como objetivo a idealização


de uma casa compacta que possa dar mais liberdade aos moradores, permitindo
aos mesmos criarem os mais diferentes tipos de layouts em suas residências de
acordo com as necessidades de cada família. Além disso, visa debater sobre
alguns conceitos padrões do modelo de desenvolvimento habitacional no país
buscando romper com questões muito presentes no âmbito da habitação social
promovendo, por exemplo, baixo custo de manutenção por promover materiais
resistentes e de longa vida, Otimização de recursos, ocupação de vazios
urbanos, Diminuição do consumo energético, Melhoria da saúde e bem-estar
dos usuários e a acessibilidade.

A residência consiste em um programa reduzido, resolvido a partir de dois blocos


lineares interligados por um terceiro bloco com funções distintas, sendo um módulo
para os dormitórios e banheiro, outro para a área de serviços (cozinha e
lavanderia) e um terceiro - de ligação - abriga a sala de refeições e a sala de estar.
O mesmo terreno, com as mesmas dimensões, foi pensado para abrigar a casa de
dois e três dormitórios, prevendo assim, a expansão de mais um quarto da menor
habitação em caso de crescimento do número de integrantes da família.

O formato alongado e estreito visa garantir a iluminação e radiação direta total


dos ambientes da casa, já que, de acordo com a inclinação do sol para a
latitude das cidades do Estado de São Paulo, o formato quadrado ou retangular
de certas dimensões impossibilitaria o alcance da luz em toda a sua extensão.

Materiais

O projeto tem uma constante preocupação com os materiais a serem utilizados na


construção, já que visam atender uma série de requisitos, como a facilidade de
construção, custo baixo, sustentabilidade e bioclimatismo.

A princípio a casa será construída com blocos de concreto estruturais da família


29, sendo assim um projeto modulado para facilitar a construção. 
Os caixilhos foram pensados de forma a garantir melhor insolação e ventilação
para as unidades.  
Na cobertura a utilização de telhas termoacústicas, mescladas com cobertura
ajardinada representa um ganho no conforto térmico da residência e uma
redução do consumo de energia mensal.

Acessibilidade
Um ponto que chama a atenção nesse projeto é a questão da acessibilidade.
Desse modo, foram concebidas residências que permitem aos cadeirantes e
portadores de necessidades especiais realizem todas as suas atividades da
maneira mais simples possível.
Todos os cômodos da casa foram minuciosamente pensados para atender
perfeitamente as normas de acessibilidade, dando assim mais conforto aqueles
que mais precisam.
Os espaços entre móveis e dimensões de portas foram todos desenvolvidos de
modo a facilitar a locomoção de um cadeirante dentro de sua própria
residência.

Características Bioclimáticas

Sistemas de geração de calor


As residências se esquentam por si mesmas de duas maneiras para evitar seu
resfriamento no inverno.
1.Devido ao seu alto isolamento térmico e dispondo a maior parte de sua
superfície envidraçada a norte e leste.
2.Devido ao seu cuidadoso desenho bioclimático e orientação norte-sul os
edifícios se esquentam por efeito de estufa e radiação solar direta.

Sistemas de geração de resfriamento

As residências se refrescam por si mesmas de três modos para evitar o seu


aquecimento no verão:
1. Dispondo de superfícies envidraçadas ao sul e de proteções solares para a
radiação solar direta e indireta.
2.Refrescando mediante a entrada de ventilação proveniente de espaços
sombreados originados dos pátios gerados pela descompactação da casa.
3. Evacuando o ar quente ao exterior da residência por meio da convecção
natural.

Sistemas de Acumulação (calor e resfriamento)

O calor gerado durante o dia no inverno (por efeito de estufa e radiação solar
direta) se acumula nas lajes e nas paredes interiores com inércia térmica.
Desta maneira, a casa permanece quente durante toda a noite sem
necessidade de consumo energético. O resfriamento gerado durante a noite no
verão (por ventilação natural e queda de temperatura) se acumula nas lajes e
nas paredes internas. Deste modo a casa permanece fresca durante o dia sem
consumo energético.
Inércia térmica do edifício

A inércia térmica de um edifício é um claro indicativo do seu comportamento


térmico e ao mesmo tempo do seu grau de aproveitamento dos recursos
naturais.
A inércia térmica praticamente só pode ser atingida através do aumento da
massa dos edifícios. Quanto menor a massa = menor inércia térmica = pior
comportamento térmico = menor conforto = maior consumo energético.
Portanto, conseguimos um correto desenho bioclimático aumentando a massa
das envolventes exteriores, instalando coberturas vegetais, utilizando um
sistema construtivo auto-portante a base de blocos de concreto, prevendo laje
em toda a extensão da casa.

Ventilação

A ventilação das residências se faz de forma continua e natural através dos


próprios muros exteriores, que permite uma ventilação adequada sem perdas
energéticas. As janelas bem orientadas permitem uma contínua circulação dos
ventos a fim de refrescar nos dias quentes do verão e nos dias de alta umidade
relativa do ar. As aberturas foram pensadas de acordo com as inclinações do
sol no verão e inverno para a cidade de Ribeirão Preto. De acordo com a
latitude da cidade correspondente a 21,2°, temos:

Análise Sustentável

Otimização de recursos

O projeto se aproveita ao máximo dos recursos naturais tais como o sol (para
esquentar a casa), o vento (para refrescar e regularizar a alta umidade) e a
água da chuva (para rega do jardim e descarga do banheiro). A modularidade
imposta pelo sistema construtivo é vista como um fator muito positivo, já que se
eliminam os resíduos sólidos da construção e otimiza-se o tempo de
construção.

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Diminuição do consumo energético

Neste projeto a casa se aquece por efeito de estufa, a água se esquenta por
meio de placas solares. A iluminação natural é predominante em todos os
ambientes da casa, sendo necessária a utilização de energia elétrica somente
quando não houver mais luz natural, e a ventilação é constante para refrescar
nos meses quentes de verão. O principal objetivo de um desenho bioclimático é
eliminar os dispositivos tecnológicos que proporcionam calor e resfriamento a
um edifício.

Diminuição de resíduos e emissões


As únicas emissões da casa foram geradas pela obtenção dos materiais a
serem empregados. O mesmo acontece com resíduos, já que o sistema
construtivo e os materiais empregados possuem um alto grau de
industrialização, estando na medida exata para o uso.

Melhoria da saúde e bem-estar dos usuários

A casa se ventila de forma natural e aproveita ao máximo a iluminação natural.


Além disso, conta com pátios descobertos gerando possibilidades de lazer para
os usuários, o que cria um ambiente saudável e proporciona o aumento de
qualidade de vida aos ocupantes da residência. Uma cobertura ajardinada
permite também que os moradores cultivem seus próprios alimentos para
consumo próprio, ou até mesmo desfrutem como uma área de sol.

Diminuição do preço e da manutenção das casas.

A racionalização dos processos construtivos e dos componentes da edificação


são premissas básicas no combate ao déficit habitacional brasileiro. A
industrialização da construção promove a economia em virtude da produção
em grande escala, além de reduzir o tempo de execução da obra e o
desperdício de materiais.

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