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CONFORTO AMBIENTAL

AULA 01

Prof° Esp. Edierk Casusa de


Melo Barreto

ebarreto@modulo.edu.br
CONCEITOS
Conforto Ambiental
Entendido como um conjunto de condições
ambientais que permitem ao ser humano
sentir bem estar térmico, visual, acústico e
antropométrico, além de garantir a
qualidade do ar e o conforto olfativo.

Conforto Luminoso: refere-se à resposta


fisiológica do usuário. Um determinado
ambiente provido de luz natural e/ou
artificial, produz estímulos ambientais, ou
seja, um certo resultado em termos de
quantidade, qualidade da luz e sua
distribuição, contrastes etc.
Conforto Acústico: teremos um certo nível
de barulho (ruído de fundo medido pelo seu
nível de intensidade sonora em dB), as
freqüências desse ruído, sua distribuição e
propagação etc.
Conforto Térmico: a temperatura do ar, a
umidade relativa, a ventilação no ambiente,
a quantidade de insolação etc.
“Quanto menor for o esforço de
adaptação do indivíduo, maior
será sua sensação de conforto.”
Eficiência Energética
Pode ser entendida como um
atributo inerente à edificação
representante de seu potencial em
possibilitar conforto térmico, visual e
acústico aos usuários com consumo
de energia.

Portanto um edifício é mais eficiente


quando proporciona as mesmas
condições ambientais com um menor
consumo de energia.

Uma boa arquitetura deverá assistir


ao programa e análise climática de
forma a responder simultaneamente
à eficiência energética e às
necessidades de conforto.
Eficiência Energética
A arquitetura hoje deve também ser vista como elemento que precisa ter
eficiência energética. Solucionar o problema requer esforços em diferentes
frentes de trabalho. Mudar a mentalidade.

(Firmitas)

(Utilitas) (Venustas)
Evolução do conforto na arquitetura

A arquitetura tem evoluído visando, entre outros motivos, oferecer um


controle do homem em relação ao clima. Dependendo do clima a
arquitetura muda as cores, as proporções, os materiais, as estratégias de
acondicionamento, entre outras.
Arquitetura Vernacular
“Arquitetura que aproveita as
características desejáveis do
clima e enquanto se evitam as
indesejáveis.”
Arquitetura Vernacular
Na cidade romana antiga surgiu o primeiro sistema de aquecimento artificial
de água conhecidos como Calidarium e para aquecimento de ambientes
chamados de Ipocausto – túneis subterrâneos onde uma fornalha aquecia o
ar que por sua vez aquecia o ambiente.
Arquitetura Vernacular
No século VI a importância do acesso solar foi registrada pelo imperador
Justiniano, primeira legislação ambiental de que se tem notícia.
Arquitetura Vernacular
Em climas muito severos, por exemplo, o norte da China, as edificações foram
construídas subterrâneas. São escolas, mercados, residências, etc.. A
temperatura abaixo da superfície do solo é mais amena, compensando os
extremos da temperatura do ar (alta durante o dia e baixa à noite).
Arquitetura Vernacular
No deserto do Colorado, nos Estados Unidos, o povo de Mesa Verde construiu
suas habitações protegidas do sol pelas encostas de pedra, de forma a
sombrear a incidência dos raios solares no verão quente e seco. No inverno,
a inclinação mais baixa do sol permite sua entrada nas habitações,
aquecendo-as durante o dia. O calor armazenado na rocha das encostas
durante o dia é devolvido ao inteiro das habitações à noite, garantindo o
conforto térmico.
Arquitetura Vernacular
Na Tunísia, as habitações eram enterradas para evitar os extremos de
temperatura do clima quente e seco, além de protegerem as pessoas das
tempestades de vento.
Arquitetura Vernacular
Em Sevilha, na Espanha, várias ruas eram sombreadas por toldos, reduzindo
a incidência solar durante o dia. Ainda hoje existem em algumas ruas da
cidade durante o período de verão.
Arquitetura Vernacular
No Período Gótico as novas técnicas estruturas surgidas na época
possibilitaram mais aberturas nas paredes, inclusive vitrais.
Revolução Industrial
Trouxe um novo elenco de materiais, como o aço e o concreto armado,
mudando a tradição de construir em alvenaria de pedra no mundo ocidental,
que persistiu até a Segunda Guerra Mundial. A partir daí a arquitetura mudou
muito por grandes transformações sociais, econômicas e técnicas.
Estilo Internacional
No período entre guerras surgiu o Estilo Internacional, revolucionando por
completo os conceitos da arquitetura.
Le Corbusier lançou ideias como o esqueleto estrutural, o terraço-jardim, a
planta livre, os pilotis e o MODULOR, que relaciona as proporções entre o
homem e o espaço arquitetônico projetado.
Estilo Internacional
Suportado na tecnologia, o Arquiteto desligou-se da relação do projeto
com o clima.
Arquitetura Internacional
Mies Van der Rohe, com suas cortinas de
vidro, criou um verdadeiro ícone de
edifícios de escritórios. Seu formalismo
clean foi seguido por várias gerações de
profissionais que internacionalizaram o
que era distinto para algumas economias.
O consequente edifício “estufa” foi então
exportado como símbolo de poder, assim
como sistemas sofisticados de ar
condicionado e megaestruturas de aço e
concreto, sem sofrer readaptações às
características culturais e climáticas do
local de destino.
Crise do Petróleo
Sistemas de iluminação e de climatização artificial passaram a ser largamente
utilizados, dando ao projetista a liberdade “cômoda” perante os problemas de
adequação do edifício ao clima. Esta situação agravou-se com a crise de petróleo de
1973 e com o aumento da população nos centros urbanos na década de 80.

Teve um aumento na produção de eletricidade causando impacto ambiental e redução


de investimentos em outras áreas para suprir os gastos investidos nessa área.
Consumo de Energia no Brasil
Residencial
Consumo de Energia no Brasil
Comerciais

A energia consumida em edifícios comerciais provém da iluminação e do ar


condicionado.
Consumo de Energia no Brasil
Público

No setor público a iluminação e o ar condicionado também são os maiores


consumidores de energia nos edifícios.
SOLUÇÕES?
Conceito de Sustentabilidade
Em 1987 teve o Protocolo de Montreal que discutiu o empobrecimento da
camada de ozônio da atmosfera por substâncias como os gases do tipo CFC.

Em 1992 a Organização das Nações Unidas – ONU – realizou uma


conferência, ECO’92, cujo tema foi o desenvolvimento sustentável e o papel
da humanidade em ser capaz de se desenvolver de forma sustentável.

Em 1992 teve o Protocolo de Kyoto que estabeleceu metas de redução


das
emissões de Co2 para a atmosfera em edifícios novos e existentes.

Em 1999, em Istambul, a Conferência das Nações Unidas assinou a Agenda


21 que contempla medidas para redução de impactos através de alterações
na forma com os edifícios são projetados, construídos e gerenciados ao longo
do tempo.
Conceito de Sustentabilidade
O termo Arquitetura Sustentável surgiu a partir dos anos 90 como meio de
reconhecer na construção uma das principais fontes de degradação dos
recursos ambientais e, potencialmente, a principal fonte de renovação
dos mesmos.

Em 2015 a ONU estabelece os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


(ODSs) que devem ser implantados por todos os países, sem restrição, até
2030.
Arquitetura Contemporânea
Estilos como o pós-modernismo, o high-tech, o construtivismo e o
desconstrutivismo mostram experiências significativas da preocupação
crescente dos arquitetos com a melhoria da qualidade das
edificações, inclusive considerando aspectos de eficiência energética e de
conforto ambiental.
Arquitetura Contemporânea
A cascata no Pavilhão de Sevilha da Expo’92, do arquiteto Nicholas
Grimshaw, fez com que o edifício consumisse apenas um quarto da energia
necessária se fosse climatizado com ar condicionado.
Arquitetura Contemporânea
O Instituto do Mundo Árabe, de Jean Nouvel, teve sua fachada mais
importante revestida com dispositivos em forma de diafragma que
lembram a tapeçaria árabe. Estes elementos têm sua forma controlada
eletronicamente, criando diferentes condições de iluminação e oferecendo
proteção contra o sol.
Arquitetura Contemporânea
O uso da iluminação natural é também bastante explorado no Hong-Kong e
Shanghai Bank, de Norman Foster, que se utiliza da linguagem high-tech
construindo elementos refletores dentro e fora do edifício. Assim a luz é
distribuída pelos diversos andares, aumentando a qualidade do ambiente
visual no interior do edifício e reduzindo o consumo de energia para
iluminação artificial.
Arquitetura Contemporânea
O BedZED, do arquiteto Bill Dunster, é um conjunto de habitações mista
que inclui escritórios e residências. Utiliza técnicas como painéis
fotovoltaicos, materiais reciclados na construção, desenho solar passivo,
ventilação natural, uso racional de água, tratamento de esgoto através de
zonas de raízes e geração de calor com queima de lascas de madeira em
fornalha.
Arquitetura Contemporânea
O Hockerton Housing, da HHP Architects, é um projeto pioneiro de
comunidade que explora vários conceitos de sustentabilidade.
Mordias com tipologias em fita semi-enterradas para aproveitar a inércia
térmica da terra, vidros duplos para isolamento térmico, iluminação zenital,
painéis fotovoltaicos, aproveitamento e tratamento da água de chuvas,
solário para levar calor para o ambientes, geradores eólicos, veículos
elétricos e alimentos produzidos por eles.
Arquitetura Contemporânea
Em Catania, Itália, o arquiteto Mario Cucinella desenvolveu o Protótipo
para Edifícios de Escritórios que utiliza ema estratégia conhecida
como PDEC (em português, resfriamento evaporativo por corrente
de ar descendente). Baseia-se na instalação de captores de vento que
conduzem o ar externo para o interior através de materiais porosos cheios
de água, induzindo a evaporação da merma no ar mais seco, a diminuição
da temperatura e, portanto, uma corrente de ar descendentes por torres.
Arquitetura Contemporânea

Na cidade de Presidente Figueiredo, no Amazonas, os arquitetos Severiano


Porto e Mário Emílio Ribeiro projetaram o Centro de Proteção Ambiental
de Balbina, e utilizarem materiais locais, como a madeira, que foi
empregada na cobertura, estruturadas em troncos roliços, e as paredes são
de alvenaria, independentes da cobertura, permitindo a ventilação natural.
Arquitetura Contemporânea

Os hospitais da rede Sarah Kubitschek foram projetados pelo arquiteto Lelé,


João Filgueiras Lima, e utilizam com excelência os SHEDS na cobertura, que
permitem a entrada de luz natural, sem a penetração direta do sol, e a saída
de ar para ventilação natural dos ambientes.
Normalização
O Conforto Acústico e Lumínico

Além da importante temática do conforto climático, precisamos buscar o


conforto em outros campos, pensar no projeto visando também o conforto
acústico e iluminação.
O Conforto Acústico

Temáticas Abordadas em nossas aulas:

• Propriedades do som;
• Materiais acústicos;
• Tempo de Rrverberação;
• Formas do ambiente interno;
• Acústica Urbana.
O Conforto Acústico e Lumínico
O Conforto Lumínico o Luminoso:

Temáticas abordadas em nossas aulas:

• Propriedades da luz.
• Tipos de fontes de luz.
• Conceitos Fundamentais de Iluminação:
• Iluminância e luminância/Fluxo luminoso e eficácia luminosa.
• Temperatura de cor e índice de reprodução de cor.
• Estudo das normas locais e internacionais.
• Planejamento em ambientes internos e externos.
• Seleção de luminárias e controle de iluminação.
• Fatores ergonômicos.
• Redução de ofuscamento e sombras.
• Adaptabilidade à luminosidade.
• Estratégias para otimizar consumo de energia.
• Uso de tecnologias eficientes.
• Análise de Projetos Luminotécnicos:
• Harmonização da iluminação com o ambiente.
• Impacto da iluminação na percepção do espaço.
Normalização

Acústica:

NBR 10151 ACÚSTICA - Avaliação Do Ruído Em Áreas Habitadas, Visando O Conforto Da


Comunidade – Procedimento

NBR 10152 ACÚSTICA — Níveis De Pressão Sonora Em


Ambientes Internos A Edificações

NBR12179 04/1992 - Tratamento Acústico Em Recintos Fechados – Procedimento

Luminoso:

NBR/ISO 8995 - iluminação Em Ambientes De Trabalho


NBR5413 De 03/2013 - Iluminância De Interiores
NBR 5410: Instalações Elétricas De Baixa Tensão.
Normalização
Etiqueta de Eficiência energética para Edifícios Comerciais, de Serviço e
Públicos. São avaliados três sistemas: envoltória, iluminação e
condicionamento de ar.
Etiqueta de Eficiência energética para Edifícios Residenciais. São avaliados
a envoltória e o sistema de aquecimento de água, além dos sistemas
presentes nas áreas comuns dos edifícios multifamiliares, como iluminação,
elevadores, bombas centrífugas, etc.
LAMBERTS, Roberto: Eficiência Energética
Arquitetura/ Roberto
na Lamberts, Luciano
Dutra/Fernando Oscar Ruttkay Pereira. São Paulo: PW,
1997, 192p.il

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