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ergonomia em ambientes comerciais

Higienópolis Boulevar Residence – Londrina, PR


O conceito de conforto está relacionado à sensação de bem-
estar do ser humano frente a uma determinada situação, tipo
de atividade e local onde ele se encontra.

Na verdade, o bem-estar do homem é um conceito amplo que


engloba desde os fatores necessários à manutenção de sua
saúde física até aqueles responsáveis pelo seu sentimento de
satisfação.
No projeto de uma edificação, é papel do arquiteto apresentar
soluções que, em princípio, atendam ao programa do cliente nos
aspectos funcionais, técnicos e econômicos.

No processo de criação de um projeto, as idéias não seguem uma


ordem linear de sequência de decisão e são efetuadas avaliações
de vários tipos.
O conforto ambiental das edificações pode ser entendido como adequação ao uso
do homem, respeitando condições térmicas, de ventilação, de insolação, de
acústica e visual, capazes de alterar o desempenho da edificação e seu contexto
urbano.
O conforto ambiental tem sido cada vez mais discutido pelos profissionais que
estudam o ambiente construído e suas relações com o homem com o objetivo
de aprimorar a qualidade de vida das pessoas.

Centro Administrativo
da Petrobras em Macaé
O homem é um animal homeotérmico, ou seja, seu organismo
é mantido a uma temperatura interna sensivelmente
constante – em média, 37°.

A energia térmica produzida pelo organismo humano advém de


reações químicas internas, sendo a mais importante a
combinação de carbono (alimentação) com oxigênio
(respiração). Esse processo de produção de energia interna
é denominado metabolismo.
Gerar uma arquitetura adequada a determinado clima significa projetar
espaços que propiciem ao usuário condições internas microclimáticas
compatíveis ao funcionamento de seu metabolismo nas diversas
atividades ali exercidas.

Ao arquiteto cabe assegurar uma relação favorável entre as necessidades


humanas e o clima.

M – metabolismo, ou produção de calor interno do corpo


E R – trocas por radiação (entre o sol e o corpo, entre o
corpo e os demais corpos – parede, por exemplo)
C – trocas por condução, contato (entre o corpo e todas as
superfícies que ele toca)
Cv – trocas por convecção (entre o corpo e o ar que está
em seu contato direto)
E- evaporação (eliminação do calor)
concepção do projeto

visual / estético acústico

conforto

térmico lumínico
“A Arquitetura Bioclimática é o estudo que
busca a harmonização das construções
ao clima e características locais. Manipula
o desenho e elementos arquitetônicos afim
de otimizar as relações entre homem e
natureza, tanto no que diz respeito à
redução de impactos ambientais quanto à
melhoria das condições de vida humana,
conforto e racionalização do consumo
energético.” (Adonis Arantes de Souza)
conforto visual

> os aspectos referentes ao


conforto visual são
subjetivos. No entanto, a
maior parte das pessoas se
sente bem em espaços que
permitam contato visual
com a paisagem natural.

> no que diz respeito às


cidades, é importante
planejá-las de forma a
permitir integração entre os
espaços construídos e os
ambientes naturais.
conforto térmico
> para um desempenho
energético adequado, o
projeto deve respeitar as
condições climáticas de
cada local, além das
necessidades dos
usuários.
> a forma e a função não são
os únicos parâmetros para
se elaborar um bom
projeto de arquitetura.
> o conforto acústico numa
edificação é necessário para
permitir ao indivíduo o adequado
conforto acústico desenvolvimento das suas
atividades diárias (descanso, lazer
ou trabalho).
> além disso, o conforto acústico
eficiente nos ambientes pode
minimizar a incidência de
estresse no homem, pois
ambientes mais silenciosos
facilitam a concentração.
> a poluição sonora é um dos
critérios de planejamento de uso
e ocupação do solo das cidades,
conforme o plano diretor urbano.
conforto lumínico
A iluminação é bastante importante na concepção do projeto
arquitetônico, pois está intrinsecamente relacionada ao ruído e à
temperatura.

Além disso, a grande maioria das atividades produtivas são tarefas


visuais que necessitam de quantidade e qualidade de iluminação.
eficiência energética
Os fatores dinâmicos do clima afetam o desempenho
térmico do edifício.
Os ganhos e perdas de calor da edificação também
dependem de algumas variáveis arquitetônicas.
Exemplos de influência térmica dos elementos da arquitetura:
:: as características dos materiais das fachadas externas (expostas às condições
climáticas);
:: a cor utilizada nas fachadas externas;
:: a orientação solar;
:: a forma e a altura da edificação;
:: a orientação e o tamanho das vedações transparentes;
:: as características do entorno da edificação;
:: a orientação em relação a ventilação;
:: o desempenho das aberturas, quanto às possibilidades de iluminação natural,
bem como suas devidas proteções à insolação inadequada;
(MASCARÓ, 1991; LAMBERTS, 2004. Adaptado.)
estratégias para a ventilação
adaptadas de Sattler (2004) e Lamberts, Dutra e Pereira (2004):

> toda edificação necessita de ventilação adequada.


o que fazer:
:: promover a ventilação cruzada – o ar que entra deve ter
alguma saída oposta;
:: as aberturas de entrada de ar devem ser localizadas nas zonas
dos ventos predominantes favoráveis;
:: a ventilação mais adequada é aquela em que o fluxo de ar
entra pelos dormitórios e sai pela parte de serviço;
:: o ar quente tende a subir, por isso a abertura de entrada de ar
deve estar situada mais baixa que a de saída.
estratégias de ocupação e uso do solo
a vegetação e suas contribuições para a qualidade térmica dos
ambientes urbanos

> uma das maneiras mais eficazes de garantir


microclimas agradáveis ao convívio
humano em espaços públicos abertos é a
utilização potencial da vegetação, seja a
partir de espécies arbóreas isoladas ou de
grupamentos arbóreos.
> sob a ótica do pedestre, a vegetação tem
papel fundamental nos dias de calor, visto
que as sombras nos espaços públicos
tornam esses locais mais confortáveis,
provocando sensações de bem-estar.
> em vias públicas, para que não haja ocupação conflitante, é necessário investigar a
situação existente nos logradouros envolvidos, incluindo informações como a
vegetação arbórea, as características da via (expressa,local, secundária, principal),
as instalações, equipamentos e mobiliários urbanos subterrâneos e aéreos (como
rede de água, esgoto, eletricidade, cabos, fibras óticas, telefones públicos, placas de
sinalização viária/trânsito entre outros) e o recuo das edificações.
> pesquisas de Lúcia e Juan Mascaró indicam que sob agrupamentos
vegetais a temperatura do ar pode ser entre 3 e 4° C mais baixa
que em áreas expostas à radiação solar direta.
> dependendo da cobertura do solo, como o asfalto, por exemplo,
essa diferença pode ser ainda mais marcante.
Existem poucos estudos que avaliam o conhecimento da
população sobre conforto ambiental.

Na verdade, o desempenho dos edifícios é avaliado diariamente


de forma inconsciente e não explícita.

A maior parte dos estudos - Avaliação Pós-ocupação (APO) -


pesquisa a satisfação dos usuários em relação a condições
específicas de conforto para então propor mudanças e
melhorias arquitetônicas.

A APO é um processo sistematizado e rigoroso de avaliação de


edifícios após passado algum tempo de sua construção e
ocupação. Focaliza os ocupantes/usuários da edificação e suas
necessidades. Propões melhorias de curto, médio e longo
prazo.
APO – uso do espaço & satisfação psicológica
com o ambiente físico

1ª ETAPA: DIAGNÓSTICO
1) Identificação do ambiente estudado: localização /
descrição da atividade / croqui da planta baixa e/ou outros
croquis necessários ao entendimento do estudo /
fotografias
2) Coleta de dados: observação direta (avaliação técnica) /
aplicação de questionário (avaliação comportamental) /
identificação dos elementos que estruturam a identificação
dos indivíduos com o prédio / avaliação do desempenho
luminoso, acústico e térmico.
2ª ETAPA: ANÁLISE DOS DADOS
1) Elaboração de diagnóstico: estruturar as variáveis numa
matriz (insolação – iluminação natural – conforto térmico e
ventilação natural – acústica) / estabelecer uma escala de
valores para cada critério avaliado / detectar pontos
positivos e negativos na edificação

3ª ETAPA: AVALIAÇÃO
1) Síntese das análises parciais num diagnóstico mais geral
(avaliação técnica + avaliação dos usuários)
2) Elaboração de recomendações
DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS / ESCALA DE VALORES
- exemplo -

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